NUTRIÇÃO PARENTERAL

Propaganda
Indispensável para
a saúde humana
UMA
INICIATIVA DA
FUNDAÇÃO
ABRINQ PELOS
DIREITOS
DA CRIANÇA
Publicação Quadrimestral
-
Ano III - nº 7
-
Jan-Abr de 2002
DIVIDIR PARA SOMAR
A EVOLUÇÃO dos cateteres e acessos na
NUTRIÇÃO PARENTERAL
Esse é o nosso primeiro jornal do ano. Começamos 2002 com um cenário mundial ainda
tumultuado pelos últimos acontecimentos. Para
o segmento saúde, muitas novidades estão sendo
esperadas. Muitas evoluções. Muitas descobertas.
Certamente, esse é um dos setores que mais
cresce no mundo. Se lembrarmos da saúde há
alguns anos, podemos perceber como evoluímos.
Esse fato deve-se, principalmente, às inúmeras
multidisciplinas que surgiram ao longo dos anos
e a especialização de profissionais. E diferente
do que se possa imaginar, essa divisão tem trazido importantes somas. Os profissionais em suas
diferentes áreas estão somando conhecimentos e
experiências e, dessa forma, beneficiando o ser
humano e sua saúde.
Hoje, encontramos vários profissionais de
saúde devidamente treinados de diferentes especialidades para tratar um único paciente. Isso é
muito benéfico para todos. E traz uma melhor
qualidade de vida ao homem.
Sabemos que a terapia intravenosa é uma das
áreas que mais vem crescendo nos últimos anos
e agregando novos especialistas e especialidades. E a perfeita sinergia entre a especialização
de cada unidade no estabelecimento de saúde,
diversos profissionais e a generalidade com que
o acesso vascular é utilizado por diferentes áreas
de profissionais, resulta nas mais variadas aplicações e manuseios desta disciplina, que devem
ser discutidos, de modo que sua otimização seja
atingida, quando especializada e quando generalizada.
Um dos projetos mais importantes para 2002
será o lançamento, na 2ª quinzena de fevereiro,
da web do CTAV. O site irá unir muitas disciplinas e profissionais de vários segmentos da saúde.
O importante é destacar que será construído com
a participação efetiva de seus usuários.
Esperamos continuarmos juntos nessa nova
jornada que se inicia e somar cada vez mais ,
conhecimentos, experiências e informações.
Boa leitura!
A Nutrição Parenteral (NP)
teve o seu grande avanço a
partir da década de 60, com
os estudos de DUDRIK, que
foi o primeiro a conseguir a
manter uma solução estável
de aminoácidos e glicose. Sua
evolução deu-se em dois
principais aspectos: soluções e
acesso venoso. Do ponto de
vista das soluções atualmente
as mesmas são manipuláveis
e, com isso, é possível manter
um paciente vivo por diversos
anos exclusivamente com a
NP. Já em relação ao acesso
venoso, pode-se administrar
as soluções tanto via acesso
central, como periférico.
CATETERES E ACESSOS
O CVC foi utilizado, pela primeira vez, durante a II Guerra Mundial, por proporcionar um rápido
acesso à circulação venosa central
e atingir diretamente o coração.
Classificam-se em dois grandes
grupos de acordo com a técnica de
inserção, podendo ser percutânea
ou cirúrgica. Os de inserção
percutânea normalmente são inseridos nas veias subclávia, jugular
e, mais recentemente, cefálica e
cubital do membro superior. Nesse caso, usa-se o PICC (Cateter
Central de Inserção Periférica).
Segundo o médico Celso Cukier,
especialista em nutrição pela Sociedade Brasileira de Nutrição
Parenteral e Enteral, “o PICC é
Dr. Celso Cukier
uma opção bastante interessante,
por conseguir, por via periférica,
atingir a circulação venosa central
e fornecer ao paciente quantidades
adequadas de nutrientes. Quando
a intenção é não manter o paciente
em hospital e ele precisará receber
a nutrição parenteral, ainda por um
período curto, para depois ser
reavaliado, esse tipo de dispositivo é uma excelente opção, desde
que os cuidados sejam observados.
Sua maior desvantagem ainda está
relacionada ao custo ”.
Já o método cirúrgico é subdividido em inserção tunelizada e
totalmente implantada. Até o final
da década de 80, a maioria dos
cateteres utilizados em NP eram
tunelizados e, no início dos 90,
os cateteres percutâneos já 8
8 representavam quase a metade dos
maleáveis diminuem a capacidade
de lesão endotelial e facilitam o uso
em pediatria.
Os principais avanços tecnológicos
na prevenção de infecções relacionadas a cateteres dizem respeito ao tipo
de material. Prevenir a adesão do
microrganismo no dispositivo parece
ser a principal linha de pesquisa.
Destacam-se: cateteres com maior
capacidade de hidrofílica, impregnados
com anti-séptico e antibióticos e conexões com anti-sépticos.
mesmos.
Opta-se pela via periférica quando a
terapia nutricional apresenta baixa
osmolaridade (baixa concentração de
glicose), de até 10%. Quando as concentrações de glicose estão acima desse índice, prefere-se o acesso central.
A evolução dos cateteres também foi
importante, tanto em relação ao tipo
de material, quanto ao número de
lúmens. “As novas leis do Brasil regem
que a NP deve ser ministrada por uma
via exclusiva. Há algumas exceções no
caso de recém-nascidos de baixo peso”,
explica Cukier. E acrescenta: “Hoje, é
possível manter o CVC para NP por
longos períodos (de 1 a 2 anos), dependendo muito dos cuidados que se
tem com o cateter. Tivemos um caso
no Hospital das Clínicas de São Paulo
em que o CVC de longa permanência
foi mantido por quatro anos”.
Conforme descrito na fisiopatogenia,
o material do cateter influencia na
capacidade de adesão de alguns microrganismos. Os de Teflon, polietileno e
poliuretano – por serem lisos e
maleáveis – são os mais utilizados. Isso
porque a superfície lisa reduz a capacidade de adesão dos Staphylococcus
coagulase negativo, Staphylococcus
aureus e Candida ssp, principais responsáveis pelas infecções relacionadas
a cateteres. Além disso, por serem
CUIDADOS
As infecções relacionadas à
cateterização representam a principal
complicação da nutrição parenteral
total, girando em torno de 7%. “Aparentemente, as infecções estão relacionadas à hiperglicemia dos pacientes,
que pode ser um fator inibidor do sistema imunológico e criar um ambiente
que favoreça o crescimento de bactérias. Por isso, os cuidados com a solução, o dispositivo e o seu tipo de material são importantes”, explica.
As principais complicações são: a
colonização do cateter, a infecção do
sítio de inserção do cateter, infecção
do reservatório, infecção do túnel,
infecção da corrente sangüínea relacionada ao cateter e a infecção da
corrente sangüínea relacionada ao
líquido infundido.
As recomendações que a equipe
multiprofissional de terapia nutricional devem considerar no cuidado
com os cateteres são: a lavagem e a
higienização das mãos; adesão rigorosa aos protocolos de anti-sepsia na
inserção e no cuidado diário; manter
uma equipe multiprofissional treinada; vigilância rigorosa na detecção de
problemas, principalmente infecções;
protocolos escritos e bem definidos;
escolha do local e técnica de inserção
do cateter; escolha do material do
cateter; cuidados com curativos; e
troca dos cateteres obedecendo o protocolo da instituição e ao primeiro
sinal de infecção.
Em relação a quando deve-se efetuar
a troca do cateter, Celso Cukier aconselha que se siga rigorosamente o protocolo da instituição, que deve ser periodicamente reavaliado. No entanto,
a recomendação oficial é que não deve
haver um protocolo de tempo definido
para a troca do dispositivo. E embora
o tempo de permanência do cateter seja
um fator de risco, a vigilância deverá
definir o melhor momento de sua
troca através da observação de sinais
locais ou sistêmicos.
Dr. Celso Cukier
Especialista em Nutrição Parenteral e
Enteral e Diretor do IMeN – Instituto de
Metabolismo e Nutrição.
First PICC®
sua primeira
opção em cateteres
de permanência prolongada
Conteúdo do kit first PICC®
Ÿ
Maiores informações:
BD Infusion Terapy
Fone: 0800 772-2257
E-mail: [email protected]
2
Ÿ
1 Estilete com protetor hidrofílico
Ÿ 1 Torniquete
1 Conjunto Introdutor - Introsyte
Ÿ 1 Curativo Transparente Oval
Ÿ 1 Swab - Cotonete com Iodóforo (3) Ÿ 1 Fita Adesiva (3 tiras)
Ÿ 1 Swab - Álcool (3)
Ÿ 1 Fita Métrica
Ÿ 1 Swab - Álcool (1)
Ÿ 2 Seringas de 10cc
Ÿ 1 Protetor de Pele - Swab
Ÿ 2 Agulhas 19G
Ÿ 2 Campos Cirúrgicos
Ÿ 1 Pinça
Ÿ 1 Campo Fenestrado
Ÿ 1 Tesoura
Ÿ 4 gazes - 2x2
Ÿ Prospecto com instruções
6 Gazes - 4x4
Ÿ
Ano III - nº 7 - Jan-Abr de 2002
PREVENÇÃO
E TRATAMENTO
DE OCLUSÕES DE CATETERES VASCULARES
Jim Lacy é o entrevistado dessa edição. Membro da
California Nurses Association e da Intravenous Nursing
Society(INS), é Gerente Mundial de Suporte em Sistema de
Acesso Vascular da BD e autor de importantes obras sobre o
tema e possui o certificado em enfermagem vocacional pela
Universidade Santa Ana (CA-USA).
PERMEABILIZAÇÃO:
Intravenous: Quais as soluções
usadas para permeabilização dos
cateteres centrais e periféricos?
Jim Lacy: O protocolo típico de
permeabilização para cateteres periféricos é o uso de solução salina,
usualmente infundida, no mínimo, a
cada turno ou a cada oito horas. Para
cateteres centrais, o mais comum é
se usar a solução salina seguida de
heparina. Embora alguns clientes
estejam usando a concentração de 10 u/
ml, é mais comum se usar 100 u/ml
de heparina.
Intravenous: Com que frequência
os cateteres (periféricos, centrais,
tunelizados, implantados e PICCs)
devem ser permeabilizados?
Jim Lacy: Não há recomendações
exatas e os protocolos diferem de
hospital para hospital. Cateteres
periféricos são usualmente permeabilizados a cada oito horas; cateteres
centrais variam de oito para a cada 12
horas; tunelizados são mais frequentemente permeabilizados a cada 24
horas e ports a cada quatro semanas
(com 1000u /ml de heparina). De acordo com a “Fry B. Intermittent Flushing
Protocols: A Standardization Issue –
Journal of Intravenous Nursing:
15:3.1992. PICCs e cateteres tunelizados são permeabilizados com solução salina em intervalos de 24 horas
a uma semana.
Ano III - nº 7 - Jan-Abr de 2002
Intravenous: Qual a concentração
destas soluções? Varia de acordo com
a idade do paciente?
Jim Lacy: Mais uma vez não há
recomendações. Se a heparina é utilizada em cateteres periféricos, sua
concentração é de 10 u/ml; em cateteres centrais e PICCs a concentração é
de 100 u/ml, com exceção da pediatria, cuja concentração é de 10 u/ml;
tunelizados e ports, 1000 u/ml.
TRATAMENTO DE
OCLUSÕES:
Intravenous: Quais as informações
que devemos levantar quando
detectamos a obstrução?
Jim Lacy:Medicações que o paciente recebeu; se ele se submeteu a coleta
de sangue; transfusão; a travas de
heparina; se foi percebido algum sinal
de sangue no cateter ou linha intravenosa; quando foi a última vez que o
cateter foi permeabilizado; e se o profissional é capaz de infundir mas não
aspirar. A determinação da causa da
obstrução é fundamental para se determinar o tratamento adequado.
Jim Lacy
ácidas, o ácido clorídrico (0,1N)
deve desobstruir o cateter. Tem sido
relatado, que bicarbonato de sódio
(1 mEq/ml) desobstrui oclusões relacionadas a drogas alcalinas. Para
oclusões lipídicas, o mais usado é
etanol a 70%. (A maioria destes protocolos se baseia em que não mais do
que o volume do próprio cateter seja
infundido). A solução de desobstrução
é inserida no cateter e mantida por no
mínimo 20 minutos. Depois é aspirada. O procedimento pode ser repetido se o cateter continuar obstruído.
Intravenous: Quando o sangue é a
causa, qual procedimento adequado
para a desobstrução?
Jim Lacy: O procedimento recomendado é usar o método da torneirinha
com o agente apropriado. (Descrição
disponível no CTAV).
Intravenous: Se a causa for
precipitação de drogas, como deve ser
o tratamento?
Intravenous: Qual a experiência
americana com o uso do tPA e onde
poderemos encontrar esta solução?
Jim Lacy: Para oclusões relacionadas
a precipitações envolvendo sais de
cálcio ou fósforo (fosfatos), soluções
de nutrição parenteral e drogas
Jim Lacy: O nome da droga é
Activase® Cath-flo®, que foi recentemente aprovada pelo FDA. (Descrição
disponível no CTAV).
3
PERGUNTAS E RESPOSTAS
MAIS FREQUENTES SOBRE CCIP/PPICC.
As principais complicações no uso
do PICC são devido ao desconhecimento técnico e científico no procedimento para inserção do mesmo.
Desde que o profissional enfermeiro
tenha habilidade e a capacitação, as
complicações são zero. É importante
destacar que o enfermeiro qualificado,
que realizou o curso de Certificação/
Qualificação, tem o conhecimento técnico e científico, além de conhecer a
fisiologia e anatomia de vasos, a estrutura da pele, os tecidos e os nervos.
Possíveis Complicações:
Ü Acidente em puncionar nervos
braqueais
Ü Puncionar artéria braqueal
Ü Fazer múltiplas punções por falta
Ü
Ü
de habilidade e destreza
Flebite mecânica
Flebite técnica errada na retirada
do Fio Guia (Estilete)
Acidentes que podem ocorrer, caso
o enfermeiro não seja habilitado
para esse procedimento:
Ü A introdução do PICC não evoluir
Ü Mensuração errada do cateter,
Ü
provocando arritmia cardíaca e
taquicardia.
Danos a nervos braquiais
Possíveis problemas que não
conseguem solucionar:
Ü Sangramento (hemorragia)
Ü Oclusão por dobrar ou posição
Ü
Ü
Ü
Ü
Ü
Ü
Ü
Ü
inadequada
Redução do fluxo
Uso inadequado da capacidade
da seringa, fazendo alta pressão e causando microfuros no
cateter.
Flebite química
Flebite mecânica
Ruptura do PICC
Exteriorização do PICC
Síndrome da válvula
E outras
Como solucioná-las e evitálas?
O cateter (PICC) só deve ser passado pelo enfermeiro capacitado.
Embora muitos enfermeiros tenham
realizado esse procedimento, achando que é simples, tem desconhecimento total dos riscos, tanto na
inserção, quanto na retirada do
cateter.
O profissional sem nenhum embasamento desconhece as complicações
citadas e retira o cateter, tornando
assim o procedimento muito mais caro
para a instituição e com alto índice de
infecção.
Foto: Milton Nespatti
Quais as principais complicações no uso do PICC?
Helena Mitsuko Kishi
Enfermeira Encarregada do Serviço de
Neurocirurgia do Hospital do Servidor
Público de São Paulo
Professora do Centro Universitário Adventista
de Enfermagem-SP
Professora do Centro Universitário Nove de
Julho - SP
O cateter PICC passado com sucesso e por profissionais qualificados
tem baixo custo, índice de infecção
baixo e atinge o tratamento com
segurança, alcançando o seu objetivo
em 100%.
E para conhecermos os problemas
e solucioná-los, devemos criar protocolos de acordo com cada instituição
(manutenção).
AMIB PROMOVE EVENTO DE TERAPIA INTENSIVA
NO RIO DE JANEIRO
26 a 30 de abril de 2002
4
Riocentro - Rio de Janeiro
A Terapia Intensiva continua a impor
desafios todos os dias que podem ser
clínicos, técnicos, éticos ou sociais.
Entre os dias 26 e 30 de abril próximos, a cidade do Rio de Janeiro será
a sede do X Congresso Brasileiro de
Terapia Intensiva (Adulto / Pediátrico
/ Neonatal) e o VII Fórum LatinoAmericano de Ressuscitação. O evento
é promovido pela AMIB – Associação de Medicina Intensiva Brasileira
e acontecerá no Riocentro.
Presidido pelo médico Afonso
Celente Soares, o encontro reunirá
renomados convidados internacionais
e nacionais. Os temas principais serão:
Qualidade Assistencial em Terapia no
Novo Milênio; Medicina Baseada em
Evidências; Pesquisa e Recomendações (guidelines); Multidisciplinaridade e Humanização e Bioética.
Destacamos as apresentações sobre
“Terapia Intensiva em Cardiologia Clínica e Cirúrgica”, “Custos na UTI” e
Ano III - nº 7 - Jan-Abr de 2002
“Pediatria – Monitorização da Pressão Intracraniana”. Segundo o dr.
Afonso Soares, presidente do evento,
“a Terapia Intensiva é uma especialidade em desenvolvimento contínuo e
é provável que mesmo após um intervalo curto de 5 a 10 anos do exercício
profissional é possível se deparar com
um cenário completamente diferente
dos dias atuais”.
Por ser uma área que cresce e se
transforma de forma acelerada, a troca produtiva de idéias é essencial para
o desenvolvimento da especialidade
com as informações de profissionais
de vários países e estados brasileiros,
cada qual procurando tratar melhor o
paciente crítico. Entre os convidados
internacionais estão: Brian Gribler
(EUA), Jean Jacques Rouby (França),
Jean Loius Vicent (Bélgica), Gary
Zaloga (EUA), Karl Kern (EUA),
Phillipe Delliger (EUA). Rashimi
Khotari (EUA) e Raymond Bahr (EUA).
A BD estará participando na exposição paralela com o stand nº 28.
(
Maiores informações sobre o
evento: (21) 2286-2846
LYNDA ARNOLD
UMA LIÇÃO DE VIDA
Em parceria inédita, a BD e a J&J realizaram o “1º
Simpósio sobre risco e prevenção de acidentes com
perfurocortantes, que ocorreu em duas cidades: Porto Alegre (06/12) e São Paulo (07/12).
Um dos momentos mais emocionantes e, quem sabe,
educativos do evento, foi na ocasião da palestra “Minha
experiência após o acidente com agulha”, proferida pela
enfermeira americana Lynda Arnold.
Contaminada com o vírus HIV quando estava retirando a
agulha do cateter de um paciente, a jovem enfermeira teve a
sua vida completamente transformada, após o resultado do
teste positivo de 6 meses.“Aquelas palavras soaram como
uma sentença de morte. Nunca poderia imaginar que um
acidente com agulha pudesse mudar a minha vida”, desabafa emocionada.
Infelizmente, na ocasião do acidente de Lynda ainda não
havia nenhuma regra preestabelecida para procedimentos
após esse tipo de ocorrência. Porém, a profissional acredita
que o grande problema foi como aconteceu o acidente.
“Tenho consciência que o meu acidente não foi por um
descuido, mas devido à falta de um
dispositivo de segurança na agulha”,
comenta.
Esclarece ainda que a conscientização dos profissionais de
saúde para o uso de todos os dispositivos de segurança deve ser reforçada. “O mais difícil é perceber
que há profissionais que ainda não
acreditam que possam ser contaminados e resistam ao uso de alguns
dispositivos e até a adoção de precauções padrão”, lamenta e acrescenta: “Os
pacientes infectados com HIV ou
hepatite representam um perigo
Ano III - nº 7 - Jan-Abr de 2002
quando neles são utilizadas agulhas com lúmem, uma vez
que o orifício da agulha pode reter uma quantidade significativa de sangue; quando as agulhas são colocadas
diretamente nas veias ou artérias dos mesmos; quando o
ferimento ocasionado pelo perfurocortante no profissional
da saúde for profundo; ou quando o paciente está em fase
terminal”.
Após dez anos HIV-positivo, a enfermeira já passou por
muita coisa. Adotou duas crianças, teve um filho legítimo e
vive lutando contra a fadiga e neuropatia periférica.
Atualmente, toma 22 comprimidos diariamente e teme
morrer antes dos 40 anos.
A sua mensagem é forte e objetiva: “O profissional de
saúde deve ter em mente que qualquer paciente pode ser
um risco para sua saúde e se ele não estiver preparado com
conhecimento técnico e não tiver acesso a equipamentos
de segurança, não poderá ajudar adequadamente aquele
paciente. Acidentes como o meu não precisam acontecer”,
finaliza.
Lynda Arnold
Enfermeira graduada nos EUA, palestrante da
Universidade de Virgínia, criadora da Campanha pela
Segurança dos Profissionais da Saúde nos EUA.
5
D RA F T – G U I D E L I N E
FOR PREVENTION OF INTRAVASCULAR
CATHETER-RELATED INFECTIONS – HICPAC – CDC
veiculado apenas na Internet – www.cdc.gov
–
Outubro 2001
Conforme informamos na edição anterior, estamos apresentando as principais alterações
contidas nesse Draft. Lembramos que o mesmo ainda não foi oficialmente publicado,
pois estava para avaliação pública. Segundo a médica Rosana Richtmann, “a experiência
mostra que habitualmente não há muitas alterações do Draft com a publicação final,
portanto é importante esclarecer que ainda não é o consenso definitivo”.
1 Assegure adequada relação enfermagem/RN (IB).
2 Não realize cultura da ponta de cateter de rotina (IA).
3 O uso de luvas não dispensa a adequada higienização das
mãos, antes e após a manipulação do acesso vascular (IA).
4 Use luvas estéreis para inserção de cateter vascular central (IA).
5 Use luvas estéreis ou limpas nas trocas de curativos (IC).
6 Não use a inserção por flebotomia de rotina (IA).
7
Use solução anti-séptica para inserção do CVC (dar preferência as soluções de clorhexidina) (IA).
8
Antes da inserção do cateter, aguarde a ação e permanência
mínima do anti-séptico, ou até que tenha secado por completo (tempo mínimo de 2 minutos) (IB).
9
Use curativo estéril de gaze ou transparente para cobrir o local
de inserção (IA).
10 Se o paciente apresentar sangramento, dar preferência ao
curativo com gaze (II).
11 Troque o curativo sempre que o local estiver sujo ou úmido (IB).
12 Troca do curativo sem recomendação específica, porém não
mais que 1 semana (II).
13 Não usar pomadas ou cremes de antimicrobiano no local da
inserção. Aumenta o risco de colonização e infecção fúngica e
resistência (IA).
14 Não troque o CVC de rotina, somente com objetivo de reduzir
risco de infecção (IA).
nutenção dos CVC (IB).
21 Evitar uso de agulhas de metal (aço) para inserção periférica, pelo risco maior de necrose se ocorrer extravasamento
de fluidos e medicamentos (IA).
22 Use cateter midline ou PICC sempre que estiver programada infusão endovenosa maior que 6 dias (IB).
23 Não existe recomendação sobre o uso de cateter im-
pregnado com anti-séptico em crianças (problema não
resolvido).
24 Use precaução de barreira máxima, com luva, máscara,
avental e campos grandes estéreis, tanto na inserção do
cateter, quanto nas trocas com fio guia (IA).
25 Não remova o PICC apenas por causa de febre. Use o
julgamento clínico para descartar a possibilidade de infecção em outro sítio (II).
26 Designar um lúmen exclusivo para nutrição parenteral (II).
27 Trocar o curativo a cada 2 dias para gaze e 7 dias para
curativo transparente (IB).
28 Não há recomendação sobre o uso de curativo impregnado com clorhexidina com objetivo de reduzir infecção
(problema não resolvido).
29 Adicione baixas doses de heparina (0,5 – 1.0u/ml TPN,
5000u q 6h ou 12h) ao fluido infundido através do cateter
umbilical arterial (IB).
30 Remover o cateter umbilical arterial assim que não for
15 Manter o cateter periférico o tempo que for possível, sem
troca programada, exceto se ocorrer alguma complicação (IB).
necessário ou a qualquer sinal de sintoma de insuficiência vascular de membros inferiores. Idealmente, evitar
manter o cateter umbilical arterial por mais de 5 dias (II).
16 Trocar o set de infusão incluindo os outros dispositivos
31 Remover o cateter umbilical venoso assim que possível,
acoplados ao sistema não mais frequente que intervalo de
96 horas, exceto se suspeita ou comprovação de bacteremia
relacionada a CVC (IB).
17 Trocar o sistema de infusão em 24 horas, se infusão de sangue
ou derivados ou solução lipídica (II).
18 Trocar o dispositivo tipo needleless no mínimo com a mesma
frequência do resto do sistema de infusão (II).
19 Não usar de rotina filtros intravasculares com o objetivo de
minimizar o risco de infecção (IA).
6
20 Constitua grupo específico de cateter para inserção e ma-
podendo ser mantido no local até máximo de 14 dias,
desde que mantido a forma asséptica (II).
Texto publicado na monografia “Diagnóstico e
prevenção de infecção hospitalar em
neonatologia”, coordenada pela Dra. Rosana
Richtmann e publicada pela APECIH –
Associação Paulista de Estudos e Controle de
Infecção Hospitalar. Informações: (11) 3253-8229
Ano III - nº 7 - Jan-Abr de 2002
EVENTOS EM TERAPIA
INTRAVENOSA
I Congresso Brasileiro de Especialistas em
Enfermagem
De 6 a 8 de março, no Parlatino – Parlamento
Latinoamericano (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564
– portão 9 – São Paulo-SP). Promoção da ABESE – Academia Brasileira de Especialistas em Enfermagem. Informações: (11) 5507-7278.
X Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva
Adulto/Pediátrico/Neonatal
VII Fórum Latino-Americano de Ressuscitação
De 26 a 30 de abril no Riocentro (Rio de Janeiro-RJ). O
evento é uma promoção da Associação de Medicina Brasileira (AMIB). Informações (21) 2286-2846.
Entrelinhas
A APECIH – Associação Paulista
de Estudos e Controle de Infecção
Hospitalar lançou no último dia 24
de novembro a monografia “Diagnóstico e Prevenção de Infecção
Hospitalar em Neonatologia”. O
trabalho tem a coordenação da médica Rosana Richtmann e reúne a
colaboração de importantes profissionais do setor. O temário é
bastante variado.
Na próxima edição de nosso
jornal, a Dra. Rosana Richtmann será um dos nossos
destaques abordando o tema. Informações para aquisição
de exemplares: Fone (11) 3253-8229.
8
VIII Enftec
De 22 a 25 de abril no Centro de Conferência e Exposições
AMCHAM em São Paulo-SP. Informações: (11) 3257-8248.
Dois cliques
Ganepão 2002
Dias 23, 24 e 25 de maio no Centro de Convenções Rebouças
(SP). Promoção do GANEP – Grupo de Apoio de Nutrição
Enteral e Parenteral. Informações: (11) 3284-6318.
O Melhor Nutriente para sua Carreira
Confira nos sites abaixo as últimas novidades do setor:
acionais
Sites intern nça:
ra
sobre segu
Sites que a
cursos on-l presentam
ine e edu
continuada cação
:
Dias 23, 24 e 25 de maio no Centro de Convenções Rebouças (SP).
“Em sua 25ª edição, o famoso XXV Curso e 18º Simpósio
Internacional em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral
vai abordar temas atuais e controversos em Nutrição Clínica. Usando modernos recursos computadorizados interativos, o curso é voltado para a Equipe Multiprofissional
de Saúde. São 17 Conferências, 02 Mesas Redondas, 01
Debate, 02 Sessões Interativas de alto interesse e 02 Casos
Clínicos com discurso interativo. De grande sucesso são os 4
Simpósios do Especialista e os 4 Cursos de Capacitação Técnica, entre os quais destaca-se o Curso de Inserção de
a.go
www.osh
v
www.cm
einfo.co
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Cateter Periférico Central (PICC). Com quatro horas de
duração, este curso pretende capacitar o profissional
de saúde nas técnicas de PICC.
Entre os vários convidados internacionais (tradução simultânea), chamamos a atenção para a enfermeira Mabel
Pellejero do Uruguay, especialista em Terapia Nutricional.
Informe-se com Sheyla através do telefone (11) 3284-6318
ramal 04 e pelos sites www.ganep.com.br e
www.nutritotal.com.br
Aguardamos você lá!”
Dan Waitzberg
Diretor Presidente do GANEP
ENENT – Encontro Nacional de Enfermagem no
Trabalho
Dias 21, 22 e 23 de agosto no Auditório da UNIBAN (Rua
Maria Cândida, 1813 – V. Guilherme-São Paulo-SP). Promoção da Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho – ANENT. Informações:(11) 5507-7278–E-mail:
[email protected]
VIII Congresso Brasileiro de Controle de
Infecção e Epidemiologia Hospitalar
De 4 a 7 de Setembro no Centro de Convenções de CuritibaPR. Tema Central: “Construção e Progresso do Modelo Brasileiro no Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar”. Informações:(51) 3338-4344.
E-mail: [email protected]
Ano III - nº 7 - Jan-Abr de 2002
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inia.edu
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a.gov/c
www.fd
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www.he
lix.com
ty.html
Site com informações atualizadas
de interesse prático e/ou científico
para o médico cardiologista e de
especialidades afins.
www.cardionews.org
www.we
bschool.
com
Site sobre nutrição clínica e
terapia nutricional para
profissionais da saúde.
www.nutritotal.com.br
7
CTBD O NOVO PORTAL DE
TREINAMENTO
A BD, seguindo a sua filosofia de
estabelecer e oferecer aos clientes e
parceiros serviços com o intuito de
contribuir para o aprimoramento
científico dos profissionais da área de
saúde, a partir de abril, terá à disposição um portal destinado ao treinamento e troca de experiências. O site
www.ctbd.com.br irá comportar os
seguintes Centros de Treinamentos:
Injection System, Biosciences,
Vacutainer System, Pharmaceutical
System, Diagnostic System, Diabetes
DA BD
Care e o Centro de Treinamento de
Acesso Vascular (CTAV).
Com relação ao CTAV www.ctav.com.br, site destinado ao
assunto deste jornal, o usuário terá a
oportunidade não só de consultar,
mas de sanar suas dúvidas através de
envio de e-mails, que serão destinados a profissionais qualificados para
que possam auxiliar e trocar informações com os mesmos. Outros
serviços importantes serão o apoio
ao estudo, biblioteca e cursos que
orientarão os profissionais. Durante esse
ano, o CTAV está programando adicionar
mais serviços.
Estará aberto também para formar
parcerias com empresas, sociedades e associações da área de saúde e revistas
especializadas. Não perca tempo, consulte: www.ctav.com.br
1º SIMPÓSIO SOBRE RISCO E
PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM
PERFUROCORTANTES
BD e Johnson & Johnson se unem em parceria inédita
A vida é o bem mais
precioso que há. A luta
pela qualidade e a valorização desse bem tem
sido meta dessas duas
empresas, que em uma
parceria inédita se uniram para realizarem o “1º
Simpósio sobre risco
e prevenção de acidentes com
perfurocortantes”. O evento ocorreu
em três cidades: Rio de Janeiro
(5/12), Porto Alegre (06/12) e São
Paulo (07/12).
O objetivo dos organizadores foi
o de reunir profissionais de renome
na área e transmitir aos presentes o
que há de mais novo sobre o tema.
A escolha do temário foi minuciosa
e teve como foco a segurança do
profissional de saúde.
No total, foram 337
participantes. Um dos
destaques do evento foi
a participação da enfermeira americana contaminada com o vírus HIV
por um acidente com
agulha, Lynda Arnold.
Sua história comoveu os
participantes, mas também alertou
para a responsabilidade de cada um
no objetivo de se evitar esse tipo de
acidente e suas possíveis conseqüências. Além desse tema, tivemos: “Precauções Padrão x Adesão” e “Riscos
e vigilância ocupacional”, além de
uma mesa redonda de discussões. O
resumo das palestras está disponível.
Caso tenha interesse, faça a sua
solicitação através do CTAV:
[email protected] ou 0800 772-2257.
E a vencedora é...
O resultado do Concurso
BD-CTAV já saiu. A nossa
vencedora foi a enfermeira
Maria Helena De Angeles,
com o trabalho “Experiência
com o Cateter Periférico Integral
“Saf-T-Intima no Ambulatório
de Quimioterapia do H.S.P.E.”
A autora teve a colaboração da
enfermeira Licania Pinheiro.
Na próxima edição, estaremos conversando com a autora
e conhecendo melhor essa sua
pesquisa.
Aguardem!!!
Intravenous é uma publicação da BD. Diretor:
Alcides Barrichello. Coordenadores: Vera S.
Higa, Igor Leão e Luiz R. C. Lopes. Coordenadora científica: Hendrika M. Hendrikx. Jornalista responsável: Terezinha Pereira (MTB – SP
19000). Revisão: Ana L. Seminati. Projeto gráfico e diagramação: Alvo Propaganda &
Marketing. Os artigos podem ser publicados
desde que citada a fonte. As opiniões e conceitos publicados são de inteira responsabilidade
dos autores e entrevistados.
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