corantes em medicamentos e alimentos

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade Física Adaptada e Saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
OS CORANTES EM MEDICAMENTOS E ALIMENTOS
As reações adversas aos conservantes, corantes e aditivos alimentares são raras, mas não
devem ser menosprezadas. O corante artificial tartrazina, sulfitos e glutamato monossódico são
relatados como causadores de reações. A tartrazina pode ser encontrada nos sucos artificiais,
gelatinas e balas coloridas enquanto o glutamato monossódico pode estar presente nos
alimentos salgados como temperos (caldos de carne ou galinha). Os sulfitos são usados como
preservativos em alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados) e medicamentos
tem sido relacionados a crises de asma em indivíduos sensíveis.
O corante tartrazina tem seu uso autorizado para remédios e alimentos como balas, caramelos e
similares, de grande consumo pela faixa infantil. Entretanto, o consumo do corante tartrazina
pode provocar reações adversas em pessoas sensíveis, não tendo sido estas reações
comprovadas dentro de uma relação de causa e efeito. Com o objetivo de proteger a saúde da
população, adotando medidas para prevenir riscos associados ao consumo de alimentos que
contenham o aditivo INS 102, corante tartrazina, a Anvisa obriga as empresas fabricantes de
alimentos que contenham na sua composição o corante, a declarar na rotulagem,
especificamente, na lista de ingredientes, o nome do corante por extenso. Os medicamentos que
possuem o corante Tartrazina em sua formulação, também deverão conter na bula a advertência:
“Este produto contém o corante amarelo de Tartrazina que pode causar reações de natureza
alérgica, entre as quais, asma brônquica e urticária, em pessoas suscetíveis”, conforme
Resolução nº 572.
Estudos realizados nos Estados Unidos e Europa desde a década de 70 comprovam casos de
reações alérgicas ao corante, como asma, bronquite, rinite, náusea, broncoespasmos, urticária,
eczema e dor de cabeça. Apesar da baixa incidência de sensibilidade à Tartrazina na população
(3,8% nos Estados Unidos), é importante informar a presença da substância, pois as reações
alérgicas podem ser confundidas com efeitos colaterais ao princípio ativo do medicamento. Além
disso, a literatura científica atesta que de 13% a 22% das pessoas que apresentam alergia a
aspirina também manifestam as mesmas reações quando ingerem a Tartrazina.
Segundo informações do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), conforme decisão da Justiça
Federal de São Paulo, a Anvisa deve editar em até 30 dias uma norma obrigando que sejam
mencionados com destaque os efeitos adversos do corante tartrazina no rótulo dos alimentos que
contenham a substância. De acordo com a sentença, devem constar os seguintes termos: “Este
produto contém o corante amarelo tartrazina que pode causar reações de natureza alérgica, entre
as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido acetilsalicílico”.
Para o Idec, a decisão é positiva, pois garante ao consumidor a efetivação do seu direito à
informação. No entanto, o Instituto defende que o alerta sobre os efeitos adversos deveria ser
obrigatório para qualquer tipo de corante e não apenas ao tartrazina. “Todos os corantes têm
potencial de causar danos à saúde, principalmente alergias”, destaca Mirtes Peinado, biomédica
e consultora técnica do Idec.Atualmente, a norma da Anvisa (RDC 3.240/2002), determina
apenas que a palavra a tartrazina seja indicada no rótulo dos alimentos, entre os ingredientes.
Somente para os medicamentos já era obrigatório registrar na embalagem externa a presença do
corante no produto.
O Idec vem alertando para o uso de corantes, principalmente em produtos para as crianças. Além
dos medicamentos, o instituto testou as gelatinas, alimento com grande apelo infantil e que usam
muitas cores artificialmente produzidas. Não foi constatada nenhuma irregularidade, mas há de
se levar em conta que a legislação brasileira é permissiva quando comparada à de outros países
como Estados Unidos, Áustria e Noruega, pois muitos corantes usados no Brasil são proibidos
nesses países.
Além das reações alérgicas que podem acometer qualquer pessoa, estudos recentes apontam
que corantes e conservantes podem estar relacionados à hiperatividade e a distúrbios de
concentração em crianças. Assim, há motivos de sobra para que a presença de corantes seja
destacada no rótulo. “Uma vez que essas substâncias são usadas em larga escala em alimentos
e medicamentos, no mínimo, o consumidor tem direito de saber sobre os seus riscos”, defende
Mirtes.
Saiba quais os principais efeitos associados a cada tipo de corante:
Corante: Amarelo crepúsculo – Pode provocar reações anafilactóides, angioedema, choque
anafilático, vasculite e púrpura. Reação cruzada com paracetamol, ácido acetilsalicílico, benzoato
de sódio (conservante) e outros corantes azóicos como a tartrazina. Pode provocar hiperatividade
em crianças quando associado ao benzoato de sódio. Banido na Finlândia e Noruega.
Corante: Amarelo quinolina – Pode provocar: Suspeito de causar hiperatividade em crianças
quando associado ao benzoato de sódio.
Corante: Amarelo tartrazina – Pode provocar: reações alérgicas como asma, bronquite, rinite,
náusea, broncoespasmo, urticária, eczema, dor de cabeça, eosinofilia e inibição da agregação
plaquetária à semelhança dos salicilatos. Insônia em crianças associada à falta de concentração
e impulsividade. Reação alérgica cruzada com salicilatos (ácido acetilsalicílico), hipercinesia em
pacientes hiperativos. Pode provocar hiperatividade em crianças quando associado ao benzoato
de sódio. No Brasil, nos EUA e na Inglaterra seu uso deve ser indicado nos rótulos.
Corante: Azul brilhante – Pode provocar: Irritações cutâneas e constrição brônquica, quando
associado a outros corantes. Banido na Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Noruega, Suécia e
Suíça.
Corante: Vermelho 40 – Pode provocar: Pode provocar hiperatividade em crianças quando
associado ao benzoato de sódio. Banido na Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Dinamarca,
Suécia e Suíça.
Corante: Vermelho ponceau 4R – Relacionado à anemia e doenças renais, associado à falta de
concentração e impulsividade e pode provocar hiperatividade em crianças quando associado ao
benzoato de sódio. Banido nos EUA e na Finlândia.
Corante: Vermelho eritrosina – Suspeito de causar câncer de tireóide em ratos. Banido nos EUA
e na Noruega.
Corante: Vermelho bordeaux (mistura de amaranto e azul brilhante) – Pode provocar: crises
asmáticas e eczemas. Banido nos EUA, na Áustria, Noruega e Rússia.
Fonte: IDEC
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