UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO EM MARKETING LEONETE GORGES DOS SANTOS ANÁLISE DOS PRINCIPAIS MOTIVOS DO ABSENTEÍSMO DOS TRABALHADORES: o caso da Vonpar Refrescos S/A São José 2006 1 LEONETE GORGES DOS SANTOS ANÁLISE DOS PRINCIPAIS MOTIVOS DO ABSENTEÍSMO DOS TRABALHADORES: o caso da Vonpar Refrescos S/A Trabalho de Conclusão de Curso - pesquisa teórico-empírica apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Professor Orientador: Profª Kellen da Silva Coelho São José 2006 LEONETE GORGES DOS SANTOS ANÁLISE DOS PRINCIPAIS MOTIVOS DO ABSENTEÍSMO DOS TRABALHADORES: o caso da Vonpar Refrescos S/A Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Marketing da Universidade do Vale do Itajaí. Centro de Ensino Superior VII. Campus São José. São José, 23 de novembro de 2006. Prof ª MSc. Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José Coordenador (a) do Curso Banca Examinadora: Prof ª MSc. Kellen da Silva Coelho Univali – CE São José Professor Orientador Profº MSc. Felipe de Faria Mônaco Univali – CE São José Membro Profª MSc. Evelize Mara S. Gomes Martins Univali – CE São José Membro iii Dedico especialmente a Deus, pela maneira maravilhosa com que tem guiado a minha vida. iv Agradeço especialmente, a minha orientadora, Profª Kellen Coelho competência, da Silva, serenidade e pelo estímulo, disponibilidade oferecidos. Muito obrigada por compartilhar todas as dúvidas e ansiedades surgidas durante a realização deste trabalho. v Ao meu filho Carlos Henrique, por tudo de mais belo que representa, sendo fonte de renovação e continuidade. Pela compreensão e apoio, entendendo as muitas ausências de sua mãe. Ao meu esposo, Jonas por tudo que compartilhamos durante todos esses, anos, pelo incentivo e apoio para alcançar mais este objetivo. Ao casal Antônio e Edite Ventura, pela ajuda e estímulo, e acima de tudo, por fazerem parte da minha vida. vi Não fomos criados para sermos perfeitos, alunos nota dez, celebridades, atletas mundiais ou administradores de uma importante corporação. Porém, fomos criados para fazer o máximo das qualidades e habilidades que possuímos. Talvez a realização mais esplêndida de todas seja a luta contínua para superar a nós mesmos. Denis Waitley vii AGRADECIMENTOS Agradeço aos membros da banca examinadora Profª Evelize Mara S. Gomes Martins e Profº Felipe de Faria Mônaco, por terem aceitado o convite e pelas proeminentes contribuições neste trabalho. Agradeço a toda a minha família, por entenderem a minha ausência e torcerem por mim. Em especial aos meus pais que fizeram de mim a pessoa que sou. Sei que mesmo minha mãe tendo partido tão cedo, ela continua a acompanhar meus passos. Ao gerente Sr. Maurício Bastos e demais funcionários entrevistados que prestaram real contribuição para realização deste trabalho. Em especial ao supervisor de recursos humanos, Sr. Paulo Roberto Martins que possibilitou o acesso às informações necessárias para o desenvolvimento deste estudo. Aos amigos que mesmo distantes contribuíram de alguma forma: Elenir Beirão, Valdete Silva, Áurea Oliveira, Kelly N. da Silva, Patrícia Ribeiro e Sabrina Mello. viii RESUMO O presente estudo teve como principal objetivo analisar os principais motivos do absenteísmo na Vonpar Refrescos S/A – unidade Antônio Carlos. Para isso, buscou-se: apontar os motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos; descrever a sistemática de controle da freqüência das pessoas no trabalho utilizada pela empresa em questão; verificar os índices de absenteísmo dos funcionários; identificar os principais motivos do absenteísmo na área que apresenta o maior índice de afastamento ao trabalho; tal como descrever a influência das atividades de administração de recursos humanos no absenteísmo. A pesquisa caracterizou-se como estudo de caso de natureza descritiva, com abordagem qualitativa e quantitativa dos dados. A população da pesquisa correspondeu aos funcionários da unidade estudada e a amostra constituiu-se de oitenta e sete (87) motoristas e ajudantes; e cinco (5) chefias. A coleta dos dados baseou-se em dados primários e secundários, por intermédio de questionários com perguntas fechadas e abertas (motoristas e ajudantes), entrevistas semi-estruturadas (chefias) e observação direta. Tais dados foram tratados: estatisticamente, por meio de análise documental e de conteúdo. Estudados os aspectos avaliados, tanto na prática como na literatura pesquisada, foram caracterizadas as etapas e as atividades do processo, identificados os aspectos e seus impactos na empresa objeto do estudo em questão. O estudo demonstrou a necessidade de uma gestão mais eficaz no que tange ao índice absenteísmo e às influências das atividades de recursos humanos. Dentro desse contexto, verificou-se a possibilidade de trabalhar essas variáveis, que influenciam negativamente dentro da empresa, já que os gestores da empresa demonstraram certa facilidade e abertura para o trabalho de novas idéias, principalmente no que diz respeito a uma gestão mais eficaz acerca do absenteísmo. Palavras-chave: gestão de recursos humanos, planejamento de recursos humanos, absenteísmo. ix ABSTRACT The main objective of this present study is to analyze the principal reasons of absenteeism at Vonpar Refrescos S/A – Antonio Carlos unit. Therefore, it was searched: to point out the reasons of absence allowed at Vonpar Refrescos S/A – Antonio Carlos unit; to describe the frequency control systematic of people at work used by the enterprise itself; to verify the absenteeism index of the employees; to identify the main reasons of absenteeism in the area that presents the highest absence index at work; such as to describe the influence of human resources management activity on absenteeism. The research was characterized as a case study of descriptive nature with qualitative and quantitative data approach. The research population corresponded to the studied unit employees and the sample was constituted of eighty-seven (87) drivers and helpers; and five (5) leaderships. The data collection was based in primary and secondary data through questionnaires with closed and opened questions (drivers and helpers), semi-structured interviews (leaderships) and direct observation. Such data were dealt: statistically through documental and content analyses. It was studied the evaluated aspects as in practice as in the researched literature; characterized the process stages and activities; identified the aspects and their impacts into the enterprise as the object study itself. The study showed a more effective management need, taking into account the absenteeism and the influences of human resource activities. Within this context, it was verified the possibility of working these variables that negatively influence the enterprise since the managers show certain availability and openness for working with new ideas, mainly in regard to a more effective management about absenteeism. Key-words: human resources management, human resources planning, absenteeism. . x Lista de ilustrações Figura 1 - Expressão para se avaliar o índice de absenteísmo................................................. 34 Figura 2 - Fórmula para se calcular o índice de absenteísmo................................................... 35 Figura 3 - Procedimento para se calcular o índice de absenteísmo. ........................................ 35 Figura 4 - As três fases do planejamento do recrutamento...................................................... 39 Figura 5 – Participação por área índice de absenteísmo........................................................... 56 Figura 6 – Fórmulas para o cálculo da amostra........................................................................ 57 Figura 7 – Cálculo da amostra.................................................................................................. 57 Figura 8 – Organograma do processo operações logística ....................................................... 67 Figura 9 – Índice de absenteísmo por área da Vonpar – Unidade Antônio Carlos .................. 72 Figura 10 - Estado civil. ........................................................................................................... 74 Figura 11 - Filhos. .................................................................................................................... 75 Figura 12 - Moradia................................................................................................................. 76 Figura 13 - Localização. ........................................................................................................... 77 Figura 14 – Trabalho repetitivo. ............................................................................................... 78 Figura 15 – Utilização de EPI´s – equipamentos de proteção individual................................ 79 Figura 16 – Tipos de EPI´s – equipamentos de proteção individual. ...................................... 80 Figura 17 – Postura no trabalho................................................................................................ 81 Figura 18 – Mudanças na área para melhor à atividade. ......................................................... 82 Figura 19 – Sugestões para melhorar a atividade na Área da Distribuição.............................. 83 Figura 20 – Fatores incômodos no ambiente de trabalho......................................................... 84 Figura 21 – Outros fatores incômodos no ambiente de trabalho.............................................. 84 Figura 22 – Sentimento ao cometer um erro ............................................................................ 85 Figura 23 – Reação do chefe diante do erro ............................................................................. 86 xi Figura 24 – Relacionamento com a chefia ............................................................................... 87 Figura 25 – Realização de atividade extra................................................................................ 87 Figura 26 – Trabalho x desempenho ........................................................................................ 88 Figura 27 – Motivos que levaram o funcionário a se ausentar de sua atividade ...................... 89 Figura 28 – Conduta da empresa diante da ausência do funcionário ....................................... 90 Figura 29 – Retorno ao trabalho .............................................................................................. 91 Figura 30 – Conduta dos colegas.............................................................................................. 92 Figura 31 – Caracterização do estado de saúde........................................................................ 93 Figura 32 – Falta ao trabalho.................................................................................................... 94 Figura 33 – Motivo da falta ao trabalho ................................................................................... 95 Figura 34 – Apresentação de atestado na falta ao trabalho ...................................................... 96 Figura 35 – Influência das atividades de recursos humanos no absenteísmo........................... 97 xii Lista de tabelas Tabela 1 – Índice do Absenteísmo por área da Vonpar Refrescos – unidade Antônio Carlos. 55 Tabela 2 – Faltas permitidas no âmbito da Vonpar (horas/dias) .............................................. 68 Tabela 3 – Índice de absenteísmo por área da Vonpar – Unidade Antônio Carlos (%)........... 71 Tabela 4 – Número de funcionários x número de afastados (acidente/doença) ....................... 73 Tabela 5 – Estado civil ............................................................................................................. 74 Tabela 6– Filhos ....................................................................................................................... 75 Tabela 7 – Moradia................................................................................................................... 75 Tabela 8 – Localização ............................................................................................................. 76 Tabela 9 – Trabalho repetitivo.................................................................................................. 77 Tabela 10 – Utilização de EPI´s – equipamentos de proteção individual ............................... 78 Tabela 11 – Tipos de EPI´s – equipamentos de proteção individual........................................ 79 Tabela 12 – Postura no trabalho ............................................................................................... 80 Tabela 13 – Mudanças na área para melhor à atividade........................................................... 81 Tabela 14 – Sugestões para melhorar a atividade na Área da Distribuição ............................. 82 Tabela 15 – Fatores incômodos no ambiente de trabalho ........................................................ 83 Tabela 16 – Outros fatores incômodos no ambiente de trabalho ............................................. 84 Tabela 17 – Sentimento ao cometer um erro............................................................................ 85 Tabela 18 – Reação do chefe diante do erro............................................................................ 86 Tabela 19 – Relacionamento com a chefia............................................................................... 86 Tabela 20 – Realização de atividade extra ............................................................................... 87 Tabela 21 – Trabalho x desempenho........................................................................................ 88 Tabela 22 – Motivos que levaram o funcionário a se ausentar de sua atividade..................... 89 xiii Tabela 23 – Conduta da empresa diante da ausência do funcionário ...................................... 90 Tabela 24 – Retorno ao trabalho............................................................................................... 91 Tabela 25 – Conduta dos colegas ............................................................................................. 92 Tabela 26 – Caracterização do estado de saúde ....................................................................... 92 Tabela 27 - Falta ao trabalho .................................................................................................... 93 Tabela 28 – Motivo de falta ao trabalho................................................................................... 94 Tabela 29 – Fórmula para identificar custos do absenteísmo................................................... 96 Tabela 30 – Apresentação de atestado na falta ao trabalho ...................................................... 96 Tabela 31 – Influência das atividades de recursos humanos no absenteísmo .......................... 97 Tabela 32 – Plano de controle do absenteísmo ...................................................................... 103 xiv SUMÁRIO Resumo .................................................................................................................................................................vii Abstract ...............................................................................................................................................................viii Lista de ilustrações ............................................................................................................................................... ix Listas de tabelas..................................................................................................................................................... x 1 INTRODUÇÃO 1 1.1 TEMA E PROBLEMA PESQUISA .................................................................................... 1 1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA OU HIPÓTESES DE PESQUISA .............................................. 2 1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................. 3 1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................... 3 1.3.2 Objetivos específicos.................................................................................... 3 1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 3 1.5 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO ...................................................................... 5 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 2.2 7 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ............................................ 7 2.1.1 Conceito de administração............................................................................ 7 2.1.2 Administração científica e teoria clássica .................................................... 9 2.1.3 Teoria das relações humanas / escola humanística da administração ........ 10 2.1.4 Teoria neoclássica....................................................................................... 11 2.1.5 Teoria da burocracia ................................................................................... 13 2.1.6 Teoria estruturalista .................................................................................... 14 2.1.7 Teoria dos sistemas..................................................................................... 15 2.1.8 Teoria comportamental............................................................................... 16 2.1.9 Teoria das contingências ............................................................................ 19 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS ............................................................................ 20 2.2.1 Contexto histórico e evolução da gestão de recursos humanos.................. 21 2.2.2 O papel da administração de recursos humanos......................................... 24 2.2.3 As funções e as atividades da administração de recursos humanos ........... 26 2.2.4.1 Planejamento de administração de recursos humanos................................ 28 2.2.4.1.1 Fatores interferentes ............................................................................... 31 a) Rotatividade................................................................................................ 31 b) Absenteísmo: aspectos teóricos e operacionais .......................................... 32 • Principais objetivos para o levantamento do absenteísmo ......................... 33 xv 2.2.4.2 Recrutamento e seleção .............................................................................. 38 2.2.4.3 Carreira ....................................................................................................... 43 2.2.4.4 Treinamento e desenvolvimento................................................................. 45 2.2.4.5 Remuneração .............................................................................................. 48 2.2.4.6 Avaliação de desempenho .......................................................................... 51 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS 53 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................. 53 3.2 SUJEITOS DA PESQUISA ............................................................................................ 54 3.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS ............................................................................. 57 3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................... 60 3.5 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS RELACIONADOS À ANÁLISE .......................................... 61 3.6 3.5.1 Definições constitutivas dos conceitos relacionados à análise................... 61 3.5.2 Definições operacionais dos conceitos relacionados à análise................... 62 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ....................................................................................... 62 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 64 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA VONPAR ............................................................................... 64 4.2 OS PRINCIPAIS MOTIVOS DE AUSÊNCIA PERMITIDOS NO ÂMBITO DA VONPAR REFRESCOS S.A. – UNIDADE ANTÔNIO CARLOS...................................................... 67 4.3 A SISTEMÁTICA DE CONTROLE DA FREQÜÊNCIA ...................................................... 68 4.4 OS ÍNDICES DE ABSENTEÍSMO DOS FUNCIONÁRIOS ................................................... 70 4.5 OS PRINCIPAIS MOTIVOS DO ABSENTEÍSMO NA ÁREA DE DISTRIBUIÇÃO .................. 73 4.6 A INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES DE RECURSOS HUMANOS NO ÂMBITO DA EMPRESA 98 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 100 REFERÊNCIAS 104 APÊNDICES A (entrevista com a administração) 108 APÊNDICES B (questionário de opiniões) 110 APÊNDICES C (roteiro de perguntas) 113 APÊNDICES D (questionário de opiniões – pré-teste) 115 1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema e problema pesquisa Diante das constantes oscilações mercadológicas, por motivos adversos, como: aumento da inflação, de recessão, do desemprego, e oscilação do dólar, gestores organizacionais, nos momentos em que precisam tomar ações para reduzir os custos, tem buscado alternativas por meio dos cortes no orçamento, mais especificamente a redução do quadro de funcionários. Entretanto, nesses momentos, é que os administradores acabam comprometendo o desenvolvimento da empresa, pois demitindo ou cortando benefícios, acreditam que estão resolvendo o problema, porém na prática podem estar gerando um problema ainda maior, já que, provavelmente, essas atitudes tendem a gerar insatisfação e desmotivação entre os funcionários, o que pode vir a se manifestar por meio do absenteísmo. Frente a isso, convém enfatizar que o absenteísmo, de certa forma, comporta-se como um relevante indicador para direcionar a gestão das políticas e práticas de recursos humanos, com vistas a tornar o planejamento de recursos humanos coerentes com as estratégias organizacionais (CHIAVENATO, 2002). Ao estudar o assunto absenteísmo dentro das organizações, ou mais especificamente ao estudá-lo na Vonpar Refrescos S/A – unidade Antônio Carlos, que é empresa do Grupo Vonpar, com Matriz em Porto Alegre, franqueada Coca-Cola no Rio Grande do Sul possuindo 73,5% de área de cobertura e Santa Catarina com 100% de área de cobertura. A empresa possui sua atuação voltada para o marketing e serviços, sendo que, de acordo com o material disponível no site da empresa, há uma ênfase em: qualidade, atendimento, distribuição e relacionamento operando na fabricação e distribuição de bebidas das linhas Coca-Cola e na distribuição de bebidas das linhas Kaiser e Água Mineral Charrua. No entanto, conforme o diagnóstico realizado durante o estágio do sexto período, pôde-se constatar que a empresa possui alguns aspectos aparentemente falhos, sendo que um deles foi o possível ajuste na gestão de recursos da organização no que tange ao gerenciamento do absenteísmo (faltas ao trabalho). 2 Neste sentido, destaca-se a importância no ato de se gerir os membros de uma organização. Com base nessa linha de raciocínio, estudiosos como Fidelis e Banov (2006) ressaltam que o absenteísmo é um fator que evidencia as possíveis inadequações das práticas de gestão de pessoas ao seu real contexto organizacional. Desta forma, o controle mais eficaz do absenteísmo se torna primordial para apoiar os gestores em suas decisões. Sendo assim, estabelece-se o seguinte problema de pesquisa. Quais os motivos do absenteísmo na Vonpar Refrescos S.A - unidade Antônio Carlos? 1.2 Perguntas de pesquisa ou hipóteses de pesquisa Diante do problema de pesquisa descrito, foram formuladas algumas perguntas motivadoras desse trabalho: • Quais são os motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos? • Qual sistemática de controle de freqüência das pessoas no trabalho utilizada pela empresa em questão? • Quais são os índices do absenteísmo na Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos? • Quais são os principais motivos de absenteísmo dos empregados da área com maior índice de afastamento ao trabalho? • Qual a influência das atividades da área de recursos humanos sobre o absenteísmo, na referida empresa? 3 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Com base no problema de pesquisa, anteriormente, exposto, definiu-se este objetivo geral: analisar os principais motivos do absenteísmo na Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos. 1.3.2 Objetivos específicos • apontar os motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos; • descrever a sistemática de controle da freqüência das pessoas no trabalho utilizada pela empresa em questão; • verificar os índices de absenteísmo dos funcionários; • identificar os principais motivos do absenteísmo na área que apresenta o maior índice de afastamento ao trabalho; • descrever a influência das atividades de administração de recursos humanos no absenteísmo. 1.4 Justificativa A sociedade moderna e a realidade do mercado global têm acarretado em resultados positivos e negativos às organizações, dependendo do grau de desenvolvimento industrial do país em evidência, como: a concorrência, a competitividade e do nível de dependência econômica e tecnológica em relação aos outros países. Desta forma, a diversidade encontrada entre funcionários e ou talentos humanos podem superar as barreiras e satisfazer as necessidades de crescimento e evolução da comunidade sob o ponto de vista social e empresarial (FIDELIS; BANOV, 2006). 4 Diante disso a gestão de recursos humanos passou a ocupar um espaço de destaque dentro das empresas, a visão a ela atribuída como genuinamente burocrática está mudando, e hoje seu papel está muito mais relacionado à gestão de pessoas, ou seja, gerenciar o capital humano da empresa servindo como elo, em que sua principal atividade é facilitar a comunicação entre os funcionários e a alta administração. Para Bohlander et al. (2003), capital humano refere-se ao valor econômico do conhecimento, das habilidades e das capacidades da empresa. Entretanto, constata-se que a maioria das empresas encontra dificuldades em manter trabalhadores fiéis nas atividades que desempenham, representando inclusive prejuízos para a mesma. A ausência do funcionário do seu local de trabalho tem gerado grandes problemas para as organizações, uma vez que possuem uma estrutura enxuta. Porém, percebe-se que as empresas têm sérios problemas organizacionais, principalmente no que tange a motivação e a satisfação para o trabalho, seguindo ainda a visão taylorista de racionalização do trabalho, contribuindo para o aumento do absentismo (MATOS, 2003). O absenteísmo é uma expressão utilizada para designar a falta do empregado ao trabalho. Isto é, a soma dos períodos em que os empregados de determinada organização se encontram ausentes do trabalho, não sendo a ausência motivada por desemprego, doença prolongada ou licença legal (CHIAVENATO, 1994). Em meio a isto, existe dificuldade de encontrar o agente causador da ausência dos funcionários no desempenho de suas atividades, este sendo considerado o mais difícil de identificar. Ao se afastarem de suas atribuições, os mesmos comprometem a organização do trabalho, e a avaliação dos fatores e a causa efetiva destes, interferindo na produtividade e nos aspectos subjetivos relacionados ao algo índice de absenteísmo (MATOS, 2003). O presente estudo consiste em contribuir para uma análise mais profunda, diagnosticando os fatores/influências que levam ao crescimento ou não do absenteísmo na empresa, uma vez que este tem custos reais e podem afetar a sua produtividade. Posto isso, para a empresa o estudo possibilitará uma análise mais detalhada das possíveis causas do absenteísmo, viabilizando o direcionamento de ações para a tomada de decisão. Como acadêmica este estudo oportunizará correlacionar a teoria com a prática, aplicando o aprendizado adquirido durante estes anos no meio acadêmico, principalmente na área de recursos humanos que vem ganhando espaço dentro das empresas e no mercado, pois 5 muitas organizações vêem percebendo que para se diferenciarem competitivamente precisam investir na melhoria dos serviços prestados, e serviço envolve pessoas, e pessoas despreparadas e insatisfeitas podem gerar grandes prejuízos para as mesmas. Esta análise para a sociedade tem como premissa demonstrar o quanto ela tem a perder com o absenteísmo, pois todos perdem: a empresa, o governo e a comunidade, uma vez que estudiosos como Hall (1984), afirma que a ideologia empregada em uma organização acaba impactando na vida particular do funcionário. Além dos argumentos mencionados anteriormente, para outros pesquisadores, o estudo possibilitará uma visão sistêmica da importância da gestão de recursos humanos para as empresas, e de como as mesmas podem se beneficiar quando da análise do índice de absenteísmo, possibilitando inclusive avaliar a satisfação de seus funcionários por meio deste indicador, o que pode facilitar a tomada de ações mais imediatas e precisas, principalmente no momento em que tanto se fala na valorização do capital humano. Além disso, viabiliza estudos mais profundos neste contexto, já os autores Bohlander et al. (2003), afirmam que as empresas com diferencial competitivo no século XXI serão aquelas que conseguirem captar, armazenar e alavancar melhor o que seus funcionários sabem. 1.5 Apresentação geral do trabalho O presente trabalho de conclusão de curso é descrito em cinco capítulos. Sendo que a primeira descrição refere-se à introdução do trabalho, parte em que é contextualizado o tema do problema, juntamente com os objetivos e a justificativa da pesquisa. Nessa primeira descrição, apresenta-se a importância do estudo do absenteísmo nas organizações e depara-se com a problemática encontrada pelo pesquisador. No capítulo a seguir, aborda-se a fundamentação teórico-empírica é dividida em duas partes. Na primeira, são apresentadas algumas considerações sobre a evolução histórica da teoria da administração como: conceito de administração; a administração científica e teoria clássica; teoria das relações humanas / escola humanística da administração; teoria neoclássica; teoria da burocracia; teoria estruturalista; teoria dos sistemas; teoria comportamental e a teoria das contingências. Na segunda parte, descreve-se sobre a importância da gestão de recursos humanos dentro das organizações, como: contexto histórico 6 e evolução da gestão de recursos humanos; o papel da administração de recursos humanos; as funções e as atividades da administração de recursos humanos citando o planejamento de administração de recursos humanos e os fatores interferentes (rotatividade e absenteísmo motivo deste estudo); recrutamento e seleção; carreira; treinamento e desenvolvimento; remuneração e avaliação de desempenho. No terceiro capítulo são apresentados os aspectos metodológicos, como a caracterização da pesquisa; os sujeitos da pesquisa; os procedimentos e instrumentos de coleta de dados; o tratamento e análise dos dados; a definição das categorias de análise e por último as limitações da pesquisa. No quarto tópico são apresentados e analisados os dados, descrevendo caracterização da Vonpar e o absenteísmo. O quinto capítulo descreve-se as considerações finais sobre o trabalho em questão. No sexto são apresentadas as referências bibliográficas e por último os apêndices: a) entrevista com a administração; b) questionário de opiniões; c) roteiro de perguntas e d) questionário de opiniões – pré teste. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação teórico-empírica abrange temas como à administração em geral, tendo como propósito à identificação da necessidade de abordar a gestão de recursos humanos e a necessidade de se gerenciar um indicador de grande importância, contudo ainda pouco analisado por um grande número de empresas: o de absenteísmo. O absenteísmo, além de ser um termômetro, em muitos casos, em que possibilita à empresa medir a satisfação dos trabalhadores, oportuniza um controle mais eficaz de quanto à mesma desembolsa, e quanto isto pode afetar a sua saúde, principalmente para as empresas que não incluem essa despesa no seu planejamento de recursos humanos, pois acreditam que este evento seja de pouca significância (CHIAVENATO, 2002). Neste sentido, serão abordados os seguintes assuntos: evolução histórica da teoria da administração; conceitos da gestão de recursos humanos, tal como suas funções e atividades, enfatizando, de forma significativa o planejamento de administração de recursos humanos e o absenteísmo, objeto deste estudo. 2.1 Evolução histórica da teoria da administração Ao longo dos tempos, o homem vem acompanhando e participando ativamente das mudanças que estão ocorrendo, com base no aprendizado e também das necessidades que surgem levam-no a buscar novas formas de fazer determinada atividade, uma vez que o mercado encontra-se em constante mutação (SILVA, 2001). Para melhor entendimento e percepção das mudanças, apresenta-se na seqüência o pensamento de alguns autores: os conceitos de administração, as escolas de administração clássica; científica; humanística; neoclássica; burocrática; estruturalista; sistemas; decisões, comportamental, contingências e institucional. 2.1.1 Conceito de administração A administração existe desde que o homem passou a viver em comunidade, passando pôr grandes transformações. Sendo que uma das maiores mudanças foi com a Revolução 8 Industrial, em que ocorreu uma migração do trabalho agrário para o trabalho industrial. Com a Revolução Industrial surgiu uma nova forma de executar as tarefas, ou seja, o trabalhador passou a ficar responsável por uma única etapa do produto final, diferente da maneira que vinha sendo realizado, em que o trabalhador era responsável por todas as etapas do processo, quer este fosse cuidar da casa, cuidar da plantação ou desenvolver uma ferramenta (SILVA, 2001; MAXIMIANO, 2002). De acordo com Maximiano (2002) existem duas fontes principais que originam os conhecimentos administrativos: a experiência prática e os métodos científicos. Para ele, os conhecimentos resultantes da experiência prática surgiram com as primeiras organizações humanas, em que os administradores passaram a formar uma bagagem de informações resultantes da transferência de conhecimentos. A segunda fonte se refere à aplicação dos métodos científicos à observação das organizações e dos administradores. A administração pode ser a solução para os mais graves problemas que atualmente afligem o mundo pós-moderno, contemporâneo. Para Caravantes et al. (2005, p.5). Se administração é, simultaneamente, ciência e arte, então deveremos investir nosso tempo e talento não só no estudo de tempos e movimentos, fluxos, reorganizações e reengenharias, mas também na reflexão sobre temas como qualidade, engajamento e motivação pessoal, criatividade e autodesenvolvimento. Enfim, administrar é saber identificar e interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação (CHIAVENATO, 2000). A administração passou por vários processos de transformações ao longo dos tempos, afetando principalmente os trabalhadores, que abandonaram as atividades artesanais passando a trabalhar em linhas de produção, o que afetou profundamente sua vida, pois por meio desta nova forma de trabalho também vieram às doenças e consequentemente as faltas ao trabalho. A seguir, serão abordadas algumas teorias e a sua importante contribuição, bem como a sua influência tanto para as organizações, bem como para os trabalhadores. 9 2.1.2 Administração científica e teoria clássica Na abordagem clássica da administração, pode-se citar Taylor como um dos precursores da administração científica que enfatizou as tarefas, e buscou assegurar a racionalização, na redução dos tempos de execução do trabalho do operário, também conhecido como tempos e movimentos (ROBBINS, 2000). Com base em suas experiências no período que ficou conhecido como a Revolução Industrial, Taylor focou nas tarefas. Seu objetivo básico era aumentar a produtividade do trabalhador, por intermédio da divisão de tarefas. Chamando seu método para a compreensão do trabalho e a melhoria na eficiência do trabalhador “a única maneira correta”. Por meio de um estudo científico da sistemática do trabalho do empregado, para alcançar uma maneira melhor de realizar tal trabalho, garantindo maior produtividade para o empregador, e máxima prosperidade para os trabalhadores (MONTANA; CHARNOV, 1999; SILVA, 2001). Taylor teve vários seguidores entre eles Henry Ford. Na sua visão, do mesmo modo que na de Taylor, a empresa divide-se em dois níveis distintos: planejamento e execução. Sendo no planejamento, as tarefas elaboradas pelos especialistas, já a execução é de responsabilidade dos operários, ou seja, não precisam pensar para realizar a atividade (SILVA, 2001). “Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de administração eficiente individual que a história conhece” (SILVA, 2001, p. 131). Contudo, na teoria clássica, em que Henri Fayol foi considerado o pai da administração moderna, iniciou-se separando a habilidade administrativa do conhecimento técnico, pois segundo Fayol o desenvolvimento organizacional depende muito mais da habilidade administrativa do que, efetivamente, da habilidade técnica, ou seja, o profissional que possui alta habilidade administrativa, e pouca habilidade técnica: será muito mais útil para a organização (SILVA, 2001). Cabe destacar que as idéias de Fayol ainda são consideradas na atualidade por grande parte dos administradores (SILVA, 2001, p.148). Os princípios gerais de administração sugeridas por Fayol são: divisão de trabalho, autoridade e responsabilidade, disciplina, unidade de direção, unidade de comando, subordinação do interesse individual ao interesse geral, remuneração do pessoal, centralização, cadeia escalar, ordem eqüidade, estabilidade do pessoal nos cargos, iniciativa e espírito de equipe. 10 Fayol estabeleceu que, a administração é função distinta das demais funções da empresa, como: finanças, produto e distribuição. Apresentando que administração compreende cinco funções: planejamento, organização, comando coordenação e controle que são utilizadas até hoje por muitas organizações (MAXIMIANO, 2002). Vários autores como Montana e Charnov (1999); Chiavenato (2000) e Silva (2001), enfatizam que os trabalhos de Taylor e Fayol foram complementares; ambos compreenderam que a chave do desenvolvimento industrial estava em resolver os problemas com os funcionários e a forma como administrá-los. Ambos foram pioneiros e prestaram uma grande colaboração ao moderno pensamento administrativo. Na seqüência será descrita a teoria das relações humanas e/ou escola humanística da administração, que procurou enfatizar as pessoas, antes direcionadas para as tarefas (Taylor) e na estrutura (Fayol), ou seja, passando dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos (CHIAVENATO, 2000). 2.1.3 Teoria das relações humanas / escola humanística da administração A escola das relações humanas surgiu em virtude de um movimento contrário ao desrespeito ao trabalhador devido aos rígidos métodos científicos de trabalho adotados pela teoria clássica. Elton Mayo concentrou-se no homem e seu grupo social, ou seja, a preocupação passa dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos. Com foco para a humanização e democratização, desenvolvendo as ciências humanas (SILVA, 2001; CHIAVENATO, 2000). Para Mayo o desempenho das pessoas tem muito mais relação com fatores emocionais ou comportamentais do que formas de trabalho, e que a organização deveria ser observada como um sistema social e não apenas econômico ou industrial, para melhor entender os funcionários e sua força (MAXIMIANO, 2002). De acordo com Silva (2001, p. 201) Mayo “foi responsável pela coordenação e realização da experiência de Hawthorne, que desencadeou uma série de descobertas sobre o comportamento humano no trabalho”. Esta experiência tinha como objetivo básico identificar de que modo fatores ambientais influenciavam na produtividade dos trabalhadores. Como resultados a organização industrial passou a considerar duas funções básicas: a função econômica e a função social. A 11 administração passou a utilizar novas palavras e a dar importância aos seus significados: motivação, liderança, comunicação, organização informal e dinâmica de grupo (CHIAVENATO, 2000). A organização passa a ser considerada como um conjunto de seres humanos que carecem de motivação, incentivos e estímulos para produzirem, já a próxima teoria neoclássica, surgiu baseada nas experiências da teoria clássica, desconsiderando os excessos e deturpações da mesma. 2.1.4 Teoria neoclássica A teoria neoclássica emergiu da necessidade de utilizar-se do aprendizado e dos conceitos significantes da teoria clássica; contudo, não levou em conta os excessos e deturpações da mesma, acoplando-os com outros conceitos, também com significância, de outras teorias administrativas. Para o alcance de objetivos a teoria neoclássica percebeu a administração como um processo de aplicação de princípios e de funções (CHIAVENATO, 2000). “Todas as teorias administrativas se assentaram na teoria clássica, seja como ponto de partida, seja como crítica para tentar uma posição diferente, mas a ela relacionada intimamente" (CHIAVENATO, 1993, p.223). Os autores e estudiosos neoclássicos como: Peter F. Drucker, Ernest Dale, Harold Koontz, Cyril O´Donnell, Michael Jucius, William Newman, Ralph Davis, George Terry, Morris Hurley, Louis Allen, entre outros, reafirmaram todos os postulados clássicos, dando ênfase aos resultados e objetivos organizacionais focalizando-se, principalmente, na prática administrativa, não deixando de considerar os aspectos humanos e do comportamento grupal dentro da organização (CHIAVENATO, 1983; CARAVANTES et al., 2005). Foram considerados três importantes macros que induziram a teoria neoclássica: processo administrativo (planejamento, organização, direção e controle); tipos de organização (características básicas da organização formal, organização linear, organização funcional, organização linha “staff”, comissões); e a departamentalização (tipos de departamentalização, escolhas de alternativas de departamentalização e apreciação crítica da departamentalização), esses três importantes macros serviram de grande valia para o desenvolvimento organizacional (CHIAVENATO, 2000). 12 De acordo com Caravantes et al. (2005), a estrutura de organização do tipo linear, funcional e linha staff, as relações de linha e assessoria, o problema da autoridade e responsabilidade, a departamentalização e toda uma avalanche de conceitos clássicos são realinhados dentro da nova abordagem neoclássica. Chiavenato (1983) aborda as características principais da teoria neoclássica que são: a ênfase na prática da administração; a reafirmação relativa dos postulados clássicos; a ênfase nos princípios gerais de administração; a ênfase nos objetivos e nos resultados; e o ecletismo da teoria neoclássica. A abordagem neoclássica é uma retomada da teoria clássica de forma atualizada e redimensionada às questões atuais. Sendo que as respostas aos problemas organizacionais não se encontram em uma única teoria, mas em várias, cada uma com as suas contribuições. Caravantes et al. (2005) afirmam que toda organização existe, não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir resultados. É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser dimensionada, estruturada e orientada. Daí a ênfase colocada nos objetivos organizacionais e nos resultados pretendidos como forma de avaliar o desempenho das organizações. Os objetivos são valores visados ou resultados desejados pela organização. A organização espera alcançá-los por meio de sua operação eficiente. Se a operação falha, os objetivos são parcialmente alcançados ou simplesmente frustrados. São os objetivos que justificam a existência e operação de uma organização. Um dos melhores produtos da teoria neoclássica é a chamada administração por objetivos (APO). “Nesse sentido, como os autores clássicos, os neoclássicos procuraram prescrever princípios básicos apoiados na experiência e na pesquisa e que visam facilitar o trabalho do administrados” (CHIAVENATO, 1983, p. 168). Diante do exposto, é possível constatar que não existe teoria certa ou errada, melhor ou pior, o que realmente importar para uma organização obter crescimento, é ir mesclando com um pouco de cada teoria para se adaptar a este mercado tão competitivo. A teoria da burocracia será a próxima abordagem, enfatizando sua importância dentro da organização, pois com o crescimento e desenvolvimento tecnológico as empresas foram percebendo e sentindo necessidade de ordem e exatidão e das reivindicações dos trabalhadores por um tratamento justo e imparcial. 13 2.1.5 Teoria da burocracia Com a teoria da burocracia, Weber pretendeu dar as bases de um modelo ideal e racional de organização a ser aplicado em empresas de qualquer ramo de atividade. A organização burocrática mostrou carências de flexibilidade e inovação, e que no decorrer da história foi se percebendo a importância das organizações formais na sociedade moderno, tanto que inúmeros cientistas como: Max Weber, Amitai Etzioni, Blau e Scott, entre outros, dedicaram grandes período de suas vida para estudá-las (MAXIMIANO, 2002). Em virtude do crescimento em tamanho e complexidade das organizações, percebeuse a necessidade de implantar um modelo de organização racional que abrangesse muitas variáveis envolvidas. Para conseguir eficiência, a burocracia detalha minuciosamente como as coisas deverão ser feitas. Segundo Max Weber, a burocracia tem as seguintes características: caráter legal das normas e regulamentos; caráter formal das comunicações; caráter racional e divisão do trabalho; impessoalidade nas relações; hierarquia de autoridade; rotinas e procedimentos estandardizados; competência técnica e meritrocacia; especialização da administração que é separada da propriedade; profissionalização dos participantes e, completa previsibilidade do funcionamento (CHIAVENATO, 2000). De acordo com Silva (2001), o pesquisador John Child, que investigou empresas de negócio na Inglaterra, concluiu em sua pesquisa que quanto mais a empresa crescia mais crescia também a burocracia e conseqüentemente levava essas empresas a obter um fraco desempenho, expresso em termos de lucro e outros indicadores econômicos. Contudo Weber defendia a burocracia como sendo uma organização cujas conseqüências desejadas se resumem na previsibilidade do seu funcionamento no sentido de obter a maior eficiência da organização. Contudo, ao estudar as conseqüências previstas da burocracia que a conduzem à máxima eficiência, notou-se também as conseqüências imprevistas e que a levam a ineficiência e as imperfeições. Essas conseqüências imprevistas levaram o nome de disfunções da burocracia. Sendo que cada disfunção é uma ação não prevista de acordo com o modelo weberiano. As disfunções da burocracia são as seguintes: internalização das normas; excesso de formalismo e papelário; resistência a mudanças; despersonalização do relacionamento; categorização do relacionamento; superconformidade, exibição de sinais de autoridade e dificuldades com clientes (CHIAVENATO, 2000). Cada teoria emergente baseou-se nas anteriores para sua formação, aproveitando os pontos positivos e, que deram certos e, criticando o que acreditavam não ser adequado para a 14 organização. Com a teoria estruturalista que segue, não foi diferente, a mesma baseou-se nas teorias da burocracia e relações humanas, criticando a organização formal. 2.1.6 Teoria estruturalista A palavra estrutura tem sido usada há algum tempo tanto nas ciências físicas quanto no campo social. Segundo Ferreira (1993, p.234) “estrutura significa disposição e ordem das partes de um todo, ou ainda, um todo, considerado a forma por que se dispõem as suas partes”. Já estruturalismo, “é interpretado como sendo uma teoria e metodologia de estudo da língua como um sistema de elementos relacionados entre si” (FERREIRA, 1993, p.234). O estruturalismo marcou sua presença no campo da administração por sugerir o estudo das organizações num sentido mais amplo e absoluto, considerando todos os fatos que entrevêem, tanto internos como externos, e submetendo-os a uma análise comparativa global (SILVA, 2001). Chiavenato (2000) enfatiza que a teoria estruturalista representa um desdobramento da teoria da burocracia e uma leve aproximação à teoria das relações humanas. Representa também uma visão extremamente crítica da organização formal. As origens da teoria estruturalista na administração foram as seguintes: a oposição surgida entre a teoria tradicional e a teoria das relações humanas; a necessidade de visualizar a organização como uma unidade social; a influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo das organizações e, por último, o novo conceito de estrutura. O nome de maior proeminência do estruturalismo é Amitai Elzioni, que se ocupou em analisar os fundamentos das escolas correntes até então conhecidas (clássicas, científicas, da burocracia e das relações humanos) e, julgando-as insatisfatórias, formulou uma síntese do que considerava válido, ao que denominou estruturalismo. Sua crítica foi a duas proposições fundamentais do comportamentalismo e da dinâmica de grupo, que são: a participação nas decisões, em que se delegava poder para questões de pouca importância e que não passava de um meio para conseguir conformidade e consentimento e o segundo se refere ao estudo de pequenos grupos informais, em que não se considerou as suas diferenças como: crenças e valores (SILVA, 2001). Amitai Elzioni enfatiza que é muito estreita a visão da autoridade legítima, como a razão por que as pessoas são submissas; ou seja, a autoridade não legítima afeta o comportamento. Comenta ainda sobre as três formas de 15 poder: coercitivo – conseguido por meio de ameaças, imposições de dor, geração de frustração, deformidades ou morte, controle da satisfação das necessidades fisiológicas; remunerativo – baseado no controle dos recursos econômicos, tais como salários, contribuições, comissões, benefícios, serviços, e mercadorias; normativo – baseado na manicupalação de recompensas simbólicas, tais como alocação de liderança, de prestígio, de estima. O poder normativo é também denominado poder moral e social (SILVA, 2001, P.284). Uma das maiores contribuições do estruturalismo, foi no que tange a conclusão da fase do predomínio da escola de relações humanas, que dominavam o mundo da administração (SILVA, 2001). A teoria dos sistemas que será apresentada a seguir surgiu a partir dos trabalhos de Ludwig von Bertalanfy que foram publicados em 1950 e 1968. O trabalho tinha como objetivo, identificar as propriedades, princípios e leis características dos sistemas em geral procurando entender como os sistemas funcionam. 2.1.7 Teoria dos sistemas O sistema significa um conjunto de elementos, dinamicamente relacionados, formando uma atividade para atingir um objetivo, operando sobre dados/energia/matéria para fornecer informação/energia/matéria. A teoria de sistema permite reconceituar os fenômenos em uma abordagem global, permitindo a inter-relação e integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de natureza completamente diferentes (CHIAVENATO, 1983). Maximiano (2000) apresentou algumas idéias básicas da abordagem sistêmica como: todos são formados de partes interdependentes; o observador é que define a natureza dos sistemas; e para enfrentar a complexidade é preciso ter a capacidade de enxergá-las, quem utiliza o enfoque sistêmico aprende a “enxergar sistemas” e a sua complexidade. Durante muito tempo vários estudiosos focaram seus esforços estudando a mecanização de todos os processos nas organizações, descobrindo maneiras de segmentar a estrutura tratando esses segmentos de forma detalhada. Todavia, com o início da era sistêmica, o direcionamento mudou para o “o todo” e não apenas para as partes, porém não deixando de atender sempre que for correlacionado com o todo (KWASNICKA, 1995). 16 A teoria de sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de aplicação na realidade empírica. Contudo, sua importância é significativa tendo em vista a necessidade de se avaliar a organização como um todo e não somente em departamentos ou setores. O mais importante ou tanto quanto é a identificação do maior número de variáveis possíveis, externas e internas que, de alguma forma, influenciam em todo o processo existente na Organização. Outro fator também de significativa importância é o feed-back que deve ser realizado ao planejamento de todo o processo. Entretanto, a teoria dos sistemas começou a ser aplicada a administração principalmente em função da necessidade de uma síntese e uma maior integração das teorias anteriores (Científica, Relações Humanas, Estruturalista e Comportamental) e da intensificação do uso da cibernética e da tecnologia da informação nas empresas (CHIAVENATO, 2000 ). Em uma análise mais crítica da teoria de sistemas, constata-se que essa trouxe uma fantástica ampliação na visão dos problemas organizacionais em contraposição à antiga abordagem do sistema fechado. Seu caráter integrativo e abstrato e a possibilidade de compreensão dos efeitos sinergísticos da organização são realmente surpreendentes. A visão do homem funcional dentro das organizações é a decorrência principal sobre a concepção da natureza humana. Apesar do enorme impulso, a teoria de sistemas ainda carece de melhor sistematização e detalhamento, pois sua aplicação prática é ainda incipiente (CHIAVENATO, 2000). 2.1.8 Teoria comportamental A abordagem comportamentalista, também definida como as novas relações humanas, originou-se do desdobramento da teoria das relações humanas e com o objetivo de tentar a consolidação do enfoque das relações humanas nas teorias das organizações. Esta escola direcionou muitas críticas à teoria clássica (SILVA, 2001). De acordo com Chiavenato (2000, p.387) “comportamento é a maneira pela qual um indivíduo ou uma organização age ou reage em suas interações com o seu meio ambiente e em resposta aos estímulos que dele recebe”. 17 Na teoria comportamental, o foco foi direcionado às variáveis sociais e psicológicas ao trabalho em si. Mayo e seus colegas voltaram à atenção dos administradores aos sentimentos dos trabalhadores como uma fonte de melhoria de produtividade resultando em desempenho organizacional (MONTANA; CHARNOV, 1999). Esta teoria continuou enfatizando as pessoas, porém de forma mais ampla dentro do contexto organizacional, se opondo a teorias como a teoria das relações humanas direcionadas somente para as pessoas, pois seu objetivo era mostrar a importância tanto das pessoas para a organização quanto à organização para pessoas (CHIAVENATO, 2000). A teoria comportamental também formulou críticas à teoria clássica e aos princípios gerais por ela definidos, pela sua rigidez e mecanicismo. O comportamentalismo também critica a teoria da burocracia pelo seu “modelo de máquina” (SILVA, 2001). Foi nesta teoria que se estudou o comportamento individual das pessoas para obter maior compreensão organizacional, e qual o fator predominante que motiva o indivíduo a partir para ação (CHIAVENATO, 2000). De acordo com Silva (2001, p. 228) a “teoria da hierarquia das necessidades de Maslow é uma das mais populares sobre a motivação no estudo da administração e do comportamento organizacional”, além disso, sua teoria está fundamentada na afirmação de que os indivíduos se comportam no sentido de suprir as suas necessidades mais imediatas. Maslow considerou que as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia como se estivessem dispostas em uma pirâmide, seguindo o grau de importância e que uma é conseqüência da outra. Sendo que a primeira são as necessidades fisiológicas que constituem a base. Neste nível estão dispostas as necessidades de alimentação, descanso, moradia, entre outras. A segunda necessidade é a de segurança, ou seja, o indivíduo busca proteção. Já a terceira são as necessidades sociais que aparecem quando as duas primeiras são supridas. O indivíduo neste momento busca se inserir na sociedade, ou seja, busca a aceitação no meio em que habita. A quarta necessidade é a da estima, em que o ser humano se vê e se avalia. Envolvem vários fatores como: a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração. Para finalizar, a quinta necessidade é a da auto-realização que atinge o topo da pirâmide. Esta necessidade tem relação direta com o auto desenvolvimento contínuo (CHIAVENATO, 2000). 18 Entretanto, Clayton Alderfer definiu uma variação da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow, denominada de teoria ERC, ou seja, estabeleceu somente em três níveis de necessidades de motivação dos funcionários – necessidades de existência (E); necessidades de relacionamento (R) e necessidades de crescimento (C). Outra diferença estabelecida entre as teorias de Maslow e Alderfer, é de que a teoria ERC define que mais de uma necessidade pode ser ativada ao mesmo tempo (SILVA, 2001). Frederick Herzberg, entretanto, estabeleceu uma teoria que é uma influência importante da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow. Sua teoria foi derivada da análise de “incidentes críticos”, ou seja, a partir dos resultados de sua pesquisa com diversas pessoas em várias empresas e países, relacionados ao que provoca satisfação ou insatisfação no trabalho, concluiu que no momento em que as pessoas expressavam sua insatisfação com relação ao trabalho, eles falavam de fatores extrínsecos (exterior) ao trabalho, e quando expressavam satisfação, estavam falando de elementos intrínsecos (essencial) ao trabalho. Desta forma Herzberg os denominou de fatores de higiene e de fatores de motivação (SILVA, 2001). Os fatores de higiene representam as necessidades de evitar dor no ambiente, ou seja, esses fatores estão relacionados com sentimentos negativos. Enquanto que os fatores de motivação estão associados com sentimentos positivos dos empregados sobre o trabalho (SILVA, 2001). As teorias X e Y, de McGregor trouxeram grande contribuição no âmbito da administração, simplesmente por apresentar duas formas de se vislumbrar o indivíduo como organização. Em que a teoria X (tradicional, mecanicista e pragmática) é a suposição de que o homem é, por natureza, indolente, evita o trabalho, não tem ambição, desgosta da responsabilidade e prefere ser dirigido, enquanto que a teoria Y, supõe que o indivíduo não é, por natureza, preguiçoso e não-confiável. Contudo, para McGregor a teoria X ainda moldam o aspecto humano de muitas organizações, por outro lado a teoria Y propõe um estilo de administração participativa e democrático baseado nos valores humanos (SILVA, 2001). Muitas outras teorias surgiram e muitas outras ainda surgirão, cabe ressaltar que nenhuma teoria terá validade sem a participação do indivíduo. Na seqüência será abordada a teoria das contingências, que trouxe uma nova maneira de enxergar as organizações e o meio em ela está inserida. 19 2.1.9 Teoria das contingências A abordagem contingencial marca uma nova etapa da teoria geral da administração, pelos seguintes motivos: na teoria clássica a organização foi concebida como um sistema fechado, rígido e mecânico; já a teoria das relações humanas, mesmo criticando o sistema utilizado pela teoria clássica, voltou seus esforços para o lado humano, todavia não se livrou da concepção de organização como um sistema fechado, uma vez, que sua abordagem era voltado para dentro da empresa; também a teoria da burocracia preocupou-se somente com os aspectos internos e formais de um sistema fechado, caracterizando-se por uma concepção introvertida, restrita e limitada da organização. Foi com a teoria contingencial que ocorreu um deslocamento, em que a visão passou de dentro para fora da organização, com ênfase para o ambiente e necessidades ambientais sobre a dinâmica organizacional (CHIAVENATO, 2000). Contingência significa algo incerto ou eventual que pode suceder ou não, dependendo das circunstâncias Não existe um modo melhor de organizar, a estrutura depende do ambiente no qual a organização opera. A abordagem contingencial é eclética, já que o gerente pode fazer uso das técnicas de outros métodos, levando em conta qualquer limitação sob a qual a organização precisa operar, como, por exemplo, com relação ao nível atual de tecnologia disponível. É uma metodologia para determinar a melhor solução possível para um problema organizacional e consiste no esquema passo a passo, realizando uma análise situacional da empresa, ou seja, analise da atual condição da empresa (CHIAVENATO, 2000; SILVA, 2001). A teoria das contingências estabelece que situações diferentes exigem práticas diferentes, apregoando o uso das teorias tradicionais, comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas, para resolver problemas das organizações (SILVA, 2001, p.365). O papel da organização dentro da sociedade é muito mais amplo. Daí a importância da função do administrador, que além de fazer a organização funcionar, precisa apresentar resultados positivos, precisa mudar contínua e constantemente, ajustando-a proativamente ao ambiente cada vez mais mutável e imprevisível. O administrador deve atuar como agente catalisador de resultados e como agente de mudança. As novas abordagens da administração trilham este caminho (CHIAVENATO, 2000). De acordo com a evolução das teorias acredita-se que não haja um método único de administrar, e no decorrer do tempo os administradores eficazes utilizarão a abordagem 20 contingencial, pois esta teoria combina os aspectos mais positivos das outras abordagens. A abordagem da contingência teoricamente afirma que condições e situações diferentes exigem a aplicação de técnicas diferentes de administração. A maneira de se administrar vem passando por constantes transformações ao longo dos tempos como foi descrito, as escolas de administração surgiram diante das necessidades evidenciadas pelas próprias organizações, uma vez que a população crescia e aumentava também a necessidade de se criar mais e mais produtos e serviços para atender esta demanda. O indivíduo faz parte de toda essa evolução, e as organizações vêm percebendo constantemente que para obterem diferencial competitivo necessitam investir no capital humano. Entretanto, percebe-se que as ações direcionadas para a área de recursos humanos nas empresas ainda são tímidas, mas mudar é a única certeza. A seguir será abordada a importância da gestão de recursos humanos dentro da organização e a sua influencia para que a organização continue a crescer. 2.2 Gestão de recursos humanos Em decorrência da importância que se vem dando ao capital intelectual, pois cada pessoa traz para a organização um talento diferente ou até um problema diferente, tem levado muitas empresas a modificarem sua administração de recursos humanos, uma vez que o capital intelectual vem sendo considerado como diferencial competitivo. Este novo cenário tem obrigado muitas organizações a mudarem radicalmente sua visão em relação à área de recursos humanos, pois a mesma deixou de ser puramente operacional passando a agregar várias atividades relacionadas às pessoas como: contratação, treinamento, avaliação, remuneração e oferecer um ambiente bom e seguro aos funcionários da empresa (DESSLER, 2005). Para um melhor entendimento do que vem ocorrendo na administração de recursos humanos, será contextualizados a seguir um breve histórico, e a evolução da administração de recursos humanos, abordando os conceitos. 21 2.2.1 Contexto histórico e evolução da gestão de recursos humanos Diante do crescimento acelerado da população que exigiu novas formas de produzir em quantidades maiores para atender a demanda, foi um dos principais motivos que direcionou da evolução de uma economia agrária, de trabalho em casa, para uma economia industrial. Este crescimento ocorreu principalmente no período da revolução industrial, o trabalhador deixou de ser responsável por todo o processo de produção de um determinado produto, passando a fazer somente uma etapa do produto acabado, criando assim a divisão de trabalho levando a necessidade da administração de pessoas no cenário organizacional (MONTANA; CHARNOV, 1999). Para se ter uma idéia, no início do século XX aproximadamente oitenta por cento (80%) da população brasileira vivia no campo. Demonstrando assim, o fraco poder de pressão do proletariado, fraqueza essa que fica mais evidente quando se considera o pequeno peso das atividades econômicas urbanas numa economia essencialmente agrícola (GIL, 1994). Seguindo o percurso da história, a década de 30 foi marcada pela depressão e pelo surgimento de organizações trabalhistas. Os programas da administração de recursos humanos, iniciados nos anos 20, estavam passando por uma fase de redução, enquanto a ênfase da administração se deslocava mais em direção ao aumento da produtividade e a do trabalhador se dirigia para a estabilidade na empresa. Nesta mesma década era aprovada a Lei Nacional de Relações Trabalhistas, chamadas de Lei de Wagner. Lei esta, que muitas vezes era chamada de Carta Magna do trabalho, que distinguia os sindicatos representativos dos trabalhadores e forçava os empregadores a negociarem coletivamente com os sindicatos. Leis estas que influenciaram de maneira expressiva de como as organizações conduziam seus programas de recrutamento, seleção, remuneração, desenvolvimento e desligamento (MONTANA; CHARNOV, 1999). Com o poder atribuído, os sindicatos passaram a aumentar as exigências trabalhistas, obrigando as empresas a se organizarem. Com isso, as mesmas passaram a inserir em sua estrutura a seção de pessoal. Para gerenciá-la, surge à figura do chefe de pessoal, contratado para cuidar das rotinas trabalhistas, das obrigações, dos direitos e deveres dos trabalhadores e, sobretudo da parte disciplinar (AQUINO, 1979). A administração de pessoal surgiu neste período, porém era de natureza legal, disciplinadora, punitiva e paternalista. As atribuições do chefe de pessoal eram basicamente: burocrática e disciplinar. Não tinham uma preocupação com os aspectos de integração, 22 produtividade e bem-estar dos funcionários, seu papel era administrar papéis e não pessoas (GIL, 2001). De acordo Gil (2001) nas décadas de 40 e 50 a intervenção governamental nas relações trabalhistas se acentuou mostrando às empresas a necessidade de ampliação das funções do departamento de recursos humanos. E, em 1943, ocorreu à promulgação da consolidação das leis do trabalho (a CLT, legislação reguladora do trabalho no Brasil). Em 1945, o movimento operário começou a ressurgir, assegurando o direito ao trabalhador a greve. Mesmo estando ligados ao Ministério do Trabalho, os sindicatos ganharam mais espaço, participando ativamente (GIL, 2001). Segundo Marras (2000), as décadas de 60 e 70 foram marcadas por mudanças consideráveis, pois ocorreu a promulgação de leis de Segurança no Trabalho, Saúde Ocupacional e Pensões. Com militares assumindo o poder em 1964, os sindicatos foram dissolvidos, passando a ser tutelados pelo Ministério do Trabalho. A economia voltou a crescer, porém este período não duraria muito tempo. A partir de 1973 os níveis da inflação voltaram a se elevar, tornando a mão-de-obra mais escassa, situação que fez com que as empresas voltassem suas atenções para os funcionários, olhando certas áreas de recursos humanos pouco consideradas até então, tais como treinamento e desenvolvimento de pessoal, cargos, salários e benefícios (MONTANA; CHARNOV, 1999). Gil (2001) informa que com a progressiva democratização do país, as ações de reivindicações dos trabalhadores começaram a tornar-se mais visíveis, e a negociação passou a integrar as agendas dos empresários. A década de 80 foi marcada pela recessão econômica e pela inflação. Os níveis de desemprego se elevaram significativamente e os trabalhadores passaram a ganhar proporcionalmente menos. Esta situação afetou muito, a área de recursos humanos, em algumas empresas as áreas foram desativadas, inclusive treinamento e desenvolvimento. Outro ponto marcante neste período foi à redução de custos de pessoal, processos e outras despesas gerenciais. A década de 90 se inicia com grandes mudanças nos campos políticos e econômico, com abertura do mercado externo que trazia muitas promessas, porém o que se viu foi o crescimento do desemprego, fazendo que muitos buscassem o mercado informal, ou seja, ausência de garantias trabalhistas (MONTANA; CHARNOV, 1999). 23 Defender o emprego tornou-se a principal motivação dos trabalhadores. Período marcado pela redução da atividade sindical, enfraquecendo o número de paralisações e manifestações de trabalhadores. No entanto a força dos trabalhadores não deixou de ser menos importante, tanto que, nessa década, Governo e empresários passaram a falar de “pacto social”, e as negociações deixaram de ocorrer do portão para fora, passando a entrar na fábrica para negociar com os patrões (GIL, 2001). Para Marras (2000) as próprias organizações foram as grandes responsáveis pelas primeiras mudanças, pois acabaram favorecendo estudos e pesquisas na área acadêmica que fizeram com que houvesse uma valorização de novas posturas de comando como forma de se conseguir otimizar os resultados produtivos das organizações. A área de recursos humanos passou por reduções e reestruturações, não muito diferentes de períodos anteriores, porém percebeu-se mudanças significativas em decorrência da abertura do mercado global. A administração de recursos humanos não é mais a mesma, pois seu papel tornou-se muito mais abrangente, uma vez que o cliente e ou consumidor passaram a ser o principal foco das organizações. Porém muitas coisas precisam ser mudadas, pois ficaram simplesmente no papel, uma vez que o capital intelectual está ganhando cada vez mais espaço, mudando aos poucos o perfil da área de recursos humanos (MONTANA; CHARNOV, 1999). Contudo, Marras (2000) enfatiza que aquelas atividades operacionais, que deram origem à área, ainda fazem parte de suas responsabilidades na grande maioria das empresas no Brasil e no mundo. Percebe-se que em muitas empresas a forma de atuação não difere muito de como era feito no passado, tendo a área, por isso, muitas vezes má reputação e sendo alvo de críticas por outras áreas administrativas. Ulrich (2000, p. 25), em um de seus livros começa com o seguinte questionamento: “Devemos nos livrar do departamento de recursos humanos?”. E persisti: “Ele é freqüentemente ineficaz, incompetente e dispendioso (...) de fato, se a área tivesse de permanecer configurada como está atualmente em muitas empresa, eu teria respondido ‘Sim, devemos aboli-la’”. Em virtude disto, é que se vem percebendo mudanças na postura na forma de agir da área de recursos humanos. De acordo com Shari (2002), a questão essencial convive na necessidade de a área de recursos humanos fazer o possível, dentro de suas limitações, pra melhorar a função de contratação, um dos principais motivos de reclamações na atualidade. 24 Dias (2005) vai além, explica que uma das principais dificuldades da área de recursos humanos, em determinados momentos é a falta de engajamento. Mesmo diante de um cenário que indicava grandes mudanças como: o operacional (folha de pagamentos e gerir plano de saúde corporativos) deveria ser terceirizado, para que pudessem despender de tempo para formular estratégias de gestão de pessoas. Contudo, o novo jeito de pensar recursos humanos foi analisado com muito critério, porém pouca ou quase nada mudou. Diante deste contexto, em meio a tantas mudanças que serão possíveis perceber a seguir, pois serão abordadas algumas atividades do sistema de administração de recursos humanos, em que será possível perceber as mudanças ao longo dos tempos. Os principais pontos abordados são os seguintes: procurou-se trazer o conceito de administração de recursos humanos, abordando sobre o sistema da administração de recursos humanos, como: planejamento de recursos humanos, recrutamento e seleção, carreira, treinamento e desenvolvimento, remuneração e avaliação de desempenho. 2.2.2 O papel da administração de recursos humanos A administração de recursos humanos é o ramo especializado da ciência da administração que envolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. É, pois, a área que trata de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação de pessoa (GIL, 1994, p.13). Diante das novas tendências de mercado e os novos cenários se formando, a área de recursos humanos vem ganhando espaço dentro das organizações, pois cada vez mais elas concluem que o capital intelectual está se tornando seu bem maior, ou seja, seu diferencial competitivo. Mesmo considerando que o papel das pessoas até então tenha sido de grande valia para as organizações, hoje, ele está muito mais focado para que a organização obtenha vantagem competitiva (BOHLANDER et al., 2003). Esta vantagem competitiva será conquistada, por intermédio do capital intelectual, desde que a organização atenda alguns critérios como: valorizar as pessoas, pois as mesmas são fonte de vantagem competitiva desde que sua eficiência seja aprimorada ou a efetividade da empresa; diferenciar os recursos, uma vez que os indivíduos são fontes de vantagem competitiva no momento em que seus conhecimentos, habilidades, e competências não forem 25 iguais ao que a concorrente oferta; difícil de imitar, pois o capital humano se tornará uma vantagem competitiva para a organização quando suas competências forem difíceis de imitar pelo concorrente; e para finalizar os recursos devem ser organizados, visto como a pessoa só será geradora de vantagem competitiva quando seus talentos puderem ser combinados e empregados para atuar em novas atribuições ao serem incumbidas delas (BOHLANDER et al., 2003). Gil (2001) enfatiza que a tendência da gestão de pessoas é tornar-se o mais importante setor da administração. Exigindo do profissional ligado a esta área os conhecimentos técnicos habituais além de conhecimentos relacionados às outras áreas da organização. Para Chiavenato (2004) o sucesso empresarial em um ambiente cada vez mais competitivo de negócios, está relacionado diretamente com a administração eficaz de recursos humanos. Os aspectos como: a estrutura, tecnologia, os recursos financeiros e os materiais são considerados meramente físicos e inertes que necessitam ser administrados inteligentemente por meio de pessoas que constituem a organização. Assim, o diferencial que realmente constitui a dinâmica das organizações, independente de sua estrutura (privadas ou públicas, industriais ou prestadoras de serviços, lucrativas ou não lucrativas, grandes ou pequenas), é o capital intelectual, e são eles os portadores da capacidade para direcionar a organização. As características do capital intelectual de uma organização, seus conhecimentos e habilidades, seu entusiasmo e satisfação com seus cargos, seu senso de iniciativa para gerar riqueza, tudo isso tem um forte impacto na produtividade da organização, no nível de serviços ao cliente, reputação e competitividade, e fazem a diferença em um ambiente altamente competitivo (CHIAVENATO, 2004). O ponto de maior relevância dessa nova ordem econômica é o conhecimento, sendo que a principal geradora dessa riqueza será muito mais a aplicação do conhecimento do que pelo próprio trabalho, e as oportunidades de crescimento e desenvolvimento residem na transformação das organizações em negócios ligados ao conhecimento (GIL, 2001). O grande diferencial será administrar eficazmente recursos humanos, uma vez que constituem o elemento crítico em cada componente da organização, e esta responsabilidade recai sobre todos os gerentes de todas as áreas, seja ela finanças, contabilidade, marketing, produção, compras e inclusive, a administração de recursos humanos (CHIAVENATO, 2004). 26 Para Gil (2001) o gestor de pessoas não deixa de ser um administrador de recursos humanos. Cabe-lhe desenvolver os processos de suprimento, aplicação, desenvolvimento, manutenção e monitoração das pessoas, no entanto, para que possa atuar efetivamente, necessita desenvolver novas atitudes e posturas. Precisa primeiramente considerar os empregados como pessoas e não como meros recursos de que a organização pode dispor a seu bel-prazer. Precisa tratá-los como elementos que impulsionam a organização e não como agentes passivos. Precisa, ainda, tratá-los como pessoas que investem na organização com o capital humano e que têm a legítima expectativa de retorno de seu investimento. Dentre os vários papéis que a administração de recursos humanos necessita desempenhar, tem um que afeta diretamente não somente a organização, mas, principalmente os funcionários, que é o absenteísmo. O controle do mesmo, ainda é pouco avaliado pela maioria das empresas, tanto no aspecto da inclusão no planejamento de recursos humanos, bem como, o lado humano. Este importante indicador oportuniza inclusive avaliar em algumas situações a satisfação dos empregado em relação à empresa. Diante disto, se faz necessário descrever as seguir as funções e as principais atividades da administração de recursos humanos dentro da organização. 2.2.3 As funções e as atividades da administração de recursos humanos Dentre as várias atividades atribuídas à área de recursos humanos e que são de suma importância para o desempenho organizacional está o planejamento de carreiras, o recrutamento, a seleção e remuneração, a oferta e demanda, sindicatos trabalhistas, a capacidade de pagamento de uma empresa e sua produtividade, regulamentações governamentais, treinamento e desenvolvimento, relações trabalhistas e desligamentos (MONTANA; CHARNOV, 1999). Segundo Marras (2000), recursos humanos compõem-se de um conjunto de subsistemas que respondem individualmente para cada uma de suas funções. Segundo este autor, recursos humanos podem se dividir nos seguintes subsistemas: recrutamento e seleção; treinamento e desenvolvimento; remuneração, cargos e salários; higiene e segurança no trabalho; departamento pessoal; relações trabalhistas e serviços gerais. 27 No passado, a área de recursos humanos estava cem por cento (100%) voltada para desenvolver operacionalmente essas atividades se focando basicamente em atividades burocráticas. Como as organizações são sistemas sociais operando dentro dos ambientes maiores, sendo dependente e influenciados por estes, a área foi se modificando e adaptando-se às mudanças ocorridas na sociedade (MARRAS, 2000). De acordo com Gil (2001), a gestão de pessoas possui um amplo leque de atividades, como recrutamento de pessoa, descrição de cargos, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho, entre outros. Para um maior entendimento pode-se classificar estas atividades agrupando-as por categorias amplas, muitas vezes designadas como sistemas. Em virtude das atividades possuírem uma ligação direta, isso dificulta o estabelecimento de um sistema de classificação que abranja todas as atividades, não excluindo nenhuma. No entanto, diferentes autores, desenvolveram classificações diferentes para as atividades de recursos humanos. Aquino (1979) classificou as atividades em procura, desenvolvimento, manutenção e pesquisa. Já Milkovich e Boudreau (2000) apresentam como: recrutamento, desenvolvimento, remuneração e relação com empregados. Finalizando, Chiavenato (1999) define como agregação, aplicação, recompensa, desenvolvimento e monitoração. Percebe-se que existe variabilidade de atividades que são relacionadas à gestão de pessoas. Entretanto, muitas atividades simplesmente o autor escreveu de maneira diferente, por com o mesmo propósito. Evidente, que algumas dessas atividades, podem ser mais complicadas de classificar, possibilitando alguns questionamentos (GIL, 2001). Para Gil (2001, p.25), “o sistema de aplicação envolve as atividades relacionadas ao desenho das atividades que as pessoas irão realizar na empresa, bem como para orientar e acompanhar seu desempenho”, ou seja, o sistema abrange todas as atividades relacionadas ao capital intelectual da organização, proporcionado seu autodesenvolvimento, viabilizando condições ambientais e psicológicas que satisfaçam os funcionários, para que os mesmo desempenhem suas atividades. Possui, no entanto, o sistema de controle e ou monitoração, que tem como objetivo principal, monitorar as atividades relacionadas ao acompanhamento e controle das pessoas e à verificação dos resultados de seu trabalho (GIL, 2001). 28 Quadro 1. Classificação das atividades de gestão de pessoas (GIL, 2001). Sistema de RH Suprimento ou Agregação Atividades - Identificação das necessidades de pessoal - Pesquisa de mercado de recursos humanos - Recrutamento - Seleção Aplicação - Análise e descrição de cargos - Planejamento e alocação interna de recursos humanos Compensação Ou Manutenção - Salários - Benefícios - Carreiras - Higiene e segurança no trabalho - Relações com sindicatos Desenvolvimento ou Capacitação - Treinamento e desenvolvimento de pessoal - Desenvolvimento e mudança organizacional Controle ou Monitoração - Avaliação de desempenho - Banco de dados - Sistemas de informações gerenciais - Auditoria de recursos humanos Os sistemas de classificação mencionados acima tratam das atividades clássicas de recursos humanos. A partir da década de 90, novas atividades foram introduzidas como: motivação, comunicação e liderança, gestão da qualidade e negociação (GIL, 2001). Na classificação apresentada, por Gil (2001), dentro do sistema de recursos humanos, optou-se por estudar as seguintes atividades: planejamento de recursos humanos e os fatores interferentes como a rotatividade, mudanças nos requisitos e o absenteísmo; recrutamento e seleção; carreira; treinamento e desenvolvimento; compensação salarial; avaliação de desempenho e planejamento de recursos humanos. 2.2.4.1 Planejamento de administração de recursos humanos Com a evolução dos tempos, e com mudanças constantes, percebe-se cada vez mais a importância para a organização em possuir uma estrutura de recursos humanos adequada para suportar tantas mudanças. Portanto a organização que adota o planejamento de recursos humanos estará garantindo sua sobrevivência e seu crescimento no mercado em que atua (LUCENA, 1999). 29 De acordo com Pontes (1999, p.109), o planejamento de administração de recursos humanos “visa estimar as necessidades futuras e detectar internamente indivíduos para ocuparem essas vagas”. O planejamento de recursos humanos deve ser elaborado com base nas diretrizes do planejamento global da organização, e que esteja integrada ao negócio da mesma vislumbrando o futuro. Ainda que essa abordagem sistêmica possa gerar a necessidade de serem criadas novas técnicas ou instrumentos de administração de pessoal (LUCENA, 1999). De acordo com Bohlander et al. (2003), à medida que as organizações realizam seu planejamento para o futuro, os administradores de recursos humanos devem preocupar-se em alinhar o planejamento de recursos humanos com o planejamento estratégico como um todo. Para Chiavenato (1999, p.59), “o planejamento estratégico de recursos humanos deve ser parte integrante do planejamento estratégico da organização”, ou seja, por intermédio do planejamento estratégico de recursos humanos, a organização conseguirá atingir seus objetivos como organização, bem como, os objetivos individuais dos funcionários, pois serve como uma reação em cadeia. No planejamento de recursos humanos, os especialistas criam as carreiras segundo as necessidades da empresa. As carreiras são criadas para facilitar a realização dos objetivos organizacionais (MONTANA; CHARNOV, 1999). Montana e Charnov (1999), enfatizam que as funções da administração de recursos humanos: planejamento que está inter-relacionada entre as funções dentro de uma organização. O planejamento dos recursos humanos ajuda a administração no projeto de carreiras, assim como no recrutamento bem-sucedido de pessoas para assumir as posições na carreira. O raio de planejamento dos recursos humanos vai de carreira ou projeto de trabalho, recrutamento e avaliação a projetos de sistema de recompensa e implementação. No entanto, o planejamento dos recursos humanos é diferenciado, pois vê todos esses elementos como partes inter-relacionadas de uma dinâmica total dos sistemas organizacionais. O planejamento de recursos humanos abrange o processo gerencial de identificação e análise das necessidades organizacionais de recursos humanos e o conseqüente desenvolvimento de políticas, programas, sistemas e atividades que satisfaçam essas necessidades, a curto, médio e longo prazos, tendo em vista assegurar a realização das estratégias do negócio, dos objetivos da empresa e de sua continuidade sob condições de mudanças (LUCENA, 1999). 30 Para os autores Bohlander et al. (2003) existem três formas básicas que o planejamento de recursos Humanos e o planejamento estratégico estão ligados: Por meio da linha de ação quanto ao suporte a esse processo. Segunda forma é focalizar o desenvolvimento de competências essenciais, e a terceira consiste em alinhar políticas, programas e práticas em recursos humanos com os requisitos de estratégias de uma empresa. Segundo Werther Jr. e Davis (1983) é por meio do planejamento de recursos humanos, que os executivos se antecipam para ter as pessoas certas nos lugares adequados, nos momentos certos, viabilizando o cumprimento tanto dos objetivos organizacionais como os individuais. Deste modo, o planejamento de recursos humanos visa estimar as necessidades futuras e detectar internamente as pessoas para ocuparem essas vagas. A grande vantagem do planejamento é que as empresas podem agir antes de o fato acontecer; assim, por exemplo, se é conhecido que um líder irá aposentar-se daqui a dois anos, durante esse período de tempo, pode ser preparado alguém para ocupar esse cargo, em vez de somente pensar no problema sucessório quando o fato realmente ocorrer (PONTES, 1999, p. 109). Analisando deste ângulo até parece fácil fazer projeções futuras de necessidade de capital intelectual, porém em meio às tantas mudanças que ocorrerem com maior rapidez e intensidade, por isso ao realizar um planejamento de recursos humanos requer dos executivos análises constantes, para identificar possíveis mudanças referente ao planejado e a realidade do negócio da empresa. Esta flexibilidade exige principalmente mudanças culturais. Hoje, a mudança é a única certeza, e a organização que não acordar para esta realidade está fada ao fracasso (PONTES, 1999). Percebe-se que as mudanças acabam influenciando em todos processos, desta forma o planejamento de recursos humanos deve estar amarrado ao planejamento geral da empresa, e com foco para atingir os objetivos da mesma. Acima de tudo não deixar de considerar os fatores que interferem diretamente no planejamento de recursos humanos, e como conseqüência pode afetar o planejamento da empresa como um todo. Na seqüência serão abordados os fatores de interferência que são: rotatividade, mudanças nos requisitos e absenteísmo, este como foto da presente análise. 31 2.2.4.1.1 Fatores interferentes a) Rotatividade A rotatividade tem se tornada preocupação constante da área de recursos humanos, já que impacta no planejamento estratégico da organização, pois ocorre uma demissão e as respectivas substituições e incorre em despesas para a empresa (FIDELIS; BANOV, 2006). Para Robbins (2002) a “rotatividade é a permanente saída e entrada de pessoal da organização, voluntária ou involuntariamente. Um índice alto de rotatividade resulta em aumento de custos para recrutamento, seleção e treinamento”. Segundo Chiavenato (2002), as causas da rotatividade nas empresas estão diretamente ligadas à política salarial adotada; política de benefícios; oportunidade de progresso profissional oferecida pela empresa; tipo de supervisão; política disciplinar; condições físicas e ambientais de trabalho; motivação do pessoal. Substituir um funcionário requer tempo e é dispendioso. E vale ressaltar que ao se realizar o planejamento de recursos humanos não se deve somente considerar os índices quantitativos de rotatividade, mas também a qualidade dos funcionários que saem. Em geral, os custos podem ser divididos em três categorias: de saída para o funcionário que está saindo, de reposição e de treinamento para um novo funcionário (BOHLANDER et al, 2003). Fidelis e Banov (2006), enfatizam que rotatividade é um dos fatores que prejudica o planejamento de recursos humanos. Em muitos casos, é somente pelo processo de entrevista de desligamento que as informações são obtidas, ficando a área de recursos humanos responsável por transmiti-las aos gestores, no intuito de melhorar continuamente as práticas administrativas no ambiente de trabalho (FIDELIS; BANOV, 2006, p.155). O índice de rotatividade pode ser uma importante ferramenta para que a organização desde que utilizada de forma correta e sistêmica. Outro importante indicador que será abordado a seguir é o absenteísmo, pois por meio dele a empresa pode medir inclusive o clima organizacional. 32 b) Absenteísmo: aspectos teóricos e operacionais Diante de tanta diversidade, as organizações vêm percebendo que as pessoas são partes de extrema importância para o seu desempenho e crescimento. Com o foco mais direcionado para as pessoas as empresas também estão compreendendo que o absenteísmo tem se tornado um problema crucial, uma vez que suas causas estão ligadas a diversos fatores que o tornam difícil de gerenciar (FIDELIS; BANOV, 2006,). Ainda de acordo com os autores, cada vez mais esse cenário torna-se mais visível, já que a permanência das pessoas nas empresas vem diminuindo gradativamente, por fatores que vêm interferindo na saída dessas pessoas, como o absenteísmo (FIDELIS; BANOV, 2006). Para Sobrinho (2002), seu efeito negativo remonta ao período industrial, em que as faltas dos trabalhadores diminuíam a produção, influenciando diretamente na economia. Ele interfere não somente nos custos diretos, bem como nos indiretos, representados pela diminuição da produtividade, diminuição da qualidade e problemas administrativos. Segundo Chiavenato (1999) outro ponto importante a ser observado é de que muitos profissionais de recursos humanos acabam cometendo os mesmos erros na hora de realizar os cálculos referentes à força de trabalho da empresa. Situação esta que acaba refletindo no planejamento de recursos humanos, pois é necessário que na hora de planejar o profissional de recursos humanos considere os índices de absenteísmo, que tem grande representatividade no orçamento. O autor enfatiza: “cada pequena redução nos índices de absenteísmo pode trazer razoável economia para a organização” (CHIAVENATO, 1999, p.69). Diversos significados e contingentes são citados na literatura para designar absenteísmo. Esse termo originou-se da palavra “absentismo” aplicado aos proprietários que deixaram o campo para viver na cidade. Na era industrial, esse termo foi justaposto aos trabalhadores faltosos ao serviço (NASCIMENTO, 2003). Para Fidelis e Banov (2006), o absenteísmo está relacionado entre as horas trabalhadas durante o mês e o número de horas em que o trabalhador fica ausente do seu posto de trabalho em decorrência de faltas, atrasos e saídas antecipadas. 33 Chiavenato (2002) afirma que o absenteísmo significa as ausências dos funcionários ao trabalho, ou seja, é a somatória dos períodos em que os empregado da empresa se encontram ausentes do trabalho, em virtude de atraso e ou devido a alguma causa interveniente. Além desses autores, Magalhães et al., (1995) definem o absenteísmo como sendo as ausências do trabalho devido a licenças, faltas e férias; e Robbins (2002, p. 20) como “o nãocomparecimento do funcionário ao trabalho”. Completando essas definições, Jorge (1995) explana que absenteísmo representa as ausências ao trabalho por faltas e licenças médicas, ou seja, ausências não programadas e reforça que as férias e folgas são excluídas por serem consideradas ausências planejadas dentro de uma jornada de trabalho legal. Behrend e Pocock (1976, apud, NASCIMENTO, 2006) também contribuem para os estudos em torno do absenteísmo, frisando que o absenteísmo não constitui um sintoma de inquietude social tão espetacular como as greves, todavia o volume de tempo perdido é superior. Estes autores definem o absenteísmo como sinônimo de ausência voluntária ao trabalho. Segundo eles, na prática corresponde às ausências dos trabalhadores que não se apresentam ao trabalho, alegando pretextos vazios ou sem alegar qualquer razão para a falta. Desta forma, estabelecer os principais objetivos para o levantamento do absenteísmo, se torna primordial para um diagnóstico mais completo, e acima de tudo elaborar plano com ações que contribuam para a redução do absenteísmo. Como será abordado na seqüência, • Principais objetivos para o levantamento do absenteísmo O aumento do número de faltas e atrasos injustificados tem preocupado a área de recursos humanos, pois isto demonstra o desinteresse por parte do funcionário para com a empresa (FIDELIS; BANOV, 2006). De acordo com os autores Bohlander et al. (2003, p.96) “quando os funcionários faltam, a empresa incorre em custos diretos de salários perdidos e na diminuição da produtividade”. Assim, denota-se a importância da administração do referido índice não só em termos de recursos humanos, mas também no que diz respeito aos aspectos financeiros da empresa. Segundo Robbins (2002), estima-se que o custo anual do absenteísmo para as empresas norte-americanas fica em torno de 40 bilhões de dólares, e 12 bilhões de dólares nas 34 canadenses. Já na Alemanha, a indústria despende de 60 bilhões de marcos anualmente. Esses números demonstram a importância e a necessidade das empresas em diminuir cada vez mais os números do absenteísmo. Fidelis e Banov (2006) afirmam que ao se realizar um diagnóstico do absenteísmo os principais objetivos são de: considerar as horas não trabalhadas e as perdas em decorrência delas, além de auxiliar num possível diagnóstico de problemas dentro da organização e busca de soluções. Citam como exemplo: se a causa do atraso for em conseqüência do trânsito, em que os empregados pegam horários de muito movimento, pode ser alterado o seu turno, adequando seu horário para evitar atrasos. Contudo o absenteísmo pode denotar insatisfação no trabalho, injustiças e oportunidades no mercado. Para Chiavenato (2002), as efetivas causas do absenteísmo são as mais adversas e que necessitam de análises detalhadas dos principais motivos e custos, diagnosticando os tipos, tamanhos e quanto afeta o desempenho organizacional. Aponta como sendo principais causas: doença efetivamente comprovada; doença não comprovada; razões diversas de caráter familiar; atrasos involuntários por motivos de força maior; faltas voluntárias por motivos pessoais; dificuldades e problemas financeiros; problemas de transporte; baixa motivação para trabalhar; supervisão precária da chefia e políticas inadequadas da organização. Os autores explicam que para alcançar os objetivos do levantamento do absenteísmo, as organizações utilizam-se de um ou mais índices para verificar as suas ausências. Esse (s) índice (s) pode (m) ser mensal, trimestral, semestral ou anual, dependendo da prioridade estabelecida pela empresa e de sua cultura organizacional. Não existe uma fórmula-padrão para calcular esse índice. A que tem sido adotada por algumas empresas é a seguinte: Número de horas perdidas Índice de absenteís mo = X 100 Número de horas planejadas Figura 1 - Expressão para se avaliar o índice de absenteísmo. Fonte: Adaptado Fidelis e Banov (2006) Chiavenato (2002) toma como base que o índice de absenteísmo reflete a percentagem do tempo não trabalhado em decorrência das ausências em relação ao volume de atividades esperada ou planejada. Nestes termos, o índice pode ser calculado pela seguinte fórmula: 35 Número de homens / dias perdidos por ausência ao trabalho Índice de absenteísmo = X 100 Efetivo médio X número de dias de trabalho Figura 2 - Fórmula para se calcular o índice de absenteísmo. Fonte: Adaptado Chiavenato (2002) Contudo, a equação acima somente leva em conta os homens/dias de ausência em relação aos homens/dias de trabalho. Desta forma muitas empresas buscam depurar e sofisticar o cálculo do absenteísmo, considerando os atrasos e meias-faltas, substituindo dias por horas por meio da seguinte fórmula (CHIAVENATO, 2002): Total de homens / horas perdiddas Índice de absenteísmo = X 100 Total de homens / horas trabalhadas Figura 3 - Procedimento para se calcular o índice de absenteísmo. Fonte: Adaptado Chiavenato (2002) Ainda conforme o autor, todo índice deve analisar determinado período: semana, mês ou ano. Algumas organizações o calculam diariamente para fazer um comparativo semanal. Para facilitar a compilação do índice de absenteísmo o autor sugere duas abordagens como complemento: a) índice de absenteísmo sem afastados: refere-se ao pessoal em atividade normal, considerando-se apenas as faltas e os atrasos transformados em horas, mas relacionados com: faltas justificadas por motivos médicos; faltas por motivos médicos não justificadas e atrasos por motivos justificados ou não justificados e b) índice de absenteísmo com afastados: é um índice puro relativo ao pessoal afastado por um período de tempo prolongado: férias; licenças de toda espécie e afastamentos por doença, por maternidade e por acidentes de trabalho (CHIAVENATO, 2002). Entretanto, algumas empresas adotam também o índice de absenteísmo direcionados às ausências prolongadas, que incluem: férias, licença-maternidade, afastamento por acidente de trabalho, doenças, etc. O fluxo de trabalho é interrompido e decisões freqüentemente importantes precisam ser postergadas. Nas organizações que dependem da linha de montagem na produção, o absenteísmo é mais que uma interrupção: ele pode resultar em uma drástica perda de qualidade e, em certos casos, até na completa paralisação da fábrica. Níveis de absenteísmo acima do normal, 36 em qualquer caso, causam um impacto direto sobre a eficiência e a eficácia da organização. (ROBBINS, 2002, p.20). Para Chiavenato (2002), a opção pelo índice mais adequado vai depender da finalidade, com que se pretenda utilizá-lo. Cada situação merece ser analisada de acordo com a necessidade da empresa. De acordo com Robbins (2002), são poucas as situações em que o absenteísmo pode ser positivo. Em profissões em que o erro profissional pode ser um risco para a vida de pessoas, como o caso de cirurgiões, se o seu índice de tensão é elevado, é melhor que se ausente e evite riscos e outra pessoa e alto custo a ambas. O autor enfatiza ainda que algumas áreas sofrem mais com a ausência da empresa, principalmente na área de serviços de primeira necessidade. Autores como Fidelis e Banov (2006) e Chiavenato (2002) acreditam que os problemas enfrentados pelas organizações quanto ao absenteísmo demonstra a insatisfação dos funcionários na empresa e provocam a falta de interesse ou falta de percepção quanto ao futuro pessoal e, profissional. As justificativas são as mais variadas para uma falta ou atraso, como: baixo salário; benefícios inadequados que não atendem às necessidades; relacionamento ruim com o superior ou com a equipe; falta de perspectiva profissional e procura de nova oferta de trabalho. Fidelis e Banov (2006) citam ainda outros tipos de ausência, como: a falta ou atraso por problemas de saúde e os afastamentos justificados (acidente do trabalho, auxílio-doença, enfermidade, fisioterapias, maternidade, paternidade, falecimento, entre outros). Para esses autores, a falta do funcionário ao trabalho acarreta em perdas para as empresas, independente se forem remuneradas ou não, pois na ausência do funcionário faltoso outro terá que suprir esta ausência, conseqüentemente pode ocorrer perda de produtividade. Em decorrência do crescimento do absenteísmo, muitas empresas estão adotando estratégia para redimir o problema. A flexibilização nos horários de trabalho com a retirada do relógio de ponto para tornar o trabalho adaptado às conveniências e necessidades pessoais dos empregados; a redução dos seus escritórios e adotando o formato de empresa virtual, fazendo com que muitos empregados façam seu trabalho em casa (home Office) interligado pela tecnologia da informação ao escritório central. É um mundo novo que se descortina, trazendo novos horizontes jamais imaginados pelas antigas gerações (CHIAVENATO, 2002). 37 Robbins (2002) complementa: algumas empresas vêm adotando a modificação de comportamento com o objetivo de aumentar a produtividade dos funcionários e reduzir erros, absenteísmo, atrasos e acidentes, além de ampliar o relacionamento amigável com os clientes, como: utilização de sorteios para a redução do absenteísmo; substituição de ausência remunerada por doença por um plano de recompensa por freqüência; disciplina do funcionário; desenvolvimento de programas de treinamento e criação de programas de mentores. Ações como estas vêm apresentando resultados satisfatórios para as empresas que adotaram. Por exemplo, uma indústria de confecções conseguiu economizar 60 mil dólares em um ano com a redução do absenteísmo. A área de recursos humanos tem papel essencial, e deve direcionar seus esforços na compreensão das causas dessas ausências, propondo ações objetivas para reduzir o nível de absenteísmo nas empresas, tratando o assunto como primordial para apoiar os gestores em suas decisões quanto a possíveis demissões (FIDELIS; BANOV, 2006). Percebe-se o quão importante e necessário o gerenciamento do absenteísmo, tendo claro as faltas amparadas por lei como: casamento, nascimento, falecimento, alistamento, inclusive tendo claro o que efetivamente pode ser considerado ou não como absenteísmo, desta forma é necessário que se identifique às faltas. Outro ponto importante a ser considerado é a questão do banco de horas adotado por muitas empresas e que também pode gerar absenteísmo se não tiver um gerenciamento adequado. O banco de horas é o mecanismo que possibilita a compensação do excesso de horas trabalhas em um dia com a correspondente diminuição em outro, sem o pagamento de horas extras. Contudo, nesse sistema, poderão ser acumuladas 2 horas por dia, durante um período máximo de 12 meses (ou 1 ano). Difere do acordo de prorrogação de horas, por não possuir restrição com relação ao tipo de empregado (NASCIMENTO, 2003). Na seqüência serão abordos os conceitos de recrutamento e seleção e sua importância dentre as atividades de recursos humanos. 38 2.2.4.2 Recrutamento e seleção As ferramentas de recrutamento e seleção são importantes e estão inseridas na estratégia de negócio da organização. Para as empresas que precisam mudar por meio da renovação, é imprescindível atrair pessoas com tal potencial para suprir esta necessidade. Principalmente, em meio à concorrência acirrada, influenciando também na busca por profissionais que somam condições determinantes no diferencial competitivo das empresas. Portanto, o recrutamento e seleção são processos que fazem parte do cotidiano de completar os cargos em abertos, sendo os mais variados instrumentos de se buscar (LIMONGIFRANÇA; ARELLANO, 2002). Antes de realizar o recrutamento se faz necessário definir quais conhecimentos são primordiais para ocupação do mesmo, ou seja, quais conhecimentos a pessoa precisa para desempenhar as atribuições que o cargo requer. Para os autores Bohlander et al.(2001), um cargo é um conjunto de atividades e obrigações relacionadas. Os mesmos devem apresentar clareza e serem distintos quando comparados a outros cargos, desta forma diminuirá conflitos, permitindo que os próprios funcionários percebam o que a empresa espera de cada um. A partir deste momento pode-se seguir para o próximo passo que é o recrutamento. Chiavenato (2002, p.197) conceitua recrutamento como sendo “um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização”, ou seja, é basicamente um sistema de informações, por intermédio do qual a organização divulga e oferece ao mercado de trabalho oportunidades de emprego que pretende preencher. Segundo Carvalho e Nascimento (1998, p.78), o processo de recrutamento nada mais é do que “(...) candidatos potencialmente capacitados para preencher os cargos disponíveis numa determinada empresa”. Sendo assim, o recrutamento torna-se a ligação entre a organização e o mercado de trabalho, conseqüentemente torna-se o ponto de referência inicial entre o candidato a um determinado cargo e a empresa. O recrutamento é feito a partir das necessidades presentes e futuras de recursos humanos da organização. Consiste na pesquisa e intervenção sobre as fontes capazes de fornecer à organização um número suficiente de pessoas necessárias à consecução dos seus 39 objetivos. É uma atividade que tem por finalidade imediata atrair candidatos, dentre os quais serão selecionados os futuros participantes da organização (CHIAVENATO, 2002). Carvalho e Nascimento (1998) consideram que os principais motivos que levam à a contratação de mais funcionários são os níveis de atividade econômica, levando em conta, entre outros, os seguintes: crescimento econômico, taxa da inflação, juros, entre outros e os aspectos sociais, políticos e legais, e as causas internas como: orçamento disponível, plano estratégico, mobilidade interna da força de trabalho: admissões, desligamentos, transferências, promoções, afastamentos por motivos de saúde, aposentadorias, etc. e, por último, os níveis de automatização industrial e administrativa. Para Chiavenato (2002) o recrutamento requer um cuidadoso planejamento, que constitui uma seqüência de três fases descritos na figura 4. O que a organização precisa em termos de pessoas, o que o mercado de recursos humanos pode oferecer, e quais as técnicas de recrutamento a aplicar. Pesquisa Interna: Pesquisa Externa: Necessidade organizacional e de pessoal. O que o mercado de RH pode oferecer: Fontes de recrutamento a localizar e alvejar Técnica de recrutamento a aplicar Figura 4 - As três fases do planejamento do recrutamento. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2002) Para a realização da pesquisa interna o primeiro passo é identificar as necessidades tanto da organização quanto de pessoal, em que existe a procura de possíveis candidatos que preencham a vaga disponível dentro da organização. Para realização de tal evento é imprescindível tomar alguns cuidados, no gerenciamento, evitando assim, a geração de expectativas. Algumas empresas justificam que esse processo gera competição interna, descontentamento e frustração para os candidatos não passarem no processo. Olhando de outro ângulo, o recrutamento interno estimula o desenvolvimento profissional e oferece perspectivas de crescimento na carreira aos funcionários da empresa. O estabelecimento de normas, a transparência e a divulgação ampla das mesmas entre os funcionários, facilitará e minimizará assim eventuais problemas (CHIAVENATO, 2002). 40 De acordo com Carvalho e Nascimento (1998), o recrutamento interno está baseado na circulação do quadro de pessoal dentro da própria organização, envolvendo, entre outros, os seguintes assuntos: transferências e promoções de funcionários; programas de desenvolvimento de recursos humanos e planos de carreira funcional. Pode-se citar algumas vantagens ao se realizar o recrutamento interno, a seguir: o custo reduzido, o conhecimento do perfil do candidato, a melhoria do clima organizacional e a valorização do capital intelectual. Chiavenato (1999) afirma que esses benefícios acrescentam melhor aproveitamento do potencial humano da organização, motivando-os e estimulando-os a permanecerem fiéis à organização. Conforme Carvalho e Nascimento (1998), ao realizar o recrutamento interno a organização se beneficiará da seguinte forma: proximidade, economia, rapidez, conhecimento, promoção e aumento do “Moral” dos funcionários. Todavia apresentam algumas limitações como: insuficiência de recursos humanos internos para cobrir as necessidades de preenchimento de vagas; dificuldades em se conseguir a aprovação de gerentes para liberar seus funcionários para ocupar o novo cargo e frustração por parte dos funcionários que não foram aprovados. Todavia essas limitações não estão sendo consideradas como entraves, pelo contrário o número de oportunidades internas vem crescendo, quebrando paradigmas e mostrando que as vantagens ainda são muito mais compensadoras do que as desvantagens (CARVALHO; NASCIMENTO, 1998). Ainda de acordo com os autores, o recrutamento externo é outra forma de buscar no mercado de trabalho ou em fontes específicas funcionários para o preenchimento do cargo. Porém, esta opção de recrutamento externo deve, primeiramente identificar internamente pessoas capacitadas para ocupar o cargo. Esse critério gera expectativas positivas de carreira, além do sentido de justiça pelo oferecimento de oportunidades aos funcionários comprometidos com os objetivos da empresa. O recrutamento externo possui alguns benefícios que devem ser analisados, levando-se em conta a conjuntura em que a empresa está inserida no momento. Algumas delas: a introdução de novas habilidades; inovação no arranjo dos grupos de trabalho; modernização nas atitudes e disposição do negócio. Carvalho e Nascimento (1998), entretanto, ponderam dois pontos importantes no processo de recrutamento: a coleta de dados para definição do perfil desejado e montagem e 41 divulgação das necessidades de recursos humanos junto ao mercado de trabalho. Sendo que a definição do perfil viabilizará a administração de pessoas uma visão ampla e atualizada da composição do quadro de funcionários da organização, bem como do grau de extensão de sua movimentação. Para Gil (2001) existem vários meios de recrutamento como: o recrutamento dentro da empresa, em que existe um conhecimento mútuo entre organização e funcionário, além de demonstrar que a empresa valoriza o capital humano interno, porém existe um ponto negativo neste tipo de recrutamento, uma vez que pode gerar insatisfação por parte das pessoas quando receberem um não. O outro meio de recrutamento é por intermédio de cartazes por se tratar de baixo custo, indicado para cargos mais simples, até pelo volume de candidatos que atrairá. Outra forma é por meio de anúncios, procedimento este muito utilizado, por atrair muitos candidatos, porém torna-se caro. A Internet é outra forma muito usada atualmente, pois as empresas anunciam os cargos disponíveis geralmente em seus próprios sites e solicitam que os candidatos cadastrem seus currículos. Mesmo diante de tanta eficiência, a utilização da Internet para fins de seleção encontra, ainda, muita resistência por parte da empresa e dos candidatos, situação que vem mudando (GIL, 2001). Por recomendações é, outra forma de recrutar que vem ganhando espaço nas empresas, podendo ser por indicação de pessoas da própria organização ou externas. Esses candidatos geralmente estão pré-dispostos a aceitar o ambiente de trabalho, porém poderá criar uma situação de constrangimentos, caso o candidato não se encaixe no perfil solicitado. Ainda de acordo com o autor (GIL, 2001), entre esses meios pode-se citar o recrutamento de pessoal dispensado, agências, associações profissionais e headhunters (caça-talentos). Cabe à organização definir qual meio lhe dará mais benefício, por isso, da importância de identificar a real necessidade e qual é o tempo disponível, bem como o orçamento para realizar o processo de recrutamento. É necessário avaliar dos resultados obtidos durante o recrutamento quanto à atração e retenção de candidatos com potencial para preenchimento de vagas oferecidas pela empresa ao mercado de trabalho. Esta avaliação do recrutamento pode seguir alguns critérios como: o tempo gasto com para realizar todo o processo de recrutamento; quanto ao número de candidatos com potencial para preencher a vaga; quanto ao custo e, por último, avaliar o tempo de permanência do candidato no emprego (CARVALHO; NASCIMENTO, 1998). 42 O passo seguinte é a seleção de pessoas, que acontece logo após o recrutamento, na realidade um é complemento do outro. Sendo uma atividade que desempenha um papel importantíssimo, pois acaba servindo como uma ferramenta de filtragem de entrada, de classificação e, portanto, restritiva (CHIAVENATO, 2002). Sob o ponto de vista de Wagner III e Hollenbeck (2002), a seleção é uma ferramenta que tem como objetivo principal escolher o candidato adequado para suprir as necessidades da empresa. Para Carvalho e Nascimento (1998), a seleção de recursos humanos tem como foco principal, indicar entre os candidatos recrutados, aqueles que se revelarem mais qualificados na seleção inicial do recrutamento. Ressaltam, que o recrutamento e seleção são duas fases de um mesmo processo. Chiavenato (2002) acredita que por intermédio da seleção poderão resolver dois problemas básicos como o de adequar a pessoa ao cargo e a outra é a eficiência e eficácia da pessoa ao cargo, uma vez que as diversidades humanas são grandes, ou seja, em um mesmo grupo de pessoas são grandes a diferenças encontradas, e são essas diferenças que proporcionam o crescimento e o aprendizado tanto para as pessoas quanto para a organização. Para facilitar a seleção adequada utiliza-se de métodos de seleção que possibilitam fazer a escolha certa em meio há tanta diversidade. Desta forma, um procedimento de seleção pode ser válido quando é capaz de aferir as características que verdadeiramente são importantes para a performance das responsabilidades do cargo que irá ocupar. Esta análise pode ser efetuada por meio da análise dos currículos, testes escritos, testes práticos, testes psicológicos, entrevistas, dinâmica de grupo, análise dos currículos, que são instrumentos úteis para rastrear as informações. Todavia, na maioria dos casos, são insuficientes para proporcionar uma visão real do candidato. Por isso, convém combinar seu uso com o de outras técnicas como a entrevista, por exemplo (GIL, 2001). No entendimento de Limongi-França e Arellano (2002), a seleção de pessoal não pode ser feita apenas com base na experiência e no conhecimento do trabalho a ser desenvolvido. Distinguir aspectos relacionados, à individualidade do candidato é primordial para identificar se a contratação será viável para a empresa e para o empregado. Utilizando-se de várias ferramentas que se complementam podendo reduzir a probabilidade de erro na definição do candidato. Empregando os seguintes métodos: entrevistas; provas de conhecimento testes psicológicas, técnicas vivenciais e avaliação de saúde. 43 O recrutamento e seleção quando considerado um bom processo tem como benefícios à adequação de potencial e a maior facilidade de negociação de metas de desempenho. Devem ser observados, entretanto, cuidados como a supervalorização da cultura interna, e à preferência pelo recrutamento interno deve ser consolidado na política de recursos humanos da empresa (LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002). Na seqüência serão abordados o conceito de carreira, os tipos e as tendências para o novo milênio. 2.2.4.3 Carreira Para se manterem competitivas em longo prazo, as empresas precisam saber se adaptar. Os cargos estão se tornando mais flexíveis para lidar com as mudanças e as empresa estão adotando formas alternativas de conceber o trabalho, que levem em consideração os diversos interesses e formações dos funcionários em potencial. A necessidade de inovação e mudança tecnológica significa que as habilidades que são valorizadas hoje podem tornar-se obsoletas amanhã (BOHLANDER et al., 2003). De acordo com a afirmação de Wagner III e Hollenbeck (2002, p.29): O fogo que movia a era industrial era alimentado por carvão, petróleo e recursos naturais; as guerras entre nações foram tratadas em torno do controle de tais recursos. No século XXI, o combustível que move a nova era da informação é a aptidão mental e o conhecimento. Bohlander et al. (2003) define carreira como um programa de desenvolvimento de carreira que deve ser visto como um processo dinâmico que associa as necessidades da empresa com as dos funcionários. E para Dutra (1996, p.16) a “carreira significa seguir um caminho estruturado e organizado no tempo e espaço que pode ser seguido por alguém”. Conforme Pontes (1999, p.25), “a avaliação de cargo procura estabelecer o valor relativo dos cargos da empresa, para encontrar uma hierarquização destes e estabelecer uma possível carreira”. O papel da área de recursos humanos torna-se crucial no desenvolvimento de carreiras, como: no primeiro momento definir de metas integrando as necessidades individuais com as da empresa; incentivando a responsabilidade do funcionário pela sua carreira; criando um contexto de suporte; comunicando a direção da empresa; estabelecendo a definição e o planejamento de metas mútuas. 44 O segundo ponto está relacionado em identificar as oportunidades e os requisitos de carreiras, por meio da identificação das futuras competências necessárias; definir progressos de cargo/trajetória de carreira; equilibrar promoções, transferências, saídas, etc; estabelecer trajetórias de carreira em Y. O terceiro critério é medir o potencial do funcionário: por intermédio das competências (avaliação); estabelecer inventários de talentos; estabelecer planos de sucessão; e usar centros de avaliação. O quarto ponto está relacionado em instituir iniciativas de desenvolvimento de carreira, como: fornecendo livros de exercícios e workshops; fornecer treinamento de carreira autogerenciado; dar feedback de desenvolvimento e fornecer orientação (BOHLANDER et al, 2003). Um modelo que resume de forma genérica as proposições de diversos autores para planejamento de carreira é apresentado por London e Stumph (1982) apud Dutra (1996). De acordo com esses autores, o planejamento de carreiras depende de três atividades de responsabilidade do indivíduo: auto-avaliação – identificar suas qualidade, interesses e potencial para os vários espaços organizacionais. Definir objetivos para os vários espaços organizacionais, estabelecer objetivos de carreira – diagnosticar os objetivos de carreira e de um plano realista baseado na auto-avaliação e na avaliação das oportunidades oferecidas pela empresa, e implementação do plano de carreira obtenção da capacitação e acesso às experiências profissionais necessárias para competir pelas oportunidades e para atingir as metas de carreira. Distintos aspectos influenciam nos desenhos das carreiras, entre os quais cabe evidenciar: valores organizacionais, estratégias de negócios e de gestão de pessoas, especificidade da categoria profissional abrangida pela carreira, características do mercado de recursos humanos, inserção da gestão de carreira no contexto da gestão de recursos humanos da empresa e momento histórico vivido pela empresa (DUTRA, 1996). Ainda conforme o autor, os desenhos assumem, portanto, diversas formas, variando em função da influência dos aspectos descritos. Estas formas são combinações ou variações de três modelos básicos de desenho, como: estrutura em linha, estrutura em rede e estrutura paralelas (DUTRA, 1996). O desenho de carreira em linha está posicionado na vertical, estando suas posições alinhadas um uma única direção, não disponibilizando outras alternativas para as pessoas. Por ser mais simplificada a estrutura em linha é a mais encontrada nas organizações, pois torna mais fácil a configuração e administração. Todavia torna-se um processo limitado. 45 Dutra (1996, p. 86) define a carreira paralela como sendo: Seqüência de posições, que uma pessoa pode assumir no interior de uma organização, orientada em duas direções, uma de natureza profissional e outra de natureza gerencial, sendo o acesso aos maiores níveis de remuneração e de reconhecimento oferecidos pela empresa garantida em qualquer uma das direções escolhida. Já as estruturas em rede caracterizam-se por apresentar várias opções para cada posição da empresa, viabilizando a pessoa traçar sua direção a partir de critérios de acesso previamente definidos. Contudo, as estruturas em rede e linha, quanto mais flexíveis mais abrangentes forem às características que definem os degraus da carreira e os critérios de acesso (DUTRA, 1996). A terceira estrutura são as paralelas, tratam-se de forma mais abrangentes e flexíveis para instrumentalizar à administração de carreiras. A próxima função dentro da administração de recursos humanos que será tratada é o treinamento e desenvolvimento, abordando conceitos, objetivos e etapas. 2.2.4.4 Treinamento e desenvolvimento O treinamento tem se tornado cada vez mais vital para o bom desempenho das empresas modernas, em virtude do avanço tecnológico e da concorrência acirrada vem levando as organizações a investir alto na capacitação do seu quadro de funcionários, com objetivo de se tornar mais competitiva do que seu concorrente, além de possibilitar a permanência de seus clientes, atraindo novos (BOHLANDER et al., 2003). De acordo com Wagner et al. (2002), o treinamento serve como instrumento para nivelar o conhecimento entre os funcionários, reduzindo as diferenças individuais, além de compensar quaisquer deficiências relacionadas ao cargo que a pessoa irá exercer, sendo possível identificar por meio do seu perfil as aptidões. Completam dizendo que apesar de estar-se vivenciando uma era de grande desemprego, muitas empresas encontram dificuldades para localizar candidatos com o perfil desejado, ou seja, que possua os níveis corretos de habilidades para ocupar determinado cargo. 46 Para Carvalho e Nascimento (1998), o treinamento nada mais é do que uma atividade sistêmica de conhecimento viabilizando a capacitação, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento funcionário. De acordo com Gil (2001), as mudanças que vem ocorrendo neste cenário inclusive modificando o sistema de treinamento & desenvolvimento, demonstra o quanto o capital intelectual é importante na atual conjectura. Momento este em que o diferencial não está mais na qualidade dos produtos, e sim serviços agregados como atendimento, postura, profissionalismos entre outros. Desta forma os treinamentos estão passando por uma reformulação, geralmente são classificados e organizados para que o indivíduo aprenda, desenvolva suas habilidades e modifique suas atitudes. Sendo um processo educacional e contínuo, porém de curto prazo, aplicada de forma sistêmica e organizada, por meio do qual as pessoas adquirem conhecimentos (CHIAVENATO, 2000). O processo educacional e de treinamento são meios que viabilizam o crescimento do ser humano e devem ser utilizados, tendo como objetivo principal à manutenção da sobrevivência da empresa, por meio do desenvolvimento das habilidades motivando o funcionário para o trabalho (CAMPOS, 1992). Para Carvalho e Nascimento (1998), a pessoa que recebe de forma sistêmica o conhecimento, acaba sendo profundamente influenciada pelo seu meio onde vive, trabalha e se desenvolve por intermédio de seus vários grupos de referência: a escola, o lar, o trabalho, o clube, a igreja entre outros”. Os autores Bohlander et al. (2003) afirmam que o objetivo principal do treinamento é colaborar para que a organização atinja suas metas globais. Afirmam ainda, que a razão básica das empresas treinarem seus novos funcionários é de transmitir conhecimentos, habilidades e aptidões ao nível exigido para um desempenho satisfatório. Conforme Chiavenato (1993) o teor do treinamento pode envolver quatro tipos de mudanças de comportamento. A grande maioria dos programas de treinamento estão concentrados em transmitir informações aos funcionários sobre a organização, suas políticas e diretrizes, regras e procedimentos, missão e visão organizacional, seus produtos e serviços, seus clientes, concorrentes etc. Outros programas estão concentrados em desenvolver a habilidade das pessoas para habilitá-las e capacitá-las no seu trabalho. Há também os que visam o desenvolvimento de novas atitudes e hábitos para lidar com clientes internos e 47 externos, com o próprio trabalho e com a organização. Já outros, ainda estão preocupados em desenvolver conceitos e aumentar o grau de abstração das pessoas para que possam pensar e agir de forma mais ampla. Ainda de acordo com Chiavenato (1993) são muitos os casos, em que as organizações utilizam diversas formas de mudar o comportamento dos indivíduos (atitudes reativas e conservadoras), em seus programas de treinamento, visando a melhoria do trabalho e espírito em equipe e a criatividade dos mesmos. Preparando-os para assumirem atividades específicas, além de possibilitar o desenvolvimento contínuo, não apenas para os cargos atuais, mas também para cargos futuros. Toda e qualquer atividade que a organização venha implantar, que não tenha o respaldo e envolvimento dos principais administradores, certamente não terá o desempenho esperado, podendo levá-la ao fracasso (CHIAVENATO, 1999). Os autores Bohlander et al. (2003) explicam que por se tratar de um processo sistêmico, o treinamento é formado por quatro etapas: o levantamento das necessidades de treinamento; a elaboração do programa de treinamento; a implementação do programa de treinamento e a avaliação do treinamento. Sendo que a primeira etapa, que é o levantamento das necessidades, corresponde ao diagnóstico das dificuldades presentes na organização. Esta etapa envolve o exame das metas nos níveis organizacionais, de recursos humanos, e operacional. Esse processo serve para identificar as lacunas que se tornam objetivos instrucionais. Em suma, faz-se uma verificação se os objetivos a curto e longo prazos da organização são compatíveis com a filosofia de treinamento. O papel da área de recursos humanos neste processo inicial é, de analisar e definir quais funcionários necessitam de treinamento e, não menos importante a identificação dos que não querem ser treinados. Esta análise tem como objetivo verificar se os recursos humanos são suficientes quantitativamente e qualitativamente para as atividades atuais e futuras (BOHLANDER et al., 2003). A próxima etapa do treinamento é a elaboração do programa de treinamento, em que se utilizam todas as informações obtidas no levantamento das necessidades. Segundo Boog (1994), para a elaboração do programa de treinamento baseia-se nos seguintes indicadores: o nome do curso; a carga horária adotada; a entidade que realizará o treinamento; a população a receber o treinamento; o objetivo da atividade; o conteúdo programático; assim como os recursos didáticos utilizados durante a atividade. 48 Posto isso, entende-se que o planejamento do treinamento apresenta um peso significativo na programação da atividade de treinamento. Para Chiavenato (2000) o planejamento de treinamento decorre após levantamentos das necessidades de treinamento. No conceito de Baptista (1981) o termo planejamento se baseia ao processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de problemas. Ou seja, o planejamento é uma organização de pensamentos para verificar as condições futuras das atividades. Após a elaboração, ou seja, a programação do treinamento, o próximo passo é a implementação do programa. Nesta fase, se faz a escolha de quais técnicas de ensino serão mais adequadas para cada grupo de treinandos. É nesse sentido que os autores Bohlander et al. (2003) escrevem que o importante na escolha entre os vários métodos de treinamentos é determinar quais deles são adequados para que os conhecimentos, habilidades e aptidões sejam apreendidos. Depois da realização de todas a etapas mencionadas anteriormente, faz-se à avaliação do treinamento. A avaliação do programa é feita baseada em quatro critérios básicos, que são: reações; aprendizado, comportamento e resultados. Conforme Bohlander et al. (2003), a concordância desses critérios favorece o quadro total do programa de treinamento e ajuda os gerentes a identificar as áreas com problemas, o que deve ser mudado no programa e se convém ou não continuar com determinados programas. Esses critérios determinam a vida do treinamento, que é um processo cíclico, ou seja, o treinamento é aplicado conforme as necessidades da empresa, e conforme essas necessidades se renovam os treinamentos. Desta maneira, os funcionários voltam a receber o treinamento, visando ao redimensionamento de pessoal e, conseqüentemente, ao desenvolvimento de competências. 2.2.4.5 Remuneração De acordo com Gil (2001), nos últimos tempos, as organizações vêm percebendo que programas clássicos de remuneração foram ultrapassados por novas estruturas, estratégias e processo de trabalho. Diante disso muitas organizações passaram, então, a procurar, soluções de remuneração mais justas, focando em valores como qualidade, serviço ao cliente, trabalho em equipe e produtividade. 49 Corroborando com o pensamento Flannery et al. (1997) explicam que com o passar do tempo e as novas exigências de mercado, tem conduzido as organizações para uma reflexão quanto a identificar novas soluções de remuneração. Na visão de Wood Jr e Picarelli (2004) a atualização da gestão empresarial e a adoção de novos modelos de organização do trabalho tendem a tornar as formas tradicionais de remuneração retrógrada. Uma vez que nas últimas décadas, ante o crescimento da competitividade, os administradores procuram atualizar suas empresas. Entretanto, um dos mais significativos sistemas de apoio, o sistema de remuneração, parece não estar seguindo o ritmo das mudanças. Já que a grande maioria das organizações, inclusive as inovadoras, continua a utilizar-se dos sistemas tradicionais de remuneração, em que tomam por critério os cargos e funções. No entanto novas medidas têm sido propostas, com vista em tornar as políticas salariais das empresas mais coerentes com os princípios da administração moderna, como: a remuneração por conhecimentos e habilidades; remuneração por competências; broadbanding remuneração variável baseada em desempenho; remuneração baseada em equipes; participação dos empregados na formulação da política salarial; criação de carreiras técnicas e troca de salários por benefícios (GIL, 2001; FLANNERY et al, 1997). A utilização de instrumentos como descrições de cargos, organogramas e planos de cargos e salários permite a muitas empresas atingir um patamar mínimo de estruturação na gestão de seus recursos humanos. Não obstante, quando aplicados nesta condição de eliminação de outras formas, esses sistemas podem tornar-se antiquados, em relação às novas formas de organização do trabalho e ao próprio direcionamento estratégico da empresa (WOOD JR; PICARELLI, 2004). Para Wood Jr e Picarelli (2004) existem algumas limitações dos sistemas tradicionais de remuneração e que podem causar problemas para as empresas, como: inflexibilidade, em que formatos tradicionais de remunerações se tornam tendenciosos quando tratadas as diferenças de forma igualitária; outro ponto é a falsa objetividade, que disfarça coerência nos sistemas, contudo mascara uma visão reducionista da realidade organizacional; metodologia desatualizada consiste em sistemas tradicionais que são trabalhosos, inflexíveis e pouco ágeis; o conservadorismo tem relação direta com uma estrutura burocrática, valorizando as relações hierárquicas, em detrimento do foco nos processos críticos e no cliente; o retrocesso em organizações que possuem uma estrutura mais atual, os sistemas tradicionais representam 50 entraves à evolução ao processo de mudança; e por último a divergência, em que os sistemas tradicionais não consideram a visão de futuro e a orientação estratégica da organização, dificultando a convergência de esforços para objetivos comuns (WOOD JR e PICARELLI, 2004). Sob o ponto vista dos autores Bohlander et al. (2003), os funcionários almejam sistemas de remuneração que considerem justos e à altura de suas aptidões e expectativas. O pagamento, assim sendo, é uma consideração importante na gestão de recursos humanos porque fornece aos funcionários uma gratificação palpável pelos seus serviços, bem como uma fonte de reconhecimento e subsistência. Diante deste novo cenário, não cabe mais utilizar antigos preceitos quando se trata de remunerar adequadamente os funcionários. A remuneração necessita de aperfeiçoamento por parte das empresas, não existe mais lógica recompensar a contribuição individual ou coletiva apenas com base em descrições de atividades e definição de responsabilidades, então o ponto fundamental é modificar a visão habitual da remuneração como fator de despesa para uma visão da remuneração como um meio de aperfeiçoamento da empresa, impulsionador de processos de avanço e aumento de competitividade (WOOD JR; PICARELLI, 2004). A elaboração de um planejamento de remuneração estratégica contribui, em muito, pois o seu papel se torna bem mais amplo do que simplesmente para a definição taxas pagas no mercado, embora essas taxas sejam um componente do planejamento da remuneração. O mesmo serve inclusive para associar os pagamentos em dinheiro feitos aos funcionários com as funções específicas do programa de recursos humanos (BOHLANDER et al., 2003). Conforme Wood Jr e Picarelli (2004), a remuneração estratégica é um elo entre os funcionários e a nova realidade das empresas. E pode ocorrer de duas formas: primeiro, no sentido de analisar toda a conjuntura organizacional, ou seja, de levar em conta as grandes categorias que dão forma e conteúdo à empresa e segundo, à medida que os indivíduos passam a ser remunerados de acordo com o conjunto de fatores que afeta sua contribuição para o sucesso do negócio. Em decorrência da crescente dificuldade em identificar formas criativas para aumentar o vínculo entre as empresas e os funcionários, é que tem feito com que cresçam várias maneiras de remuneração, como: remuneração funcional: definida de acordo com o cargo; salário indireto: compreende benefícios e outras vantagens; a remuneração por habilidades: forma de remuneração em que o foco é direcionado para o indivíduo e não para cargo ou 51 função; remuneração por competências: mais adequados aos demais níveis da organização; previdência complementar: está ligada diretamente a previdência privada; remuneração variável: é vinculada a metas de desempenho dos funcionários, das equipes ou da organização; Participação acionária: é vinculada a objetivos de lucratividade e crescimento da empresa; alternativas criativas: incluem prêmios, gratificações e outras formas especiais de reconhecimento (WOOD JR; PICARELL, 2004). Percebe-se que os funcionários estão conquistando seus espaços dentro das organizações, mesmo com o crescente desemprego. Porém para os profissionais que estiverem preparados se adaptando rapidamente a essas mudanças, suas oportunidades aumentarão. A próxima atividade dentro da administração de recursos humanos é a avaliação de desempenho, processo muito importante dentro da nova realidade empresarial e funcional vivenciado neste novo contexto. 2.2.4.6 Avaliação de desempenho Diante da nova realidade de mercado é que as organizações estão incorporando a avaliação de desempenho, metodologia esta que as empresas utilizam para avaliar o desempenho de seus funcionários, no que tange para alcançar seus objetivos coorporativos (PONTES, 1999). De acordo com Bohlander et al. (2003) os requisitos de um cargo viabilizam critérios para avaliação de desempenho de seu ocupante. E os resultados obtidos podem mostrar que determinados critérios definidos para o cargo não são totalmente válidos, podendo ocorrer discriminação. Pontes (1999, p.25) explica que a “avaliação de desempenho visa, além de estabelecer os resultados a serem perseguidos pelos indivíduos, acompanhar o processo de trabalho e fornecer feed-back constante”. Segundo Gil (2001) os métodos de avaliação de desempenho podem ser realizados por meio de planos que compõem os procedimentos mais simples de avaliação de desempenho. Ganham seu espaço quando os dirigentes são solicitados a dar seu parecer sobre a eficiência de cada empregado sob sua responsabilidade. Ou por meio de escala gráficas, que consiste 52 num formulário de dupla entrada no qual as linhas representam os fatores que estão sendo avaliados e as colunas os graus de avaliação. O método de escolha forçada consiste em avaliar o desempenho dos indivíduos mediante a escolha de frases que descrevem seu desempenho individual. Por distribuição forçada consiste em colocar os empregados de determinada categoria em grupos e avaliá-los segundo determinado padrão. Outro método é o de avaliação por resultados, sistema esse ainda pouco utilizado no Brasil, é desenvolvido a partir da comparação periódica entre as metas fixadas para cada empregado e os resultados efetivamente alcançados. Outros métodos, menos utilizados: pesquisa de campos. Comparação binária, frases descritivas e autoavaliação (GIL, 2001). Outro método de avaliação que vem crescendo é a avaliação 360 graus, em que cada um expressa o que acha do desempenho e da postura de todos, independe do cargo que ocupa. Como todo processo a avaliação 360 graus possui algumas vantagens e desvantagens, como: vantagens – sistema mais democrático, recebimento de vários pontos de vistas, maior abrangência com relação aos pontos fortes e fracos de cada um. Já as desvantagens referem-se a geração de intrigas caso a empresa não possua uma cultura mais flexível, muitos por medo acabam não falando a verdade, podendo direcionar para avaliações subjetivas e pessoais (GIL, 2001). O fracasso da maioria desses planos pode decorrer da escolha das medidas de desempenho. Assim sendo, medidas quantitativas, simples e estruturadas para mostrar relação clara com o desempenho aprimorado são as melhores. A medida é a chave para o sucesso dos planos de incentivo porque comunica a importância das metas organizacionais estabelecidas. O que é medido e recompensado chama a atenção (BOHLANDER et al., 2003). A avaliação de desempenho é condicionada ao planejamento estratégico e está intensamente relacionada a outros importantes programas de gestão de pessoal, qualidade e gestão econômica financeira (PONTES, 1999). Percebe-se que cada atividade da administração de recursos humanos possui seu papel importante para o bom desempenho organizacional, uma vez que o capital intelectual vem sendo considerado o seu “bem maior”, pois a tecnologia se adquire e adapta-se a ela rapidamente, porém as pessoas envolvem muito mais critérios como se pode constatar diante aos diversos posicionamentos de conceituados autores. 53 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS De acordo com Richardson (1999, p. 22), método é o “caminho ou a maneira para chegar a determinado fim ou objetivo(...)”, ou seja, tem como objetivo principal facilitar o entendimento quanto ao processo investigatório. Este capítulo trata da caracterização da pesquisa, envolvendo o contexto e os participantes, ou seja, quem vai fazer parte da pesquisa, bem como os procedimentos e os instrumentos de coleta de dados, além do tratamento dos dados levantados, definindo as categorias de análise e para finalizar apresentação das limitações encontradas quanto à pesquisa realizada na empresa em questão. 3.1 Caracterização da pesquisa Para caracterizar a pesquisa, são apresentadas as suas abordagens em termos de modo de investigação. O modo de investigação da pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, o qual segundo Bruyne et al. (1982, p. 224) é um “estudo em profundidade de casos particulares, isto é, numa análise intensiva, empreendida numa única ou em algumas organizações reais”, “(...) reúne informações tão numerosas e detalhadas quanto possível para aprender a totalidade de situação”. Triviños (1994) apresenta um conceito bem restrito, em que descreve o estudo de caso como uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa aprofundamento. O autor relata que este modo de investigação é um dos mais relevantes entre os tipos de pesquisa qualitativa. A pesquisa quantitativa, entretanto, como o próprio nome sugere, distingui-se pela colocação da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples (RICHARDSON, 1999). De acordo com Richardson (1999) em alguns aspectos a pesquisa quantitativa apresenta limitações na tentativa de explicar o problema, desta forma a pesquisa caracteriza como quantitativa e qualitativa. 54 A esse respeito, Godoy (1995, p.63) esclarece que: A pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo. Referente à pesquisa quantitativa, Richardson (1999) informa que o método quantitativo, como o próprio nome lembra, distingue-se pelo emprego da quantificação tanto nas categorias de coleta de dados, como no tratamento delas por intermédio de técnicas estatísticas. Posto isso, esta pesquisa foi caracterizada como qualitativa e quantitativa, uma vez que a realização deste estudo se baseou na manifestação de dados advindos de pessoas relacionadas diretamente com o tema desenvolvido; bem como em dados numéricos que fundamentam os pressupostos. Esta pesquisa se caracteriza como descritiva, uma vez que se pretende descrever as características de um dado fenômeno, ou seja, deseja conhecer a sua natureza, sua composição, processos que o constituem ou nele se realizam (TRIVIÑOS, 1994). Neste tipo de pesquisa, os resultados são expressos por meio de aplicação de questionário, narrativas, declarações das pessoas, documentos pessoais, fragmentos de entrevista entre outros. Cabe esclarecer que os estudos descritivos buscam, essencialmente, segundo Bruyne et al. (1982, p.225) “descrever toda a complexidade de um caso concreto sem absolutamente pretender o geral”. Após o delineamento descrito na caracterização geral deste trabalho, torna-se possível definir os participantes da mesma, por meio da designação da sua população e da sua amostra. 3.2 Sujeitos da pesquisa Conforme Richardson (1999, p.157) a “população pode ser o conjunto de indivíduos que trabalham em um mesmo lugar”. Elucida ainda “que o entendimento entre interpretações de população e amostra não são fixas. O que em uma ocasião é uma população, em outra pode ser uma amostra ou vice-versa” (RICHARDSON, 1999, p. 158). 55 Lakatos e Marconi (1991) definem amostra como sendo uma parcela, convenientemente selecionada da população, ou seja, é um subconjunto do universo. Richardson (1999) classifica a amostra em intencional ou de seleção racional (1999). Conforme Richardson (1999, p.161), “se o plano possuir características que definam a população, é necessário assegurar a presença do sujeito-tipo. Desse modo, a amostra intencional apresenta-se como representativa do universo”. A pesquisa em questão utiliza a amostra intencional, pois a população selecionada é formada pelos: motoristas, ajudantes, supervisores e coordenador da área de Distribuição e pelo gerente do processo de Operações Logísticas, tendo em vista que, segundo documentos organizacionais disponibilizados pela área de Recursos Humanos da Vonpar Refrescos S/A – unidade Antônio Carlos, esses funcionários compõem a área da empresa que apresenta o maior índice de absenteísmo, como se pode evidenciar na tabela 1. Tabela 1 – Índice do Absenteísmo por área da Vonpar Refrescos – unidade Antônio Carlos (2004, 2005 e ago/2006) Área 2004 2005 2006 (até agosto) Total de Funcionários por área Administrativo Relações Industriais Industrial Comercial Distribuição Armazém / Estoque 0,46 0,58 1,77 1,18 2,31 2,20 1,19 1,20 1,75 0,85 2,22 1,94 1,97 2,17 0,84 4,45 2,73 23 150 143 133 102 Média 1,42 1,53 2,03 551 Fonte: Área de Recursos Humanos da Vonpar – unidade Antônio Carlos 56 (%) 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 - Administrativ o Comercial Distribuição Estoque Industrial Relações Industriais M édia Vo npar 2004 0,46 1,18 2,31 2,20 1,77 0,58 1,42 2005 1,19 0,85 2,22 1,94 1,75 1,20 1,53 - 0,84 4,45 2,73 2,17 1,97 2,03 2006 (até ago /06) Figura 5 – Participação por área índice de absenteísmo Fonte: Área de Recursos Humanos da Vonpar – unidade Antônio Carlos Dentro dessa linha de raciocínio, estabeleceu-se que a área com maior número de absenteísmo na Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos é alvo de estudo deste trabalho. Os procedimentos e instrumentos de coleta de dados utilizados foram: pesquisa qualitativa tomando como base alguns critérios previamente estabelecidos, optou-se em realizar a entrevista com o gerente (P1), coordenador (P2) e supervisores (P3 e P4) da área de Distribuição da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos. Adotando por base a identificação das ações realizadas para a assimilação e tratamento do absenteísmo na referida empresa. O segundo levantamento de dados com predominância quantitativa foi aplicada por intermédio de questionário de opinião junto aos motoristas e ajudantes com o intuito de evidenciar as principais causas que leva o funcionário a faltar ao trabalho. Por último, a busca de informações por intermédio de formulário junto ao supervisor da área de recursos humanos, identificando o número que diz respeito ao absenteísmo na Vonpar. O tamanho da população considerada foi de 133 funcionários com uma amostra de 81 funcionários conforme cálculo apresentado na Figura 7. Sendo que a fórmula utilizada para calcular a amostra está representada na Figura 6. A amostra efetiva considerada foi de 87 questionários. 57 N = tamanho da população; n = tamanho da amostra; no = uma primeira aproximação para o tamanho da amostra e Eo = erro amostral tolerável n = N . no N + no no = 1 (Eo) ² n = (N) . (no) N + no Figura 6 – Fórmulas para o cálculo da amostra Fonte: Barbetta (2001, p.50). no = 1 (0,07)² no = N = = 1 = 204 0,0049 204 133 n = 133 x 204 = 133 + 204 n = 81 27132 = 81 337 Figura 7 – Cálculo da amostra Fonte: Dados primários, 2006. 3.3 Técnicas de coleta de dados À luz das características do método apontadas até o presente momento e também da literatura sobre procedimentos metodológicos depreende-se que existem diversos instrumentos de coleta de dados que podem ser utilizados para obter informações acerca de um fato ou fenômeno, que, no entanto precisam estar associados às características mais marcantes da realidade organizacional, na qual se pretende proferir certas inferências. 58 (LAKATOS; MARCONI, 1991). Assim, dando seqüência a este trabalho, torna-se conveniente comentar que este foi pautado em dados primários e secundários. Referente aos dados secundários, de acordo com Mattar (2001, p. 48), “são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até analisados e que estão catalogados à disposição dos interessados”. Os meios principais de dados secundários são: a própria empresa, publicações, governos, instituições não governamentais e serviços padronizados existentes, coletados na própria empresa, por meio de documentos; também podem ser provenientes de trabalhos realizados e publicados na forma de livros, dissertações, teses, artigos, revistas, jornais, entre outros. Ainda podem ser, impressos em geral, obras literárias (MARCONI; LAKATOS, 1991). Para fundamentar este estudo utilizou-se a uma pesquisa bibliográfica, que é um estudo sistematizado, desenvolvido com base em material publicado, como: livros, revistas, jornais, redes, eletrônicas; isto é, todo material acessível ao público, em geral. O material publicado pode ser de fonte primária ou secundária. A pesquisa bibliográfica foi utilizada com o objetivo de colocar o pesquisador em contato com o máximo possível do que já foi escrito e publicado sobre o tema estudado. De acordo com Richardson (1999, p.68) a bibliografia “tem por objetivo orientar o leitor para um aprofundamento do fenômeno estudo”. No que diz respeito aos dados primários, Mattar (2001) menciona que são aqueles que ainda não foram coletados, estando de posse dos pesquisados, pessoas que tenham informações sobre o pesquisado e situações similares, e que serão coletados com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento. Lakatos e Marconi (1991) dizem ainda que são dados históricos, bibliográficos e estatísticos, informações, pesquisas e arquivos oficiais, registros em geral. De acordo com Andrade (1997), a entrevista consiste no diálogo que tem o objetivo de colher, de determinada fonte ou pessoa, dados relevantes para a pesquisa. Portanto, não somente os quesitos da pesquisa devem ser bem estruturados, bem como o informante deve ser criteriosamente selecionado. Uma vez que neste tipo de entrevista “há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser” (LAKATOS; MARCONI, 1991, p.197). Utilizou-se a entrevista semi-estruturada, principalmente, para a efetividade das informações de maneira que contribua na análise dos motivos do absenteísmo na Vonpar. 59 Diante disso, optou-se pelo instrumento de coleta de dados, entrevistas com perguntas subjetivas (APÊNDICE A) efetuadas com o gerente, coordenador e supervisores. Tendo como objetivo investigar e medir o conhecimento e a existência ou não de ações para tratar o absenteísmo na área da Distribuição Vonpar Refrescos S/A – unidade Antônio Carlos. As entrevistas foram realizadas entre os dias 02 e 05 de outubro 2006, com prévia agenda. Para coletar dados advindos dos motoristas e ajudantes, optou-se pela aplicação de questionário, tendo em vista o significativo número de pessoas envolvidas na amostra desta pesquisa. Diante deste tipo de estudo, percebe-se que sua aplicabilidade se torna mais fácil, pois os questionários podem ser enviados pelo correio, entregue ao respondente ou aplicado por elementos preparados e selecionados; neste caso, pode ser aplicado ao mesmo tempo para um número maior de pessoas (BERVIAN, 1996). Para operacionalizar a coleta dos referidos dados, os questionários foram entregues em mãos. Explanando de maneira detalhada, no primeiro momento, realizou-se a aplicação de um pré-teste para verificar se o questionário estava de fácil entendimento, bem como avaliar se algumas questões não iriam se repetir, pois de acordo com Barbetta (2001, p.33), “antes de iniciar a coleta de dados através de um questionário, precisamos verificar se este instrumento está bom”. A aplicação do pré-teste foi realizado no dia 18 de setembro de 2006, com funcionários das áreas ligadas a Distribuição e com um nível de conhecimento que se aproximasse dos pesquisados. Antes disso o questionário também passou pela análise da orientadora, bem como pela banca examinadora. Algumas alterações foram sugeridas e outras percebidas durante a aplicação do pré-teste (APÊNDICE D). Após os ajustes, os questionários foram aplicados juntos para os motoristas e ajudantes, nos dias 20 e 21 de setembro de 2006, às 7:00 horas da manhã com duração de 40 min. Cabe registrar que foi servido um café da manhã como forma de agradecimento pela participação e contribuição dos sujeitos da pesquisa, com intuito de identificar os principais motivos do absenteísmo e quais as influências das atividades de área de recursos humanos no absenteísmo. Entre a aplicação do instrumento de coleta de dados e explicações os respondentes levaram uma hora, pois alguns tiveram dúvidas que foram sanadas no momento. Dividiu-se o grupo em duas turmas para facilitar a aplicação e agilizar o processo. A última ferramenta de coleta de dados utilizada foi o formulário, com objetivo de resgatar dados que pudessem embasar a análise. De acordo com Cervo e Bervian (1996, p.139) “é uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta de dados resultantes 60 quer de observações, quer de interrogações cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador”. Os dados foram coletados (APÊNDICE C) junto à área de recursos humanos, com intuito de verificar os principais motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar, qual a sistemática de controle da freqüência e os índices de absenteísmo dos funcionários pesquisados. Os dados foram fornecidos pelo supervisor, sendo que a coleta ocorreu durante a segunda quinzena de setembro e a primeira quinzena de outubro 2006. 3.4 Tratamento e análise dos dados Nesta fase do presente estudo, que consiste no tratamento e análise dos dados, focam-se os esforços na busca da organização dos dados de tal forma que facilite a evidência de respostas para a pergunta definida como tema deste trabalho. Segundo Mattar (2001, p.192) “o objetivo principal das análises é permitir, ao pesquisador, o estabelecimento das conclusões, a partir dos dados coletados”. Lakatos e Marconi (1992) enfatizam que analisar é transformar um todo em partes, procurando pormenores conglomerando os aspectos que possam influenciar sobre o objeto de estudo, a fim de poder efetuar um estudo mais completo. Interpretar as causas e possíveis soluções dos pontos em desequilíbrio e indica os tipos de relações existentes entre as idéias expostas. A análise dos dados foi efetuada de três formas: a) análise documental: a busca de dados se deu junto à Área de Recursos Humanos da empresa, com o intuito de identificar os motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar; descrever a sistemática de controle de freqüência e verificar os índices de absenteísmo dos funcionários; além disso, a análise documental também foi realizada junto à literatura sobre o assunto investigado. b) pesquisa qualitativa: realizada junto ao gerente, coordenador e supervisores da área de Distribuição, objetivando evidenciar por meio das entrevistas realizadas as percepções dos mesmos quanto ao absenteísmo na área e da existência ou não de ações para a redução desse índice. Além disso, foram questionados sobre as possíveis influências das atividades de administração de recursos humanos sobre o absenteísmo. 61 c) a pesquisa quantitativa foi direcionada aos motoristas e aos ajudantes, uma vez que foi a área com maior representatividade no absenteísmo. O instrumento utilizado foi o questionário aplicado para 87 funcionários da área, em que se procurou mapear todos possíveis motivos que levaria o funcionário a faltar ao trabalho. A pesquisa foi divida em quatro momentos: I – informações sócio-econômicas; II – características das condições de trabalho; III – caracterização do estado de saúde do trabalhador; e por último, IV caracterização do absenteísmo (falta ao trabalho). Quanto à compilação dos dados obtidos, via instrumento de coleta, pode-se dizer que o questionário se deu por meio do programa Excel, tanto a compilação, bem como a elaboração dos gráficos, para facilitar uma análise mais detalhada. 3.5 Definição dos conceitos relacionados à análise Neste cenário, são descritas as definições constitutivas das variáveis, ou seja, as variáveis que poderão, depois de analisadas, elucidarem as causas do absenteísmo, que são: planejamento de recursos humanos; absenteísmo; motivos de ausência; sistemática de controle da freqüência; índices de absenteísmo dos funcionários; principais motivos do absenteísmo; e a influência da estruturação da área de recursos humanos. 3.5.1 Definições constitutivas dos conceitos relacionados à análise Planejamento de recursos humanos: de acordo com Lucena (1995) o planejamento de administração de recursos humanos é a atividade que engloba a integração de todas as práticas de gestão de recursos humanos em uma organização. Absenteísmo: significa as ausências dos funcionários ao trabalho, ou seja, é a somatória dos períodos em que os empregados da empresa se encontram ausentes do trabalho, em virtude de atraso e ou devido a alguma causa interveniente (CHIAVENATO, 2002). Motivos de ausência: entenda-se por motivos de ausência os fatores causadores das ausências ao trabalho. Dentre eles: questões salariais; relacionamento ruim com o superior ou 62 com a equipe; procura de nova oferta de trabalho; falta de perspectiva profissional; problema particular (financeiro e ou doença na família); acidente; entre outros. (FIDELIS; BANOV, 2006). Sistemática de controle da freqüência: é a forma de acompanhar e monitorar a presença do funcionário no trabalho (CHIAVENATO, 2002). 3.5.2 Definições operacionais dos conceitos relacionados à análise Com vistas a esclarecer, metodologicamente, a referência ao tema da pesquisa, que aborda a análise dos principais motivos do absenteísmo, julgou-se interessante para a definição operacional destas variáveis de análise foram estabelecidas por intermédio de indicações das referencias bibliográficas como possíveis causas do absenteísmo. Motivos de ausência permitidos: os dados referentes às ausências permitidas no âmbito da empresa foram coletados junto à área de Recursos Humanos, por meio do sistema Ronda que gerencia o processo. Consideram-se ausências permitidas a licença paternidade, falecimento, doação de sangue, atestado referente às eleições, horas de curso e falta legal (doença). Sistemática de controle da freqüência: os dados relativos à sistemática de controle de freqüência foram coletados por meio do controle efetuado com o registro do cartão, bem como as ausências levantadas a partir dos atestado médicos e outros tipos de atestados que comprovam a ausência do funcionário ao trabalho. Principais motivos: estes dados foram evidenciados por meio de pesquisas realizadas junto aos funcionários e chefias; e na Área de Recursos Humanos. 3.6 Limitações da pesquisa Uma das principais limitações foi o fator tempo, principalmente no momento de aplicar a pesquisa para os motoristas e ajudantes, pois os mesmos chegam na empresa às 63 6h30min da manhã e precisam sair no máximo 7h00min, em virtude de muitas rotas serem distantes como, por exemplo, Balneário Camboriú. Um aspecto observado foi o fato de que o pré-teste apresentou uma aceitação maior do que a aplicação efetiva, já que durante a coleta, alguns participantes, mesmo respondendo ao questionário, manifestaram sua exaustão diante do expressivo número de questões abordadas. Vale ressaltar que, durante a aplicação do questionário, alguns funcionários demonstraram sua insatisfação com algumas mudanças que ocorreram na área da Distribuição e isso se refletiu na motivação em responder a pesquisa. No mais, todos se mostraram receptivos e prontamente responderam, tanto que nenhuma pessoa negou-se a responder a pesquisa. Da mesma forma, a busca de informações junto à área de Recursos Humanos transcorreu tranqüilamente, bem como as entrevistas com o gerente, coordenador e supervisores. Além do exposto, outro ponto importante a ser comentado é ocasionada pela possibilidade do estudo ter sido afetado pelo viés preceptivo da pesquisadora, no que diz respeito ao conteúdo das entrevistas e às respostas obtidas diante das perguntas formuladas com a aplicação da pesquisa qualitativa. 64 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Neste momento, são explanados os dados coletados junto aos sujeitos da pesquisa, com a sua respectiva análise. Para isso, tais dados estão dispostos nesta ordem: a caracterização da empresa, os principais motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos; a sistemática de controle da freqüência; os índices de absenteísmo dos funcionários; os principais motivos do absenteísmo na área que apresenta o maior índice de afastamento ao trabalho; e a influência das atividades de recursos humanos no âmbito da empresa. 4.1 Caracterização da Vonpar A Vonpar Refrescos S/A pertence a um grupo de aproximadamente 2.500 funcionários, atuando em diversas cidades dos Estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A história da Vonpar inicia em 1945, quando João Jacob Vontobel foi convidado a participar de uma fábrica de doces montada por seu irmão Arno Vontobel. A atuação no ramo de refrigerantes veio três anos depois, quando a empresa passou a distribuir o refrigerante Marabá, de laranja, no Rio Grande do Sul. Como a produção era pequena e o fabricante não tinha condições de ampliá-la, a Vonpar criou, em 1948, a “Laranjinha”, seu primeiro refrigerante próprio, que marcou época no Estado do Rio Grande do Sul (MANUAL DE INTEGRAÇÃO, 2006). Nos primeiros seis meses, o refrigerante era fabricado em Lageado, no Rio Grande do Sul, e era transportado para a capital (Porto Alegre) de barca. Neste período, foi construída uma fábrica em Porto Alegre - RS, em que a Laranjinha passou a ser produzida em 1949. Quatro anos mais tarde, a grande procura pelo produto levou à construção de uma fábrica em Santo Ângelo – RS. Além da Laranjinha, esta unidade também distribuía cerveja e outras bebidas. Em 1956, a fábrica de Santo Ângelo – RS, iniciou a produção de Grapette (refrigerante de uva) e a distribuição de Coca-Cola na região; e em 1963, João Jacob Vontobel 65 obteve a primeira licença para engarrafar Coca-Cola, atendendo a região das Missões e Serra Gaúcha (MANUAL DE INTEGRAÇÃO, 2006). No ano de 1967, houve um novo e importante fato que marcou a história da Vonpar. Contrariando todas as pesquisas de mercado encomendadas, a Vonpar lançou o Minuano Limão (água mineral com sabor de limão), primeiro refrigerante em tamanho litro do Brasil. O sucesso de Minuano Limão foi tão grande que acabou sendo um fator decisivo para o crescimento da própria Vonpar. Oitenta por cento dos consumidores de água mineral passaram a beber Minuano Limão, o que terminou por afetar as atividades de uma concorrente, a Charrua, que estava há mais de 60 anos no mercado e liderava as vendas de água mineral. Em 1972 essa empresa foi adquirida pela Vonpar, enquanto o produto Minuano Limão continuava conquistando novos espaços, concorrendo fortemente com a própria CocaCola, motivo pelo qual foi necessário uma composição de controle da fábrica do refrigerante (MANUAL DE INTEGRAÇÃO, 2006). Enquanto se tornava um parceiro cada vez mais importante da Coca-Cola no interior – onde em 1971 havia adquirido mais uma fábrica, desta vez em Pelotas -, a Vonpar concorria com a marca na Capital. Assim, em 1979, a Minuano foi vendida para a Coca-Cola e, como contrapartida, a Vonpar recebeu a concessão para engarrafar os produtos Coca-Cola em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, onde a fábrica foi inaugurada em 1981. Em 1982 o grupo também se tornou acionista da Cerveja Kaiser (8,5% do capital) no Rio de Janeiro, que além da própria Kaiser, também produz a cerveja Heineken, associada da Kaiser no Brasil (VONTOBEL, 2006). Em 1986 a Vonpar comprou a franquia de Porto Alegre, consolidando a empresa como o 3º maior grupo fabricante de Coca-Cola no Brasil. Na área de refrigerantes, a produção de suas fábricas abrange a Coca-Cola, Fanta, Sprite, Guaraná Charrua (no Rio Grande do Sul) e Guaraná Taí (em Santa Catarina), nas linhas normal e light, além da tônica Kinley. A produção de Coca-Cola, entretanto, representava 60% de toda a atividade. Em 1988, o grupo Vonpar tornou-se, também, acionista da Cervejaria Kaiser de Gravataí. Em 1993, ocorreu a formação da joint venture com a Coca-Cola Indústrias Ltda, e a compra das franquias no Estado de Santa Catarina, formando a atual configuração da Vonpar com três fábricas: Porto Alegre e Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul; e Antônio Carlos, em Santa Catarina; além da Água Mineral Charrua em Porto Alegre. A Vonpar também conta 66 com centrais de distribuição em Pelotas, Nova Hamburgo e Farroupilha, no Rio Grande do Sul, além de Joinvile, Blumenau e Chapecó, em Santa Catarina. E os escritórios comerciais em Criciúma, Florianópolis, Balneário Camboriu, em Santa Catarina (VONTOBEL, 2006). Em 1998, ao completar 50 anos, o Grupo Vonpar inaugurou em Porto Alegre uma nova fábrica, que é uma das mais modernas do mundo, com uma área construída de 29 mil metros quadrados. O investimento foi feito integralmente pelo Grupo Vonpar, no montante de 59 milhões de reais, e contou com incentivos do Fundo Operação Empresa (Fundopem), do Governo do Estado, resultando na geração de 920 empregos diretos (VONTOBEL, 2006). A capacidade total de produção das indústrias do Grupo Vonpar é de 650 milhões de litros anuais de refrigerantes, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os gaúchos e catarinenses bebem muito mais Coca-Cola que a média dos brasileiros, enquanto no país a média de consumo por habitante é de 142 garrafas pequenas de Coca-Cola por ano, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina esse consumo chega a 146 garrafas. Diante disto, a Vonpar representa 8% de todo o consumo de Coca-Cola no país (HISTÓRICO COCA-COLA, 2006). O Grupo Vonpar adquiriu a Fábrica de Antônio Carlos em 1993 e operava com uma central de distribuição em São José. Em julho de 2000, foi extinta a central de distribuição, transferindo suas áreas para a Fábrica, com exceção da área comercial que conta com um escritório no Bairro do Jardim Atlântico – Florianópolis. Em 2002, a Vonpar atingiu a venda histórica de mais de 102 milhões de caixas unitárias de refrigerante e 1.081 mil hectolitros de cerveja, fato que a colocou entre as 20 maiores frabricantes do mundo (JUNIOR, 2006). Em 2003, a inquietação continua: a Vonpar renova sua marca e toda a sua identidade visual. Além disso, a empresa começa a voltar sua atuação para marketing e serviço. Atualmente, a Vonpar atende aproximadamente 13 milhões de pessoas em sua área de cobertura. Nesse mesmo ano eram concluídas as obras de ampliação da unidade de Antônio Carlos. Em 2004, houve o lançamento da Universidade Vonpar, projeto com o intuito de promover o desenvolvimento do conhecimento, habilidades e atitudes de todos os funcionários da mesma por meio do aprendizado contínuo. A unidade Antônio Carlos e composta por 551 funcionários e atende toda a Grande Florianópolis, sul e centro-oeste do Estado de Santa Catarina (MARTINS, 2006). Tratando mais especificamente da área da Distribuição que possui 133 funcionários, e na sua maioria é composta por motorista e ajudantes, que fazem todo o processo de fazer chegar até os clientes os produtos fabricados e distribuídos pela Vonpar. A atividade do 67 motorista se resume em conferir as notas fiscais e as cargas antes de sair da empresa, conduzir o veículo, ajudar na entrega e realizar a cobrança e fazer o fechamento, já o ajudante tem o papel de auxiliar o motorista e, além disso, cuidar da integridade da carga para não ocorrer furtos durante a entrega. A jornada de trabalho dos mesmos é de 8 horas e 48 minutos de terça a sábado, salvo algumas exceções, em virtude de alguns clientes só abrirem seus estabelecimentos à noite, a empresa possui rotas noturnas (MARTINS, 2006). A área de Distribuição até 2004 estava inserida no processo Comercial, com as mudanças que iniciaram em 2003 mencionadas no parágrafo anterior, dentre essas mudanças a Vonpar criou uma superintendência própria inserindo a Área de Distribuição, Estoque/Armazém, Almoxarifado, Faturamento e Equipamentos, de acordo com o organograma do processo apresentado a seguir (BASTOS, 2006): Secretária Sup. Logística Superintendente Logística Analista de Desempenho Logístico Diretor Logística Gerente de Operações POA Gerente de Operações ANC PEL BLU FAR Armazenagem POA Distribuição POA JOI Armazenagem ANC Distribuição / Proc. de Pedidos ANC MP e Almox. POA CHP Gerente Projetos Logísticos Gerente de Frota Coordenador de Planejamento Gerentes de Equipamentos Coordenador de Frota SC Frota / Distrib. SAN Superintendente MP e Almox. / Proc. Ped. Armazém SAN Diretor Gerente Coordenador Supervisor MP e Almox. ANC Proc. de Pedidos POA Gerente de Operações SAN Secretária / Analista Trainee Figura 8 – Organograma do processo operações logística Fonte: Superintendência de operações logística 4.2 Os principais motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos. Ao analisar os principais motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos, viabilizou um estudo mais criterioso do índice de 68 absenteísmo possibilitando evidenciar os verdadeiros motivos do mesmo na empresa em questão. Diante disso, buscou-se identificar os principais motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar. De acordo com Fidelis e Banov (2006), o levantamento do absenteísmo tem como objetivo: considerar as horas perdidas de trabalho e auxiliar num possível diagnóstico de problema dentro da organização e busca de soluções. Conforme tabela 2, apresenta-se o comparativo referente aos três últimos anos, sendo que no ano de 2006 considerou-se o período de janeiro a agosto. Evidencia-se por meio destes dados que o maior número de faltas referem-se às faltas legal, como: o funcionário acompanhar esposa e filhos em consultas médicas, hospital, entre outras. Evidencia-se uma queda no número de ausências quanto à licença paternidade, e horas curso, e um crescimento nas faltas relacionadas a falecimento e doação de sangue, uma vez, que a empresa realiza campanhas de incentivo para que os funcionários sejam doadores. Os atestados do Tribunal Regional Eleitoral (T.R.E.), referem-se à faltas sazonais, uma vez que ocorrem somente no período eleitoral. Tabela 2 – Faltas permitidas no âmbito da Vonpar (horas/dias) Faltas Permitidas 2004 2005 2006 (até agosto) Licença Paternidade Falecimento Doação de Sangue Falta Legal Atestado T.R.E. (Eleições) Casamento Horas Curso 108 22 34 - 86 8 396 17 43 35 71 43 191 8 4 Total de Horas Total de Dias 165 19 551 65 354 42 Fonte: Dados primários, 2006 O monitoramento dessas faltas é efetuado via sistema eletrônico - Ronda, ou seja, um funcionário ingressa com as informações, facilitando desta forma a busca dos dados quando necessário. 4.3 A sistemática de controle da freqüência 69 A sistemática de controle de freqüência da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos é efetuada eletronicamente. Conforme Chiavenato (2002) o controle da freqüência é a forma de acompanhar e monitorar a presença do funcionário no trabalho. O procedimento de controle de freqüência na referida empresa ocorre por meio de registro eletrônico, em que, cada funcionário ao ser contratado recebe um crachá com código de barras para que possa ser identificado, bem como, comprovar seu comparecimento ao trabalho, passando seu crachá no ponto eletrônico. Este processo também é controlado pelo sistema Ronda, que possibilita a área de Recursos Humanos monitorar também todos os tipos de faltas, bem como o banco de horas. Para o banco de horas a empresa definiu alguns critérios descritos inclusive em um documento padrão - norma geral que define algumas regras como: o funcionário não pode ultrapassar mais de duas horas extras por dia, e quando acumular trinta horas extras o cartão ponto é bloqueado na portaria não permitindo a entrada do funcionário. Nas entrevistas realizadas com as chefias da área, em que foi perguntado para os pesquisados sobre a forma de monitoramento do absenteísmo e da existência de ações para tratar essas ausências, os mesmos se posicionaram da seguinte maneira: os pesquisados (P1, P2, P3 e P4) foram unânimes em suas respostas quanto ao controle de freqüência, que é monitorado, contudo é bastante falho, pois a área só identifica a abstenção no momento da liberação dos caminhões, causando grandes transtornos e perdas de produtividade, consequentemente redução no nível de serviço prestado ao cliente. Quanto às ações, no entendimento dos quatros entrevistados (P1, P2, P3 e P4), ainda são tímidas, uma vez que estas servem somente para identificar a causa da ausência do funcionário por meio de feed back com o supervisor da área, que procura identificar o fato gerador, buscando assim alternativas para que a situação não volte a ocorrer. Referente à adoção de algum tratamento direcionado para identificar o verdadeiro motivo da falta, P1 explicou que além da conversa com o funcionário faltoso, não adotam outra sistemática para identificar o verdadeiro motivo da falta. Entretanto, buscam trabalhar a questão da confiança entre a chefia e o funcionário, e isto é possível com a autogestão, saber ouvi-los, cumprindo as promessas, tratando cada caso individualmente. Conforme o pesquisado 1, “com essas ações será possível reduzir a distância entre o líder e o liderado, fazendo que a comunicação seja eficiente e verdadeira”. O pesquisado 2 elucida que, caso o funcionário que faltou não apresente atestado, negocia-se a falta por meio do banco de horas; no entanto, na reincidência, o funcionário é chamado para conversar, e com base nas suas 70 explicações toma-se uma decisão. Apesar disso, não possuem critérios definidos e geralmente são decisões momentâneas. O pesquisado 3 esclarece que as faltas só serão abonadas mediante solicitação antecipada do próprio funcionário ou por meio de documentos legais que comprovem a necessidade da ausência do mesmo. E P4 explica que quando ocorre a falta, aguardam o contato do funcionário durante o dia; caso o mesmo não o faça, seu nome é inserido no quadro de avisos para que no dia seguinte entre em contato com o supervisor. Após análise do motivo é tomada a decisão de adverti-lo, verbalmente ou por escrito. Caso já tenham ocorrido outras faltas sem justificativas, tomam-se outras providências cabíveis. Alusivo aos principais motivos que induzem os trabalhadores da área a não comparecerem ao trabalho, para P1 e P4 o histórico atual apresenta três principais motivos, que são: problemas familiares, problemas de saúde do próprio trabalhador e problemas financeiros. Já P2 acredita que o esforço físico constante é um dos motivos que leva o funcionário a faltar ao trabalho; entretanto, problemas familiares, despreparo físico, o uso de ticket de alimentação para outros fins e a alteração da rota também são fatores que induzem o funcionário à falta ao trabalho. P3 explica que, felizmente, não tem se deparado com problemas referentes ao absenteísmo, mas o que poderia levar o funcionário a ausentar-se seria: descontentamento com a empresa ou com a chefia, desinteresse com a profissão desempenhada, problemas pessoais ou financeiros, em alguns casos chegando, até mesmo, a simular situações médicas desnecessárias com a intenção de simplesmente faltar ao trabalho. Ao cruzar os resultados da pesquisa aplicada aos motoristas e ajudantes com os dados coletados junto às chefias, evidenciaram-se algumas situações que merecem atenção especial, sendo que 20% dos respondentes sofreram algum tipo de acidente por motivo de queda do caminhão e 16% por esforço físico. Ao buscar um detalhamento maior com relação às causas efetivas junto ao SESMT – Sistema de saúde médica e do trabalho, no entanto, quando o atestado é lançado no sistema o mesmo não é identificado com critério, o que inviabilizou a busca dessas informações. Sabe-se que é um atestado médico, mas não se sabe qual o motivo. 4.4 Os índices de absenteísmo dos funcionários Durante a coleta de dados junto à área de Recursos Humanos da empresa em estudo, foi apresentado o cálculo do índice de absenteísmo de cada área mensalmente, sendo que para 71 este estudo utilizou-se uma média anual. Vale ressaltar que os dirigentes da empresa possuem conhecimento quanto ao índice de absenteísmo, no entanto não foi possível evidenciar ações sistêmicas para o tratamento do mesmo, muito menos estabelecimento de metas como existe para índice de rotatividade, inclusive este índice faz parte de um indicar corporativo da empresa. Para Fidelis e Banov (2006) as empresas utilizam-se de índices para verificar as suas ausências. E que pode ser semanal, mensal e ou anual, vai depender da necessidade definida pela empresa. Ao analisar os índices de absenteísmo dos funcionários da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos mais especificamente a área da Distribuição, conforme tabela 3, comparando os resultados com as demais áreas percebe-se a diferença principalmente entre a área Industrial (2,17) e Distribuição (4,45), uma vez que em ambas as áreas as pessoas realizam atividades que envolvem esforço físico e exposição a mudanças de temperatura (calor, frio). Contudo, outra área que vem apresentando um crescimento que merece atenção é a área do Armazém/Estoque, uma vez que em 2005 apresentou um índice de 1,94, contra 2,73 neste ano (2006 até agosto) que representa um crescimento de 71%. Tabela 3 – Índice de absenteísmo por área da Vonpar – Unidade Antônio Carlos (%) (2004 x 2005 x ago/2006) Área 2004 2005 2006 (até agosto) Administrativa Comercial Distribuição Armazém/Estoque Industrial Relações Industriais 0,46 1,18 2,31 2,20 1,77 0,58 1,19 0,85 2,22 1,94 1,75 1,20 0,84 4,45 2,73 2,17 1,97 Média 1,42 1,53 2,03 Fonte: Área de Recursos Humanos da Vonpar – unidade Antônio Carlos 72 Na figura 9 será possível evidenciar a diferença observada anteriormente, principalmente no período de janeiro a agosto de 2006 que ocorreu um salto no índice para 4,46, se comparado aos anos anteriores 2004 com um índice de 2,31, já 2005 teve uma pequena queda 2,22. (%) 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 - Administrativ o Co mercial Distribuição Esto que Industrial Relaçõ es Industriais M édia Vo npar 1,42 2004 0,46 1,18 2,31 2,20 1,77 0,58 2005 1,19 0,85 2,22 1,94 1,75 1,20 1,53 - 0,84 4,45 2,73 2,17 1,97 2,03 2006 (até ago /06) Figura 9 – Índice de absenteísmo por área da Vonpar – Unidade Antônio Carlos Fonte: Área de Recursos Humanos da Vonpar – unidade Antônio Carlos Na tabela 4 a seguir, foi considerado somente o total de funcionários afastados por mais de 15 dias. E percebe-se que mesmo não tendo o maior número de trabalhadores a área da Distribuição é a que mais possui pessoas afastas do trabalho. Basta comparar as áreas da Distribuição com o Industrial. Enquanto que o número de funcionários da Distribuição representa 24% do total da unidade o Industrial é de 26%, já o número de afastados da Distribuição é de 32% contra 23% da área industrial. Estes números demonstram a necessidade de ações mais direcionadas principalmente na área da Distribuição, pois é a área de maior representatividade no índice do absenteísmo. 73 Tabela 4 – Número de funcionários x número de afastados (acidente/doença) (agosto/2006) ABSENTEÍSMO TOTAL FUNCIONÁRIOS UNIDADE ANTÔNIO CARLOS ÁREA REPRESENTAÇÃO P/ÁREA (%) Nº FUNCIONÁRIOS Nº AFASTADOS (%) Comercial 129 23% 6 11% Industrial 146 26% 13 23% Distribuição 133 24% 18 32% Armazém 102 19% 13 23% 4 1% 0 0% Post-Mix 14 3% 2 4% Relações Industriais 23 4% 4 7% 551 100% 56 100% Frota TOTAL Fonte: Dados primários, 2006. 4.5 Os principais motivos do absenteísmo na área de Distribuição Para viabilizar a efetiva identificação dos principais motivos que levam os funcionários da área de Distribuição a se ausentarem do trabalho, foi aplicada uma pesquisa quantitativa (APÊNDICE B – Questionário de opiniões). De acordo com Mattar (2001, p.75) “consiste em um instrumento de coleta de dados lido e respondido diretamente pelos pesquisados”. O questionário foi aplicado e respondido para uma amostra de oitenta e sete (87) pesquisados. As perguntas foram formuladas com base nas informações coletadas junto à Área de Recursos Humanos, e em conversas informais com o gerente de Operações Logística e o supervisor da área de Recursos Humanos. Pois, se evidenciou que nem sempre as faltas justificadas, efetivamente representam o verdadeiro motivo. Desta forma o instrumento de coleta foi divido em quatro partes, em que se procurou mapear todas as possibilidades de ausência. 74 Na primeira parte foram analisadas as informações sócio-econômicas dos respondentes, como: estado civil, filhos, moradia e a localização, pois estes podem ser motivos de ausência ao trabalho. Na tabela 05 abaixo, são apresentados os números referentes ao estado civil dos participantes da pesquisa. Dos 87 respondentes 67% (58) são casados, os solteiros representam 29% (25), separado 1% (1) e outros 3% (3). Para melhor visualização a figura 10 em forma de gráfica demonstra os percentuais. Tabela 5 – Estado civil Alternativas Respostas Participação Casado Solteiro Separado Divorciado Outros 58 25 1 3 67% 29% 1% 3% Total 87 100% Fonte: dados primários, 2006. Divorciado Separado 0% 1% Outros 3% Solteiro 29% Casado 67% 0% 10% 20% 30% 40% Figura 10 - Estado civil. Fonte: dados primários, 2006. 50% 60% 70% 75 Alusivo a tabela 6 a seguir, dos 87 pesquisados, 47% (41) dos participantes da pesquisa possuem filhos, 45% (39) não tem filhos e 8% (7) dos entrevistados não responderam esta pergunta. Tabela 6– Filhos Alternativas Respostas Percentual Sim Não Não respondeu 41 39 7 47% 45% 8% Total 87 100% Fonte: Dados primárias, 2006. Não Respondeu 8% Sim 47% Não 45% Figura 11 - Filhos. Fonte: dados primários, 2006. Na tabela 7, dos 87 respondentes 62% (54) moram com a esposa e os filhos, enquanto que 27% (23) moram com os pais, 10% (9) responderam outros e 1% (1) não respondeu. Tabela 7 – Moradia Alternativas Respostas Participação Esposa / Filhos Pais Outros Não respondeu 54 23 9 1 62% 27% 10% 1% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. 76 Outros 10% Não respondeu 1% Pais 27% Esposa/filhos 62% Figura 12 - Moradia. Fonte: Dados primários, 2006. O próximo item analisado de acordo com a tabela 8 abaixo, foi sobre a localização da moradia, sendo que dos 87 entrevistados 29% (25) moram na cidade de Biguaçu, 22% (19) em São José, 20% (17) moram em Palhoça, 11% (10) em Florianópolis, 10% (9) em Antônio Carlos, 1% (1) em São Pedro de Alcântara e 1% (1) em Governador Celso Ramos e 6% (5) preferiram não responder a este item. Tabela 8 – Localização Localização Respostas Participação Biguaçu São José Palhoça Florianópolis Antônio Carlos São Pedro de Alcântara Governador Celso Ramos Não Respondeu 25 19 17 10 9 1 1 5 29% 22% 20% 11% 10% 6% 1% 1% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. 77 Gov. Celso Ramos 1% São P. Alcantara 1% 6% Não Respondeu Antônio Carlos 10% Florianópolis 11% Palhoça 20% 22% São José Biguaçu 0% 29% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Figura 13 - Localização. Fonte: Dados primários, 2006. Na segunda parte do instrumento de coleta de dados foram avaliadas as características das condições de trabalho sob a ótica dos funcionários da área que apresenta maior índice de absenteísmo. Os itens analisados foram: trabalho repetitivo; utilização de EPI´s – equipamentos de proteção individual; postura no trabalho; mudanças na área e o que mais incomoda; sentimento com relação a cometer um erro; reação do chefe diante do erro; relacionamento com o chefe; realização de outra atividade e se o trabalho afeta o seu desempenho. Na tabela 9 abaixo, são apresentados os resultados referentes ao questionamento feito ao trabalhador com relação ao trabalho repetitivo. Dos 87 respondentes 62% (54) vêem seu trabalho como repetitivo, enquanto que 24% (21) às vezes acham a sua atividade repetitiva, já 6% (5) não vêem o trabalho como repetitivo, enquanto que na opinião de 6% (5) os mesmos fazem rodízio na sua atividades e 2% (2) dos entrevistados não opinaram. Tabela 9 – Trabalho repetitivo Alternativas Respostas Participação Sim Às vezes Não Faz rodízio Não respondeu 54 21 5 5 2 62% 24% 6% 6% 2% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. 78 Faz rodízio 6% Não respondeu 2% Não 6% As vezes 24% Sim 62% Figura 14 – Trabalho repetitivo. Fonte: Dados primários, 2006. Conforme dados apresentados na tabela 10 a seguir, os trabalhadores ao serem questionados referente ao uso de EPI´s – equipamentos de proteção individual, observa-se por meio dos resultados que nem todos sabem ao certo quais itens disponibilizados pela Vonpar são EPI´s. Dos 87 pesquisados 85% (74) responderam que usam EPI´s, 10% (9) não usam e 5% (4) não responderam ou não sabiam. Tabela 10 – Utilização de EPI´s – equipamentos de proteção individual Alternativas Respostas Participação Sim Não Não respondeu 74 9 4 85% 10% 5% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. 79 Não 10% Não respondeu 5% Sim 85% Figura 15 – Utilização de EPI´s – equipamentos de proteção individual. Fonte: Dados primários, 2006. Os resultados da tabela 11 abaixo complementam o questionamento da tabela 9, em que se pode evidenciar que os funcionários desconhecem ou não utilizam os equipamentos de proteção individual (EPI) disponibilizados para os mesmos, lembrando que o pesquisado poderia apontar mais de um item. Dos 87 respondentes, somente 55% (68) utilizam luvas como proteção, 45% (39) usam sapatos antiderrapantes, e somente 18% (16) utilizam a capa de chuva enquanto que 17% (15) apontaram que fazem uso dos óculos de proteção e 1% (1) acredita que o boné é um equipamento de proteção individual. Percebe-se muitos funcionários tem dúvida quanto aos equipamentos de proteção individual e da sua importância. Tabela 11 – Tipos de EPI´s – equipamentos de proteção individual Alternativas Respostas Participação Luvas Sapatos Óculos Capa de chuva Boné 68 39 15 16 1 40% 33% 13% 13% 1% Total 139 100% Fonte: Dados primários, 2006. 80 Capa de chuva 13% Boné 1% Luvas 40% Óculos 13% Sapatos 33% Figura 16 – Tipos de EPI´s – equipamentos de proteção individual. Fonte: Dados primários, 2006. Na tabela 12 abaixo, os entrevistados foram questionados quanto a sua postura no trabalho, e dos 87 participantes da pesquisa 52% (45) fazem rodízio na sua atividade, já 40% (35) responderam que o trabalho é realizado em pé, ou seja, é dinâmico em movimento, para 5% (4) a atividade é realizada semi sentado, enquanto que 2% (2) responderam que trabalham sentados e 1% (1) não opinou. Tabela 12 – Postura no trabalho Alternativas Respostas Participação Rodízio Em pé (dinâmico /em movimento) Semi sentado Sentado Em pé (estático / parado) Não respondeu 45 35 4 2 1 52% 40% 5% 2% 1% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. 81 Sentado 2% Sem i sentado 5% Não respondeu 1% Em pé (dinâm ico/em m ovim ento) 40% Rodízio 52% Figura 17 – Postura no trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. Na próxima tabela 13, foi perguntado aos trabalhadores pesquisados se na percepção dos mesmos algo deveria ser mudado na sua área para melhorar a realização das atividades, e das 87 possíveis respostas 65% (57) disseram que sim, enquanto que 30% (30) acreditam que não e 5% (4) não opinaram. Para os que responderam sim, foram solicitadas sugestões, ou seja, o que efetivamente deve ser alterado, que será apresentado na tabela 14. Tabela 13 – Mudanças na área para melhor à atividade. Alternativas Respostas Participação Sim Não Não respondeu 57 26 4 65% 30% 5% Total 87 100% Fonte: Questionário (APÊNDICE B – Questionário de opiniões), 2006 82 Não 30% Não respondeu 5% Sim 65% Figura 18 – Mudanças na área para melhor à atividade. Fonte: Dados primários, 2006. E na tabela 14 foram analisadas as sugestões, sendo que dos 57 que responderam sim 42% (24) não deram sugestões, 30% (17) sugeriram melhorias nas montagens das cargas e das rotas, 5% (3) investir em novos caminhões, 5% (3) melhorar o relacionamento, 4% (2) melhorias quanto a segurança e a ergonomia, 4% (2) sugeriram melhorar o acesso aos pontos de vendas, enquanto que 2% (1) sugeriu melhorias salariais, 2% (1) melhorias referente a chefia, 2% (1) melhorar as embalagens (quantidade), 2% (1) não bater mais caixa no caminhão, 2% (1) sugeriu que deveriam trabalhar três no caminhão e 2% (1) que deveria ter lugar para o carrinho nos caminhões menores. Tabela 14 – Sugestões para melhorar a atividade na Área da Distribuição Sugestões Resultados Participação Montagem das cargas / rotas Novos caminhões Relacionamento Segurança / ergonomia Acesso aos pontos de venda Remuneração Chefia Melhorar as embalagens (quantidade) Não bater mais caixa no caminhão Três trabalhar no caminhão Lugar para carrinhos nos caminhões menores Não sugeriu 17 3 3 2 2 1 1 1 1 1 1 24 30% 5% 5% 4% 4% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 42% Total 57 100% Fonte: Dados primários, 2006. 83 Lugar p/carrinhos nos caminhões menores 2% Três trabalhar no caminhão 2% Não bater mais caixa no caminhão 2% Melhorar as embalagens (quantidade) 2% Chefia 2% Remuneração 2% Acesso pontos de venda 4% Segurança/ergonomia 4% Relacionamento 5% Novos caminhões 5% Montagem de carga/rota 30% Não sugeriu 0% 42% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% Figura 19 – Sugestões para melhorar a atividade na Área da Distribuição. Fonte: Dados primários, 2006. Na tabela 15 abaixo foi avaliado os fatores incômodos no ambiente de trabalho, e dos 87 respondentes, 41% (35) consideraram o ruído mais perturbador, 18% (16) o frio, 18% (16) responderam outros fatores, 1% (1) acredita que é a luminosidade e 6% (5) não responderam a questão. Tabela 15 – Fatores incômodos no ambiente de trabalho Alternativas Respostas Participação Ruído Frio Outros Umidade Luminosidade Não respondeu 35 16 16 14 1 5 41% 18% 18% 16% 6% 1% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. 84 Não respondeu 6% Luminosidade 1% Ruído 41% Umidade 16% Outros 18% Frio 18% Figura 20 – Fatores incômodos no ambiente de trabalho Fonte: Dados primários, 2006. Para os 16 funcionários que responderam que outros fatores são incômodos no ambiente de trabalho, foi questionado quais seriam esses fatores, e 38% (6) atribuem os incômodos ao trânsito, 38% (6) responderam que é a chuva, 13% (2) é o peso dos produtos e instrumento (carrinho), 6% (1) ajudante malandro e 6% (1) muito sol no verão. Tabela 16 – Outros fatores incômodos no ambiente de trabalho Alternativas Respostas Participação Trânsito Chuva Peso dos produtos e instrumentos Ajudante malandro Muito sol no verão 6 6 2 1 1 38% 38% 13% 6% 6% Total 16 100% Fonte: Dados primários, 2006. Muito sol no verão 6% Ajudante malandro 6% Peso dos produtos e intrumentos "carrinho", etc. 13% Chuva 38% Trânsito 38% 0% 5% 10 % 15 % 20 % 25 % 30 % 35 % 40 % Figura 21 – Outros fatores incômodos no ambiente de trabalho Fonte: Dados primários, 2006. 85 Na próxima tabela 17, os 87 pesquisados foram questionados referente aos seus sentimentos quando cometem algum erro, e 72 (63) responderam que ficam chateados ao cometer um erro, já 15% (13) ficam tranqüilos, 11% (10) se sentem desmotivados e 2% (2) ficam indiferentes ao cometerem um erro. Tabela 17 – Sentimento ao cometer um erro Alternativas Respostas Participação Chateado Tranqüilo Desmotivado Indiferente 63 13 10 2 72% 15% 11% 2% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. Desmotivado 11% Indiferente 2% Tranqüilo 15% Chateado 72% Figura 22 – Sentimento ao cometer um erro Fonte: Dados primários, 2006. Na tabela 18, dos 87 pesquisados quando questionados sobre a reação do chefe ao cometerem um erro, para 64% (56) o chefe é compreensivo, 15% (13) vêem o chefe solidário, já para 14% (12) o chefe se torna opressivo, enquanto que 3% (3) o avalia como omisso, e para 2% (2) o chefe se mostra neutro sem reação e 2% (1) não respondeu. 86 Tabela 18 – Reação do chefe diante do erro Alternativas Respostas Participação Compreensivo Solidário Opressivo Omisso Neutro Não respondeu 56 13 12 3 2 1 64% 15% 14% 3% 2% 2% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. Não respondeu 2% Neutro 2% 3% Omisso Opressivo 14% 15% Solidário Compreensivo 64% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Figura 23 – Reação do chefe diante do erro Fonte: Dados primários, 2006. A segui,r na tabela 19 foi avaliado pelos 87 respondentes o relacionamento com a chefia, sendo que 54% (46) avaliaram como ótima, 32% (28) boa, 11% (10) razoável, ruim e péssima não foram votadas e 3% (3) preferiram não responder. Tabela 19 – Relacionamento com a chefia Alternativas Respostas Participação Ótima Boa Razoável Ruim Péssima Não respondeu 46 28 10 3 54% 32% 11% 3% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. 87 Não respondeu 3% Razoável 11% Ótima 54% Boa 32% Figura 24 – Relacionamento com a chefia Fonte: Dados primários, 2006. Ao serem questionados (tabela 20) com relação a realização de outra atividade além da que desempenham na Vonpar, dos 87 pesquisados 86% (75) responderam que não realizam nenhuma atividade, enquanto que 14% (12) realizam outras atividades nas horas de folga como: construção civil, entrega de pizza, instalação de cortinas, segurança, bombeiro comunitário e amigo da escola. Tabela 20 – Realização de atividade extra Alternativas Respostas Participação Não Sim 75 12 86% 14% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. Sim 14% Não 86% Qual? Construção civil Entregador de pizza Colocação de cortinas Bombeiro comunicário Segurança Amigo da escola Figura 25 – Realização de atividade extra Fonte: Dados primários, 2006. 88 Na tabela 21 a seguir, os 87 pesquisados responderam sobre o trabalho afetar ou não sua vida particular, lembrando que os mesmos poderiam escolher mais de uma alternativa. Para 33% (46) dos respondentes o trabalho não afeta em nada na sua vida particular, já 28% (38) acreditam que o trabalho afeto o físico, 5% (21) afeta a mente, 9% (13) o relacionamento com a companheira, 7% (10) afeta o relacionamento sexual, 7% (9) o relacionamento com os filhos e 1% (1) não opinou. Tabela 21 – Trabalho x desempenho Alternativas Respostas Participação Não afeta Físico Mental Relacionamento com a companheira Relacionamento sexual Relacionamento com os filhos Outros. Quais? Não respondeu 46 38 21 13 10 9 1 33% 28% 15% 9% 7% 7% 1% Total 138 100% Fonte: Dados primários, 2006. Não afeta 33% Físico 28% Mental 15% Relacionamento com a companheira 9% Relacionamento sexual 7% 7% Relacionamento com os filhos Não respondeu 1% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Figura 26 – Trabalho x desempenho Fonte: Dados primários, 2006. 89 Na terceira parte do questionário foi avaliada a característica do estado de saúde do trabalhador, considerando dois momentos: a) se o acidente foi por doença profissional e ou acidente de trabalho, fazendo alguns questionamentos: como fez para chegar a essa situação? Qual foi á conduta da empresa em relação ao seu estado de saúde? Ao retornar ao trabalho voltou a realizar a mesma atividade? Qual foi à conduta de seus colegas em relação ao seu problema? E como você caracteriza seu atual estado de saúde: b) se o afastamento foi por outro motivo ou doença. Qual foi à conduta da empresa em relação a sua ausência no local de trabalho? Na tabela 22 abaixo os 87 pesquisados ao serem questionados sobre doença e ou acidente, 49 responderam que já vivenciaram em um determinado momento uma dessas situações, e o que os fez chegar a essa situação para 59% (29) foi por doença, 20% (10) queda do caminhão e/ou em outro lugar (a rua e no cliente), 16% (8) foi por esforço repetitivo, 2% (1) por falta de motivação e 2% (1) realizar atividade sem avaliar os riscos. Tabela 22 – Motivos que levaram o funcionário a se ausentar de sua atividade Alternativas Respostas Participação Doença Queda (caminhão / outro lugar) Esforço repetitivo Motivação Realizar atividade sem avaliar os riscos 29 10 8 1 1 59% 20% 16% 2% 2% Total 49 100% Fonte: Dados primários, 2006. Realizar a atividade sem avaliar os riscos 2% Motivação 2% 16% Esforço repetitivo 20% Queda (cam inhão/outro lugar) 59% Doença 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Figura 27 – Motivos que levaram o funcionário a se ausentar de sua atividade Fonte: Dados primários, 2006. 90 A seguir, na tabela 23 apresentam-se os resultados referentes à conduta da empresa diante da situação de um funcionário acidentado e ou doente, 33% (16) encontram por parte da empresa compreensão e auxílio nas medidas de tratamento, também 33% (16) tiveram amparo legal, 14% (7) perceberam indiferença, 2% (1) sentiu-se ameaçado de desemprego ou similar e 18% (9) não responderam. Tabela 23 – Conduta da empresa diante da ausência do funcionário Alternativas Respostas Participação Compreensão e auxílio nas medidas de tratamento Amparo legal Indiferença Ameaça de desemprego ou similar Outra. Qual? Não respondeu 16 16 7 1 9 33% 33% 14% 2% 18% Total 49 100% Fonte: Dados primários, 2006. 2% Ameaça de desemprego ou similar 14% Indiferença Amparo legal 33% Compreensão e auxílio nas medidas de tratamento 33% 18% Não respondeu 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% Figura 28 – Conduta da empresa diante da ausência do funcionário Fonte: Dados primários, 2006. 35% 91 Na tabela 24 foi perguntado aos pesquisados como foi ao retornaram para o trabalho após o acidente e ou doença e se voltaram a realizar a mesma atividade. Para 82% (40) foi como antes, 6% (3) foi para outra função e 12% (6) não responderam. Tabela 24 – Retorno ao trabalho Alternativas Respostas Participação Como antes Foi para outra função Outra. Qual? Gradativamente Não respondeu 40 3 6 82% 6% 12% Total 49 100% Fonte: Dados primários, 2006. Foi para outra função 6% Não respondeu 12% Como antes 82% Figura 29 – Retorno ao trabalho Fonte: Dados primários, 2006. Na tabela 25 são apresentados os resultados dos pesquisados quando questionados sobre o comportamento dos colegas de trabalho ao retornar as suas atividades. 76% (37) encontraram compreensão e auxílio, 6% (3) perceberam indiferença por parte dos colegas, 2% (1) descrédito e 16% (8) não responderam. 92 Tabela 25 – Conduta dos colegas Alternativas Respostas Participação Compreensão e auxílio Indiferença Descrédito Negação Outra. Qual? Não respondeu 37 3 1 8 76% 6% 2% 16% Total 49 100% Fonte: Dados primários, 2006. Indiferença 6% Não respondeu 16% Descrédito 2% Compreensão e auxílio 76% Figura 30 – Conduta dos colegas Fonte: Dados primários, 2006. Na seqüência (tabela 26) foi avaliado o estado de saúde dos respondentes na percepção dos mesmos. 43% (21) estão com ótima saúde, 41% (20) consideram sua saúde boa, para 14% (7) está regular e 2% (1) respondeu que está ruim. Tabela 26 – Caracterização do estado de saúde Alternativas Respostas Participação Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo 21 20 7 1 - 43% 41% 14% 2% - Total 49 100% Fonte: Dados primários, 2006. 93 Regular 14% Ruim 2% Ótimo 43% Bom 41% Figura 31 – Caracterização do estado de saúde Fonte: Dados primários, 2006. Na última parte da pesquisa foi analisada a caracterização do absenteísmo, por meio de alguns questionamentos: falta ao trabalho; motivo da falta; apresentou atestado e se as atividades de recursos humanos da Vonpar (política salarial, banco de horas, treinamentos, plano de carreira, benefícios, entre outros), influenciam no absenteísmo. No caso da resposta ser afirmativa, justifique. Conforme dados apresentados na tabela 27, quanto aos respondentes terem faltado ou não ao trabalho, das 87 pessoas, 76% (66) já faltaram ao trabalho, 23% (20) nunca faltaram e 1% (1) não respondeu ao questionamento. Tabela 27 - Falta ao trabalho Alternativas Respostas Participação Sim Não Não respondeu 66 20 1 76% 23% 1% Total 87 100% Fonte: Dados primários, 2006. 94 Não 23% Não respondeu 1% Sim 76% Figura 32 – Falta ao trabalho Fonte: Dados primários, 2006. Os 76% (66) dos pesquisados que responderam que já faltaram pelo menos uma vez ao trabalho conforme tabela 27, responderam também qual o motivo da falta. Lembrando que o respondente poderia escolher mais de uma opção. De acordo com a tabela 28 dos 66 pesquisados 26% (29) faltaram por motivo de doença, 15% (16) por acidente de trabalho, 13% (14) ir ao funeral, 10% (11) em virtude de problemas familiares, 9% (10) problemas particulares, 6% (7) ocorrências inesperadas, 4% (4) por nascimento filho, 4% (4) em decorrência de acidente, 3% (3) casamento, 2% (2) viagem, 2% (2) por motivo de perda do transporte coletivo, 3% (3) outros motivos não foi especificado pelo respondentes e 5% (5) não responderam. Tabela 28 – Motivo de falta ao trabalho Alternativas Respostas Participação Doença Acidente de trabalho Funeral Problemas familiares Problemas particulares Ocorrências inesperadas Nascimento Acidente Casamento Viagem Transporte Problemas financeiros Tempo (chuva) Outros. Justifique Não respondeu 29 16 14 11 10 7 4 4 3 2 2 3 5 26% 15% 13% 10% 9% 6% 4% 4% 3% 2% 2% 3% 5% Total 110 100% Fonte: Dados primários, 2006. 95 26% Doença 15% Acidente de trabalho 13% Funeral 10% Problemas familiares 9% Problemas particulares 6% Ocorrências inesperadas 5% Não respondeu Nascimento 4% Acidente 4% 3% Outros. Justifique: 3% Casamento Viagem 2% Transporte 2% Problemas financeiros 0% Tempo (chuva) 0% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% Figura 33 – Motivo da falta ao trabalho Fonte: Dados primários, 2006. Na próxima análise conforme dados da tabela 29 e da figura 34, será possível evidenciar o número de atestados apresentados para justificar as faltas. Das 66 pessoas que faltaram ao trabalho pelos diversos motivos apresentados na tabela 28, 82% (54) responderam que sim, ou seja, apresentaram atestado para justificar a falta, já 18% (12) não apresentaram atestado como justificativa de ausência, no entanto negociaram a falta adicionando-a ao banco de horas. Segundo os respondentes o número total de atestados apresentados foi de 72, representando 615 dias de ausência ao trabalho. Para se ter uma base de quanto custa à ausência do funcionário para a empresa, para o governo, para a comunidade, enfim, todos direta ou indiretamente acabam pagando esta ausência. A base de cálculo utilizada está representada na tabela 29 abaixo, adotando o seguinte critério: salário base dos motoristas, multiplicado pelo número de funcionários deste cargo (mesmo processo utilizado para os ajudantes), dividindo o total da remuneração pelo total de funcionários. Na seqüência a média salarial foi divida por 30 dias e o resultado multiplicado pelo total de ausências apresentadas pelos pesquisados. O valor que se chegou foi de R$ 16.900,00, sem encargos e perdas de 96 produtividade que a própria empresa absorve. Entende-se que a ausência do funcionário ao trabalho só representa perdas para todos. Tabela 29 – Fórmula para identificar custos do absenteísmo Base de cálculo 1) Salário base do motorista X total de motoristas= 2) Salário base do ajudante X total de ajudantes = 3) Total salário = 1 + 2 4) Média salarial = Total de Salários Total de Funcionários R$ = Média Salarial 30 dias X Total de ausências Tabela 30 – Apresentação de atestado na falta ao trabalho Alternativas Respostas Participação Sim Não 54 12 82% 18% Total 66 100% Fonte: Dados primários, 2006. Não 18% Sim 82% Figura 34 – Apresentação de atestado na falta ao trabalho Fonte: Dados primários, 2006. 97 Ao questionar os funcionários da distribuição (motoristas e ajudantes), quanto à influência das atividades de recursos humanos no absenteísmo (política salarial, banco de horas, treinamento, plano de carreira, benefícios, entre outros), pôde-se observar na figura 35 que 63% (55) dos respondentes acreditam que as atividades de recursos humanos não influenciam no absenteísmo, 24% (21) não responderam e 13% (11) responderam que sim, ou seja, as atividades de recursos humanos influenciam no absenteísmo, para os mesmos os principais motivos são: falta de oportunidade, salário e plano de carreira. Tabela 31 – Influência das atividades de recursos humanos no absenteísmo Alternativas Respostas Participação Sim Não Não respondeu 11 55 21 13% 63% 24% Total 66 100% Fonte: Dados primários, 2006. Sim 13% Não respondeu 24% Não 63% Figura 35 – Influência das atividades de recursos humanos no absenteísmo Fonte: Dados primários, 2006. 98 4.6 A influência das atividades de recursos humanos no âmbito da empresa Quando os pesquisados foram questionados sobre a influência das atividades de recursos humanos no absenteísmo, P1 e P2 acreditam que parte do absenteísmo é causada pela política atual da Vonpar. Tanto que recentemente, a empresa realizou uma pesquisa de mercado fazendo um comparativo com a sua política salarial, constatando que várias categorias estavam com os salários defasados, o que levou a empresa a adequar alguns salários. Os entrevistados P1 e P2 acreditam também que a ausência decorre de outro fator complicador é a questão geográfica (localização), sendo esta, uma classe em que a remuneração é fator determinante para desempenho do funcionário, o que pode influenciar no absenteísmo. Entretanto, ao analisar os principais motivos de faltas junto aos motoristas e ajudantes no item transporte que poderia justificar a localização geográfica, de acordo com a figura 33 somente 2% (2) faltaram ao trabalho em virtude de transporte. O banco de horas de acordo com os entrevistados P1 e P2, é uma política que causa desconforto entre os trabalhadores, apesar da maioria aceitar como forma de manutenção da empregabilidade, devido à alta sazonalidade da área do segmento de bebidas. No entanto, o pouco esclarecimento da funcionalidade do banco de horas acaba gerando discrepância, uma vez que o funcionário acredita que faltando ao trabalho automaticamente sua ausência irá para o banco de horas, sem que precise justificar e muito menos ser advertido e ou ter o dia de falta descontado na remuneração. Entretanto quando constata que irá ocorrer, o funcionário se ausenta novamente como forma de punir a empresa buscando amparo médico (atestado). Quanto ao plano de carreira P1 e P2 concordam que o processo está bem desenhado, mas pouco capitalizado, ou seja, o aproveitamento interno deve ser mais direcionado, motivando os funcionários a se prepararem para o desenvolvimento pessoal e profissional, em qualquer situação, este pode ser um fator gerador de absenteísmo, pois em algumas situações as oportunidades são repassadas ao recrutamento externo, os funcionários se sentem desprestigiado. Referente aos benefícios P1 e P2, tem certeza de estar bem estruturado se comparado a outras empresas. O pesquisado P3 não vislumbra casos expressivos de absenteísmo, mas alguns trabalhadores podem associar seu descontentamento com a empresa, quanto à política salarial e sua administração, tentando jogar na área de recursos humanos a culpa pelos fatos de modo geral. O entrevistado P4 preferiu não responder. 99 Ao estudar os dados referentes às influências das atividades de recursos humanos no absenteísmo, foi possível cruzar os resultados da pesquisa aplicada aos motoristas e ajudantes com os da pesquisa aplicada às chefias. Perante os dados obtidos, notou-se que 13% (11) dos motoristas e ajudantes que compuseram a amostra reconhecem a influência das atividades de recursos humanos no absenteísmo, ressaltando que as que mais interferem são: oportunidades na trajetória profissional e compensação salarial. Já as chefias, conforme comentado, anteriormente, acreditam que o pouco aproveitamento interno pode gerar insatisfação e desmotivação, outro ponto é a política salarial e sua administração. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa teve como principal motivação a procura por dados que viabilizassem a análise dos principais motivos do absenteísmo no âmbito da empresa estudada. Deste modo, a busca por informações foi incansável e primordial, para facilitar uma análise mais detalhada. Neste sentido, eliciaram-se os seguintes objetivos específicos: apontar os motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos; descrever a sistemática de controle de freqüência das pessoas no trabalho utilizada pela empresa em questão; verificar os índices do absenteísmo na organização estudada; identificar os principais motivos de absenteísmo dos empregados da área com maior índice de afastamento ao trabalho; tal como descrever a influência das atividades da área de recursos humanos sobre o absenteísmo, na referida empresa. Para tanto, os dados foram coletados junto aos funcionários da área da Distribuição por intermédio da aplicação de um questionário, entrevistas com as chefias, resgate de informações junto à área de recursos humanos, além de elementos por meio do referencial teórico. Quanto aos motivos de ausência permitidos no âmbito da Vonpar Refrescos S.A. unidade Antônio Carlos, foi evidenciado que a mesma estabelece que todas as ausências permitidas são somente as regidas por lei: falecimento, casamento, nascimento, doenças, vestibular, eleição e doação de sangue. Ao identificar a sistemática de controle de freqüência utilizada pela a empresa estudada, constatou-se que a mesma possui um sistema que possibilita um controle eficiente da assiduidade dos funcionários, no entanto, percebe-se a ausência de uma gestão mais ativa no que tange ao banco de horas negativo, dando inclusive a falsa impressão que estão sobrando pessoas nas atividades, o que não representa a realidade da empresa, uma vez que a mesma trabalha com um quadro de funcionários bem enxuto. Ao identificar os principais motivos do absentismo na área que representa o maior índice de afastamento ao trabalho, constatou-se que o índice anual (até agosto de 2006) da unidade Antônio Carlos representa 2,03, no entanto, na área de Distribuição é de 4,45; sendo este o maior índice dentre as áreas da empresa em questão. Diante disso, optou-se em analisar 101 os motivos do absentismo na referida área. Após a identificação dos índices, contatou-se que não existe uma sistemática de controle para tratar este indicador, uma vez que não foi possível evidenciar estabelecimento de metas e ações específicas para o tratamento desses dados. Entende-se que existe uma preocupação dos dirigentes quanto a este índice, no entanto, ainda é pouco gerenciado. Frente a isso, depreende-se que a empresa necessita de uma gestão sistêmica do absenteísmo, que viabilize um controle mais efetivo dos dados que este índice pode oferecer para a organização. Acredita-se que seja conveniente a análise dos índices tanto de forma quantitativa, por intermédio de estudos longitudinais estudando os períodos, tal como estabelecendo comparativos com empresas do mesmo ramo de atuação e empresas situadas na mesma região da Grande Florianópolis. Tais comparativos podem ser realizados com base em pesquisas desenvolvidas pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). Por meio deste estudo, pôde-se também evidenciar que o índice do absenteísmo ainda é pouco avaliado pelos empresários, tanto que existe pouco referencial teórico abordando o assunto de forma específica, e os que descrevem o fazem muito sucintamente. No entanto, é possível perceber pequenos sinais de mudanças, uma vez que o capital humano vem ganhando espaço dentro das organizações, já que muitas delas estão percebendo que para obterem diferencial competitivo não basta somente investir em tecnologia e informação, precisam contar com profissionais competentes, ou seja, que tenha, conhecimento, habilidade e atitude. E para tanto, carecem investir e conhecer as pessoas, com quem precisam contar (FIDELIS; BANOV, 2006). Com relação aos principais motivos de absenteísmo dos empregados da área com maior índice de afastamento ao trabalho, é perceptível que muitas ausências não representam efetivamente a realidade apresentada, e que muitos funcionários durante a pesquisa demonstraram que estão insatisfeitos e desmotivados. Inclusive foi possível evidenciar divergências entre a observação direta e os dados coletados, em virtude do cansaço físico e mental. Ao estudar a influência das atividades da área de recursos humanos sobre o absenteísmo, na referida empresa, concluiu-se que de alguma forma algumas atividades efetivamente influenciam no absenteísmo, e por não existir uma gestão mais direcionada para este índice o que pode obscurecer algumas informações, induzindo inclusive a empresa a tomar ações tardias. 102 Dentro desta conjuntura, pôde-se verificar por meio do levantamento bibliográfico e os de dados primários e secundários, que o absenteísmo pode ser caracterizado por diversas formas. De acordo com Fidelis e Banov (2006), os motivos do absenteísmo são os mais variados, desde insatisfação com salário baixo; benefícios que não atendem às necessidades; relacionamento; a problemas de saúde e afastamentos justificados como: acidente de trabalho, auxílio-doença, enfermidade, entre outros. Durante o estudo observou-se que as atividades de recursos humanos exercem influência sobre as ausências. Como a política salarial, plano de carreira e também, afastamento por doenças ocupacionais e os acidentes de trabalho, bem como acompanhar os familiares ao médico. Entretanto, algumas ausências podem não representar o verdadeiro motivo, ou seja, o atestado médico pode ser uma fuga para justificar o verdadeiro motivo. Observado durante a coleta de dados junto aos motoristas e ajudantes, que alguns funcionários estão desmotivados e insatisfeitos, refletindo inclusive nas suas respostas. Vale a pena ressaltar que a empresa em questão possui um sistema que possibilita um controle mais detalhado dos motivos apresentados nos atestas, o que hoje não está sendo realizado, tanto que não foi possível identificar os motivos da ausência prescrito nos atestados. Contudo, pôde-se verificar por intermédio dos dados levantados (documental e conversa com os funcionários), e da convivência no ambiente organizacional que a empresa possui grande preocupação com o bem-estar de seus funcionários. Apesar disso, como foi mencionado anteriormente, não foi possível evidenciar uma sistemática com ações direcionadas que identifique e trate os afastamentos objetivando a minimização do índice de absenteísmo. Uma vez que o quadro de funcionários da empresa não possui reserva, tanto que quando um funcionário falta essa falta incorre em uma série de problemas, desde alguém para substituí-lo bem como perda de produtividade e possivelmente perda de qualidade no atendimento ao cliente. Diante de tudo que foi apresentado, fica evidente que o índice do absenteísmo requer um acompanhamento mais sistêmico. Para tanto, segue abaixo (tabela 31) a sugestão de um plano com base na literatura apresentada e dos resultados obtidos pela pesquisa, confirmando a importância e a necessidade do estudo realizado para a análise dos principais motivos que estão comprometendo e, muitas vezes, ajudando o absenteísmo a se concretizar mais facilmente. 103 Por intermédio da coleta de dados das efetivas faltas dos funcionários, pôde-se chegar ao consenso de quão importante são as atividades de recursos humanos dentro da organização. Tabela 32 – Plano de controle do absenteísmo Ação Indicador de Controle Estabelecer meta individual e/ou coletiva para o absenteísmo, inserindo o índice na participação anual dos resultados da empresa, como forma de Alta Administração evitar a ausência do funcionário ao trabalho. Firmar contrato com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), participando das pesquisas efetuadas junto às empresas, em que são analisados os índices, inclusive o do absenteísmo. Manter atualizado o banco de dados quanto aos motivos de ausência quando tratar-se de atestados médicos. Desenvolver sistemática de controle envolvendo as áreas, como: o índice do absenteísmo e os motivos apresentados, com o intuito de evidenciar se a ausência refletiu o verdadeiro motivo. Demonstrar os custos quando da falta de um funcionário, já que a empresa trabalho com um quadro de pessoas reduzido. Monitorar o banco de horas negativo, e não somente o positivo como vem sendo feito até a presente data. Gerente de Recursos Humanos Corporativo e Supervisor de Recursos Humanos da unidade Antônio Carlos. Enfermeira do trabalho Supervisor de Recursos Humanos e Gestores das áreas. Supervisor de Recursos Humanos Analista de Recursos Humanos e Supervisor de Recursos Humanos. Para estudos futuros, sugere-se dentre as atividades de recursos humanos co-relacionar o absenteísmo com a rotatividade, e a sua influência na imagem da empresa e também analisar os custos efetivos que o absenteísmo representa para o planejamento de recursos humanos da empresa estudada. 104 REFERÊNCIAS AQUINO, C. P. Administração de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 1979. BARBETTA, Pedro, Alberto. Estatística aplicada às ciências sociais. 4ª ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2002. BOHLANDER, G.; SNELL A S.; SHERMAN, A. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira, 2003. CARAVANTES, G.R.; PANNO, C.C.; KLOECKNER, M.C. Administração: Teorias e processo. São Paulo: Ed. Pearson, 2005. CARVALHO, A. V. de; NASCIMENTO, L. P. do. Administração de recursos humanos. Volume I, São Paulo: Ed. Pioneira, 1998. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 3ª ed. São Paulo: Makron Books, 1983. CHIAVENATO, I. 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Agradeço sua colaboração e fico a disposição para qualquer dúvida. Pesquisadora: Leonete Gorges dos Santos 1. De que forma a área de Logística monitora o absenteísmo? Existem ações para tratá-lo? 2. Referente ao funcionário faltoso, adota-se algum tratamento direcionado para identificar o verdadeiro motivo da falta? 3. Na sua percepção, quais seriam os principais motivos que induzem os trabalhadores da área de Logística a faltarem ao trabalho? 4. Você acredita que as atividades de recursos humanas da Vonpar influenciam no absenteísmo (política salarial, banco de horas, treinamento, plano de carreira, benefícios, entre outros)? 110 APÊNDICE B Questionário de Opinião 111 Questionário de Opinião Este questionário visa a identificar as possíveis causas do absenteísmo (falta ao trabalho) da área de LogÍstica da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos. As informações prestadas são de caráter confidencial, servindo, tão somente, para o levantamento das informações necessárias ao cumprimento dos objetivos do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do Curso de Administração com Habilitação em Marketing da Univali. Com este trabalho pretende-se analisar os principais motivos do absenteísmo dos trabalhadores. Dessa forma, há de se ressaltar a fundamental importância do seu correto preenchimento por todos os respondentes. Agradeço sua colaboração e fico a disposição para qualquer dúvida. Pesquisadora: Leonete Gorges dos Santos I. Informações Sócio Econômicos. 1) Estado civil: ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Divorciado ( ) Separado 2) Têm filhos? ( ) Sim ( ) Não. 3) Mora com quem? ( ) Pais ( ) Esposa e Filhos ( ) República c/amigos 4) Onde reside?______________________________________________ ( ) Outros ( ) Outros II. Características das condições de trabalho. 1) Seu trabalho é repetitivo? ( ) Não; ( ) Sim; ( ) As vezes; ( ) Faz rodízio 2) Utiliza EPI´s (equipamentos de proteção individual) na sua atividade? ( ) Sim. Qual?_________ ( ) Não. 3) Qual sua postura no trabalho? ( ) Em pé (estático/parado) ( ) Em pé (dinâmico/em movimento) ( ) Sentado ( ) Semi sentado ( ) Rodízio 4) A seu ver algo deveria ser alterado no seu setor para melhorar a sua atividade? ( ) Não ( ) Sim. O que?___________________________________________________________________ 5) No ambiente de trabalho o que mais lhe incomoda? ( ) Ruído ( ) Frio ( ) Umidade ( ) Luminosidade ( ) Outros. O que?_________________________________________________________ 6) Como se sente quando comete um erro: ( ) Chateado ( ) Desmotivado ( ) Indiferente ( ) Tranqüilo 7) Como seu chefe reage diante do seu erro? ( ) Compreensivo ( ) Solidário ( ) Neutro ( ) Omisso ( ) Opressivo 8) Sua relação com a chefia é: ( ) Ótima; ( ) Boa; ( ) Razoável; ( ) Ruim. 9) Você exerce alguma atividade extra além do seu trabalho?( ) não ( ) sim. Qual?_______ 10) O trabalho afeta o seu desempenho? Enumere em ordem crescente. ( ) Mental ( ) Físico ( ) Relacionamento com os filhos ( ) Relacionamento com a companheira ( ) Relacionamento sexual ( ) Não afeta ( ) Outros III. Característica do estado de saúde o trabalhador Se o acidente foi por doença profissional ou acidente de trabalho, responda: 1) O que fez para chegar a essa situação?_______________________________________ 2) Qual foi à conduta da empresa em relação ao seu estado de saúde? ( ) Compreensão e auxílio nas medidas de tratamento ( ) Amparo legal 112 1) Ao retornar ao trabalho voltou a realizar a mesma atividade? ( ) Como antes ( ) Gradativamente ( ) Foi para outra função ( ) Outros 2) Qual foi à conduta de seus colegas em relação ao seu problema? ( ) Compreensão e auxílio ( ) Descrédito ( ) Indiferença ( ) Negação ( ) Outros 3) Como você caracteriza seu atual estado de saúde? ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Outros? Se o afastamento foi por outro motivo ou doença, responda: 1) Qual foi à conduta da empresa em relação a sua ausência no local de trabalho? ( )Compreensão ( ) Amparo legal ( ) Indiferença ( ) Ameaça de desemprego ou similar ( ) Outros IV. Caracterização do absenteísmo (falta ao trabalho). 1)Você já faltou ao trabalho? ( ) Não ( ) Sim. 2) Qual o motivo? ( ) Doença ( ) Doença profissional ( ) Acidente de trabalho ( ) Acidente ( ) Tempo (chuva) ( ) Problemas financeiros ( ) Problemas particulares ( ) Problemas familiares ( ) Transporte ( ) Casamento ( ) Nascimento ( ) Funeral ( ) Viagem ( ) Ocorrências inesperadas ( ) Outros. Justifique:_______________________________________________________________________ 3) Apresentou atestado médico? ( )Não ( )Sim. 4) Você acredita que as atividades de recursos humanos da Vonpar (política salarial, banco de horas, treinamento, plano de carreira, benefícios, entre outras), influenciam para o absenteísmo (falta ao trabalho)? ( ) Não ( ) Sim. Justifique:____________________________________________________________________________ 113 APÊNDICE C Roteiro de perguntas 114 Roteiro de Perguntas Este questionário visa a identificar as possíveis causas do absenteísmo (falta ao trabalho) da área de LogÍstica da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos. As informações prestadas são de caráter confidencial, servindo, tão somente, para o levantamento das informações necessárias ao cumprimento dos objetivos do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do Curso de Administração com Habilitação em Marketing da Univali. Com este trabalho pretende-se analisar os principais motivos do absenteísmo dos trabalhadores. Dessa forma, há de se ressaltar a fundamental importância do seu correto preenchimento por todos os respondentes. Agradeço sua colaboração e fico a disposição para qualquer dúvida. Pesquisadora: Leonete Gorges dos Santos 2004 2005 2006 2004 2005 2006 Sub total 0 0 0 Total 0 0 0 Número de colaboradores: Número de afastados: 18 (INSS) 1) Quais faltas a empresa considera como legais: 1.1) Casamento 1.2) Alistamento 1.3) Nascimento 1.4) Falecimento 1.5) Vestibular 1.6) Outros (quais?) OBS.: Caso não tenha aberto pode ser somente o total. 2) De que forma a Vonpar classifica as faltas ao trabalho dos funcionários? 2004 2.1) Faltas justificadas (médico e dentista) 2.2) Faltas não justificadas (descontadas) 2.3) Faltas adicionadas no banco de horas 2.4) Faltas abonadas pelo gestor 2.5) Saídas antecipadas/atrasos 2.6) Outras? 2005 2006 2005 2006 3) Referente as faltas com afastamento (INSS): 3.1) Acidente de trabalho com e sem afastamento: 2004 115 APÊNDICE D Questionário de opinião (pré-teste) 116 Questionário de Opinião Este questionário visa a identificar as possíveis causas do absenteísmo (falta ao trabalho) da área de LogÍstica da Vonpar Refrescos S.A. – unidade Antônio Carlos. As informações prestadas são de caráter confidencial, servindo, tão somente, para o levantamento das informações necessárias ao cumprimento dos objetivos do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do Curso de Administração com Habilitação em Marketing da Univali. Com este trabalho pretende-se analisar os principais motivos do absenteísmo dos trabalhadores. Dessa forma, há de se ressaltar a fundamental importância do seu correto preenchimento por todos os respondentes. Agradeço sua colaboração e fico a disposição para qualquer dúvida. Pesquisadora: Leonete Gorges dos Santos I. 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) Informações Sócio Econômicos. Estado civil: ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Divorciado ( ) Separado ( ) Outros Têm filhos? ( ) Sim. Quantos? _____ ( ) Não. Quantas pessoas trabalham na família?____ E quantas pessoas dependem de você?______ Estuda atualmente?( ) sim ( ) não Grau de instrução______________________________________________________________________________________ ______ Carga horária de estudo: ( )1h/dia; ( )2h/dia; ( )3h/dia; ( ) 3h/dia; ( ) 4h/dia; ( )+4h/dia Mora com quem? ( ) Pais ( ) Esposa e Filhos ( ) República c/amigos ( ) Outros Possui casa própria? ( ) Sim ( ) Não. Onde reside? E qual à distância?________________________________________________________________________________ II. Características das condições de trabalho. 1) Está a quanto tempo trabalhando na área de Logística/Distribuição?____________________________________________________ 2) Qual a sua função?___________________________________________________________________________________________ 3) Qual seu turno de trabalho? ( ) 1º Turno ( ) 2º Turno ( ) 3º Turno ( ) Horário Comercial Carga horária semanal: _______________________________________________________________________________________ 4) Costuma fazer horas extras? ( ) sim ( ) não. Quantas horas/mês?______________________________________________________ 5) Seu trabalho é repetitivo? ( ) Não; ( ) Sim; ( ) As vezes; ( ) Faz rodízio 6) Utiliza EPI´s (equipamentos de proteção individual) na sua atividade? ( ) Não Sim. Quais?____________________________________________________________________________________ ___ 7) Qual sua postura no trabalho? ( ) Em pé (estático/parado) ( ) Em pé (dinâmico/em movimento) ( ) Sentado ( ) Semi sentado ( ) Rodízio 8) Você carrega peso durante o seu trabalho? ( ) Não ( ) Sim. O que?____________________________________________________ 9) A seu ver algo deveria ser alterado no seu setor para melhorar a sua atividade? ( ) Não ( ) Sim. O que?______________________________________________________________________________________ 10) No ambiente de trabalho o que mais lhe incomoda? ( ) Ruído ( ) Frio ( ) Umidade ( ) Luminosidade ( ) Outros. O que?___________________________________________________________________________________________ 11) Como se sente quando comete um erro: ( ) Chateado ( ) Desmotivado ( ) Indiferente ( ) Tranqüilo 12) Como seu chefe reage diante do seu erro? 117 III. Característica do estado de saúde o trabalhador Se o acidente foi por doença profissional ou acidente de trabalho, responda: a. O que fez para chegar a essa situação?____________________________________________________________________________ b. Qual foi à conduta da empresa em relação ao seu estado de saúde? ( ) Compreensão e auxílio nas medidas de tratamento ( ) Amparo legal ( ) Indiferença ( ) Ameaça de desemprego ou similar ( ) Outra. Qual?___________________________________________________________________________________________ c. Ao retornar ao trabalho voltou a realizar a mesma atividade? ( ) Como antes ( ) Gradativamente ( ) Foi para outra função ( ) Outra. Qual?_____________________________________________________________________________________________ d. Qual foi à conduta de seus colegas em relação ao seu problema? ( ) Compreensão e auxílio ( ) Descrédito ( ) Indiferença ( ) Negação ( ) Outra. Qual?_____________________________________________________________________________________________ e. Como você caracteriza seu atual estado de saúde? ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Péssimo Se o afastamento foi por outro motivo ou doença, responda: I. Qual foi à conduta da empresa em relação a sua ausência no local de trabalho? ( )Compreensão ( ) Amparo legal ( ) Indiferença ( ) Ameaça de desemprego ou similar ( ) Outra. Justifique:__________________________________________________________________________________________ IV. Caracterização do absenteísmo (falta ao trabalho). 1)Você já faltou ao trabalho? ( ) Não ( ) Sim. 2) Qual o motivo? ( ) Doença ( ) Doença profissional ( ) Acidente de trabalho ( ) Acidente ( ) Tempo (chuva) ( ) Problemas financeiros ( ) Problemas particulares ( ) Problemas familiares ( ) Transporte ( ) Casamento ( ) Nascimento ( ) Funeral ( ) Viagem ( ) Ocorrências inesperadas ( ) Outros. Justifique: __________________________________________________________________________________________ 3) Apresentou atestado médico? ( )Não ( )Sim. Quantos atestados?___ Quantos dias?___. 1) Se não apresentou atestado como justificou sua ausência ao trabalho? ______________________________________________________________________________________________________________ Quantas vezes faltou?_________ Quantos dias de ausência?______________________________________________________________ 2) Alguma falta / atraso foi justificada e adicionada no banco de horas, para compensação posterior? ( ) Sim ( ) Não. Quantas vezes? ________________________Quantos dias?__________________________________________________________ f. Já levou advertência por faltar ao trabalho? ( ) Não ( ) Sim. Quantas vezes?_____________________________________________ g. Você acredita que as atividades de recursos humanos da Vonpar (política salarial, banco de horas, treinamento, plano de carreira, benefícios, entre outros), influenciam para o absenteísmo (falta ao trabalho)? ( ) Não ( ) Sim . Justifique: __________________________________________________________________________________.