GAZETA DE 27 MATEMÁTICA Produfos por Graciano Infinitos Neves § 1 — Consideremos o produto infinito (1.1) n em que supomos o - n : teremos t-i 2 o l o g Pm = Passando aqui aos limites conclui-se q u e : 2 o lo 2 para < e para m > ml (e) segue-se que s I. A c o n d i ç ã o necessária é suficiente para que o produto (1. 1) c o n v i r j a para um número superior a z e r o é que seja (2. 1) Inversamente se a série (1. 2) é c o n v e r gente é também convergente e diferente de zero o produto (1. 1). Se o p r o d u t o infinito é nulo ter-se-á o? 2 log W„ = — oo 0 e inversamente. I I I . S e o produto (1. 1) é diverge também a série (1, 2). l ü 8 w*> WÍ = ™ e representando por P e S respectivamente os valores do produto infinito e da Bérie tem-se log P S. II. I V . Re a série (1. 2) diverge o p r o d r u t o (1. 1) é divergente ou nulo. • I . Se o produto ( 1 - 1 ) é c o n v e r g e n t e e diferente de zero ó convergente a série (1. 2) Oliveire § 2 — A consideração da série (1. 2 ) e m correspondência com o p r o d u t o (1- 1) permite tirar facilmente de propriedades c o n h e cidas das séries outras para produtos infinitos. Assim c o m o a c o n d i ç ã o necessária e suficiente de c o n v e r g ê n c i a da série ( 1 . 2 ) é que seja > 0 . Seja pm = de divergente, 1— < 1 + 3 para m > m l (3) . I I . Desta c o n d i ç ã o segue-se imediatamente, fazendo p --»-4- oo , que em p r o d u t o infinito c o n v e r g e n t e e não nulo o resto de o r d e m m , Qm = • o > „ + p • • • tende para a unidade, quando m tende para o infinito. I I I . P r o d u t o infinito em que seja w „ < l é sempre convergente. D e facto neste c a s o teremos logwn<0 e portanto a série (1. 2 ) ó convergente ou divergente para — oo , isto é, (1. 1) é c o n vergente, significativo ou nulo. Se f o r significativo dá-se o c a s o da série (1. 2) c o n v e r g i r . Portanto log i<)„ tende para zero ou seja » „ tende para a unidade. Quer dizer, na hipó- 28 GAZETA teso posta o produto só pode ser significativo se w„ tender para 1. IV. E m qualquer produto infinito vergente e não nnlo tende para a uni- É o que imediatamente se concluiu igualdade ( 2 . 1), fazendo p = da 0. § 3 — Seguem-se agora alguns critérios de convergência para produtos infinitos de factor geral superior à unidade. I. Se existe um número 1 tal quo ^ w„ t a partir de certa o r d e m , então log^Wl log w„ . x -j- &n + 1 e o teorema de KUMMKR s o b r e séries permite afirmar a c o n v e r g ê n c i a de 2 Converge um pois o produto para valor diferente de z e r o . E m particular, fazendo k n •= n tem-se que o p r o d u t o c o n v e r g e se se verificar n+ I n o que aliás também se conclni, aplicando o critério I . § 4 — Neste parágrafo e seguintes não suporemos j á , salvo indicação em contrário, que > 1. c o n v e r g e e é diferente de z e r o . De facto de MATEM ATIÇA D e facto daquela condição vem con- dade. DE tira-se V a m o s provar que se a sucessão k log (iijt e pelo critério d'AnsMUEKT c o n v e r g i r á série ( 1 . 2 j e portanto o produto (1. 1). II. k < Se existem os 1 tais que o r d e m , então números a > 1 a e c o n v e r g e e é diferente de z e r o . é convergente e significativo. D e facto nesta hipótese ^ alter- nada decrescente de termo geral evaneccente pelo que c o n v e r g e . C o n v e r g i r á pois JXMn que será diferente de z e r o . Teremos § 5 — Do log &>„< &" l o g a e o segundo membro é termo geral série c o n v e r g e n t e pelo que 2 duma log»* v e r g e , ficando pois estabelecida a p r o p o s i ç ã o . III. 1 1 i — i &1a i ~ ~ > • *' ">1 "'3 tende monotònicamente para a unidade J^J a partir de certa n « « ('>o Se existirem números positivos a ,k0 + M* B+1 de CATALAN (}) pode de c o n v e r g ê n c i a para o produto Se I J " » é convergente, diferente de zero, se 6i„ > 1 e se w„ decresce, quando n verificará a cresce então lim u n' = , • • • k„ que façam, a partir de certa o r d e m , teorema tirar-se a seguinte c o n d i ç ã o necessária De facto a série l, ^J^SW» hipótese do teorema de C A T A L A N e portanto 1 X< ÍO*» H então J J u„ c o n v e r g e e é diferente de z e r o . í 1 ) Cuja GOHÇALVBB, demonstração se p o d e ver em V I C K N T H Liçtfct de Cálculo e Geometria, p á g . 1 0 . / GAZETA DE 29 MATEM ATIÇA lim nleg = 0 ou donde , P log — < I l o g wH I (8. 1) lima* — 1 . § 6 — Suponhamos que J J t^n verifica a ou ainda ordem m designando hipótese de c o n v e r g ê n c i a do § 3. L Seja supondo >• 1 teremos l o g — < l o g Qm < l o g «„, h logt,<„ -(- A2 i o g w . + •• • = l o g <om = l o g 1 1-* donde 1 < Qm < 0<m donde < Qm< W» se tivéssemos suposto _1_ § 7 — Se agora l—k chegar-se-ia a <•>„ satisfaz a hipótese Quer + • • •) log a = dizer 1-* <Q„<a1~\ § 8 — Consideremos um produto que cumpra a hipótese de § 4. Designemos o seu valor p o r P . Teremos § 9 — Seja |log P — log P „ | < | Iog o>m I de ordem m está w„ = 1 4- w„ . Suporemos p o d e n d o no entanto ttB ser posi- tivo ou não. C o m o se sabe diz-se que é absolutamente c o n v e r g e n t e se n C l + j^nj) convergir. Seja w„ Wn l o g P = l o g » o +•>/?' + l o g w » -j- ••• C o m o era série alternada decrescente de termo geral evanescente o e r r o que se comete, quando tomamos (soma dos primeiros m termos) pela soma da série é em valor absoluto inferior a o m ó d u l o do primeiro termo desprezado temos resto sempre entre os números oi« e —— . l o g a = log a 1-fc donde o 1 | «n | < 1 ) 1 tom<l • d o § 3. I I . teremos log Qm < (ka + o resto de | l o g G . | < | log o « | 0 < l o g Q™ = logw™ + logw J B + 1 + l o g o m + 3 + h Qm — | l o g D . | < l o g Qm < | l o g wm | pondo — = h teremos k l por donde Qm = «». • + ••• < l o g + m 1 I. = Se J J Wn se w„ > 1 1 se w n < l * c o n v e r g e o produto infinito é absolutamente convergente. Designemos por P' o valor de J J Wn e seja P'm = W0- Wx ... e P : - ( 1 + | « o I ) - ( I + ! « 1 !)•••(! + |«-j(). 30 GAZETA Sendo un > 0 será 1 + w„ — « „ > 1 e i + w 00 2 Ê„ log &>„ =-- 2 l ° g »i* 0 0 |«nj=irn. Suponhamos agora un < 0 . De (1 - u„) (1 + « . ) = 1 - converge e sendo S a sua soma tem-se «» < 1 ( 1 0 - 1) vem como 1 — M„ = | S | < E 0 l o g ^ = log^E" segue-se l—ua< pois que converge o Representando por P 1 + Un. 1 + | ua \ e MATEM ATIÇA P o r um teorema de ABEL(') a série portaDto (9.1) DE 1 wn 1 + M„ atendendo a que produto o seu valor, é S = log P e a (10. 1) temos vem |Iog P | < log At0 (9- 2) 1 + | a „ l < Wn donde log A~h <; log P por (9, 1) e (9. 2) podemos escrever log ou P'i<PL e c o m o P'm nunca decresce, quando m cresce § 11 — C o m o P„<P' c o m o PH, também nunca decresce, quando m cresce existirá o limite de P'm e o produto considerado será absolutamente convergente. m § 10 — Se X I W n ^ A então elevando os o sucessivos factores de H «>„ a números positivos e decrescentes para zero SQ.EJ,-.. • f^-j.Sd r • • • obtém-se um novo produto infinito convergente e não seja divergente. m De XI o como Tr »<- d vem n 2 o nulo ainda que 1(>g e log ">n < 2 l 1 ° s " « ! = 2 1 ° g o o podemos escrever 2 o l o S w« < log^l. demonstra-se que I. Produto infinito absolutamente convergente é convergente. II. O valor dum produto absolutamente convergente é independente da ordem dos termos. III. Produto infinito absolutamente convergente em que seja J « „ J < 1 é sempre diferente de zero. § 12 — Se H(l+w n ) é absolutamente convergente também será convergente o produto n W - • Efectivamente pelas proposiçOes I e III do § 11 o produto 2 o se sabe W » XX")« será convergente e diferente de zero logo a série (12. I) ('} Cuja demonstração Fourierreihen, pág\ 89. AE podo ver EM G. TOLSTOW, GAZETA DE 31 MATEM ATIÇA será também convergente. Em virtude da convergência absoluta do produto J J ^ n podemos alterar a ordem dos seus termos sem que o seu valor se modifique. Segue se daí que a soma da série (12. 1) não depende da ordem dos termos, pois a sua soma em qualquer caso tem de ser o logaritmo do valor do produto JJ(t>„, L o g o esta série deverá convergir absolutamente, visto que no caso contrário (teorema de RIEMASN) a sua soma dependeria da ordem dos termos. Converge pois Sendo ] &J„ absolutamente será convergente a série 6 tanto será absolutamente convergente a série 2 lo6 «» • Seja l i wí, um produto extraído do dado. A série 2 2log«„ mente u« ser^ uma série extraída de e por consequência será absolutaconvergente. 2logTF£ Convergirá convergirá sição. Pondo e portanto H^í,, Combinando esta proposição com a proposição I do § 9 : É condição necessária e suficiente de convergência absoluta dum produto infinito, que convirja o produto que dele se obtém, conservando os factores superiores à unidade e invertendo os inferiores. teremos c o m o se sabe das séries § 1 3 — Pode agora provar-se fàcilmente que se XI'''n ^ absolutamente convergente por P x também T T e será absolutamente conver- \S'\<S em que S ê De facto se XI r , > n Representando por P' o valor de XXw'n e o valor de J J W n teremos S' = log P' S = log P i ^ absolutamente con- vergente pelo teorema do § 12 absolutamente, podemos pois escrever convergirá ]| IV„ . E agora pelo teorema I do § 9 conJ} — a soma da série cujos termos são os módulos dos termos de gente (supSe-se r<>„ > 0 ) . TT — pois com o que fica provada a propo- e I log oi» | --- log W„ X por- S-Slog®» e como vergirá convergente pois que também é o produto que se obtém de por inversão dos factores inferiores | log P' j < log Pi donde l o g ™ < log P ' < l o g P , 1 i e portanto á unidade e conservação dos restantes. P, § 1 4 — Qualquer produto extraido do produto absolutamente convergente XT (»„ também absolutamente convergente. é § 15 — Suponhamos convergente. XIabsolutamente GAZETA DE MATEM ATIÇA 32 Seja Sabe-se " . = 1 + «») p-TJ»* teremos evidentemente ou | log P | < log P' donde pt JJun é simplesmente conver- gente e diferente de z e r o , será simplesmente convergente a série convergiria 2 l o g W~n P°'8 e o produto senão seria absolutamente c o n v e r g e n t e contra a hipótese. P o d e pois (teorema de HIEMANN) p o r alteração conveniente da ordem dos termos fazer 2 logft>fl= l o g ^ J J assumir qualquer va- lor prèviamente d a d o . L o g o : Se um produto ó simplesmente c o n v e r gente e diferente de zero p o d e dele obter-se, alterando a ordem dos termos outro produto que tenha qualquer valor positivo. § 17 — Sabemos que o estudo da c o n v e r gência dum produto infinito se pode fazer de vários m o d o s p o r intermédio duma série. Assim a série + ( p n em que 6 Pm = X I - + ... Pr.. m com D a d o pois o produto XIpoderemos, em certos c a s o s , determinar a sua natureza pelo estudo das séries ( 1 7 . 1) e (17. 2). A o contrário d o que acontece nestes casos na aplicação prática dos critérios de convergência de produtos infinitos que d e m o s atrás não há que considerar série alguma. C o m o dissemos o estudo da natureza dum produto infinito pode fazer-se p o r intermédio duma série. Inversamente o estudo da natureza duma Bérie pode fazer-se também p o r intermédio dum produto infinito. Assim se provarmos que XX ^ c o n v e r g e n t e fica provada a convergência da série ( 1 7 . 1) e no caso de ser k„ >• 0 fica assegurada a convergência da série ( 1 7 . 2 ) p o r um teorema c o n h e c i d o . Damos agora um e x e m p l o duma Bérie cuja convergência se pode p r o v a r por meio de um produto infinito. Seja (17.3) + - + (n + 1)2" 0 o termo geral pode escrever-se _ ( g » + lí n ™ 3)*- x . + 1 ) ' Consideremos o produto infinito é c o n v e r g e n t e quando e só quando o f o r XX w„, pois que a soma a , U0 + Mj -)- . . . + « „ 4 - . . . o d o s primeiros XX é convergente sempre que o (n ( 1 7 . 1) que for a série (17. 2) § 10 — Se também termos da série é igual Vn 0 + 1 / . , , .. , 2 n+ 3 ^ , é fácil ver que ó - — > - 1 para n _> — 1 » + 1 G \ZBTA DE 33 MATEMATICA e portanto o factor geral do produto (17. 4) é superior à unidade. Por consequência o termo geral da série (17. 3) é positivo. 2K + 3 < 3 ( > I + 1) « + 1 < 3 e daqui MOVIMENTO «SESIONES n+l) N O T A — Todos os teoremas a que nos referi/nos sem. dar a demonstração se podem encontrar em V I C E N T E G O N Ç A L V E S , Curso de Álgebra Superior (1944), excepto os teoremas de C A T A L A N e A U K L mencionados respectivamente nos §§ 5 e 10. donde 2» + 3 V X < 3 2» e pela proposição II do § 3 podemos afirmar que o produto (17. 4) converge o mesmo acontecendo pois à série (17. 3). Podemos escrever sucessivamente: 2n<3n, / S B + 3 \ -h MATEMÁTICO DE M A T E M Á T I C A » Integradas nas c o m e m o r a ç õ e s d o 150.° aniversário da independência da A r g e n t i n a , tiveram l u g a r em Buenos Aires e L>a Plata, de 122 a 27 de Setembro de i 9 6 0 , p r o m o v i d a s peia Unión M a t e m á t i c a A r g e n t i n a , nSesionea de Matemática^ que c o n g r e g a r a m um numeroso g r u p o de cientistas. D o Brasil foram e s p e c i a l m e n t e c o n v i d a d o s , e a p r e sentaram trabalhos: L B O P O L D O N A C R U I M e E L O M L A G E S LIMA DA (do SCKONBEKO U- M - AIMPA), e CAHOIDO CU*IM HÜNING DA SILVA DIAS, MÁEIO (da U n i v e r s i d a d e de P a u l o ) , K . T . C H B H (do I T A ) , Josí: M O K O A D O (do I . F. M . ) ; A. PKHKLBA GOMKH S. e Entre os m a t e m á t i c o s estrangeiros assinalamos ainda a presença de A M T Ó H I O M O N I E I F O , C H A B L B * EHREHHANN, S. A. ZYOHUND, S, LEFBCHETZ, P. ALEHITS E EILENHERQ. FUNDAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASlllA No momento em que transitava pelo C o n g r e s s o Nacional o P r o j e c t o <!e Lei que cria a F u n d a ç ã o da Universidade d e Brasília, a Sociedade Brasileira p a r a P a r a tratar das questões relativas ao Instituto Central de Matemática d a Universidade de Brasília, f o r a m c o n v o c a d o s para esta aMesa R e d o n d a « os o Progresso da C i ê n c i a p r o m o v e u no R i o de J a n e i r o , em O u t u b r o de 1960, uma « M e s a r e d o n d a s de c i e n tistas alim de d i s c u t i r e assentar as linlias g e r a i s da o r g a n i z a ç ã o da futura U n i v e r s i d a d e , destinada a c o n s tituir, no Brasil, novo padrão de trabalho universitário. LEOPOLDO NACUEI« (do I M P A ) e A. PEBEIBA ( d o IKM.J. P r o x i m a m e n t e , a « G a z e t a do M a t e m á t i c a » , p u b l i c a r á um esquema d a estrutura da U n i v e r s i d a d e de Brasília. Profs. GOMES NOTICIÁRIO E m Setembro de 1960 foi c r i a d o , na U n i v e r s i d a d e de S P a u l o , o Instituto de Pesquisas Matemáticas, c o m as seguintes finalidades: a) p r o m o v e r e estimular o estudo e pesquisas nos d o m í n i o s d a Matemática Pura e A p l i c a d a ; b) c o l a b o r a r para a f o r m a ç ã o de p e s q u i sadores e pessoal docente superior no sector da M a t e m ática. — Realizar-se-á, em Julho de 1961, o 3.' Colóquio Brasileiro de Matemática, c o m a p a r t i c i p a ç ã o de t o d a s as instituições universitárias brasileiras fiedicadas às Ciências Matemáticas, e para o qual estão sendo c o o v i d a d o s a l g u n s matemáticos estrangeiros interessados no d e s e n v o l v i m e n t o cientifico deste país. — O Conselho Nacional de Pesquisas designou, para exercer as funções de m e m b r o d o Conselho Orientador d o Instituto de Matemática Pura e ApJic a d a ( I M P A ) d o R i o de Janeiro, c o m mandato de três anos, o Prof. A. P E H E I R A G O M E S do 1. F. M. da U n i v e r s i d a d e do R e c i f e . _ N „ j, p . u . d a U n i v e r s i d a d e d o R e c i f e , t e v e i n í c ; 0 e m O u t u b r o de 1960 um seminário de Estatística M a t e m á t i c a sobre « A n á l i s e <ie V a r i â n c i a » , d i r i g i d o p e [ „ p r o f . M. Z A L U A B N U M E S , CDID a c o l a b o r a ç ã o do Prof. JOSÉ MOBGADO. M. z. e p. o .