Laís Mariano de Paiva

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA
LAÍS MARIANO DE PAIVA
A IMPORTÂNCIA DO APOIO EMOCIONAL DO ENFERMEIRO AO
ADOLESCENTE NO PÓS-TRANSPLANTE DE RIM
NITERÓI
2016
LAÍS MARIANO DE PAIVA
A IMPORTÂNCIA DO APOIO EMOCIONAL DO ENFERMEIRO AO
ADOLESCENTE NO PÓS-TRANSPLANTE DE RIM
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Coordenação do Curso de
Graduação
em
Enfermagem
e
Licenciatura da Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa da Universidade
Federal Fluminense, como requisito
parcial para obtenção do Título de
Enfermeiro
e
Licenciado
em
Enfermagem.
Orientadora:
Profª Drª CLÁUDIA MARA DE MELO TAVARES
Niterói, RJ
2016
P 149
Paiva, Laís Mariano de.
A importância do apoio emocional do enfermeiro ao
adolescente no pós-transplante de rim / Laís Mariano de Paiva.
– Niterói: [s.n.], 2016.
44 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Enfermagem e Licenciatura) - Universidade Federal
Fluminense, 2016.
Orientador: Profª. Cláudia Mara de Melo Tavares.
1. Relações enfermeiro-paciente. 2. Adolescente. 3.
Emoções. 4. Transplante de rim. 5. Ambulatório hospitalar. I.
Título.
CDD 610.730699
LAÍS MARIANO DE PAIVA
A IMPORTÂNCIA DO APOIO EMOCIONAL DO ENFERMEIRO AO
ADOLESCENTE NO PÓS-TRANSPLANTE DE RIM
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura
da Universidade Federal Fluminense, como requisito
para obtenção de título de Enfermeira e Licenciada
em Enfermagem.
APROVADO EM: ____________________________________________________
BANCA EXAMINADORA
Profª Drª Cláudia Mara de Melo Tavares - UFF
Orientadora
Profª MSC Marcela Pimenta Muniz – UFF
1º Examinadora
Enfª MSC Rejane Eleutério Ferreira
2º Examinadora
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer do terceiro nível da gratidão, como nos lembrou o professor António
Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, ao fazer um agradecimento em um
evento no Brasil e citar o Tratado da Gratidão de S. Tomás de Aquino.
Para Tomás de Aquino a gratidão tem três níveis:
-Nível mais superficial é o nível do reconhecimento intelectual, o nível cerebral, cognitivo;
-Nível intermediário do agradecimento, de dar graças a alguém por aquilo que alguém ele fez
por nós;
-Terceiro nível, o mais profundo que é o nível no vínculo, do sentirmos vinculados e
comprometidos com as pessoas a qual agradecemos (que, naturalmente, engloba os dois
anteriores).
E é deste lugar, bem profundo que digo:
- Muito obrigada!
A minha mãe querida que me deu os dois melhores presentes, a vida e a oportunidade
de vivê-la ao seu lado. Que nos criou para o mundo, mesmo querendo que ficássemos ali,
bem em baixo de sua saia. Que me ensinou o verdadeiro valor das coisas, a honestidade, o
dom da resiliência e outras tantas coisas. Se daqui a 30 anos eu for como você, estarei bem
feliz. Obrigada por tantas vezes acreditar em mim, mais do que eu mesma. A você todo o
amor que cabe em mim. A é claro, obrigada por me financiar.
A minha irmã, meu anjo da guarda que apostou que esse dia ia chegar. A
Carolina que foi essencial para que essa aventura tivesse um começo e que não está aqui, em
corpo presente para vê-la chegando ao fim. Irmã, pronto, demorou, mas sua caçula formou na
federal. Obrigada por sempre estar comigo.
Ao meu irmão João Paulo, por ter me dado meus sobrinhos que são minha fonte
inesgotável de alegrias.
A pessoa pela qual descobri minha vocação profissional e que me deu ânimo para
terminar essa trajetória. Obrigada por me apresentar aos loucos de maneira tão poética e
apaixonante. Um presente que Deus me deu pelo qual serei eternamente grata. Cláudia, ou
melhor, Claudinha, obrigada pela oportunidade de conviver com você dentro e fora da
academia. Você tem um dom de ensinar com amor, o de ENSINAMAR. Obrigada por, como
disse o filósofo Deleuse, “captar a minha pequena marca de loucura”.
As amigos/irmãos que a vida em presenteou. Cada palavra de incentivo de vocês me
ajudou a chegar até aqui.
Ao cara que me suportou bravamente durante boa parte dessa aventura, Wagner, muito
obrigada, tenha certeza que seu apoio e incentivo foram indispensáveis.
Ao Núcleo de pesquisa que se tornou parte da família, em apoiando e brigando
comigo quando necessário, vocês são demais.
Izabella, belinha que está tão longe, mas tão perto. O seria de mim sem você no
cursinho e desde lá, na vida.
Eloah e Tandara, você sabe com quem está falando? Sei sim, com as duas pessoas que
levarei para a vida, que tanto me ajudaram e apoiaram.
Aline Figueiredo, sua amizade é uma dádiva, obrigada por toda ajuda e orientações.
Aos meus anjos da coordenação, Cristina, Helen, Evandro e Marcelo muito obrigada e
podem acreditar completei o curso, vou formar.
EPÍGRAFE
Ai foi onde tudo começou, praia do Flamengo,
sol forte, água de coco, belezas e cerveja.
Não nos esqueçamos do mar,
Yemanjá que no seu lar, sempre está pronta para ajudar.
Ah o mar!!! que entre um sentir das ondas e outro
Sussurrou nos ouvidos de quem saberia escutar,
E ali conheci meu alvo, para onde minha flecha iria apontar.
Aqui apresento-lhes o início,
Início dos trabalhos, das alegrias
Que essa linda tarde trouxe para meus dias
PAIVA, L.M, Início.2016.
A IMPORTÂNCIA DO APOIO EMOCIONAL DO ENFERMEIRO AO
ADOLESCENTE NO PÓS-TRANSPLANTE DE RIM
INTRODUÇÃO: O crescimento do número de transplantes em crianças e adolescentes no
mundo impulsionou a realização de estudos acerca do impacto psicossocial que o
procedimento exerce na criança, no adolescente e em sua família. Uma vez obtido o êxito no
processo de transplante, há necessidade de se trabalhar fortemente na adesão ao tratamento,
sendo o ambulatório do transplante o principal lócus dessa ação. No presente estudo busca-se
compreender: Como o enfermeiro realiza o apoio emocional ao adolescente transplantado
renal no ambulatório hospitalar? METODOLOGIA: Estudo de revisão integrativa, que
utilizou os seguintes descritores: Adolescente, emoções, relação enfermeiro-paciente,
transplante renal e ambulatório hospitalar. Como não foram suficientes para identificar os
artigos para a base de dados da pesquisa, adicionamos outros: cooperação do paciente, saúde
mental e qualidade de vida – para constituição do corpus do trabalho. A amostra final
analisada foi composta de nove artigos internacionais. RESULTADOS: O resultado aponta
que o principal tipo de pesquisa utilizada pelos artigos encontrados foi qualitativa. Foram
localizadas publicações em diferentes periódicos, em distintos campos do conhecimento. O
material bibliográfico obtido depois de procedida a analise temática foi organizado e discutido
nas seguintes categorias: Adesão ao tratamento – desafio para o ambulatório de transplante e
especificidade do adolescente; Adesão ao tratamento – desafio para o ambulatório de
transplante e especificidade do adolescente; Atenção à saúde mental e qualidade de vida de
adolescentes transplantados: bases para o apoio emocional pelos enfermeiros.CONCLUSÃO:
O apoio emocional e cognitivo adequado realizado com o adolescente transplantado renal
pode melhorar sua qualidade de vida, diminuindo ansiedade e medo. Esse apoio é decisivo
para adesão ao tratamento e a continuidade e qualidade da vida do paciente. Desta forma, a
ação dos profissionais de saúde deve estar orientada para promover a motivação do paciente
estabelecendo objetivos visando à adesão ao tratamento em conjunto com outros objetivos
pessoais e característicos da idade.
THE IMPORTANCE OF EMOTIONAL SUPPORT PROVIDED BY NURSES TO
ADOLESCENTS IN POST-TRANSPLANT KIDNEY
INTRODUCTION: The growth in the number of transplants in children and adolescents in the
world boosted conducting studies also on the psychosocial impact that the procedure has on
children, adolescents and their families. Once obtained the success in the transplantation
process, there must me an effort to improve treatment adherence, and the transplant clinic is
the main locus of this action. This present study seeks to understand: How does nurse provide
emotional support to kidney transplanted adolescents at hospital’s clinic? METHODOLOGY:
integrative review study, which used the following descriptors: Adolescents, emotions, nursepatient relationship, kidney transplantation and hospital outpatient clinic. Since they were not
sufficient to identify enough articles in the searched database, others were also used: patient
compliance, mental health and quality of life - for the opening of the work corpus. The final
sample consisted of nine international articles. RESULTS: The result shows that the main type
of research used by the found articles was qualitative. They were located publications in
different journals in different fields of knowledge. The bibliographic material obtained after
the analysis proceeded theme was organized and discussed in the following categories:
Adherence to treatment - challenge for the transplant clinic and adolescent specificity; Mental
health care and quality of life of transplanted adolescents: bases for emotional support by
nurses.CONCLUSION: Adequate emotional and cognitive support conducted with adolescent
kidney transplant can improve their quality of life, reducing anxiety and fear. This support is
crucial for adherence to treatment and the continuity and quality of life of the patient. Thus,
the action of health professionals must be focused towards promoting the patient's motivation,
setting goals aiming at adherence to treatment in conjunction with other personal goals and
characteristic of their age.
SUMÁRIO
1.1 INTRODUÇÃO p.11
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA, p.13
1.2 OBJETO DE PESQUISA, p.13
1.3 OBJETIVO, p.13
1.4 JUSTIFICATIVA, p.13
2. REVISÃO DE LITERATURA, p.15
2.1 TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS NO BRASIL, p.15
2.2 ADOLESCENTE E A CONVIVÊNCIA COM A DOENÇA CRÔNICA E O TRANSPLANTE,
p.16
2.3 AS EMOÇÕES E O APOIO EMOCIONAL AOS ADOLESCENTES TRANSPLANTADOS E A
ADESÃO AO TRATAMENTO, p.18
2.4 APOIO SÓCIO-EMOCIONAL AO ADOLESCENTE TRANSPLANTADO: PAPEL DO
ENFERMEIRO, p.19
3.METODOLOGIA, p.21
4. RESULTADOS, p.24
5. DISCUSSÃO, p.35
6. CONCLUSÃO, p.39
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p.40
7.1 OBRAS CITADAS, p.40
7.1 OBRAS CONSULTADAS, p.44
11
1.
INTRODUÇÃO
A participação no Núcleo de Pesquisa Ensino, Criatividade, Cuidado em Saúde e
Enfermagem (NPECCSE) durante o Curso de Graduação em Enfermagem me motivou, entre
outras coisas, a escrever sobre a temática - emoções em transplante, envolvendo um cenário
de atuação diferente do habitual para a enfermagem de saúde mental, área que tenho interesse
em aprofundar meus estudos. O anseio em falar sobre o paciente se confirmou, durante a
participação no XIV Congresso Brasileiro de transplantes em 2015. Percebi a necessidade de
“dar voz” ao sujeito que recebe o transplante. Em quatro dias de evento, com a apresentação
de 477 trabalhos sobre o assunto observei o modo mecânico e instrumental com que se
trabalha o assunto dos transplantes no Brasil. De todos os trabalhos apresentados apenas 12
discursaram sobre o paciente. Sendo que destes 12 trabalhos, a prevalência temática era de
perfis sociodemográficos dos pacientes e não trabalhos nos quais se podiam perceber as
necessidades dos receptores dos órgãos, além das medicações e consultas.
Aprofundando meus estudos sobre a temática dos transplantes e focada no paciente,
observei a necessidade de dar voz ao paciente adolescente, por razões pessoais, pela afinidade
com este grupo de pacientes durante os estágios na graduação e por observar que esta é uma
população com a qual poucos trabalham, embora suas necessidades sejam enormes e
desafiadoras.
O crescimento do número de transplantes em crianças e adolescentes no mundo
impulsionou a realização de estudos acerca também do impacto psicossocial que o
procedimento exerce na criança, no adolescente e em sua família. Considerando a experiência
de doença da criança e do adolescente que vivenciam o transplante, a literatura afirma existir
duas fases de crise, representada por saber da necessidade do transplante e receber o
transplante, ambas marcadas por desequilíbrio na família, devido às adaptações que são mais
intensas nesses períodos; e duas fases marcadas por relativa constância e estabilidade, embora
ainda exposta a riscos e incertezas, que são esperar pelo transplante e conviver com ele. A
família pode e deve ser ajudada nesse processo em todas as fases e não apenas nos momentos
de crise, que geralmente recebem maior atenção.
A experiência de uma doença renal crônica na adolescência gera repercussões físicas,
psicológicas e sociais de alta complexidade na vida do paciente e de sua família. A doença
renal crônica em dita fase terminal, é um problema de saúde pública por ser uma condição
debilitante, associada com significativa morbidade, mortalidade e elevado custo de seu
tratamento. O portador nessa condição, somente consegue sobreviver com a utilização de
12
métodos de filtragem artificial do sangue, as diálises, ou a realização do transplante renal, as
denominadas terapias de substituição renal. Devem-se considerar as repercussões sociais,
psicológicas e de qualidade de vida do paciente submetido às terapias de substituição renal
além das questões econômicas. Para pacientes elegíveis, o transplante renal representa um
tratamento durável com benefícios na qualidade de vida se comparado às diálises.
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico complexo que consiste na
retirada de um órgão que perdeu sua função por um órgão sadio. Tal processo se inicia com a
doação de um órgão. Trata-se de uma alternativa terapêutica segura e eficaz no tratamento de
diversas doenças que causam insuficiências ou falências de alguns órgãos ou tecidos, tais
como insuficiência renal ou cardíaca, determinando melhoria na qualidade e na perspectiva de
vida das pessoas acometidas por tais doenças. Constitui-se na retirada de órgãos viáveis de
corpos humanos de doador cadáver ou de doador vivo (PESTANA et al 2013).
O tratamento das doenças crônicas geralmente é prolongado e complexo, exigindo
cuidados constantes em relação à terapêutica em si e a determinantes que possam agravar o
estado de saúde. Quando há necessidade de hospitalização, o adolescente é separado do
convívio com seus familiares, amigos, colegas e da escola. Neste cenário, o enfermeiro a
partir do vínculo estabelecido com o paciente, deve estimular a socialização do mesmo.
Uma vez obtido o êxito no processo de transplante, há necessidade de se trabalhar
fortemente na adesão ao tratamento, sendo o ambulatório do transplante o principal lócus
dessa ação.
LIMA (1989) refere que os pacientes renais crônicos acabam se tornando desanimados,
desesperados e, muitas vezes, por estas razões ou por falta de orientação, acabam
abandonando o tratamento ou não dando importância aos cuidados constantes que deveriam
ter. É necessário estimular suas capacidades, para se adaptarem de maneira positiva ao novo
estilo de vida e assumirem o controle de seu tratamento.
A relação enfermeiro – paciente adolescente no pós-transplante leva a experimentação
de emoções. A adolescência caracteriza-se como um momento de passagem para a vida
adulta, e geralmente é frustrante e difícil para o jovem saudável, sendo ainda mais complicado
àqueles em condição crônica. A coexistência da adolescência e da doença crônica caracteriza
uma crise existencial, sobrepondo-se à outra crise, representada pela doença muitas vezes
incurável e com necessidade de tratamento continuo.
Os clientes transplantados têm no seu cotidiano a percepção de sua realidade e a
consciência de que suas dificuldades influenciam no seu convívio social e na sua reinserção
social, causando sofrimento, requerendo do enfermeiro a capacidade de escuta e
13
direcionamento de terapêuticas ampliadas. Nesse contexto, durante a consulta de enfermagem
deve-se realizar uma entrevista com clientes e familiares para reconhecimento das possíveis
dificuldades e necessidades onde poderá atuar. Mas a continuidade dessa consulta dependerá
do vínculo estabelecido entre enfermeiro-paciente-família e do apoio emocional realizado.
Segundo Schwartz et al. (2011) o apoio emocional refere-se a disponibilidade de
alguém com quem se possa falar e que fomenta sentimentos de afeto. O apoio emocional
refere-se à expressão de carinho, compreensão, confiança, estima, afeto, escuta e interesse.
Ele se expressa na escuta do adolescente e de seus problemas, de seus anseios e preocupações,
de suas inquietudes mais íntimas e também de contar com alguém com quem possa relaxar.
No presente estudo buscamos compreender a partir dos artigos publicados em base de
dados científicas dos últimos 05 anos - como o enfermeiro realiza o apoio emocional ao
adolescente transplantado renal no ambulatório hospitalar?
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Como o enfermeiro realiza o apoio emocional ao adolescente transplantado renal no
ambulatório hospitalar?
1.2 OBJETO DE PESQUISA
Apoio emocional realizado pelo enfermeiro junto a adolescentes transplantados.
1.3 OBJETIVO
Identificar as ações realizadas pelo enfermeiro no apoio emocional ao adolescente póstransplante renal em ambulatório hospitalar.
1.4 JUSTIFICATIVA
Nosso país possui o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo e nele
o enfermeiro tem papel fundamental em todo este processo, contudo os cursos de graduação
em enfermagem nacionais não priorizam o ensino desse tema, delegando aos curso de pósgraduação latu sensu.
Também o tema apoio emocional é pouco trabalhado na formação do enfermeiro e
consequentemente pouco realizado na prática efetiva de enfermagem. Acreditamos que o
apoio emocional dado pelo enfermeiro no ambulatório pós-transplante, reflete na adesão ao
tratamento e com isso, ao sucesso do transplante. Contudo, ao nos debruçarmos sobre a
14
literatura podemos observar a escassez de estudos e relatos de experiência relacionada a esta
temática.
A relevância de pesquisas sobre o tema em tela está inserida no grande número de
transplantes renais que ocorrem no Brasil e no mundo e na possibilidade de novas reflexões
sobre o assunto, podendo gerar o planejamento de ações efetivas na assistência a saúde e no
ensino.
Estudos de eficácia e efetividade de práticas terapêuticas voltadas à prevenção e
reabilitação da saúde e qualidade de vida do adolescente é tema prioritário de investigação,
estando presente na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde (BRASIL, 2008).
15
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS NO BRASIL
A palavra transplante foi utilizada pela primeira vez, em 1778, por um pesquisador,
anatomista e cirurgião chamado John Hunter, ao pormenorizar sua experiência com órgãos
reprodutores em animais. Quase dois séculos depois, o mundo vislumbrou o primeiro
transplante realizado com êxito em seres humanos (PESSOA et al 2013).
Desde o primeiro transplante realizado com sucesso em 1954, os transplantes de
órgãos sólidos têm sofrido constante avanço no tratamento de doenças do rim, pâncreas,
fígado, coração, pulmão e intestino e número de procedimentos realizados mundialmente
continua crescente. Apesar desse bom prognóstico a falta de notificação de morte encefálica e
as falhas na manutenção dos órgãos para a captação ainda representam fatores impeditivos à
efetivação da doação.
O Brasil na atualidade detém o maior sistema público de transplantes de órgãos do
mundo ocupando o segundo lugar no número absoluto desse tipo de cirurgias, com destaque
para o transplante renal (COSTA, 2014). Este sistema ocupa o segundo lugar em quantidade
de transplantes realizados, dentro destes, o transplante renal representa o primeiro lugar em
número absoluto de cirurgias.
O primeiro transplante de rim no Brasil, ocorreu em 1964. De 1997 a junho/2015
ocorreram 99.095 mil transplantes de órgãos sólidos no país. De acordo com o Registro
Brasileiro de Transplantes, cerca de 32.000 pessoas aguardavam da fila em junho/2015. Tratase de um sistema de lista única de espera, que garante a equidade no acesso a esta modalidade
de tratamento (ABTO, 2015).
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos número de transplantes
de coração entre Janeiro e Março de 2015 foi de 77 e o transplante renal, no mesmo período,
foi de 1.305 demonstrando que o transplante renal é o procedimento mais realizado. No
primeiro semestre de 2015, pela primeira vez desde 2007, observou-se uma diminuição na
taxa de potenciais doadores, de doadores efetivos e no número de transplantes de rim, de
fígado e de pâncreas, em relação ao ano anterior. Nos transplantes renais não houve a
recuperação esperada em relação ao 1º trimestre, e a queda comparada com 2014 foi de 6% no
número de transplantes (ABTO, 2015).
No Brasil temos 129 centros de transplantes renais distribuídos em 59 municípios. No
Estado do Rio de Janeiro temos 10 centros de transplantes renais distribuídos em Niterói e
Rio de Janeiro (ABTO, 2015).
16
2.2 ADOLESCENTE E A CONVIVÊNCIA COM A DOENÇA CRÔNICA E O TRANSPLANTE
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, define a
adolescência como a faixa etária de 12 a 18 anos de idade, no artigo 2º, e, em casos
excepcionais e quando disposto na lei pelos artigos 121 e 142, o estatuto é aplicável até aos 21
anos de idade, por exemplo, a medida socioeducativa pode ser aplicada até os 21 (vinte e
um) anos de idade do representado por ato infracional, nos termos do artigo 121, § 5º, do ECA
(BRASIL, 2008).
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância- UNICEF (2011) a
adolescência pode ser dividida em duas etapas, fase inicial e fase final da adolescência. A fase
inicial compreende o período cronológico dos 10 aos 14 anos de idade, já a fase final da
adolescência, compreende a idade dos 15 aos 19 anos, essa diferenciação ocorre porque há um
distanciamento do adolescente mais jovem para o adolescente mais velho.
Ainda para UNICEF (2011, p.6) a fase inicial é marcada pelas mudanças internas e
externas, ou seja:
[...] é nessa etapa que começam as mudanças físicas, normalmente com uma
aceleração repentina do crescimento, seguida pelo desenvolvimento dos órgãos
sexuais e das características sexuais secundárias. Essas mudanças externas
freqüentemente são bastante óbvias e podem ser motivo de ansiedade, assim como
de entusiasmo ou orgulho para o indivíduo cujo corpo está passando pela
transformação. Embora menos evidentes, as mudanças internas são igualmente
profundas. Pesquisas neurocientíficas realizadas recentemente indicam que, na fase
inicial da adolescência, o cérebro passa por uma aceleração espetacular do
desenvolvimento elétrico e fisiológico.
A outra fase, fase final da adolescência, se estende dos 15 aos 19 anos, é caracterizada
pela formação de opiniões, diminuição das influências externas e organização do pensamento,
pois:
[...] A essa altura, as principais mudanças físicas normalmente já ocorreram, embora
o corpo ainda se encontre em desenvolvimento. O cérebro continua a desenvolver-se
e a reorganizar-se, e a capacidade de pensamento analítico e reflexivo é bastante
ampliada. No início dessa fase, as opiniões dos membros de seu grupo ainda são
importantes, mas essa influência diminui à medida que o adolescente adquire maior
clareza e confiança em sua própria identidade e em suas opiniões. (UNICEF; 2011
p.6)
No Brasil, em 2011, foi lançado o relatório da UNICEF que analisa a situação da
adolescência brasileira, o resultado apresentou que vivem no Brasil 21 milhões de meninos e
meninas entre 12 e 18 anos (incompletos), ou seja, a maior população de adolescente na
história do país (UNICEF, 2011). As informações do último censo - Censo demográfico 2010,
17
mostram que cerca de 30% da população brasileira encontra-se abaixo dos 19 anos (INCA,
2014).
Para Balistieri; Tavares (2013), a “adolescência é um período da vida que várias
dificuldades surgem, já que é quando ocorre a transição entre a infância e a vida adulta”, e
ainda, os adolescentes não são vistos como adultos nem como crianças, sendo esse um dos
fatores para a ocorrência de inúmeros conflitos internos.
Os adolescentes com doenças crônicas apresentam mais problemas de ajustamento que
seus pares sem doenças e tendem a sofrer mais transtornos de comportamento, depressão e
ansiedade. Para diminuir o impacto que uma doença crônica causa neste período, devem ser
estimulados a ter autonomia e manter contato social com outros na mesma fase de vida,
mesmo necessitando de cuidados da família e dos profissionais de saúde.
Segundo Bermudez (2011) os jovens transplantados de órgãos sólidos na fase final da
adolescência, apresentam taxa de mortalidade duas vezes maior que aqueles entre 12 e 17
anos e quatro vezes maior que os na fase inicial da adolescência e também maior uso de
drogas e maior taxa de suicídio. Adultos jovens e adolescentes transplantados renais têm as
taxas mais altas de rejeição aguda, morte por perda do enxerto e rejeição crônica levando à
perda do enxerto. Mais de um terço dos adolescentes não têm aderência ao tratamento. A
tendência normal ao questionamento e desafio à autoridade podem predispor estes pacientes a
aceitar com desdém as orientações médicas e o tratamento. Além disso, devem ser
considerados os efeitos cosméticos adversos da terapia imunossupressora e da preocupação
com a imagem corporal, da impulsividade e do comportamento de risco.
O adolescente vai desenvolvendo a separação da sua identidade daquela dos pais, e essa
necessidade de independência, combinada com a dificuldade de entender conceitos abstratos e
a noção de invulnerabilidade, pode resultar em pensamentos ilógicos que poderão determinar
um comportamento de risco. Todos os receptores de transplante, inclusive os adolescentes,
utilizam imunossupressores por toda vida, porém a prevalência geral de não aderência é 32%
para transplante renal e 30,8% para o de fígado. Se for dividido por idade é 64%11 nos
adolescentes, 17% nas crianças e 15-25% nos adultos (BERMUDEZ, 2011).
Uma pessoa que convive com doença crônica tem um grande desafio pela frente, as
alterações que ocorrem no cotidiano devido a nova situação ser bastante significativas, tais
mudanças ocorrem no lar com a família, na escola, com os amigos, em todos os aspectos que
o indivíduos tem laços afetivos. Essa situação fica mais delicada ainda quando um
adolescente está vivendo essa condição crônica, pois como vimos anteriormente, não é
simples ser um adolescente por se tratar de uma fase complexa, cheia de incertezas e
18
descobertas.
Tendo em vista essa complexidade em lidar com tal situação, de um adolescente
convivendo com uma enfermidade crônica, é fundamental utilizar todas as ferramentas
disponíveis a fim de minimizar os traumas decorrentes dessa condição. Segundo a National
Kidney Foundation (2010), o paciente não precisa enfrentar a DRC sozinho, e ainda, precisa
aprender o máximo sobre a doença e o tratamento. Saber o que esperar e o que é possível
fazer ajuda desenvolver um sentimento de controle sobre a doença
2.3 AS EMOÇÕES EM SAÚDE E O TRANSPLANTE
Falar das emoções não é tarefa simples, possível de se objetivar. E como diz Goleman
(1996): “Na verdade existem mais sutilezas de emoções do que palavras que temos para
defini-las”
Este estudo me fez refletir sobre as emoções na prática de enfermagem. Esta questão
nos acompanha ao longo da nossa trajetória acadêmica e durante a experiência profissional,
mas pouco se escreve sobre ela.
O que são as emoções?
Segundo o dicionário (Academia Brasileira de Letras, 2010, p. 478) emoção é uma
reação afetiva provocada por diferentes situações, agradáveis ou desagradáveis, que se
manifesta por meio de sentimentos como raiva, alegria etc.
Para Juan Casassus (2009, p. 87):
[...] “as emoções são energias vitais, tratando-se de um tipo de energia que une os
acontecimentos externos aos acontecimentos internos. Por essa qualidade de ligar o
externo com o interno, as emoções estão no centro da experiência humana interna e
social”.
Para Diogo (2010) as emoções dizem respeito àquilo que a pessoa sente que pode ser
de tonalidade positiva ou negativa, podem ser perturbadoras ou gratificantes, são disparadas
por um evento (acontecimento ou pessoa) associado a uma experiência emocional, e a uma
emocionalidade essencial à vida para se sentir presente e vivo, por meio da consciência dessas
emoções.
Na tradição do pensamento ocidental, a emoção se opõe frontalmente à razão, cega o
homem e o impede de pensar com clareza e sensatez. Seguindo essa linha de raciocínio, a
emoção pode ter um efeito paralisante, tanto para o pensamento como para ação. A emoção
19
intensa impossibilita uma percepção clara da situação concreta, o homem acaba não
encontrando formas de falar, agir e pensar. Nesse caso, a afetividade (emoções e sentimentos)
é concebida, de modo geral, como inferior à razão. A emoção turva a razão, distancia o
homem da racionalidade, da verdade e da conduta correta, correspondendo a uma dimensão
inferior do homem e se caracterizando como resquício animal do homem primitivo no homem
maduro. Esse status superior da razão em relação à emoção consolidou e alimentou o
dualismo secular entre a razão e o coração, configurando uma divisão psíquica entre o que é
pensado e o que é sentido (Pinto, 2007). Contrários a tal concepção, autores como Sawaia
(2001), Bomfim (2005), Espinosa (1996), Vygotsky (1991) entre outros afirmam que a
dimensão emocional pode contribuir para o contato do homem com a realidade. Esses autores
compartilham a idéia de que o ser humano compreende também se emocionando, sentindo
afetivamente os fenômenos da realidade.
O processo de transplante é envolto por emoções. Medos, inseguranças, incertezas,
alegria, esperança. Algumas contraditórias, com as quais o adolescente transplantado precisa
lidar.
Há uma necessidade de mudança de vida do sujeito após o procedimento e isso
acarreta preocupação com a necessidade de deixar de efetuar atividades próprias da idade,
conseqüências da doença e do tratamento como: rejeição em vista de sua estatura corporal e
tarefas evolutivas, como busca de intimidade, sexualidade, projetos de vida e na fase
posterior, o trabalho (PESSOA et al, 2013).
2.4 APOIO SÓCIO-EMOCIONAL AO ADOLESCENTE TRANSPLANTADO: PAPEL DO
ENFERMEIRO
A pressão emocional interna por que passa o adolescente por si só justificaria a
necessidade de apoio emocional por parte dos profissionais de saúde e em especial o
enfermeiro, que se responsabiliza por um número significativo de informações e cuidados
dirigidos ao paciente transplantado.
O apoio emocional refere-se à expressão de carinho, compreensão, confiança, estima, afeto,
escuta e interesse. Ele se manifesta na escuta do adolescente, de seus problemas, de seus anseios e
preocupações, de suas inquietudes mais íntimas e também de contar com alguém com quem possa
relaxar (SCHWARTZ et al, 2011).
20
Adolescentes transplantados requerem apoio amplo, que envolve vários setores.
Segundo Schwartz et al (2011)
o apoio se divide em: apoio emocional – que inclui
disponibilidade de alguém com quem se possa falar e que fomenta sentimentos de afeto; apoio
material e instrumental – que se caracteriza por ações ou materiais proporcionados por outras
pessoas para facilitar ou diminuir tarefas cotidianas; e, por fim, o apoio de informação – que
se refere às informações e orientações recebidas, que ajudam na compreensão do mundo.
Compreendemos que o enfermeiro pode colaborar em todas as formas de apoio no
ambulatório pós-transplante.
De acordo com Santos (2015), o profissional de saúde, ao transmitir seus
conhecimentos a respeito do diagnóstico do adolescente, utilizando os meios adequados para
repassar essa informação, que podem ser por meio das mídias, da linguagem falada ou escrita,
interferirá de forma positiva na vida dos familiares e de todos os envolvidos no tratamento
desse indivíduo.
Por sua vez, o cuidado de enfermagem não se restringe à dimensão biológica, devendo
contemplar a dimensão subjetiva. O enfermeiro precisa levar em conta as subjetividades
circulantes
na
interação
entre
os
sujeitos
envolvidos
enfermagem/cliente/família (MELO; ROQUE; TONINI, 2007).
no
ato
de
cuidar:
21
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa com a finalidade de analisar as evidências na
literatura acerca das ações realizadas pelo enfermeiro no apoio emocional ao adolescente póstransplante renal em ambulatório hospitalar.
A revisão integrativa é um método de pesquisa utilizado na prática baseada em
evidências (PBE). Tal método permite a interação das evidências encontradas com a prática
clínica. O objetivo da revisão integrativa é reunir e sintetizar resultados de um tema ou
questionamento definido de maneira estruturada e ordenada, assim, contribuir para o
aprofundamento de determinado assunto investigado.
Mendes, Silveira e Galvão (2008, p.759) afirmam que a revisão integrativa é a análise
de pesquisas relevantes que embasam a tomada de decisões e a melhoria da prática clínica.
Sintetizando um conhecimento de determinado assunto é possível observar e apontar as
lacunas deste que precisam ser preenchidas a partir de novos estudos.
A abordagem metodológica pela revisão integrativa da literatura percorre seis etapas
que são estruturas de maneira metódica. Conforme apresentado no qradro1 e descrito a seguir.
a) Identificação do tema e seleção da hipótese
A primeira etapa da revisão integrativa da literatura é composta pela identificação do
tema que será analisado e a seleção do problema de pesquisa que apresente a significância
para a saúde. Abordar um tema que seja do interesse do pesquisador é fundamental, visto que
a revisão integrativa é um processo de pesquisa metódico e que demanda um esforço
considerável.
O tema abordado apresenta significância para a saúde por acreditarmos que o apoio
emocional dado pelo enfermeiro no ambulatório pós-transplante, reflete na adesão ao
tratamento e com isso, ao sucesso do transplante.
A seleção da hipótese advém da curiosidade sobre como o enfermeiro realiza o apoio
emocional ao adolescente transplantado renal no ambulatório hospitalar.
b) Estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de estudos/ busca na literatura.
A busca na literatura de estudos relevantes para a temática recebe enorme ajuda da
ferramenta internet, dado que as bases de dados possuem acesso eletrônico. A seleção dos
estudos para análise é fundamental para dar legitimidade à revisão (MENDES; SILVEIRA e
GALVÃO, 2008).
22
Figura 1. Etapas da revisão integrativa.
Etapas de Desenvolvimento da Pesquisa
O levantamento de dados ocorreu durante o período novembro de 2015 a janeiro 2016
no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) a partir das bases de dados Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine
(MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e repositório Scientific Electronic
Library Online (SciELO) afim de responder ao questionamento: Como o enfermeiro realiza o
apoio emocional ao adolescente transplantado renal no ambulatório hospitalar?
Os critérios de inclusão adotados para seleção dos artigos foram: publicação nos
últimos 5 anos que abordassem o tema apoio emocional prestado por enfermeiros aos
adolescentes transplantados em ambulatórios hospitalares. Os critérios de exclusão foram:
artigos repetidos, editoriais, reflexões teóricas, revisões integrativas, artigos que não
respondiam à questão da pesquisa, bem como teses e dissertações.
Para a busca na (BVS), foi realizada uma seleção de descritores que constassem no
DeCS - Descritores Ciência e Saúde. Sendo utilizados os seguintes descritores: Adolescente,
Emoções, Relação Enfermeiro-Paciente, Transplante de Rim e Ambulatório Hospitalar.
23
A fim de proceder com um refinamento da pesquisa foi executado o pareamento dos
descritores associação com operadores booleanos, com o propósito de ser alcançado o
universo possível de resultados mais aderentes ao tema estudado, sendo estes associados da
seguinte forma: Emoções AND Transplante de Rim; Emoções AND Relação EnfermeiroPaciente AND Adolescente; Emoções AND ambulatório hospitalar; Transplante de rim AND
relação enfermeiro-paciente; Transplante de Rim AND Ambulatório Hospitalar; Emoções
AND Transplante de Rim AND Adolescente; Emoções AND Transplante de Rim AND
Relação Enfermeiro-Paciente.
Efetuando a somatória dos estudos encontrados após o pareamento, foi possível chegar
a 53 artigos, contudo apenas 05 artigos encontravam-se relacionados ao objetivo da pesquisa.
24
4. RESULTADOS
Aqui apresentamos os principais resultados obtidos na investigação. Com base na busca
realizada foram selecionados 09 artigos e abaixo apresentamos o número de descritores
encontrados por bases investigadas período 2011-2016.
Quadro 2- Número de artigos encontrados por bases investigadas, período 2011-2016.
Bases
Descritores
Emoções AND transplante de rim
Emoções AND relação enfermeiro-paciente
AND Adolescente
Emoções AND ambulatório hospitalar
Transplante de rim AND relação enfermeiropaciente
Transplante de rim AND ambulatório hospitalar
Emoções AND transplante de rim AND adolescente
Emoções AND transplante de rim AND relação
enfermeiro-paciente
Bdenf
Medline
LILACS
0
16
0
0
2
9
6
4
2
0
6
0
1
0
0
3
2
0
1
0
0
25
26
Quadro 3 – Característica do artigos selecionados. Brasil, 2016.
Nº
1
Título/ano de
publicação
País
Discrepancies
between beliefs and
behavior: a
prospective study
into
immunosuppressive
medication
adherence after
kidney
transplantation /
2015
Holanda
Nome da
Revista
Transplant
ation
Tipo de
Objetivo
Principais achados
Conclusão
Investigar
as
percepções
sobre a doença e
crenças
de
tratamento
relacionadas a
mudanças
na
adesão
à
medicação
imunossupresso
ra até 18 meses
após
o
transplante.
A adesão foi vista como
uma importante meta
pessoal, bem integrado
com outros objetivos e
dedicação para atingir a
meta foi elevada. Os
pacientes
relataram
poucas
preocupações
sobre
a
medicação
imunossupressora. Foi
relatado
que
o
transplante tem grande
impacto na vida dos
pacientes, no entanto,
este diminuiu ao longo
do tempo. Houve uma
boa compreensão do
processo de transplante,
alto controle pessoal e
tratamento.
Preocupações sobre a
rejeição eram bastante
comuns. No que respeita
às implicações clínicas,
os
médicos
são
aconselhados a adotar
uma visão holística à
adesão apoio após o
transplante renal, com
atenção para os objetivos
pessoais importantes e
como tomar medicação
se encaixa a vida do
paciente.
Há uma discrepância
entre as crenças sobre a
adesão e comportamento
real.
Percepção
da
doença pode ser descrito
como um suporte de
adesão
que
é
inconsistente com a nãoadesão generalizada e
crescentemente
observado.
Dadas as restrições de
tempo dos médicos e da
natureza
psicossocial
desta questão, é provável
que os profissionais de
enfermagem pudessem
desempenhar um papel
importante em oferecer
este suporte. Adesão à
medicação deve ser algo
clínico
rotineiramente
explorado,
não
só
imediatamente após o
transplante, pois ela é
susceptível de deteriorarse ao longo do tempo.
Pesquisa
Pesquisa
qualitativ
a
27
2
Getting Ready to
Leave: Transition
Readiness in
Adolescent Kidney
Transplant
Recipients/2014
EUA
Journal of
Pediatric
Psycholog
Pesquisa
Qualitativa
Desenvolver
uma medida e
avaliar
os
fatores
associados
à
percepção
na
transição
de
responsabilidad
e dos cuidados
de saúde e de
transferência
para
ambulatório
adulto
dos
transplantados
renais
adolescentes.
3
The
TRANSNephrostudy examining a
new transition
model for postkidney transplant
adolescents and an
analysis of the
present health care:
study protocol for a
Alemanha
Published
online
Pesquisa
Utilizar
melhores
estruturas
de
cuidados
médicos, com o
objetivo
de
longo prazo de
melhorar
a
sobrevivência de
transplantes e
qualitativa
Apesar de algumas
medidas de transição
existir na literatura,
nenhum
destes
instrumentos foram
desenvolvidos
especificamente para
utilização
com
transplantados para
avaliar
tanto
o
relatório adolescente
e os pais, e avaliar o
envolvimento
dos
pais nos cuidados de
saúde
dos
adolescentes.
À semelhança do que
foi levantado na
hipótese, o modelo
do adolescente na
Transição
mostra
relações fortes entre
o
aumento
da
responsabilidade do
Adolescente e
a
diminuição
no
envolvimento
dos
pais.
A finalidade
da
transição global é
permitir que
os
pacientes sejam tão
independente quanto
possível e ter a
melhor qualidade de
vida possível. Atingir
esses
objetivos
requer, além de
Esta investigação aborda
a
importância
de
preparar adolescentes e
suas famílias para a
transição do adolescente
para os serviços de saúde
de um adulto.
A pesquisa adicional deve
avaliar a programação de
transição para identificar
quais os componentes
que estão relacionados
com a formação de
melhorias na transição,
na responsabilidade do
adolescente,
e
nos
resultados médicos.
Finalmente,
futuras
investigações devem visar
os pais de adolescentes
em transição e identificar
formas de ajudar os pais
em diminuir o seu
envolvimento e ao mesmo
tempo
incentivar
a
adesão do adolescente na
responsabilidade quanto
a própria saúde.
Este estudo irá fornecer
dados
fundamentais
sobre
estruturas
de
cuidados médicos na
transição de pacientes de
nefrologia pediátrica de
adolescentes aos cuidados
de um adulto. Ele é
projetado para testar um
novo modelo de transição
28
randomized
controlled
Trial/2014
reduzindo,
assim,
morbidade
mortalidade.
e
abordar
questões
médicas,
uma
abordagem
multidimensional,
multidisciplinar. A
falta de cooperação
entre os diversos
profissionais
envolvidos
no
tratamento
e
cuidados levou a
problemas
de
assistência
médica
para os pacientes, o
que
é
particularmente
problemático na fase
de transição.
A partir de uma
análise
de
tais
deficiências,
é
possível
derivar
estratégias para uma
transição
satisfatória.
Não
existe,
na
Alemanha,
um
modelo
a
ser
seguindo para a
transição
da
pediatria
para
atendimento
de
adultos
para
pacientes
de
nefrologia
adolescentes, a fim
de
melhorar
a
sobrevivência
de
transplante e bem-
usando o gerenciamento
de caso e telemedicina
moderna.
Após
a
conclusão, este estudo em
última
análise,
visa
estabelecer o Programa
de Transição Berliner,
combinada com o uso de
aplicativos, como um
padrão
de
cuidados
médicos na transição de
pacientes jovens que
receberam
um
transplante de rim.
29
estar do paciente.
4
Health-Related
Quality of Life and
Perceived Need for
Mental
Health Services in
Adolescent
Solid
Organ Transplant
Recipients/2013
EUA
Journal of
Clinical
Psychology
in Medical
Settings
Pesquisa
qualiquantitativa
Avaliar
o
interesse
dos
pais
de
receptores
adolescente de
transplantes de
órgãos sólidos
em
acompanhament
o em serviços de
saúde mental
Das 63 famílias, 94
%
dos
pais
expressaram algum
nível de interesse em
pelo
serviço
propostos, com mais
de 40% indicando o
interesse máximo.
Se interessam em
apresentações
e
discussões em grupo
sobre como ajudar
seus adolescentes a
tornare-se
mais
independentes
e
responsáveis,
bem
como para a ajudar
a si próprios.
Os
pais
se
interessam
menos
em
treinamento
comunicação
com
cônjuges/parceiros e
prestadores
de
cuidados de saúde de
seus filhos.
Os
pais
que
perceberam
o
funcionamento
da
saúde mental mais
pobre
em
seus
adolescentes
expressaram maior
interesse
em
treinamento
para
melhorar
a
Os
resultados
deste
estudo representam um
primeiro
passo
importante no sentido de
avaliar a percepção da
necessidade
de
intervenções de saúde
mental para receptores
de
transplante
adolescente
e
suas
famílias.
Como
a
ciência
biomédica continua a
avançar e receptores de
transplantes pediátricos
são capazes de prosperar
fisicamente, prestação de
serviços de saúde mental
adequados
para
os
beneficiários
e
suas
famílias se tornará cada
vez mais importante para
facilitar o funcionamento
psicossocial
ideal
e
transferir para o cuidado
centrado no adulto.
Avaliou-se também a
necessidade dos serviços
hospitalares
indicarem
este acompanhamento.
30
comunicação tanto
com seu filho e
quanto
seu
parceiro/cônjuge, o
que sugere que os
pais
percebem
déficits
na
comunicação eficaz
dentro
de
sua
família.
A nível familiar, os
participantes
aceitaram 07 das 10
sugestoes,
evidenciando
a
necessidade
de
serviços de saúde
mental para esse
público.
31
5
Sweet and sour
after renal
transplantation: A
qualitative study
about the positive
and negative
consequences of
renal
transplantation/201
3
Holanda
British Journal
of Health
Psychology
Pesquisa
qualitativa
Investigar
experiência de
conseqüências
positivas
e
negativas
de
transplante,
bem como as
estratégias
utilizadas para
se adaptar ao
transplante dos
pacientes renais.
Os
resultados
mostraram que os
pacientes
experimentaram
uma ampla gama de
emoções positivas e
negativas,
em
particular, a culpa,
gratidão e medo.
Não só as limitações
físicas, mas também
melhorias
físicas
foram encontradas
para ser relacionado
com a experiência de
emoções negativas.
Os
pacientes
buscaram estratégias
de
enfrentamento
adaptativas
para
ajustar a vida após o
transplante
como
definir prioridades
diferentes, fazendo
as próprias escolhas,
tentando manter o
controle, cuidando
bem de si mesmo e
apreciando
outros
aspectos da vida.
Este
estudo
oferece
vários novos insights
sobre
a
gama
de
experiências de pacientes
renais após o transplante.
Os profissionais de saúde
são convidados a prestar
mais atenção a esses
insights,
incluindo
a
existência de convicções
normativas.
Os
profissionais de saúde
podem
ajudar
os
pacientes
renais,
ajudando-os a reconhecer
as emoções positivas e
negativas e incentivar o
uso de estratégias de
enfrentamento
mais
benéfico.
32
6
Medicine nonadherence in kidney
transplantation/201
3
Austrália
Journal of renal
Care
Pesquisa
qualitativa
Identificar
fatores
que
levam a baixa
adesão.
Esta
avaliação
revelou que uma
série
de
fatores
contribuem para a
baixa adesão, por
exemplo, atitudes em
relação à tomada da
medicação
e
esquecimento.
Estratégias
que
podem melhorar a
aderência incluem
intervenções
lideradas
pela
enfermeira
(envolvendo
de
forma colaborativa
trabalhar com os
beneficiários
para
entender
suas
rotinas e oferecendo
soluções
para
melhorar
a
aderência).
Estratégias
que
mostraram
ter
eficácia
limitada
incluem
o
fornecimento
de
medicamentos
de
forma gratuita e
fornecer
feedback
sobre
adesão
a
medicação a um
participante
sem
quaisquer
intervenções
educacionais
e
comportamentais.
Intervenções
são
necessárias para ajudar o
receptor de transplante
de tomar todos os seus
medicamentos
como
prescrito para melhorar
o bem-estar geral, a
segurança
dos
medicamentos e reduzir
os custos de saúde.
33
7
Quality of life in
chronic
kidney
disease/2013
Portugal
Revista
Nefrología
Estudo
quantitativo
Transversal
observacional
Avaliar
a
qualidade
de
vida relacionada
à saúde em
quatro grupos
de
pacientes
acompanhados
no
Departamento
de Nefrologia:
doença
renal
crônica (DRC),
transplante de
rim
(KT),
hemodiálise
(HD) e diálise
peritoneal.
Os
pacientes
transplantados não
alcançaram
melhores resultados
dos demais grupos
na
escala
dos
componentes físicos
ou Saúde Mental,
embora
anteriormente
em
outros estudos estes
pacientes revelassem
que
com
o
transplante teriam
uma qualidade de
vida melhor em
comparação com o
período em diálise.
Pacientes
transplantados
receberam o seu
novo rim 8,7 anos
atrás, o que implicou
uma
adaptação
gradual
e,
possivelmente,
o
desaparecimento
relativo da sensação
de
melhoria
da
saúde ao período de
pré-transplante.
Qualidade
de
Vida
relacionada à saúde foi
melhor no grupo em
dialise peritoneal
Comparado de pacientes
em hemodiálise em tais
escalas
como «Efeitos da doença
renal», «Sobrecarga da
doença renal»
e «A satisfação do
paciente». Os piores
resultados nos quatro
grupos,
foram
encontradas
no
Componente
Saúde
Física. A adaptação a
uma doença crônica é um
processo
físico,
psicológico e social. A
atenção da equipe de
saúde
a
percepção
subjetiva do paciente
sobre seu estado de saúde
podem ser determinante
para alcançar o melhor
médico intervenção e
melhorar
a
sobrevivência.
34
8
Quality of Life of
Adolescent Kidney
Transplant
Recipients/2013
EUA
Pediatric
Nephrol
Pesquisa
qualiquantitativa.
Explorar
perspectivas
adolescentes
após
transplante
renal
estratégias
elaboradas
eles sobre
formas
suporte.
as
dos
o
e
por
as
de
Os
escores
de
qualidade de vida
(QV) relatadas pelos
adolescentes
do
estudo
foram
maiores
em
comparação com os
estudos
no
transplante
renal
adulto. Pontuações
máximas foram
observadas
em
domínios de QV que
se relacionam com o
funcionamento
físico, incluindo a
mobilidade,
autocuidado,
audição,
fala, deambulação e
destreza.
No entanto, houve
decréscimos
em
domínios específicos,
incluindo
visão,
emoção (ansiedade,
preocupação
e
sentimentos
depressivos)
e
cognição
(capacidade
de
lembrar).
Identificado
em
dados qualitativos,
as
razões
que
fundamentam
as
suas
respostas
incluíram
a
aceitação da doença
renal e transplante,
benefícios
percebidos de ser um
receptor
de
transplante,
satisfação com a
Transplantados
renais
adolescentes tiveram, nos
testes,
valores
consistentes e altos em
Qualidade de vida atual,
o que sugere que eles
entendem que para se ter
saúde,
uma
parte
depende deles.
Apesar
disso,
eles
relatam lacunas em áreas
específicas
de
QV,
incluindo
emoção
e
cognição ( que sugere que
a QV pode ser melhorada
com intervenções que
visam estes aspectos
específicos da QV.
35
9
Medication beliefs
and
perceived
barriers
in
adolescent
renal
transplant patients
and
their
parents/2013
EUA
Pediatr
Nephrol
Estudo
qualitativo
Compreender a
crenças
sobre
medicamentos
entre
40
pacientes
transplantados
renais
adolescentes e
seus pais.
Adolescentes
mais
jovens
relataram
maior preocupação
com a nocividade
medicação
e
dificuldades,
particularmente
para
problemas
práticos, incluindo o
esquecimento,
organização
e
coordenação.
Pais
com
uma
baixa
escolaridade
relataram que suas
crianças têm maiores
desafios
com
medicamentos,
devido ao gosto e
tamanho.
Família
com rendimentos nos
níveis baixos e altos
expressou que seus
filhos precisam ser
mais lembrados da
medicação
e
adolescentes
de
famílias de baixa
renda percebem que
a medicação pode
ser prejudicial para
o organismo.
Este estudo identifica
quais dificuldades os
adolescentes
tem a respeito de seus
medicamentos e como
eles podem ser diferentes
dos problemas relatados
pelos pais na clínica de
transplante. Dado que
auxilia no planejamento
do
no
cuidado
ambulatorial para essa
população.
O estudo também ajuda
a
esclarecer se
os
medicamentos prescritos
são
acreditados
por
pacientes adolescentes e
seus pais para ser
necessário para a sua
saúde ou para ser
associado
a
efeitos
nocivos.Compreender
esses fatores pode ser útil
no
planejamento
de
intervenções
para
melhorar a gestão de
medicamentos entre os
pacientes e sua família.
Adolescentes
expressa
desafios com aspectos
práticos de tomar a
medicação, enquanto os
pais
estavam
mais
focados
em
medicamentos que são
necessários para a sua
saúde.
36
5. DISCUSSAO
Nas buscas realizadas constatou-se uma lacuna significativa na produção de
conhecimentos relacionados ao tema dessa revisão, o que aponta a necessidade de
realização de pesquisas primárias sobre o assunto. Para dar conta do objetivo
estabelecido testaram-se inúmeros descritores relacionados à temática proposta, tais
como: emoções, transplante de rim, relação enfermeiro-paciente, adolescente,
ambulatório hospitalar. Como não foram suficientes para identificar os artigos para a
base de dados da pesquisa, adicionamos outros: cooperação do paciente, saúde mental e
qualidade de vida. Com essa nova busca, ampliamos a amostra final para nove artigos.
Apesar de o adolescente ser prioridade para atenção e pesquisa na área de saúde
e nos últimos anos ter crescido o número de transplantes, pesquisas sobre o tema “apoio
emocional ao adolescente” são escassas. Provavelmente, reflexo da falta de atenção dos
profissionais de saúde às necessidades de apoio emocional do adolescente transplantado
na fase pós-transplante.
Também merece atenção o fato de esta revisão apresentar 66 % dos artigos com
método qualitativo. Esses estudos embora não garantam validação da prática clínica,
demonstram a importância de obtenção de dados a partir de técnicas mais abrangentes e
singulares para compreensão dos aspectos subjetivos.
Chama-nos também a atenção, que mesmo após ter expandindo a busca com
outros descritores, não localizamos publicações em periódicos nacionais a cerca do
tema. Os países de origem dos artigos encontrados foram: Estados Unidos da América
(4), Holanda (3), Austrália (1) e Alemanha (1). Importante notar, que mesmo na
Espanha, país considerado o maior transplantador de órgãos do mundo, não
encontramos publicação relacionada ao tema apoio emocional aos adolescentes
transplantados. Vale ressaltar, que em um dos artigos de nossa amostra, revelou-se a
inexistência até de serviço/programa específico para acompanhamento do adolescente
transplantado no país.
Com base nos artigos encontrados foi possível organizar os dados a partir das
seguintes categorias de análise: Adesão ao tratamento – desafio para o ambulatório de
transplante e especificidade do adolescente (5 artigos); Adesão ao tratamento – desafio
para o ambulatório de transplante e especificidade do adolescente (5 artigos); Atenção
à saúde mental e qualidade de vida de adolescentes transplantados: bases para o apoio
emocional pelos enfermeiros( 4 artigos).
37
1-ADESÃO
AO
TRATAMENTO
–
DESAFIO
PARA
O
AMBULATÓRIO
DE
TRANSPLANTE E ESPECIALIDADE ADOLESCENTE.
A adesão ao
é um dos principais desafios do ambulatório de transplante, haja
vista que a adesão é baixa e diminui ao longo do tempo, posto que a resposta emocional
ao transplante diminua significativamente ao longo do tempo (MASSEY et al, 2015).
Esse aspecto é crucial, pois sem o uso continuo da medicação o paciente acaba por
perder o órgão transplantado, o que pode levar a morte, à volta para hemodiálise e ou a
necessidade de um novo transplante.
A atitude é um comportamento ditado por uma disposição interior que pode ser
orientada com auxílio profissional. Williams et al (2014) descreve como fatores que
contribuem para a baixa adesão – atitudes pessoais em relação à tomada de medicação e
o esquecimento. Nesse sentido, podemos afirmar que o enfermeiro tem importância
significativa no processo de adesão ao tratamento, colaborando dessa forma para o êxito
do transplante e, sobretudo da qualidade de vida do adolescente transplantado.
O estudo de Zelikovsky; Dobson e Norman (2011) destaca que adolescentes
mais jovens apresentam maior preocupação com a nocividade medicação e dificuldades,
particularmente para problemas práticos, incluindo o esquecimento, organização e
coordenação. Seu estudo aponta que os pacientes mais jovens têm dificuldade inclusive
com o gosto e tamanho do remédio e que isso interfere no processo de adesão. Há
também a preocupação que a medicação possa ser prejudicial para o organismo. De
fato, os imunossupressores e demais medicações coadjuvantes ao transplante possuem
efeitos colaterais e prejudiciais a saúde, podendo esses efeitos afetar inclusive a própria
perda do órgão transplantado.
A família é um elemento chave para a adesão e sua participação é determinante.
Entretanto, estudo realizado por Gilleland et al (2012) mostra que há forte relação entre
o aumento da responsabilidade do adolescente e a diminuição no envolvimento dos pais
com o seu tratamento, mostrando a importância do envolvimento e autonomia do
adolescente relacionada ao controle da medicação e demais necessidades de saúde.
2-ESTRATÉGIAS DE NÍVEL AMBULATORIAL PARA A ADESÃO AO TRATAMENTO DO
ADOLESCENTE TRANSPLANTADO
38
A resposta emocional do paciente ao transplante é decisiva para adesão ao
tratamento e a continuidade da vida e da qualidade de vida do paciente. Desta forma, a
ação dos profissionais de saúde deve estar orientada para o apoio emocional a estes.
Promover a motivação do paciente para estabelecer objetivos visando à adesão
ao tratamento em conjunto com outros objetivos pessoais é um alvo potencial para
intervenções (MASSEY et al, 2015).
Williams et al (2014) apontam algumas estratégias que podem melhorar a adesão
ao tratamento, incluindo intervenções lideradas pela enfermeira – trabalho colaborativo
com o paciente a partir do conhecimento de sua rotina, limitações e potencialidades com
vistas a oferecer e construir soluções para os problemas enfrentados.
Como o controle excessivo dos pais sobre os cuidados com a saúde e adesão ao
tratamento pelo adolescente acaba sendo prejudicial ao seu tratamento. Gilleland et al
(2012) aponta como estratégia que os profissionais de saúde devem ajudar os pais a
diminuir o seu envolvimento e ao mesmo tempo incentivar a adesão do adolescente na
responsabilização quanto à própria saúde.
Visando aproximar os cuidados de saúde, adesão ao tratamento e
acompanhamento das necessidades de comunicação Kreuzer et al (2014), desenvolveu
aplicativos de smartphones para a comunicação da equipe de saúde com os pacientes
adolescentes transplantados. O que representa uma inovação no sentido da aproximação
do profissional de saúde-paciente. O transplante é uma condição que requer do serviço
de saúde pronta resposta em face das demandas e necessidades do paciente.
3-ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL E QUALIDADE DE VIDA DE ADOLESCENTES
TRANSPLANTADOS: BASES PARA O APOIO EMOCIONAL
Todo paciente com doença crônica pode sentir-se deprimido, apresentar
ansiedade e medos. O apoio emocional ao paciente transplantado pelo profissional de
saúde é fundamental para os pacientes vencerem o medo e adotarem uma atitude
positiva relacionada a sua condição de saúde (ABTO, 2004).
Os pacientes transplantados experimentam uma ampla gama de emoções
positivas e negativas relacionadas ao processo de transplante, em particular, a culpa,
gratidão e medo. Não só as limitações físicas, mas também as condições físicas estão
relacionadas com a experiência de emoções negativas (SCHIPPER et al, 2014).
Os pacientes também buscam por si mesmos estratégias de enfrentamento
adaptativas para ajustar a vida após o transplante, como por exemplo: definir
39
prioridades diferentes, fazendo as próprias escolhas, tentando manter o controle,
cuidando bem de si mesmo e apreciando outros aspectos da vida (SCHIPPER et al,
2014).
A adaptação a uma doença crônica é um processo físico, psicológico e social. A
atenção da equipe de saúde a percepção subjetiva do paciente sobre seu estado de saúde
pode ser determinante para alcançar o melhor meio de intervenção e melhorar a
sobrevivência dos pacientes (FRUCTUOSO et al, 2011).
Os adolescentes, embora vulneráveis, são mais sensíveis a uma abordagem da
Qualidade de Vida do que os transplantados adultos, percebendo os benefícios do
transplante em relação à diálise e sua responsabilidade para com a saúde. As razões que
fundamentam e colaboram com essa adesão são: a aceitação da doença renal e
transplante, benefícios percebidos de ser um receptor de transplante, satisfação com a
vida (TONG et al, 2011).
O apoio emocional e cognitivo adequado pode melhorar a qualidade de vida
global do adolescente, diminuindo ansiedade e medo. O paciente transplantado convive
com a ansiedade sobre os resultados dos exames de sangue e o medo de diálise (TONG
et al, 2011)..
O apoio à familia do adolescente transplantado é fundamental. Segundo ReedKnight et al (2013), os pais se interesseam por apresentações e discussões em grupo
sobre como ajudar seus adolescentes a tornare-se mais independentes e responsáveis,
bem como para a ajudar a si próprios. A maioria dos pais entende que o
acompanhamento do serviço de saúde mental pode ser uma maneira de melhorar a
qualidade de vida de seu filho e de sua família após o transplante.
Conhecer a doença, aceitá-la e aprender a lidar com ela facilita o tratamento,
assim como a realização de exercícios de relaxamento ajuda a diminuir o estresse
decorrente dessa condição de saúde (ABTO). Nesse sentido, o enfermeiro pode
desenvolver inúmeras ações de educação em saúde.
Segundo Cesarino (1998) levantar previamente os conhecimentos e as
experiências do paciente renal crônico, facilita a compreensão das reais necessidades de
aprendizagem desses pacientes, orientando a adoção da melhor estratégia e do mais
adequado conteúdo para implementar uma ação de intervenção eficaz do enfermeiro.
40
6. CONCLUSÃO
Não foram encontrados artigos relacionados ao o apoio emocional ao
adolescente transplantado renal no ambulatório hospitalar.
Todos os artigos relacionados ao tema e incluídos na amostra da pesquisa são
estrangeiros, o que mostra um déficit de pesquisas nacionais a cerca da temática das
emoções em transplante, apesar de sua relevância.
O transplante renal representa o primeiro lugar em número absoluto de cirurgias
realizadas no Brasil e esses procedimentos, em sua maioria, são realizados na rede
pública de saúde. Isso envolve um investimento financeiro considerável desde o
diagnóstico até terapia imunossupressora. Em última análise, podemos concluir que a
falta de estudos sobre os aspectos que envolvem o cuidado do enfermeiro ao
adolescente após a cirurgia, vai contra o investimento inicial do tratamento,
considerando que o estilo de vida após o transplante requer um cuidado diferenciado.
Buscar o conhecimento através da pesquisa é primordial para tentar responder a
questionamentos
e
assim,
buscar
ações
eficazes
para
determinado
assunto. Desconhecendo as necessidades e demandas dos adolescentes não é possível
planejar intervenções úteis para o cuidado em saúde, logo, é necessário que o
enfermeiro enquanto promotor da saúde reflita sobre a importância do apoio emocional
dado ao adolescente que passa pelo transplante.
Este estudo buscou contribuir para a divulgação da necessidade de apoio
emocional ao paciente adolescente transplantado e embora os artigos encontrados
apenas tenham tangenciado a questão, foi possível verificar a relevância desse tido de
apoio para o sucesso do transplante - que não se restringe ao êxito cirúrgico, mas,
sobretudo, a sobrevivência do paciente e o aumento de sua qualidade de vida.
Com base nos artigos analisados compreendemos que o apoio emocional ao
paciente encontra-se atrelado a processos educativos, uma vez que conhecer melhor a
condição de saúde e a enfermidade pode gerar alívio da pressão emocional interna do
paciente. Posto isso, recomenda-se ampliar o processo de ensino-aprendizagem das
emoções em saúde desde a graduação em enfermagem, para que a partir do
desenvolvimento de uma ação educativa crítica e criativa por parte dos enfermeiros os
adolescentes beneficiem-se de cuidados educativos de acordo com suas necessidades e
41
possibilidades de aprendizagem no período pós-transplante.
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