5 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal de Alfenas . UNIFAL-MG Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714 . Alfenas/MG . CEP 37130-000 Fone: (35) 3299-1000 . Fax: (35) 3299-1063 ROSANA DE SOUZA GONÇALVES PORTELA INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ESTUDO DE CASO Orientadora: Prof. Luciene Marques ALFENAS-MG 2006 6 ROSANA DE SOUZA GONÇALVES PORTELA INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ESTUDO DE CASO Trabalho apresentado ao curso de Especialização Lato Sensu em Atenção Farmacêutica da Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL-MG, como parte dos requisitos para conclusão do curso. Orientadora: Prof. Luciene Marques ALFENAS-MG 2006 7 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS UNIFAL-MG PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO A comissão examinadora, abaixo-assinada, aprova a monografia " INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ESTUDO DE CASO”,como requisito para conclusão do Curso de Especialização Lato Sensu em Atenção Farmacêutica. Banca examinadora: _____________________________________ Prof. Dra. OLINDA MARIA GOMES DA COSTA VILAS BOAS _____________________________________ Prof. MsC. WALNÉA APARECIDA DE SOUZA _____________________________________ Prof. Dra. MÁRCIA HELENA M. CARDOSO PODESTÁ Alfenas, 11 de novembro de 2006. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. JUSTIFICATIVA 3. OBJETIVOS 4. MATERIAL E MÉTODO 5. RESULTADOS 6. DISCUSSÃO 7. CONCLUSÃO 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9. ANEXOS 9 1. INTRODUÇÃO A filosofia da Atenção Farmacêutica foi definida pelos professores norteamericanos Linda Strand e Charles Hepler, da Universidade de Minnesota, como sendo "a prestação responsável da farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida de cada paciente" (Rev. UFMG, 2005). No Brasil, após o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, realizado em 2002, foi proposto o seguinte conceito de Atenção Farmacêutica: "É um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da assistência farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e coresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a integração direta do farmacêutico com o usuário, visando a uma farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde" (MARQUES, 2005). Através da Atenção Farmacêutica é possível observar se há algum Problema Relacionado ao Medicamento (PRM) e preveni-lo ou resolvê-lo. De acordo com o 2º Consenso de Granada sobre Atenção Farmacêutica, PRM pode ser definido como "problema de saúde entendido como resultado clínico negativo, derivado da farmacoterapia que, produzido por diversas causas, tem como conseqüência o não alcance do objetivo terapêutico desejado ou o aparecimento de efeitos indesejáveis" (MARQUES, 2005). Para avaliar um PRM, deve-se observar as três propriedades que a farmacoterapia deve apresentar: necessidade, efetividade e segurança. Se o paciente não utiliza um medicamento de que necessita, tem-se um PRM 1. Se utiliza um que não é necessário (automedicação ou prescrição inadequada), tem-se um PRM 2. Se o medicamento é inefetivo por uma questão qualitativa, observa-se um PRM 3. Se há inefetividade por uma questão quantitativa (baixa biodisponibilidade, dose baixa, interações medicamentosas ou medicamento-alimento), há um PRM 4. Se a insegurança ocorre por um aspecto qualitativo, tem-se um PRM 5. Do contrário, tem-se um PRM 6 (MACHUCA et al., 2003) 10 A prática da Atenção Farmacêutica engloba várias atividades, dentre elas o Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT), que é de suma importância para assegurar uma farmacoterapia segura e eficaz. Para obter melhores resultados é necessária a utilização de uma metodologia apropriada para realizar o acompanhamento. Para isso, o Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada desenvolveu a Metodologia Dáder, que propõe um procedimento concreto, no qual se elabora um estado de situação objetivo do paciente. Deste, derivam-se as intervenções farmacêuticas correspondentes, nas quais o farmacêutico junto com o paciente e seu médico decidem o que fazer em função dos conhecimentos e condições particulares que afetam cada caso (LLIMÓS, 2005). O procedimento de AFT, segundo a Metodologia Dáder, consta das seguintes fases: oferta do serviço, primeira entrevista, estado de situação, fase de estudo, fase de avaliação, fase de intervenção, resultado da intervenção, novo estado de situação e entrevistas sucessivas (MACHUCA et al., 2003). Através do AFT, analisam-se os problemas de saúde relacionados com medicamentos, que, para serem classificados como tal, devem ter as três perguntas abaixo respondidas afirmativamente: • O paciente percebe? • É indesejável? • Afeta a saúde? (LLIMÓS, 2005). Através do AFT, analisam-se as interações que possam existir na farmacoterapia. Interação farmacológica é qualquer atuação que possa modificar o mecanismo de ação ou efeito de um fármaco. Podem ser farmacocinéticas e farmacodinâmicas, mas não têm que ser unicamente produzidas por outro fármaco, mas pode haver outros tipos de atuações que modificam o efeito do tratamento farmacológico. O risco de interações aumenta com o número de medicamentos usados e com a complexidade da patologia do paciente. O uso indiscriminado e excessivo de medicamentos pode expor os pacientes a efeitos colaterais desnecessários e interações potencialmente perigosas (PÉREZ, 2001). Assim como o número de indivíduos idosos vem aumentando, o consumo de medicamentos por esta população acompanha esta tendência. Os idosos são, possivelmente, o grupo etário mais medicalizado na sociedade, devido ao aumento de prevalência de doenças crônicas com a idade (MOSEGUI et al., 1999). 11 A maioria dos idosos consome, pelo menos, um medicamento, e cerca de um terço deles consome cinco ou mais simultaneamente. A média de produtos usados por pessoa oscila entre dois e cinco. Este uso irracional se traduz em consumo excessivo de produtos supérfluos, ou não indicados, e subutilização de outros, essenciais para o controle das doenças. Entre os fatores preditores do uso estão a idade avançada, o sexo feminino, as piores condições de saúde e a depressão. As classes terapêuticas mais consumidas são os medicamentos cardiovasculares, os anti-reumáticos e os analgésicos (ROZENFELD, 2003). No Brasil, estudos populacionais sobre o consumo de produtos farmacêuticos evidenciam o uso crescente com a idade, tanto em pequenos povoados do interior, como em grandes centros urbanos. No Rio de Janeiro, 80,19% dos idosos do município usam regularmente medicamentos prescritos, uso este mais acentuado entre as mulheres e após os 70 anos de idade. Quase 30% consomem medicamentos não-prescritos, sem diferenças entre os gêneros, sendo a maioria dos consumidores mais jovens, entre 60 a 69 anos (ROZENFELD, 2003). Além da idade e do sexo, outros fatores predisponentes para o uso de medicamentos têm sido identificados no país. No grupo dos idosos, as mulheres mais velhas, com maior renda familiar e com mais sintomas utilizam mais medicamentos prescritos. Isso ocorre porque, entre os mais idosos, as doenças são mais graves, o uso dos serviços médicos é mais intenso e há dificuldade de discutir os complexos problemas, que acabam sendo medicalizados (ROZENFELD, 2003). No Brasil, é possível descrever o uso inadequado de medicamentos entre as idosas acima de 60 anos, participantes de um centro de convivência com atividades culturais, de ensino e de assistência, situado no Rio de Janeiro. Entre as 634 entrevistadas, 38% usam cinco ou mais produtos; 16% são candidatas às conseqüências das interações e 14%, do uso redundante (que ocorre em geral com antiinflamatórios não esteróides) (ROZENFELD, 2003). Dezessete por centro dos produtos consumidos são contra-indicados para os idosos, apesar de quase 90% do total terem sido prescritos por médicos. Na mesma amostra, a prevalência de uso diário de benzodiazepínicos por 12 meses ou mais é de 7,4% e cerca de um quinto das usuárias consome produtos de meia-vida longa (ROZENFELD, 2003). 12 Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), vinte e oito porcento dos pacientes sob algum tratamento farmacológico apresentam efeitos adversos aos medicamentos constatado por exames laboratoriais e, cinco porcento destes pacientes são internados em razão do efeito adverso e cinqüenta porcento dos pacientes hospitalizados apresentam efeito colateral ocorrendo entre estes, cinco porcento de falecimento (PEDRAZZI, 1989a e 1989b). Também são dados da OMS, que existem sessenta e um mil pacientes com Parkinson Medicamentoso, trinta e dois mil com distúrbios nervosos e quarenta e um mil com úlcera duodenal resultante da ação iatrofarmacogênica (PEDRAZZI, 1989a e 1989b). As interações entre fármacos anti-hipertensivos são responsáveis por 25% de reações adversas a medicamentos que apresentam os pacientes hipertensos e 7% das internações podem ser devido a estes efeitos. Como fator predisponente tem-se o problema da polimedicação ou politerapia, sobretudo em idosos com múltiplas patologias, que são os maiores consumidores de anti-hipertensivos. Os idosos apresentam maior risco de interações porque suas funções hepática e renal estão diminuídas (VERGARA et al., 2005) A hipertensão se associa com grande freqüência a outras doenças que são consideradas como potenciais fatores de risco e que, portanto, têm que ser tratadas. Por exemplo, o diabetes exige um tratamento específico, por isso, ao introduzir um fármaco anti-hipertensivo, deve-se avaliar as possíveis interações medicamentosas. A incidência da hipertensão aumenta com a idade, e quanto mais idoso for o paciente, mais provável é dele ter uma patologia associada, com isso, há uma maior necessidade de tratamento farmacológico (PÉREZ, 2001) e de cuidados com as interações. Não só as interações fármaco-fármaco podem ser importantes para o paciente hipertenso, mas também deve-se considerar com que grau as medidas higiênicodietéticas que lhe são aconselhadas podem modificar o mecanismo de ação ou efeito dos fármacos. Por exemplo, utiliza-se freqüentemente a restrição de sódio na dieta, conhecendo-se que isto tem como conseqüência uma melhora na eficácia de praticamente todos anti-hipertensivos. Mas a depleção de sódio que pode produzir o regime dietético, ainda que pequena, também pode ter seus inconvenientes, porque potencia a toxicidade de outros fármacos. A restrição de sódio junto com a utilização de diuréticos, em pacientes que usam AINE pode produzir alteração na função renal que geralmente é de fácil reversão se for detectada. O problema é que muitos pacientes, 13 sobretudo os idosos, que são especialmente vulneráveis a esta interação, não acham que seja necessário comentar ao médico que usam um AINE por ser uma medicação “de venda livre1”, ou o próprio médico ignora esta interação (PÉREZ, 2001). Em um estudo realizado por MOSEGUI e cols., em que avaliou-se a qualidade do uso de medicamentos em 634 mulheres acima de 60 anos, foi constatado que as substâncias empregadas na terapia cardiovascular estavam envolvidas na maior parte das interações verificadas. Esses medicamentos têm utilização muito disseminada na terceira idade, consomem grande parte do orçamento doméstico dos idosos e podem estar envolvidos em um número elevado de interações medicamentosas. Entre as classes terapêuticas envolvidas em interações, observou-se que era maior o percentual de interações entre as usuárias de ß bloqueadores, antifúngicos, IECA e antidepressores. É necessário observar constantemente os indivíduos que fazem uso dessas classes de medicamentos, pois a probabilidade de uma reação adversa decorrente de uma interação medicamentosa pode ser considerada alta. Entre os fármacos com as maiores freqüências de interações e, consequentemente, de possíveis RAM’s provenientes dessas interações, encontram-se os ß bloqueadores e os IECA (MOSEGUI et al., 1999). 1 Na verdade, a grande maioria destes Antiinflamatórios são medicamentos sujeitos à prescrição médica. Entretanto, muitos pacientes conseguem compra-los nas drogarias e farmácias de todo o Brasil sem receita médica. 14 2. JUSTIFICATIVA Após a realização do Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT), utilizando a Metodologia Dáder, com a senhora M.C. (63 anos), na disciplina de Atenção Farmacêutica do curso de Farmácia da Efoa/Ceufe (atual UNIFAL-MG), decidiu-se dar continuidade ao AFT, a fim de elaborar um estudo de caso. A senhora M.C. é voluntária do projeto: “Implantação da Metodologia Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico na Farmácia-Escola da Universidade Federal de Alfenas (UNIFALMG)”, iniciado em 2004. A paciente em questão, faz uso de polimedicação devido a várias patologias: hipertensão, diabetes, hipertireoidismo, glaucoma e outras. Em virtude de tratar-se de uma pessoa idosa e polimedicada, decidiu-se estudar as possíveis interações decorrentes do uso de vários medicamentos, a fim de tentar melhorar a sua qualidade de vida. 15 3. OBJETIVOS Através do AFT, pretendeu-se estudar e analisar os medicamentos utilizados pela paciente, conhecer mais suas doenças e verificar a ocorrência de interações medicamentosas, a fim de estabelecer uma relação entre a polimedicação e a ocorrência de PRM’s. Tentou-se solucionar estes PRM's através da intervenção farmacêutica que pode ou não necessitar de auxílio do prescritor. 16 4. MATERIAL E MÉTODO Como já foi citado anteriormente, pretendeu-se dar continuidade ao AFT com a paciente M.C. e realizar um estudo sobre as interações medicamentosas que porventura poderiam ocorrer. A ferramenta escolhida foi a Metodologia Dáder, com preenchimento da Ficha Farmacoterapêutica (Anexo 1). Após esclarecimento, foi solicitado à paciente que assinasse um Termo de Consentimento (Anexo 2). Este AFT foi realizado em etapas sucessivas, onde foram investigados itens como: suas preocupações de saúde, os medicamentos que utilizava, o grau de conhecimento sobre eles e a adesão ao tratamento. Também perguntou-se sobre os medicamentos usados anteriormente. Após, foi realizada uma revisão, objetivando encontrar informações que não foram citadas anteriormente pela paciente. Em seguida, foi realizada a análise situacional da medicação usada pela paciente (Anexo 3) e o registro situacional, onde foram descritos os problemas de saúde e a preocupação que ela tinha em relação a eles. Posteriormente, na fase de estudo (Anexo 4), foram pesquisadas as principais informações sobre os medicamentos usados e suas interações. Em seguida, foi preenchida a ficha de avaliação global (Anexo 5), identificando os PRM’s e classificando-os de acordo com o Consenso de Granada. Após a identificação de PRM’s manifestados ou não, a paciente foi esclarecida e, como houve acordo entre ambas as partes, a intervenção farmacêutica foi realizada sob a forma de comunicação oral entre farmacêutico-paciente (Anexo 6). A intervenção farmacêutica consistiu não só de ações que visam a resolução dos PRM’s, mas também de ações de educação sanitária - aconselhamento sobre hábitos higiênico dietéticos -, utilizando como ferramenta a comunicação oral. A comunicação oral foi usada preferencialmente, devido à dificuldade visual da paciente. Entretanto, em alguns momentos foi necessário utilizar a comunicação escrita. 17 5. RESULTADOS Dentre as preocupações de saúde da paciente encontram-se: hipertireoidismo, glaucoma, hipertensão, diabetes, alergia a folhas, chás e fitoterápicos, isquemia vascular cerebral que sofreu após um acidente, passando a apresentar após este, tremores terminais, epilepsia, artrite, dor nos membros superiores e inferiores. Os medicamentos utilizados pela paciente na primeira entrevista estão citados na tabela 1: Tabela 1: Especificação dos medicamentos usados por M.C. Especialidade Farmacêutica 1. Efotiazida 2. Glibexil 3. Diazepam 4. Gardenal 5. Hipoten 6. Histamin 7. Propanox 8. Betoptic S 9. Tapazol 10. Medxil 11. Cataflan DCB/DCI Hidroclorotiazida 50 mg Glibenclamida 5 mg Diazepam 10 mg Fenobarbital 100 mg Captopril 25 mg Maleato de dexclorfeniramina 2 mg Propranolol 40 mg Betaxolol 0,25% Metimazol 10 mg Amoxicilina 500 mg Diclofenaco de potássio 50 mg Posologia X/X/X 1/0/0 1/1/0 1/0/1 1/0/1 1/1/0 1/0/1 1/1/0 1/0/1 1/0/1 1/1/1 1/0/1 Destes medicamentos, 9,1% a paciente faz uso há mais de 45 anos, 18,2% há mais de 23 anos, 18,2% há mais de 9 anos e 54,5% há mais de 6 anos. Sendo que 72,7% deles são de uso contínuo. Dentre os medicamentos usados antes da primeira entrevista encontram-se: ampicilina 500 mg, que foi substituída por amoxacilina 500 mg e clortalidona 50 mg, substituída por hidroclorotiazida 50mg. Na revisão, detectaram-se problemas de saúde em quase todas partes do corpo, por exemplo, epistaxe com febre, dor nos músculos dos membros superiores e inferiores, sente muito cansaço porque fez três pontes de safena, hematúria, entre outros. Possui alguns parâmetros alterados como por exemplo temperatura corporal alta e hipertensão arterial não controlada com os medicamentos. Apresenta também alergia a 18 folhas (verduras, chás) e medicamentos fitoterápicos, isto segundo informação da paciente e não de um médico. Na análise situacional, verificou-se a classificação da adesão e conhecimento dos medicamentos, conforme tabela 2: Tabela 2: Grau de adesão e conhecimento dos medicamentos usados por M.C. Muito Regular Pouco Adesão 63,6% 9,1% 27,3% Conhecimento 27,3% 54,5% 18,2% Quanto a seus problemas de saúde, verificou-se que ela se preocupa muito com 54,5% deles; regular, 18,2% e pouco, 27,3%. Na fase de estudo, em que foi estudado cada medicamento usado por M.C., encontraram-se algumas interações e outras possíveis de ocorrerem. Na segunda visita, observaram-se algumas alterações na farmacoterapia. O médico substituiu o captopril 25 mg por nifedipina 20 mg (1-0-0), o uso concomitante do paracetamol 500 mg com diclofenaco 50 mg como analgésicos, a metformina 850 mg (0-1-0) como hipoglicemiante e Prednisona 5 mg (1-0-0). As intervenções farmacêuticas necessárias foram realizadas na forma de comunicação oral farmacêutico-paciente porque a paciente utilizava medicamentos prescritos por vários médicos e na segunda entrevista, já estava aos cuidados de outro médico diferente dos anteriores. 19 6. DISCUSSÃO Segundo Martindale, a hidroclorotiazida pode causar vários distúrbios metabólicos especialmente em altas doses. Os sinais de desbalanço eletrolítico incluem boca seca, sede, fraqueza, letargia, dores musculares, cãibra, oligúria e distúrbios gastrointestinais. Pode provocar hiperglicemia e glicosúria em diabéticos e outros indivíduos susceptíveis. As reações de hipersensibilidade incluem rashes cutâneos, febre, pneumonia. Discrasias sangüíneas incluindo trombocitopenia e mais raramente granulocitopenia, leucopenia e anemia aplásica e hemolítica têm sido reportadas. Os efeitos adversos dos tiazídicos no metabolismo da glicose, como a resistência à insulina, intolerância à glicose, precipitação de diabetes e piora do seu controle são bem estabelecidos, mas parecem ser dose-dependentes e não são significantes em baixas doses (NEUTREL, 1996). Os tiazídicos podem produzir falência renal aguda provocada por depleção de sódio e hipovolemia ou ocasionalmente como resultado de uma reação de hipersensibilidade (MARTINDALE, 2002). Referindo-se à paciente M.C., verifica-se um possível PRM 6 quanto aos distúrbios metabólicos, porque ela reclama de fraqueza, dores musculares, também febre e pneumonia com freqüência. Afirma-se ser possível a ocorrência deste PRM porque não se pode determinar com certeza se está relacionado à hidroclorotiazida, mesmo porque ela não está em doses elevadas. Entretanto, a paciente a utiliza há mais de 40 anos. Portanto, o médico deveria analisar o risco/benefício do uso deste diurético. Quanto à hiperglicemia, parece não haver PRM porque sua glicemia está bem controlada. Mas deve-se analisar com cuidado a falência renal porque os rins de M.C. estão bem afetados, podendo haver um PRM 5. Deve-se tomar cuidado porque a hidroclorotiazida pode ter seus efeitos diuréticos, natriuréticos e anti-hipertensivos reduzidos por antiinflamatórios não-esteroidais (AINE's), visto que a paciente utiliza diclofenaco de potássio para artrite e dor na coluna (MARTINDALE, 2002). Como a paciente M.C. possui Diabetes Mellitus tipo II (DM não insulinodependente) faz uso de glibenclamida 5 mg 2 vezes ao dia. Martindale, 2002 relata uma contra-indicação da glibenclamida na presença de severa insuficiência renal devido o risco de uma profunda e prolongada hipoglicemia. Sendo que, para evitar tal fato, devese manter a menor dose efetiva. Portanto, a paciente deve ser orientada quanto aos 20 possíveis sintomas de hipoglicemia, que podem incluir ansiedade, visão embaçada, sonolência, suor frio, confusão, pele pálida e fria, dificuldade de concentração, aumento do apetite, taquicardia, dor de cabeça, náuseas e fraqueza. Há interação entre a glibenclamida e alguns fármacos utilizados por M.C., por exemplo, os betabloqueadores propranolol e betaxolol. O bloqueio dos receptores beta-2 por beta bloqueadores não cardiosseletivos, durante episódios de hipoglicemia, inibe a mobilização da glicose das reservas hepáticas (glicogenólise), bloqueia as manifestações periféricas da hipoglicemia (com exceção da sudorese) e leva à hipertensão devido a intensa estimulação alfa-adrenérgica. Os receptores beta-2 estão envolvidos na secreção de insulina e estes fármacos podem diminuir a tolerância à glicose no diabetes tipo II, eles também podem reduzir a circulação periférica devido ao bloqueio da vasodilatação dos receptores beta-2. Portanto, pode haver um PRM 6 e a paciente deve ser orientada sobre qualquer situação de risco que possa levar à hipoglicemia, como exercícios físicos intensos, perda de uma refeição, entre outros (MARTINDALE, 2002). Apesar das desvantagens da glibenclamida, seu uso está adequado porque a glicemia está bem controlada. Isto talvez seja porque os efeitos hipoglicêmicos da glibenclamida estão contrabalançados com o efeito adverso de hiperglicemia dos outros fármacos. Por exemplo, a hidroclorotiazida diminui os efeitos hipoglicêmicos através da diminuição da sensibilidade à insulina. O diclofenaco e o captopril aumentam os efeitos da glibenclamida, porque o diclofenaco a desloca das proteínas plasmáticas, aumentando sua atividade e duração de efeito, o captopril o faz por aumento da sensibilidade à insulina. Os antiinflamatórios não esteroidais (AINE's) podem reduzir ou abolir a ação hipotensora dos inibidores de ECA. Os AINE's causam retenção de sódio e água e podem atenuar os efeitos de vários anti-hipertensivos. Parte do efeito hipotensor dos inibidores de ECA é prostaglandina-dependente, o que pode explicar esta interação com fármacos como os AINE's, que bloqueiam a síntese de prostaglandinas. (MARTINDALE, 2002). O uso do propranolol poderia ser revisto e substituído por um betabloqueador cardiosseletivo como atenolol ou metoprolol, que causam menos distúrbios no metabolismo da glicose e mascaram menos os efeitos hipoglicêmicos. Mas os tremores terminais diminuem a qualidade de vida da paciente, portanto foi avaliado o risco/benefício do uso do propranolol, optando por continuar a utilização deste betabloqueador. 21 A paciente em questão utiliza fenobarbital porque possui epilepsia parcial simples (perde o movimento e sensibilidade dos membros inferiores sofrendo uma queda). O fenobarbital pode levar à anemia megaloblástica durante um tratamento prolongado, podendo ser necessária suplementação com ácido fólico (SILVA, 2002). Há uma interação possível de ocorrer entre o fenobarbital e o diazepam, porque os dois podem levar a uma depressão respiratória, ocorrendo um PRM 6. Portanto, a paciente deve ser orientada a observar qualquer alteração, como por exemplo, sedação excessiva. Mas isso parece não ocorrer porque ela diz que acorda para tomar os dois medicamentos pela madrugada porque se tomar antes, não consegue dormir. O fenobarbital pode induzir o metabolismo hepático da nifedipina e do propranolol e diminuir a concentração plasmática destes, o que pode aumentar o risco de hipertensão. Poderia ser necessário um ajuste de dose dos anti-hipertensivos. O uso concomitante de fenobarbital e prednisona pode aumentar o clearance corporal total e reduzir a efetividade da prednisona, sendo assim, seria necessário monitorar a resposta da paciente à prednisona e aumentar a dose se necessário (MARTINDALE, 2002). Como o fenobarbital é metabolizado por enzimas microssomais hepáticas, ele pode ter sua duração de ação diminuída pela dexclorfeniramina (SILVA, 2002). A interação do fenobarbital com alguns anti-hipertensivos poderia ser a causa da pressão arterial não estar controlada. O atenolol poderia ser uma escolha alternativa como anti-hipertensivo porque ele não depende do metabolismo hepático. Quanto a dexclorfeniramina e a prednisona pode não ter tido problema porque o uso foi por pouco tempo. M.C. utiliza diazepam 10 mg para epilepsia. A sua vantagem é que ele tem ação rápida, mas o efeito sedativo é muito pronunciado para ser usado em terapia antiepiléptica de manutenção. A associação com fenobarbital aumenta a depressão do SNC com um risco maior de apnéia do que o diazepam sozinho. Segundo Silva, para epilepsia, o clonazepam é mais indicado, sendo que o diazepam via oral é ineficaz. Portanto, sua prescrição deve ter sido por um quadro de ansiedade, e não de epilepsia. O captopril fornece vantagem especial no tratamento do diabético, tornando lento o desenvolvimento da glomerulopatia diabética. Mas na segunda entrevista, verificou-se a substituição do captopril pela nifedipina, visto que a pressão arterial da paciente não controlava. A dexclorfeniramina é um anti-histamínico de primeira geração. Deve-se avaliar o risco/benefício em hipocalemia, glaucoma de ângulo aberto ou fechado. Em alguns 22 pacientes, ela causa dificuldade ou retenção urinária, o que pode ser perigoso para M.C., que já tem os rins comprometidos. A dexclorfeniramina também pode causar convulsões, tremores e mialgia, acentuando os problemas da paciente. Pode causar zumbido nos ouvidos, aumentar os riscos de depressão do SNC com outros depressores como o diazepam e o fenobarbital (SILVA, 2002). Os anti-histamínicos de segunda geração poderiam ser indicados para a paciente, visto que são praticamente destituídos de atividade anticolinérgica, não sendo contraindicados em portadores de glaucoma, retenção ou obstrução urinária e em idosos, mas é inviável para a paciente porque ela não tem condições financeiras para tal e seus medicamentos são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que não fornece anti-histamínicos de segunda geração. O propranolol é um betabloqueador não-seletivo e sua prescrição para M.C. foi para os tremores das extremidades, contribuindo também para reduzir a sua pressão arterial. Além disso, é útil para hipertireoidismo porque bloqueia os receptores adrenérgicos e inibe a conversão periférica da tiroxina em triiodotironina. Não é um agente antitireoidiano, mas é útil para diminuir muitos sinais e sintomas de hipertireoidismo (bradicardia, disritmias, tremor e agitação) (SILVA, 2002). O fenobarbital diminui a ação betabloqueadora do propranolol por indução das enzimas microssomais hepáticas, portanto verifica-se aqui uma possível interação medicamentosa. O propranolol diminui o fluxo plasmático renal e a taxa de filtração glomerular de 10 a 20%. A diminuição da pressão sangüínea e o aumento da resistência vascular renal pode contribuir para a deterioração da função renal. Como a paciente já apresenta uma falência renal, este deveria ser usado com cautela e freqüente monitorização. Já foram reportados casos de hipertensão paradoxal em pacientes utilizando propranolol por períodos longos expostos a situações estressantes. Portanto, pode-se verificar aqui um PRM 5 não quantitativo (MARTINDALE, 2002). O betaxolol é um betabloqueador cardiosseletivo utilizado para o tratamento de glaucoma de ângulo aberto. Sua absorção sistêmica é pequena, mas podem ocorrer os efeitos colaterais e interações dos betabloqueadores. Mas como é uma medicação extremamente necessária para M.C., não pode ser questionada sua utilização. A amoxacilina é um antimicrobiano de primeira escolha para artrite por Streptococcus pneumoniae. Os fármacos de primeira escolha para artrite infecciosa nãogonocóccica são as cefalosporinas de primeira geração. Já para artrite infecciosa 23 gonocóccica, os de primeira escolha são a penicilina e a ceftriaxona. Deveria ser investigada a causa da artrite de M.C. Portanto, pode haver aqui um PRM 1 ou PRM 2 ao mesmo tempo, isto é, a paciente não usa o medicamento correto para artrite e usa um que não é necessário, respectivamente (MACHADO e cols., 2001). O diclofenaco de potássio, utilizado para aliviar as dores na coluna e artrite da paciente, pode diminuir os efeitos da hidroclorotiazida e aumentar os efeitos da glibenclamida. Mas, para artrite, o diclofenaco é mais indicado por ser um inibidor fraco da ciclooxigenase, porque diminui as prostaglandinas mais brandamente. Isto é importante porque algumas delas diminuem a liberação de enzimas lisossomais, diminuem a formação de produtos tóxicos de oxigênio e inibe a ativação de linfócitos. A ocorrência dos processos citados contribui para a lesão tecidual em condições inflamatórias crônicas como a artrite. Portanto, deve-se considerar o uso do diclofenaco correto, levando-se em conta a artrite (MARTINDALE, 2002). Mas, por outro lado, deve-se avaliar o risco de efeitos renais adversos, porque pode-se ter a nefropatia por analgésicos (nefrite crônica, necrose papilar renal). E, como M.C. já possui os rins comprometidos, deve-se avaliar o risco/benefício do uso do diclofenaco. Na segunda entrevista, a paciente já utilizava nifedipina 20 mg, 1 vez ao dia. Ela relatou que a pressão arterial antes oscilava muito, agora está mais constante, apesar de continuar alta. Segundo a paciente, o captopril foi substituído devido a dificuldade em administrá-lo 3 vezes ao dia, conforme a prescrição, porque é difícil intercalar o horário de todos seus medicamentos e além disso, causava muita tosse (PRM 5). O inconveniente desta troca, é que o captopril é o anti-hipertensivo de escolha para diabéticos. Verificou-se também a prescrição do paracetamol 500 mg, como analgésico, junto com o diclofenaco já prescrito anteriormente. É uma prescrição racional porque o paracetamol é útil para aliviar dor de intensidade leve à moderada. Isolado é inadequado para condições inflamatórias como a artrite reumatóide, mas pode ser usado como adjuvante analgésico da terapia antiinflamatória. A paciente deve estar atenta aos efeitos adversos do paracetamol, porque ele pode causar dificuldade ou dor para urinar, oligúria, inflamação da garganta sem causa aparente, hematúria, pode sofrer ou provocar aumento das reações adversas com barbitúricos. Portanto o uso do paracetamol pode levar a paciente apresentar mais PRM's (KATZUNG, 2003). 24 Ao ser questionada quanto ao uso da amoxacilina, a paciente relatou que no momento usava para sinusite, e que sempre que tinha sinusite, a utilizava. Verificou-se aqui uma automedicação e também um PRM 3, porque o medicamento não é efetivo. A paciente foi orientada a informar ao médico a ocorrência de crises de sinusite com freqüência, para que houvesse a indicação de um antimicrobiano mais eficaz. Houve uma preocupação quanto ao uso da prednisona devido ao risco de aumentar mais ainda a pressão arterial e a glicemia, visto que estes são efeitos adversos "tradicionais" dos glicocorticóides. Mas a paciente relatou que esta prescrição era por um período curto, portanto acreditou-se que não haveria problema. Foram feitas várias aferições de pressão arterial da paciente e esta foi orientada a ir, se possível, diariamente ao posto de saúde para fazer um controle. Verificou-se que após a instituição da nifedipina, a pressão arterial atingiu níveis mais regulares. A paciente foi orientada verbalmente sobre como cuidar dos pés e evitar a ocorrência do “pé diabético". Foi feita uma intervenção farmacêutica verbal farmacêutico-paciente-médico a fim de realizar-se um eritrograma e um exame de urina para o médico avaliar a necessidade de implantar terapia com ácido fólico devido a anemia e investigar uma possível infecção urinária que possa estar causando hematúria e oligúria. A paciente foi orientada a administrar a glibenclamida meia hora antes das refeições e não depois como fazia antes. Também foi orientada a pedir um encaminhamento para um médico alergista para verificar a possível alergia a folhas, para que os seus hábitos alimentares possam ser mais saudáveis. Também seria necessário um encaminhamento com um reumatologista para verificar a causa e assim, buscar uma farmacoterapia mais segura e efetiva para a artrite. 25 7. CONCLUSÃO Através do estudo de caso de M.C., verificou-se a polifarmácia em uma paciente idosa devido à múltiplas patologias. Esta polifarmácia acarretou em piora da qualidade de vida da paciente e a ocorrência de PRM's. Tentou-se melhorar esta qualidade de vida e realizar intervenções farmacêuticas a fim de solucionar ou, ao menos, amenizar os PRM's. Conseguiu-se um êxito quando na fase de intervenção, a paciente foi orientada a relatar ao médico a dificuldade da administração do captopril 3 vezes ao dia, o que foi solucionado através da substituição deste pela nifedipina 1 vez ao dia, o que melhorou a adesão ao tratamento e até sua qualidade de vida. Houveram algumas dificuldades na realização das intervenções. Por exemplo, a paciente utiliza medicamentos do SUS, a grande maioria deles não é de laboratórios de referência, o que nos leva a "suspeitar" de sua eficácia. A paciente mora sozinha e não possui acuidade visual devido ao glaucoma, o que torna mais difícil as orientações e cuidados. Verificou-se uma carência emocional e sintomas de depressão na paciente, que foi orientada a procurar programas de assistência cultural ao idoso, mas pela sua dificuldade em andar devido a dor nas pernas e obesidade, não tem como se deslocar ao local das atividades. Verificou-se a necessidade da atuação de um assistente social, porque ela recebe um salário mínimo de aposentadoria e gasta uma parte dele com alguns medicamentos que o SUS não fornece, como o betaxolol e o tapazol. Enfim, verificou-se que a atenção farmacêutica, para ser efetiva, necessita da cooperação de outros agentes de saúde (médico, enfermeiro, assistente social), não só do farmacêutico. Este não pode exercer sua função sozinho sem a atuação dos outros. É necessário também estar atento quanto às características intrínsecas do paciente, se ele possui alguma deficiência visual ou auditiva para saber qual a melhor maneira de abordá-lo. As condições sociais e psíquicas também devem ser avaliadas. Sugere-se com esta monografia um outro assunto a ser abordado: a necessidade de uma avaliação da qualidade dos medicamentos dispensados pelo SUS na cidade de Alfenas, Minas Gerais. 26 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) KATZUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. 8 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2003. 2) LLIMÓS, F. F. Curso de Postgrado. Introducción Práctica a la Atención Farmacéutica. Problemas Relacionados con los medicamentos. Fundación Pharmaceutical Care. 23 pg, 2005. 3) MACHADO, A R. L. e cols. Antimicrobianos. 3 ed. Porto Alegre. Artmed, 2001. 4) MACHUCA, M.; LLIMÓS, F. F. e FAUS, M. J. GIAF-UGR. Método Dáder. Guia de acompanhamento farmacoterapêutico. 2003. Trad.: FRADE, J. C. Q. P. 2004. Disponível em http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf Acesso em 03 jan.2006. 5) MARQUES, L. A. M. Atenção farmacêutica em distúrbios menores. 1ª ed. São Paulo. Medfarma, 2005. 6) MARTINDALE. The complete drug reference. 33 ed. Pharmaceutical Press, 2002. 7) MEDICAÇÃO, antídoto para a empurroterapia. Revista da Universidade Federal de Minas Gerais. Ano 3, n. 8. Out. 2005. 8) MOSEGUI, G. B. G.; ROSENFELD, S.; VERAS, R. P.; VIANNA, C. M. M. Avaliação da qualidade do uso de medicamentos em idosos. Rev. Saúde Pública, vol. 33, n. 5. p. 437-444. São Paulo, out. 1999. 9) NEUTREL, J.M. Metabolic manifestations of low-dose diuretics. J Med 1996; 101 (3a); 71S-82S. (PubMed 8876477) 27 10) PEDRAZZI, A.H.P. Considerações sobre medicamentos e a ação interferente nos resultados das análises clínico-laboratoriais. Parte I. Laes, 55, p. 75-77, jan./fev., 1989a. 11) PEDRAZZI, A.H.P. Considerações sobre medicamentos e a ação interferente nos resultados das análises clínico-laboratoriais. Parte II. Laes, 58, p. 42-49, mar./abr., 1989b. 12) PÉREZ, J. H. Interaciones en el tratamiento de la hipertensión arterial. Rev. Hipertensión, vol. 18, nº 3. p. 105-107. 2001. 13) ROZENFELD, S. Prevalência, fatores associados e mau uso de medicamentos entre os idosos: uma revisão. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(3):717-724, mai-jun.2003. 14) SILVA, P. Farmacologia. 6 ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2002. 15) VERGARA, M. Á. M.; GUTIÉRREZ, J. M. A. e RUIZ, E. M. G. Interacciones farmacológicas potenciales entre antihipertensivos y outros medicamentos de uso crónico. Rev. Hipertensión, 22, 41. p. 146-150. 2005. 28 9. ANEXOS ANEXO 1 HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA NOME: DATA: PROGRAMA DÁDER DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO PRIMEIRO ENCONTRO PREOCUPAÇÕES DE SAÚDE A. B. C. D. E. F. G. SACOLA COM MEDICAMENTOS: Nome 1: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? 29 Nome 2: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? Nome 3: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? Nome 4: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? Nome 5: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? Nome 6: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? Nome 7: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? 30 Nome 8: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? Nome 9: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? Nome 10: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como é o resultado? 5. Desde quando? Adesão / Conhecimento: M, R, P: 6. Quanto usa? 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Dificuldade? 10. Algo estranho? MEDICAMENTOS UTILIZADOS ANTERIORMENTE Nome 1: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como foi o uso? 5. Algo estranho? Nome 2: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como foi o uso? 5. Algo estranho? Nome 3: 1. Utiliza? 2. Quem prescreveu? 3. Para quê? 4. Como foi o uso? 5. Algo estranho? 31 REVISÃO CABELOS: CABEÇA: OLHOS, OUVIDOS, NARIZ, GARGANTA: BOCA: PESCOÇO: MÃOS (dedos, unhas...): BRAÇOS E MÚSCULOS: CORAÇÃO: PULMÃO: GÁSTRICO / INTESTINO: RINS (urina): FÍGADO: GENITAIS: PERNAS: PÉS (dedos, unhas...): MÚSCULOS ESQUELÉTICOS (gota, dor nas costas, tendinites...): PELE (secura, erupção...): PSICOLÓGICO (depressão...): NEUROLÓGICO (epilepsia...): PARÂMETROS ANORMAIS: (temperatura, PA, colesterol, glicose...): TABACO: ÁLCOOL: CAFÉ: CHÁS: OUTRAS DROGAS: OUTROS HÁBITOS (exercícios físicos, dieta...): VITAMINAS E SAIS MINERAIS: VACINAS: ALERGIAS A MEDICAMENTOS E/OU RAM: SITUAÇÕES FISIOLÓGICAS (e data): 32 OBSERVAÇÕES: OUTROS DADOS DO PACIENTE Telefone: Endereço Profissão: Ano de nascimento: IMC: Médico principal: Médicos especialistas: MINUTOS GASTOS NA ENTREVISTA: 33 ANEXO 2 TERMO DE CONSENTIMENTO Eu, __________________________________________________, carteira de identidade RG nº ________________ ou Certidão de Nascimento nº ________________, residente à ___________________________________________, Alfenas-MG, concordo em participar do Trabalho: “INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ESTUDO DE CASO”, da acadêmica e farmacêutica: ROSANA DE SOUZA GONÇALVES PORTELA. Estou ciente de que: Este serviço é gratuito, Poderei desligar-me do Programa, se esta for minha vontade, mediante aviso prévio (30 dias), Este serviço de atenção farmacêutica não inclui: anamnese, diagnóstico ou prognóstico, prescrição, modificação de regimes de dosificação ou de recomendações prescritas pelo médico. Este serviço inclui: seguimento dos tratamentos farmacológicos, a busca, o encontro e a documentação de Problemas relacionados com medicamentos (PRM´s), informe ao paciente sobre os PRM´s e a tentativa de resolvê-los e, caso necessário, o informe do prescritor sobre o PRM. Estou ciente de que estes dados poderão ser usados para fins científicos, resguardando a minha identidade. Assinatura do paciente: _________________________________________________ Data: _______________ Assinatura e CRF do farmacêutico: ______________________________________ 34 ANEXO 3 ANÁLISE SITUACIONAL Idade: ______________ Sexo: ___________ Peso: _____________ Dados a destacar: ________________________________________________________ ______________________________________________________________________ REGISTRO SITUACIONAL: MEDICAMENTOS Data Início Especialidade Farmacêutica DCB/DCI Posologia X/X/X Adesão M,R,P Conhec. M,R,P 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. M: muito, R: regular, P: pouco. REGISTRO SITUACIONAL: Problemas de Saúde Data Início Problema de Saúde (descrever) A. B. C. D. E. F. G. H. I. J. K. L. Preocupação (M,R,P) Agudo Data do Fim 35 ANEXO 4 FASE DE ESTUDO DCB/DCI OBSERVAÇÒES BIBLIOGRAFIA 36 ANEXO 5 AVALIAÇÃO GLOBAL DATA MEDIC ANÁLISE DOS DADOS . / / Nº NEF S/ / Nº NEF S- / / Nº NEF S- AVALIAÇÃO GLOBAL PRM __ __ MANIFESTADO __ Ñ MANIFESTADO PS: DESC. PRM: IF: C: PRM __ __ MANIFESTADO __ Ñ MANIFESTADO PS: DESC. PRM: IF: C: PRM __ __ MANIFESTADO __ Ñ MANIFESTADO PS: DESC. PRM: IF: C: N = necessário? EF = efetivo? S = seguro? PS = Problema de Saúde; PRM = problema relacionado com medicamento; DESC. PRM = descrição do PRM; IF = intervenção farmacêutica; C = tipo de comunicação Existe algum problema de saúde que não foi resolvido? _________ Se sim, necessita de medicamento? Não ______________ Sim, PRM 1 ______ Outros dados: Educação sanitária: 37 ANEXO 6 INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA Data: PRM tipo: Manifestado ou Não manifestado: Medicamento(s): Problema de Saúde: Descrição do PRM (começar com Necessidade ou Não Efetividade ou Insegurança): CAUSA: 1. Interação 2. Não adesão 3. Duplicidade 4. Nenhuma das anteriores ESTRATÉGIA PARA RESOLVER O PRM: VIA DE COMUNICAÇÃO 1. Verbal farmacêutico-paciente 2. Escrita farmacêutico-paciente 3. Verbal farmacêutico-paciente-médico 4. Escrita farmacêutico-paciente-médico RESULTADO: PS RESOLVIDO PS NÃO RESOLVIDO INTERVENÇÃO ACEITA INTERVENÇÃO NÃO ACEITA O que ocorreu? Nº de medicamentos que estava utilizando (na data da intervenção) Nº de visitas anteriores à resolução: