Unidade 9: Atenção Farmacêutica Proposta de Consenso Brasileiro - Atenção Farmacêutica: “É um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica.Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida.Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde”. (Proposta de Consenso-Brasília,2002) Proposta de Consenso Brasileiro Componentes da Prática Profissional para o exercício da Atenção Farmacêutica no Brasil: 1. Educação em saúde; 2. Orientação farmacêutica; 3. Dispensação; 4. Atendimento Farmacêutico; 5. Acompanhamento/seguimento farmacêutico; 6. Registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados. (Proposta de Consenso-Brasília,2002) Educação em Saúde: www.opas.org.br/medicamentos www.anvisa.gov.br www.farmacare.com www.cipf-es.org/esp/sft Orientação Farmacêutica: “ A falta de informação sobre medicamentos é apontada como uma das variáveis mais significativas e de maior impacto, em termos mundiais, sobre as razões pelas quais os indivíduos não cumprem adequadamente seus tratamentos.” Orientação, aconselhamento ou educação são termos utilizados para caracterizar a intervenção do farmacêutico em relação a um paciente individual, geralmente com base em uma receita específica ou direcionada a grupos, como grupos de autoajuda, grupos de portadores de doenças específicas, turmas escolares, associação de moradores e outros As técnicas de comunicação e o foco das informações devem ser adaptados ao público-alvo. Algumas informações devem ser dadas ou discutidas somente quando o atendimento oferecer privacidade adequada; outras, quando houver suporte de profissionais, como psicoterapeutas ou assistentes sociais, para que o apoio necessário em determinadas situações que possam ser desencadeadas (OPAS,2003). Orientação Farmacêutica: Aspectos relativos à orientação: O que usar (nome DCB ou DCI); Por que usar; Com que usar; Vias de administração; Doses; Horários de administração; Quantidade de medicamentos; Duração do tratamento; Como preparar; Como administrar; Reações adversas; Interações; Precauções; Automonitoramento; Outras informações; Aspectos relativos à educação: Conservação dos medicamentos; Automedicação; Riscos para crianças; Terceira idade; Gravidez e lactação; Bebidas alcoólicas; Reutilização de receitas; Duplicar doses; Tamanho da receita; Sabor e odor; Validade; Outros aspectos (higiênico-sociais) e etc. Orientação Farmacêutica: Recursos a serem utilizados: Objetos (frascos graduados, colheres-medida, contagotas) Cartazes, folhetos, fichas, formulários e outros recursos audiovisuais Embalagens para separa a dose do dia ou da semana do paciente Blíster calendário Uso de números, cores É recomendado o uso de procedimentos verbais e escritos Acompanhamento/Seguimento Farmacoterapêutico: Método Dáder: Foi desenvolvido pelo Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada, Espanha, em 1999. Trata-se de um método de acompanhamento/seguimento de pacientes. Se baseia na obtenção da história farmacoterapêutica do paciente, isto é, os problemas de saúde que este apresenta, os medicamentos que utiliza, e a avaliação de seu estado durante um determinado período de tempo, para identificar e resolver os possíveis problemas relacionados com medicamentos (PRM). Após identificados os problemas são realizadas as intervenções farmacêuticas e avaliados os resultados obtidos (Machuca et al,2003). Acompanhamento/Seguimento Farmacoterapêutico: Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM) (Ars Pharmaceutica,2002): “Problemas de saúde, entendidos como resultados clínicos negativos, derivados da farmacoterapia e que, produzidos por diversas causas, conduzem a não obtenção do objetivo terapêutico e ao surgimento de efeitos indesejáveis”. São divididos em três categorias relacionadas : (1) a necessidade do medicamento pelo paciente; (1) a efetividade; (1) a segurança; Acompanhamento/Seguimento Farmacoterapêutico: Metodologia Dader o paciente não usa um medicamento que necessita PRM 1 o paciente usa um medicamento que não necessita PRM 2 não relacionado com a dose ou intervalos e ou interações PRM 3 relacionado com a dose ou intervalos e ou interações PRM 4 relacionada com a dose ou intervalos e ou interações PRM 5 não relacionada com a dose ou intervalos e ou interações PRM 6 Necessários Efetividade Segurança Sistemática de identificação Sim Necessita medicamento ? Não PRM 2 Sim O medicamento faz efeito ? Não Sim PRM 4 Não PRM 3 Problema de dose ? Sim O medicamento é seguro ? Não Sim PRM 5 Não PRM 6 É por excesso de dose ? Sim Falta algum tratamento para os Problemas de Saúde do paciente ? Não PRM 1 Acompanhamento/Seguimento Farmacoterapêutico: Metodologia Dader Fases do Seguimento Farmacoterapêutico: Oferta do serviço; Primeira entrevista; Estado de situação; Fase de estudo; Fase de avaliação; Fase de intervenção; Resultado da intervenção; Nova avaliação; Novas entrevistas; Problemas relacionados com a utilização de medicamentos (PRUM): de disponibilidade; de qualidade; de prescrição; de dispensação; de administração; de uso; Outras classificações PRM 1 O paciente tem um PS que requer uma terapia que não recebe PRM 2 O paciente tem um PS para o qual usa um medicamento mal selecionado para a sua enfermidade PRM 3 O paciente tem um PS para o qual usa um medicamento numa posologia inferior a eficaz PRM 4 O paciente tem um PS para o qual usa um medicamento numa posologia superior a eficaz PRM 5 O paciente tem um PS resultante de uma RAM PRM 6 O paciente tem um PS resultante de uma interação PRM 7 O paciente tem um PS resultante do não rrecebimento do medicamento prescrito PRM 8 O paciente tem um PS resultante da utilização de um medicamento não indicado (Strand et al, 1990) Registro sistemático das atividades: Finalidade administrativa: Documentar a movimentação do estoque, o cumprimento das normas legais e governamentais Finalidade gerencial: Garantia de qualidade e proteção do paciente e dos profissionais, é importante a garantia do registro das informações prestadas. Mensuração e avaliação dos resultados: Indicadores de prescrição: n° médio de medicamentos por consulta; % de medicamentos prescritos pelo nome genérico; % receitas com antibióticos, % de receitas com injetáveis, % de medicamentos prescritos que pertencem à lista de medicamentos essenciais. Indicadores de cuidado com o paciente: Tempo médio de consulta, tempo médio de dispensação, % de medicamentos prescritos que foram dispensados; % de medicamentos dispensados adequadamente rotulados, conhecimento do paciente da posologia correta. Indicadores sobre a unidade de saúde: Disponibilidade de cópia da lista de medicamentos essenciais,disponibilidade de procedimentos operacionais escritos. Indicadores sobre treinamento para dispensação: Existência de profissionais treinados para dispensação, existência de supervisão dos profissionais não farmacêuticos. Diagnóstico Prescrição “ Caminhante não há caminho, faz-se caminho ao andar.” Medicamentos Resultados Esperados Resultados Reais Farmacêutico Antonio Machado Modelo Médico Paciente passivo Confiança na perícia O profissional busca e soluciona problemas Paciente dependente Pai-filho Novo Modelo Paciente ativo Confiança na relação pessoal O profissional ajuda a encontrar soluções Paciente com confiança em si mesmo Relação de mais igualdade O seguimento dos pacientes em tratamentos farmacológicos tem como objetivo colaborar com o paciente, o médico e demais profissionais de saúde a conseguir a máxima efetividade dos medicamentos em uso Exemplo: Orientação Farmacêutica – uma experiência Milena Bittencourt, Selma Castilho, 2002 Em um mês 87 fichas para 34 pacientes 194 interações Reduções na dosagem Suspensão dos medicamentos Aumentos na dosagem Inclusão de medicamentos Mudança na posologia 69,8% redução da dose 23,0% aumento da dose 7,2% mudança na posologia Quantidade de alterações influenciadas pela ficha 17 18 19 20 21 Instituição X ORIENTAÇÃO DO FARMACÊUTICO Data: Setor: Nome do Paciente: Nome do Médico Responsável: Esta ficha traz orientação quanto à: Interação Medicamentosa ( X ) Dosagem inadequada ( ) Reação Adversa ( X ) Interação Medicamentosa entre: Clorpromazina e Prometazina Efeito: Aumento dos efeitos atropínicois, com retenção urinária, constipação intestinal, secura na boca (efeito aditivo) Prováveis reações adversas da Prometazina: Tonteiras, zumbidos nos ouvidos, fadiga, ações antimuscarinicas (boca seca, visão turva, constipação, retenção urinária), distúrbios gastrintestinais Recomendações: A administração de prometazina durante as refeições diminui a incidência de efeitos colaterais sobre o trato digestivo Carimbo e Assinatura do Farmacêutico: Assinatura do Representante da Equipe de Enfermagem: Carimbo e Assinatura do Médico Responsável: Em caso de duvidas ligue para o ramal y ou envie um e-mail para a