Relatório de Anti

Propaganda
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Fórum de Coordenação do Combate ao Anti-semitismo Avaliação Anual 2015 - Visão Geral e Tendências
1
Fórum de Coordenação
do Combate
ao Anti-semitismo
Website: www.antisemitism.org.il
E-mail: [email protected]
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O relatório é baseado em dados coletados publicados pelo Fórum de Coordenação de
Combate ao Anti-semitismo.
Naturalmente, o número de eventos publicados no relatório não reflete todos os
eventos que aconteceram realmente, e às vezes os dados são significativamente
diferentes dos dados publicados pelas várias comunidades judaicas em sua mais
extensa base de dados. Contudo, os dados sôbre os quais este relatório é baseado
refletem as tendências vistas por nós.
Como a disponibilidade de dados é em grande parte dependente da capacidade e
vontade das vítimas de denunciarem os incidentes, é provável que um número muito
maior de eventos não são apresentados no relatório. Os dados apresentados neste
relatório representam a ponta do iceberg e representam um marcador. Estamos
sempre trabalhando para melhorar a qualidade da imagem que podemos ter sôbre
‫‏‬.este tema
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2
índice
Geral
3
Eventos importantes
4
O anti- semitismo islâmico
5
Anti-semitismo na Autoridade Palestina
7
Extrema-direita
9
Radical esquerda
12
Novo Anti-semitismo
13
Anti-semitismo na Internet
15
Avaliação por países
16
Luta
23
Resumo
25
Apêndice - Definição de anti-semitismo
26
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Geral
- Embora não tenham sido publicados dados completos para 2015, pode-se ver que em
2015 continua a tendência da escalada da violência anti-semita, quando o anti-semitismo
islâmico é o que lidera esta tendência.
- 5112 foi marcado por um aumento nos ataques contra alvos judeus por fontes islâmicas,
sendo o mais notàvel os ataques no Hiper-Kosher em Paris (Janeiro de 2015) e na
sinagoga em Copenhaguem (Fevereiro de 2015).
- As rêdes sociais continuam a ser o principal meio de incitamento ao ódio contra os judeus
e conteúdo diabólico dos discurso de ódio e de incitamento anti-semitas neles, quase sem
limites.
- A campanha de deslegitimação e demonização de Israel e envolve expressões antisemitas óbvias e representa a tendência de borrar os limites entre a crítica à Israel e o antisemitismo. Esta campanha tem sido uma das principais incitações contra os judeus em
geral, e, portanto, constitui uma ameaça significativa para as comunidades judaicas na
diáspora.
3
- O fenômeno dos refugiados que inundam a Europa, não são em si uma ameaça antisemita. No entanto, este fenômeno contribui indiretamente para aumentar a actividade de
grupos de extrema direita, xenófobos e anti-semitas. Os partidos de extrema-direita
provàvelmente aumentarão o seu poder nas eleições em todos os países ocidentais, em
resposta à crise dos refugiados. Estes partidos optaram nos últimos anos para se distanciar
de idéias anti-semitas, seja por uma mudança real ou por razões tácticas, no entanto, sua
ideologia racista é uma ameaça às comunidades judaicas de todo o mundo.
- Nossos dados mostram que a maioria dos incidentes anti-semitas na Europa são
alimentados pela população muçulmana crescente no continente, especialmente na
França, Bélgica, Reino Unido, Alemãnha, Espanha e os países escandinavos. Assim
sendo, o islamismo radical se torna o principal gerador do anti-semitismo na Europa.
Apesar de que o anti-semitismo tradicional de extrema direita ainda tem uma presença
significativa em muitas partes do mundo.
-No entanto, ao lado do crescente anti-semitismo, estamos também assistindo a uma luta
de agravamento contra este fenômeno. A consciência da necessidade de combater o antisemitismo aumentou nos países ocidentais e se refletiu também na legislação e na
aplicação da lei.
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Eventos importantes
- Sexta-feira, janeiro 9, 2015, Amedy Coulibaly, de 32 anos, nascido na França de uma
família de imigrantes de Mali, assaltou ao meio-dia o supermercado da cadeia de
supermercados "Hiper-Kosher" no quarteirão 12º em Paris do qual os donos são da família
Amsalem, armado com dois fuzis Kalashnikov. O terrorista fêz reféns entre clientes e
funcionários do supermercado. Após várias horas de cêrco ao supermercado, a unidade de
polícia que luta contra o terrorismo invadiu o supermercado, atiraram e mataram o
terrorista. No ataque morreram quatro dos reféns: Johann Cohen (20) Yoav Hatab (21),
Philip Braham (45) e François Michel Saada (64).
- Em fevereiro de 2015, Omar Abad al-Hamid al-Husein, de 22 anos, abriu fogo na Grande
Sinagoga de Copenhaguen e matou um guarda de segurança dinamarquês-israelense Dan
Uzan, que neste mesmo tempo patrulhava a celebração de um bat- mitzvah dentro da
sinagoga.
- Em dezembro, foi pulverizado um veneno líquido na fechadura eletrônica da sinagoga em
Bonneuilsur-Marn na França ferindo 14 pessoas que rezavam;
- Em Outubro foram esfaqueados um rabino e dois outros que rezavam na cidade de
4
Marselha;
- Em janeiro, foi atacado um israelense em Berlim, quando pediu a várias pessoas para
pararem de cantar músicas anti-semitas no metrô.
- Em setembro, Moshe First, um jovem judeu de 17 anos ficou gravemente ferido quando
foi atacado junto com outros três homens jovens em uma estação ferroviária, em
Manchester.
- Em setembro, dois judeus ortodoxos foram atingidos por uma pistola de ar em
dois incidentes anti-semitas diferentes em Nova York.
- Em setembro, um casal de idosos foi espancado e roubado em um ataque antisemita em Amsterdã.
- Em janeiro, israelenses que se hospedaram em um albergue na Argentina foram atacados
por anti-semitismo.
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Anti-semitismo islâmico
Nas duas últimas décadas destacam-se elementos islâmicos que criam o antisemitismo central na Europa Ocidental. A maioria dos autores dos casos mais
extremos de violência contra os judeus da Europa nos últimos anos têm sido
os muçulmanos, que em alguns casos, dizem interpretar o Islã para justificar
suas ações.
A
nova
onda
de
anti-semitismo
que
ataca
agora
a
Europa,
é
fundamentalmente diferente de ondas anteriores. A fonte do novo antisemitismo não é apenas de manifestações características do neo-nazismo;
Uma grande parte do espírito anti-judaico na Europa vem dos europeus de
origem muçulmana. O anti-semitismo islâmico é o líder do anti-semitismo no
Ocidente. A maioria dos incidentes anti-semitas relatados foram perpetrados
por muçulmanos, especialmente em países com grandes comunidades
muçulmanas.
5
Pode-se caracterizar três tipos de atitudes anti-semitas entre os muçulmanos:
1. A abordagem clássica baseada em anti-semitismo histórico no Ocidente e
várias teorias da conspiração sôbre o controle judaico do mundo.
5. A abordagem islâmica, que vê os judeus como inimigos da "verdadeira
religião" e aliados dos "cruzados infiéis".
3. A abordagem política - o ódio aos judeus no conflito israelo-palestino e a
identificação de Israel e do sionismo com o judaísmo.
Inquéritos realizados em diferentes países europeus mostram que o nível de
atitudes anti-semitas entre os muçulmanos é significativamente maior do que
entre os não-muçulmanos, apesar de que muitos muçulmanos europeus não
adotaram crenças anti-semitas. O nível de anti-semitismo aumenta com o
nível de interpretações religiosas e fundamentalistas do Islã.
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Há de se notar que não basta as variáveis demográficas e sócio-econômicas quer dizer nível de escolaridade, idade, sexo, dificuldades sociais,
discriminação ou restrições legais sôbre a prática do Islã - para explicar as
diferenças entre muçulmanos e não-muçulmanos. Isso refuta a suposição
comum de que o anti-semitismo entre os muçulmanos foi uma resposta à
discriminação ou opressão.
Estas pesquisas levam à conclusão de que o anti-semitismo decorre não só
da interpretação fundamentalista da lei islâmica e a influência da doutrina da
Hasalafya Jihadiyya (DAA"SH e al-Qaida), mas também do espaço e da
identidade cultural islâmica contemporânea.
Radical e Jihad
Como mencionado acima, uma das ameaças mais importantes para os judeus vêm
do islamismo radical, agarrando forte as comunidades islâmicas em todo o mundo.
6
O ataque mesclado cometido por uma célula terrorista Islamista contra o jornal
satírico "Charlie Hebdo" e o supermercado judeu no coração de Paris, e que
causou a morte de 17 pessoas em janeiro de 2015 e o ataque terrorista mesclado
em Paris em Novembro de 2015, que matou 130 pessoas e centenas foram feridos,
foi a realização de um dos cenários de horror, que tira o sono dos serviços de
segurança na Europa nos últimos anos. Uma série de avisos de atentados foram
registrados na Alemãnha, França e Grã-Bretanha. A ameaça da renovação das
actividades terroristas na Europa aumentou no ano passado, em meio a
preocupações com o retôrno de centenas de muçulmanos e convertidos ao Islã
europeus à Síria seu continente de origem, sendo muito alta sua motivação para
continuar sua luta lá, chamando para a jihad. Como parte de sua participação na
guerra civil na Síria, esses voluntários foram submetidos a treinamento, adquiriram
experiência de combate e sofreram uma radical doutrinação que define o Ocidente
como um inimigo do Islã, e que é um dever machucá-lo. Este fenômeno colocou os
funcionários de segurança europeus em alerta contra o perigo real e imediato das
importações de terroristas do Oriente Médio para as cidades do continente.
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O processo de radicalização que passam as comunidades muçulmanas no
Ocidente é inspirado por militantes sunitas como a al-Qaida e Daa"sh. A
ideologia extrema dos várias organizações Salafis de todos os diferentes tipos,
chama à guerra santa - jihad - contra os infiéis onde quer que estejam, mas
salienta os judeus como um dos principais objetivos da jihad. A hostilidade do
Islã radical para os judeus não é apenas devido aos efeitos do conflito israelopalestino. Esta é uma hostilidade religiosa que vê os judeus como inimigos do
Islã e de parte de uma conspiração ocidental para destruir os muçulmanos.
Uma das características da actividade do islamismo radical no Ocidente opera
em pequenos grupos, em células e individualmente, sem hierarquia e sem
uma afiliação organizacional clara. Jovens muçulmanos submetidos a
radicalização relativamente rápido, são inspirados por grupos extremistas
islâmicos na Ásia Central e no Oriente Médio, sendo que a maioria dos
contatos com eles se faz através da Internet.
Anti-semitismo na Autoridade Palestina
7
Ao longo de 2015, a Autoridade Palestina de maneira corriqueira usou o antisemitismo para doutrinar os jovens e velhos a odiar israelenses e judeus. A
Autoridade Palestina promove o ódio religioso por demonização dos judeus e do
judaísmo, espalhando contos que retratam os judeus como colocando em perigo os
palestinos, árabes e toda a humanidade.
A Autoridade Palestina apresenta os judeus com traços fundamentalmente ruins.
Os judeus devem ser traiçoeiros, corruptos, aliados com o diabo, bem como
descendentes de macacos e porcos. Em 2015, Mahmoud al-Habash, o conselheiro
de Mahmud Abas para o Islã, presidente dos tribunais das leis islâmicas (Sharia) e
presidente da Autoridade Palestina disse à TV palestina de que os judeus
representaram ao longo da história "falsidade, ruindade, demônios e seus
seguidores, Satanás e seus seguidores. "Assim, o conflito entre Israel e os
palestinos é um conflito de" projeto de Allá em contraste com o projeto do diabo ".
O diário palestino publicou um parecer declarando que os judeus estão "sedentos
de sangue para agradar seu Senhor (contra os gentios), e anseiam por bôlsos
cheios de dinheiro." Essas "qualidades" e tradições judaicas, aparecem como
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natureza imutável dos judeus. Chegam mensagens da liderança sênior da
Autoridade Palestina.
Em 2015, os canais oficiais de televisão da PA recitar foram apresentadas crianças
declamando textos com conteúdo anti-semita. As crianças pequenas decoravam
que os judeus eram o "mal absoluto na criação", "macacos bárbaros" e "demônios
com cauda".
De acôrdo com a Autoridade Palestina, a natureza maligna dos judeus e a
corrupção têm causado às nações a tomarem medidas defensivas. A Autoridade
Palestina afirma que os judeus foram expulsos de forma permanente da Europa no
passado, por causa da ameaça a eles da "natureza do mal" dos judeus.
"Características" e "comportamentos" dos judeus constituem um perigo, não só
para todos os muçulmanos e árabes, mas para toda a humanidade. Como foi
ensinado na aula de religião n a televisão oficial da Autoridade Palestina: "A
humanidade não vai viver confortàvelmente enquanto os judeus provocam a
corrupção na terra ... Se o peixe no mar lutar com outro peixe, eu tenho certeza que
8
os judeus estão por trás disso".
Na Autoridade Palestina a falsificação russa dos "Protocolos dos Sábios de Sião" é
um texto judaico autêntico que foi revelado como um plano judeu para controlar
tôda a humanidade. Na verdade, o anti-semitismo, a opressão e o sofrimento ao
longo da história judaica é apresentado como a resposta legítima de nações que
procuram vingar os danos causados a eles pelos judeus. A criação de Israel foi uma
conspiração Européia, impulsionada pelo desejo dos europeus de se livrarem dos
judeus e de salvar a Europa da ruindade dos judeus entre eles.
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Extrema-direita
2015 foi o ano que a extrema-direita marcou como a islamização da Europa
como objetivo principal. Conflitos e confrontos tiveram lugar neste ano entre
ativistas de extrema-direita e refugiados muçulmanos.
O rápido crescimento do islamismo na Europa nos últimos anos, criou uma
imagem espelhada na forma de um forte aumento no poder da extrema-direita
no continente. Quase todos os países europeus é partido que favorece a
restringir a imigração, islamização espalhando o medo de trabalho, abominam
a União Européia e pretende voltar para o Estado da nacionalidade da
demografia de propriedade são claras e estáveis.
Na Europa pode ser encontrada partidos nacionalistas com ideologias e
objectivos muito diferentes. A distinção mais relevante para a questão do antisemitismo é entre a "velha extrema-direita" (que tende à nostalgiaem direção
ao nazismo e fascismo), e entre a "nova extrema-direita" (cujos seguidores se
sentem ameaçados com a islamização da Europa, e vêm em Israel nos judeus
9
aliados na luta contra o Islã).
Com base na pesquisa da análise do discurso de Ruth Wodak, podem ser
classificados partidos e movimentos populistas em quatro categorias gerais:
1. "Velhos de extrema-direita": esses partidos estão ganhando apoio através
da posição ambivalente em relação ao passado fascista e nazista (tais como a
Áustria, Hungria, Itália, Romênia e França). Algumas - como o movimento
Pegida e o partido NPD alemão, "Aurora Dourada" na Grécia, e Jobbik na
Hungria - demonstram um anti-semitismo aberto e descarado e também
negam o Holocausto e lidam com propaganda anti-semita e anti-Israel. Alguns,
como o NPD, até apoiam o Islã militante. Nos partidos populistas de extremadireita, como a Frente Nacional na França, a Aliança Nacional na Itália, e PVO
na Áustria, a situação é absolutamente clara, porque seus líderes perceberam
que, a fim de chegar ao poder, eles devem mudar seu discurso. É muito difícil
determinar se uma alteração na narrativa é apoiada por uma transformação
real da sua visão do mundo.
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2. "Nova direita radical": Estas organizações se concentram principalmente na
ameaça do islamismo, elas constituem um afastamento do fascismo histórico,
através da democracia (processual). Os partidos políticos que se concentram
em ir contra a Resistência Islâmica, se destacam em suas actividades nos
Países Baixos, Reino Unido, Dinamarca, Suécia e Suíça. Uma das expressões
de sua perspectiva de que entre o Ocidente e o Islã atualmente está
ocorrendo hoje em dia o "choque das civilizações" é o fato de que alguns
deles reduziram o seu nacionalismo étnico e adotaram os Estados Unidos e
Israel. Estas organizações não vêm um punhado de judeus locais integrados
na sociedade em geral como uma ameaça à sua civilização, e em Israel vêem
um verdadeiro aliado em sua luta. Um líder da direita radical do tipo novo é o
político holandês Geert Wilders, que lidera o Partido da Liberdade (Partij voor
de Vrijheid - PVV), que agora é o terceiro maior partido no parlamento
holandês, e de fato, garante o mandato do atual govêrno holandês. Wilders,
que ferozmente protege tudo que é "ocidental" e israelense "vem da corrente
principal da política holandêsa, e sempre teve o cuidado de se distanciar do
11
partido de direita radical holandês. Nigel Faraj, líder do Partido da
Independência do Reino Unido (United Kingdom Independence Party - UKIP)
é conhecido como um entusiasta de Israel, que pertence a esta categoria da
nova direita radical. O partido tem até mesmo uma comissão de ação com o
nome de "Amigos de Israel no Partido da Independência do Reino Unido".
Sôbre a pergunta do jornal britânico "The Jewish Chronicle" em relação a sua
posição sôbre as questões que dizem respeito hoje os judeus, como os
ataques aos matadouros Kosher, explicou Faraj, que um dos políticos do
Partido da Independência do Reino Unido analisou recentemente um
matadouro no East End de Londres, afirmando que de fato, os métodos de
abate de acôrdo com a lei judaica são mais humanos do que os utilizados em
matadouros não kosher. Exemplos de políticos marginais e controversais mais
difíceis no Reino Unido são Nick Griffin, líder do Partido Nacional Britânico
(British National Party - BNP) e Tommy Robinson, líder dos protestos de rua
anti-muçulmano, a Liga de Defesa Inglêsa (Inglês Defence League - EDL)
são, definitivamente apoiantes de Israel e dos judeus hoje, mas o histórico de
seus defensores é bem problemático.
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3. Os partidos que odeiam estrangeiros tradicionais: nos países europeus
como a Hungria, Grécia, Itália e Reino Unido, estamos testemunhando a
ascensão de partidos que limitam suas campanhas a ameaça de sua
identidade nacional ao lado das minorias étnicas. Em relação aos judeus, suas
opiniões estão divididas. Por exemplo, a Liga do Norte (Liga Nord) italiana tem
uma posição dura em relação à imigração ilegal, sobretudo de países
muçulmanos, e no que diz respeito ao terrorismo. Ao contrário de grupos de
ódio aos estrangeiros que desprezam os judeus, a liga apoia a promoção da
imigração de não-muçulmanos para defender a "identidade cristã" da Itália e
da Europa, que de acôrdo com os representantes dos partidos deve ser
baseada na "tradição judaico-cristã".
4. Os partidos políticos cristãos fundamentalistas: nos antigos países
comunistas como a Polônia, Romênia e Bulgária, somos testemunhas de uma
agenda dos partidos políticos, que adotam um dia a dia fundamentalista
cristão conservador-reacionário. A Polônia ilustra este estranho paradoxo do
anti-semitismo endêmico nacionalismo, não-liberal e nacionalismo étnico,
11
coincidindo com a postura pró-Israel clara. A Polônia é um dos países mais
conservadores na UE culturalmente, e está se tornando ainda mais
conservadora. Eleitores jovens são a principal base de apoio de Janos CorwinMica, monarquista com cabeça quente e fanático anti-feminista, cujo partido
ganhou sete por cento dos votos nas eleições parlamentares européias de
2014, prometendo seus quatro assentos.
Um desvio à direita dos eleitores mais jovens levou o jornal esquerdista
Gazeta Wybrocza a apelidá-los de "A Geração Estranha". Ainda que eles se
alimentem muito de anti-semitismo cristão e desprezam ao Judaísmo, estes
partidos veneram o estado judaico soberano que cada vez mais é visto, nas
palavras de Slavoj Zizek, como um ninho de defesa de frente contra o
expansionismo islâmico". Nesses países, onde há pequenas comunidades, o
dano potencial para os judeus locais é pequeno. Com estes jogadores podese formar alianças com base em real-política igual aos que caracterizam os
fortes laços entre o povo judeu e as grandes organizações fundamentalistas
cristãs na América do Norte.
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Esquerda- Radical
Comparado com os partidos de direita-radical populista (que estão de frente
para o público simplório, na mobilização de apoio e simpatia entre suas
fileiras, utilizando mensagens simples e cativantes) que a ameaça à
identidade nacional em seus países os persegue e eles percebem a influência
judaica como uma influência estrangeira que querem neutralizar, os partidos
populistas da ligação extrema-esquerda liga os judeus com a elite cosmopolita
e com o capitalismo mundial contra o qual eles estão lutando.
Com relação a Israel, a narrativa marxista simplista permanece popular: Israel
é um estado colonial que oprime e desenraíza a população nativa, e é um dos
que puxam as cordas do sistema financeiro global.
Além disso, com base nas tradições socialistas de justiça e de serviços
sociais, esses partidos apoiam a absorção de outros imigrantes, que vêm
principalmente de países que têm altos níveis de hostilidade anti-judaica.
Oficialmente eles têm o cuidado de distanciar-se do velho anti-semitismo
12
"(ódio aos judeus por serem quem são, crença na conspiração judaica contra
todo o mundo, crença que os judeus trouxeram o comunismo, crença de que
os judeus são uma raça inferior, e assim por diante), mas por causa dos laços
políticos estreitos com os muçulmanos locais e a simpatia dada com
antecedência para os palestinos (geralmente visto na Europa como um lado
"fraco e miserável"), são fortes defensores da retórica anti-sionista radical e
adoptam elementos de anti-semitismo muçulmano (uma conspiração judaica
mundial, controle judaico do capitalismo e política externa dos EUA, etc...).
Em tôda a Europa, os partidos que cortejam os muitos eleitores muçulmanos
tendem a ser hostis aos judeus. Como resultado disso, existe uma
preocupação que na sombra de regimes populistas deste tipo será menos
provável a prosperidade judaica.
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Novo Anti-semitismo
Uma variedade de países, movimentos, associações e organizações, não
aceitam o direito do povo judeu à autodeterminação em Israel, e negam o
direito de estabelecer um Estado-nação. Essas entidades incluem, entre
outros, países árabes, países do Terceiro Mundo, movimentos islâmicos,
movimentos radicais de esquerda europeus e grupos anti-semitas, tornaram a
deslegitimação de Israel em um padrão formativo de ação. O conceito acima
refere-se ao processo que conduz esses organismos a cooperarem nos
movimentos diplomáticos e na propaganda contra Israel.
O movimento (BDS (Boicotes Desinvestimento e Sanções, que vestia um
manto de luta pelos direitos humanos e no direito internacional, descobriu
esses movimentos como essencialmente anti-semitas, que todas suas ações
são específicas para prejudicar o Estado de Israel.
O objetivo destes grupos é isolar Israel no espaço internacional e, finalmente,
transformá-lo em um estado pária através de sua demonização, promovendo
13
uma política de boicote, desinvestimento e sanções econômicas (BDS),
travando uma batalha legal contra o Estado e seus cidadãos.
Demonização
O incentivo ao ódio levou à ampla demonização de Israel. Seis estudos
diferentes, a maioria dos quais foram feitos na Alemãnha e incluem a
cobertura de outros oito países europeus, mostram que mais de 40% dos
cidadãos da UE concordam com a afirmação de que Israel está realizando
uma guerra de extermínio contra os palestinos ou, em alternativa, estão de
acôrdo com o argumento de que Israel está se comportando como os
nazistas.
A interpretação destes resultados é que mais de 150 milhões dos 400 milhões
de cidadãos da UE maiores de 16 anos são classificados como tendo idéias
anti-semitas. A liderança da União Européia e os seus Estados-Membros
ignoram sistemàticamente esta questão. No entanto, os primeiros dados sôbre
este demonização de Israel já estvam disponíveis há mais de dez anos atrás.
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A demonização de Israel na Europa não é sòmente a propaganda de ódio
travada contra ela pelas organizações de deslegitimação mas também se
alimenta por uma política de "moral dupla" que adotam os países da União
Européia. A União Européia e muitos de seus Estados-Membros por algum
tempo tenderam a condenar Israel discriminatória e desequilibradamente.
Aqueles que correm a condenar Israel na sequência da suas ações
específicas, ignoram as atividades similares realizadas por outros países. De
acôrdo com a definição oficial do Departamento de Estado dos EUA para o
têrmo Anti-semita, adoção de moral dupla - como a que detém a maior parte
da liderança da Europa - é um ato anti-semita.
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Boicote, Desenvestimento, Sanções - BDS
O movimento BDS é apenas uma pequena parte de um fenômeno muito mais
amplo: a deslegitimação sistemática de Israel, muitas vêzes acompanhada de
anti-semitismo. Países árabes e islâmicos e outros, como o Irã, têm um papel
14
muito importante. Na sua propaganda anti-Israel usamu motivos relacionados
com o genocídio, idênticos aos dos nazistas.
Na Europa, esses fatôres ajudaram a incitar o ódio e vários propagandistas,
seguindo principalmente, mas não exclusivamente, vem de diferentes partes
das comunidades de imigrantes muçulmanos na Europa e da esquerda no
mapa político. Se pode encontrar estes agitadores no mundo da política, nos
sindicatos, nas organizações não-governamentais, nas igrejas liberais, no
mundo acadêmico e etc...
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Anti-semitismo na Internet
Nos últimos anos temos visto um aumento acentuado da atividade anti-semita
na mídia em geral e na social em particular. As rêdes sociais tornaram-se um
"paraíso" para os promotores de ódio e racismo, a quantidade de incitamento
na Internet passou dos limites, e, muitas vêzes parece que a rêde tornou-se
um grande arsenal de ódio, accessível e eficiente que se propaga
incontroladamente.
Os grupos terroristas se adaptaram ràpidamente a essas ferramentas que
através delas podem alcançar um maior número de apoiantes potenciais.
Como resultado, a forma mais perigosa de anti-semitismo é facilmente
accessível a uma platéia mundial.
Muitos grupos anti-semitas estão tirando proveito das rêdes sociais para
divulgar seu discurso de ódio contra Israel. O uso de rêdes sociais agora está
publicando discursos de ódio, de anti-semitismo e de negação do Holocausto
é extenso, e despertam muitos problemas. Websites e numerosas rêdes
15
sociais como o MySpace, Twitter e Facebook, são um terreno fértil para a
publicação de discursos de ódio online. Várias rêdes sociais estão enfrentando
ou não lidam com a situação de maneiras diferentes, mas tôdas elas usam
seus próprios têrmos de uso, e não da lei, como constantemente se determina
se as coisas são um problema ou não.
Os recentes ataques terroristas contra instituições judaicas na Europa, e do
forte aumento de detenções relacionadas com o terrorismo nos Estados
Unidos, não só atestam a profundidade global que estas novas tecnologias
estão a alcançar, mas também sôbre a natureza do anti-semitismo de
espalhar propaganda terrorista que incentiva a violência contra os judeus.
A fim de erradicar o anti-semitismo e a negação do Holocausto das rêdes
sociais, há de se tomar uma série de medidas, tais como: pesquisa,
monitoramento, alerta e publicação de conteúdo ofensivo enviados para rêdes
de qualquer tipo; relatar sôbre o conteúdo e espalhar a notícia para que mais e
mais usuários relatem; deve-se trazer cada conteúdo como esse
à
sensibilização da opinião pública, por meios públicos e privados, On-line e não
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on-line; deve-se inundar o problema e fazer com que mais e mais pessoas de
todos os setores discutam o assunto; entre em contato com as entidades
comerciais que sua publicidade aparece nas páginas com conteúdo ofensivo e
remover suas publicações da rêde.
Avaliação por países
França - dados da SPCJ
Em 2015 começaram os ataques: três ataques terroristas realizados na
França em 7, 8 e 9 de Janeiro. O ataque de 9 de Janeiro foi anti-semita. 28
pessoas foram tomadas como reféns no supermercado Hiper Kosher quando
os terroristas pensaram que eles eram judeus, quatro foram assassinados.
Nos primeiros nove meses de 2015, uma ligeira diminuição pode ser
observada no número de incidentes e ameaças anti-semitas. Esta é uma
16
diminuição de 1,5% sôbre o mesmo período em 2014, apesar do forte
aumento ocorrido no início do ano, na sequência dos atentados de janeiro.
O ministro do Interior saudou os resultados e prometeu não relaxar nos
esforços das autoridades. Desde junho, o número de incidentes registrados
deste tipo é mesmo "significativamente mais baixo do que o do ano passado",
desvendou Bernard Cazeneuve em um discurso no final de uma conferência
nacional da organização de cúpula das Instituições Judaicas Francêsas
(CRIF), em Paris. Em janeiro passado, o CRIF registrou um aumento de 84%
no número de incidentes anti-semitas entre janeiro e maio de 2015.
Em nossa opinião, uma ligeira diminuição do número de incidentes antisemitas que foram registrados na França é um dado alarmante tendo em vista
o grande aumento de incidentes anti-semitas registrados na França, em 2014,
após a Operação "Rocha Firme".
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Reino Unido - Dados da polícia de Londres CST
De acôrdo com os dados que recebemos da Organização de Leais da
Segurança da comunidade judaica na Grã-Bretanha (CST) os incidentes antisemitas na Grã-Bretanha alcançaram um nível recorde.
As estatísticas mais recentes publicadas pela Polícia Londrina mostra, que em
2015 houve um aumento de 61% na criminalidade anti-semita.
No que diz respeito a estes números, os representantes da Polícia Londrina
disseram que "tem havido uma onda de crimes de ódio cometidos contra a fé /
religião, mas consideram que este aumento é devido a vários fatores,
incluindo a melhoria da documentação do crime, as vítimas estão denunciando
mais os crimes de ódio, e uma maior consciência dos funcionários da Polícia
Londrina para identificar esses crimes" .
A CST registrou 473 incidentes anti-semitas nos primeiros seis meses de
17
2015, em comparação com 309 incidentes anti-semitas no primeiro semestre
de 2014. Este valôr do ano de 2014 representa um aumento de 38%, em
relação a 223 incidentes anti-semitas registrados nos primeiros seis meses de
2013.
O aumento ocorreu principalmente em janeiro, fevereiro e março, e este ano
esses meses foram duas vezes pior do que 2014. Foi quando os judeus
britânicos estavam particularmente preocupados com o anti-semitismo, à luz
dos ataques terroristas em Paris e em Copenhaguen, e em face da cobertura
do anti-semitismo na mídia global. Em janeiro, houveram 106 incidentes antisemitas reportados à CST, e foi o mês com o número maior de incidentes antisemitas registrados desde que a CST começou a gravar incidentes antisemitas.
No
primeiro
semestre
de
2015
foram
também
registrados
estes
acontecimentos:
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44 ataques anti-semitas violentos, dois dos quais foram classificados como
extrema violência", ou seja, esses ataques haviam causado um prejuízo grave
ou feito ameaça a vidas.
32 casos de danos e profanação de propriedade judaica.
323 incidentes de maldição e comportamento perturbador, incluindo o assédio
verbal, grafites anti-semitas, assédio anti-semita em rêdes sociais e casos
únicos de mensagens de ódio.
Uma análise detalhada do calendário, conteúdo e origem de cada um desses
incidentes documentados de anti-semitismo mostra que, embora possam
reflectir, em parte, um aumento real na quantidade de eventos, a principal
explicação para o aumento é provàvelmente uma maior vontade por parte de
pessoas a comunicarem os incidentes de anti-semitismo, à CST ou à polícia.
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Alemãnha - dados do Comitê do Senado
Durante 2015 houve uma diminuição no número de crimes anti-semitas. De
janeiro a início de dezembro a polícia registrou 134 delitos. A Comissão dos
Assuntos Internos do Senado publicou os dados. Os números completos para
dezembro ainda não foram publicados. Os últimos dois anos foram 192 e 194
eventos anti-semitas.
A maioria dos crimes podem ser associados à incitação racial, incluindo emails e declarações incitando publicações anti-semitas. Houve também um
aumento no número de ataques contra judeus, incluindo intimidação, insultos
e calúnias, ofensas e danos materiais de propaganda. Muitas vêzes
pulverizaram suásticas em casas No Conselho Central dos Judeus na
Alemãnha e na Embaixada de Israel receberam durante todo o ano muitos emails com conteúdo anti-semita e muitos usuários publicaram fotos on-line
fazendo a saudação nazista com textos de conteúdo anti-semita.
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A maioria das infracções (117) foram cometidas por neonazistas ou pessoas
da extrema direita. 14 crimes foram cometidos por estranhos - geralmente
pessoas com um fundo turco-árabe. 40% dos eventos foram resolvidos, em
comparação a 2014, onde apenas 33% foram resolvidos e no ano anterior
apenas 24%.
O número cinza de infrações, ou seja, eventos que não têm sido relatados,
são muito elevados, uma vez que muitas vítimas preferem não reclamar na
polícia. O aumento principal é devido a um novo tipo de crimes que surgiu no
ano passado contra os refugiados, após a onda de refugiados que vieram para
a Alemãnha. 3.155 crimes foram realizados em 2015 (até outubro) contra os
refugiados, um aumento de 40% em relação a todo o ano de 2014.
O número de investigados que, eventualmente, foram colocados atrás das
grades é muito baixo comparado com o volume das atividades, sugerindo
talvez, o desejo do sistema de evitar possível ignição do fusível da direita, o
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que aconteceria se a punição fôsse mais grave.
Austrália - dados do relatório ECAJ (Conselho dos trabalhadores
Judeus-Australianos)
O período de avaliação foi muito mais tranqüilo do que os doze meses
anteriores. Isto não era inesperado, dado o fato de que a guerra na Faixa de
Gaza em 2014, desempenhou um papel importante, na medida em que
despertou e deu origem ao aumento de incidentes e no diálogo anti-semitas.
Em 2015, o número de incidentes anti-semitas no total foi mais ou menos o
mesmo número que em 2013.
Contudo, o debate público na Austrália sôbre os eventos e outros assuntos
gerou vários níveis elevados de discurso anti-semita na sociedade em geral e
para além dela, ainda que - não foram tão graves como os incidentes reais representando ainda motivo de preocupação para a comunidade judaica.
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A comunidade judaica é a única comunidade na Austrália, que lugares de
culto, escolas, grupos étnicos e seus centros comunitários são obrigados a
agir, por razões de segurança, sob a proteção de cêrcas altas, guardas
armados, detectores de metais, câmeras de CCTV e afins. A necessidade é
devido à alta taxa de ataques físicos contra judeus e edifícios da comunidade
judaica durante as últimas três décadas, e por causa das contínuas ameaças.
Durante 2015, os judeus continuaram a ser alvo de assédio, abuso e ameaças
em sinagogas e em outras instituições judaicas, incluindo escolas. Uma vez
que estes incidentes ocorreram nos dias e horários em que estas instituições
estavam em amplo uso - pois os casos não podem ser considerados, com
razão, ligados específicamente com a comunidade judaica. Não se pode
considerar , portanto, estes próprios incidentes de forma aleatória ou
ocasional.
Enquanto o anti-semitismo esteve limitado ao longo das margens da
21
sociedade, ou seja, à extrema direita e à extrema esquerda do mapa político,
bem como extremistas e fundamentalistas religiosos de mente estreita do
cristianismo ou do islamismo - a situação dos judeus era controlável. O Antisemitismo nunca desaparecerá ou será erradicado. O melhor que pode ser
alcançado é que a sociedade como um todo veja o anti-semitismo, bem como
outras formas de racismo como inaceitável e intolerável, e como tal têm de
sair contra eles. Esta atmosfera dá aos inimigos dos judeus um espaço
limitado para respirar, a fim de lançar propaganda de ódio e suas atividades
odiosas. O perigo ocorre quando o anti-semitismo se move a partir das
margens da sociedade para o seu centro.
Estados Unidos
Este ano também foi marcado nos EUA um alto nível de anti-semitismo, tanto
no número de incidentes anti-semitas quanto em têrmos de gravidade.
Os incidentes anti-semitas nos EUA incluíram assédio, grafites, ofensas e
violência. Nos EUA foram documentados vários casos de violência anti-semita
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mais altos do mundo (a maior comunidade judaica do mundo) e entre eles,
Nova York é a cidade em que ocorre o maior número de ataques.
Anti-Israel nos campi - Dados do ADL
Um estudo da Universidade de Brandeis revela que 75% dos estudantes
judeus relataram incidentes anti-semitas durante o ano passado, de acôrdo
com os relatórios de assédio verbal e atividade hostil contra Israel nos campi
desde a Operação "Rocha Firme".
Cerca de 25% disseram que foram verbalmente assediados por causa de sua
religião, mais de 25% relataram ter visto atividades hostís contra Israel nos
campi.
Um relatório publicado pela Liga Anti-Defamação mostra que houve um
aumento acentuado na BDS e boicotes contra Israel nos campi universitários
21
em todos os EUA, no ano letivo passado. De acôrdo com o documento, no
ano passado foram utilizados ou foram projetados mais de 150 programas de
estudo que podem ser definidos claramente como anti-Israel, que representa
um aumento de nada menos do que 30% na implementação desses
programas, em comparação com o mesmo período no ano passado, quando
haviam 100 tais grupos.
Os dados mostram que o grupo anti-semita mais ativo das universidades em
todo os Estados Unidos é "Estudantes para a Palestina", que é apoiado por
agências do govêrno, sob o pretexto de formarem uma ONG.
Um exemplo citado no relatório, foi o da luta na Universidade de Nova York,
ùltimamente, contra o aumento da taxa de matrícula, que o grupo anti-semita
em causa, alegou que os aumentos de preços se devem indiretamente "a
administração do regime sionista", e, de maneira geral, definiu que os
israelenses são os responsáveis pelos problemas financeiros do mundo" .
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O documento mostra que no ano escolar passado, houveram mais de 520
eventos anti-Israel em universidades por tôda a América.
Jonathan Greenblatt, diretor-geral da ADL deixa claro que uma das
preocupações da liga é "muitos grupos de estudantes destinados a difamar
Israel, não só causam tensão considerável e hostilidade para com os judeus e
Israel, mas também recebem apoio de professôres ou membros do corpo
docente".
No entanto, de acôrdo com a ADL, o fenômeno ainda não é muito grande. "A
grande maioria dos estudantes judeus se sentem seguros em seus campi, e
mesmo se há exceções eles são condenados imediatamente pelas
administrações universitárias", disse o relatório.
Ex-União Soviética
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No contexto da crise política entre a Rússia e a Ucrânia em 2015, que levou a
uma violência militar no leste da Ucrânia, continua o uso consistente e
abrangente da questão judaica por todas as partes envolvidas neste conflito,
quando todas as partes se acusam mùtuamente de anti-semitismo e de
ataques dirigidos contra os judeus. Ao mesmo tempo, há uma indiferença
deliberada de tratar com eficácia os eventos anti-semitas.
Na Ucrânia aumentou significativamente o uso do anti-semitismo para fins de
difamação política. Isto, ao lado da renovação do discurso sôbre a
participação dos residentes locais no extermínio dos judeus como parte das
tentativas oficiais de apresentar a luta dos ucranianos contra os nazistas e os
soviéticos como "luta pela independência."
Ao contrário da Europa Ocidental, na ex-União Soviética, o conflito israelopalestino não é um fator sôbre a extensão do anti-semitismo. Mesmo os
incidentes de segurança que ocorreram em Israel durante o segundo semestre
de 2015 não causaram um aumento no nível de ódio, exceto no aumento da
propaganda dos habitantes locais pró-palestinos.
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Se pode esperar que motivos anti-semitas serão usados na ex-União
Soviética, para fins políticos internos. O uso constante desses motivos, ao
lado de promover as idéias que vêem nos judeus concorrentes espirituais
"podem servir como um fundamento ideológico para um novo surto de antisemitismo e possìvelmente, ser traduzido para a violência.
Luta
Enquanto isso, vale a pena notar que, dado o elevado limiar fixado pelo antisemitismo, temos assistido a um aumento em alguns países na luta contra o
limiar.
Na maioria dos países ocidentais há uma política de tolerância zero para o
anti-semitismo.
Na maioria dos casos em que os autores do anti-semitismo são expostos, são
23
tratados com dureza.
Os exemplos abundam:
- Em janeiro, o presidente francês, François Hollande, no seu discurso
televisionado para o Ano Novo, se referiu à situação difícil de anti-semitismo e
de racismo em seu país durante o ano passado, e compartilhou que ele
pretende fazer deste fenômeno uma "finalidade nacional" em 2015.
- Seis Estados nos EUA, New York, Indiana, Pennsylvania, Tennessee, Flórida
e Califórnia adotaram resoluções que defendem a condenação do antisemitismo e do movimento BDS anti-Israel. 35 outros estados estão
considerando também fazê-lo.
- Em fevereiro, Sylvia Stolz, advogada conhecida por seus laços estreitos com
a extrema-direita na Alemãnha, foi condenada por negar o Holocausto e levou
20 meses de prisão.
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- Em março, Canadá e Israel assinaram um memorando de entendimento para
lutar conjuntamente contra o Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS(.
- Em abril, o tribunal de Bruxelas proibiu a aparição de Dieudonné no palco da
floresta nacional.
- Em maio, o prefeito de Amsterdã, Eberhard van der Laan enviou um ônibus
cheio de simpatizantes do Cambuur de volta para casa a Leeuwarden devido
a gritos de slogans anti-semitas.
- Em junho, o Tribunal Penal de Paris, condenou a seis meses de liberdade
condicional e uma multa de 10.000 euros a Robert Faurisson, uma figura bem
conhecida da negação do Holocausto francês.
- Em julho, o presidente da Romênia assinou uma lei contra a negação do
Holocausto e símbolos fascistas.
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- Em agôsto, o nacionalista francês Jean-Marie Le Pen, finalmente deposto do
partido "Frente Nacional", por causa de suas observações sõbre o Holocausto.
- Em setembro, foi condenado à pena de morte a Glenn Frazier Cross, o
assassino de Kansas.
- Em outubro, a Igreja Católica na Polônia publicou uma carta aberta a seus
membros dizendo que o anti-semitismo é um "pecado".
- Em novembro, pela primeira vêz, o comediante francês Dieudonné foi
condenado após as declarações anti-semitas na Bélgica.
- Em dezembro, o Vaticano emitiu um documento histórico: o fim da missão
contra os judeus.
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Resumo
A onda de anti-semitismo que agora abate a Europa, é fundamentalmente diferente das
ondas anteriores. A fonte do novo anti-semitismo não é apenas pelas manifestações
neonazistas típicas; a verdade é que muito do espírito anti-judaico da Europa vem dos
europeus de origem muçulmana.
O Anti-semitismo não nasceu entre os muçulmanos da Europa, e eles não são os únicos
que o promovem hoje. O anti-semitismo tradicional da extrema-direita na Europa, está
vivo e bem. Bem como a da extrema esquerda, um efeito colateral negativo do apoio do
lado palestino no conflito com Israel. Há também um centro de anti-semitismo, que é
subcategoria dos movimentos anti-americanos e anti-capitalistas que muitos europeus
moderados os apoiam.
No entanto, a ascensão do anti-semitismo muçulmano é responsável pela mudança no
tom fresco de ódio. Até recentemente, o anti-semitismo era meio escondido e anônimo.
Hoje, o anti-semitismo não está oculto e não é anônimo. Os anti-semitas podem
25 levantar suas cabeças e vender abertamente seus produtos nas ruas sob o disfarce de
"crítica legítima" contra Israel.
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Definição de anti-semitismo
A definição tradicional de anti-semitismo como "hostilidade ou até a
discriminação contra os judeus como um grupo religioso, étnico ou social"
coincide com o clássico anti-semitismo religioso do Cristianismo na Idade
Média e do anti-semitismo nacionalista dos nazistas, mas essa configuração
não é adequada para o novo anti-semitismo moderno.
O ministro da Justiça Irwin Cotler, ex-canadense disse: "O anti-semitismo
tradicional nega aos judeus o direito de viver como membros iguais da
sociedade, mas o anti-judaismo novo nega o direito do povo judeu a viver
como membro igual da família das nações". Portanto, a definição de antisemitismo deve ser baseada no teste
dos três-D que definiu Natan
Sharansky, demonização, duplicidade (padrões duplos) e deslegitimação que
enfrenta Israel são formas de anti-semitismo.
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A definição de anti-semitismo de acôrdo com a UE/Departamento de
Estado/Documento Ottawa (as definições dos três documentos são
diferentes, mas a base é a mesma)
A definição de trabalho: "O anti-semitismo é uma certa percepção de
judeus, que pode ser expressa como ódio em relação aos judeus.
Manifestações retóricas e físicas de anti-semitismo dirigidas a indivíduos,
judeus ou não-judeus, e ou aos seus bens, contra instituições da
comunidade judaica e locais religiosos".
Além disso, tais manifestações também poderiam ter como alvo o Estado
de
Israel, concebido como uma coletividade judaica. O anti-semitismo
freqüentemente acusa os judeus de conspirarem para prejudicar a
humanidade, e muitas vêzes ele é usado para colocar a culpa nos judeus
por tudo que dá errado. O anti-semitismo é expresso na fala, na escrita, nas
formas visuais e na ação, e emprega estereótipos sinistros e traços de
caráter negativos.
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Exemplos contemporâneos de anti-semitismo na vida pública, a mídia, nas
escolas, nos locais de trabalho e nos espaços religiosos podem incluir os
seguinte pontos - mas não exclusivamente:
- Chamada, ajuda ou justificativa de assassinar ou agredir os judeus em
nome de uma ideologia radical ou em nome de uma visão religiosa
extremista
- Atitudes que negam aos judeus a sua humanidade, fazem desumanização
ou lhes relacionam a estereotipos como indivíduos ou como relacionados
ao poder dos judeus como um grupo - como, embora não exclusivamente, o
mito sôbre uma conspiração judaica mundial para controlar os meios de
comunicação, economia, govêrno ou outras instituições da sociedade
- Acusar os judeus como um povo de ser responsável por ações negativas,
reais ou imaginárias, cometidas por uma única pessoa ou grupo judeu, ou
mesmo por atos cometidos por não-judeus
- Negação da existência de efeitos e mecanismos (por exemplo, câmaras
de gás) do extermínio do povo judeu pela Alemãnha nazista, seus
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apoiantes e
os seus aliados durante a Segunda Guerra Mundial
- Acusar os judeus como um povo, ou Israel como um estado, de inventar
ou exagerar as dimensões do Holocausto
- Acusar cidadãos judeus, que não vivem em Israel, por serem mais leais a
Israel, ou que favorecem os interesses judaicos em todo o mundo ao invés
dos interesses do país em que vivem
Exemplos das formas em que o anti-semitismo pode ser expresso em
relação ao Estado de Israel podem incluir:
- Negar o direito do povo judeu à autodeterminação, nomeadamente, ao
afirmar que a existência de Israel é um empreendimento racista
- A aplicação de padrões duplos em relação a Israel exigindo dele agir de
uma forma que não é esperado ou exigido de qualquer outra nação
democrática
- Usando os símbolos e imagens associadas com o anti-semitismo clássico
(por exemplo, a afirmação de que os judeus mataram Jesus ou o libelo de
sangue) para caracterizar Israel ou os israelenses
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- Comparação da política contemporânea israelense com a dos nazistas
- Visão coletiva dos judeus como responsáveis por ações de Israel
No entanto, a crítica a Israel semelhante à dirigida contra qualquer outro
país não pode ser considerada como anti-semita.
Atos anti-semitas são criminosos quando eles são assim definidos por lei
(por exemplo, tal como definido em alguns países a negação do Holocausto
ou a propaganda anti-semita). Atos criminosos são anti-semitas quando os
alvos de ataques, sejam eles pessoas ou propriedades, tais como edifícios,
escolas, locais de culto e cemitérios são escolhidos pelos atacantes que
são, ou são percebidos como judeus ou vinculados aos judeus.
Discriminação anti-semita é o impedimento de oportunidades iguais para os
judeus.
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