ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Organizado Professor: José Thadeu Paulo Henriques [email protected] Janeiro 2014 Apresentação Caro aluno, O livro está dividido em quatro unidades. A primeira Unidade trata de assuntos mais informativos, tais como os recursos e a classificação dos materiais. A partir da unidade dois trataremos de assuntos mais práticos tais como a aquisição dos recursos materiais. Nesse momento você será convidado a criar um projeto de negócios com foco nas compras e planejamentos dos recursos materiais e patrimoniais. Na unidade três serão mostrados as formas de controle dos estoques e as formas de Armazenamento. Na unidade quatro será visto a gestão da Distribuição e Logística. Os assuntos que desenvolveremos neste curso são de fundamental importância para o Administrador, pois tratam das movimentações de cargas, sejam elas matéria-prima ou produto acabado, e de serviços ao longo de todo o setor produtivo. Estas informações serão usadas no dia-a-dia de uma empresa e, também, de uma repartição pública para que você, como profissional da Administração, possa tomar decisões estratégicas,e operacionais. Bom estudo e aproveite bastante os ensinamentos Professor José Thadeu Paulo Henriques SUMÁRIO 1.0 RECURSOS, ENFOQUES, TENDENCIAS E CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS 1.1 1.2 RECURSOS 1.1.1 Fatores de Produção 1.1.2 Recursos Tecnológicos 1.1.3 Conceito, Objetivos e Abrangência da Administração de Materiais 1.1.4 O Administrador de Materiais 1.1.5 Avaliação de Desempenho na Área de Materiais 1.1.6 Evolução Histórica e Desafios da Administração de Materiais CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS 1.2.1 2..0 AQUISIÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS 2.1 2.2 3.0 Tipos de Calssificação A FUNÇÃO COMPRAS 2.1.1 As Compras, Niveis de Estoque e Fornecedores 2.1.2 Estratégias de Aquisição de Recursos Materiais 2.1.3 O Processo de Compra 2.1.4 O Lote Econômico de Compra 2.1.5 As Novas Formas de Comprar 2.1.6 A Ética nas Compras A COFICAÇÃO DOS MATERIAIS 2.2.1 Objetivos e Características 2.2.2 Tipos de Codificação ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS - ESTOQUE 3.1 3.2 GESTÃO DE ESTOQUES 3.1.1 Conceito de Gestão de Estoque 3.1.2 As Funções do Estoque 3.1.3 Os Níveis de Estoque 3.1.4 A Importância e Classificação dos Estoques 3.1.5 Controle do Estoque 3.1.6 A Avaliação do Estoque 3.1.7 A Curva ABC 3.1.8 Novas Técnicas de Administração de Materiais ARMAZENAMENTO 3.2.1 Conceitos e Objetivos 3.2.2 Planejamento do Armazenamento 3.2.3 Inventário Físico 3.2.4 Tipos de Estocagem 3.2.5 4.0 Coberturas Alternativas GESTÃO DA DISTRIBUIÇÃO - LOGÍSTICA 4.1 4.2 4.3 A ABORDAGEM LOGÍSTICA 4.1.1 A Evolução Histórica 4.1.2 O Conceito de Logística 4.1.3 A Cadeia de Suprimentos Produtiva 4.1.4 O EDI na Gestão Logística EMBALAGEM 4.2.1 As Funções da Embalagem 4.2.2 A Embalagem e as Operações Logísticas 4.2.3 Os Principais Tipos de Embalagem O GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 4.3.1 A Distribuição Física 4.3.2 Decisões na Distribuição Física 4.3.3 Os Modais de Transporte 4.3.4 Os Tipos de Modais de Transporte Unidade 1 Recursos Enfoques, Tendências e Classificação dos Materiais Objetivos da Unidade 1 Conhecer dos fatores de produção, objeto da gestão de materiais. Entender os conceitos, objetivos e importância. Elaborar as variáveis de desempenho no setor de materiais. Conhecer a evolução histórica e os desafios da gestão dos materiais. Aprender a classificar os materiais. 1.0 RECURSOS, ENFOQUES, E TENDENCIAS MATERIAIS E CLASSIFICAÇÃO DOS Não há como uma empresa funcionar sem a existência de recursos, sejam eles financeiros, humanos ou materiais, sejam estes relacionados aos insumos ou aos bens patrimoniais indispensáveis no processo de fabricação. Com a crescente concorrência existente por um participação no mercado consumidor as empresas buscam identificar formas de melhorar seus desempenhos, encontrando maneiras diferentes de obterem vantagens competitivas. Uma das formas de obter uma vantagem, se não competitiva, mas pelo menos comparativa é através de uma boa gestão dos recursos materiais e patrimoniais. Com os custos crescentes é importante gerir bem seus estoques e seu patrimônio produtivo de forma a utilizá-los com a máxima eficiência e eficácia. è sobre isso que estaremos falando a partir de agora. 1.1 RECURSOS Administrar recursos escassos tem sido a preocupação dos gerentes, engenheiros, administradores e praticamente todas as pessoas direta ou indiretamente ligadas às atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis quanto na prestação de serviços. O espectro de recursos administráveis é bem amplo, podendo desdobrar-se em uma infinidade de disciplinas, cada uma delas com características peculiares, necessitando profissionais especialmente formados e treinados para tal. As empresas precisam e têm a sua disposição cinco tipos de recursos: materiais, patrimoniais, de capital ou financeiro, humano e tecnológico. Entretanto os recursos materiais serão o foco do nosso estudo. Os demais constituem objeto de outras disciplinas. Por exemplo, os recursos humanos são estudados na disciplina administração de recursos humanos; os recursos financeiros, na disciplina Administração Financeira; e os recursos tecnológicos, em disciplinas como Sistema de Informações Gerenciais, Informática ou Administração Tecnológica. Todas essas disciplinas são normalmente cobertas nos currículos dos cursos de Administração de Empresas, Economia, Ciências Contábeis e Engenharia. A administração dos recursos materiais engloba a sequencia de operações que tem seu início na identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. A Figura 1.1 ilustra esse ciclo. Ciclo da Administração de Materiais Clientes Transportes Demanda Expedição Identificar Fornecedor Armazenagem do Produto Acabado Comprar Materiais Movimentação Transportar Recebimento de armazenagem Fluxograma Adaptado do Livro de Petrônio Garcia Martins, e Paulo Renato Campus A administração de recursos patrimoniais trata da sequencia de operações que, assim como a administração dos recursos materiais, tem início na identificação do fornecedor, passando pela compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção ou, quando for o caso, alienação. 1.1.1 Fatores de Produção É importantíssimo que desde já definamos o que vem a ser recursos. Utilizaremos a conceituação que entende por recursos tudo aquilo que gera ou tem a capacidade gerar riqueza, no sentido econômico do termo. Dessa forma, os clássicos fatores de produção – capital, terra (ou natureza) e trabalho – são recursos e, como tal, devem ser administração. Assim, um item de estoque é um recurso, pois, agregado a um produto em processo, irá constituir-se em um produto acabado, que deverá ser vendido por um preço superior ao somatório de todos os custos incorridos em sua fabricação. De modo análogo, um edifício que abriga as instalações de uma empresa é um recurso, já que é essencial a seu funcionamento. As pessoas que trabalham na empresa também constituem recursos, pois com seu conhecimento geram novas ideias, que são transformadas em novos produtos, novos métodos de trabalho, serviços cada vez mais adequados ao uso dos consumidores. O capital, sob a forma de numerário, é o recursos mais facilmente reconhecido, por sua característica de liquidez, que faz com que ele possa ser utilizado inclusive na aquisição de outros recursos. A tecnologia é um recursos que ganha importância a cada dia. Assim, tecnologias mais avançadas produzem um diferencial em relação às anteriores, normalmente traduzido em menores custos, ou um outro diferencial que possa ser transformado em algum tipo de vantagem econômica, como maior lucro. Bens Por transmitirem a ideia de que são capazes de gerar produtos e serviços e, portanto, produzir riquezas, os bens são muitas vezes considerados como sinônimos de recursos. Assim, um automóvel, considerado como um bem móvel, pode ser utilizado na prestação de serviço com valor econômico, e como tal é um recursos. Patrimônio Patrimônio pode ser conceituado como o conjunto de bens, valores, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica que possa ser avaliado monetariamente e que seja utilizado na realização de seus objetivos sociais. Administrar o patrimônio significa gerir direitos e obrigações, ou, de outro modo, os ativos e passivos da empresa. Muitas vezes o passivo é maior que o ativo, gerando o que de denomina patrimônio liquido negativo. Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo O foco de nosso trabalho será o estudo dos bens patrimoniais, que podem ser entendidos como as instalações, prédios, terrenos, equipamentos e veículos da empresa. Abordagens mais completas sobre o assunto são objeto de estudo da Administração Financeira e da Economia. 1.1.2 Recursos Tecnológicos Praticamente todos os teóricos da área da administração de materiais são unânimes em considerar a tecnologia como um fator de produção, ao lado dos recursos clássicos: natureza, trabalho e capital. Dessa forma, nada mais oportuno que uma análise um pouco mais detalhada dos recursos tecnológicos. Ao ouvirmos a palavra tecnologia, em geral a associamos com algo intangível incorporado a entidades concretas, a bens físicos, como máquinas, ferramentas e produtos químicos. Na realidades, a tecnologia abrange bem mais do que isso – ela é o corpo de conhecimentos com o qual a empresa conta para produzir produtos e serviços. Então, da mesma forma que temos de gerenciar materiais, patrimônio, recursos humanos e de capital, temos de gerir o conhecimento dentro das empresas. Isso significa saber como ele é adquirido, como se aprimora e como é transmitido, aplicado e preservado. O conhecimento é parte da cultura da empresa, e os fatos têm demonstrado que ele não é de nenhuma forma ilimitado, isto é, cada empresa tem competências básicas que lhe permitem ser líder em determinados campos, mas não em todos. O negocio essencial – também conhecido como core business, ou foco da atividade – é fundamental para a competitividade. Isso precisa ser bem entendido, já que não significa uma atitude drástica: não é necessária nem a superespecialização – que restringe o campo de atuação -, nem a extrema diversificação – que enfraquece a realização dos objetivos. Fala-se cada vez mais na organização que aprende, ou em inglês, learning organization, isto é, que dedica uma parcela do cotidiano como fonte de feedback de seu conhecimento acumulado, possibilitando acertos de rumo em função de novos conhecimentos adquiridos. O ciclo PDCA de Edward Deming, um dos principais gurus da qualidade, mostrado na Figura 1.2, é uma forma de agir que resume de maneira simples o ciclo de renovação e acumulação. Ele serve tanto para a implementação de novas ideias como para a resolução de problemas. Os recursos tecnológicos da empresa devem ser planejados (P), desenvolvidos (D), controlados (C), e ter ações (A) sobre eles tomadas de acordo com informações geradas interna ou externamente à empresa. O ciclo é encerrado ao atingir os objetivos. Os principais recursos tecnológicos que analisaremos neste livro serão os que mais de perto afetarão o dia a dia das organizações, pois ele interferem direta ou indiretamente no produto, no serviço, nos processos, na própria gestão e informação. A Visão Geral da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais RECURSOS Materiais Patrimoniais Capital Humanos Estoques Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Compras Fornecedores Tecnológicos Instalações Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Logística Externa Logística Interna Clientes Fluxograma Adaptado do Livro de Petrônio Garcia Martins, e Paulo Renato Campus 1.1.3 Conceito, Objetivos da Administração de Materiais: Administração de Recursos Materiais engloba a sequência de operações que tem início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento (armazenagem), em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. A administração de materiais é muito mais do que o simples controle de estoques, envolve um vasto campo de relações que são interdependentes e que precisam ser bem geridos para evitar desperdícios.A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital investido e para atingir mais lucro ela deve usar o capital para que este não permaneça inativo. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em estoque seja necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. Contudo, a manutenção de estoques requer investimentos e gastos elevados; evitar a formação ou, quando muito, tê-los em número reduzidos de itens e em quantidade mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários é o conflito que a administração de materiais visa solucionar. O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa,minimizando as necessidades de capital investido.A grande questão é poder determinar qual a quantidade ideal de material em estoque, onde tanto os custos, como os riscos de nãopoder satisfazer a demanda serão os menores possíveis.A Administração de Materiais tem por finalidade principal assegurar o contínuo abastecimento de artigos necessários para comercialização direta ou capaz de atender aos serviços executados pela empresa. As empresas objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus produtos possam ser competitivos no mercado. Mais especificamente, os materiais precisam ser de qualidade produtiva para assegurar a aceitação do produto final. Precisam estar na empresa prontos para o consumo na data desejada e com um preço de aquisição acessível, a fim de que o produto possa ser competitivo e assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital investido.Seguem os principais objetivos da área de Administração de Recursos Materiais Sendo o ambiente competitivo como é faz-se necessário a busca de alternativas de vencer os concorrentes. A administração de materiais é bastante ampla e pode contribuir a partir do momento que envolve as seguintes atividades: • Gerenciamento dos recursos materiais: • • • • • • • • • • • • • • • • Gerenciamento dos estoques Produtos/materiais em processo Produtos acabados Gerenciamento dos Recursos Patrimoniais: Equipamentos Instalações, prédios, veículos, etc. Compras: O que deve ser comprado Como deve ser comprado Quando deve ser comprado Onde deve ser comprado De quem deve ser comprado Por que preço deve ser comprado Em que quantidade deve ser comprado Logística interna e Logística Externa Do desempenho satisfatório dessas atividades dependem os Departamentos de Vendas, Produção, Manutenção, os Setores Administrativos, etc. Tem-se de considerar: • que o número de itens e a diversidade dos mesmos é grande, • que as informações tem de ser precisas e rápidas • que a manutenção de estoques representa parcela significativa do ativo da empresa, etc. 1.1.4 O Administrador de Materiais. É o profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a direção da empresa na área de materiais, buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e produtividade. Exerce o processo administrativo dentro da área de recursos materiais e patrimoniais. 1.1.5 Avaliação de Desempenho na Área de Materiais. Dentro de cada uma das subáreas da administração de materiais poderão ser estabelecidos indicadores de desempenho próprios que devem fornecer informações sobre a realidade da área de materiais, possibilitando assim a tomada de ações corretivas de forma a eliminar os desvios, e para isso é preciso que: • Os dados coletados sejam completos e confiáveis; • Que expressem informação de valor para a empresa • Devem ser simples de forma a que os próprios operadores possam coletá-los sem confusão • Devem ser de fácil entendimento por todos Como exemplos podemos citar: • • • • • • % de erros nas ordens de compra % de itens comprados recebidos na data correta % de falta de matérias-primas Rotatividade dos estoques % do ativo imobilizado em estoques % de produtos acabados entregues aos clientes nas datas combinadas, etc. 1.1.6 Evolução Histórica e Desafios da Administração de Materiais A atividade de material existe desde a mais remota época, através das trocas de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto a existência do ser humano.A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX, acirrou a concorrência de mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importância. Este período foi marcado por modificações profundas nos métodos do sistema de fabricação e estocagem em maior escala. O trabalho, até então, totalmente artesanal foi em parte substituído pelas máquinas, fazendo com a produção evoluísse para um estágio tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a ser vistos sob um outro prisma pelas administrações. A constante evolução fabril, o consumo,as exigências dos consumidores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à Administração de Materiais,fazendo com que a mesma fosse vista como uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma organização, seja ela qualquer que fosse.Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de que materiais devem ser administrados cientificamente foi,sem dúvida, as duas grandes guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de conquistas como, principalmente, o empreendimento de Napoleão Bonaparte. Em todos os embates ficou comprovado que o fator abastecimento ou suprimento se constituiu em elemento de vital importância e que determinou o sucesso ou o insucesso dos empreendimentos. Soldados e estratégias por mais eficazes que fossem, eram insuficientes para o alcance dos resultados esperados. Munições, equipamentos,víveres, vestuários adequados, combustíveis foram, são e serão necessários sempre, no momento oportuno e no local certo, isto quer dizer que administrar materiais é como administrar informações: “quem os têm quando necessita, no local e na quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido”.Para refletir: “Nos dias de hoje - Qual será a importância da Administração de Materiais no projeto de um ônibus espacial?”. Se considerarmos a posição do homem de produção e de vendas seu desejo é de que exista a maior quantidade de matérias-primas e produtos acabados, respectivamente, estocados de forma a poder atender as suas necessidades. Porém sendo a manutenção de estoques algo extremamente caro para a empresa é preciso que o Administrador de Materiais equilibre os mesmos de forma a satisfazer ambos, os administradores de produção e vendas e também ao administrador financeiro. Sendo assim várias tem sido as etapas que vem ocorrendo dentro da administração de materiais cabendo ressaltar algumas delas tais como: • A logística – operação integrada, que trata das atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de materiais e produtos desde a aquisição até o ponto de consumo final, bem como dos fluxos de informações; • Técnicas japonesas de administração tais como o JIT/Kanban; • Desenvolvimento de Parcerias – fornecedores preferenciais; • Programação de fornecedores – manter uma programação integrada entre o PCP da fábrica e o fornecedor via EDI (Eletronic Data Interchange) ou Internet; • Uso de simulações; • Uso de CEP para identificar rapidamente as variações nos processos, etc. Com relação aos desafios o continuará sendo a busca do equilíbrio entre o nível dos estoques os recursos financeiros disponíveis. Quanto manter em estoque com o menor risco de falta de materiais. Como atender a esta equação. A tendência aponta para uma necessidade crescente no desenvolvimento de técnicas de previsão que possibilitem minimizar as possibilidades de erro na administração dos recursos materiais. Será necessário que a área de materiais e seu administrador sejam os mais dinâmicos possíveis de forma a responder de forma rápida as movimentações do mercado. Para isso um excelente suporte de informática é fundamental, fornecendo as informações em tempo real. A integração entre as empresas, fornecedores e compradores, deve ser cada vez mais intensa buscando ganhos para a cadeia como um todo. 1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS Segundo Viana (2006): A classificação é o processo de aglutinação de materiais por características semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa. Classificar materiais é reunir itens de estoque de acordo com suas características semelhantes. O sistema classificatório permite identificar e decidir prioridades referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos materiais. Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de materiais. Estudaremos somente os mais comuns e conhecidos, o que lhe permitirá entender o processo e, se necessário, adaptá-los às necessidades de cada empresa. Para Viana (2006) um bom método de classificação deve ter algumas características: ser abrangente, flexível e prático: Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, em vez de reunir apenas materiais para serem classificados; Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerenciamento do estoque; Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie os vários tipos de classificação. 1.2.1 Tipos de Classificação Para Viana (2006,) os principais tipos de classificação são: Por tipo de demanda Materiais Críticos Perecibilidade Quanto à periculosidade Possibilidade de fazer ou comprar Tipos de estocagem Dificuldade de aquisição Mercado fornecedor Serão abordadas as principais características e subdivisões de cada um deles: a) Classificação por Tipo de Demanda A classificação por tipo de demanda é uma classificação bastante utilizada nas empresas. Ela se divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Materiais não de estoque São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no estoque. Materiais de estoque São materiais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimento automático. Devem existir no estoque, seu ressuprimento deve ser automático, com base na demanda prevista e na importância para a empresa. Os materiais de estoque se subdividem ainda; Quanto à aplicação Quanto ao valor de consumo Quanto à importância operacional Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos: compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao processo produtivo. Matérias primas: materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo produtivo. Produtos em fabricação: também conhecidos como materiais em processamento são os que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Não estão mais no almoxarifado porque já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa. Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores da empresa. Quanto ao valor do consumo: Para que se alcance a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo que é essencial do que é secundário em termos de valor de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta chamada de curva ABC ou Curva de Pareto, que será aprofundada posteriormente, que determina a importância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo em determinado período. Os materiais são classificados em materiais: Materiais A: materiais de grande valor de consumo; Materiais B: materiais de médio valor de consumo; Materiais C: materiais de baixo valor de consumo. Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter o material. Os materiais são classificados em materiais: Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa; Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar; Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção. Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados. Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente? b) Materiais Críticos Classificação muito utilizada por indústrias. São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência. A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínima. Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios: Críticos por problemas de obtenção: material importado; único fornecedor; falta no mercado; estratégico e de difícil obtenção ou fabricação. Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte. Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões. Críticos por problema de previsão: ser difícil prever seu uso • Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção. c) Materiais Perecíveis Os materiais também podem ser classificados de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos períodos. Quanto à possibilidade de se extinguirem, seja dentro do prazo previsto para sua utilização, seja por ação imprevista, os materiais podem ser classificados em: perecível e não perecível. A utilização da classificação por perecimento permite as seguintes medidas: Determinar lotes de compra mais racionais, em função do tempo de armazenagem permitido; Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem a fim de corrigi-las e baixar materiais sem condições de uso; Selecionar adequadamente os locais de estocagem, usando técnicas adequadas de manuseio e transporte de materiais, bem como transmitir orientações aos funcionários envolvidos quanto aos cuidados a serem observados. d) Materiais de alta Periculosidade O uso dessa classificação permite a identificação de materiais que devido a suas características físico-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. e) Por tipo de estocagem Os materiais podem ser classificados em materiais de estocagem permanente e temporária. Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressuprimento, ou seja, é um material não de estoque. f) Materiais de Difícil Aquisição Os materiais podem ser classificados por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisição e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de: Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronograma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalidade: há alteração da oferta do material em determinados períodos do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte especial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. g) Quanto ao Mercado Fornecedor Esta classificação está intimamente ligada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvolvendo fornecedores nacionais. Acabamos de ver oito tipos principais de classificação de materiais, eles não necessitam trabalhar separadamente, e alguns deles recebem indicações explícitas para que trabalhem em conjunto com outra classificação, tornando mais eficaz a gestão dos estoques. Exercícios da Unidade 1 1) Cite e comente três tipos de recursos empresariais 2) O que são fatores de produção? 3) Qual o escopo da administração de materiais? 4) Qual o objetivo da administração de materiais? 5) Como avaliar o desempenho da área de materiais? 6) Quais os desafios da administração de materiais? 7) Como se classificam os materiais? 8) Explique a possibilidade de fazer ou comprar Unidade 2 Aquisição e Codificação dos Recursos Materiais Objetivos da Unidade 2 Mostrar a importância e os objetivos da função compras para o processo industrial e comercial. Conhecer as novas tecnologias que mudaram a forma de comprar. Entender a relação das comprar com os níveis de estoques das empresas. Compreender as estratégias de aquisição dos recursos materiais. Conhecer o processo de compras e a importância da ética nas relações de compra. 2.0 AQUISIÇÃO DOS RECURSOS MATERIAIS Uma vez evidenciada a relevância da aquisição de materiais em quantidade e qualidade compatíveis com as expectativas da empresa, pode-se inferir que a redução dos custos e a maximização dos lucros são variáveis que se vinculam substancialmente ao ato da compra. Outro aspecto a ser ressaltado no assunto abordado é a questão da disponibilidade dos materiais e serviços no prazo adequado, ou seja, quanto mais eficiente for o lead time de compra – lapso temporal entre a decisão de compra de um item e sua efetiva liberação pelo controle de qualidade para adesão ao estoque, ou fornecimento à produção – mais otimizada será a aplicação e a oferta dos produtos e serviços. 2.1 A FUNÇÃO COMPRAS Esta função passou a conquistar seu espaço e reconhecimento ao longo do tempo, sendo que saber comprar de forma mais adequada para a organização é determinante para sua permanência no mercado. Seu desenvolvimento e equilíbrio visando as diferentes necessidades dos diversos setores existentes dentro de uma empresa. No processo de suprimento de materiais e serviços, a função de compras constitui um elemento crucial, sendo que a escolha certa dos insumos e fornecedores repercutirá no preço final do produto a ser ofertado. “A inadequação de especificações, prazos, performance e preços causam transtorno ao processo operacional com atrasos na produção, não atendimento da qualidade, elevação dos custos e insatisfação do cliente.” (POZO, 2002, p. 140) Neste contexto, a capacidade de diferenciação, bem como a eficácia no processo, tornam-se variáveis determinantes na valorização do produto, minimização de custos e conquista de novos clientes. Como já mencionado no tópico inicial, o setor de compras tem a grande responsabilidade de suprir a empresa com os insumos adequados às particularidades da organização, atendendo as necessidades do mercado. Outrossim, obter e coordenar o fluxo contínuo de suprimentos de modo a atender aos programas de produção; comprar os materiais aos melhores preços, não fugindo aos parâmetros qualitativos e quantitativos; e procurar as melhores condições para a empresa, são alguns dos objetivos do setor de compras. (DIAS, 2005) Tendo em vista a evolução dos objetivos da função compras, pode-se constatar que a mesma ocorreu, em grande parte, em função da globalização, a qual desenvolveu fornecedores mais especializados, graças à evolução das tecnologias e o surgimento da internet – responsável atualmente pela realização de grande parte dos negócios no mundo inteiro. Os objetivos de compras devem estar alinhados aos objetivos estratégicos da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente externo e interno.Essa preocupação tem tornado a função compras extremamente dinâmica, utilizando-se de tecnologias cada vez mais sofisticadas. 2.1.1 As Compras e os Níveis de Estoque e Fornecedores Ao setor de compras também é designada a difícil tarefa de equilibrar a quantidade de materiais a serem comprados para que os demais departamentos da empresa encontrem-se satisfeitos continuamente. Conforme discorre Arnold (1999, p. 212), “a quantidade é importante porque influenciará o modo como o produto será projetado, especificado e fabricado.” Destarte, a quantidade aproximada a ser adquirida pelo setor de compras poderá ser visualizada através da demanda de mercado. Da mesma forma, é importante que se consiga “otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as necessidades de capital investido em estoques”. Sabe-se que altos níveis de estoque significam segurança para o setor de produção.Porém, os mesmos acarretam exacerbados custos, tanto de armazenagem, como custo do capital investido, custos para o controle, bem como despesas com o pessoal encarregado. Segundo Pozo (2002, p. 38), “se os estoques forem mínimos a empresa pode usar esse capital não para especular no sistema financeiro e estagnar, mas para aprimorar seus recursos”. Não obstante, nível de estoque muito baixo pode ser um fator de extremo risco para a organização. Sendo que pode ocasionar a ruptura dos estoques, a qual reflete em parada na produção, e consequentemente em atraso de entregas e em insatisfação e perda de clientes. Toda empresa na consecução de seus objetivos necessita de grande interação entre todos os seus departamentos ou processos, no caso de assim estar organizada. (...) A área de compras interage intensamente com todas as outras, recebendo e processando informações, como também alimentando outros departamentos de informações úteis às suas tomadas de decisão. (MARTINS & ALT, 2001, p. 68) Logo, é primordial que se consiga, segundo Dias (2005, p. 20), “conciliar da melhor maneira os objetivos dos departamentos, sem prejudicar a operacionalidade da empresa, assim como a definição da política dos estoques”. Não obstante, a dificuldade se encontra na determinação da quantidade de material que a empresa deve estocar. Porém, para isso existem várias técnicas, as quais consideram a estimativa de demanda, o tempo de reposição, dentre outros fatores que devem ser analisadas respeitando as peculiaridades de cada organização. Segundo Arnold (1999, p. 218), “uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor certo.” Não obstante, pode-se aludir que o melhor fornecedor é aquele que oferece um bom prazo de pagamento, juntamente com o prazo de entrega almejado pela empresa, aliado a um bom preço, porém com a máxima qualidade e a melhor tecnologia. Tendo em vista a dificuldade de encontrar um fornecedor que possua todos os requisitos supracitados, cabe ao setor de compras analisar qual é a sua verdadeira necessidade no que diz respeito ao preço e ao prazo que a empresa necessita. Conforme Gurgel (1996, p. 47), “a seleção do fornecedor deverá obedecer a critérios adequados que levarão em conta cada mercado fornecedor e as características do artigo a comprar.” Tampouco, é importante que se faça um estudo acerca de todos os fornecedores selecionados, para que seja possível uma avaliação correta sobre suas instalações,seu desempenho, sua capacidade e condição financeira, bem como a assistência técnica que oferece, dentre outros fatores que confirmam sua idoneidade. (DIAS, 2005). Ademais, é essencial que o departamento de compras procure manter um bom relacionamento com seus fornecedores e, da mesma forma, possua mais de uma opção de fornecedor para cada produto que utiliza. Afinal, a união desses dois fatores pode garantir que a segurança no processo de reposição seja ainda maior. A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prerrogativa exclusiva de compras. O bom fornecedor é quem vai garantir que todas aquelas clausulas solicitadas, quando de uma compra, sejam cumpridas. Deve o comprador procurar, de todas as maneiras, aumentar o número de fornecedores em potencial a serem consultados, de maneira que se tenha certeza de que o melhor negócio foi executado em benefício da empresa. O número limitado de fornecedores a serem consultados, constituem uma limitação das atividades de compras. 2.1.2 Estratégias de Aquisição de Recursos Materiais As compras podem ser centralizadas ou descentralizadas . O tipo de empreendimento é que vai definir a necessidade de centralizar. Uma prática muito usada é ter um comitê de compras, em que pessoas de todas as área da empresa participem das decisões. As vantagens da centralização dos serviços de compras são sempre postas em dúvida pelos departamentos que necessitam de materiais. De modo geral, a centralização apresenta aspectos realmente positivos, pela redução dos preços médios de aquisição, apesar de, em certos tipos de compras, ser mais aconselhável à aquisição descentralizada. A definição de uma estratégia correta de compras pode dar à empresa uma grande vantagem competitiva. Se por um lado ela decidir produzir mais internamente, ganha dependência, mas perde flexibilidade. Por outro lado, se decidir comprar mais de terceiros em detrimento de fabricação própria, pode tornar-se dependente. Nesse caso, deve decidir também o grau de relacionamento que deseja com seus parceiros. Componentes que são vitais para o produto final eram sempre fabricados internamente. Essa concepção está mudando com o desenvolvimento de parcerias estratégicas nos negócios. Outra situação praticamente determinante é aquela em que a fabricação de um componente exige altos investimentos, fora do alcance de eventuais fornecedores. Mesmo assim, são usuais as situações em que um grande fabricante financia as instalações de um futuro fornecedor, pois não interessa a ele produzir o referido componente. Quando se tem uma demanda simultaneamente alta e estável, a fabricação dos materiais necessários internamente pode ser uma boa opção. Basicamente podemos ter duas estratégias operacionais que irão definir as estratégias de aquisição dos bens materiais, a verticalização e a horizontalização. Ambas têm vantagens e desvantagens e, de um modo geral, o que é vantagem em uma passa a ser desvantagem na outra e vice-versa. Estratégia de Verticalização A verticalização é a estratégia que prevê que a empresa produzirá internamente tudo o que puder, ou pelo menos tentará produzir. Foi predominante no início do século, quando as grandes empresas praticamente produziam tudo que usavam nos produtos finais ou detinham o controle acionário de outras empresas que produziam os seus insumos. O exemplo clássico é o da Ford, que produzia o aço, o vidro, centenas de componentes, pneus e até a borracha para a fabricação dos seus automóveis. A experiência da plantação e seringueiras no Brasil, na Fordlândia no Amazonas, até hoje é citada como exemplo. s principais vantagens da verticalização são a independência de terceiros – a empresa tem maior liberdade a alteração de suas políticas, prazos e padrão de qualidade, além de poder priorizar um produto em detrimento de outro que naquele momento é menos importante, ficando com ela os lucros que seriam e passados aos fornecedores e mantendo o domínio sobre tecnologia própria – a tecnologia que o fornecedor desenvolveu, muitas vezes com a ajuda da empresa, não será utilizada também para os concorrentes. A estratégia da verticalização apresenta também desvantagens. Ela exige maior investimento em instalações e equipamentos. Assim, já que a empresa está envolvendo mais recursos e imobilizando-os, ela acaba tendo menor flexibilidade para alterações nos processos produtivos, seja para incorporar novas tecnologias ou para alterar volumes de produção decorrentes de variações no mercado – quando se produz internamente é difícil e custosa a decisão de parar a produção quando a demanda é baixa e comprar novos equipamentos e contratar mais funcionários para um período incerto de alta procura. Estratégia de Horizontalização A horizontalização consiste na estratégia de comprar de terceiros o máximo possível dos itens que compõem o produto final ou os serviços de que necessita. É tão grande a preferência da empresa moderna por ela que, hoje em dia, um dos setores de maior expansão foi o de terceirização e parcerias. De um modo geral não se terceiriza os processos fundamentais (core process), por questões de detenção tecnológica, qualidade do produto e responsabilidade final sobre ele. Entre as principais vantagens da horizontalização estão a redução de custos – não necessita novos investimentos em instalações industriais; maior flexibilidade para alterar volumes de produção decorrentes de variações no mercado – a empresa compra do fornecedor a quantidade que achar necessária, pode até não comprar nada determinado mês; conta com knowhow dos fornecedores no desenvolvimento de novos produtos (engenharia simultânea).A estratégia de horizontalização apresenta desvantagens como a possível perda do controle tecnológico e deixar de auferir o lucro decorrente do serviço ou fabricação que está sendo repassada. Vantagens de Centralizar: visão do todo quanto à organização do serviço; poder de negociação para melhoria dos níveis de preços obtidos dos fornecedores; influência no mercado devido ao nível de relacionamento com os fornecedores; análise do mercado, com eficácia, em virtude da especialização do pessoal no serviço de compras; controle financeiro dos compromissos assumidos pelas compras associado a um controle de estoques; economia de escala na aquisição centralizada, gerando custos mais baixos; melhor qualidade, por causa da maior facilidade de implantação do sistema de qualidade; sortimento de produtos com mais consistência, para suportar as promoções nacionais; especialização das atividades para o pessoal da produção não perder muito tempo com contatos com os vendedores. O uso de comitê tem as seguintes vantagens: larga faixa de experiência é aplicada nas decisões; as decisões são tomadas numa atmosfera mais científica; o nível de pressões sobre compras é mais baixo, melhorando as relações dos compradores com o pessoal interno e os vendedores; a co-participação das áreas dentro do espírito de engenharia simultânea, cria um ambiente favorável para melhor desempenho tanto do ponto de vista político, como profissional. Vantagens da descentralização: adequação da compra devido ao conhecimento dos problemas específicos da área onde o comprador exerce sua atividade. menor estoque e com uma variedade mais adequada, por causa de peculiaridades regionais da qualidade, quantidade, variedade. coordenação, em virtude do relacionamento direto com o fornecedor, levando a unidade operacional a atuar de acordo com as necessidades regionais. flexibilidade proporcionada pelo menor tempo de tramitação das ordens, provocando menores faltas. Comprar ou Fazer Esta classificação visa determinar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabricados internamente ou comprados. Esta questão vem de longe. Entretanto na atualidade o seu escopo aumentou. Inclui agora decisões sobre terceirização ou não da prestação de serviços que não são o negócio principal da empresa, como limpeza, manutenção e compras. A decisão sobre essa questão pode ser tomada tendo em vista à estratégia global da empresa, além dos custos relacionados a fabricação ou compra de determinado componente. O Arrendamento Mercantil Outro problema com que se depara o setor de compras é o de comprar ou alugar um bem patrimonial, como um veículo, avião, edifício ou equipamento. Para que a modalidade de leasing ou arrendamento mercantil ocorra, é necessário a interveniência de uma empresa de leasing, que é geralmente ligada a um Banco. Nesse caso, o cliente (arrendatário) escolhe o bem, a empresa de leasing (arrendador) adquire o bem escolhido do fornecedor e o aluga ao cliente. Dependendo do tipo de contrato, o cliente, ao encerramento do prazo contratual, poderá exercer o direito de compra do bem em pauta. De um modo geral são arrendáveis bens novos e usados, nacionais ou importados, móveis ou imóveis. Essa estratégia traz várias vantagens, como: (a) é mais fácil de obter o leasing do que um empréstimo para comprar o bem, pois esse será de propriedade do arrendador e, consequentemente, mais fácil de recuperar, no caso de inadimplência do arrendatário, (b) não exige grande desembolso inicial de capital, (c) o risco da obsolescência do bem é do arrendador, e (d) os pagamentos efetuados a título de aluguel são dedutíveis como despesas do exercício, com reflexos no lucro tributável. O leasing apresenta como desvantagens os fatos de o arrendatário: (a) são poder depreciar o bem e, consequentemente, aproveitar os benefícios tributários, (b) ter de devolver o equipamento após o termino do contrato, e se o arrendador decidir não renová-lo poderá deixar o arrendatário em difícil situação, (c) ter de submeter à aprovação prévia do arrendador qualquer alteração ou melhoria necessária no bem, e (d) não poder usar o valor residual que normalmente o bem terá ao termino do contrato. Um caso importante do arrendamento é o chamado leaseback au arrendamento de venda e retorno. É quando uma empresa vende o seu bem para a companhia de leasing e imediatamente o aluga de volta. É uma forma de a empresa leventar capital de giro. 2.1.3 O processo de Compra Antes de iniciarmos os passos para realizar as compras, é importante que possamos conhecer algumas questões importantes no processo de compra e os tipos de compra: a) Questões importantes no processo de compra Ao planejar as compras o responsável pelas compras deve ter em mente as seguintes questões: o que comprar? Quanto e quando comprar? Onde comprar? Como comprar? E outros fatores importante no processo de compras. 1. O que comprar? Resposta: Especificação / Descrição do Material Esta pergunta deve ser respondida pelo requisitante, que pode ou não ser apoiado por áreas técnicas ou mesmo compras para especificar o material. 2. Quanto e Quando comprar? Resposta: É função direta da expectativa de consumo, disponibilidade financeira, capacidade de armazenamento e prazo de entrega. A maior parte das variáveis acima deve ser determinada pelo órgão de material ou suprimento no setor denominado gestão de estoques. A disponibilidade financeira deve ser determinada pelo orçamento financeiro da Empresa. A capacidade de armazenamento é limitada pela própria condição física da Empresa. 3. Onde comprar? R.- Cadastro de Fornecedores. É de responsabilidade do órgão de compras criar e manter um cadastro confiável (qualitativamente) e numericamente adequado (quantitativa). Como suporte alimentador do cadastro de fornecedores deve figurar o usuário de material ou equipamentos e logicamente os próprios compradores. 4. Como comprar? R.- Normas ou Manual de Compras da Empresa. Estas Normas deverão retratar praticamente a política de compras na qual se fundamenta a Empresa. Originadas e definidas pela cúpula Administrativa deverão mostrar entre outras, competência para comprar, contratação de serviços, tipos de compras, fórmulas para reajustes de preços, formulários e rotinas de compras, etc. 5. Outros Fatores Além das respostas as perguntas básicas o comprador deve procurar, através da sua experiência e conhecimento, sentir em cada compra qual fator que a influencia mais, a fim de que possa ponderar melhor o seu julgamento. Os fatores de maior influência na compra são: Preço; Prazo; Qualidade; Prazos de Pagamento; Assistência Técnica. b) Tipos de Compras Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de consumir algo ou investir. Existem, pois, basicamente, dois tipos de compra: Compras para consumo; Compras para investimento. Compra para consumo Compras para consumo -São de matérias primas e materiais destinados a produção, incluindo-se a parcela de material de escritório. Algumas empresas denominam este tipo de aquisição como compras de custeio. As compras para consumo, segundo alguns estudiosos do assunto, subdividem-se em: compras de materiais produtivos e; compras de material improdutivo. Materiais Produtivos São aqueles materiais que integram o produto final, portanto, neste caso, matéria-prima e outros materiais que fazem parte do produto, sendo que estes diferem de indústria - em função do que é produzido. Materiais improdutivos São aqueles que, sendo consumido normal e rotineiramente, não integram o produto, o que quer dizer que é apenas material de consumo forçado ou de custeio. Em função do local onde os materiais estão sendo adquiridos, ou de suas origens, a compra pode ser classificada como: Compras Locais ou Compras por Importação. Compras para Investimento As compras para investimento são as compras de bens e equipamentos que compõem o ativo da empresa (recursos patrimoniais) Compras de emergência Ocorre por falha de planejamento ou por causas acidentais, sendo realizada com a supressão de várias etapas do fluxo básico, o que reduz o poder de negociação da empresa. Compras para o serviço público As atividades de compras locais podem ser exercidas na iniciativa privada e no serviço público. A diferença fundamental entre tais atividades é a formalidade no serviço público e a informalidade na iniciativa privada, muito embora com procedimentos praticamente idênticos, independentemente dessa particularidade. As Leis nº 8.666/93 e 8.883/94, que envolvem as licitações no serviço público, exigem total formalidade. Seus procedimentos e aspectos legais serão detalhados em Compras no Serviço Público. Compras por Importação As compras por importação envolvem a participação do administrador com especialidade em comércio exterior, motivo pelo qual não cabe aqui nos aprofundarmos a esse respeito. Seus procedimentos encontram-se expostos a contínuas modificações de regulamentos, que compreendem, entre outras, as seguintes etapas: Processamento de faturas pro forma; Processamento junto ao Departamento de Comércio Exterior - DECEX – dos documentos necessários à importação; Compra de câmbio, para pagamento contra carta de crédito irrevogável; Acompanhamento das ordens de compra (purchaseorder) no exterior; Solicitação de averbações de seguro de transporte marítimo e/ou aéreo; Recebimento da mercadoria em aeroporto ou porto; Pagamento de direitos alfandegários; Reclamação à seguradora, quando for o caso. As Etapas do processo de compra O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a uma única ocasião, ou seja, quando e necessária a aquisição de determinado material. A atividade deve ser exercida de forma permanente e contínua, através de várias etapas, entre as quais selecionamos as seguintes: O processo de produção inicia-se com planejamento das vendas, estabelecimento de uma política de estoque de produtos acabados e listagem dos itens e quantidades de produtos a serem fabricados, quantidades estas distribuídas ao longo de um cronograma de produção. Um sistema de planejamento de produção fixa as quantidades a comprar somente na etapa final da elaboração do plano de produção. As quantidades líquidas a comprar serão apuradas pela desagregação das fichas de produção e em especial pela listagem de materiais necessários para compor cada unidade de produto a ser produzido. Será necessário comparar as necessidades de materiais com as existências nos estoques de matérias-primas, para se apurar as necessidades líquidas distribuídas no tempo conforme o cronograma de produção necessária para atender ao planejamento de vendas. Entretanto, a execução da compra será a primeira etapa executiva do programa de produção. O término da programação e o início das atividades de compra caracterizam-se, portanto, como uma área com muitas facilidades de conflitos, conflitos estes sempre agravados pelos atrasos normais e habituais do planejamento. As pressões exercidas pelos setores de produção e faturamento reforçam ainda mais a probabilidade de atritos na área de compras. Neste momento todos se esquecem dos atrasos no planejamento das vendas e na programação da produção. Outro aspecto interessante do relacionamento dentro da área de compras é a inversão curiosa de atitude que se processa entre o comprador e o vendedor após a emissão do pedido. A posição inicial de vendedor é sempre solicitante e o comprador nesta fase poderá usar seus recursos de pressão para forçar o vendedor a chegar às condições ideais para a empresa. Uma vez emitido o pedido, o comprador perde sua posição de comando e passa a uma atitude de expectativa. Procurará de agora em diante adotar uma atitude de vigilância, procurando cuidar para que os fornecimentos sejam feitos e os prazos cumpridos. Etapa 1: Cotação de Preços O depto. de compras com base nas solicitações de mercadorias efetua a cotação dos produtos requisitados. Depois de efetuadas as cotações o órgão competente analisa qual a proposta mais vantajosa levando em consideração os seguintes itens: prazo de pagamento; valor das parcelas; Etapa 2: O Pedido de Compra Após término da fase de cotação de preços dos materiais e analise da melhor proposta para fornecimento, o setor de compras emite o pedido de compras para a empresa escolhida. Esse pedido deverá ter com clareza a descrição do material a ser comprado, bem como as descrições técnicas, para que não ocorram as frequentes dúvidas que comumente acontecem. Preferencialmente o pedido deverá ser emitido em 3 vias, sendo a 1ª e 2ª vias enviadas ao fornecedor, o qual colocará ciente na 2ª via e a devolverá que passará a ter força de contrato, funcionando como um "instrumento particular de compromisso de compra e venda". A 3ª via funciona como followup do pedido. Etapa 3: O Recebimento dos Materiais No recebimento dos materiais solicitados, alguns principais aspectos deverão ser considerados como: Especificação técnica: conferencia das especificações pedidas com as recebidas. Qualidade dos materiais: conferencia física do material recebido. Quantidade: Executar contagem física dos materiais, ou utilizar técnicas de amostragem quando for inviável a contagem um a um. Preço: Prazo de entrega: conferencia se o prazo esta dentro do estabelecido no pedido. Condições de pgto.: conferencia com relação ao pedido. 2.1.4 O Lote Econômico de Compra O Lote Econômico de Compra foi concebido para a gestão de itens comprados fora da empresa. Todo sistema de controle de estoque deve prioritáriamente responder a duas questões: Quando se deve comprar o item (uma data), e Quanto se deve comprar. Embora o sistema de Lote Econômico de Compra responda as duas indagações, ele é mais conhecido por responder a segunda delas, ou seja, quanto se deve comprar da mercadoria que se está considerando.. O próprio nome LEC refere-se comumente a essa quantidade, a qual, como veremos é constante e depende de alguns pressupostos que serão mostrados mais adiante. Agora podemos dizer que o LEC é o tamanho do lote que minimiza os custos anuais totais de manutenção do estoque e processamento de pedidos.Quantidade comprada levando-se em consideração o custo total de armazenagem e o custo total de pedido. Pressupostos do LEC: o o o o Demanda relativamente constante e conhecida; Itens comprados em lotes e não de forma contínua; Custos conhecidos; Tempos de reposição são baixos; o o Não existe limitações sobre o tamanho de cada lote; Os dois únicos custos relevantes são o de manter o estoque e o fixo por lote para emissão do pedido; Não existe incerteza quanto o tempo de espera ou ao suprimento. o Fórmula de cálculo do custo total de estocagem: CT = (Cc) x Q/2 + (Cp) x D/Q + Ci + D x P Onde: CT: custo total de estocagem Cc: custo de carregamento, ou custo anual de manutenção de estoques (Ca + i x P) Qc: quantidade do lote comprado Cp: custo do pedido ou de obtenção D: demanda anual Ci: custos independentes P: preço unitário Ca: custo de armazenamento i: custo do capital despendido O lote econômico de compra se obtém, quando a curva do custo do pedido igual à reta do custo de carregamento. Custo ($) CT CC CP Ci LEC Resolução matemática: LEC = 2 x Cp x D Ca +i x P ou LEC = 2 x Cp x D Cc Considerações: Os estudos de lotes econômicos requerem cada vez menos tempo; Os softwares de gestão de estoques são utilizados em praticamente todas as empresas; A tendência é a compra em lotes cada vez menores, o just-in-time; Quando possível realizar a compra unitária (one piece flow); O levantamento de alguns custos, como carregamento, aluguel de área ocupada dependem de rateios, às vezes, discutíveis; Custos como de obsolescência são intangíveis (não mensuráveis); O estabelecimento de parcerias altera todo o perfil dos custos; A curva do CT é extremamente achatada nas proximidades do LEC, logo não há um ponto (lote) ótimo de compra, mas uma região (vários valores de LEC). Exemplo: Para um item em estoque, a demanda anual é de 144.000 unidades. Estima-se que para emitir um pedido, contando-se ai também os custos de transporte e inspeção, até colocar a mercadoria no estoque, são gastos cerca de R$ 10.000,00. Manter o item em estoque acarreta um custo de R$ 2.000,00 por ano. a) Adotando as quantidades compradas de 400, 700, 1.000 e 1.500 unidades calcular o custo anual de pedir e de manter o item em estoque, bem como o Custo Total Anual. Assumir que o estoque de reserva é zero. Q b) Calcular o LEC c) Calcular o Custo Total Anual mínimo Solução do Exercício a) Todos os custos pedidos variarão em função da quantidade comprada, Temos: D = 144.000 Cp = 10.000 Cm = 2.000 E também Custo de pedir = Cp D/Qc = (10.000) (144.000)/Qc Custo de manter = Cm Qc /2 = 2.000 Qc/2 = 1.000Qc CT = Custo de pedir + Custo de manter Os três custos estão calculados para cada diferente valor de Qc na tabela abaixo: Quantidade de Compra Qc 400 700 1.000 1.500 Custo de Pedir Cp D/Qc 3.600.000 2.057.143 1.440.000 960.000 Custo de Manter Cm Qc /2 400.000 700.000 1.000.000 1.500.000 Custo Total Anual Cp D/Qc + Cm Qc/2 4.000.000 2.757.143 2.440.000 2.460.000 Como se vê, o Custo Total Anual é decrescente até a quantidade comprada de 1.000 unidades, aumentando novamente para 1.500 unidades. Encontramo-nos pois diante de dois comportamentos da curva, a fase descendente, a passagem pelo mínimo ascendente e a fase ascendente, significando que entre as quantidades compradas de 1.000 e 1.500 unidades o Lote Econômico de compra. b) O cálculo do LEC LEC = 2 Cp D Cm = 2(10.000) (144.000) 2.000 = 1.200 unidades Tal como era possível prever da tabela do cálculo de custos, o LEC situa-se entre as quantidades de compra de 1.000 e 1.500 unidades. c) De posse do LEC, é fácil calcular o Custo Total Anual mínimo que lhe corresponde. D CT = Cp LEC + Cm LEC 144.000 = 10.000 2 1.200 + 2.000 1.200 = 2 1.200.000 + 1.2000 = $2.400.000 Repare na igualdade entre o custo de pedir e o custo de manter quando se compra o LEC e o estoque de reserva é nulo Compra com a utilização do MRP O materials requirement planning (MRP) ou planejamento das necessidades de materiais é uma técnica que permite determinar as necessidades de compras de materiais que serão utilizados na fabricação de um certo produto. Com base na lista de materiais, obtida por meio da estrutura analítica do produto, também conhecida como árvore do produto ou explosão do produto, e em função de uma demanda dada, o computador calcula as necessidades de materiais que serão utilizados e verifica se há estoques disponíveis para o atendimento. Se não há material em estoque, na quantidade necessária, ele emite uma solicitação de compra – para os itens comprados e uma ordem de fabricação – para os itens que são fabricados internamente. Esquema do MRP Projeção de Demanda Plano de Produção Softwere Lista de Materiais MRP Lista de necessidades de materiais Consulta de Estoque Há disponibilidade Libera Fabricação Libera Fabricação do item Item fabricado ou comprado Fábrica Libera compra Fornecedor Vejamos um exemplo para entender melhor o assunto. A Empresa Beta recebeu um pedido de 1.500 unidades de um produto A qualquer. A estrutura analítica do produto, uma forma de especificar a relação de material e a disponibilidade de estoques, é demonstrada abaixo. Produto A B (2) E(1) D (3) C I(1) F(2) F(2) G(3) E(1) G(2) Na figura acima a simbologia é a seguinte: B(2) significa que necessitamos de 2 submontagens B para compor uma unidade A. O componente G, por exemplo é usado tanto na montagem de C como do D. Assim G(3) significa que necessitamos de 3 unidades do componente para montar uma unidade de C e G2 significa que necessitamos de 2 unidades do componente G para montar uma unidade de D. A tabela abaixo mostra que a posição dos estoques dos componentes e seus respectivos led times – tempos de atendimento no caso dos itens comprados e tempo de fabricação e montagem no caso dos itens produzidos internamente. Item A B C D E F G Posição dos Estoques Tempo de Atendimento em Semanas 1(1) 1(2) 2(3) 2(4) 1 2 3 Estoque na empresa 300 1.200 0 800 6.000 3.500 4.500 (1) Tempo gasto para montar 1.500 unidades (2)Tempo gasto para montar lotes mais de 1.000 unidades (3)Tempo gasto para montar lotes com mais de 1.000 unidades (4) Tempo gasto para montar lotes com mais de 500 unidades Com base na demanda de 1.500 unidades para o produto A e da estrutura analítica do produto, podemos determinar as necessidades de cada um dos componentes ou peças conforme a mostra a tabela abaixo. Componente/Peça A B C D E F G Cálculo das Necessidades dos Materiais Estoque Demanda 300 1.500 1.200 2 x 1.200 = 2.400 0 1 x 1.200 = 1.200 800 3 x 1.200 = 3.600 6.000 1 x 1.200 + 1x2.800 = 4000 3.500 2 x 1.200 + 2x 1200 = 4.800 4.500 3 x 1.200 + 2x2.800 = 9.200 Necessidade 1.200 1.200 1.200 2.800 0 1.300 4.700 Assim para atender o pedido, são necessárias as seguintes quantidades de componentes/peças A - 1.200 unidades B – 1.200 unidades C - 1.200 unidades D 2.800 unidades E–0 F – 1.300 unidades G – 4.700 unidades 2.1.5 As Novas Formas de Comprar O fenômeno globalização, tem trazido grande impacto na forma como as compras são efetuadas. Hoje se fala em mercado global e, consequentemente, em compras globalizadas. Com o advento dos produtos mundiais, a exemplo do carro mundial, peças e componentes são comprados no mundo inteiro. No Pão de Açúcar, graças a estas novas formas de compra, em dois anos, o índice de falta de produtos caiu de 25% para 4%, o tempo médio de armazenamento reduziu-se em um mês (passou de 40 para 10 dias) e o volume de cargas recebidas triplicou. Compras via EDI Uma das formas de compras que mais cresce atualmente é o eletronic data interchange (EDI), tecnologia para transmissão de dados eletronicamente. Por meio da utilização de um computador, acoplado a um modem e a uma linha telefônica e com um software específico para comunicação e tradução dos documentos eletrônicos, o computador do cliente é ligado diretamente ao computador do fornecedor, independentemente dos hardwares e softwares em utilização. As ordens ou pedidos de compra, como também outros documentos padronizados, são enviado sem a utilização de papel. Os dados são compactados – para maior rapidez na transmissão e diminuição de custos -, criptografados e acessados somente por uma senha especial. Essa forma de comunicação e de transação pode ligar a empresa a seus clientes, fornecedores, banco, transportadora ou seguradora. Ela já existe há bastante tempo e traz várias vantagens, como: rapidez, segurança e precisão do fluxo de informações; redução significativa de custos; facilidade da colocação de pedidos, principalmente nos casos de contratos de fornecimento com entregas mediante liberação do cliente, como acontece nas transações entre montadoras e autopeças no Brasil e resto do mundo; sedimenta o conceito de parcerias entre cliente e fornecedor. Na Bilndex, devido ao EDI, as informações são atualizadas de meia em meia hora, sendo que “antes, AM alguns casos, a demora chegava a passar de seis horas para a liberação de um caminhão cujo cliente estivesse com seu crédito bloqueado”, exemplifica o responsável pelo CPD. Já para a Philips, a implantação do EDI em sua fábrica, a informação vá direto para o cliente para que ele possa ir trabalhando imediatamente com esses dados. A fim de facilitar e disseminar a forma EDI de transações, foram estabelecidos padrões às comunicações de dados. Soa mais usuais o padrão europeu – EDIFACT – e o americano – ANSI X12. Com a difusão da internet e consequentemente dos emails, uma forma bastante simples de comunicação eletrônica, esta havendo uma tendência de unificar os padrões por meio da ANSI X400. O EDI, quando comparado ao e-commerce, que pode ser considerado o uso das tecnologias de computação e de comunicações para a realização de negócio, apresente algumas vantagens, entre as quais: maior segurança nas comunicações e parceiros; dispõe de formato padrão para as transações, com um completo conjunto de mensagens; as value added netwoks (VANs), básicas para o EDI, são muito seguras; maior rapidez quando se tem um alto volume de transações, processadas em servidores de grande porte ou mesmo em mainframe. Além do EDI tradicional, muito usado pelas grandes empresas, está tomando força o EDI via internet, como um opção de menor custo, possibilitando acesso a mais empresas. Seus principais entraves são a questão da segurança dos dados e a resistência das empresas que investiram grandes somas no modelo tradicional. O EDI proporcionou que o relacionamento entre cliente e fornecedor evoluísse de tal forma, que o processo de compra foi totalmente automatizado; varejistas e fornecedores conhecem muito mais dos hábitos de compra do consumidor – o fornecedor tem informações para decidir se produzirá sua cândida, por exemplo, em embalagens de um litro ou dois e o varejista sabe qual a melhor localização na prateleira para cada produto – e o supermercado pode ter o mínimo de estoque possível e estar sempre tranquilo, pois sabe que, quando seu estoque atingir o ponto mínimo estipulado, o fornecedor será acionado para novas entregas. A base do Efficient Consumer Relationship (ECR) é a informação e a relação de parceria entre as partes envolvidas. Nos Estados Unidos, o ECR ajudou as empresas a reduzir seus estoques em 41%, deixando o produto final 10% mais barato. Com o ECR, “a relação deixa de ser meramente de compra e venda e passa a ser parceria”. Assim, “muda o patamar da negociação. Em vez de fechar os negócios pedido, as empresas fecham grandes contratos”, fazendo com que o vendedor “se torne um promotor de vendas, não precisando se preocupar em passar na loja toda semana ou a cada quinze dias”. Quanto aos benefícios dos investimentos nessas novas tecnologias, por exemplo, “um distribuidor que levava, às vezes, dois dias para concretizar seu pedido, pode fazer isto automaticamente”. Além disso, em apenas cinco anos da implantação do sistema, a Antarctica, por exemplo, já terá “recuperado de 30% a 40% dos custos da rede de satélite, graças à economia com ligações interurbanas”. Compras pela Internet O e-mail é cada vez mais utilizado como um veículo de transação comercial ou o e-commerce. Através dele as empresas podem acessar seus fornecedores e a comunicação é estabelecida. A Internet como veículo de comércio ganha cada dia mais adeptos, pois apresenta uma série de vantagens em relação ao EDI, entre as quais. Investimento inicial em tecnologia é bem mais baixo, pois a internet custa bem menos que um a VAN; Atinge praticamente a todos na cadeia de suprimentos; Pode ser operada em tempo real; Permite tanto a transação máquina- maquina como também homemmáquina ( o EDI só permite a transação máquina – máquina) Maior flexibilidade nos tipos de transações. Cartões de Crédito Está se tornando usual entre as empresa a compra de mercadorias como matérias- primas e materiais , por meio do cartão de crédito, também conhecido como cartão empresa ou cartão empresarial. Os bancos e as administradoras de cartão de crédito, por meio de programas específicos, têm incentivado as organizações a efetuar as suas compras por meio de cartões. Vários deles são bastante atualizados, oferecendo às empresas diversos tipos de benefícios, como acesso a movimentação do cartão online, relatórios gerenciais sobre as compras efetuadas e parcelamento do gasto. As principais vantagens resultantes do uso do cartão empresarial são a diminuição do numero de transações e cheques, maior controle sobre as compras e, consequentemente redução de custos. Compras por Leilões A empresa disponibiliza via internet ou por meio de editais as suas necessidades de compras, informando que a seleção do fornecedor dar-se-á por leilão público, em que os pretensos fornecedores farão suas ofertas de preços e prazos de entrega. Cabe ao comprador escolher a melhor oferta. São inúmeras as vantagens desse modo de agir: a transparência do processo de compras evita qualquer dúvida quanto a honestidade do sistema; permite a entrada de novos fornecedores, co novas metodologias produtivas/ e ou tecnológicas. 2.1.6 A Ética nas Compras O problema da conduta ética é comum em todas as profissões, entretanto, em algumas delas, como a dos médicos, engenheiros e compradores, assume uma dimensão mais relevante. A abordagem mais profunda do assunto leva invariavelmente ao estudo do comportamento humano no seu ambiente de trabalho, que está fora do escopo do nosso trabalho. Abordando a questão mais na sua forma operacional, entendendo que o assunto deva ser resolvido através do estabelecimento de regras de conduto devidamente estabelecidas, divulgadas, conhecidas e praticadas por todos os envolvidos, procurando fixar limites claros entre o “legal” e o “moral”. Assim, os aspectos legais e morais são extremamente importantes para aqueles que atuam em compras, fazendo com que muitas empresas estabeleçam um “código de conduta ética” para todos os seus colaboradores. No setor de compras o problema aflora com maior intensidade devido aos altos valores monetários envolvidos, relacionados com critérios muitas vezes subjetivos de decisão. Saber até onde uma decisão de comprar seguiu rigorosamente um critério técnico, onde prevaleça o interesse da empresa, ou se a barreira ética foi quebrada, prevalecendo aí interesses outros, é extremamente difícil. O objetivo de um código de ética é estabelecer os limites de uma forma mais clara possível, e que tais limites sejam também de conhecimento dos fornecedores, pois dessa forma poderão reclamar quando se sentirem prejudicados. Outro aspecto importante é que esse código de ética seja válido tanto para vendas quanto para compras. Não é correta uma empresa comportar-se de uma forma quando compra e outra quando vende. Os critérios devem ser compatibilizados e de conhecimentos de todos os colaboradores. É comum empresas incluírem nos documentos que o funcionário assina ao ser admitido, um código de conduta (ou de ética) que deva ser seguido, sob pena de demissão por justa causa. O problema ético de compras não se restringe aos compradores, mas também ao pessoal da área técnica que normalmente especifica o bem a ser comprado. É normal encontrarmos especificações tão detalhadas, e muitas vezes mandatórias, que praticamente restringem o fornecedor a uma única empresa. É isto é eticamente correto? Mais uma vez o problema aflora. E o comprador, nesse caso, o que pode fazer? Cabe à gerência e à alta direção da empresa ficar atenta a todos esses aspectos, questionando sempre a validade das especificações e a sua justificativa. E quanto aos “presentes”, “lembranças”, “brindes” como agendas, canetas, malas e convites que normalmente são distribuídos, por exemplo, ao pessoal de compras, do controle da qualidade e da área técnica? Como abordar esse assunto? Deve ser permitido que recebam? A melhor forma de abordar o assunto é definir, o mais claro possível, um código de conduta, do conhecimento de todos, pois não há dúvida de que aquele que dá presentes tem a expectativa de, de uma forma ou de outra, ser “lembrado”. Quando o presente tem um maior valor, maior será a obrigação de retribuição. Deve também ficar claro para os compradores como agir no trato com empresas que sistematicamente, com política própria, oferece uma “comissão”. Devem tais empresas ser excluídas entre as licitantes? Tais comissões devem ser incorporadas como forma de desconto nos preços propostos? E os outros fornecedores, como ficam? Enfim, todos esses aspectos devam ser abordados no código de ética. Toda esta questão fica mais grave quando a figura do suborno aparece. A intenção premeditada é a essência do suborno. Ninguém é subornado por acidente. Nesses casos, uma vez consumado o delito, o assunto já passa para a alçada judicial. Não é raro lermos nos jornais situações em que empresas demitem de uma só vez, até mesmo todos os componentes de seu setor de compras. Por exemplo, já foi manchete da Gazeta Mercantil o fato de a Fiat brasileira ter demitido “oito funcionários da área de compras – alguns com cargos de gerência -, acusados de estar recebendo propinas e presentes de fornecedores”, além de suspeitas de superfaturamentos ou desvio de dinheiro. No setor público, todo processo de licitação é claramente definido através de legislação específica (Lei 8.666/93), cujo fim precípuo é resguardar os interesses do Estado. Outro aspecto concernente à ética em compras é o manuseio de informações, como o repasse dos critérios de julgamento e dados contidos nas propostas já entregues a um outro fornecedor que ainda está elaborando a proposta a sua. Esse comportamento aético leva a situações em que fornecedores altamente qualificados se neguem a apresentar propostas a “clientes” não confiáveis. Estabelece-se assim uma relação de desconfiança que prejudica a todos, isto é, todos perdem. A fim de evitar estas situações, mais uma vez o código de ética entra em cena. A empresa deve estabelecer políticas claras sobre as informações que devem ser manuseadas. Pode-se inferir que a área de compras, outrora restrita à atividade de aquisição, atualmente é parte de um processo complexo que engloba outras áreas que executam papel estratégico na organização. Contudo, apesar da função compras ser mais relevante em algumas empresas do que em outras, em qualquer organização ela deve receber real atenção, visando que pode significar uma grande minimização dos custos. Neste cenário, o exercício da compra deve ser posicionado no processo de suprimentos como uma poderosa ferramenta de melhoria na lucratividade da empresa. Sendo que para tanto, o profissional deve primar pela qualidade, bem como quantidade almejada, fazendo a melhor opção na escolha dos fornecedores. 2.2 A CODIFICAÇÃO DOS MATERIAIS É a representação por meio de um conjunto de símbolos alfanuméricos ou simplesmente números que traduzem as características dos materiais, de maneira racional, metódica e clara, para se transformar em linguagem universal de materiais na empresa. Consiste em ordenar os materiais da empresa segundo um plano metódico e sistemático, dando a cada um deles determinado conjunto de caracteres. Portanto, depois de realizada a identificação do material, o passo subsequente consiste na atribuição de um código representativo dos elementos identificadores do item e que simboliza a identidade do material. A atribuição do código visa simplificar as operações na empresa, uma vez que todo um Conjunto de dados descritivos e individualizadores do material é substituído por um único símbolo representativo. O código torna-se tanto mais necessário quanto maior for o universo e a diversificação dos itens existentes transacionados na empresa. O registro e o controle principalmente das transações do material, com base apenas na nomenclatura do item, tornam-se impraticáveis e perigosos. Independentemente deste aspecto, com o incremento do processamento de dados, tornou-se obrigatória a introdução de códigos que viabilizam com eficiência a entrada e registro de dados em sistemas próprios. 2.2.1 Objetivos e Características A codificação dos materiais tem, os seguintes objetivos: a)Facilitar a comunicação interna na empresa no que se refere a materiais e compras; b)Evitar a duplicidade de itens no estoque c)Permitir as atividades de gestão de estoques e compras; d)Facilitar a padronização de materiais; e)Facilitar o controle contábil dos estoques. A codificação dos materiais tem as seguintes características: a) Expansivo: deve possuir espaço para novos itens; b) Preciso: um código para cada material; c) Conciso: número mínimo de dígitos; d) Conveniente: ser facilmente compreendido; e) Simples: de fácil utilização; 2.2.2 Tipos de Codificação Os tipos de codificação mais comuns são: Codificação alfabética; Codificação alfa numérica Codificação numérica ou Sistema numérico decimal; Código de barras. Codificação alfabética Este processo representa os materiais por meio de letras, foi muito utilizado na codificação de livros ( Método Dewey), com a implementação da imprensa no mundo, o sistema agregou números a sua codificação, conseguindo com isto codificar a grande variedade de edições em suas categorias e classificações de assuntos, autores e áreas especificas. Atualmente está em desuso. Exemplo de aplicação do sistema alfabético: P - Pregos P/AA - Pregos 14 x 18 - 1 1/2 x 14 P/AB - Pregos 16 x 20 - 2 1/4 x 12 P/AC - Pregos 30 x 38 - 3 1/4 x 8 Codificação alfanumérica Este processo agrupa números e letras, atualmente é um sistema muito utilizado na classificação de peças automotivas e na codificação de placas de automóveis. Exemplo: DPZ 8542 As quantidades de letras utilizadas e números são definidos pelo órgão ou empresa a qual adotou o sistema, não havendo uma regra específica. Desta forma o sistema pode se adaptar a cada necessidade. Codificação Numérica ou Sistema Numérico ou Decimal CHAVE AGLUTINANTE: grupo que designa o agrupamento de materiais, também chamado de Chave dos Grandes Grupos. CHAVE INDIVIDUALIZADORA: Identifica cada material que constam do primeiro grupo (aglutinante).A atribuição consiste na adoção de algarismos arábicos. sendo o método mais utilizado, pela facilidade de ordenação sequencial de diversos itens e na adoção da informatização. CHAVE DESCRITIVA: descreve ou individualiza os materiais pertencentes ao 2º grupo individualizador. Uma das variações que pode aparecer em provas de concursos é a FSC ( federal supply classification) que tem a seguinte estrutura: XX-YY-ZZZZZZ-A, onde: XX – Grupos YY – Classes ZZZZZZ – Código de identificação A – dígito de controle Código de barras Código de barras é uma representação gráfica de dados numéricos ou alfanuméricos. A decodificação (leitura) dos dados é realizada por um tipo de scanner o leitor de código de barras -, que emite um raio vermelho que percorre todas as barras. Onde a barra for escura, a luz é absorvida; onde a barra for clara (espaços), a luz é refletida novamente para o leitor. Os dados capturados nessa leitura óptica são compreendidos pelo computador, que por sua vez converte-os em letras ou números humano-legíveis. A EAN Brasil– Associação Brasileira de Automação Comercial, atualmente GSI recebeu a incumbência de administrar no âmbito do território brasileiro o Código Nacional de Produtos, Sistema EAN/UCC. Conforme Decreto Lei nº 90595 de 29.11.1984 e da Portaria nº 143 de 12.12.1984 do Ministério da Indústria e Comércio. Em 1986 foi estabelecido um acordo de cooperação entre a EAN Internacional e a UCC – Uniform Code Council Inc., entidade americana que administra o sistema UPC ( Código Universal de Produtos) de numeração e código de barras, utilizado nos Estados Unidos e no Canadá. Esta aliança promoveu uma maior colaboração, intercambio e suporte técnico entre os parceiros comerciais. Com o advento do código de barras, a interação entre atacadistas e varejistas passou a ser feita através deste controle mais eficaz , gerando uma velocidade rápida e precisa na troca de informações quanto aos aspectos de movimentação de venda e gestão dos estoques, garantindo assim uma melhor qualidade e produtividade dos sistemas gerenciais. As atribuições do sucesso do código de barras estão distribuídas entre as entidades que colaboraram entre si , sendo: · UPC – Código Universal de Produtos · UCC – Uniform Code Council · EAN – European Article Numbering Association · EAN International Atualmente mais de 450.000 empresas em todo mundo utilizam o sistema EAN, atendendo as empresas em mais de 100 países. Estrutura numérica O código EAN/UPC é um sistema internacional que auxilia na identificação inequívoca de um item a ser vendido, movimentado e armazenado, sendo o EAN-13 o padrão utilizado mundialmente, exceto nos EUA e Canadá. A estrutura numérica do código (que geralmente mostra os números que representa abaixo das barras) leva as seguintes informações (tomando-se como exemplo o código 7898357411232): os 3 primeiros dígitos representam a origem da organização responsável por controlar e licenciar a numeração. Os 3 primeiros dígitos NÃO indicam origem de produto ou da empresa detentora dos códigos; os próximos dígitos, que podem variar de 4 a 7, representam a identificação da empresa proprietária de tal prefixo; no exemplo é 835741 (6 dígitos); os dígitos 123 representam a identificação do produto, e são atribuídos pelo fabricante, quando o mesmo possuí um prefixo próprio; o último dígito 2 é chamado de dígito verificador e confirma matematicamente que os dígitos precedentes estão corretos. No total o código EAN-13 deve ter 13 dígitos. Vale ressaltar que os números da empresa variam de empresa para empresa, os números que identificam o item variam de item para item e o dígito verificador deve ser recalculado a cada variação na numeração. Existem outros tipos de códigos padrões para diversas aplicações. O sistema EAN é constituído de: Um sistema para numerar itens ( produtos de consumo e serviços, unidades de transporte, localizações, e outros ramos,...) permitindo que sejam identificados. Um sistema para representar informações suplementares. Código de barras padronizados para representar qualquer tipo de informação que possa ser lida facilmente por computadores (escaneada). Um conjunto de mensagens EANCOM para transações pelo Intercambio Eletrônico de documentos ( EDI). Razões de utilização Dentre muitos se apresentam: Padrão utilizado internacionalmente em mais de 100 países. Cada identificação de mercadoria é única no mundo. Decodificações rápidas do símbolo, gerando informações instantâneas. Linguagem comum no intercambio de informações entre parceiros comerciais. Vantagens para a indústria Conhecimento exato do comportamento de cada produto no mercado. Estabelecimento de uma linguagem comum com os clientes,. Organização interna, mediante a codificação de embalagens de despacho e da matéria prima. Controle de inventários e do estoque, expedição de mercadorias. Padronização nas exportações. Aproximação do consumidor ao produto (merchandising) Possibilidade de utilizar o Intercambio eletrônico de Documentos (EDI). Vantagens para o comércio Otimiza o controle de estoque. Aumenta a eficiência no ponto de venda: elimina erros de digitação, diminui o tempo das filas. Otimiza a gestão de preços e de crédito. Melhora o controle do estoque central. Obtém informações confiáveis para uma melhor negociação. Vende mais com maior lucro. Atende as mudanças rápidas dos hábitos de consumo. Melhora o serviço ao cliente. Estabelece linguagem comum com fornecedor. Vantagens para o consumidor Cupom fiscal detalhado. Passagem rápida no check-out Eliminação de erros de digitação em sua compra. Preço correto nas gôndolas. Linhas de produtos a venda de composição mais adequada ao perfil da clientela Exercício da Unidade 2 a) Responda as seguintes questões 1) Decreva a importância da função compras para a Administração de Materiais. 2) Explique como funciona o processo de compras via EDI. 3) Explique a diferença entre a compra via Internet a a compra via EDI 4) Qual a relação entre as com´pras e os níveis de estoque? 5) Explique as estratégias de aquisição de recursos materiais. 6) O que você entendeu sobre as questões importantes no processo de compra. 7) Explique as etapas do processo de compra. 8) Qual a importância da codificação dos materiais? 9) Qual a importância do código de barras para o processo de comercialização? b) Resolva o seguinte exercício Calcular as quantidades necessárias a serem compradas, para atender pedidos de 2.500 de A, 1.600 de B e 650 de D, considerando a estrutura do produto e seus componentes, o seu estoque atual e de segurança e lotes de fabricação: A B3 E1 C2 F1 Item A B C D E F G D2 E 1 Estoque 0 600 800 380 0 22500 8500 E Seg. 500 0 500 500 400 800 300 G3 Lote 600 1000 1 600 800 500 1 3) Calcular as quantidades necessárias a serem compradas (LOTES), para atender pedidos de 2.900 de X, 1.400 de Y, considerando a estrutura do produto e seus componentes, e o seu estoque atual e o de segurança: X Y A2 C1 B1 D3 E 2 A3 F1 Item X Y A B C D E F G C1 Estoque 0 0 0 500 5000 5430 4500 600 1800 D3 E Seg. 700 500 700 600 1300 1400 1000 800 600 F2 G3 Lote 400 800 1200 500 1500 1 600 500 1 4) Há pedido de 10.000u a ser entregue na semana 10. Determinar as necessidades líquidas para cada componente e quando emitir os pedidos de compra ou montagem, considerando os tempos de atendimento. Informações complementares: 200 componentes C já foram encomendados e serão entregues na semana 6. Com todos os componentes disponíveis leva-se uma semana para montá-los. Os tempos de fabricação em semanas constam da tabela. P A1 Item A B C D B1 Estoque 100 500 200 0 C2 Tempo 1 1 5 3 D1 d) Resolva o seguinte exercício (DM,498) Uma fazenda utiliza 15.000 sacos de fertilizante por ano na preparação para o plantio. São gastos $16.000 para colocar o pedido junto ao fornecedor e os custos de armazenagem são de 70% do saco de fertilizante, que é de $ 4.000. a) Calcular a quantidade de fertilizante a comprar de cada vez, utilizando a política de minimizar o Custo Total em Estoque b) Calcule o Custo Total anual em estoque; c) Se forem 100 sacos a mais que a quantidade ótima, de quanto aumentará o Custo Total Anual em Estoque? Unidade 3 Administração de Materiais - Estoque Objetivos da Unidade 3 Entender o processo de gestão dos estoques. Conhecer as funções do estoque nas empresas. Aprender o gerenciamento dos níveis de estoque nas empresas. conhecer as estratégias de controle e avaliação dos estoques. Conhecer o funcionamento das novas técnicas de administração dos materiais (Just in Time e KANBAM). Aprender a planejar o armazenamento dos materiais. 3.1 GESTÃO DE ESTOQUES Estoque representa a quantidade de bens físicos que são mantidos à espera da venda (ou da produção), por um determinado tempo. São considerados como bens em estoques, as matérias-primas, os produtos semi-acabados, os produtos acabados e as mercadorias compradas de terceiros. Os estoques são os materiais que não são utilizados em determinado momento, mas que existe em função de futuras necessidades. Logo, estocar é reservar os produtos/mercadorias para utilização futura. Estoque é como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes o estoque também é usado para descrever qualquer recurso armazenado. 3.1.1 Conceito Gestão de Estoque Podemos definir que a gestão de estoque constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles utilizam, bem manuseados e bem controlados. A gestão de estoque é, basicamente o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa organização. A gestão de estoque visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos pelo inventário em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. Pode ser entendido ainda, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços. Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda, no processo de comercialização em empresas comercias, e entre as etapas de compra, transformação e venda, no processo de produção em empresas industriais. Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas os processos de comercialização e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem as interdependências das diversas partes da organização empresarial. 3.1.2 As Funções do Estoque Conforme Vendrame (2008), as principais funções do estoque são: a) garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de, demora ou atraso no fornecimento de materiais; Sazonalidade no suprimento; b). minimizar os riscos de dificuldade no fornecimento. c). proporcionar economias de escala, Através da compra ou produção em. lotes econômicos; Pela flexibilidade do processo produtivo; Pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades. 3.1.3 Os Níveis de Estoque Conforme Tófoli (2008), a determinação dos níveis de estoque, na fase do planejamento, consiste basicamente na fixação do: estoque mínimo, estoque de segurança, do lote de suprimento, e do estoque máximo. Estoque Mínimo O estoque mínimo é a quantidade de itens estocados a partir das quais são efetuados os pedidos de reposição. São fundamentais: o estoque de segurança e os tempos de entrega e consumo diário. Os Pontos de Pedidos, isto é, os pedidos de compra de materiais devem ser emitidos quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes apenas para cobrir os estoques de segurança (reserva) fixados e os consumos (ou vendas) previstos para os períodos correspondentes aos prazos de entrega dos fornecedores. (TÓFOLI, 2008). Estoque de Segurança ou Reserva Segundo Tófoli (2008), o consumo médio mensal dos itens de estoque e o tempo de reposição variam muito; variam muito de item para item, de uma época para outra, que leva as empresas a manter os estoques de segurança. O estoque de segurança é um amortecedor destinado a minorar os efeitos de variações, do consumo médio mensal do tempo de reposição ou de ambos conjuntamente. Esta ação concentra-se em determinar uma reserva de estoque que equilibre tanto os custos de oportunidade das possíveis faltas de estoque como os custos de estocagens de maiores quantidades de materiais no almoxarifado. Tem como objetivo compensar as incertezas inerentes ao fornecimento e demanda e permite manter um fluxo regular de produção. Estoque Máximo Conforme Tófoli (2008), o estoque máximo é igual à soma do estoque de segurança mais o lote de suprimento, seja ele o lote econômico ou não. Sofrem limitações de ordem física, manuseio, custos, inventários e riscos. Como os componentes desse tipo de estoque são o suprimento e o estoque de reserva variará todas as vezes que um ou outro ou ambos variarem. Estoque de Antecipação Segundo Tófoli (2008), o estoque de antecipação pode ser usado para compensar diferenças de ritmo de fornecimento e demanda. É mais usado quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis. Ele também pode ser usado quando as variações de fornecimento são significativas. 3.1.4 A Importância e Classificação dos Estoques Segundo Vendrame (2008), nos diversos tipos de operações, o estoque surge porque as taxas de fornecimento nem sempre coincidem com as taxas de demanda. Portanto, os estoques são necessários para conciliar as diferenças entre fornecimento e demanda. O estoque é importante para que não ocorram interrupções ocasionais e não esperadas no fornecimento ou demanda (estoque de segurança). Outro importante fator é saber lidar com a inabilidade de fabricar todos os produtos simultaneamente com as flutuações conhecidas no fornecimento ou demanda (estoque de antecipação) e lidar com os tempos de transporte na rede de suprimentos (estoque no canal de distribuição). No pertinente à classificação dos estoques: Estoque é a composição de materiais em processamento, materiais semi acabados, materiais acabados que não são utilizados em determinado momento na empresa, mas que precisam existir em função de futuras necessidades. Ele constitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produção de seus produtos ou serviços, ou podem ser entendidos ainda como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços. 3.1.5 Controle do Estoque Vendrame (2008) conceitua que o objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que esta diligência resulte em estoques excessivos às reais necessidades da empresa. O controle de estoque procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de demanda, consumo ou das vendas ou custos daí decorrentes. Os níveis dos estoques estão sujeitos a velocidade da demanda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, pode ocorrer a ruptura ou esvaziamento do estoque, com prejuízos visíveis para produção, manutenção e vendas. Contrapartida, se não dimensionarmos as necessidades do estoque, poderemos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento de seus níveis em relação a demanda real, com prejuízos para circulação de capital. Segundo Vendrame (2008), o equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material é o principal o objetivo do controle do estoque, para garantir uma gestão eficiente e eficaz. Conforme Vendrame (2008), para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente devemos descrever suas funções principais: a). Determinar “o que” deve permanecer em estoque. Número de itens; b). Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques. Periodicidade; c). Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período d). predeterminado. Quantidade de compra; e). Acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque; f). Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades; g). Controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornecer h). informações sobre a posição do estoque; i). Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; j) Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados. 3.1.6 A Avaliação do Estoque O estoque pode ser avaliado por três métodos: Primeiro que entra primeiro que sai (Peps), ultimo que entra, primeiro que sai (Ueps) e Custo médio. O método Peps Peps é um processo que obedece à ordem das saídas pelo valor da entrada. De acordo com Pozo (2007), este método é baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito para ordem de entrada do material na empresa, primeiro que entrou será o primeiro que saíra e assim utilizar seus valores na contabilização do estoque. O método Ueps O método Ueps obedece ao processo de que o primeiro a sair deverá ser o último que entrou no estoque. Esse processo facilita a valorização do saldo estipulado pelo último preço e na contabilização dos produtos para a definição de preços de venda, refletindo custos mais próximos da realidade do mercado. O método do Custo Médio O Custo Médio é o método mais usado frequentemente, pois ele é o mais simples e evita o excesso de preços nos produtos. Apuração do custo médio é efetuada dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades nele existente. Assim, ele terá o valor médio entre as entradas e as saídas, ou seja, o valor total dos produtos adquiridos é dividido pela quantidade existente de produtos, obtendo assim o preço que será atribuído na venda. O Custo médio é recalculado sempre que é feita uma entrada ou uma saída do estoque. (POZO, 2007). Exercício: Considerando a movimentação hipotética abaixo. Calcule o valor final do estoque pelos métodos peps, ueps e média móvel. Data Movimentação 6/9 Entrada de 100 unidades a 6,00 13/10 Entrada de 120 unidades a 6,20 30/10 Entrada de 90 unidades a 5,90 27/11 Saída de 140 unidades Data 06/09 13/10 30/10 27/11 Método PEPS Entrada (un) 100 120 90 Método UEPS Custo Médio 1.875,00/310 Valor Saída 6,00 6,20 5,90 6,00 6,20 5,90 6,20 6.05 140 100 40 90 50 140 Valor Saldo 600,00 744,00 531,00 600,00 1.344,00 1.875,00 600,00 248,00 531,00 310,00 847,00 1.027,00 1.034,00 1.028,00 3.1.7 A Curva ABC A Curva ABC ou 80-20, é baseada no teorema do economista a Vilfredo Pareto, na Itália, no século XIX, num estudo sobre a renda e riqueza, ele observou uma pequena parcela da população, 20%, que concentrava a maior parte da riqueza, 80%, conforme Pinto (2002). Trata-se de classificação estatística de materiais, baseada no princípio de Pareto, em que se considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor. Também pode ser utilizada para classificar clientes em relação aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade proporcionada; classificação de produtos da empresa pela lucratividade proporcionada, etc, No que diz respeito à análise de clientes, a curva ABC serve para analisar a dependência ou risco face a um cliente, ou ainda para que tipo de clientes a organização se deve focar. Consiste em ordenar os clientes por ordem decrescente da sua contribuição para a empresa, de modo a se poder segmentar por grau de dependência, de risco ou ainda por outro critério a definir. Segundo Pinto (2002), numa organização, a curva ABC é muito utilizada para a administração de estoques, mas também é usada para a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação de produção, Para a administração de estoques, por exemplo, o administrador a usa como um parâmetro que informa sobre a necessidade de aquisição de itens - mercadorias ou matérias-primas essenciais para o controle do estoque. Na avaliação dos resultados da curva ABC, percebe-se o giro dos itens no estoque, o nível da lucratividade e o grau de representação no faturamento da organização. Os recursos financeiros investidos na aquisição do estoque poderão ser definidos pela análise e aplicação correta dos dados fornecidos com a curva Técnica ABC Numa típica classificação ABC, surgirão grupos divididos em três classes, como segue: a) Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção bem especial pela administração. b) Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C. c) Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração. Nesta técnica, pequena percentagem de itens é responsável por uma grande percentagem do valor de demanda ou consumo anual, normalmente ocorre. Dias (1995), afirma que apesar da configuração acima ser válida como "padrão típico", em se tratando de curva ABC a classificação não deve ter como regra rígida ser composta por três classes. Assim, uma análise ABC deve obrigatoriamente refletir a dificuldade de controle de um item e o impacto deste item sobre os custos e a rentabilidade, o que de certa maneira pode variar de empresa para empresa. Deve-se ter em mente ainda que, apesar da análise ABC ser usualmente ilustrada através do valor de consumo anual, este é apenas um dos muitos critérios que pode afetar a classificação de um item. A seguir, alguns fatores que afetam a importância de um item e que podem ser utilizados como critérios qualificadores numa análise ABC, conforme Dias (1995). a) Cuidados de armazenagem para um item; b) Custos de falta de material; c) Mudanças de engenharia (projeto). A seguir serão mostrados todos os passos para elaboração da Técnica ABC. Definir a variável (material) a ser analisado Coletar dados Ordenar decrescentemente Calcular percentuais Identificar a curva ABC Analisar os resultados 1 – Coleta de Dados Materiais Preço Qtde. Valor estoq A 01 5,00 500 2.500,00 A 02 11,00 200 2.200,00 A 03 7,00 150 1.050,00 A 04 15,00 80 1.200,00 A 05 5,00 20 100,00 A 06 23,00 750 17.250,00 A 07 61,00 640 39.040,00 A 08 9,00 50 450,00 A 09 12,00 1020 12.240,00 A 10 5,00 950 4.750,00 A 11 7,00 800 5.600,00 A 12 58,00 400 23.200,00 A 13 24,00 600 14.400,00 A 14 52,00 800 41.600,00 A 15 4,70 1200 5.640,00 A 16 5,20 1100 5.720,00 A 17 6,75 1000 6.750,00 A 18 9,70 950 9.215,00 A 19 5,00 400 2.000,00 A 20 33,00 300 9.900,00 TOTAL 204.805,00 2 – Colocar os dados em ordem crescente Materiais Valor estoq A 14 A 07 A 12 A 06 A 13 A 09 A 20 A 18 A 17 A 16 A 15 A 11 A 10 A 01 A 02 A 19 41.600,00 39.040,00 23.200,00 17.250,00 14.400,00 12.240,00 9.900,00 9.215,00 6.750,00 5.720,00 5.640,00 5.600,00 4.750,00 2.500,00 2.200,00 2.000,00 A 04 A 03 A 08 A 05 TOTAL 1.200,00 1.050,00 450,00 100,00 204.805,00 3 – Atribuir o valor percentual Materiais Valor % estoq A 14 41.600,00 20,31% A 07 A 12 A 06 A 13 A 09 39.040,00 19,06% 23.200,00 11,33% 17.250,00 8,42% 14.400,00 7,03% A 20 12.240,00 5,98% 9.900,00 4,83% A 18 9.215,00 4,50% A 17 6.750,00 3,30% A 16 5.720,00 2,79% A 15 5.640,00 2,75% A 11 5.600,00 2,73% A 10 4.750,00 2,32% A 01 2.500,00 1,22% A 02 2.200,00 1,07% A 19 2.000,00 0,98% A 04 1.200,00 0,59% A 03 1.050,00 0,51% A 08 450,00 0,22% A 05 100,00 0,05% TOTAL 204.805,00 4 – Acumular os valores percentuais Materiais A 14 A 07 A 12 Valor % Valor % Valor estoq Acum 41.600,00 20,31% 20,31% 39.040,00 19,06% 39,37% 50,70% A 06 23.200,00 11,33% 17.250,00 8,42% A 13 14.400,00 7,03% 66,16% A 09 12.240,00 5,98% 72,13% A 20 9.900,00 4,83% 76,97% A 18 9.215,00 4,50% 81,47% A 17 6.750,00 3,30% 84,76% A 16 5.720,00 2,79% 87,55% A 15 5.640,00 2,75% 90,31% A 11 5.600,00 2,73% 93,04% A 10 4.750,00 2,32% 95,36% A 01 2.500,00 1,22% 96,58% 59,12% A 02 2.200,00 1,07% 97,66% A 19 2.000,00 0,98% 98,63% A 04 1.200,00 0,59% 99,22% A 03 1.050,00 0,51% 99,73% A 08 450,00 0,22% 99,95% A 05 100,00 0,05% 100,00% TOTAL 204.805,00 5 – Atribuir percentuais aos itens Materiais A 14 A 07 A 12 A 06 A 13 A 09 A 20 A 18 A 17 A 16 A 15 A 11 A 10 A 01 A 02 A 19 A 04 A 03 A 08 A 05 TOTAL Valor % Valor % Valor % Itens estoq Acum 41.600,00 20,31% 20,31% 5,00% 39.040,00 19,06% 39,37% 5,00% 23.200,00 11,33% 50,70% 5,00% 17.250,00 8,42% 59,12% 5,00% 14.400,00 7,03% 66,16% 5,00% 12.240,00 5,98% 72,13% 5,00% 9.900,00 4,83% 76,97% 5,00% 9.215,00 4,50% 81,47% 5,00% 6.750,00 3,30% 84,76% 5,00% 5.720,00 2,79% 87,55% 5,00% 5.640,00 2,75% 90,31% 5,00% 5.600,00 2,73% 93,04% 5,00% 4.750,00 2,32% 95,36% 5,00% 2.500,00 1,22% 96,58% 5,00% 2.200,00 1,07% 97,66% 5,00% 2.000,00 0,98% 98,63% 5,00% 1.200,00 0,59% 99,22% 5,00% 1.050,00 0,51% 99,73% 5,00% 450,00 0,22% 99,95% 5,00% 100,00 0,05% 100,00% 5,00% 204.805,00 6 – Acumular o percentual de itens Materiais A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A 14 07 12 06 13 09 20 18 17 16 15 11 10 01 02 19 04 03 08 05 Valor % Valor % Valor % Itens % Itens estoq Acum Acm 41.600,00 20,31% 20,31% 5,00% 5,00% 39.040,00 19,06% 39,37% 5,00% 10,00% 23.200,00 11,33% 50,70% 5,00% 15,00% 17.250,00 8,42% 59,12% 5,00% 20,00% 14.400,00 7,03% 66,16% 5,00% 25,00% 12.240,00 5,98% 72,13% 5,00% 30,00% 9.900,00 4,83% 76,97% 5,00% 35,00% 9.215,00 4,50% 81,47% 5,00% 40,00% 6.750,00 3,30% 84,76% 5,00% 45,00% 5.720,00 2,79% 87,55% 5,00% 50,00% 5.640,00 2,75% 90,31% 5,00% 55,00% 5.600,00 2,73% 93,04% 5,00% 60,00% 4.750,00 2,32% 95,36% 5,00% 65,00% 2.500,00 1,22% 96,58% 5,00% 70,00% 2.200,00 1,07% 97,66% 5,00% 75,00% 2.000,00 0,98% 98,63% 5,00% 80,00% 1.200,00 0,59% 99,22% 5,00% 85,00% 1.050,00 0,51% 99,73% 5,00% 90,00% 450,00 0,22% 99,95% 5,00% 95,00% 100,00 0,05% 100,00% 5,00% 100,00% 7 – Separar por percentual de itens Materiais A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A 14 07 12 06 13 09 20 18 17 16 15 11 10 01 02 19 04 03 08 05 Valor % Valor % Itens estoq Acum Acm 41.600,00 20,31% 5,00% 39.040,00 39,37% 10,00% 23.200,00 50,70% 15,00% 17.250,00 59,12% 20,00% 14.400,00 66,16% 25,00% 12.240,00 72,13% 30,00% 9.900,00 76,97% 35,00% 9.215,00 81,47% 40,00% 6.750,00 84,76% 45,00% 5.720,00 87,55% 50,00% 5.640,00 90,31% 55,00% 5.600,00 93,04% 60,00% 4.750,00 95,36% 65,00% 2.500,00 96,58% 70,00% 2.200,00 97,66% 75,00% 2.000,00 98,63% 80,00% 1.200,00 99,22% 85,00% 1.050,00 99,73% 90,00% 450,00 99,95% 95,00% 100,00 100,00% 100,00% 8 – Comparar porcentagem de itens com a porcentagem de valor Materiais A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A 14 07 12 06 13 09 20 18 17 16 15 11 10 01 02 19 04 03 08 05 Valor % Valor % Itens estoq Acum Acm 41.600,00 20,31% 5,00% 39.040,00 39,37% 10,00% 23.200,00 50,70% 15,00% 17.250,00 59,12% 20,00% 14.400,00 66,16% 25,00% 12.240,00 72,13% 30,00% 9.900,00 76,97% 35,00% 9.215,00 81,47% 40,00% 6.750,00 84,76% 45,00% 5.720,00 87,55% 50,00% 5.640,00 90,31% 55,00% 5.600,00 93,04% 60,00% 4.750,00 95,36% 65,00% 2.500,00 96,58% 70,00% 2.200,00 97,66% 75,00% 2.000,00 98,63% 80,00% 1.200,00 99,22% 85,00% 1.050,00 99,73% 90,00% 450,00 99,95% 95,00% 100,00 100,00% 100,00% 9 – Classificar os A, B e C Materiais A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A 14 07 12 06 13 09 20 18 17 16 15 11 10 01 02 19 04 03 08 05 Valor % Valor % Itens estoq Acum Acm 41.600,00 20,31% 5,00% 39.040,00 39,37% 10,00% 23.200,00 50,70% 15,00% 17.250,00 59,12% 20,00% 14.400,00 66,16% 25,00% 12.240,00 72,13% 30,00% 9.900,00 76,97% 35,00% 9.215,00 81,47% 40,00% 6.750,00 84,76% 45,00% 5.720,00 87,55% 50,00% 5.640,00 90,31% 55,00% 5.600,00 93,04% 60,00% 4.750,00 95,36% 65,00% 2.500,00 96,58% 70,00% 2.200,00 97,66% 75,00% 2.000,00 98,63% 80,00% 1.200,00 99,22% 85,00% 1.050,00 99,73% 90,00% 450,00 99,95% 95,00% 100,00 100,00% 100,00% Classif A A A A B B B B B B C C C C C C C C C C 3.1.8 Técnicas Modernas Administração dos Materiais Just in Time (JIT) Segundo Corrêa, “O Just in Time (JIT) surgiu no Japão, nos meados da década de 1970, sendo sua idéia básica e seu desenvolvimento creditados à Toyota Motor Company, a qual buscava um sistema de administração que pudesse coordenar a produção com a demanda específica de diferentes modelos e cores de veículos com o mínimo de atraso. O JIT é muito mais do que uma técnica ou conjunto de técnicas de administração de produção, sendo considerado com uma “filosofia”, a qual inclui aspectos de administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização de trabalho e gestão de recursos humanos. Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da filosofia JIT. • Produção sem estoques; • Eliminação de desperdícios; • Esforço contínuo na resolução de problemas; • Melhoria contínua dos processos. Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção que “empurram” os estoques, o JIT caracteriza-se como um sistema de “puxar” a produção ao longo do processo, de acordo com a demanda. Genericamente falando, um sistema de “puxar” estoque significa que qualquer movimento de produção somente é liberado na medida da necessidade sinalizada pelo usuário da peça ou componente em fabricação, ou seja, os centros de trabalho não estão autorizados a produzir e “empurrar” os lotes apenas para manter ocupados operários e equipamentos. O sistema JIT tem como objetivo fundamental a melhoria contínua do processo produtivo. A perseguição destes dá-se, através de um mecanismo de redução dos estoques, os quais tendem a camuflar problemas, embora saibamos alterações no perfil da demanda ou falhas nos processos de fabricação ou compra normalmente justificam a presença de estoques. Na filosofia JIT os estoques são “persona non grata” por razões óbvias: primeiro porque ocupam espaços e segundo porque custa dinheiro. Vantagens do JIT: • Flexibilidade – a manutenção de estoques baixo favorece as variações no mix de produtos sem provocar alto grau de obsolescência. • Velocidade – rapidez no ciclo de produção permite entregas em prazos mais curtos, propiciando maior nível de serviços ao cliente. • Confiabilidade – a manutenção preventiva e o ambiente favorável à identificação e resolução de problemas contribui para aumentar a confiabilidade nos produtos. • Custos – reduções dos tempos de preparação de máquinas e movimentação interna; minimização dos estoques (matéria prima e produto acabado); redução dos tamanhos dos lotes e “lead-times”; redução dos custos de aquisição (confiabilidade). O Sistema KANBAN O sistema de “puxar” a produção a partir da demanda, produzindo em cada estágio somente os itens necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário, ficou conhecido como sistema Kanban. Este nome é dado aos cartões utilizados para autorizar a produção e a movimentação de itens, ao longo do processo produtivo. Este cartão contém, em geral, as seguintes informações: número da peça, descrição da peça, tamanho do lote a ser produzido e colocado em container padronizado, centro de produção responsável e local de armazenagem. Não podemos perder de vista que o kanban apenas complementa o sistema de fabricação no ambiente “just-in-time”, do qual fazem parte, também, o planejamento de produção, o programa mestre, uma lista de material, mudanças no projeto do produto etc. 3.2 ARMAZENAMENTO O armazenamento estocagem de materiais são preocupações dos profissionais que atuam nas atividades logísticas. Elas afetam o tempo de processamento dos pedidos dos clientes no canal de distribuição ou de disponibilização dos suprimentos no canal de suprimentos. São absorvedores de custos e dignas de um gerenciamento cuidadoso. 3.2.1 Conceitos e Objetivos Armazenar indica a ampla região das decisões de estocagem e manuseio que estão incluídas em vários sistemas logísticos. As atividades de estocagem e manuseio de materiais contabilizam aproximadamente um quarto do custo logístico excluindo o custo de movimentar o estoque. Dessa despesa, aproximadamente metade é para mão de obra, um quarto é para espaço, e o restante é para energia, equipamento, material e outros. O avanço tecnológico proporcionou a otimização de uma série de processos e rotinas das organizações. Na área de armazenagem, introduziram-se novos métodos de racionalização e fluxos de distribuição de produtos, estendendo as melhorias à adequação das instalações e utilização de novos equipamentos para movimentar cargas. A prática do armazenamento visa utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente possível. Logo, as instalações devem proporcionar rápida movimentação de materiais, de maneira fácil e prática. 3.2.2 Planejamento do Armazenamento Planejar o armazenamento de materiais ou componentes significa determinar de forma clara e precisa as seguintes etapas: 1. Determinação do local; 2. Definição adequada do layout; 3. Técnicas de estocagem, com embalagens convenientes aos materiais; 4. Sistemas de estocagem; 5. Segurança patrimonial contra furtos, incêndios, . Ao planejar de maneira adequada o armazenamento os resultados esperados são: 1. Máxima utilização do espaço; 2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis; 3. Pronto acesso a todos os itens (seletividade); 4. Máxima proteção aos itens estocados; 5. Boa organização; 6. Satisfação das necessidades dos clientes. Seleção do Local A seleção do local refere-se a parte específica do imóvel em que a instalação ficará localizada, e sua metodologia é mais uma arte do que um processo bem definido. Envolve frequentemente ponderar inúmeros fatores tangíveis e intangíveis. Na definição do local adequado para o armazenamento devemos considerar: Volume das mercadorias / espaço disponível; Resistência / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento); Número de itens; Temperatura, umidade, incidência de sol, chuva, etc; Manutenção das embalagens originais / tipos de embalagens; Velocidade necessária no atendimento; O sistema de estocagem escolhido deve seguir algumas técnicas imprescindíveis Definição do Arranjo Físico - Layout Planejar o arranjo físico de uma certa instalação significa tomar decisões sobre a forma como serão dispostos, nessa instalação, os centros de trabalho que aí devem permanecer. Pode-se conceituar como centro de trabalho a qualquer coisa que ocupe espaço: um departamento, uma sala, uma pessoa ou grupo de pessoas, máquinas, equipamentos, bancadas e estações de trabalho, etc. Em todo o planejamento de arranjo físico, irá existir sempre uma preocupação básica: tornar mais fácil e suave o movimento do trabalho através do sistema, quer esse movimento se refira ao fluxo de pessoas ou de materiais. Podemos citar em princípio três motivos que tornam importantes as decisões sobre arranjo físico: a) elas afetam a capacidade da instalação e a produtividade das operações: uma mudança adequada no arranjo físico pode muitas vezes aumentar a produção que se processa dentro da instalação no fluxo de pessoas e/ou materiais; b) mudanças no arranjo físico podem implicar no dispêndio de consideráveis somas de dinheiro, dependendo da área afetada e das alterações físicas necessárias nas instalações, entre outros fatores; c) as mudanças podem apresentar elevados custos e dificuldades técnicas para futuras reversões; podem ainda causar interrupções indesejáveis no trabalho. Por todos esses motivos, poderia à primeira vista parecer que um arranjo físico, uma vez estabelecido, é quase imutável e se aplica prioritariamente a novas instalações.Isso não é verdade, entretanto, diversos fatores podem conduzir a algumas mudanças em instalações já existentes: • a ineficiência de operações, • taxas altas de acidentes, • mudanças no produto ou no serviço ao cliente, • mudanças no volume de produção ou fluxo de clientes. Tipos de Arranjo Físico Num esforço de sistematização, costuma-se agrupar os arranjos físicos possíveis em três grandes tipos: a) Arranjo físico linear (por produto): corresponde ao sistema de produção contínua (como linha de montagem); é utilizado para fabricação de grandes quantidades de um só produto, ou produtos padronizados. b) Arranjo físico funcional (por processo): corresponde ao sistema de produção de fluxo intermitente (como a produção por lotes ou encomendas); é utilizado apara fabricação de pequenas quantidades e produção flexível: vários tipos e estilos. c) Arranjo físico de posição fixa: corresponde ao sistema de produção em projetos. Técnicas de estocagem Na Administração de Materiais. As principais técnicas de estocagem são: Carga unitária; Caixas ou gavetas Prateleiras Raques Empilhamento Container flexível Carga unitária: Embalagens de transporte (“pallets”) arranjam uma certa quantidade de material (como se fosse uma unidade), facilitando o manuseio, transporte e armazenagem, economizando tempo de armazenagem, carga e descarga, esforço, mão-de-obra e área; A formação de carga unitária se através de pallets. Pallet é um estrado de madeira padronizado, de diversas dimensões. Suas medidas convencionais básicas são 1.100mm x 1.100mm, como padrão internacional para se adequar aos diversos meios de transportes e armazenagem; Caixas ou gavetas: Ideal para materiais de pequenas dimensões, como parafusos,arruelas, material de escritório, etc, até na própria seção de produção; Os tamanhos e materiais utilizados na sua construção serão os mais variados em função das necessidades específicas de cada atividade. Prateleiras: Destinadas a materiais de tamanhos diversos e para o apoio de gavetas ou caixas. Adequadas para peças pequenas e leves e quando o estoque não é muito grande. Constitui o sistema mais simples e econômico. Raques: Para peças longas e estreitas (como tubos, barras, tiras, vergalhões e feixes). Podem ser montados em rodízios, para facilitar o deslocamento; Empilhamento: Uma variante das caixas, para aproveitar ao máximo o espaço vertical, reduzindo a necessidade de divisões nas prateleiras (formando uma única prateleira) e facilitando a utilização das empilhadeiras. As caixas ou pallets são empilhados uns sobre os outros, obedecendo a uma distribuição quantitativa; Container flexível: É uma das técnicas mais recentes, utilizada para sólidos a granel e líquidos em sacos. É uma espécie de saco feito com tecido resistente e borracha vulcanizada, com um revestimento interno conforme o uso. Sistemas de estocagem dos materiais Sistema de estocagem fixo (centralizado) Sistema de estocagem livre (descentralizado) Centralizado Estocagem em um único local Facilita o planejamento da produção, o inventário e o controle. Pode ocorrer desperdício de área de armazenamento Descentralizado Não existem locais fixos, estocagem junto aos pontos de utilização. A entrega e o inventário são mais rápidos, o trabalho com o fichário e documentação é menor Risco de possuir material perdido em estoque Segurança patrimonial e seguros Ao planejar o armazenamento as empresas precisam realizar um planejamento da segurança contra furtos ou roubos, seguros de incêndios, no sentido de preservação dos estoques da empresa. 3.2.3 Inventário Físico É a verificação da existência dos materiais da empresa, através de um levantamento físico de contagem, para confrontação com os estoques registrados nas fichas, efetuado periodicamente, para efeito de balanço contábil físico e financeiro do almoxarifado, seções, depósitos e de toda a empresa, atendendo a exigência fiscal da legislação. O processo do inventário físico O inventário físico deve ser realizado com dados atualizados, isto significa que todos os registros de movimentações de estoque devem ser atualizados até a data do inventário, quando deverão ser suspensas para evitar erros. O inventário físico obedece as seguintes etapas: 1 - Levantamento Os inventariantes são escolhidos e agrupados em duas equipes: “de contagem” (ou “de reconhecimento”) e “revisora” (ou de revisão); Devem ser agrupados os itens iguais, identificados com os cartões e isolados os que não serão inventariados. 2 - Contagem Cada item é contado duas vezes; A primeira contagem é feita pela “equipe recolhedora”, que fixará o cartão de inventário em cada item, anotando a quantidade da contagem no destaque do “cartão de inventário”; A Segunda contagem é feita pela “equipe revisora”. 3 - Apuração O coordenador do inventário deverá conferir ambas as contagens. Se positivo, o inventário para o item está correto, se não deverá haver uma terceira contagem por outra equipe diferente. 4 – Conciliação Em caso de divergências, os responsáveis pelo controle do estoque deverão justificar as diferenças entre o estoque contábil e inventariado, através de relatório. 3.2.4 Tipos de Estocagem O esquema de armazenagem escolhido por uma empresa depende da situação geográfica de suas instalações, da natureza de seus estoques, tamanho e respectivo valor. A disposição dos materiais deve se enquadrar em uma das alternativas que melhor atenda a seu fluxo: Armazenagem por agrupamento; Armazenagem por tamanhos; Armazenagem por frequência; Armazenagem especial. Armazenagem por agrupamento: Facilita as tarefas de arrumação e busca, mas nem sempre permite o melhor aproveitamento do espaço; Armazenagem por tamanhos Permite bom aproveitamento do espaço; Armazenagem por frequência: Consiste em armazenar tão próximo quanto possível da saída os materiais que tenham maior frequência de movimentos; Armazenagem Especial Ambiente climatizado: Destinado a materiais que exigem tratamento especial; Inflamáveis: Os produtos inflamáveis obedecem a rígidas normas de segurança. Critérios para armazenagem de cilindros de gases especiais: Grupo 1: Não inflamáveis, não corrosivos, baixa toxidez; Grupo 2: Inflamáveis, não corrosivos, baixa toxidez; Grupo 3: Inflamáveis, tóxicos e corrosivos; Grupo 4: Tóxicos e/ou corrosivos, não inflamáveis; Grupo 5: Espontaneamente inflamáveis; Grupo 6: Muito venenosos: Os cilindros devem ser colocados em áreas cobertas, ventiladas e em posição vertical, de modo compacto, impedindo a movimentação. Somente podem ser armazenados juntos os gases cuja soma dos números do grupo perfizerem 5 (argônio – grupo 1 + amônia – grupo 4); Produtos Perecíveis: Devem ser armazenados segundo o método “FIFO” (“First in First Out”) – “o primeiro que entra é o primeiro que sai”. Armazenagem em área externa Muitos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que diminui os custos e amplia o espaço interno. Podem ser colocados em áreas externas material a granel, tambores e contentores, pecas fundidas, chapas de metal e outros. 3.2.5 Coberturas Alternativas Outro tipo sde armazenagem se verifica com as coberturas alternativas, onde as mais utilizadas são: Galpão fixo, Galpão móvel Galpão fixo: Construído com perfilados de alumínio extrudado e conexões de aço galvanizado, cobertos com laminado de PVC anti chama, de elevada resistência a rasgos, fungos e raios ultravioleta; Galpão móvel: Semelhante ao galpão fixo, com a vantagem de possuir flexibilidade (capacidade de deslocamento) permitindo a manipulação de materiais em qualquer lugar, eliminando a necessidade de corredores. Independente de qualquer critério ou consideração à seleção do método de armazenamento, é oportuno salientar a conveniência a respeito às indicações contidas nas embalagens em geral, por meio dos símbolos convencionais que indicam os cuidados a serem seguidos no manuseio, transporte e armazenagem, de acordo com a carga contida. Exercícios da Unidade 3 a) Responda as questões abaixo relacionadas 1) O que significa gestão de estoque? 2) Quais as funções do estoque? 3) O que significam os níveis de estoque? 4) Como é realizado o controle dos estoques? 5) Como são avaliados os estoques? 6) Explique a função da Curva ABC 7) O que significa Just in Time? Qual a importância de sua utilização nas empresas? 8) O que é o Sistema KANBAN? 9) Quais as etapas do planejamento do Armazenamento? 10) Como é realizado o Inventário Físico? b) Resolva os seguintes Exercícios 1 - Uma fábrica de televisores consome a matéria-proma X no seu produto acabado. A ficha abaixo mostra a movimentação do material X. Data 1/1 24/1 08/2 16/3 11/6 18/8 6/9 15/10 29/12 QUANTIDADES Entradas Saídas 300 80 140 150 130 110 150 140 Saldo 100 400 320 180 330 200 90 240 100 Preço 1,50 1,56 VALORES Entradas $ Saída $ 468 1,60 240 170 255 Saldo $ 150 Qual será o saldo do estoque final em reais do material X pelo método UEPS, PEPS e Custo médio. 2 - Elabore passo a passo a classificação ABC, considerando a seguinte situação: Materiais zeta gama omega java yonica alfa beta delta nucleo zelda lira teta epsilon digama stigma iota lambda capa omicron sigma TOTAL Valor Qtde. unitário Vendida 5,00 500 11,00 200 7,00 150 15,00 80 5,00 20 23,00 750 61,00 640 9,00 50 12,00 1020 5,00 950 7,00 800 58,00 400 24,00 600 52,00 800 4,70 1200 5,20 1100 6,75 1000 9,70 950 5,00 400 33,00 300 Curva ABC do valor do faturamento: Materiais % itens Valor Qtde. Margem de Estoque lucro em % 3500 3 480 5 550 8 240 9 100 4 2800 6 2400 10 350 5 4600 8 2800 7 3200 15 1600 9 1800 3 1600 8 1500 9 5600 7 6000 6 8000 2 1200 4 900 5 % valor Valor do Faturamento % vl acm Valor do Estoque ABC Valor do Lucro Curva ABC do valor do estoque: Materiais % itens Valor % valor % vl acm ABC Curva ABC do valor do lucro Materiais % itens Valor % valor % vl acm ABC Unidade 4 Gestão da Distribuição – Logística Objetivos da Unidade 4 Conhecer a evolução e o conceito atual da logística. Mostrar a cadeia de suprimentos produtiva. Entender a aplicação do EDI no gerenciamento da logística. Mostrar a importância da Embalagem no armazenamento e na distribuição física. Entender o conceito Supply Chain Management - SCM 4.0 GESTÃO DA DISTRIBUIÇÃO - LOGISTICA No clima econômico rigoroso de hoje, em que os mercados em expansão são poucos em que os novos concorrentes globais estão acirrando a competitividade, os negócios passaram inevitavelmente a enfatizar, como ponto central, as estratégias que estabelecem uma lealdade de longo prazo com o cliente. O reconhecimento de que o relacionamento com o cliente é a chave para os lucros à longo prazo trouxe consigo a compreensão da importância crucial de estabelecer um serviço diferenciado ao cliente. Como os mercados apresentam cada vez mais características do alto consumo, em que os clientes veem pouca diferença entre as características físicas ou funcionais do produto,há vários produtos similares, é através da prestação especial de serviços, que cada organização faz a sua diferença. Um serviço eficaz ao cliente não se consegue somente através de empregados motivados embora isso seja um pré-requisito, mas por meio dos sistemas logísticos que permitam a entrega do produto dentro dos padrões exigidos pelo cliente. 4.1 ABORDAGEM LOGISTICA Ao longo da história do homem, as guerras têm sido ganhas e perdidas através do poder da logística ou da falta dela. Argumenta-se que a derrota da Inglaterra na guerra da independência dos Estados Unidos pode ser, em grande parte, atribuída a falta de logística. O exército britânico na América dependia quase que totalmente da Inglaterra para os suprimentos. No auge da guerra, havia12.000 soldados no ultramar e grande parte dos equipamentos e da alimentação partia da Inglaterra. Durante os primeiros seis anos de guerra, a administração destes suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das operações e a moral das tropas. Até 1781 eles não tinham desenvolvido uma organização capaz de suprir o exército e aquela altura já era muito tarde. Na segundo guerra mundial, também a logística teve um papel preponderante. A invasão da Europa pelas forças aliadas foi umexercício de logística altamente proficiente, tal como foi a derrota de Rommel no deserto. Entretanto, enquanto generais e marechais dos tempos remotos compreenderam o papel crítico da logística, estranhamente, somente num passado recente e que asorganizações empresariais reconheceram o aspecto vital que o gerenciamento logístico pode ter para a obtenção da vantagem competitiva. Em parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo nível de compreensão dos benefícios da logística integrada. 4.1.1 A Evolução Histórica A palavra logística derivada do grego (“logos = razão”) significa “a arte de calcular” ou “a manipulação dos detalhes de uma operação”. Na área militar, a palavra logística representa a aquisição, manutenção, transporte de materiais e de pessoal. Na história antiga o primeiro relato que existe da construção dos primeiros armazéns datam de 1800 A.C., onde José ao interpretar um sonho que o rei teve, no qual haveria sete anos de abundância, seguidos por sete anos de fome em todo país; José começou a construir e estocar um quinto da colheita de cada ano em armazéns e celeiros, em cada cidade do Egito; e o país sobreviveu, nos anos de fome, através de bons planejamentos e distribuição. Em 1991, o mundo presenciou um exemplo dramático da importância da logística. Como precedente da guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tiveram que deslocar grandes quantias de materiais a grandes distâncias, em que se pensava um tempo extremamente curto. Meio milhão de pessoas e mais meio milhão de materiais e suprimentos tiveram de ser transportadas por 12.000 quilômetros por via aérea, mais 2,3 milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar, tudo isso feito em questão de meses. 4.1.2 Conceito de Logística O termo Logística, de acordo com o Dicionário Aurélio, vem do francês logistique e tem como uma de suas definições a .parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos). Pode-se definir logística como sendo, no mínimo, a junção de quatro atividades básicas: as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos. Para que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento logístico, quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de manufatura e marketing. A função da logística é coordenar todas as atividades relacionadas à aquisição, movimentação e estocagem de materiais. Esta abordagem considera o fluxo inteiro de materiais e peças, desde os fornecedores até o estabelecimento de manufatura, com seusdepósitos e linhas de produção, e também depois da manufatura, no fluxo de peças e produtos, através dos armazéns e centros de distribuição até os clientes, este fluxo é controlado e planejado como um sistema integrado. Existem muitas maneiras de definir o conceito de logística, alguns autores definem como: “A logística consiste em fazer chegar a quantidade certa das mercadorias certas ao ponto certo, no tempo certo, nas condições e ao mínimo custo; a logística constitui-se num sistema global, formado pelo inter-relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compõem. Compreende a embalagem e a armazenagem, o manuseio, a movimentação e o transporte de um modo geral, a estocagem em trânsito e todo o transporte necessário, a recepção, o acondicionamento e a manipulação final, isto é, até o local de utilização do produto pelo cliente”. ( MOURA, 1998: 51). A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor” (ALT & MATINS, 2000: 252). A logística empresarial é o processo de planejamento, implementação e o controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente. (BALLOU, 1998:42). 4.1.3 A Cadeia de Suprimentos Produtiva Para melhor entender o conceito de cadeia produtiva, apresentam-se as seguintes definições:[...] Uma simples empresa geralmente não está habilitada a controlar seu fluxo de produto inteiro no canal, desde as fontes de matéria-prima até o ponto final de consumo, embora esta seja uma oportunidade emergente. Para propósitos práticos, a logística empresarial para empresas individuais tem um escopo estreito. Normalmente o máximo controle gerencial que pode ser esperado está sobre o suprimento físico imediato e sobre os canais de distribuição. O canal de suprimento físico refere-se ao hiato de tempo e espaço entre as fontes de material imediato de uma empresa e seus pontos de processamento. Da mesma maneira, o canal de distribuição física refere-se ao hiato de tempo e espaço entre os pontos de processamento da empresa e seus clientes. Devido às similaridades nas atividades entre os dois canais, o suprimento físico (normalmente chamado administração de materiais) e a distribuição física compreendem atividades que estão integradas na logística empresarial. O gerenciamento da logística empresarial é também popularmente chamado de gerenciamento da cadeia de suprimentos (BALLOU, 2001). Cadeia produtiva éo conjunto de atividades econômicas que se articulam progressivamente desde o início da elaboração de um produto (inclui matérias-primas, máquinas e equipamentos, produtos intermediários...) até o produto final, a distribuição e comercialização(BRASIL, 2000). Cadeia produtiva é o conjunto de atividades econômicas que se articulam progressivamente desde o início da elaboração de um produto. Isso inclui desde as matérias-primas, insumos básicos, máquinas e equipamentos, componentes, produtos intermediários até o produto acabado, a distribuição, a comercialização e a colocação do produto final junto ao consumidor, constituindo elos de uma corrente (INSTITUTO BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE, 1999). Cadeia produtiva é o conjunto de organizações (principalmente empresas), cujos processos, atividades, produtos e serviços são articulados entre si, como elos de uma mesma corrente, segundo uma sequência lógica progressiva ao longo de todo o ciclo produtivo de determinado produto ou serviço. Envolve todas as fases do ciclo produtivo, desde o fornecimento de insumos básicos até a chegada do produto ou serviço ao consumidor, cliente ou usuário final, bem como as respectivas organizações que pertencem e constituem os chamados segmentos produtivos da cadeia” (BRASIL, 2000b). Ballou, por seu lado, utiliza-se do termo cadeia de suprimento. Todas as demais definições aqui apresentadas são complementares e, neste sentido, serão tomadas como referência. Portanto, o termo utilizado neste artigo será “cadeia produtiva”, o qual refere-se ao conjunto de organizações,cujos processos, atividades, produtos e serviços são articulados entre si como elos de uma mesma corrente, numa sequência lógica progressiva ao longo de todo o processo produtivo de determinado produto ou serviço. A título de ilustração, e com base nas definições apresentadas, a figura 1 apresenta um exemplo de cadeia produtiva. Fontes - A cadeia começa com fontes que podem fornecer os ingredientes básicos para dar início a uma cadeia produtiva -matérias-primas. Esse primeiro elo é suficiente para dar início ao processo sem transformar a cadeia em uma conexão infinita. Processadores - a primeira conexão é com o processador, que transforma a matéria-prima em produtos, componentes ou serviços,claramente identificável como consumível na cadeia.As conexões vão evoluindo para os processadores que constroem, montam e equipam o produto final. Distribuidores - a cadeia precisa de alternativas para conduzir o produto ao consumidor. Embora existam vários meios disponíveis, o sistema de distribuição se adéqua às exigências da maior parte das cadeias de suprimento. Esse sistema transporta o produto final da fábrica para um depósito ou centro de distribuição,se necessário, e entrega as quantidades adequadas ao estabelecimento de varejo no momento em que for solicitado. Atacadistas/Varejistas - em suas prateleiras, os estabelecimentos atacadistas / varejistas oferecem o produto para o possível comprador. Entre os varejistas existem, por exemplo, as lojas de departamentos, as mercearias, grandes lojas ou pequenos negociantes, dos quais a compra é feita.Embora a cadeia física de distribuição esteja concluída nesse ponto, o modelo ficaria incompleto se não fossem incluídos os consumidores. Consumidores - Tomam a decisão final, selecionando seus produtos preferidos e efetuando as compras que concluem e trazem resultados para a cadeia. EDI e Internet Segundo Lankford & Johnson (2000), o EDI, abreviação de Electronic Data Interchange, ou, em português, Intercâmbio Eletrônico de Dados, é uma forma de comunicação eletrônica que permite a troca de informações e documentos em formatos estruturados que podem ser processados por determinado tipo de software. 4.1.4 O EDI na Gestão Logistica Quando as tecnologias EDI e Internet são utilizadas de forma adequada, há oportunidades de melhoria de desempenho nas operações logísticas. Segundo Lambert et al. (1998), estas tecnologias impactam vários aspectos da empresa, com destaque para a logística, principalmente em transporte, armazenagem, processamento de pedidos, gestão de estoques, afetando significativamente as áreas de suprimentos / compras e distribuição. A capacidade de maior visibilidade no fluxo logístico permite redução nos níveis de estoque, sem comprometer o atendimento à demanda. O uso de EDI permite às empresas melhorar sua gestão e controle da produção, permitindo reposição contínua conforme as necessidades (EAN Brasil, 2003). O uso da Internet permite redução de estoque nos canais de suprimento e de distribuição física, evitando obsolescência de produtos (HASSELBRING & WEIGAND, 2001; LAMBERT et al., 1998;BALLOU, 2001; BOWERSOX, 2001; MACHUCA & BARAJAS, 2003). O uso de EDI e Internet na logística de transportes está na transmissão das informações e documentação, na possibilidade de rastreamento da carga, no controle dos processos de carga e descarga. Alguns benefícios apontados na literatura são: redução de custos por evitar fretes adicionais, do gasto em paradas de veículo (pelo aguardo de transação de documentos, como nota fiscal),do tempo de atendimento, solidificação no relacionamento entre cliente e transportadora, melhoria das condições para planejamento das operações logísticas, facilitando o processo de licitação de serviços de transporte (GALLINA, 2001;FERREIRA, 2003; ATKINSON Apud LANCIONI et al., 2003). Há alguns anos atrás, a Kaiser (que é um produto da Coca Cola), estava fazendo uma campanha contra a fusão do que hoje é a Ambev; o que estava por trás desta briga , não era a concorrência pelo mercado de cerveja, e sim, a rede de distribuição. Com a fusão da Brahma, Skol e Antarctica, a rede de distribuição seria maior e mais eficaz e o Guaraná Antarctica (principal concorrente da Coca Cola) estaria a disposição com maior frequência para o consumidor, deixando mais acirrada a concorrência no mercado de refrigerantes. O gerenciamento da cadeia de suprimentos, ou supply chain, ou cadeia logística integrada, nada mais é do que administrar o sistema de logística integrada da empresa, ou seja, o uso de tecnologias avançadas, entre elas gerenciamento de informações e pesquisa operacional, para planejar e controlar uma complexa rede de fatores visando produzir e distribuir produtos e serviços para satisfazer o cliente. Os componentes da cadeia de suprimentos devem ser preparados para juntos maximizarem seu desempenho, adaptando-se naturalmente a mudanças externas e em outros componentes. Para isso é necessário um alto grau de integração entre fornecedor e cliente que, como parceiros, diminuem custos ao longo da cadeia (entre 10% e 30%) e tempo médio de estocagem (cerca de50%). À área de compras também compete o cuidado com os níveis de estoque da empresa, pois embora altos níveis de estoque possam significar poucos problemas com a produção, acarretam um custo exagerado para uma manutenção. Esses altos custos para mantê-los são resultantes de despesas com o espaço ocupado, custo de capital, pessoas de almoxarifado e controles. Baixos níveis de estoque, por outro lado, podem fazer com que a empresa trabalhe num limiar arriscado, em que qualquer detalhe,por menor que seja, acabe prejudicando ou parando a produção. A empresa poderá enfrentar, por exemplo, reclamações de clientes, altos níveis de estoque intermediários gerados por interrupções no processo produtivo. A necessidade de adequação aos sistemas just-in-time (JIT) de muitas das empresas levou a modificações importantes, entre elas a criação da nova função de suprimentos. O chamado procurement envolve, além do relacionamento puramente comercial com os fornecedores, também a pesquisa e o desenvolvimento desses relacionamentos, sua qualificação e o suporte técnico durante o relacionamento entre as partes, e que leva à necessidade de um aperfeiçoamento dos sistemas de informação. Hoje, há uma integração total entre todos os setores internos da empresa, clientes e fornecedores. Alem de tudo o que já foi visto, o departamento de compras também pode assumir vários outros papéis. Um deles está relacionado com a negociação de preços com os fornecedores. Essa negociação determinará o preço final dos produtos e, portanto, a competitividade da empresa. Mas ela pode ir mais longe, já que o comportamento do comprador pode mexer com vários aspectos da economia, como o nível de preços, o poder de compras do consumidor e o relacionamento entre os setores. 4.2 EMBALAGEM Com exceção de um número limitado de itens como matéria prima a granel, automóveis e mobília, a maioria dos produtos é distribuída em embalagens. Diversas são as razões pelas quais há despesas de embalagem. Entre elas estão as seguintes: Facilitar a estocagem e o manuseio; Promover melhor utilização de equipamentos de transportes; Fornecer proteção a produtos; Promover a venda de produtos; Facilitar o uso de produtos; Fornecer valor de reutilização a clientes. A embalagem se tornou item fundamental da vida de qualquer pessoa e principalmente das atividades de qualquer empresa. O desenvolvimento da embalagem acompanhou o desenvolvimento humano, da necessidade inicial do homem de armazenar água e alimentos em algum recipiente, visando à sobrevivência própria, até o inicio das atividades comerciais, e disseminação do uso das embalagens. Atualmente estão presentes em todos os produtos, com formas variadas, e funções variadas, sempre com a evolução das tecnologias utilizadas, que as tornam cada vez mais eficientes e estratégicas. Para a logística, a embalagem é item de fundamental importância, possui relacionamento em todas as áreas, e é essencial para atingir o objetivo logístico de disponibilizar as mercadorias no tempo certo, nas condições adequadas ao menor custo possível, principalmente na distribuição internacional. A embalagem protetora é uma despesa adicional de embalagem em forma de taxas mais baixas de transporte e estocagem, bem como poucas reclamações por danos. O profissional de logística traz esses custos em equilíbrio enquanto trabalha ebm próximo a engenharia e a vendas para alcançar os objetivos para alcançar os objetivos globais da embalagem. 4.2.1 As Funções da Embalagem As principais funções da embalagem são: contenção, proteção, e comunicação. A Função de Contenção A contenção refere-se à função de conter o produto, de servir como receptáculo, por exemplo, quando ocorre do produto vazar da embalagem, esta função não foi cumprida. O grau de eficiência da embalagem nesta função depende das características do produto. Uma mercadoria perigosa, inflamável, deve sempre ter 100% de eficiência, realizando o investimento necessário para tal. Enquanto que um fabricante de um material de menor valor, como sal, por exemplo, pode permiti-se utilizar uma embalagem com menor grau de eficiência nesta função, o mesmo ocorre com relação à função de proteção. A Função de Proteção A função de proteção possibilita o manuseio do produto até o consumo final, sem que ocorra danos na embalagem, e/ou produto. Também com relação a esta função deve-se estabelecer o grau desejado de proteção ao produto. Alguns dos principais riscos aos qual a embalagem está submetida são: choques, aceleração, temperatura, vibração, compressão, oxidação, perfuração, esmagamento, entre outros. A Função de Comunicação A função de comunicação é a que permitem levar a informação, utilizando diversas ferramentas, como símbolos, impressões, cores. Nas embalagens primárias, esta função ocorre diretamente com os consumidores finais, trazendo informações sobre a marca e produto. E nas embalagens ditas industriais, relacionadas à logística, a comunicação ocorre na medida em que impressões de códigos de barra nas embalagens, marcações, cores ou símbolos permitam a localização e identificação de forma facilitada nos processos logísticos de armazenagem, estoque, separação de pedidos, e transporte. 4.2.2 A Embalagem e as Operações Logísticas A interação da embalagem com as operações logísticas, deve iniciar-se no planejamento da embalagem, pois nesta etapa são definidos aspectos fundamentais, que irão influenciar todo o processo, como: dimensões, tipo de material, design, custo e padronização das embalagens. Estes aspectos são fundamentais para o planejamento e eficiência no armazenamento e transporte dos produtos, caso a embalagem não seja planejada de acordo com os recursos existentes (máquinas movimentação, espaço físico, modal transporte), será necessário adequar todos os recursos à embalagem. Segundo Moura &Banzato (2001) ao se falar em padronização de embalagens, na maioria das vezes refere-se à padronização das dimensões, e não do material. Isto porque são estas as características que influenciam mais a capacidade do equipamento de movimentação, e não o tipo de material utilizado na fabricação. A redução da variabilidade de embalagens facilita o armazenamento, manuseio e movimentação dos materiais, reduzindo o tempo de realização destas tarefas, por proporcionar uma padronização destes métodos, dos equipamentos de movimentação, e de armazenamento. Além da redução do tempo, outra vantagem da padronização é a redução de custos. A embalagem tem interação com todas as funções da logística, armazenamento, manuseio, movimentação de materiais, e transporte. Desta interação com as funções logísticas, pode-se conseguir redução de custos, de tempo na entrega final do produto, redução de perdas, e aumento do nível de serviço ao cliente. Na movimentação de materiais, dentro dos armazéns, e na troca de modal de transporte, é onde a embalagem sofre os maiores impactos, que podem causar danos a embalagem primária, e produto, e onde os impactos da falta de planejamento podem ser percebidos, seja pelo alto número de perdas, e/ou adaptação dos equipamentos de transporte, seja pelo aumento do custo decorrente destas perdas, e impossibilidade de padronização dos métodos e equipamentos de movimentação, que acabam por aumentar a necessidade de mão-de-obra e reduzir a eficiência. Neste sentido Moura&Banzato (2000) citam alguns pontos a serem analisados: até que ponto a embalagem para Matéria-Prima e para produtos acabados facilita as operações de recebimento, descarga, inspeção, movimentação; até que ponto as unidades de movimentação como caixa, paletes e contenedores facilitam a estocagem, e até que ponto a embalagem facilita o descarte e a reciclagem? A embalagem proporciona a proteção necessária ao produto durante o processo de armazenagem, assegurando sua integridade, pode proporcionar melhor utilização do espaço nos armazéns, e facilitar a identificação e separação dos produtos, evitando retrabalho com correções. Na definição do tipo de transporte deve-se verificar o ambiente ao qual os produtos serão submetidos, cada modal tem características próprias, que exigem cuidados específicos. Os maiores riscos durante o processo de transporte são: alterações clima, impactos com aceleração, vibrações, choque, umidade. Além das condições é necessário conhecer as limitações de cada modal quanto a peso e dimensões. 4.2.3 Os Principais Tipos de Embalagem Caixa de papelão A caixa de papelão representa uma grande economia para a empresa em relação à madeira e a outros materiais tradicionais de embalagem. As principais vantagens são as seguintes: elimina o espaço ocupado pelas caixas de madeira é rápida a selagem da caixa de papelão é muito mais leve o que facilita o manuseio, reduz os acidentes à mão-de-obra e diminui o frete. a violação é facilmente percebida; não estraga as demais caixas do mesmo carregamento. maior resistência aos choques; mais limpa; faz propaganda do produto. Tambores As principais vantagens dos tambores são as seguintes: muito utilizado para produtos líquidos, sólidos, pastosos, em pó, granulados, etc. muito resistente; fácil recuperação Fardos Os fardos possuem as seguintes utilizações: é a redução de volume conseguida com a utilização de prensas que comprimem a mercadoria; muito utilizado para fibras vegetais, como algodão, sisal, bucha; produtos de origem animal, como lã, pêlos; produtos transformados, como borracha sintética, retalhos ferro, além de resíduos de diversos materiais, como bagaço de cana, aparas de papel. 4.3 O GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ( supply chain management) É uma ferramenta que, usando a Tecnologia da Informação (TI) possibilita à empresa gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência, Nestes tempos modernos em que a exigência de consumo atingiu o limite extremo, o SCM permite às empresas alcançarem melhores padrões de competitividade. Em qualquer sociedade industrializada ou não, produtos devem ser movimentados fisicamente entre o local onde estes são produzidos e o local onde estes produtos serão consumidos, Exceto em culturas muito primitivas, na qual cada família satisfaz suas próprias necessidades domésticas, o processo de troca se transforma em pedra fundamental da atividade econômica. Trocas acontecem quando existe uma discrepância entre quantidade, tipo e tempo dos produtos disponíveis e os produtos necessários. Se um número de indivíduos ou organizações dentro de uma sociedade tem um excedente de produtos que alguém precisa, tem-se a base para as trocas de mercadorias ou serviços. O alinhamento das empresas que trazem produtos ou serviços ao mercado tem sido chamado de cadeia de abastecimento/suprimentos – supply chain. E, um termo que tem crescido significativamente no uso e popularidade desde o final dos anos 80, embora considerável confusão exista sobre o que na realidade ele significa é o Supply Chain Management - SCM (gerenciamento da cadeia de abastecimento). Muitas pessoas usam de forma equivocada o termo como um substituto ou sinônimo para Logística. O conceito de Supply Chain Management surgiu como uma evolução natural do conceito de Logística. Enquanto a Logística representa uma integração interna de atividades, o Supply Chain Management representa sua integração externa, pois estende a coordenação dos fluxos de materiais e informações aos fornecedores e seus clientes finais, modificando comportamentos e trazendo uma integração nunca vista. Assim, de acordo com o International Center for Competitive Excellence – University of North Caroline, 1994, SCM é a integração dos processos de negócios do usuário final através de fornecedores (originais) que fornecem produtos, serviços e informações e agregam valor para os consumidores. Um número de importantes diferenças existe entre esta definição de SCM e a definição de Logística do CLM (Council of Logistic Management) – “Logística é o processo da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo de bens e serviços e as informações relativas, o ponto de origem ao ponto, de consumo de maneira eficiente e eficaz, buscando a satisfação das necessidades do cliente”. Pode-se afirmar que o SCM é uma abordagem sistêmica, altamente interativa e complexa, requerendo a consideração simultânea de muitos trade-offs (representa uma troca compensatória entre alguns parâmetros como custos, tempo, etc) pois ele expande as fronteiras organizacionais e deve assim considerar, trade-offs dentro e entre as organizações no que diz respeito por exemplo a estoques: aonde inventários devem ser mantidos e onde atividades diversas devem ser desenvolvidas dentro da cadeia de suprimentos. A natureza dinâmica do meio ambiente de negócios requer gerenciamento para avaliar e monitorar a performance da cadeia de suprimentos regular e frequentemente. Quando as metas de performances não são alcançadas, o gerenciamento deve avaliar alternativas, possíveis para a cadeia de suprimentos. Para reforçar o entendimento do que é SCM e o que é Logística, pode-se citar Bowersox (98) que afirma ser, o “supplychain um termo que considera uma sequência de compradores ou vendedores trabalhando em conjunto para levar o produto da origem até a casa do consumidor” e, que a “Logística é o movimento de produtos e, da informação relativa a eles de um lugar a outro. Isto inclui transporte, armazenagem, movimentação de material, estoques e a informação inerente a tudo isto”. Em síntese o autor resume que “a Logística é a integração de todas estas partes de uma maneira sequenciada, é algo que envolve a operação e o Supply Chain (e, por conseguinte seu gerenciamento) é uma estratégia, uma parte maior do negócio”. 4.3.1 A Distribuição Física O marketing moderno considera a distribuição uma das fases mais críticas dos negócios. Dela depende parte importante da qualidade percebida pelo cliente, isto é, o que ele sente ao comparar sua satisfação com suas expectativas. Confiabilidade de entrega é fruto do recebimento da mercadoria no prazo correto, com embalagem correta, sem danos causados pelo transporte e erros no faturamento, e com o suporte de um serviço de atendimento ao cliente que resolva seus problemas com presteza e urbanidade, estes são eficazes instrumentos no chamado marketing de relacionamento. A distribuição começa na fabrica do fornecedor e termina nas mãos do cliente final.Como os bens estão em constante movimento nesse ínterim, devemos identificar em cada estagio como eles se movimentam (o modal de transporte) e quem faz a movimentação (o operador de transporte). A distribuição física representa um custo significativo para a maioria dos negócios, impactando diretamente na competitividade, de acordo com sua velocidade, confiabilidade e controlabilidade (capacidade de rastreamento e ação), ao entregar aos consumidores dentro do prazo. 4.3.2 Decisões na Distribuição Física Administrar o transporte significa tomar decisões sobre um amplo conjunto de aspectos. Essas decisões podem ser classificadas em dois grandes grupos: Decisões estratégicas e Decisões operacionais. . Decisões estratégicas As decisões estratégicas se caracterizam pelos impactos de longo prazo e se referem basicamente a aspectos estruturais.São basicamente quatro as principais decisões estratégicas no transporte são: Escolha de Modais; Decisões sobre propriedade da frota; Seleção e negociação com transportadores; Política de consolidação de cargas. Decisões operacionais As decisões operacionais são geralmente de curto prazo e se referem às tarefas do dia a dia. As principais decisões em curto prazo são: Planejamento de embarques; Programação de veículos; Roteirizarão; Auditoria de fretes; Gerenciamento de avarias. Seleção da Modalidade de Transporte: O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior classifica o Sistema de Transporte quanto à forma em: Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário); Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário e Ferroviário); Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido por um único contrato; Segmentados: envolve diversos contratos para diversos modais; Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato). Todas as modalidades têm suas vantagens e desvantagens. Algumas são adequadas para um determinado tipo de mercadorias e outras não. Segue descrição sucinta dos diversos modais. 4.3.3 Os Modais de Transporte Mas, qual o melhor modal? Transporte rodoviário, aéreo, marítimo, ferroviário? Para cada rota há uma possibilidade de escolha, que deve ser feita mediante uma analise profunda de custos, muito além de uma simples análise do custo baseada em peso por quilometragem (Kg/Km). Para cada ligação no canal logístico, cada modo apresenta vantagens particulares. A seleção da modalidade de transporte depende de dois fatores primordiais: A diferença entre o preço de venda do produto na origem e no local de consumo, fator este conhecido. O custo de transporte entre o centro de produção do produto e o local de consumo, fator que para ser calculado depende de dois aspectos: A Característica da carga a ser transportada envolve: tamanho, peso, valor unitário, tipo de manuseio, condições de segurança, tipo de embalagem, distancia a ser transportado, prazo de entrega e outros. Características das modalidades de transporte: condições da infra estrutura da malha de transportes, condições de operação, tempo de viagem, custo e frete, mão de obra envolvida e outros. Também influem na seleção da modalidade de transporte outros fatores: Tempo: cada modalidade apresenta um tempo diferente em função de suas próprias características Custo: cada modalidade tem seu componente de custos, que determina o valor do frete. Manuseio: cada modalidade está sujeita a determinadas operações de carga e descarga, nas quais a embalagem permite facilitar o manuseio, reduzir perdas e racionalizar custos. Rotas de viagem: cada modalidade envolve maior ou menor numero de viagens, podendo a empresa adotar o transporte intermodal sempre que o custos do transporte possam ser racionalizados. O transporte representa um dos elementos mais importantes na composição dos custos logísticos de uma empresa. Segundo BALLOU(1998), o transporte é capaz de absorver entre 33,3 e 66,6% dos custos logísticos totais. Surge, então, a necessidade de se entender os fundamentos do transporte e sua influência no desempenho logístico da empresa. 4.3.4 Os Tipos de Modais de Transporte Os principais tipos de modais são: Rodoviário Dutoviário Hidroviário ou Aquaviário Aeroviário Transporte Rodoviário O transporte rodoviário apresenta baixo custo inicial de implantação, exigindo apenas a construção do leito, uma vez que os veículos pertencem a terceiros. Trata-se do sistema de transporte mais utilizado no país, apesar de registrar elevado custo operacional e excessivo consumo de óleo diesel. Possui grande flexibilidade operacional, permitindo acessos a pontos isolados. Apresenta grande competitividade para o transporte de cargas dispersas, isto é, não concentradas na origem ou no destino e o de curtas distâncias, onde seu maior custo operacional é compensado pela eliminação de transbordos. O transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo Convênio sobre Transporte Internacional Terrestre entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru, firmado em Santiago do Chile, 1989. Esse convênio regulamenta os direitos e obrigações no tráfego regular de caminhões em viagens entre os países consignatários (MDCI 2002). No Brasil algumas rodovias ainda apresentam estado de conservação ruim, aumentando os custos com manutenção dos veículos. Além disso, a frota é antiga e sujeita a roubo de cargas. Vantagens Adequado para custas e médias distâncias; Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso as cargas; Menor manuseio da carga e menor exigência de embalagem; O desembaraço ma alfândega pode ser feito pela própria empresa transportadora. Desvantagens Custo de fretes mais elevados em alguns casos; Menor capacidade de carga entre todos os outros modais; Menos competitivo para longas distâncias. Com relação à segurança no transporte rodoviário de cargas, tecnologias com rastreamento de veículos por satélite, bloqueio remoto de combustível, entre outras tecnologias, estão sendo utilizadas por empresas do setor de transporte, visando reduzir os riscos de transporte. Ocorre que essas tecnologias possuem elevados custos de aquisição, de maneira que grande parte da frota rodoviária de carga encontra-se à margem dessas inovações. Transporte Ferroviário O transporte ferroviário possui um custo de implantação elevado, não apenas pela exigência de leitos mais elaborados, como também pela aquisição simultânea do material rodante, constituído de locomotivas e vagões. Apresenta baixo custo operacional e pequeno consumo de óleo diesel, em relação ao transporte rodoviário. Não apresenta grande flexibilidade, operando através de pontos fixos, caracterizados por estações e pátios de carga, sendo muito competitivo no transporte de cargas com origem e destinos fixos e para longas distâncias, onde os transbordos realizados na origem e no destino são compensados pelo menor custo do transporte. O transporte ferroviário na América do Sul também é regido pelo Convênio sobre Transporte Internacional. O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, entre outros. Vantagens Adequados para longas distâncias e grandes quantidades de carga Menor custo transporte. Desvantagens Diferença na largura das bitolas; Menor flexibilidade no trajeto; Necessidade maior de transbordo. Transporte Dutoviário O transporte dutoviario é feito através de tubos (dutos), baseando se na diferença de pressão. Sua utilização privilegia materiais fluidos, tal como gases, líquidos e sólidos granulares. O sistema apresenta elevado custo de implantação e baixo custo operacional. Possui pequena flexibilidade, operando apenas entre pontos fixos, que são as estações de bombeamento e recalque. No entanto, o transporte dutoviário registra muita competitividade para o transporte em alta velocidade de grandes quantidades de fluidos. Vantagens Alta confiabilidade, pois possui poucas interrupções; Pouco influenciado por fatores metrológicos. Desvantagens Numero limitado de serviço e capacidade. Transporte Hidroviário ou Aquaviário O transporte hidroviário apresenta baixo custo de implantação, quando da ocorrência de uma via natural. Tal custo, no entanto, aumenta bastante se houver necessidade de construção de canais, barragens e eclusas, por exemplo. Seu custo operacional, pequeno em vias perenes de grande calado, aumenta de maneira sensível em vias de baixo calado e de utilização sazonal, onde não é possível operar em períodos de seca. Apresenta baixa velocidade operacional e alcance limitado ao curso natural da via utilizada. Atinge excelente competitividade quando satisfeitas as condições de via natural, perene e de grande calado. Vantagens Custos de perdas e danos são considerados baixos. Desvantagens Costuma ser mais lento que o modo ferroviário; Disponibilidade e confiabilidade são fortemente influenciadas pelas condições metrológicas. Transporte Aeroviário O transporte aeroviário apresenta baixo custo de instalação e elevado custo operacional. Registra grande flexibilidade e permite o acesso a pontos isolados do país, com alta velocidade operacional. É o meio ideal para o transporte de mercadorias de grande valor e de materiais perecíveis em situações excepcionais. Algumas dessas situações são catástrofes, guerras e epidemias. Devido a seu elevado custo operacional, o transporte aéreo não é apresentado como alternativa, limitando-se sua utilização a casos específicos. É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega. Vantagens É o transporte mais rápido Não necessita embalagem mais reforçada (manuseio mais cuidadoso) Os aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros de produção Desvantagens Menor capacidade de carga Valor do frete mais elevado que os outros modais Exercícios da Unidade 4 1) O que é Logística? 2) Explique as fases de evolução da Logística? 3) que significa o termo cadeia de suprimentos produtiva? 4) Qual o papel do EDI na gestão Logística? 5) Quais as razões pelas quais há despesas com a Embalagem? 6) Qual a relação da embalagem com as operações Logísticas? 7) Qual a relação entre o SCM - Supply Chain Management e a Logística? 8) O que é Distribuição Física? 9) Quais as decisões Estratégicas e Operacionais na distribuição Física? 10) Faça uma relação entre os custos dos modais de transporte? BIBLIOGRAFIA