Nivel 3 - Apostila - Igreja Ministério Apostólico Metodista

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MINISTÉRIO APOSTÓLICO METODISTA
ESCOLA DE LÍDERES
... um amor além da razão!
Escolas
Escolas de Liderança e Aconselhamento
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MINISTÉRIO APOSTÓLICO METODISTA
ESCOLA DE LÍDERES
... um amor além da razão!
Escola de Liderança
Sumário
Introdução...... 03
Definição de Liderança............. 03
Identificação do chamado..... 06
A personalidade do líder..... 06
Qualidades do líder ...... 10
A excelência na liderança ...... 15
Como nasce a excelência ...... 16
O preço da liderança...... 17
Perigos da Liderança......... 17
Tipos de Liderança..... 18
Maturidade ...... 22
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MINISTÉRIO APOSTÓLICO METODISTA
ESCOLA DE LÍDERES
... um amor além da razão!
Introdução
Um dos compromissos mais importantes que assumimos diante de Deus é “fazer de cada
crente um líder”. Cada pessoa, seja uma criança, um jovem, um homem ou uma mulher, é um
líder em potencial, e tão rápido nos envolvamos na tarefa de que o caráter de Cristo seja
reproduzido em suas vidas, eles mesmos experimentarão como o próprio Senhor vai limando as
arestas de suas vidas, porque cada pessoa é dotada de talentos que, dispostos nas mãos de
Deus, serão instrumentos efetivos para que o reino de Cristo seja estabelecido em cada vida, até
que a “a terra seja cheia do conhecimento da glória de Deus, como as águas cobrem o mar”
(Habacuque 2:14).
Este curso auxiliará você em temas fundamentais sobre liderança. De um lado, veremos o
que realmente é ser um líder de equipe, todas as diferenças que interferem na formação desse
líder e que características deve possuir ou desenvolver. De outro lado conheceremos o processo
de motivação. O que realmente motiva cada um de nós. E o que o líder deve saber para motivar,
inspirar sua equipe para que ela alcance excelentes resultados. Abordaremos ainda o aspecto da
excelência, sem a qual não se pode atingir resultados duradouros.
Aula 1
Definição de Liderança
(Mt 5:1-16; Mt 8:7-10; Mc 9:35; Hb 11:2; 2 Tm 2:15; 1 Sm 17:45-46; At 13:1-3,
2 Tm 2:1-2)
1.1. O que se entende por liderança?
Entende-se por liderança, basicamente, o processo de exercer influência sobre um
indivíduo ou um grupo, para a realização de um objetivo em uma determinada situação. A
liderança deve ser entendida como um processo dinâmico, que varia de situação para situação,
com mudanças nos líderes, seguidores e situações. Para o líder cristão é essencial que este
molde o caráter de seus liderados à imagem de Cristo; que ele reconheça valores, talentos e as
qualidades de seus liderados. Ninguém pode dizer que é um líder se não tem quem o siga.
LIDERANÇA:
“A maior habilidade de um líder é
desenvolver qualidades extraordinárias em
pessoas comuns”.
(Abraham Lincoln)
Antigamente se associava a palavra liderança à chefia. É natural que isso ainda ocorra,
porém, a forma de entender a palavra liderança, por parte de pessoas mais tradicionalistas, é que
constitui um problema. Tais indivíduos entendem que liderança corresponde somente à chefia,
acreditam que somente terão acesso a um determinado grupo de pessoas, quando ostentarem
um cargo superior dentro da instituição da qual fazem parte.
“O chefe se acha o líder, mas o líder nem sempre é o chefe”.
ATENÇÃO:
O importante na convivência em grupo, em equipe, é identificarmos as principais
características de cada colaborador, deixando posteriormente que cada um lidere
processos que tenham uma relação mais aproximada com suas habilidades e
competências.
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É comum imaginarmos que uma convivência assim não é nada fácil, pois, a vaidade das
pessoas pode tornar esse processo bastante apimentado, difícil mesmo; realmente isso pode
ocorrer.
De qualquer maneira o processo de liderança acontecerá, pois, não é necessário ser chefe
para ter acesso ao grupo. Ao mesmo tempo, alguns chefes, por fraqueza de argumentos ou por
quererem impor a liderança, acabam provocando exatamente o contrário, ou seja, pessoas
jogando contra.
A grande saída é buscar através do diálogo, de reuniões, todos os envolvidos na tarefa,
líder e discípulos entendam que um trabalho em equipe necessita de um coordenador, isso não
significa que uma pessoa seja superior à outra, pois o coordenador é alguém envolvido no
processo para trabalhar pelos coordenados, facilitando o trabalho destes.
É o contrário de tudo que pensamos: o líder trabalha para a equipe, criando melhores
condições para que esta se desenvolva e produza mais, o líder ocupa-se não somente das
tarefas, mas também, das relações humanas.
CHEFE
LÍDER
Diz: façam;
Diz “Nós”, faremos;
Manda, impõe;
Sugere, orienta, comanda;
Inspira medo;
Inspira confiança;
Isola-se do grupo;
Está com o grupo;
Desconfia;
Confia;
Compele, força;
Dá assistência;
Pouco se dispõe a escutar;
Está disposto a escutar;
Não considera as diferenças pessoais; Leva em conta as diferenças pessoais;
Toma decisões individuais;
Ouve o grupo.
1.2. A liderança consiste em:
1.2.1. Guiar outros (Mt 8:10)
Uma das maiores conquistas que você pode alcançar, é o espírito de liderança. Para poder guiar
outras pessoas ao objetivo desejado, o líder cristão deve ter uma excelente relação com o Espírito
Santo, deve deixar-se influenciar por Ele, para poder influenciar correta e positivamente. Outra
coisa importante que não deve faltar na liderança cristã, antes, servir de base em qualquer relação
de autoridade, é a integridade.
1.2.2. Motivar outros
A maior motivação ocorre quando as pessoas sabem para onde se dirigem, quando vislumbram
um desenvolvimento progressivo dentro de seu ministério e são capazes de ver como conquistar
suas metas. Uma das maneiras de se alcançar motivação é que à medida que se tem um contato
permanente com seus seguidores, mostrar-se a si mesmo como exemplo. A influência que dá
sentido à verdadeira liderança implica animar o individuo, motivá-lo, estimulá-lo à inovação,
desafiá-lo a descobrir e aproveitar seus dons e talentos e, sobretudo, formá-lo até que ele esteja
capacitado a influenciar outros.
1.2.3. Impulsionar o desenvolvimento
pessoal
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O líder que queira alcançar o sucesso com seus liderados não deve sentir ciúmes, inveja nem
desconfiança deles. Sua meta é levá-los a desenvolver seu potencial ao máximo. A verdadeira
liderança é a que contribui para o desenvolvimento pessoal de cada um dos que estão sendo
dirigidos.
1.2.4. Forjar valentes
A liderança eficaz está integrada por pessoas valorosas, que superam temores, insegurança e
complexos, somente eles estão capacitados para forjar valentes em sua equipe. A estratégia de
Deus para forjar seus valentes é provar as pessoas nas pequenas coisas, porque Ele não dá
grandes responsabilidades até que esteja seguro de que somos capazes de assumi-las.
1.3. O propósito ideal da liderança
É dever do líder fazer com que a visão seja absorvida com facilidade pelos membros de
sua equipe e para isto é necessário que o líder preencha alguns requisitos, como:
a. Ter um conceito correto de si mesmo (2 Co 11:5-6);
b. Ser um exemplo para os outros (Sl 45:7);
c. Viver na Palavra (Is 1:8);
d. Deixar-se ensinar por Deus (Sl 32:8);
e. Ser capaz de instruir sua família (Is 59:21);
f. Ter coração de pastor (Sl 78:72);
g. Formar seu discípulo, sua equipe de 12 (1 Rs 4:7, Nm 27:20, Dt 1:13).
A liderança consiste em exercer influência positiva sobre outros, para que neles ocorra
uma mudança de mentalidade que ajude a melhorar seu estilo de vida, através de uma motivação
permanente, e que procure o desenvolvimento de cada pessoa. A liderança de sucesso é aquela
onde existem sonhos, metas definidas, um compromisso total e cumpre-se o propósito de fazer
com que a visão corra.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1.
Busque em pelo menos duas fontes (dicionários, livros, Internet, etc.) a definição
das palavras liderança, chefia, equipe e grupo e transcreva-as no quadro:
Palavra
Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3
Liderança
Chefia
Equipe
Grupo
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2.
Com base em suas pesquisas defina cada uma das palavras anteriores, com
suas próprias palavras, traçando um paralelo entre elas.
Aula 2
Identificação do chamado
(Jr 1:4-10; Rm 11:29; 2 Tm 1:9; Fp 3:14; 2 Ts 1:11; Hb 3:11; Ef 4:11; Êx 18:21; Jô 20:2122; Rm 8:28; 1 Co 11:1; Mt 16:18; 1 Pe 2:5)
2.1. O que é chamado?
O chamado pode ser encarado como tarefa ou designação. Em outro aspecto, pode ainda
ser visto e entendido como vocação, isto é, uma pessoa vocacionada para um ministério
específico. Vamos, porém, considerá-lo como um despertar, um alerta, um pedido da parte de
Deus para que se faça a Sua obra, da maneira e no momento em que ele a requerer, com um
diferencial: é Deus quem capacita.
2.2. Reconheça o chamado
A sensibilidade ao Espírito Santo é uma das condições essenciais para ouvir o chamado
de Deus e atendê-lo. Estamos conscientes de que não estamos no ministério por nossos dons,
talentos ou habilidades, e sim pela graça de Deus para com cada um de nós. Vários aspectos
intervêm no reconhecimento ao chamado:
a. Convicção: é fundamental ter a plena certeza de que Deus nos chamou para o
ministério.
b. Compromisso: Deus escolheu você para dar a continuidade à Sua obra, é preciso se
lançar e fazê-la sem temor, sem recuar.
c. Quebrantamento: é um mecanismo de proteção poderoso diante das adversidades da
vida.
d. Unção: Deus lhe deu a unção para que você desenvolva eficazmente Sua obra. Ela
equivale a experimentar a presença de Deus de uma maneira permanente em sua
vida, que se reflete no que você diz, ensina e sobre quem lidera.
e. Sujeição: Você precisa entender que sua autoridade espiritual sobre seus discípulos
não é impositiva, mas, diretiva, apresentando-se como exemplo em todas as coisas.
f. Frutificação: não existe maior gozo do que sentir-se útil na obra de Deus, e é
importante saber que todos podem desenvolver um potencial para frutificar.
O Senhor tem uma missão para cada um de nós! Este chamado está associado ao propósito de
Deus para cada vida, o qual é cumprido dependendo dos requisitos estabelecidos por Ele próprio.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Discorra sobre o seu chamado ministerial:
Aula 3
Personalidade do líder
(Tt 1:5-7; 2 Tm 2:15; 1 Ts 5:23; Sl 139:13; 1 Co 9:24-27; Ef 2:10)
3.1. Personalidade
Define-se a personalidade como tudo aquilo que distingue um indivíduo de outros, ou seja,
o conjunto de características psicológicas que determinam a sua individualidade pessoal e social.
A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada ser humano. O termo
deriva do grego “persona”, com significado de máscara. Designava o "personagem" representado
pelos atores teatrais no palco. Pode-se definí-la, ainda, como uma organização dinâmica interna
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dos sistemas psicológicos do homem, que determina o seu ajuste individual ao ambiente. Mais
claramente, pode-se dizer que é a soma total de como o indivíduo interage e reage em relação à
sociedade e ao meio em que vive.
A personalidade de um indivíduo é determinada pela ação conjunta de seu caráter e de
seu temperamento.
3.2. Caráter
O termo caráter é originário do grego “charakter” e refere-se a sinal, a marca, a
instrumento que grava. Aplicando esse termo à personalidade, notam-se aqueles aspectos que
foram gravados, inscritos em cada indivíduo durante o seu desenvolvimento.
O caráter é o conjunto de reações e hábitos de comportamento que vão sendo adquiridos
ao longo da vida e que especificam o modo individual de cada pessoa. Portanto, o caráter é
composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para
várias situações. Incluem aqui as atitudes e valores conscientes, o estilo de comportamento
(timidez, agressividade e assim por diante) e as atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e
movimentação do corpo). É o reflexo externo do que aceitamos internamente.
Enfim, caráter é o verdadeiro eu. É o resultado do temperamento natural influenciado pela
disciplina e educação recebidas na infância, pelos comportamentos básicos, crenças, princípios e
motivações.
3.3. Temperamento
O temperamento está ligado às sensações e motivações básicas e automáticas da pessoa
no âmbito emocional; é herdado geneticamente e regulado biologicamente, sendo o alicerce do
nosso humor. Conseqüentemente, os transtornos de humor são compatíveis com nosso
temperamento. Tem a ver com o homem interior. É o que faz cada homem ser único,
diferenciando-se de qualquer outra pessoa.
Temperamento é a combinação de características congênitas que subconscientemente
afetam o procedimento da pessoa e que envolve os genes recebidos dos avós e pais e ainda uma
imprevisibilidade, algo de imprevisto que pode acontecer; em outras palavras, temperamento é a
natureza do homem, que é formada por fatores hereditários, que se encontram profundamente
enraizados na pessoa.
Temperamento é aquilo que chamamos de meu jeito de ser… E este jeito muitas vezes
traz deficiências, como: Reagir de modo diferente do desejado, dificuldade de entender as
pessoas e a si próprio. Daí é importante entender o que é temperamento, para ser melhor pra si
mesmo e para os outros.
Na verdade, todo mundo pode mudar, porém é preciso lutar pra isto, não dá pra se
acomodar com as atitudes, com o temperamento que se tem. Todo temperamento pode ser
mudado, controlado pelo Espírito Santo. Exemplos não nos faltam: A Bíblia nos fala, por exemplo,
do apóstolo João que era um jovem de temperamento difícil e agressivo. Certa vez Jesus
precisando de abrigo em uma cidade, mandou que João fosse providenciar tal local, mas o povo
não acolheu e João, que com seu temperamento difícil e impetuoso pediu a Jesus uma
autorização para mandar fogo do céu e consumir aquela cidade. Isto está no Evangelho de Lucas,
(9:51-56). Porém, este mesmo João já depois da experiência que teve com o Espírito Santo em
Pentecostes, ao escrever as suas cartas, fala de amar, de perdoar os irmãos… Vale a pena ler a
primeira carta de João, (4:20-21). Compare e perceba que nem parece o mesmo João; mas é! É
que João permitiu ao Espírito Santo controlar o seu temperamento.
Sobre temperamento é importante saber que nenhum temperamento foi criado pelo diabo,
nenhum é bom ou mal em si mesmo, todos foram criados por Deus, todo temperamento possui
fraquezas e virtudes, o inimigo pode influenciar e trabalhar por meio dessas fraquezas. Seremos
mais felizes quando compreendermos nosso temperamento e o entregarmos ao controle do
Espírito Santo.
Também é importante tomar alguns cuidados quando se estuda ou se analisa o
temperamento, como, por exemplo: não ficar tentando discernir ou consertar o temperamento dos
outros; não esconder o temperamento que possui, pois as falhas podem ser consertadas; não
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considerar um temperamento mal ou bom; não entristecer-se com o próprio temperamento, nem
desejar ter nascido com outro.
Nenhum temperamento é mais atraente do que o outro. Todos são importantes e cada um
possui suas forças e fraquezas que tornam cada pessoa um ser único e diferente. Todos nós
possuímos um pouco de cada temperamento. As características do temperamento controladas, ou
não, duram para sempre.
Uma última palavra sobre temperamento: Por mais difícil que você seja ou esteja, com
o Espírito Santo, tem jeito!!!
Há quatro tipos de temperamentos básicos propostos por Hipócrates:
3.3.1. Sanguíneo
Quando se fala do temperamento sanguíneo, se fala de “sangue quente”, de vivacidade. É
um temperamento eufórico, vigoroso, que vive o presente, esquece facilmente o passado e não
pensa muito no futuro. Traz em si otimismo e por isso crê, mesmo em meio às adversidades.
Porém, como todos os temperamentos, traz suas forças e fraquezas.
Forças: Sempre tem amigos, compassivo, cordial, receptivo, é divertido e contagia os outros,
compreensivo e por isso bom companheiro, simpático, apreciador, otimista, destacado e
entusiasta e por isso é um excelente líder.
Fraquezas: É agitado e turbulento, desorganizado, pusilânime (fraco de ânimo), adora agradar,
começa as coisas e não termina, é egoísta e cada vez mais tende a falar muito de si mesmo e de
suas qualidades e feitos, fala antes de pensar, toma decisões, na maior parte do tempo, pelos
sentimentos, tende a desculpar-se sempre de suas fraquezas, egoísta, emocionalmente instável.
Profissionalmente, são bons professores, oradores, vendedores, comerciantes, profissionais de
propaganda e marketing.
Na Bíblia: encontramos um grande sanguíneo, o apóstolo Pedro; ele exibia calor, intensivamente,
em suas emoções e ação dinâmica. Ninguém foi tão falante, tão vibrante e tão decisivo como
Pedro. Amava ao Senhor intensamente e era o seu companheiro de todas as horas; por outro
lado, era tão pusilânime (fraco de ânimo), que questionado naquela terrível madrugada de sextafeira, negou diante de uma empregada o seu Senhor, pelo qual jurara tanto amor. Porém, como
todo sanguíneo, teve a coragem de voltar atrás, arrepender-se, não olhar mais para o passado e
liderar a Igreja de Jesus.
Temperamento modificado pelo Espírito Santo: Pleno do Espírito tem autocontrole, paz e
humildade.
Dicas para servir a Deus: Se você é sangüíneo, use sua habilidade de comunicação para
pregar, para falar do Reino de Deus.
3.3.2. Colérico
É um temperamento ardente, vivaz, ativo, prático e voluntarioso. Por ser decidido e
teimoso, torna-se auto-suficiente e muito independente. Por ser ativo, estimula os que estão ao
seu redor, não cede sobre pressões. Possui uma firmeza nas suas atitudes, o que o faz
freqüentemente obter sucesso. Não é dado a emoções, por ser pouco analista, não vê as
armadilhas na sua trajetória. Muitos líderes mundiais e grandes generais foram coléricos.
Forças: É otimista, enérgico, prático, audacioso, autodisciplinado e autodeterminado, não tem
medo de situações difíceis nem de grandes desafios, estes o estimulam ainda mais, é alguém de
objetivos e por isso a dificuldade não o esmorece… são lideres natos.
Fraquezas: Violento, cruel, impetuoso, iracundo, auto-suficiente, é vingativo e amargo, muitas
vezes falará coisas cruéis, sarcásticas e mordazes (ofensas grosseiras e refinadas), embora seja
de fato capaz, sua arrogância tende a causar antipatia nos outros temperamentos.
Problemas causados: Torna-se exigente com os seus, é uma pessoa de muitos argumentos,
impiedoso nas decisões, ausência de bondade, cria padrões difíceis de serem alcançados, utilizase das situações para levar vantagem.
Profissionalmente: São sempre bons gerentes, planejadores, produtores ou ditadores.
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Na Bíblia: temos um grande colérico, Paulo. A principal qualidade do colérico é a força de
vontade, que faz dele uma pessoa enérgica, eficiente, resoluta, e um líder cheio de audácia e
otimismo. Paulo foi um portador desse temperamento notável, o livro de Atos e suas cartas no-lo
revelam. Apesar deste caráter ativo, prático, dinâmico e corajoso, Paulo antes de conhecer a
Jesus e receber o Espírito Santo, demonstrou-se um homem cruel, zangado, hostil e amargurado.
Temperamento modificado pelo Espírito Santo: Pleno do Espírito tem amor, paz, docilidade e
paciência.
Dicas para servir a Deus: Se você é colérico use toda sua audácia, coragem e eficiência, como
Paulo, para falar em qualquer tempo e em qualquer lugar, sobre o Jesus crucificado, mas
ressurreto.
3.3.3. Melancólico
É um temperamento analítico, abnegado, bem dotado e perfeccionista. Isto o faz admirar
as belas artes. É introvertido por natureza. Mas às vezes é levado por seu ânimo a ser
extrovertido. Outras vezes enclausura-se como caramujo, chegando a ser hostil. É amigo fiel, mas
não faz amigo facilmente, por ser desconfiado. Tem habilidade de analisar os perigos que o
envolve. Força-se a sofrer e sempre escolhe uma vocação difícil, que envolva grande sacrifício
pessoal. Muitos dos grandes gênios do mundo, artistas, músicos, inventores, filósofos,
educadores e teóricos, eram melancólicos. Podemos ver estas características em personagens
bíblicos de projeção como, Moisés, Elias, Salomão, o apóstolo João e muitos outros. Sua
tendência é a calma, a depressão e a tristeza.
Forças: Habilidoso, delicado, leal, idealista e minucioso, sensível às necessidades alheias,
perfeccionista, analítico, amigo fiel.
Fraquezas: Egocêntrico, caprichoso, amuado, pessimista, confuso, anti-social e vingativo.
Problemas causados: Espera muito das pessoas, em troca do que faz. Intromete-se onde não
deve, gasta tempo com o que não deve, atrapalhando seu serviço, tem aversão a pessoas que
têm pontos de vista diferentes, entra em atrito com as pessoas que se opõe ao seu caminhar.
Profissionalmente: Podem ser artistas, músicos, inventores, filósofos e educadores.
Na Bíblia: vemos como melancólico Moisés. Muitos personagens da Bíblia demonstraram possuílo, mas o mais destacado foi Moisés; ele era talentoso (At.7:22); abnegado (Hb. 11:23-27);
perfeccionista (Deus usou essa qualidade para lhe dar os detalhes da Lei, da justiça divina e do
Tabernáculo); leal (os livros da Lei, revelam isso) e extremamente dedicado (Ex.32:31-32). Mas
sofria de um complexo de inferioridade que trazia à tona todas as fraquezas do melancólico (Ex.
3:11-13; Ex. 4:1, 3, 10,13). Muitas vezes se deixava dominar pela ira (Nm.20:9-12) e pela
depressão (Nm.11:11-15).
Temperamento modificado pelo Espírito Santo: Pleno do Espírito tem bondade, alegria, paz e
amor.
Dicas para servir a Deus: Se você é melancólico, use toda sua sensibilidade, habilidade e
dedicação ao Reino de Deus e evangelize pelas artes.
3.3.4. Fleumático
O fleumático, geralmente é calmo, frio, equilibrado e por isso a vida para ele é feliz e
descompromissada; raramente explode em risos ou em raiva, consegue fazer os outros rirem,
mas ele mesmo não solta um sorriso sequer; sempre diz: “alguém devia fazer alguma coisa”, mas
ele não faz. Porém é habilidoso para promover paz e conciliação.
Forças: É calmo, tranqüilo, cumpridor dos deveres, líder imperturbável, para ele é fácil ouvir os
problemas dos outros, o que é difícil para o sangüíneo e para o colérico; trabalha bem sob
pressão, por isso cumpre suas obrigações e gosta de cumprir seus horários.
Fraquezas: É um tipo de pessoa calculista, desmotivada. É muito pretensiosa, desconfiada, e isto
a afasta dos outros. É uma pessoa indecisa nas suas decisões e temerosa. Esse tipo de pessoa
é muito castigada pelo seu egoísmo.
Problemas causados: Através das suas piadas não se esforça para realizar suas tarefas em
ritmo satisfatório.
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Profissionalmente: Podem ser bons diplomatas, administradores, professores e técnicos.
Na Bíblia: temos Abraão como fleumático: Todas as qualidades do fleumático estavam presentes
na vida do fiel Abraão. Ele era pacífico, prático e bem humorado (Gn. 13:8-9); leal, calmo e
eficiente (Gn. 14:14-16); cumpridor de seus deveres (Gn. 14:20); conservador em seus princípios
(Gn. 14:22-24). Deus o provou em todas as suas promessas, mas ele permaneceu firme na fé.
Dele disse Deus: “Eu o tenho conhecido” (Gn. 18:19). Todavia, ele apresentava também os
defeitos desse tipo de temperamento. Com o crescimento da sua vida espiritual e submissão a
Deus, assumiu suas posições e foi liberto da incredulidade (Hb. 11:8-9); do medo (Hb. 11:17) e
fortalecido na fé (Gn. 22:8). Apesar de seu temperamento, o seu direcionamento à Deus, o fez um
dos maiores homens que já viveu.
Temperamento modificado pelo Espírito Santo: Pleno do Espírito tem amor, fé, bondade e
autocontrole.
Dicas para servir a Deus: Se você é fleumático, use seu amor, sua maneira carinhosa de ser,
para mostrar ao mundo que vive no ódio e no desamor, o amor Daquele que deu o Seu único
Filho por nós e que nos amou primeiro.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Fale um pouco sobre o seu temperamento e como você
deste:
reage às manifestações
Aula 4
Qualidades do líder
4.1
4.1. Qualidades indispensáveis ao líder
4.1
4.1.1. Caráter – Esteja firmado na rocha
rocha
O modo como líder trata das circunstâncias da vida diz muito sobre seu caráter. A crise
revela dois caminhos: o caráter ou a concessão. Aquele que escolhe o caráter torna-se mais forte,
ainda que a escolha traga conseqüências negativas à primeira vista.
Caráter é mais do que falar - a ação é o verdadeiro indicador do caráter, e é o caráter
quem determina quem você é, é impossível separa o caráter de um líder de suas ações.
Caráter é uma escolha – Somos nós mesmos quem escolhemos nosso caráter. À medida
que fazemos nossas escolhas, estamos criando nosso próprio caráter.
Caráter traz sucesso duradouro com as pessoas – os seguidores não confiam em
líderes cujo caráter apresenta falhas.
Os líderes não podem estar acima das limitações do próprio caráter – Arrogância,
solidão, busca de aventuras ou adultério, qualquer uma delas é um preço terrível a pagar pela
fraqueza de caráter.
Para melhorar o seu caráter, faça o seguinte:
• Procure as falhas;
• Procure padrões;
• Enfrente as conseqüências;
• Reconstrua.
4.1
4.1.2. Carisma
Carisma – A primeira impressão pode selar o acordo
Carisma é a habilidade de atrair pessoas para si. O líder deve preocupar-se em fazer as
outras pessoas se sentirem bem em relação a elas mesmas, uma vez que, as pessoas
desempenham melhor o seu trabalho sob uma atitude de aprovação do que sob uma atitude de
crítica. Para tornar-se o tipo de pessoa que atrai outros, você precisa:
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4.
Amor à vida – as pessoas gostam de líderes que têm prazer na vida, que são
apaixonadas pela vida.
Dê um “10” a todas as pessoas – Uma das melhores coisas que você faz
pelas pessoas é esperar o melhor delas. Ajude-as a pensarem mais
positivamente sobre elas mesmas. Se você valoriza os outros, encoraja-os e
ajuda-os a alcançar o potencial que eles têm, eles o amarão por isso.
Dê esperança às pessoas – a esperança é o maior de todos os bens, se você
conceder essa dádiva às pessoas, elas serão atraídas a você e ficarão
eternamente gratas.
Compartilhe a si mesmo – O fundamental é preocupar-se com as outras
pessoas, doe-se a elas, compartilhe sabedoria, recursos e ocasiões especiais.
São bloqueadores do carisma:
• Orgulho;
• Insegurança;
• Instabilidade;
• Perfeccionismo;
• Ceticismo.
Para desenvolver seu carisma, faça o seguinte:
• Mude seu foco – observe sua interação com as pessoas e concentre-se
mais nos outros.
• Faça o jogo da primeira impressão – concentre-se nos interesses da
outra pessoa.
• Compartilhe a si mesmo – tenha como meta de longo prazo valorizar as
pessoas que o cercam.
4.1.3. Comprometimento – Distingue frutificadores e
murmuradores
O comprometimento pode ser demonstrado pelo número de horas que você quer investir,
pelo esforço em melhorar suas habilidades e pelo sacrifício pessoal. Lembre-se que mesmo que
você esteja trabalhando em algo que ninguém verá, Deus verá e recompensará.
• O comprometimento começa no coração – o comprometimento precede a conquista; se
você quer fazer a diferença na vida de outras pessoas como líder, olhe para seu coração e
veja se realmente está comprometido.
• O comprometimento é provado pela ação – como você se sai quando se trata de
realizar o que você se comprometeu a fazer? A única medida real do comprometimento é a
ação, pois não há nada mais fácil do que falar, nem nada mais difícil do que viver o que se
fala.
• O comprometimento abre a porta da conquista – se você deseja qualquer coisa que
valha a pena, precisa estar comprometido.
•
•
•
•
No tocante ao comprometimento existem quatro tipos de pessoas:
Evasivas – não têm objetivo e não se comprometem com nada.
Reticentes – têm medo de se comprometer por não ter certeza se conquistará seu
objetivo.
Desistentes – partem em direção ao objetivo, mas desistem quando o caminho se torna
difícil.
Totalizadoras – definem o objetivo, se comprometem e pagam o preço para alcançar o
que desejam.
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•
•
•
Para melhorar seu comprometimento:
Meça-o – Avalie quanto dinheiro você dedicaria para alcançar seu objetivo.
Saiba pelo que vale a pena morrer – avalie se você morreria para atingir seu objetivo.
Torne seus planos públicos – assim poderá estar mais comprometido em atingir o
objetivo.
4.1
4.1.4.
.4. Comunicação – sem ela você viaja sozinho
O líder deve ser capaz de compartilhar conhecimentos e idéias, capaz de transmitir uma
mensagem com clareza e motivar os outros a agirem de acordo com ela. Os educadores pegam
algo simples e complicam, os comunicadores pegam algo complicado e simplificam. È necessário
ao líder possuir uma visão clara da situação, tomar decisões com facilidade e delegar com
eficiência.
Para ser um comunicador eficiente é preciso seguir quatro verdades básicas:
• Simplifique sua mensagem – a chave da comunicação eficiente é a simplicidade.
• Observe as pessoas – os comunicadores eficientes concentram-se nas pessoas; as
pessoas acreditam em pessoas que acreditam nelas.
• Apresente a verdade – primeiro, acredite no que você diz, segundo, pratique o que você
diz.
• Busque uma resposta – o objetivo da comunicação é a ação; muita informação não
garante comunicação.
•
•
•
Para melhorar sua comunicação, veja os seguintes pontos:
Use de muita clareza ao se comunicar – certifique-se de que as pessoas entendem o
que você fala.
Redirecione sua atenção – atente para o enfoque da sua comunicação.
Vivencie sua mensagem – proponha-se a fazer mudanças em sua vida para tornar-se
mais coerente.
4.1
4.1.5. Competência – a competência vai além das palavras
Todos nós admiramos pessoas que demonstram competência, se você deseja cultivar
essa qualidade, eis o que precisa fazer:
• Esteja sempre pronto a agir – pessoas responsáveis aparecem quando são esperadas,
pessoas responsáveis competentes dão um passo adiante, estão sempre prontas
independente de como se sintam ou da circunstância.
• Continue melhorando – aquele que sabe fazer sempre terá um emprego, aquele que
sabe o porquê sempre será o líder.
• Conclua em excelência – a qualidade nunca é casual, representa a escolha mais sábia
dentre muitas alternativas.
• Realize mais do que o esperado – para os competentes, bom o bastante nunca é
suficiente.
• Inspire outras pessoas – líderes competentes fazem mais do que atuar em alto nível,
mas inspiram e motivam sua equipe a fazer o mesmo.
•
•
•
Para melhorar sua competência:
Concentre-se no jogo – identifique a fonte do problema e crie um plano para solucioná-lo.
Redefina o padrão – defina expectativas que exijam mais de você mesmo.
Descubra três formas de melhorar – para melhorar suas habilidades dedique tempo e
dinheiro. Quando foi a última vez que você deu o melhor de si em uma tarefa?
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4.1
4.1.6. Coragem – uma pessoa com coragem é a maioria
A coragem é corretamente considerada a primeira qualidade do ser humano, pois é ela
que garante todas as demais. A coragem pode ainda ser traduzida por ousadia, pela disposição
para arriscar. A coragem está presente em todo grande líder e nas igrejas. A posição de liderança
não dá coragem a alguém, mas a coragem pode dar-lhe uma posição de liderança.
• A coragem começa com uma batalha interior – toda prova que você enfrenta como líder
começa em seu interior.
• Coragem é fazer as coisas direito não apenas acertá-las da melhor maneira – a
capacidade máxima de um homem se mede nos tempos de desafio e controvérsias.
• A coragem de um líder inspira o comprometimento dos seguidores – a coragem é
contagiosa.
• Sua vida se expande na proporção de sua coragem – o medo restringe um líder, a
coragem abre portas. Você precisa fazer aquilo que não se considera capaz de fazer.
Para aumentar a sua coragem:
• Enfrente as conseqüências.
• Confronte-se com aquela pessoa que sempre evitou.
• Dê um passo gigantesco.
Lembre-se: um ato de coragem pode trazer resultados positivos e inesperados!
4.1
4.1.7. Discernimento – ponha um fim aos mistérios
O discernimento pode ser descrito como a habilidade de encontrar a origem do problema.
Para ser um lider eficiente voce precisa discernir sobre tudo o que ouve. Ele ajuda na axecução
de várias coisas importantes:
• Desobrir a razão dos problemas – o discernimento permite que um lider observe um
quadro parcial, complete-o intuitivamente com as peças que faltam e encontre a verdadeira
essencia da questão.
• Melhorar sua capacidade de solucionar problemas – se voce pode enxergar a raiz de
um problema, pode resolvê-lo.
• Avaliar suas opções para obter o máximo impacto – o discernimento permite que voce
use tanto a intuição quanto a razão para escolher a melhor opção.
• Multiplicar suas oportunidades – pessoas dotadas de discernimento correto se colocam
no lugar certo, no momento certo.
•
•
•
Para melhorar seu discernimento:
Analise os sucessos passados – se voce captar o âmago da questão com poucas
palavras, provavelmente poderá fazê-lo com questões futuras.
Aprenda como os outros pensam – ao aprender como outros lideres perspicazes
pensam, voce poderá incrementar seu discernimento.
Ouça seu coração – uma decisão orientada pelo discernimento pode mudar o rumo do
seu futuro.
4.1
4.1.8. Foco – quanto mais preciso, mais perspicaz você será
O que as pessoas dizem, o que elas fazem e o que elas dizem fazer podem ser coisas
completamente diferentes, mas lembre-se: se voce perseguir dois coelhos, ambos escaparão. É
preciso ser uma pessoa constante, estar falando, lendo absorvendo tudo sobre seu objetivo. As
chaves para o sucesso em alcançar o objetivo são prioridade e concentração.
Assim a questão mais importante é: como voce deve concentrar seu tempo e sua energia?
Considere o quadro abaixo:
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•
•
•
Concentre 70% em seus pontos fortes – dedique mais tempo concentrando-se naquilo
que voce faz bem
Concentre 25% em coisas novas – é preciso aprender sempre, estar atento ao que
acontece ao nosso redor.
Concentre 5% em seus pontos fracos – ninguém pode deixar de trabalhar totalmente
seus pontos fracos, a chave é minimizá-lo o máximo possível.
Para melhorar seu foco:
Mude para os pontos fortes – faça uma lista de tres ou quatro coisas que voce faz bem e
dedique-se a melhorá-los.
• Delegue seus pontos fracos – detecte seus pontos fracos e descubra em quem eles são
pontos fortes e delegue.
• Crie um limite – pense novamente em como voce faz as coisas e disponha-se a fazer
sacrifícios.
O foco dividido sempre trabalha contra voce, portanto concentre-se em si mesmo, concentrese em suas prioridades, concentre-se em seus pontos fortes, e por fim concentre-se nas pessoas
ao seu redor.
•
4.2
4.2. Áreas fundamentais que nos ajudam a crescer
4.2
4.2.1. Alimente diariamente sua fé
Através da leitura e de ouvir a pregação da Palavra de Deus
4.2.2. Seja uma pessoa equilibrada
É fundamental evitar os extremos.
a. Sê exemplo: em suas palavras, conduta e amor.
b. Ocupa-te: na leitura, na exortação e no ensino.
c. Não te descuides: do dom espiritual que há em ti.
d. Tem cuidado: de ti mesmo e da doutrina.
4.2.3. Envolva sua família no ministério
Esta será uma das maiores proteções contra os ataques do seu adversário.
4.3. Traços que distinguem a personalidade do líder
4.3.1. Entusiasta
O bom líder procura ser positivo em tudo o que faz, não se importando com as
circunstâncias que o rodeiam.
a. Não desfalecemos: o entusiasmo é uma alta dose de fé a fim de não olhar para as
circunstancias e manter-se com muito bom ânimo, em tudo o que fizer.
b. O homem interior se renova: a única maneira de manter uma renovação a cada dia é
deixando a mente aberta na direção que o Espírito Santo quer dar.
c. Atentando nas coisas que se não vêem: quando os olhos espirituais se abrem você
pode ver o que o Senhor tem pra você, pra sua vida, pro seu ministério e que, por
medo ou por ignorância, não havia conquistado, mas agora, através da fé pode trazer
ao plano espiritual.
4.3.2. Íntegro
Íntegro
O bom líder inspira confiança em seus conservos e naqueles que o seguem.
a. Apresentando-se: somos exemplos de inspiração para muitos, todos estarão
observando o que ensinamos e o que fazemos.
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b. Palavra sã: cada palavra que sai da nossa boca é como um fruto, nossa vida é como
uma árvore, se estivermos curados por dentro isso se refletirá no valor de cada palavra
que dissermos.
c. Seguro de si mesmo: alguém que não creia em si mesmo nunca se atreverá a
enfrentar novos desafios, porque pensa que se o fizer fracassará.
d. Confiável:
devemos
assumir
as
pequenas
obrigações
como grandes
responsabilidades, sem jamais pensar em tirar proveito do que nos foi confiado.
e. Disciplinado: o líder deve exigir de si mesmo o melhor, e exercitar diariamente os
sentidos espirituais, físicos, emocionais e intelectuais.
f. Perseverante: O líder deve aprender a esperar o que o Espírito Santo estará fazendo
no interior de sua liderança, e não desistir, mas crer que no tempo determinado verá o
seu desenvolvimento, alcançando dimensões sem precedentes.
g. Reprodutor: liderar consiste em influenciar outros.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Discorra sobre duas das qualidades indispensáveis ao líder cristão (uma que
voce possua e domine bem, e outra que julga não possuir mas necessitar
muito) justificando sua escolha através de exemplos práticos e pessoais:
Aula 5
A excelência na liderança
(2Pe 1:3-11; At 6:3; At 11:24; Jo 3:27; 2 Co 4:7; 1 Sm 16:18; Rm 12:3,16; Fp 1:6; Rm 13:12; 2 Tm 3:16; 1 Ts 4:7-8; 1 Tm 3:1-13)
5.1. Liderança excelente é sinônimo de eficiência
eficiência e eficácia
Um princípio que rege a execução de uma liderança excelente é a aplicação da eficiência
soma a eficácia. Na liderança cristã a excelência tem a ver com a essência do próprio líder, tanto
em sua vida exterior como interior, ou seja, sua relação íntima com Deus e a maneira como esta
se reflete naqueles a quem lidera para a obra.
5.2. Princípios associados à excelência na liderança
a. A excelência vem de Deus (2 Co 4:7).
b. A excelência é uma característica dos homens de Deus (2 Cr 31:20-21 e 1 Sm
16:18).
c. A excelência é alcançada com esforço (Fp 3:7-9).
d. A excelência exige diligência (Rm 12:11).
e. A excelência exige humildade (Rm 12:3).
f. Busca a perfeição no que faz (Fp 1:6).
g. Disposição para enfrentar e resolver problemas.
h. Ser flexível.
i. Ter compromisso.
Um líder deve ter em mente que nem sempre fazer as coisas certas apenas, levará a
equipe aos resultados planejados. É preciso que ele tenha em mente a diferença entre eficiência
(fazer as coisas certas) e eficácia (fazer certo as coisas).
Definições:
Excelência: Qualidade do que é excelente, superioridade, primazia, perfeição; soma eficácia e
eficiência.
Eficácia: Objetiva ver se o que foi planejado (metas) foi alcançado.
Eficiência: Objetiva ver se o que foi alcançado, permanece.
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Observe o quadro:
EFICIÊNCIA
EFICÁCIA
LIDERANÇA CRISTÃ
DE EXCELÊNCIA
Trabalhar esforço +
atividade, tempo de
concentração contam
muito.
Resultado independente de
esforço, atividade e tempo.
Faz a obra de Deus com
prazer. Com vigor e
alegria
Zela pelos recursos.
Maximiza, otimiza e agiliza
recursos.
Diminui custos.
Aumenta lucros.
Faz o que precisa ser feito.
Distingue objetivos
emergentes dos demais.
Elimina riscos.
Corre riscos calculados.
Não mede esforços para
fazer a obra
Consolida bem e
continua ganhando
almas
Não abandona seus
discípulos nem a casa de
Deus
Confia no Senhor, crê
apesar das
circunstâncias.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
Defina, com suas próprias palavras a liderança excelente, se possivel exemplifique com
experiências próprias:
Aula 6
Como nasce a excelência
excelência
“Nós somos aquilo que fazemos”.
“A Excelência não deve ser um ato isolado, mas sim um hábito.”
Aristóteles
Como nasce a excelência?
O conhecimento da tarefa que se irá realizar é condição necessária para a excelência no
seu desempenho, porém, os requisitos a seguir ajudam a garantir bons resultados, e isso não tem
nada a ver com o nível hierárquico que se ocupa na equipe, é para todos.
HUMILDADE + DEDICAÇÃO + ATENÇÃO + DELICADEZA + LEALDADE + BRIO +
EXPERIÊNCIA =
REQUISITOS PARA ALCANCAR A
LIDERANÇA EXCELENTE
Humildade: independente da quantidade de conhecimentos que se possui, ou que se julga
possuir, é sempre bom manter uma postura humilde. Pode haver algo que não saibamos, podem
existir soluções que nunca nos ocorreram. Podem colocar-se problemas que julgávamos
ultrapassados. A humildade permite-nos ouvir, permite-nos questionar e voltar a ouvir. O
conhecimento da experiência de terceiros é sempre válido e poupa-nos muito tempo de
aprendizagem.
Dedicação: permite tentar melhorar, não só a função específica, mas também todo o
sistema, todo o projeto. A dedicação é a antítese do raciocínio “é assim que me mandaram fazer...
é assim que eu faço”. a dedicação faz estudar e compreender mais, faz sugerir, faz aceitar críticas
construtivas e estudar o porquê das críticas.
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Atenção: é necessário estar atento ao que nos rodeia. Às opiniões, às ações, às questões
que são colocadas. Permite-nos visualizar os dados a equacionar, nos problemas que
pretendemos resolver.
Delicadeza: é comum e erradamente confundida com fraqueza, quer por parte de quem a
devia praticar, quer por parte de quem a recebe. A delicadeza aplica-se a todo universo de ações
de cada individuo: com materiais que manuseia, com as pessoas que contata ou consigo mesmo.
É a base da arte do relacionamento do individuo com os que o rodeiam.
Lealdade: a excelência de desempenho implica uma lealdade incondicional a equipe, a
tarefa.
Brio: é a fronteira entre um bom e um excelente líder, é a característica que nos permite ir
mais além do que, em princípio, é esperado de nós.
Experiência: é a massa que cimenta todos os ingredientes anteriores que constituem a
excelência. Podemos aprender à nossa custa apenas, o que certamente seria muito moroso, ou
podemos beber da experiência de terceiros, se o nosso ego permitir.
Aula 7
O preço da liderança
(Lc 14:26-33; Lc 9:23; Is 53:3-12; 1 Co 11:1; Jr 20:10-12; At 6:1-2; Êx 18:18; 2 Co 12:9; Ec
3:1; Lc 22:40-43; Sl 108:13; Jo 1:11; Êx 33:12-23; Is 42:19-20)
7.1. Preço da liderança
Todo líder irá enfrentar situações difíceis, nas quais poderá pensar que se equivocou e
poderá sentir-se tentado a renunciar o ministério, mas precisará buscar motivação em Deus para
ir em frente.
7.2. Preparados para suportar
Como líderes, temos que suportar com maturidade, alguns aspectos os quais se
soubermos lidar com eles, não causarão qualquer efeito negativo, tais como:
a. Crítica: a crítica não pode fazer um líder mudar suas prioridades.
b. Fadiga: para evitar, leve sua carga aos pés do Senhor, se puder comece delegar
tarefas, não assuma todas as responsabilidades, sozinho.
c. Tempo: Coloque seu tempo na presença do Senhor, ore para que Deus o ensine a
administrar melhor o seu tempo.
d. Solidão: os tempos de solidão devem ser aproveitados para aumentar a relação
devocional com Deus, a fim de se fortalecer.
e. Decisões: Antes de tomar qualquer decisão em sua vida, consulte ao Senhor.
f. Rejeição: o oposto da aceitação é a rejeição. Jesus ao ser rejeitado pelos judeus,
estendeu sua misericórdia aos gentios.
7.3. O que o Senhor promete
a. Dar-nos cidades e nações (Nm 14:8)
b. Autoridade espiritual (Mt 10:1)
c. Prosperidade em todas as dimensões.
Aula 8
Perigos da liderança
(1 Tm 6:11-16; 1 Sm 17:34-35; 2 Tm 4:7; Rm 12:3; Nm 12:16, 16:1-50; 1 Tm 4:1-3; Js 1:9,
7:21; Pv 13:4; Fp 2:3; 2 Co 6:14; Cl 3:23; 2 Tm 1:7; 2 Co 10:4-6)
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8.1. Situações de perigo
Uma situação de perigo é tudo aquilo que ameaça desestabilizar a vida de uma pessoa e
tudo quanto realiza. É o risco iminente de que algo mal suceda. Em geral, todo líder está
constantemente exposto a este tipo de situações, especialmente o líder cristão, porque o inimigo
sabe perfeitamente que se trata de uma pessoa escolhida para influenciar positivamente a outras
pessoas, com o evangelho de Cristo, até transformá-las e resgatá-las do inferno.
Podemos dizer que , e confiamos em nós mesmos ou em nossos sucessos.
8.2. Como se livrar das situações de perigo (1 Tm 6:12)
a. Pelejar a batalha da fé: nossa vitória depende de nossa relação com Deus e Sua
Palavra.
b. Lançar mão: apropriar-se da vida eterna que o Senhor já deu, e não se expor a perder
a salvação, “namorando” o pecado.
c. Confissão: confessar publicamente que Jesus é o Senhor de nossa vida é um
poderoso argumento espiritual a nosso favor.
8.3. Perigos:
a. O orgulho: (Rm 12:3) – Pense em si com sobriedade
b. Murmuração: (Tg 4:11,12) – Não somos juizes, da forma que julgarmos seremos
julgados.
c. Rebelião: (1 Sm 15:23) – Obedeça à Palavra de Deus sem restrições.
d. Falsas revelações: (1 Tm 4:15) – A Palavra de Deus e a oração santificam tudo.
e. Desânimos: (Dt 20:3-4) – Deus e suas promessas estarão sempre conosco.
f. Negligência: (Pv 10:4,5) – Seja diligente e entenda que estamos vivendo um tempo de
muita colheita espiritual, se crermos e agirmos, Deus enriquecerá nossos ministérios.
g. Inveja: (Ec 4:4) – Desfrute do sucesso do seu próximo como se fosse seu, aja com
excelência em todas as coisas, porque quando alcançamos, desaparecem todas as
frustrações.
h. Cobiça: (Is 57:17-19) – Tenha um arrependimento genuíno, deixe seus próprios
caminhos e ande pelos de Deus, permita que Deus sare suas feridas do passado,
mude sua linguagem para que seus lábios proclamem a paz e aceite a Cristo como seu
pastor.
i. Medo: (2 Tm 1:7) – Deus não nos deu espírito de temor.
Aula 9
Tipos de liderança
(Mt 20:25-28; 1 Co 1:11; 2 Tm 2:2; Rm 13:1; 2 Tm 3:1-5; Tt 2:7-8; Mt 20:28)
9.1. Estilos de liderança:
Liderança de Direção: Fornece instruções específicas e supervisiona rigorosamente o
cumprimento das mesmas;
Liderança de Treinamento: Dirige e supervisiona, mas, explica, solicita sugestões e
incentiva o desenvolvimento;
Liderança de Apoio: Facilita e delega apoio aos comandados e compartilha decisões.
Liderança de Delegação: Deixa a decisão e solução de problemas para o subordinado.
9.2. Níveis de liderança
∗
∗
Posição: influência proveniente de um título.
Permissão: o povo segue porque quer, trabalham para o líder sem serem obrigados a isso.
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∗
∗
∗
Produção: o povo o segue pelo que faz pela organização.
Desenvolvimento humano: o povo o segue pelo que faz por ele, por sua habilidade de
gerar poder em outros.
Personalidade: o povo o segue pelo que é e pelo que representa.
9.3. Líderes
Uma liderança de sucesso é aquela em que o líder desenvolveu o máximo de seu
potencial, buscando ter os mais excelentes resultados, tornando-se um exemplo para todos.
a. Abraão: Deus pediu-lhe o que mais amava, seu próprio filho.
b. Jacó: teve que lutar com o anjo em um dos momentos de maior angústia.
c. Moisés: teve a revelação da sarça ardente que não se consumia.
9.4. Seja um líder que influencia com sua vida de fé.
Todo aquele que deseja ter um ministério de sucesso deve viver sempre na dimensão da fé.
9.5. Seja um líder guiado pelo Espírito Santo
Devemos ser sensíveis à voz do Espírito Santo e buscá-lo diariamente.
9.6. Seja um líder de oração
Todo líder precisa aprender a depender de Deus em oração, Jesus deu o maior exemplo disso.
Aula 10
Motivação
Motivação nada mais é que, os motivos, desejos, necessidades e impulsos que cada um
de nós tem para agir. Quando nos defrontamos com perguntas como:
• Por que fiz isso?
• Por que considero aquilo importante e com outros ocorre o contrário?
• Por que fulano realiza determinada atividade e não aquilo que eu gostaria que ele
fizesse?
Sabemos que tudo isso tem estreita relação com o comportamento humano. Se “partirmos”
a palavra motivação chegaremos à seguinte equação:
MOTIVO + AÇÃO = MOTIVAÇÃO
A palavra motivação indica o processo pelo qual um conjunto de razões, ou motivos,
explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum tipo de ação ou comportamento humano. O
comportamento humano sempre é motivado.
Desempenho é o resultado que uma pessoa consegue com a aplicação de algum esforço
intelectual ou físico. O desempenho é positivo quando o resultado beneficia a própria pessoa, o
grupo do qual ela participa.
Toda ação orientada para algum tipo de desempenho sempre é motivada. Existem dois
motivos que influenciam o desempenho:
• Motivos internos: são aqueles que surgem das próprias pessoas.
• Motivos externos: são aqueles criados pela situação ou ambiente em que a pessoa
se encontra.
Observe: o que motiva você pode não ser a mesma coisa que motiva outra pessoa. Nas
atividades profissionais, por exemplo, algumas pessoas gostam de trabalhar sob pressão para
atingir metas. São movidas por desafios e precisam de alguém que as estejam pressionando.
Outras pessoas se motivam pelo reconhecimento do seu trabalho. São pessoas que se sentem
motivadas quando seu superior se aproxima lhe dá um aperto de mão e agradece pelo trabalho
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executado. Há o profissional que se motiva pelo “status”. Imagine, em uma reunião, o superior
deste, pedindo uma salva de palmas para ele. Há também aqueles que se motivam pelo dinheiro.
10.1. Motivos internos
Motivos internos são as necessidades, aptidões, interesses, valores e habilidades da
pessoa, que a fazem capaz de realizar certas tarefas e não outras; que a fazem sentir-se atraída
por certas coisas e evitar outras; que a fazem valorizar certos comportamentos e menosprezar
outros.
São os impulsos interiores, de natureza fisiológica e psicológica, afetados por fatores
sociológicos como os grupos ou a comunidade de que faz parte.
1. Necessidades humanas
A motivação é representada pelas teorias das necessidades. As diferentes teorias das
necessidades afirmam que o comportamento humano é motivado por estados de carência. As
pessoas agem nas mais diferentes situações, para satisfazerem tais carências.
As necessidades inerentes à condição humana, como as de alimentação, reprodução, abrigo e
segurança, são necessidades básicas ou primárias. Elas tornam as pessoas iguais. São
também chamadas de necessidades de sobrevivência.
Em uma categoria superior às necessidades de sobrevivência, estão as necessidades que as
pessoas adquirem ou desenvolvem por meio de treinamento, experiência, pela convivência com
outras pessoas, pela incorporação dos valores da sociedade em que vivem, ou por causa de suas
características individuais. Essas são chamadas de necessidades secundárias.
Estudiosos. Como Abraham Maslow, afirmam que existem cinco niveis de necessidades humanas
a serem satisfeitas hierarquicamente:
Necessidades fisiológicas: a mais básica das necessidades humanas, a saber, necessidade de
manutenção biológica; alimento, água e bem-estar-físico.
Necessidades de segurança: necessidade de segurança, proteção e estabilidade nos
acontecimentos da vida diária.
Necessidades sociais: necessidade de amor, de afeição, sentido de harmonia nas relações com
outras pessoas.
Necessidades afetivas: necessidade de afeto aos olhos dos outros, necessidade de respeito,
prestígio, reconhecimento e auto-estima, senso pessoal de competência, sabedoria.
Necessidades de auto realização: o mais alto nível de necessidades, a saber, necessidade de
auto-realização, crescimento e uso de habilidade ao máximo e com a maior criatividade possível.
As pessoas agem para satisfazer a necessidade de algo que estejam carentes, ou algo
para o qual existe um déficit de satisfação. As cinco necessidades existem em hierarquia de
predominância.
Uma necessidade em qualquer nível só é ativada quando a necessidade do nível
imediatamente anterior tiver sido satisfeita.
1. Auto-realização
As pessoas tendem a progredir ao longo das necessidades, buscando atender uma após
outra, e orientam-se para a auto-realização. Essa noção tem um contra-argumento: algumas
pessoas (como alguns gênios musicais ou científicos, ou aqueles com vocação religiosas e
filantrópicas) sacrificam o bem-estar material em troca de realização intelectual ou espiritual.
1.1. Predominância das necessidades
Um ponto importante na noção da hierarquia nas necessidades é a predominância de
determinada necessidade sobre as demais, por exemplo: pode-se entender melhor o
comportamento de um adolescente, lembrando que nessa época da existência a necessidade de
auto-afirmação manifesta-se intensamente.
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1.2. Efeito das necessidades sobre o desempenho
Para compreender a complexa mecânica do comportamento humano, basta compreender
que a motivação está ligada às necessidades.
1.3. Necessidades instrumentais e terminais
Certas necessidades que o trabalho satisfaz são instrumentais para a satisfação das
outras. Há necessidades que são terminais, satisfazendo-se em si mesmas. Para algumas
pessoas, a necessidade de ganhar dinheiro é um instrumento para o atendimento das
necessidades de sobrevivência. Para outras pessoas, a necessidade de ganhar dinheiro é
terminal – é uma finalidade em si mesma.
2. Frustração
Quando as necessidades não são atendidas, o resultado chama-se frustração.
2.1. Resignação: a resignação ocorre quando um grupo ou pessoa se deixa abater pela
frustração e se entrega a um estado de desânimo ou fatalidade (“eu desisto”, “não adianta
lutar”, “é assim que tem que ser”).
2.2. Agressão: A agressão representa uma forma de ataque físico ou verbal, associado a um
sentimento de ira e hostilidade. Quando não é possível descarregar a agressão contra o
objeto ou pessoa que a provocou, a pessoa frustrada pode adotar um comportamento de
substituição ou deslocamento.
2.3. Frustração e violência: como a frustração é tanto mais intensa quanto mais forte for a
carência, é nesta situação que ocorrem as manifestações mais aguda de violência e
vandalismo.
3. Habilidades e aptidões
Alem das necessidades, os motivos internos incluem as aptidões e habilidades. As aptidões
são habilidades em potencial, e as habilidades são aptidões que se desenvolvem.
4. Atitudes e interesses
Atitudes são características pessoais que emprestam significado a diferentes estímulos e se
traduzem em opiniões e escolhas. Atitudes favoráveis em relação
5. O desempenho como produto de competência e motivação
Motivação sem competência significa que há interesse, mas falta a habilidade, o conhecimento
ou experiência para realizar a tarefa. Competência sem motivação representa que há
habilidade, conhecimento ou experiência para realizar a tarefa, mas falta motivação.
10.2. Motivos externos
Os motivos externos são estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que
a pessoa persegue porque satisfazem as necessidades, despertam um sentimento de interesse
ou representam a recompensa a ser alcançada.
São motivos externos:
• Discurso de exortação feito por um líder;
• Desafio proposto por um líder superior;
• Escala de projeção (salarial, cargo, função, status, autoridade, etc...);
• A perspectiva de realização de sonhos e reconhecimento.
Segundo Frederick Herzberg, os motivos externos que afetam o desempenho podem ser
divididos em duas categorias principais:
• O trabalho;
• As condições de trabalho.
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A teoria de Herzberg chama-se a Teoria dos Dois Fatores. Herzberg e outros pesquisadores
chegaram à conclusão de que os aspectos satisfatórios diziam respeito principalmente ao
conteúdo do trabalho (a tarefa em si executada pelos profissionais). A esses aspectos foi dado
o nome de fatores intrínsecos ou fatores M (motivação). Entre esse fatores se encontram
os seguintes:
Conteúdo do trabalho: a. o trabalho em si
b. a realização de algo importante
c. o exercício de responsabilidade
d. a possibilidade de crescimento
De outro modo, os aspectos insatisfatórios diziam respeito mais ao contexto do trabalho, ou
seja, às condições dentro das quais o trabalho era realizado. A esses aspectos foi dado o nome
de fatores extrínsecos ou fatores H (higiênicos). São os seguintes:
a. estilo de supervisão
b. relações pessoais
c. remuneração
d. políticas de administração pessoal
e. condições físicas e segurança do trabalho.
Aula 11
Maturidade
11.1. O que é maturidade?
Podemos definir maturidade como a motivação de realização, disposição e capacidade
para aceitar a responsabilidade, bem como a educação significativa para a tarefa e experiência de
um indivíduo ou de um grupo.
Perceba como é importante para o líder conhecer a equipe ou a pessoa que irá realizar a
tarefa.
Observe as informações abaixo.
Pessoas inseguras e com baixa maturidade (tarefa baixa e relação baixa), demonstram
insegurança em relação ao trabalho e exigem, portanto uma ação mais firme do líder no sentido
de determinar, orientar e estruturar as tarefas a serem executadas. Neste aspecto o líder tende a:
• Centralizar a autoridade, tomando a maioria das decisões (estilo autocrático);
• Gastar muito tempo desenvolvendo o trabalho de seu colaborador;
• Agir mais intuitivamente, determinando a melhor forma de atuação;
• Preocupar-se com que os outros entendam o que ele quer dizer e fazer;
• Controlar por inspeção;
• Dar maior ênfase aos resultados.
Pessoas que não têm capacidade, mas têm disposição e confiança em si (tarefa baixa e
maturidade alta) exigem mais capacidade de persuasão do líder, e assim, desempenharão as
tarefas convencidos de sua importância. Não adianta você matar essa autoconfiança que o
mesmo possui, e também não há como deixá-lo à vontade para desempenhar o trabalho, pois
você sabe que falta conhecimento para tal As palavras-chave para pessoas assim são:
• Persuadir;
• Convencer;
• Argumentar;
• Ouvir;
• Dar exemplo;
• Ir à frente;
• Vender a idéia.
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Pessoas que têm capacidade e não têm disposição, ou são inseguras necessitam de uma
liderança que compartilhe idéias, e que fortaleça a confiança do colaborador. Pessoas que
possuem grande capacidade e competência e ao mesmo tempo são dispostas e seguras,
necessitam de uma liderança que delegue, acompanhe e monitore os resultados.
• Saber decisões que seus colaboradores podem tomar, dentro de limites previamente
estabelecidos;
• Atuar de forma mais gerencial, ocupando seu espaço no planejamento organizacional;
• Agir de acordo com planos altamente elaborados, pré-determinados, usando o curso eficaz
de ações futuras;
• Levar em conta as necessidades futuras de sua equipe;
• Saber como agir para que cada pessoa tenha um trabalho desafiador e satisfatório, e que
todos os esforços sejam orientados no sentido de se obter excelentes resultados;
• Conduzir por execução e não mais por inspeção;
• Agir de forma personalista ou não, dependendo da necessidade das pessoas e de como
se apresenta a situação.
Pessoas capazes e competentes e ao mesmo tempo dispostas e seguras necessitam de
um estilo de liderança pouco diretiva, delegando funções, possibilitando grande autonomia ao
colaborador. É aquele profissional pronto, mas que nem por isso deixa de necessitar de alguém
que o lidere. O estilo liberal de liderança supõe:
• Delegar;
• Acompanhar resultados;
• Monitorar;
• Observar.
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Escola de Aconselhamento
Sumário
O valor do aconselhamento ...... 25
Pessoas envolvidas no aconselhamento............. 26
Esperança de mudança ..... 28
Efetuando a transformação bíblica ..... 32
A prática do aconselhamento ...... 36
Oficina de aconselhamento ...... 40
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Aula 1
O valor do aconselhamento
Texto chave: Cl 1.28; 2 Tm 3.16; 4.2; At 20.31.
1.1. Definição
A palavra utilizada no Novo Testamento para aconselhar é “NOUTHESIA”, que implica em
dar orientação segundo a Escritura. No Antigo Testamento significa dar conselho ou orientação.
Sinônimos: admoestar, exortar, corrigir, advertir, repreender.
A confrontação noutética (Aconselhamento Noutético) consiste de pelo menos três
elementos básicos:
a) sempre envolve um problema e pressupõe um obstáculo que tem que ser vencido;
b) os problemas são resolvidos nouteticamente por meios verbais;
Exemplos bíblicos específicos dessa atividade noutética podem-se ver nas confrontações
de Natã com Davi (2 Sm 12), e de Jesus com Pedro, na restauração deste depois da ressurreição
de Cristo (Jo 21). Na censurável conduta de Eli, registrada em 1 Samuel 3.13, vemos um caso de
fracasso na confrontação noutética.
c) mudança naquilo que fere o aconselhado.
1.2. O fim ou o propósito do aconselhamento
É obter uma mudança de conduta, das emoções e do caráter, por meio de mudanças de
valores e atitudes, com um fundamento bíblico.
1.3. O aconselhamento busca:
busca:
Estimular o desenvolvimento da personalidade.
Ajudar os indivíduos a enfrentarem mais eficazmente os problemas da vida, os
conflitos íntimos e as emoções prejudiciais.
Prover encorajamento e orientação para aqueles que tenham perdido alguém
querido ou estejam sofrendo uma decepção.
Assistir às pessoas cujo padrão de vida lhes cause frustração e infelicidade.
1.4. Lições de aconselhamento
Como todos sabem, a Bíblia contém vários exemplos de necessidades humanas. Através
de suas páginas lemos a respeito de solidão, desânimo, tristeza, inveja, violência, pobreza, tensão
interpessoal, e diversos outros problemas pessoais – algumas vezes manifestadas na vida dos
maiores santos.
Vejamos a seguir os exemplos através do aconselhamento realizado por Jetro e Eliú:
a) A Lição de Jetro: Sem deixar dúvidas, uma das maiores lições de aconselhamento foi a
que recebeu Moisés através de seu sogro, com a experiência que tinha no ministério, como
sacerdote de Mídiã. Este, enquanto o visitava, observou o modo como estava se desgastando,
pretendendo fazer sozinho todas as coisas, e o aconselhou.
Texto de Êxodo 18.13-26:
Ouça agora minha voz; eu o aconselharei, e Deus estará com você.
Você será pelo povo diante de Deus, e submeterá os assuntos a Deus.
Ensine os regulamentos e as leis, e faça-os saber o caminho por onde devem andar,
e a obra que devem fazer.
Moisés deveria delegar responsabilidades e escolher líderes com as seguintes
características:
Varões capazes.
Tementes a Deus.
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Varões de verdade.
Que aborrecem a avareza.
Eles seriam chefes de milhares, centenas, cinqüenta e dez. Além disso, deveriam julgar o
povo em todo o tempo; e todo assunto grave trariam para Moisés.
E ouviu Moisés a voz de seu sogro, e fez tudo o que ele lhe disse.
Quando estavam a ponto de entrar na terra de Canaã, Moisés lembrou-lhes o que ocorrera
naquele momento (Dt 1.12-17).
b) A Lição de Eliú: A história de Jó e seus amigos, nos serve tanto como um bom exemplo
de um ótimo conselheiro quanto de um péssimo.
Jó era um homem piedoso, conhecido, rico e grandemente respeitado por seus
contemporâneos. De repente as coisas mudaram. Jó perdeu toda a sua riqueza. Sua família inteira
morreu exceto sua mulher que, sob pressão, mostrou-se queixosa e implicante. Ele perdeu a
saúde, os amigos (Elifaz, Bildade e Zofar) pouco o ajudaram e Deus deve ter-lhe parecido muito
distante.
Veio então Eliú, um jovem que deu atenção às palavras de Jó e o ouviu falar de suas
dificuldades. Eliú criticou os que haviam censurado e oferecido conselhos numa tentativa de ajuda.
Ele mostrou aceitação e interesse, uma disposição humilde de nivelar-se a Jó (sem uma atitude
negativa de parecer “mais santo do que tu”), coragem para confrontar, e o desejo firme de dirigir o
aconselhado a Deus que é o único soberano no universo. Eliú foi o único conselheiro que prestou
auxílio. Ele teve êxito onde os três outros haviam falhado.
1.5. Aconselhar é guerrear
Não deveria haver necessidade de dizer que os conselheiros noutéticos foram convocados
a trabalhar fazendo oposição ao mundo, à carne e ao diabo. Sua incumbência envolve não
meramente a luta contra a carne e o sangue, mas também o conflito contra as forças sobrenaturais
das trevas (Ef 6.12).
O aconselhamento, por isso mesmo, deve ser entendido como uma Batalha Espiritual. O
conselheiro precisa considerar-se um soldado de Cristo, engajado numa guerra espiritual, quando
aconselha. Para tal conflito, somente “toda armadura de Deus” é suficiente. Também é necessário
que o conselheiro tenha consciência da posição e do modo que o inimigo atua.
Conclusão
O aconselhamento é fundamental para o pastoreio e cuidado dos discípulos. Por meio dele
o líder os conhecerá a fundo e poderá lhes dar ajuda e ministração nas diferentes áreas de suas
vidas. Portanto, o aconselhamento é uma prática muito importante para o exercício da liderança e
para a consolidação do novo convertido.
O conselheiro cristão busca levar o indivíduo a uma relação pessoal com Jesus Cristo e seu
alvo é ajudar outros a se tornarem, primeiramente, discípulos de Cristo e depois discipularem
outros.
Aula 2
Pessoas envolvidas
envolvidas no aconselhamento
Texto Chave: João 14.26.
O contexto bíblico do aconselhamento sempre envolve no mínimo três pessoas: o
conselheiro (líder), o aconselhando ou o aconselhado (discípulo/novo convertido) e o Espírito
Santo.
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2.1. O Espírito Santo
Santo
O aconselhamento pertence ao ministério do Espírito Santo. Não se pode realizar
aconselhamento eficaz à parte dEle.
A tradução do Espírito Santo como “Consolador” vem da palavra grega “Parakletos”, que é
sinônimo de “conselheiro, ajudador ou intercessor”. Não incluir o Espírito no aconselhamento e não
depender dEle é um ato de auto-suficiência.
Para que o aconselhamento seja cristão é preciso ser levado a efeito em harmonia com a
obra regeneradora e santificante do Espírito. Ele é chamado “Santo” por causa de Sua natureza e
de Sua obra.
O Espírito Santo é a fonte de todas as mudanças genuínas de personalidade, mudanças
essas que envolvem a santificação do crente, tão certamente como só Ele pode trazer vida ao
pecador espiritualmente morto.
O conselheiro precisa colocar-se como um instrumento nas mãos do Espírito Santo para
que seja uma bênção no aconselhamento.
Devemos lembrar a obra do Espírito Santo e relacioná-la com o Aconselhamento:
Ensina e lembra todas as coisas (João 14.26).
Guia à Verdade (João 16.13).
Convence do pecado (João 16.7-8).
Ensina o que devemos dizer (Lc 12.2).
Falamos através dos Dons do Espírito (1 Co 2.13).
Sua unção nos ensina (1 João 2.27).
2.2. O conselheiro
O aconselhamento é um trabalho que requer preparação e sabedoria. O líder deve
preparar-se para desempenhar este trabalho e estar em contato com seus líderes superiores nesta
área.
Para aconselhar biblicamente, o conselheiro deve possuir algumas características e possuir
alguns requisitos. A seguir destacamos alguns elementos básicos referentes aos requisitos do
conselheiro:
Requisitos do Conselheiro:
Conhecimento extenso e profundo da Bíblia (Is 11.2; Cl 3.16).
Deve estar convencido que a Palavra é a verdade e fundamentar-se nela para motivar e
inculcar fé em outros. Este aspecto é muito importante porque permite conhecer a vontade
de Deus para cada caso e a não nos desviarmos da doutrina.
Desenvolver a capacidade de identificar os problemas.
Conhecer as técnicas apropriadas para as soluções esperadas.
Ter Sabedoria divina (Pv 2.6-7; Lc 21.15; Tg 1.5). Provém de Deus e serve para aplicar o
conhecimento da maneira mais adequada, tendo a finalidade de resolver conflitos e achar
soluções. É um dom de Deus (1 Co 12.8); aumenta com a experiência (Jó 32.7) e a
adquirimos em oração e estudo bíblico.
Ter Boa vontade para com os outros.
Ter AMOR, como base fundamental para nossas relações com os irmãos da igreja e
também com os pecadores, pois este nos leva a ajudá-los, procurando seu benefício e
mostrando um interesse genuíno em ajudá-los.
O Senhor faz crescer esse amor (1 Ts 3.12).
Deve ser sem fingimento (Rm 12.9).
Amor ao próximo (Mt 22.39).
Ser Emocionalmente curado (Mt 5.8; Pv 4.23).
Ser conhecedor da natureza humana.
Ter Disposição para ouvir (Tg 1.19).
Preparação intelectual. Ler livros sobre o tema (Aconselhamento).
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Oração procurando a direção divina.
Acreditar que o aconselhado pode mudar.
Ter Dons Espirituais para pastorear e cuidar.
Dar respaldo, apoio e companheirismo aos crentes.
Corrigir enganos doutrinários.
Vejamos agora alguns textos bíblicos que demonstram algumas características do
conselheiro:
Instruir com língua (Is 50.4).
Ajudar ao justo que caiu (Ez 3.20-21).
Compartilhar suas experiências (2 Co 1.3-4).
Ser brando como uma ama (1 Ts 2.7).
Restaurar o que se afastou (Tg 5.19-20).
2.3. O aconselhando/aconselhado
Devemos reconhecer a individualidade de cada pessoa. Cada uma tem um contexto
diferente e uma maneira especial de ver e assumir a vida. O contexto cultural, espiritual, social,
econômico e educativo é diferente em cada pessoa, portanto é necessário conhecê-lo para dar
uma ajuda eficiente a seu problema.
É necessário acreditar que o aconselhado pode mudar, que precisa ser ouvido e motivado
para isso.
O que espera o aconselhado?
Que entendam seu problema ainda melhor do que ele o faz.
Que alguém chegue á raiz do problema.
Que lhe dêem ajuda em tempo de crise.
Que lhe ensinem o que é adequado.
Crescimento e maturidade.
Conclusão
É importante que o aconselhamento seja um processo dinâmico. Para tal é necessário ser
sensível ao papel que desempenha cada pessoa envolvida.
O conselheiro deve ter intimidade com o Espírito Santo para ser uma benção no
aconselhamento. Pois sempre que o Espírito estiver atuante, uma das evidências discerníveis de
Sua presença é a mudança de personalidade. Os homens podem mudar e realmente mudam.
Aula 3
Esperança de mudança
No aconselhamento, um dos fatores importantes é dar esperança. A mudança bíblica não
ocorre sem que haja esperança especialmente nas situações difíceis que enfrentamos como
conselheiros. Pessoas com problemas, com conflitos e/ou em crises precisam de esperança. Se
desejamos ajudar qualquer pessoa, a esperança deve necessariamente ser um elemento buscado
e conquistado dentro do aconselhamento.
3.1. A ênfase bíblica na esperança
O papel da esperança no processo de mudança não pode ser subestimado. Considere o
que as Escrituras dizem acerca de suas várias contribuições neste processo:
A esperança produz alegria que perdura nas provações mais difíceis (Pv 10.28; Rm 5.2-4;
12.12; 1 Ts 4.13).
A esperança produz perseverança (Rm 8.24,25).
A esperança produz confiança (2 Co 3.12; Fp 1.20).
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A esperança produz um ministério eficaz (2 Co 4.8-18).
A esperança produz fé e amor em grau maior (Cl 1.4,5).
A esperança produz firmeza/constância (1 Ts 1.3).
A esperança produz maior determinação e entusiasmo (1 Tm 4.10).
A esperança produz estabilidade (Hb 6.18,19).
A esperança produz um relacionamento mais íntimo com Deus (Hb 7.19).
A esperança produz pureza pessoal (1 Jo 3.3).
Já que a Bíblia coloca tal ênfase no papel da esperança em termos de crescimento
espiritual, ela também deve ser grandemente enfatizada em nosso aconselhamento.
3.2. O conselheiro precisa amar as pessoas
1 Tm 1.5: O amor é o alvo!
Esse é um dos motivos pelos quais ele aconselha. Porque o faz sentir-se profundamente
aflito sempre que descobre que uma pessoa a quem aconselha perdeu a esperança. Sua tarefa
consiste em fazer soar sempre a nota do otimismo bíblico, respaldado na garantia das promessas
de Deus. Um conselheiro deve ser acima de tudo o mais, um homem de esperança firme. Ele
mesmo precisa acreditar naquilo que diz, já que de outro modo transmitirá o oposto. Precisa estar
plenamente persuadido da fidelidade de Deus, no cumprimento das Suas promessas. O
entusiasmo só é verdadeiramente contagiante quando as razões do entusiasmo são bíblicas. Em
Romanos 15.14, Paulo alude ao encorajamento e à perseverança que se originam na esperança.
Coisa alguma que fique aquém desse encorajamento bíblico poderá capacitar o indivíduo a
suportar a tarefa freqüentemente desencorajadora de ajudar homens pecaminosos a se
transformarem, neste mundo estragado pelo pecado.
3.3. Todos precisam de esperança
Quem precisa de esperança? Essa é uma importante pergunta para todo conselheiro.
Não somente deve ser ele capaz de responder à mesma, como também deve saber as razões
bíblicas para se manter a esperança em cada situação da vida.
O fato de saber quais pessoas que vêm pedir conselho frequentemente precisam de
esperança, deveria alertar o conselheiro cristão a procurar indícios e perscrutar os casos em que a
esperança pareça ser questão significativa. Importa considerarmos a questão com algum detalhe.
Em determinado sentido, toda pessoa aconselhada precisa de esperança. O pecado
efetuou os seus efeitos de derrota em todos os quadrantes de nossas vidas. Há ocasiões em que
todo crente se sente desencorajado. Com freqüência essa atitude se deteriora na forma do pecado
do desespero. Por isso, os conselheiros podem estar seguros de que perceberão mais do que o
vulgo pode notar sobre os destroçadores efeitos do pecado. A dúvida e o desencorajamento, e,
algumas vezes, o desespero, tão frequentemente se impõem em paralelo com outras dificuldades
que o conselheiro logo tem de aprender como confrontar e vencer esses problemas complicadores.
Enquanto esses problemas não forem afastados (removidos), cedendo lugar à esperança,
usualmente é inútil procurar manipular outras questões.
Não nos admira, pois, que imediatamente após a queda, em meio mesmo à punição e ao
julgamento, Deus também tenha infundido a esperança em Adão (Gn 3.15). Durante a
confrontação noutética que foi feita depois que Adão pecou, Deus levantou todas as questões
ligadas ao pecado dele, incluindo sua punição, mas Deus também prometeu a vinda de Alguém
que haveria de cuidar definitivamente do problema do pecado, varrendo para longe a sua miséria.
O conselheiro noutético deve seguir o esquema de Deus. Cristo confrontou a Pedro, não evitando
nem um só aspecto de sua pecaminosa negação, mas também incluiu palavras de restauração e
uma comissão para serviço futuro. O tema consistente de quase todos os profetas era julgamento,
mas eles também proclamaram uma mensagem de esperança.
Dupla Esperança:
No Evangelho exibe-se uma Dupla Esperança:
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1- a esperança pelo eschaton (o último tempo, o futuro), vinculado como está à vinda de
Cristo, à ressurreição do corpo e ao aniquilamento do pecado, da dor e das lágrimas. Isso,
juntamente com sua esperança coroadora – a presença de Cristo – é a grandiosa esperança do
crente. Inclui a esperança (expectação) da perfeição final. O Cristianismo não promete que só
participaremos do bolo quando chegarmos ao céu; na verdade, os crentes podem começar a cortar
fatias desde agora.
2 – Há esperança de uma nova e abundante vida, agora mesmo.
3.4. Problemas específicos que requerem esperança
Antes de tudo, pessoas com problemas de longa data requerem esperança. Jesus fez
algo de incomum ao curar o homem cego de nascença (João 9); empregou meios. Cuspiu no chão,
misturou um pouco de barro e besuntou os olhos do cego, dizendo-lhe que fosse à fonte de Siloé e
se lavasse. Assegurou-lhe de que se assim fizesse retornaria vendo. Porventura Jesus precisa
usar meios? Estaria o Seu poder de algum modo limitado? Certamente que não. Sempre que
Jesus utilizava de tais meios, fazia-o para demonstrar algo ou ao indivíduo curado, ou às pessoas
ao derredor, ou a ambos. No caso em pauta, Jesus estava cuidando de um homem que nunca
enxergara. Se alguma vez o homem houvesse ousado esperar que algum dia pudesse enxergar,
desde há muito provavelmente perdera toda a esperança. Pois, afinal, quem jamais ouvira falar de
um homem cego de nascença que fora curado a ponto de poder enxergar? Por isso, a fim de
despertar a esperança, Jesus besuntou seus olhos com lodo. Quando o barro pesou e começou a
secar em torrões sobre suas pálpebras, a esperança daquele homem começou a brotar em seu
íntimo.
Pessoas como aquele homem, cujos problemas têm perdurado por longo tempo, precisam
de esperança. É evidente que Cristo fez algo extraordinário a fim de infundir esperança em um
homem com um problema antigo.
Em segundo lugar, pessoas com problemas peculiarmente difíceis precisam de
esperança. Embora quase toda pessoa que procure conselho ache que seu problema é o mais
difícil que alguém já teve de enfrentar, alguns problemas são mais graves do que outros. Alguns
reconhecem a complexidade extrema do problema que vivem, e possuem pouca esperança de que
alguém conseguirá desatá-lo. A tais pessoas precisamos assegurar de que há esperança em
Cristo. Essa esperança está no poder de Sua Palavra, ministrada pelo Espírito Santo (Rm 15.4,
13).
A mulher hemorrágica (Mc 5.25-34; Lc 8.43-48) que sofrera nas mãos de muitos médicos,
serve de bom exemplo de alguém que precisava de esperança, por esse exato motivo. As pessoas
que durante anos tenham consultado em vão os psiquiatras ou outros conselheiros, geralmente
precisam de que se lhes reassegurem as promessas das Escrituras.
Em terceiro lugar, as pessoas que têm sido enganadas no tocante a seu verdadeiro
problema, precisam de esperança. Aqueles que têm sido informados de estarem enfermos,
quando na realidade não o estão, precisam compreender que não existe nenhuma enfermidade
estranha e incurável à raiz de seus problemas. Precisam chegar a ver que estão em dificuldade
devido a seu pecado. Tais pessoas precisam receber clara explicação de qual seja seu verdadeiro
problema, a fim de que, uma vez mais, lhes seja restaurada a esperança.
Por freqüentes vezes é útil mostrar a tais pessoas, em alguma outra área de sua vida na
qual tenham manuseado com êxito problemas semelhantes, que são capazes de fazer aquilo que
Deus requer para que seja solucionado o problema em foco. Se, por exemplo, no trabalho ou na
escola têm sido mantidas relações responsáveis, então é que tais relações também podem ser
levadas a efeito no lar. Se alguém pode controlar a sua ira em algum outro lugar, então é que pode
aprender a fazê-lo em sua casa.
Em quarto lugar, as pessoas que são assaltadas pelo medo precisam de esperança. O
temor pode imobilizar e mesmo paralisar. Trata-se de uma força poderosa que só pode ser
dominada pela força mais poderosa ainda, que é o amor.
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Em quinto lugar, as pessoas cujas esperanças foram repetidamente despedaçadas no
passado, precisam de esperança. Têm sido movidas por grandes esperanças, por vezes sem
conta, somente para ficarem desapontadas e serem feridas a cada vez. Finalmente, ficaram tão
desconfiadas de qualquer certeza de esperança que, apesar de desejarem embalar esperança,
empurram-na com o braço para longe de si. Repelem assim a esperança, por temerem dores e
desapontamentos adicionais.
Em sexto lugar, há aqueles que já tentaram e falharam. Esses podem sentir-se ao
mesmo tempo esperançosos e céticos. Podem sentir-se confusos e apreensivos. Podem sentir-se
irados ou mesmo profundamente ressentidos contra Deus. E com freqüência, quando as
verdadeiras razões de seu fracasso lhes são demonstradas, precisam ainda assim ser conduzidos
ao arrependimento, em face de suas atitudes, antes de poderem prosseguir.
Tais pessoas podem ser divididas em duas classes: aquelas que tentaram soluções
errôneas e aquelas que tentaram soluções corretas. Estas últimas, com especialidade, requerem
um esforço extra. Talvez tenham experimentado o recurso da oração. Porém, a Bíblia nos
recomenda que oremos, mas também nos fornece muitas outras orientações especificas. Não
obstante, na solução dos problemas, muitos parecem se esquecer de que a oração deve ser
seguida pelo curso de ação que a Bíblia recomenda.
Acresça-se que há aqueles que fazem o que é certo, porém desistem com muita facilidade.
A esperança conduz à perseverança, a qual confere ao homem a paciência necessária para
continuar, apesar da demora e das dificuldades (1 Ts 1.3).
Em sétimo lugar, as pessoas mais idosas com freqüência precisam de esperança.
Algumas vezes já passaram além do ponto em que mudar é possível, conforme acreditam.
Precisamos mostrar-lhes que a Bíblia não impõem limites de idade para a mudança ou a vitória.
Em oitavo lugar, as pessoas deprimidas precisam de esperança. Insistindo que elas
reiniciem os deveres e os papéis que permitiram esvair-se e esforçando-se por corrigir outros atos
e padrões pecaminosos, mediante o arrependimento e seus frutos, renascerá a esperança.
Em nono lugar, as pessoas com tendências suicidas também precisam de esperança.
Acima de todas, essas são as pessoas mais destituídas de esperança. Levá-las a sério a respeito
de seus pecados é algo absolutamente essencial. A esperança vem quando alguém reconhece
quão impotente está a pessoa a ser aconselhada em sua presente situação. Depois de concordar
que tal vida não é digna de continuar a ser vivida, o conselheiro pode mostrar a possibilidade de
uma nova e diferente maneira de viver em Cristo.
Em décimo lugar, as pessoas que tenham sofrido experiências abaladoras precisam de
esperança. A tristeza ante a perda de (1) uma pessoa, mediante a morte, a mudança, o adultério,
o divorcio; (2) possessões; ou (3) posição social (emprego, boa fama, queda de nível social),
pode levar o indivíduo a tal necessidade.
Finalmente, aqueles que estão em Cristo precisam de esperança. Para esses não há a
menor esperança à parte da esperança do Evangelho, a saber, a esperança que se deriva de
nossa fé.
3.5. Como
Como infundir esperança
Em todas essas instâncias a Bíblia é mais do que adequada para dar-nos tal esperança. Eis
por que Paulo escreveu: “Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim
de que, pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4). À
parte das Escrituras não há base alguma para a esperança.
Papel do conselheiro ao infundir esperança
Ajudar as pessoas a crescerem em seu relacionamento com Cristo.
Os aconselhados que não são cristãos precisam ouvir que não há verdadeira esperança
para eles até que nasçam de novo por meio do Espírito Santo (João 3.3,26).
Levarmos as pessoas a sério, quando falam acerca de seus pecados.
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Quando a pessoa muda a ação de seus atos errados o conselheiro deve demonstrar
apreciação. O encorajamento por intermédio da apreciação ante a realização daquilo que
se faz necessário é um meio eficaz de infundir esperança. Saber-se que outros notaram e
se importaram instiga a novos esforços e ainda maiores que os primeiros.
Ensinar o aconselhado a pensar biblicamente acerca: da situação específica; sobre o
caráter de Deus; sobre as possibilidades para o bem; sobre os recursos divinos; sobre a
natureza e a causa dos problemas; e sobre o que elas dizem.
Forneça exemplos piedosos para o aconselhado: nosso próprio exemplo de esperança; o
exemplo de esperança de outras pessoas (mostrando como outras pessoas enfrentaram
situações semelhantes ou piores e lidaram com as adversidades de forma bem sucedida).
Diante disso, pedir que leia e medite em exemplos específicos na Bíblia. Também é
importante que converse com cristãos que suportaram circunstâncias parecidas e
obtiveram êxito.
Observar através da Palavra que até mesmo Cristo, o Filho de Deus, passou por provações
e foi obediente, negando-se a Si mesmo, e reagiu da maneira que Deus desejava.
Mostrar que enquanto as coisas parecem estar fora do nosso controle, certamente não
estão fora do controle de Deus. Ele está no comando, e que o que está acontecendo tem
significado e propósito, e que Deus está presente para nos sustentar e apoiar em meio as
nossas dificuldades.
Conclusão:
A esperança é uma questão de vontade. Pois a esperança é uma decisão, uma escolha
que podemos fazer ou não.
A esperança é um mandamento (1 Pedro 1.13)= “Esperai inteiramente”: [grego: ‘até ao
fim’].
A esperança genuína se baseia no que conhecemos sobre Deus e sobre sua Palavra e não
em como nos sentimos. Se fosse esse o caso, jamais poderíamos ter esperança em meio a
dolorosas provações.
A esperança deve ser renovada diariamente. Deus não injeta nas pessoas uma dose de
esperança pra durar por um longo período de tempo.
A verdadeira esperança é inseparável de um estudo da Palavra, visto que as Escrituras são
o meio pelo qual Deus confere esperança. Não há esperança fora da Bíblia.
Jesus é a nossa esperança (1 Timóteo 1.1).
Aula 4
Efetuando a transformação bíblica
4.1. Mudança: o alvo
A mudança bíblica é a meta do aconselhamento. O profeta Jeremias ressaltou quão difícil é
romper com padrões fixos de vida, ao satirizar no capítulo 13.23:
“Pode acaso o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então poderíeis
fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal”.
O apóstolo Paulo também enfatizou essa questão, em Romanos 7.18-19, ele diz: “Porque
eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em
mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse
faço”.
4.2. Mudar é difícil
Os conselheiros precisam ser realistas no tocante ao trabalho para o qual se sentem
chamados. Apesar de que em Jesus Cristo há base genuína para a esperança de mudança,
sabemos que ela é difícil. Portanto, a mudança é algo necessário, mas não é fácil. Uma das
principais razões por que os crentes fracassam é porque ou não se dispõem a estabelecer
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mudanças ou não sabem como fazer as mudanças que Deus requer deles, a fim de que enfrentem
as variações da vida.
Os conselheiros não deveriam ficar surpresos, pois, quando seus aconselhados protestam:
“Eu nunca mudarei”; ou então: “Penso que eu sou desse jeito” ou usando palavras com sentido
similar. As pessoas a quem aconselhamos continuamente confundem padrões do comportamento
que aprenderam com a natureza herdada. Os conselheiros podem aceitar como regra que,
qualquer qualidade de vida, atitude mental ou atividade que Deus requeira do homem, pode ser
adquirida por meio do Senhor Jesus Cristo.
Apesar da dificuldade para se conseguir a mudança bíblica, sabemos que a personalidade
pode ser mudada. No decurso da História Deus tem mudado Jacós em Israéis, Simões em Pedros
e Saulos em Paulos.
A Palavra de Deus muda as pessoas, muda seu modo de pensar, muda suas decisões e
muda sua conduta. As Escrituras em todo lugar prevêem mudanças. O Espírito Santo é o Espírito
de mudança. Sua atividade é em toda parte representada como a dinâmica e o poder que estão
atrás das mudanças de personalidade do povo de Deus. Onde quer que se manifeste a atividade
do Espírito Santo, as pessoas são transformadas.
4.3. Ciclo de dependência
Em relação ao aspecto da mudança genuína, é importante observarmos como as pessoas
que precisam de aconselhamento desenvolvem um estilo de vida que atrapalha o processo de
mudança em sua vida e como impede que a solução dos problemas possa ser alcançada. Esse
“estilo de vida” acaba criando algo que é denominado de Ciclo de Dependência, que é composto
de cinco partes:
CICLO DE DEPENDÊNCIA
1 – Dor
2 – A procura de algo para aliviar a dor (como ativismo, comida, sexo, álcool ou
relacionamentos dependentes) que acaba viciando a pessoa nisso
3 – Alívio temporário ou anestesia
4 – Conseqüências negativas
5 – Vergonha e culpa, que levam a mais dor e baixa
auto-estima
(OBS: esse processo ao chegar ao 5º passo retorna ao 1 º e assim sucessivamente)
Por exemplo, a pessoa ativista que tem uma auto-estima baixa (dor) começa a trabalhar
demais (agente viciador), o que resulta em sucesso, reconhecimento e produção (alívio). Mas,
geralmente, seus relacionamentos com a família e com Deus sofrem terrivelmente por causa de
sua preocupação com o trabalho (conseqüências negativas).
O resultado é um sentimento ainda maior de vergonha e culpa por ser uma pessoa tão
inadequada, que a traz de volta ao primeiro ponto no Ciclo de Dependência. E aí ela se sente
obrigada a trabalhar ainda mais para superar sua culpa.
Como conselheiros precisamos saber identificar esse Ciclo de Dependência na vida do
aconselhado e ajudá-lo a sair desse processo maligno.
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4.4. Mudando o passado
Algumas pessoas se fixam no passado. Enquanto permanecerem assim, será impossível
qualquer mudança, porquanto ninguém consegue mudar o passado.
Não é o passado que precisa ser remanejado; na verdade, o passado não mais existe. Não
é o passado de alguém que precisa ser modificado; a própria pessoa aconselhada, conforme ela
é agora, é que deve ser mudada. Os conselheiros devem ajudar seus pacientes a mudarem o foco
da atenção do passado para os efeitos do presente. Devem esclarecer que o passado se faz
presente no padrão de vida do aconselhado, bem como nos efeitos presentes de suas atividades
passadas.
Só se pode tratar com o passado no presente, e isso através do perdão, da retificação, da
reconciliação e de outras alterações que tenham de ser feitas agora.
A tarefa do conselheiro consiste em chamar ao arrependimento, o que é um apelo para
que o homem mude - a mudança de mente que conduz à transformação de vida.
4.5. Mudando padrões presentes vindos do passado
Talvez o passado se faça presente na vida da pessoa aconselhada de modo mais
especificamente claro em sua personalidade, em suas atitudes e em seu estilo de vida.
A personalidade consiste no conjunto total de tudo quanto uma pessoa é, por natureza e
por criação, isto é, natureza herdada e hábitos adquiridos.
Ao tecermos considerações sobre o passado, vimos como o estilo de vida e os padrões de
vida, firmados pelo hábito, podem tornar-se parte tão integrante da personalidade e da conduta de
uma pessoa que ela passa a confundi-los com características hereditárias.
4.6. Fracasso em conseguir mudanças permanentes
Como pode o conselheiro ter a certeza de que as mudanças se tornarão permanentes, e
não temporárias?
O padrão repetitivo de pecado-confissão-perdão, pecado-confissão-perdão, tão bem
conhecido dos conselheiros e aconselhados, provavelmente explica grande parte do
desencorajamento e do fracasso no aconselhamento, mais que qualquer outro fator.
Por qual razão as resoluções tomadas no decurso do aconselhamento, de acordo com o
estilo das tradicionais resoluções de mudança de Ano Novo, caem por terra por tantas vezes? Por
que as mudanças são com freqüência tão passageiras?
4.7. O desabituardesabituar-se e o reabituarreabituar-se (“despojar e revestir”)
Em Efésios 4, Paulo aborda diretamente a questão da mudança. Ele discutia sobre a
necessidade de haver, entre os crentes, novos relacionamentos; a unidade é algo essencial.
Entretanto, isso requer que haja mudança nas vidas. Paulo no v. 17 diz: “Isto, portanto, digo e no
Senhor testifico, que não mais andeis como também andam os gentios”.
A exortação é para que aja mudança, Paulo fala muito mais do que da mera cessação de
atos condenáveis; pois ele requer mudança na própria maneira de viver. Paulo apela para que a
mudança aconteça e seja genuína; uma mudança no próprio indivíduo. Não meramente em seus
atos. Há esperança quanto a isso – Deus espera que seus filhos mudem. Nesse caso, tal mudança
deve ser possível; e assim sendo, Aquele que assim ordenou também dever ter providenciado
modos e meios.
Na descrição da mudança, é como se o indivíduo deva tornar-se “um novo homem” (v.24),
alguém renovado em sua “mente” (v.23), moldado em “justiça” e “retidão” (v.24). Seria um homem
parecido com Jesus Cristo. Essas mudanças, explica Paulo, são “procedentes da verdade” (v.24b).
Trata-se de uma mudança no próprio homem; ele é renovado mediante a transformação de todo o
seu estilo de vida. O novo estilo deve amoldar-se à imagem de Cristo, para que, em sua nova
maneira de viver, o crente seja um autêntico reflexo de Deus.
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A mudança é um processo que consiste em dois fatores= DESPOJAR E REVESTIR.
Esses dois fatores devem estar presentes para que se efetive a mudança genuína. Paulo
recomendou não somente que nos “despojássemos” do velho homem (ou seja, do antigo estilo de
vida), mas também que nos “revestíssemos” do novo homem (ou seja, do estilo cristão de vida).
O despojamento não seria permanente sem o revestimento. O novo estilo de vida, próprio
do discípulo de Cristo, é adquirido mediante a morte para o próprio “Eu” (entregando-se à morte,
na cruz) e mediante o viver para Deus (o seguir a Cristo).
4.8. Quebrando
Quebrando e estabelecendo hábitos
Uma maneira de viver é um modo habitual de viver. Deus outorgou ao homem a
maravilhosa capacidade que chamamos de hábito. Sempre que alguém faz alguma coisa por
tempo suficientemente longo, isso se torna parte dele. Os conselheiros devem dizer às pessoas
aconselhadas que os hábitos só são alterados com dificuldade, porquanto nos sentimos à
vontade com eles, e por se terem tornado em reações inconscientes.
O hábito pode operar em nosso favor ou contra nós, como uma benção ou uma maldição,
dependendo daquilo que tivermos posto em prática.
O conselheiro precisa ajudar a pessoa a analisar padrão após padrão, a fim de ser
determinado se cada padrão foi desenvolvido com base na expressa vontade de Deus, ou se foi
desenvolvido como uma reação pecaminosa. Os velhos caminhos pecaminosos, à proporção em
que forem sendo descobertos, terão de ser substituídos por novos padrões segundo os moldes da
Palavra de Deus.
Quando Cristo estipulou: “...dia a dia tome a sua cruz e sigam-me” (Lc 9.23) , Ele expôs a
vida cristã como uma luta diária no afã de mudar. A pessoa aconselhada pode mudar, se o Espírito
Santo habita nela. Naturalmente, sem a presença do Espírito, não há tal esperança. Há a
necessidade de entrega de todo o “eu” ao Senhor e em seguida, é preciso que aja obediência à
Palavra.
Conclusão
A mudança genuína é algo que Deus requer de toda pessoa. Buscar e conquistar essa
mudança é algo difícil, pois há uma luta entre a carne e o espírito. Entretanto, não é algo
impossível, pois Deus entrega ao homem os meios para que ele conquiste a libertação de sua
alma sofrida e em muitos casos pecadora.
Há uma necessidade de força de vontade por parte do aconselhado e muita sabedoria por
parte do conselheiro para ser um instrumento nas mãos do Espírito Santo, tendo em vista a
mudança na vida da pessoa aconselhada.
Jesus nos convida a parar de confiar em nós mesmos. Isso se chama “morrer para nós
mesmos”. Entregando nossa vida para Ele, morremos para nós mesmos e começamos uma nova
vida. A mudança bíblica somente acontecerá quando o aconselhado entregar todo o seu ser a
Deus. Visto que quando nos entregamos a Deus, mais fracas se tornam nossas atitudes e
pensamentos errados. A entrega a Deus libera o aconselhado da escravidão das atitudes
negativas e abre as portas para um estilo de vida fundamentado na Palavra.
Aula 5
A prática do aconselhamento
5.1. O processo do aconselhamento
O aconselhamento não é um processo tipo passo-a-passo, como assar um bolo, mudar de
pneu, ou mesmo preparar um sermão. Cada aconselhado é único – com problemas, atitudes,
valores, expectativas e experiências peculiares. Sendo assim, o desenrolar do aconselhamento irá
variar de acordo com cada pessoa. Entretanto, o conselheiro deve observar que alguns passos
sempre se repetem durante o aconselhamento, à medida que os problemas são considerados:
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1 - estabelecimento e manutenção de um relacionamento entre conselheiro e aconselhado;
2 - apresentação do tema;
3 – exploração do tema;
4 – busca de soluções;
5 – sugestão de alguma ação (conselho) e
6 – tarefa.
5.2. Fontes de informação
Três são as fontes de informação de que pode lançar mão o conselheiro cristão, das quais
ele pode extrair informes provindos do âmago e com base nos quais ele pode fazer juízos,
estabelecer alvos e projetar cursos de ação. Essas fontes são:
a) as Escrituras;
b) sua própria experiência (e de outros) de aconselhamento, e
c) os desejos de seu próprio coração pecaminoso.
5.3. Tipo de dados a coletar
Fora as fontes de informação citadas anteriormente, o conselheiro deve recolher
vários dados sobre a vida e os problemas do aconselhado a fim de buscar as soluções bíblicas
adequadas. Diante disso, “Que informação precisamos ter que nos capacitem a ajudar as pessoas
na solução de seus problemas?” Precisamos coletar dados em pelo menos seis áreas: relativas ao
físico, aos recursos, às emoções, às ações, aos conceitos e à história.
1. Dados relativos ao Físico: Problemas físicos podem tanto contribuir quanto advir de
problemas espirituais. Em 2 Coríntios 4.16, Paulo tem como implícita a idéia que quando nosso
“homem exterior se corrompe”, nosso homem interior tende ao desânimo. Por conseguinte,
precisamos estar cientes de quaisquer problemas físicos de nossos aconselhados se quisermos
resolver os problemas interiores que enfrentam.
Temos que investigar e analisar os seguintes aspectos relacionados ao Físico: Sono, Dieta,
Exercício, Enfermidade e Medicação.
2. Recurso: Quais recursos o aconselhado possui que possam lhe ajudar no processo de
aconselhamento, e quais recursos faltam, que podem atrapalhar esse mesmo processo?
Certamente, os recursos mais importantes são os espirituais, portanto, o conselheiro
precisa descobrir se o aconselhado é ou não cristão. Se não for, a pessoa não possui recursos
que possamos utilizar. Em alguns casos, quando o aconselhado é cristão, talvez seja necessário
questionar mais a fundo, de forma que a pessoa demonstre a validade de sua profissão de fé.
O conselheiro também precisa coletar informações acerca de outros tipos de recursos que
podem influenciar a dimensão espiritual: intelectuais, educacionais, sentimentais e sociais.
3. Emoções: As emoções são como detectores de fumaça: não são o problema principal,
mas sim alertas relativos ao problema primordial.
Deus nos presenteou com as emoções para atuarem como indicadores externos de que
está acontecendo algo em nosso coração, e geralmente estão relacionadas aos problemas que
enfrentamos.
É por esse motivo que precisamos perguntar aos nossos aconselhados como se sentem e
sermos sensíveis aos efeitos que essas emoções têm em suas vidas.
4. Ações: Precisamos considerar o que nossos aconselhados fazem e o que não fazem. A
Bíblia faz íntima conexão entre nossas ações e outros aspectos de nossa vida. As ações exercem
profundo efeito em nossa saúde espiritual, emocional e física. Reiteradas vezes a Bíblia enfatiza a
importância das nossas ações: Salmo 1.1-3; 34.12-14; Lucas 6.46-49; 11.28; Tiago 1.25.
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5. Conceitos: O conselheiro precisa reunir dados acerca dos conceitos dos aconselhados.
Os conceitos dizem respeito ao que Hebreus 4.12 descreve como sendo “os pensamentos e
propósitos do coração”. Isso inclui convicções, atitudes, expectativas, desejos e valores pessoais.
Inclui em que ou em quem as pessoas estão confiando e dependendo; o que e a quem temem; ao
que e a quem estão ouvindo; do que e de quem estão dependendo; ao que e a quem estão
servindo com sua vida (Mateus 6.24); o que ou quem são seus deuses; o que e quem lhes controla
e diz o que devem fazer.
Os seguintes textos bíblicos reforçam essa verdade: Marcos 7.18- 23; Romanos 12.1,2;
Gálatas 5.16-21 e Efésios 4.22-24.
6. Dados Históricos: Referem-se à informação acerca do contexto de vida passado e
presente das pessoas – circunstâncias externas da vida, influências ou pressões que
experimentaram ou estão experimentando, de que forma as pessoas pecaram contra elas, suas
frustrações e sofrimentos, seus fracassos, tentações, bênçãos temporais, sucessos, confortos,
riqueza, etc.
5.4. Técnicas usadas no aconselhamento
O aconselhamento é, primariamente, uma relação em que uma pessoa, o conselheiro,
busca assistir outro ser humano nos problemas da vida. Entretanto, a ajuda pode ser um processo
complicado, impossível de ser descrito em poucos parágrafos. Podemos, porém, resumir algumas
das técnicas mais básicas utilizadas numa situação de ajuda.
a) Atenção: O conselheiro deve tentar conceder atenção integral ao aconselhado. Isto é
feito mediante: 1 - o contato dos olhos – olhar sem arregalar os olhos, como um meio de transmitir
interesse e compreensão; 2- postura, que deve ser relaxada e não tensa, e que geralmente
envolve inclinar-se em direção ao aconselhado e 3 - gestos naturais, mas não excessivos ou que
provoquem distração.
b) Ouvir: O conselheiro deve ouvir o aconselhado para que ele, através da conversa,
possa expressar suas mágoas, esclarecer um problema e desabafar.
c) Responder: A ajuda do conselheiro também está relacionada a saber responder de
forma específica diante de cada situação apresentada pelo aconselhado.
d) Ouvir ou Liderar: é uma habilidade mediante a qual o conselheiro prevê a direção dos
pensamentos do aconselhado e responde de maneira a redirecionar a conversação. Por exemplo:
“Você pode dar mais detalhes...?”, “O que aconteceu então...?” “O que você estava querendo
dizer com...?” – todas essas são perguntas breves que espera-se irão orientar ao máximo a
discussão em direções produtivas.
e) Refletir: Para permitir que os aconselhados saibam "que estamos com eles" e podemos
compreender seus sentimentos ou pensamentos. “Você deve sentir-se...”, “Tenho a certeza de
que isso o frustrou”, “Acho que foi mesmo divertido” - essas frases refletem o que está
acontecendo no aconselhamento. Entretanto, esse tipo de frase deve ser utilizada com sabedoria,
não podendo ser após cada fala do aconselhado. Um breve resumo da entrevista pode também
ser um meio de refletir e estimular maior exploração por parte do aconselhado. O conselheiro
pode resumir sentimentos (“Isso realmente magoa”) e/ou temas gerais do conteúdo, (“De tudo o
que me contou parece que teve uma série de decepções”).
f) Perguntar: Com habilidade para extrair informações úteis. As melhores perguntas são
aquelas que exigem pelo menos uma sentença ou duas do aconselhado. Por exemplo: “Fale-me
sobre o seu casamento”, em lugar das que podem ser respondidas com apenas uma palavra:
“Você é casado?”. As perguntas que começam com “Por quê?” são sempre evitadas, desde que
tendem a parecer críticas ou a estimular discussões intelectuais prolongadas que impedem o
aconselhado a confrontar seus verdadeiros sentimentos ou mágoas.
g) Confrontar: Para apresentar alguma idéia ao aconselhado, a qual ele ou ela talvez não
percebesse de outro modo. Deve ser apresentado de maneira suave, cheia de amor, sem uma
atitude de julgamento. Todavia, ele com freqüência provoca resistência, culpa e algumas vezes ira
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por parte do aconselhado. Torna-se importante que o conselheiro dê tempo ao aconselhado para
responder verbalmente ao confronto e discutir maneiras alternativas de comportar-se.
h) Informar: abrange a apresentação de fatos aos que precisam de informação. O
conselheiro deve oferecer conselho/instrução na forma de sugestão. Dê ao aconselhado tempo
para reagir e falar a respeito de sua sugestão, e informe-se depois para ver até que ponto o
conselho foi proveitoso.
i) Interpretar: explicar ao aconselhado o que seu comportamento ou outros eventos
significam.
j) Apoiar e encorajar: O apoio inclui a orientação do aconselhado no sentido de fazer uma
avaliação de seus recursos espirituais e psicológicos, encorajá-lo à ação e ajudar com quaisquer
problemas ou fracassos que possam resultar dessa ação.
l) Ensinar: O conselheiro é um educador, ensinando através da instrução e orientando o
aconselhado à medida que ele ou ela aprende a enfrentar os problemas da vida.
5.5. As tarefas de casa (“acordos(“acordos-tarefa”)
Como partimos do pressuposto de que o ser humano é uma complexidade espiritual,
emocional (psicológica), biológica e social, o Aconselhamento deve levar em conta todas essas
dimensões. Portanto, por mais importante que seja levar a pessoa a orar e buscar crescimento em
Deus através da sua Palavra, o conselheiro que busca ver o ser humano como um todo incluirá
outras perspectivas na sua ação ministerial. A Psicologia Social comprovou extensivamente que
não é somente o que pensamos que nos faz agir como agimos, mas, o que fazemos também nos
faz pensar como pensamos. Tiago deixou isso claro quando afirma que a ação é a comprovação
de nossa fé. Tendo a ação tal importância no tratamento da conduta humana, torna-se
inconcebível fazer aconselhamento sem tarefas.
Objetivos da aplicação de Tarefas: Ao planejar a tarefa em conjunto com o aconselhado,
o conselheiro mantém alguns objetivos em vista: conectar o aconselhamento com a vida prática e
diária; exercitar o que se pretende para crescer e alcançar resultados objetivos; avaliar o
comprometimento do aconselhado; objetivar e deixar mais concreto o assunto tratado; fortalecer a
auto-estima através da ação bem sucedida; delegar responsabilidade ao aconselhado; observar
as reações do aconselhado e outros.
Mas, que tarefas se deve desenvolver? Quais os tipos de tarefas úteis em cada
situação? As tarefas devem ser construídas a partir dos assuntos que foram tratados durante a
sessão; elas devem ser simples e práticas; é importante que o aconselhado demonstre interesse
ao planejar uma tarefa; é importante que o aconselhado se disponha a cumprir a tarefa,
comprometendo-se; depois de acordada a tarefa, será útil que o aconselhado diga o que ele
deverá executar como tarefa e que descreva o como.
Pequenas Tarefas/Grandes Mudanças: A idéia de que tarefas grandiosas são mais
terapêuticas é falsa. Pelo contrário, tarefas complexas podem levar à frustrações, o que inibe a
evolução satisfatória do processo. Pequeno também é grande, um passo pequeno também leva
para frente, enquanto um pulo grande pode terminar numa queda. Portanto, se escolhe tarefas
que ofereçam mais probabilidade de darem certo, de poderem ser desenvolvidas com êxito.
Os acordos-tarefa podem ser de vários tipos e incluir comportamentos específicos, tais
como fazer um elogio todos os dias, abster-se de críticas, ler um capitulo diário da Bíblia, dedicar
tempo a um parente que considere importante, manter um registro do uso do tempo, ou fazer uma
lista dos próprios valores e prioridades. No final de cada sessão de aconselhamento, o
conselheiro e o aconselhado poderiam perguntar: “Depois deste período de aconselhamento, de
que modos específicos o aconselhado pode praticar o que aprendeu hoje ou obter novos
conhecimentos que serão mais úteis?”. As respostas e, portanto, os acordos-tarefa em potencial,
são ilimitados.
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Entretanto, para o aconselhado será fundamental que a tarefa seja objetiva, concreta,
descritível em atos e passos verificáveis. Tarefas de reflexão, de desenvolvimento de sentimentos
e sensações são subjetivas, dificilmente podem ser verificadas e avaliadas porque cada pessoa
as vivencia de maneira diferenciada. Assim, as tarefas devem ser mensuráveis para serem
claramente avaliadas. Tarefas mensuráveis ajudam a evitar conflitos gerados por expectativas
diferenciadas. Por exemplo, o marido que decide beijar a sua esposa durante a semana, o fez três
vezes, pode desencadear uma frustração da esposa porque ela esperou três beijos por dia, todos
os dias da semana. Quantificar os beijos é deixar a tarefa mensurável. A objetividade das tarefas
facilita a comunicação das pessoas envolvidas e a percepção do crescimento.
Quando não se cumprem as Tarefas: Por fim, não é possível não realizar uma tarefa:
mesmo a não realização é uma resposta à tarefa e tem algum significado útil. Pensando assim, o
próprio conselheiro se protege de frustração e dá uma conotação positiva às tarefas. Por exemplo,
se o marido não beijou sua esposa conforme combinado, o conselheiro poderá dizer: “Ora, você
deve ter feito um esforço grande para não beijá-la, sendo que tinha tomado esse propósito. Vocês
devem ter aprendido algumas coisas sobre o que facilita ou dificulta o carinho entre o casal. O que
seria?” A interpretação da tarefa não realizada pode fornecer excelentes descobertas a respeito
do funcionamento do casal.
Concluindo, determinar tarefas caseiras desde o primeiro encontro, é algo que capacita o
conselheiro a descobrir prontamente:
Quem está disposto e é capaz de realizar a vontade de Deus;
Quem está disposto, mas é incapaz de fazê-lo (e quais impedimentos se postam no
caminho); e
Quem não está disposto.
5.6. O que um conselheiro precisa saber
Que sabe um conselheiro cristão sobre as pessoas a serem aconselhadas, antes de virem
procurá-lo? Muito. A verdade é que, por ter ele nas mãos a Palavra de Deus, sabe tudo quanto
compete saber. Também através da própria Palavra, sabe que há uma solução para cada
problema, não importa qual ele seja. A Bíblia afirma que: “Não vos sobreveio tentação que não
fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo
contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1
Co 10.13).
As únicas perguntas básicas que restam a serem respondidas durante o aconselhamento
são:
1. Qual é o problema específico (ou os problemas)?
O problema deve ser compreendido com profundidade e com detalhes.
2. Que princípios bíblicos se aplicam neste caso?
O que diz a Bíblia sobre este assunto? Em alguns casos é bom que seja o aconselhado quem
procure na Bíblia e explique o que entendeu.
3. Como aplicar os princípios bíblicos para solucionar o caso?
5.7. Casos frequentes
Conflitos pessoais.
Relações interpessoais.
Lembranças do passado.
Problemas financeiros.
Problemas de alcoolismo e
entorpecentes.
Problemas espirituais e
doutrinários.
Dificuldades Sexuais.
Tentativas de Suicídio.
Dificuldades matrimoniais
e domésticas.
Pecado.
Perda de um ente querido.
Desemprego.
Relacionamento com Deus
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5.8. Recomendações para realizar o aconselhamento
Há casos que exigirão uma sessão e outros algumas, programadas de acordo com o tipo de
problema.
Comece e termine com oração (Tg 5.16).
Ouça com atenção o problema: Ouvir com atenção o aconselhado no que diz e como diz,
pois geralmente dará ênfase em algo que produz muita perturbação, ainda que não o note.
Entretanto, há casos em que a pessoa não reconhecerá o problema e precisa-se de uma palavra
de ciência e sabedoria para discerni-lo. Pode-se também notar frustrações, sentimentos ocultos,
fixações e desculpas que produzam hábitos e gerem problemas.
O conselheiro não deve esquecer que a comunicação não é só verbal, mas também com o
olhar, os gestos, a postura do corpo e o tom de voz, durante a mesma.
O conselheiro deve reproduzir ou resumir com suas palavras o que entendeu que o
aconselhado disse. Isto serve para verificar se a comunicação foi correta e evitar maus entendidos
ou ambigüidades.
Faça perguntas sobre tudo que possa influenciar no problema, de acordo com cada área.
Exponha soluções que sejam válidas para cada área.
Tenha metas definidas do que quer obter.
Respalde cada solução com um fundamento bíblico.
Avalie o progresso (se o caso requerer várias sessões).
Deixe tarefas apropriadas que reforcem as metas.
Estudos bíblicos.
Exercícios que impliquem em ação.
Na medida do possível envolva as pessoas que têm relação com o problema.
Envolva também o líder e motive-o para que faça parte da solução.
Esteja preparado para ministrar segundo o caso.
Tenha bibliografia para recomendar ao aconselhado como parte do processo.
Mostre respeito, aceitação e confiança pelo aconselhado para que este se sinta com
liberdade de expressar seus sentimentos e pensamentos. Um conselheiro deve deixar de lado
qualquer tipo de julgamento.
Identifique os sentimentos que tem a respeito do assunto e quanto às pessoas envolvidas
e confrontá-las com o que Deus ensina em Sua Palavra.
5.9. Ética no aconselhamento
O conselheiro deve respeitar cada indivíduo como pessoa que possui sentimentos,
pensamentos e vontade. O conselheiro busca sinceramente o bem estar do aconselhado e não
tenta manipulá-lo. O conselheiro tem a obrigação de manter em segredo as informações
confidenciais a não ser que haja risco para o bem estar do aconselhado ou de outra pessoa.
Conclusão
É necessário ser sensível e adquirir sabedoria para que o aconselhamento seja realizado
adequadamente e com êxito.
Aula 6
Oficina de aconselhamento
O mestre deve procurar casos que necessitem aconselhamento, redigi-los e entregá-los
aos grupos de trabalho em que dividirá sua classe.
Uma vez atribuídos os casos, os alunos em grupo devem fazer uma análise dos mesmos,
destacando os problemas encontrados, propor possíveis soluções, procurar referências bíblicas e
formular perguntas. As anotações e suas observações devem ser colocadas em folha para
entregar ao professor.
Em um segundo momento, os grupos irão compartilhar do caso fazendo uma exposição
para os colegas.
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