A Idade Moderna • A Idade Moderna, inaugurada como o Renascimento, época ainda de transição entre o "novo" e o "velho", se estabelece de fato como os séculos XVII e XVIII. • Os dois grandes movimentos filosóficos dos séculos XVII e XVIII são o Racionalismo, corrente vinculada ao pensamento francês, e o Empirismo, tendência positiva e prática, expressa pela cultura anglo-saxônica. A Razão • Ainda que a "razão" seja um componente básico de todas as manifestações da filosofia ocidental, no pensamento moderno adquire característica e importância inusitadas. • Enquanto na Antiguidade é considerada propriedade inteligível da Natureza e, na Idade Média, uma luz cedida por Deus ao homem para que bem a utilize, na filosofia moderna a "razão" é determinada como uma faculdade autônoma, que possui finalidade própria. A Razão Em outras palavras, torna-se, por excelência, veículo de análise e de entendimento do Real, que caracteriza, de modo específico, o ser ou a substância racional, isto é, o homem. E, se por um lado se afirma veículo cognitivo do Real, por outro se estabelece como órgão experimental da mesma Realidade. Quer dizer, as construções racionais (Racionalismo) se aliam aos dados da experiência (Empirismo) Ser X Conhecer • De Descartes aos empiristas ingleses (e até Kant, inclusive), a "razão" será sempre compreendida de acordo com um espaço subjetivista. Ou seja, como o vetor que observa e examina os meios e condições do conhecimento. • Será a estrutura do "subjetivo", configurando as formas do saber humano. Ao caráter naturalista que apresenta "a razão" no Renascimento, é acrescentado, assim, um antropologismo. • Por tais motivos podemos afirmar que a filosofia antiga e a medieval preocupam-se mais com o Ser, enquanto a filosofia moderna com o conhecer . RACIONALISMO • O Racionalismo dos séculos XVII e XVIII é a doutrina que afirma ser a razão o único órgão adequado e completo do saber, de modo que todo conhecimento verdadeiro tem origem racional. Por tal motivo, essa corrente filosófica é chamada de Racionalismo "gnoseológico" ou "epistemológico". A importância conferida à razão por Descartes e pelos cartesianos seus seguidores é um modo de racionalizar a Realidade, um lastro "metafísico" de cunho racional. O Racionalismo Cartesiano • Descartes (1596-1650) afirmava que, para conhecer a verdade, é preciso, de início, colocar todos os nossos conhecimentos em dúvida. • Aplicação metódica da dúvida » COGITO ERGO SUN » É preciso colocar em dúvida a existência de tudo que constitui a realidade e o próprio conteúdo dos pensamentos. » A única verdade livre das dúvidas: PENSO, LOGO EXISTO Racionalismo Cartesiano • Do COGITO é possível extrair: O pensamento (consciência) é algo mais certo que a própria matéria corporal Valorização do SUJEITO em detrimento ao objeto IDEALISMO Tendência a ressaltar a consciência subjetiva sobre o ser objetivo, e “a considerar a matéria como algo apenas conhecível, se é que o é, por dedução do que se sabe da mente”. Racionalismo Cartesiano • O “eu” cartesiano é puro pensamento (res cogitans), um ser pensante, já que, no caminho da dúvida, a realidade do corpo (res extensa), coisa externa, foi colocada em questão. • A partir da intuição primeira (penso, logo existo, Descartes distingue o universo das idéias duvidosas do universo das idéias claras e distintas. • As idéias claras e distintas são as idéias inatas, verdadeiras, não sujeitas ao erro, pois não vêm de fora, mas do próprio sujeito pensante. Método Cartesiano (Dedução) • No discurso do método, Descartes enumera quatro regras básicas capazes de conduzir o espírito na busca da verdade: 1. Regras de evidência: só aceitar algo como verdadeiro desde que seja evidente (idéias claras e distintas) – Idéias Inatas. 2. Regras de análise: dividir as dificuldades em quantas partes forem necessárias à resolução do problema. 3. Regras de síntese: ordenar o raciocínio (problemas mais simples aos mais complexos). 4. Regras de enumeração: realizar verificações completas e gerais para garantir de que nenhum aspecto do problema foi omitido.