SURDEZ, LIBRAS E INCLUSÃO: O PEDAGOGO COMO MEDIADOR

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SURDEZ, LIBRAS E INCLUSÃO: O PEDAGOGO COMO MEDIADOR
MENDES, Márcia – FESMAN
[email protected]
MENDES, Sirlene Fátima Pinheiro – EMPEB
[email protected]
Eixo Temático: Diversidade e Inclusão
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Sabe-se que os estudos sobre educação de surdos não é muito falado, porém há inúmeras
pessoas surdas inseridas em nossa sociedade, a qual de uma certa forma não os inclui
completamente, sempre há certo receio quando se trata desde assunto. A surdez é uma perca
auditiva que pode ser considerada leve, moderada ou profunda, as pessoas que por alguma
razão perderam esse maravilhoso recurso humano que é a audição, fazem o uso da LIBRAS
(Língua Brasileira de Sinais) para se comunicarem com o mundo e com a sociedade em geral.
Os surdos possuem um desenvolvimento cognitivo de aprendizagem compatível como
qualquer ouvinte, no entanto, os surdos que não adquirem uma língua na mesma idade que os
muitos e ou a maioria da população ouvintes que adquirem ao nascer, tendo assim dificuldade
de perceber as relações e o contexto das atividades em que estão inseridos, assim o seu
desenvolvimento e aprendizagem ficam fragmentados e acontece com grande defasagem. A
LIBRAS é um elemento essencial para comunicação e fortalecimento de uma identidade
Surda e, dessa forma, a escola não pode ignorá-la no processo de ensino aprendizagem. Mas
percebe-se que na grade maioria de nossas escolas ainda não tem profissionais capacitados
para trabalhar com esses alunos; o pedagogo como mediador da inclusão deve proporcionar
caminhos para que essa inclusão seja realizada por completa, que o aluno não esteja apenas
inserido na escola, que haja uma inclusão real, onde todos aprendam e sejam reconhecidos
com igualdade. Que tenham um ensino com qualidade que os profissionais tenham gosto em
ensiná-lo que não haja preconceito.
Palavras-chave: Surdez, linguagem e Inclusão
Introdução
Ao perceber a necessidade de incluir em nossa escolas pessoas as quais possuem
alguma anormalidade auditiva, vendo que a realidade não condiz com o esperado, sabe-se que
os professores e equipe gestora deveriam proporcionar a esses alunos um planejamento
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diferenciado, algo que facilite o processo de ensino aprendizagem, é necessário que mudem a
visão e a prática isso será o primeiro passo para a inclusão e não apenas inserção.
A nossa sociedade ainda hoje não sabe olhar o diferente, consegue apenas olhar para
seus próprios umbigos, onde só tem espaço na sociedade para os “normais”, sabe-se ainda que
em nossa sociedade existem muitas pessoas portadoras de deficiência e mesmo assim as
pessoas ainda não aprenderam a lidar com isso, olham para essas pessoas como se elas fossem
de outro mundo, se continuarmos a pensar assim jamais haverá inclusão por completo, por
que as pessoas tem receio quando se trata dos deficientes, não dever ser pensando assim, é
preciso que a sociedade, que a comunidade escolar, olhe e compreenda que com deficiência
ou não elas continuam a ser pessoas e que por esta razão merecem respeito e igualdade.
Surdez
A surdez é uma deficiência auditiva que pode ser leve, moderada ou profunda, sabe-se
que a educação é um direito de todos, não é por ter, deficiência, dificuldade ou necessidades
especiais que pessoas serão privadas do ensino, isso é totalmente errado, por sermos cidadãos
e compreender que todos merecem uma educação de qualidade que devemos fazer o possível
e impossível para que seja feita uma inclusão de qualidade, que esses alunos não sejam apenas
inseridos e sim incluídos completamente dentro do ambiente escolar, que a escola possa
contribuir de maneira benéfica para a formação desses alunos, que eles se sintam iguais aos
outros, que a escola e todos que nela atuam olhem os surdos com igualdade e não com receio,
é preciso que a escola mude sua visão, seu método de pensamento, técnicas de ensino, e
inclusão, só assim as coisas mudarão e os surdos terão os mesmo privilégios que os alunos
ditos normais.
a audição é o meio pelo qual o individuo entra em combate com o mundo sonoro. A
linguagem oral é o principal meio de comunicação entre os seres humanos, a
audição participa efetivamente nos processos de aprendizagem de conceitos básicos,
ate a leitura e a escrita. Alem disso, influi decisivamente nas relações interpessoais
que permitirão um adequado desenvolvimento social e emocional.
A diferença auditiva é caracteriza como um problema sensorial não visível, que
acarreta dificuldade na detecção e percepção dos sons e que, devido a natureza
complexa do ser humano, traz serias conseqüências ao individuo. A presença de
qualquer alteração auditiva na primeira infância compromete o desenvolvimento da
criança como um todo, nos aspectos cognitivos, sociais e culturais, além de
comprometer os aspectos lingüísticos, pois existe um período critico para aquisição
de uma língua (Sclair – Cabral, 1988).
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Para que possamos ter um sistema educacional inclusivo, onde parte-se do principio
que todas as crianças podem aprender, onde se respeite e reconheça as inúmeras diferenças é
preciso primeiramente reformar as mentes, o modo de pensar e agir das pessoas. Para que a
escola seja um ambiente de formação para todos, um ambiente verdadeiramente inclusivo é
necessário que os educadores desacomodem – se, combatendo a descrença e o pessimismo,
mostrando paro todos que a inclusão é um momento riquíssimo para que os professores e a
comunidade escolar demonstrem sua competência e responsabilidades educacionais. Segundo
Rosangela Prieto,
a inclusão escolar esta articulada em movimentos sociais mais amplos, que exigem
maior igualdade e mecanismos mais equitativos no acesso a bens e serviço. Ligada a
sociedade democrática que estão pautadas no mérito individual e na igualdade de
oportunidades, a inclusão propõem a desigualdade de tratamentos como forma de
restituir uma igualdade que foi rompida por formas segregadoras de ensino especial
e regular ( Prieto, p. 16).
Quando falamos em deficiência auditiva significa que deve haver uma maneira para
que os alunos surdos se comuniquem, isso é feito através de sinais, dizemos que todas as
línguas são inatas. Portanto todas as crianças surdas são propensas a desenvolver uma. Para
que uma língua funcione, ela tem de ser acessível deve ser eficiente e praticável. A Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS) é a forma de comunicação e expressão em que o sistema
lingüístico é de natureza visual motora, ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de
Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a
comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias. Atribui-se às Línguas de
Sinais o status de língua porque elas também são compostas pelos níveis lingüísticos: o
fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico.
Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e
do ponto onde esses sinais são feitos. Nas línguas de sinais encontram – se os seguintes
parâmetros que formarão os sinais: Configuração das mãos: Ponto de articulação;
Movimento; Expressão facial e/ou corporal; Orientação/Direção. Com todas essas
observações sobre a língua de sinais podemos dizer que para poder conversar em libras não
basta conhecer apenas os sinais soltos, é necessário que conheçamos a sua estrutura
gramatical, combinando-os em frases.
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Deficiência auditiva é uma falha total ou parcial na capacidade de ouvir. Os
deficientes auditivos podem ser surdos ou ter a audição reduzida ou diminuída. A criança
surda tem a capacidade de ouvir tão prejudicada que não pode aprender a falar normalmente,
como as outras crianças. Existem crianças que são meio surdas. Estas são capazes de aprender
a falar por si mesmas, embora falem mal, porque ouvem mal.
As conseqüências da deficiência auditiva são graves: o deficiente tem muita
dificuldade para se comunicar com as outras pessoas. Por esta razão, tem tendência a se isolar,
ficando sempre sozinho. Se os pais, irmãos e amigos não o incentivam a participar da vida
com outras pessoas, o deficiente auditivo fica muito isolado, podendo vir a ter problemas
emocionais.
ouvir é, normalmente, uma importante fonte de agradáveis experiências sociais.
Provavelmente, nenhuma incapacidade produza maior danos no desenvolvimento da
criança do que a deficiência grave e precoce da audição. Aprende-se a falar porque
pode-se ouvir, aprende-se a compreender a fala dos outros porque pode-se ouvir e
também, aprende-se como empregar a linguagem para a comunicação porque podese ouvir. Portanto, a audição e a fala contribuem tanto para a aceitação social como
para o sentimento de segurança pessoal de cada individuo e, ainda, ajudam na
aprendizagem. Conseqüentemente, a deficiência da audição, sendo um estado
patológico do órgão auditivo, de etimologia variada (herdada ou adquirida) que
produzindo surdez na primeira infância impede ou faz esquecer a linguagem, Costa
(2001, p. 29).
A deficiência auditiva pode ser definida como uma perda auditiva que interfere na
aprendizagem ou no desenvolvimento da comunicação?
O diagnostico é feito por médico otorrinolaringologista que constará a existência ou
não de perda auditiva e, informará quanto ao grau e tipo de surdez ocorrida, como também,
dos encaminhamentos educacionais necessários.
Dentre os exames utilizados nesta investigação pode-se citar:
a) Audiometria tonal: pede-se ao individuo que faça um sinal para informar ao
examinador que está ouvindo. Utiliza-se para esse exame do audiômetro de tom puro,
dispositivo eletrônico que produz tom de frequência (timbre) e intensidade (altura) variáveis
em extensa gama. Os resultados são marcados num audiograma, que fornece um
representação gráfica da acuidade de cada ouvido para as várias freqüências, comparando-se a
audição por via óssea e via aérea.
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b) Audiometria Vocal: nesta modalidade de investigação o individuo deverá utilizarse da fala. Para revelar perturbações auditivas é necessário evidenciar escolhas inadequadas.
Em crianças pequenas a medida não oferece muita precisão, sendo indicado aguardar a idade
escolar, quando todos os sinais fonéticos tornam-se conhecidos, graças a escrita e
enriquecimento limitado e impreciso, em função de suas aquisições pouco números e ás vezes
perturbadas.
c) Potenciais auditivos evocado (BERA): Os potenciais evocados auditivos de
tronco cerebral é um bom teste para investigar a integridade do tronco cerebral, mas
tem pouco valor clínico na definição crianças com distúrbios de processamento auditivo
podem apresentar resultados normais (JUNQUEIRA ,et al 2002).
d) Eletrococleografia (EGOG): Exame que exige anestesia geral leve para que seja
introduzida uma agulha metálica no promontório através da membrana timpânica. Consiste
em registrar o sinal elétrico médio captado entre o promontório do ouvido médio e o lóbulo da
orelha em resposta a um grande número de estimulação global do nervo auditivo; imagens do
funcionamento do nervo e depende apenas da natureza da estimulação e da estrutura do órgão
receptor. Utilizável desde os primeiros dias de vida, permite um diagnostico preciso, trazendo
elementos importantes para uma protetização adaptada e indicações para a reabilitação da
criança surda.
e) Impedanciomentria: favorece o diagnostico em crianças pequenas e burladores.
Essa técnica consiste em colocar sondas nos ouvidos, enquanto uma delas pressiona a
membrana timpânica a outra, fornece o nível de contração (vibração).
De modo geral, a audição é medida e descrita em decibeis (dB), uma medida relativa
da intensidade do som. Outra medida considerada é a freqüência do som, ou seja, o número de
cilcos por segundo ou Hertz (Hz) refere-se à tonalidade (grave, médios e agudos). A faixa de
freqüência audível no ser humano está entre 20 e 20.000 Hz, ou seja, sons compreendidos
nesta faixa produzem sensação sonora.
Costa (2001) afirma que os portadores de deficiência auditiva, dependendo do grau de
sua perda, pode não perceber os sons e, conseqüentemente, ter sua comunicação prejudicada,
interferindo no seu relacionamento familiar e social, comprometendo inclusive outros
aspectos do desenvolvimento.
Contudo, as definições e classificações resultantes de
avaliação audiométrica são inúmeras e variam de acordo com a finalidade e objetivos a que se
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destinam. A tendência nessa área, bem como em outras, é de enfatizar as implicações
educacionais e sociais da deficiência.
2.1 Tipos de perda auditiva
Em função de estrutura e funcionamento complexo do ouvido, podem surgir varias
formas de defeitos na audição, conforme demonstra a figura abaixo.
Costa, M. P. R da. Deficiência Auditiva: considerações gerais e aspectos educacionais. UFSCar, 2001, p. 1
Basicamente, as deficiências auditivas podem se classificadas em periféricas e central.
As perdas periféricas são alterações que ocorrem no sistema transformador ou
condutor do som, representado pelo ouvido médio e externo, ou ainda no sistema de
percepção do som, representado pela cóclea e pelo aparelho vestibular.
Tais deficiências podem ser:
a) Perda auditiva condutivas: determinadas por patologias que ocorrem no ouvido
externo ou no ouvido médio. A audição encontra-se rebaixada na via aérea, porém, na via
óssea, encontra-se dentro dos padrões de normalidade. Esse tipo de perda pode ser provocada
por obstrução ou malformação do sistema de transmissão – (pavilhão auricular, conduto
auditivo externo, membrana timpânica e cadeia ossicular). (RUSSO e SANTOS, 1999 ).
Raramente um problema condutivo causa perda auditiva de mais de 60 a 70 decibéis,
pois, as vibrações serão levadas via ósses ao ouvido interno. Logo, as perdas condutivas,
levam, apenas à situação de audição reduzida e não à surdez. (KIRK e GALLAGHEr, 2000)
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b) Perdas auditivas neuro sensoriais: disacusais ou disfunção auditiva, provocadas
por lesões no ouvido interno (cóclea ou no nervo coclear), estados normais os ouvidos
externos e médio. O problema é de percepção auditiva e pode ser agravado pelo fenômeno
chamado recrutamento, (aumento desproporcional em relação à intensidade física do som e a
sensação subjetiva do individuo).
Para RUSSO e Santo:
Atualmente, com advento de técnicas eletrofisiológicas (...) eletrocleografia é a
medida dos potenciais evocados do sistema auditivo, é possível estabelecer o local
da lesão de forma objetiva e, muitas vezes, precisa. Dessa forma, é possível
determinar se a perda auditiva é sensorial ou neural, isto é, se está ocorrendo a nível
do órgão de corti-sensorial – ou a nível do nervo coclear – neural. (1999, p. 29)
Esse tipo de perda auditiva pode ser completa ou parcial e afetar mais algumas
frequências (altas) do que outras.
A figura abaixo exemplifica o audiograma de uma criança surda com perda auditiva
profunda em freqüência elevada e perda grave em freqüência abaixo de 100 ciclos/segundo.
c) Perdas auditivas mistas: disacusia que combina problemas de percepção e transmissão do
som: estão presentes tanto o componente condutivo quanto o neuro sensorial (Cármio, 1999).
A perda central, porém, é uma deficiência auditiva provocada por lesões no
mecanismo auditivo, a partir do núcleo coclear (2º neurônio da via auditiva).
O indivíduo apresenta respostas anormais, embora o mecanismo periférico esteja
normal. Caracteriza-se por perdas auditivas de caráter flutuante (Cárnio, 1999).
Libras/ A importância da Libras para a comunicação dos surdos
A Educação da criança surda está sujeita a modos cuja amplidão depende do
dinamismo e da convicção dos propagadores dos métodos preconizados. È, entretanto muito
difícil fazer a partilha entre métodos que têm suporte científico e razões lógicas para se situar
num percurso educativo. A leitura labial, por outro lado, pertence ao sistema normal de
comunicação verbal de uma língua oral. Se o surdo privilegia está informação, nem por isso
ela é especifica e nem separada da percepção acústica, mesmo se esta é mantida
É possível observar na Declaração de Salamanca:
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Declaração Mundial de Educação para Todos e Declaração de Salamanca (Brasil,
1994): LEI N.º 10.436 de 24 de abril de 2002 Art. 1º É reconhecida como meio legal
de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos
de expressão a ela associados. Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005
(regulamenta a Lei 10.436/02) Definiu formas institucionais para o uso e a difusão da
Língua Brasileira de Sinais e da Língua Portuguesa, visando o acesso das pessoas
surdas à educação. O decreto trata ainda da inclusão da Libras como disciplina
curricular nos cursos de formação de professores e nos cursos de Fonoaudióloga, da
formação do professor de Libras e do instrutor de Libras, da formação do tradutor e
intérprete de Libras / Língua Portuguesa, da garantia do direito à educação e saúde
das pessoas surdas ou com deficiência auditiva e do papel do poder público e das
empresas no apoio ao uso e difusão da Libras.
A Língua Brasileira de Sinais foi reconhecida legalmente como Língua apenas em
2002. Agora é oficialmente incentivada nas Políticas Públicas, não só nas escolas como na
formação de profissionais. É incentivado inclusive o ensino de LIBRAS dentro das escolas
para professores e pais de alunos.
No entanto, nada disto ainda acontece. A Língua é reconhecida, o oralismo não é mais
bem visto em detrimento do bilingüismo. Porém, ao colocarmos um aluno surdo em uma sala
de aula em que ninguém sabe LIBRAS, em que não há intérprete, em que não há algumas
vezes nem um professor especializado, a este aluno está sendo imposto a oralização e ao não
uso da Língua de Sinais.
Na realidade das Escolas Estaduais de Campinas a maioria dos alunos surdos não tem
contato na escola com outros surdos ou ouvintes fluentes em Libras e, por este motivo, não
usam a Língua de Sinais, perdendo assim, inclusive, a sua identidade surda.
Para Skliar (1998, p.190) Os surdos tem direito a passar por um processo educativo
natural que valorize sua identidade enquanto surdo. Isto tudo só é possível em uma escola de
surdos. O início da inclusão no Brasil teve influência de dois eventos educacionais que
discutiram o fracasso escolar. O primeiro evento, a Conferência Mundial de Educação para
Todos, ocorreu na Tailândia em 1990. Durante esse encontro discutiu-se a necessidade do
desenvolvimento de uma política educacional de qualidade, a qual possibilitasse o
atendimento efetivo a um maior número de crianças na escola. Além disso, nesse evento,
destacou-se a importância de serviços que atendessem aos alunos, tanto aqueles
considerados normais, quanto aqueles com necessidades especiais.
Dorziat (2004) considera que a inclusão social de pessoas surdas, objetivando sua
participação social efetiva, depende de uma organização das escolas considerando três
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critérios: a interação por meio da língua de sinais, a valorização de conteúdos escolares e a
relação conteúdo-cultura surda.
Alfabeto Manual
Diferentemente do que muitas pessoas ainda pensam as línguas de sinais, não é apenas
linguagem, ela constituem-se língua, uma vez que possuem todos os níveis lingüísticos e se
prestam às mesmas funções das línguas orais . A língua é um dos principais instrumentos de
desenvolvimento dos processos cognitivos do ser humano e, evidentemente do seu
pensamento. Por isso a presença de uma língua é considerada fator indispensável ao
desenvolvimento dos processos mentais, As relações lingüísticas e sociais são de extrema
importância no desenvolvimento da criança, no entanto, a maioria das crianças surdas não têm
acesso a este mecanismo de desenvolvimento por estarem incluídas em um meio social que
faz uso da língua oral, sendo privados então de contato social e informações lingüísticas.
Para o surdos é de suma importância a existência da libras..desde nascimento,infância
e só assim ela terá as mesmas condições dos demais para facilitar a comunicação com meio
familiar, social e cultural, através dela o convívio na sociedade se torna mais fácil, ou seja, de
melhor compreensão para todos.
Os surdos possuem um desenvolvimento cognitivo de aprendizagem compatível como
qualquer ouvinte, no entanto, os surdos que não adquirem uma língua na mesma idade que os
muitos e ou a maioria da população ouvintes que adquirem ao nascer, tendo assim dificuldade
de perceber as relações e o contexto das atividades em que estão inseridos, assim o seu
desenvolvimento e aprendizagem ficam fragmentados e acontece com grande defasagem. A
LIBRAS é um elemento essencial para comunicação e fortalecimento de uma identidade
Surda e, dessa forma, a escola não pode ignorá-la no processo de ensino aprendizagem.
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Diferentemente dos ouvintes, a maioria das crianças surdas entram na escola sem
aquisição da sua língua natural, uma vez que a maioria delas vêm de famílias ouvintes que
não sabem a língua de sinais, portanto, a necessidade que a LIBRAS seja uma disciplina a ser
ensinada, a ser inclusa na grade curricular em todos os níveis da educação.
Mesmo com língua própria, os surdos ainda sofrem com a diversidade e o preconceito,
infelizmente a concepção dos ouvintes tem o surdo como incapaz de opinar e de tomar
decisões sobre seus próprios assuntos. O papel da língua de sinais na educação dos surdos é
um fator relevante na vivência social dos surdos, pois promoverá um maior entendimento
entre a cultura ouvinte e não-ouvinte.
O papel da língua de sinais na escola é a importância dela para o desenvolvimento do
surdo, através do conhecimento, do envolvimento, da pratica com a língua de sinais que estes
indivíduos serão reconhecidos como sujeitos, cidadão de uma comunidade que requerem os
mesmos direitos e deveres que os ouvintes, o seu uso por toda comunidade escolar (surdos e
ouvintes) promove a comunicação e interação entre todos, por esta razão o ensino da LIBRAS
não deve ser privilégios apenas dos surdos mais sim que ela possa ser estendida a todos os
alunos da comunidades escolar. Sabe-se que a grande maioria dos ouvintes tem preconceito
em relação aos surdos, e somente quando esses adquirirem a língua e o reconhecimento da
sociedade o olhar para o surdo será diferente. Esse será um sujeito capaz e protagonista de sua
historia.
O pedagogo como mediador da inclusão do aluno surdo
Pode-se constatar no decorrer de estudos realizados que a inclusão não ocorre por
completo, os alunos com necessidades especiais estão inserido em nossas escolas, porem não
estão inclusos completamente, há uma grande falha quando se trata da equipe gestora, os
professores, pedagogos e demais funcionários da escola, deveriam proporcionar a esses
alunos uma inclusão de qualidade, onde pudessem obter o ensino desejado para que se tornem
cidadãos aptos ao mercado de trabalho, para que sejam considerados como sujeitos de
igualdade.
O pedagogo por ser o mediador dentro da escola, onde cabem a ele infinitas funções
dentro da comunidade escolar, deveria intervir na questão de igualdade e qualidade no ensino
a esses alunos que necessitam de, um currículo adaptado, um planejamento diferenciado, que
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o professor utilize de metodologias diferenciadas para melhor compreensão, cabe a ele ver o
melhor tanto pra escola, quanto para os educandos que nela convivem diariamente, não basta
estar na escola, é preciso que escola faça o melhor para seus alunos, independentemente de
suas condições, física, psíquicas, motoras entre outras. O pedagogo esta na escola justamente
para que haja uma organização e um bom andamento da mesma, para que isso aconteça, deve
estar atento aos acontecimentos e mudanças que nela ocorrem, devem sempre proporcionar o
melhor para a escola e para quem nela atua, é através do pedagogo e dos atos que realiza
dentro da escola, que vai haver uma inclusão com qualidade e principalmente com igualdade.
Isso tanto pequenas mudanças como grandes adaptações.
Considerações Finais
O pedagogo por ser o mediador dentro da escola, onde cabem a ele infinitas funções
dentro da comunidade escolar, deveria intervir na questão de igualdade e qualidade no ensino
a esses alunos que necessitam de, um currículo adaptado, um planejamento diferenciado, que
o professor utilize de metodologias diferenciadas para melhor compreensão, cabe a ele ver o
melhor tanto pra escola, quanto para os educandos que nela convivem diariamente, não basta
estar na escola, é preciso que escola faça o melhor para seus alunos, independentemente de
suas condições, física, psíquicas, motoras entre outras.
O pedagogo esta na escola justamente para que haja uma organização e um bom
andamento da mesma, para que isso aconteça, deve estar atento aos acontecimentos e
mudanças que nela ocorrem, devem sempre proporcionar o melhor para a escola e para quem
nela atua, é através do pedagogo e dos atos que realiza dentro da escola, que vai haver uma
inclusão com qualidade e principalmente com igualdade. Isso tanto pequenas mudanças como
grandes adaptações.
REFERÊNCIAS
DORZIAT, A. Educação de surdos no ensino regular: inclusão ou segregação? Revista do
Centro de Educação, v. 24, p. 1-7, 2004
SKLIAR, Carlos. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre, R.S: Mediação,
1998.
5684
BRASIL, 1994: Declaração Mundial de Educação para Todos e Declaração de
Salamanca.
FERREIRA,S.; CÁRNIO, M.S. Interferências do Acesso às Distintas Modalidades
Lingüísticas no Processo de Escrita Espontânea do Surdo Inserido no Contexto de
Educação Especial, 1999.
RUSSO, I.C.P.; SANTOS, T.M.M. Audiologia infantil. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1999
KIRK e GALLAGHER, Educação da Criança Excepcional, 2000.
COSTA, M. P. R da. Deficiência Auditiva: considerações gerais e aspectos educacionais.
JUNQUEIRA, C. A. O.; COLAFÊMINA, J. F. Investigação da estabilidade inter e intraexaminador na identificação do P300 auditivo, 2002.
PIETRO, Rosângela Gavioli. Inclusão Escolar: pontos e contra pontos/ Maria Teresa Eglér
Mantoan, Rosângela Gavioli Pietro; Valéria Amorim Arantes, organizadora. São Paulo:
Summus, 2006.
SCLAIR – CABRAL, Cidadania, Surdez e Linguagem: desafios e realidades, 1998.
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