A RELAÇÃO DA PRESENÇA DO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) QUANTO À PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE EM REGIÕES CARENTES TENDO EM VISTA A COMUNIDADE Viviane Lopes Pereira¹ Luana Altoé Silvério² Márcio Siqueira Loureiro Junior³ Renildo de Sousa Santos4 ¹Aluna do segundo período do curso de Direito da Faculdade Castelo Branco, ColatinaES.Email:[email protected]¹[email protected]²siqueiraloureirojunior@hotma il.com³[email protected] RESUMO: Esta pesquisa prioriza o estudo da criminalidade em regiões de vulnerabilidade cujo propósito é apresentar as práticas sociopolíticas da Assistência Social no município de Colatina através do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) implementado pelo o governo em parceria com a prefeitura. Sendo assim, este estudo visa não somente a funcionalidade do programa, mas também o complexo que envolve as questões sociais que interpretam o contexto em que as famílias carentes estão inseridas. PALAVRAS-CHAVE: Assistência Social, Famílias, Vulnerabilidade. INTRODUÇÃO: A vida de cada indivíduo é determinada por ações que refletem o local onde vive. A criminalização e a integração social são duas percepções que estão evidentemente relacionadas. Comunidades marginalizadas tendem a índices de criminalidade elevados tendo em vista regiões socialmente estáveis. Embora a violência urbana tenha vigência muito ampla, ela não se constitui através de um processo unívoco, pois se desenvolve sempre a partir das particularidades locais (BAUMAN, 2000 e 2001). Frente a isso, surge então à necessidade de melhorar o espaço social e o meio de convívio propriamente dito que é a comunidade. Em busca de melhoras quanto à qualidade de vida principalmente de populações carentes, o Estado, juntamente com a prefeitura e a Secretaria de Assistência Social implantou o Centro de Referencia de Assistência Social (CRAS) no município de Colatina para dar suporte ao indivíduo e orientá-lo sobre diversas questões não somente estando restritas ao cunho social e prepará-lo para que possa ser inserido no mercado de trabalho e consequentemente reduzir a pronto de findar tal ciclo vicioso que de fato é a marginalização de regiões vulneráveis. Sendo assim, dentre as motivações consecutivas que garantiram a elaboração do trabalho visamos à aplicabilidade do estudo para a sociedade, a proximidade física dos fatos em contraste ao distanciamento social que evidencia o quanto o Direito Brasileiro pode ser aperfeiçoado para incluir de fato, todas as esferas sociais. MATERIAS E MÉTODOS: A coleta dos dados para fragmentação da pesquisa deu-se através de nós alunos, que visitamos algumas unidades do CRAS localizadas em diferentes bairros no município de Colatina onde fizemos mais de 70% do levantamento de dados com o auxílio de diversos profissionais do Centro que foram fundamentais para a pesquisa no quesito de esclarecimento de dúvidas a cerca do tema proposto. Foram elaboradas séries de perguntas que foram respondidas por dois profissionais em Assistência Social, coletamos dados e materiais de uso interno fornecido pela própria unidade e pela Prefeitura Municipal de Colatina e também realizamos diversas pesquisas em livros e sites que abordam questões referentes ao tema. Um dos recursos de pesquisa que facilitaram na coleta de percentuais gráficos foi o portal eletrônico do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que expôs de forma detalhada o histórico do CRAS e suas atribuições; RESULTADOS E DISCUSSÕES: Dentre as questões apresentadas ao Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro Operários do Município de Colatina, juntamente com os profissionais, percebemos que a composição da equipe de referência da instituição para a prestação de serviços e execução das ações, no âmbito da proteção social básica municípios, depende do porte do município e do número de famílias referenciadas. Tal questão é representada pela planilha abaixo: Porte município do Nº de habitantes Pequeno Porte I Até 20 mil Pequeno Porte II De 20 a 50 mil Médio Porte De 50 a 100 mil Grande Porte De 100 a 900 mil Metrópole Mais de 900 mil Fonte: NOB-RH\SUAS, 2006. Nº mínimo de CRAS 1 CRAS 1 CRAS 2 CRAS 4 CRAS 8 CRAS Famílias referenciadas Capacidade de atendimento anual 2.500 3.500 5.000 5.000 5.000 500 famílias 750 famílias 1.000 famílias 1.000 famílias 1.000 famílias Entende-se então que o Município de Colatina, por possuir 96.028 habitantes (2010) se enquadra como município de Médio Porte. Mas é válido ressaltar que o município pode manter com recursos próprios a quantidade de CRAS que considerar necessário para abranger a região. O CRAS tem como público alvo as famílias e seus membros, em situação de vulnerabilidade social, causados pela pobreza, privação de direitos, fragilização de vínculos afetivorelacionais e moradores do território de abrangência do referido CRAS. O campo de abrangência é muito vasto por isso, existe a limitação do trabalho do mesmo. Vale ressaltar que, ainda que o CRAS esteja inserido em um determinado bairro, sua função não é somente atendê-lo e sim, atender a todos os bairros outros que estão ao seu alcance para casos em que ocorra a existência de vulnerabilidade e/ou fragilidade. Portanto, tem-se a comunidade como principal aliada para a minimização dos problemas, uma vez que é ela a porta voz dos indivíduos, é através dela que se tomam ciência dos problemas e com isso, se trabalham a esquematização de possíveis ações para solucioná-los. Por isso, percebe-se a importância da implementação de laços da instituição com os moradores da região de abrangência para que através dessa parceria possam ser apresentados os problemas do bairro, as necessidades, todas as situações que incidem direta ou indiretamente em cada um dos indivíduos que a compõem. A criminalidade é fator consequente no âmbito de carência. A presença do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma barreira para a propagação desse mal. Uma vez que a comunidade se une, menor são as ocorrências desses acontecimentos. Então, é correto afirmar que o CRAS trabalha na prevenção da criminalidade e onde esses centro estão presentes é evidente a diminuição dos problemas sociais relacionados à criminalidade. CONCLUSÕES: Concluímos então que o CRAS trabalha de forma preventiva em relação à criminalidade e sua presença em áreas vulneráveis auxilia na minimização da criminalidade. Porém, seu trabalho só surte efeito se a comunidade estabelecer uma boa relação com a gestão do Centro. O estudo das diferenças sociais e como o governo age para amenizá-las e mudar cidadãos e menores com status de potenciais infratores a membros da sociedade é fundamental para a formação ética de um jurista que deve trabalhar para o bem da sociedade. Assim demonstramos nosso interesse com as políticas públicas sociais através do bom relacionamento da comunidade. Quando existem forças somadas, melhor são os resultados a serviço do bom relacionamento e priorização da qualidade de vida. REFERÊNCIAS: SILVA, M.J. de. Família e Política de Assistência Social: o debate entre a provisão dos mínimos sociais e a as necessidades básicas. Maranhão, 2007. 4p. Dissertação (Projeto de Iniciação Científica) – Faculdade de Assistência Social, UFMA. BIF, F.S. de. CRAS – Centro de Referência em Assistência Social. Criciúma, 2010. 77p. Dissertação (Trabalho Final de Graduação) – Arquitetura e Urbanismo, Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). BITENCOURT, C.R. Crime e Sociedade. 1.ed. Paraná: Juruá Editora, 1998.356p. MDS; SAGI; SNA. Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária – PNCFC. 2v. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social, 2011. 181p.