POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Elaborado por Tiago Miranda 1 Geometria Problema G.1 | Na figura 1, ABCD é um paralelogramo, M é o ponto médio de DC, AP = 65, e G Semelhança de Triângulos PM = 30. Qual o maior valor inteiro possı́vel para o comprimento de AB? B A P M D C Figura 1 Problema G.2 | Na figura 2, o quadrado ABCD está inscrito em um cı́rculo cujo raio mede 30. A corda AM intersecta a diagonal BD no ponto P. Se o segmento AM mede 50, determine a medida do segmento AP. A B O P C D M Figura 2 Problema G.3 | A figura 5 mostra um retângulo KGST e um triângulo KGR. Os ângulos KRT e RGS são congruentes. Se TR = 6 e RS = 2, qual é a área do triângulo KGR? T R S G K Figura 5 http://poti.impa.br/ 1 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . C Problema G.4 | Na figura 6, ABCD é um retângulo e E é o ponto médio de AD. O segmento FG passa pelo ponto médio M de CE. Determine a razão entre os comprimentos de GM e MF. G D M E B F A Figura 6 Problema G.5 | A figura 8 mostra uma sequência de circunferências de centros C1 , C2 , . . . , Cn com raios r1 , r2 , . . . , rn , respectivamente, todas tangentes às retas s e t, e cada circunferência, a partir da segunda, tangente à anterior. s Considere r1 = a e r2 = b. a) Calcule r3 em função de a e b. b) Calcule rn em função de a e b. C1 C2 C3 t Figura 8 Problema G.6 | No trapézio ABCD os ângulos A e D são retos, AB = 12, CD = 4 e AD = 10. O ponto E pertence ao lado AD e o ponto F pertence ao lado BC. Sabe-se que as retas EF e AB são paralelas e que o segmento EF fica dividido em três partes iguais pelas diagonais do trapézio. Calcule a distância entre as retas AB e EF. http://poti.impa.br/ 2 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Teoria dos Números T Divisibilidade Problema T.1 | 1 1 1 + = . a b 6 Sejam a, b, c, d inteiros não nulos, tais que c + d 6= 0 e ad − bc = 1. Prove que a fração Encontre todos os inteiros positivos a e b tais que Problema T.2 | a+b é irredutı́vel. c+d Problema T.3 | Encontre todos os n naturais tais que o produto dos algarismos da representação decimal de n seja igual a n2 − 10n − 22. Problema T.4 | Determine a maior potência de 15 que divide 150!. Problema T.5 | Seja n um número inteiro positivo. Se, para cada divisor primo p de n, o número p2 não divide n, dizemos então que n é livre de quadrados. Mostre que todo número livre de quadrados tem uma quantidade de divisores que é igual a uma potência de 2. r 1 92 1 2 9 + 2+ − 2 1100 é inteiro? 11 100 Problema T.6 | Quais são os números inteiros x tais que x+1 http://poti.impa.br/ 3 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Respostas e Soluções. Problema G.1 | Na figura 1, ABCD é um paralelogramo, M é o ponto médio de DC, AP = 65, e PM = 30. Qual o maior valor inteiro possı́vel para o comprimento de AB? B A P D M C Figura 1 Solução do problema G.1. (Adaptado da Olimpı́ada da Itália) (Adaptado da solução proposta por Félix Lopes Barboza, Parnamirim (RN).) Observe que 4 APB ∼ 4CPM, pois como AB//MC, temos B ÂP = MĈP e A B̂P = C M̂P, além disso, por oposição ao vértice A P̂B = C P̂M. Ademais, ABCD é um paralelogramo, daı́ AB = DC e como M e ponto médio de DC, então AB = 2 · CM. Sendo assim, podemos escrever E usando a desigualdade triangular no 4 ABP obAP BP AB 2 · CM temos = = = =2 CP MP CM CM AB < 65 + 30 BP 65 < AB + 30 =2 MP 30 < AB + 65 BP =2 que tem solução em 35 < AB < 125 e a maior 30 medida inteira de AB é 124. BP = 60. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema(s) Correlato(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a) (AHSME) No quadrilátero ABCD, tem-se AB = 5, BC = 17, CD = 5, DA = 9 e BD é um número inteiro. Quanto mede BD? b) (CÍRCULOS MATEMÁTICOS) A distância de Leningrado a Moscou é de 660 km. De Leningrado até a cidade de Likovo são 310 km, de Likovo a Klin são 200 km e de Klin a Moscou são 150 km. Qual a distância entre Likovo e Moscou? c) (BQ OBMEP − 2015) Dado um triângulo de lados a ≤ b ≤ c, pela lei dos cossenos temos a2 + b2 − c2 . 2ab cos Ĉ = Se o ângulo Ĉ é obtuso, cos Ĉ < 0. Como 2ab é positivo, isso é o mesmo que a2 + b2 − c2 < 0. Portanto, para um triângulo ser obtusângulo, o maior lado elevado ao quadrado é maior que a soma dos quadrados dos outros dois lados. Além disso, pela desigualdade triangular, sabemos que o maior lado é menor que a soma dos outros dois. Podemos resumir essas duas informações através das desigualdades a2 + b2 < c2 < ( a + b)2 . Quantos triângulos obtusângulos podemos formar com lados inteiros positivos menores que 7? Observação: Considere que dois triângulos com os mesmos comprimentos de lados mas em ordens diferentes representam o mesmo triângulo. (Respostas: a) 13 b) Note que a soma das distâncias de Leningrado até Likovo, de Likovo até Klin e de Klin a Moscou é igual à distância de Leningrado a Moscou. Isto significa que todas estão numa mesma reta e LiM = 300 km c) 8 triângulos.) http://poti.impa.br/ 4 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema G.2 | Na figura 2, o quadrado ABCD está inscrito em um cı́rculo cujo raio mede 30. A corda AM intersecta a diagonal BD no ponto P. Se o segmento AM mede 50, determine a medida do segmento AP. A B O P C D M Figura 2 Solução do problema G.2. (Extraı́do da OBM − 2013) (Solução proposta por diversos autores.) A B Trace a diagonal AC que intersecta DB no ponto O (figura 3). Sendo ABCD um quadrado, O é o centro da circunferência. Observe que ∠CMA = 90◦ O e ∠ POA = ∠ DOA = 90◦ . Logo, pelo caso AA, os triângulos AOP e AMC são semelhantes e, porP tanto, teremos AP AO = AC AM D AP 30 = M 60 50 AP = 36. Figura 3 (Solução proposta por Douglas de Araujo Smigly, São Caetano do Sul (SP).) Trace os segmentos AC e PC (figura 4) e perceba que os triângulos AOP e COP são congruentes (caso L.A.L.), portanto AP = CP, e AMC é retângulo em M (triângulo inscrito numa semicircunferência). Agora, aplicando o Teorema de Pitágoras em AMC, temos: A 2 B O AM2 + MC2 = AC2 2 C P 2 50 + MC = 60 √ MC = 10 11. PC2 = PM2 + MC2 2 2 √ AP = (50 − AP) + (10 11) AP = 36. http://poti.impa.br/ C D Por fim, façamos o Teorema de Pitágoras no 4 PMC, com PM = AM − AP, para obtermos M Figura 4 2 5 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema G.3 | A figura 5 mostra um retângulo KGST e um triângulo KGR. Os ângulos KRT e RGS são congruentes. Se TR = 6 e RS = 2, qual é a área do triângulo KGR? T R S G K Figura 5 Solução do problema G.3. (Extraı́do do BQ da OBMEP − 2010) (Solução proposta por diversos autores.) Como foi dito que KTSG é um retângulo, teremos RŜG = R T̂K = 90◦ e como K R̂T = R ĜS são 6 x congruentes, podemos concluir que 4 TRK ∼ 4SGR. Agora, fazemos SG = TK = x e temos que = , x 2 √ com x = 2 · 3, que, também√é a altura do triângulo KRG. Por fim, chegamos a KG = TS = 8 e a área √ 3 do triangulo KGR vale 8 · 2 · = 8 3 u.a.. 2 C Problema G.4 | Na figura 6, ABCD é um retângulo e E é o ponto médio de AD. O segmento FG passa pelo ponto médio M de CE. Determine a razão entre os comprimentos de GM e MF. G D M E B F A Figura 6 Solução do problema G.4. (Extraı́do do BQ da OBMEP − 2015) Pelo ponto M, trace o segmento de reta PQ perpendicular aos lados AB e CD do retângulo ABCD C como mostra a figura abaixo. Como M é o ponto médio de CE, podemos concluir que PM é base média relativa ao lado DE do triângulo ECD. Assim, se DE = EA = x, PM = DE/2 = x/2. Como E é ponto médio de DA, temos PQ = DA = 2x. Consequentemente, MQ = 2x − PM = 3x/2. Os triângulos 4 PMG e 4 MFQ são semelhantes, pois possuem os mesmos ângulos. Portanto, B GM PM x/2 1 = = = . MF MQ 3x/2 3 http://poti.impa.br/ 6 PG D x/2 M 3x/2 F Q x E x A Figura 7 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema G.5 | A figura 8 mostra uma sequência de circunferências de centros C1 , C2 , . . . , Cn com raios r1 , r2 , . . . , rn , respectivamente, todas tangentes às retas s e t, e cada circunferência, a partir da segunda, tangente à anterior. s Considere r1 = a e r2 = b. a) Calcule r3 em função de a e b. b) Calcule rn em função de a e b. C1 C2 C3 t Figura 8 Solução do problema G.5. (Extraı́do do material do PROFMAT − 2011) (Solução proposta por diversos autores.) Todos os centros estão a igual distância das duas retas, portanto estão na bissetriz das retas s e t. Seja A o ponto de intersecção entre a paralela à reta t passando por C2 e a perpendicular à reta t passando por C1 , e seja B o ponto de intersecção entre a paralela à reta t passando por C3 e a perpendicular à reta t passando por C2 e x = r3 . s a) Como os triângulos retângulos AC1 C2 e BC2 C3 são semelhantes, temos C1 A C C = 1 2 C1 C2 C2 B b−x a−b = a+b b+x b2 x= . a b2 Portanto, chegamos a r3 = . a C1 a b C2 b B A xC3 t Figura 9 r b2 r2 b podemos fazer = 3 = , que é uma progressão geométrica de a r r a 1n−1 2 n−1 b b b razão . Por fim, concluiremos que rn = a · = n−2 , com n ∈ N∗ . a a a b) Como r1 = a, r2 = b e r3 = . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema(s) Correlato(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Na figura 10, temos os quadrados ABCD, EFGH L e I JKL com lados 3, 4 e x (x > 4) respectivamente. I Qual o valor de x? A D F G N C O B E H J Figura 10 http://poti.impa.br/ 7 (Respostas: x = 16 .) 3 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema G.6 | No trapézio ABCD os ângulos A e D são retos, AB = 12, CD = 4 e AD = 10. O ponto E pertence ao lado AD e o ponto F pertence ao lado BC. Sabe-se que as retas EF e AB são paralelas e que o segmento EF fica dividido em três partes iguais pelas diagonais do trapézio. Calcule a distância entre as retas AB e EF. Solução do problema G.6. (Extraı́do do material do PROFMAT − 2012) (Solução proposta por Mórmon Lima dos Santos, Campina Grande (PB).) O problema tem duas soluções pois EF pode estar abaixo do encontro das diagonais do trapézio ou acima dele. Situação 1 Na figura 11, façamos AE = x e, por consequência, ED = 10 − x. Como as diagonais dividem EF em três partes iguais sejam EP = PQ = QF = m. Observe que 4 AEP ∼ 4 ADC, portanto podemos fazer m x = 4 10 2x m= . 5 Além disso, temos que 4 DEQ ∼ 4 DAB e seguimos com 10 − x 2m = 12 10 3 · (10 − x ) m= . 5 Igualando temos 2x = 3 · (10 − x ), o que dá x = 6. C 10 − x E m m m F Q 10 P x A 12 B Figura 11 Situação 2 Na figura 12, façamos AE = x e, por consequência, ED = 10 − x. Como as diagonais dividem EF em três partes iguais sejam EP = PQ = QF = m. Observe que 4 DEP ∼ 4 DAB, portanto podemos fazer m 10 − x = 12 10 6 · (10 − x ) m= . 5 Além disso, temos que 4 AQE ∼ 4 ACD e seguimos com 2m x = 4 10 x m= . 5 60 Igualando temos 6 · (10 − x ) = x, o que dá x = . 7 4 D E P m C Q m m F 10 x http://poti.impa.br/ 4 D A 12 B Figura 12 8 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema T.1 | Encontre todos os inteiros positivos a e b tais que 1 1 1 + = . a b 6 Solução do problema T.1. (Extraı́do do material da Imersão Olı́mpica) (Solução proposta por diversos autores.) Primeiro, observemos que se ( x, y) resolve essa e daı́ concluı́mos ( a − 6) e (b − 6) são divisores de equação, então (y, x ) também o fará. Agora, pode- 36 e temos os casos mos desenvolver • a − 6 = 1 e b − 6 = 36, ficamos com o par (7, 42); 1 1 1 + = • a − 6 = 2 e b − 6 = 18, ficamos com o par (8, 24); a b 6 6b + 6a ab • a − 6 = 3 e b − 6 = 12, ficamos com o par (9, 18); = 6ab 6ab • a − 6 = 4 e b − 6 = 9, ficamos com o par (10, 15); ab − 6a − 6b = 0 • a − 6 = 6 e b − 6 = 6, ficamos com o par (12, 12); a · (b − 6) − 6b + 36 = 36 (b − 6)( a − 6) = 36, e todos os respectivos simétricos. Outra Solução: Como queremos a > 0, devemos ter b > 6. AsIsolando a variável a (por exemplo) temos sim, o problema é equivalente a encontrar todos 1 1 1 + = os valores inteiros b ≥ 7 para os quais b − 6|6b. a b 6 Utilizaremos para isto o fato de b − 6|b − 6 e fare1 1 1 = − mos uma combinação linear com b − 6|6b ficando a 6 b com b − 6|6b · 1 + (b − 6) · (−6) ⇔ b − 6|36. 1 b−1 = Daı́, teremos que b − 6 divide 36 e b ≥ 7, logo a 6b b − 6 ∈ {1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18, 36} e obtemos os 6b a= . mesmo pares ordenados da solução anterior. b−1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema(s) Correlato(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (ARGENTINA) Para cada inteiro n, seja p(n) o número de pares ordenados ( x, y) de inteiros positivos, 1 1 1 tais que + = . x y n a) Determine p(n) para todo n e calcule p(1995). (Respostas: a) p(n) = divisores de n2 b) Determine todos os n tais que p(n) = 3. e p(1995) = 81. b) n é um número primo.) (OBMEP NA ESCOLA − 2014) Uma fábrica produz tapetes retangulares com quadrados de mesmo tamanho e de duas cores, brancos e cinzentos. Os quadrados brancos são usados para fazer a borda do tapete e os cinzentos formam um retângulo na parte de dentro. Qualquer quadrado branco está unido a exatamente dois outros quadrados brancos. a) Quantos quadradinhos brancos e quantos cinzentos tem um tapete m × n ? b) Um tapete é equilibrado quando o número de quadradinhos brancos é igual ao de quadradinhos cinzentos. Mostre que um tapete m × n é equilibrado se, e somente se, mn = 2. (m − 2)(n − 2) c) Determine todos os valores de m e n para os quais um tapete m × n é equilibrado. (Respostas: a) 2m + 2n − 4. b) Demonstração c) 12 × 5, 8 × 6, 6 × 8 e 512.) http://poti.impa.br/ 9 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema T.2 | Sejam a, b, c, d inteiros não nulos, tais que c + d 6= 0 e ad − bc = 1. Prove que a fração a+b é irredutı́vel. c+d Solução do problema T.2. (Extraı́do da Olimpı́ada da China) (Adaptada da solução proposta por Fernando Neres de Oliveira, Caraúbas (RN).) Basta provarmos que o mdc( a + b, c + b) = 1. Seja g = mdc( a + b, c + b), então g|( a + b) e g|(c + d), então g dividirá uma combinação linear desses números, como por exemplo g|d · ( a + b) + (−b) · (c + d) g|da + bd − bc − bd g|da − bc g|1. Portanto, mdc( a + b, c + b) = 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema(s) Correlato(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21n + 4 é irredutı́vel. a) (IMO) Mostre que, para todo natural n, a fração 14n + 3 b) (PROFMAT) Determine duas frações positivas que tenham 17 e 23 como denominadores e cuja soma 234 . seja igual a 391 c) (JAPÃO) Encontre todos os pares ( a, b) de inteiros positivos tais que a ≥ b e mmc( a, b) + mdc( a, b) + a + b = ab. d) Mostre que 216 + 1 e 232 + 1 são primos entre si. 29 a c + = as letras a, b, c e d representam números inteiros de 1 a 9. Qual b d 30 é o valor de a + b + c + d ? e) (OBMEP) Na expressão f) Seja m > 1 tal que, para algum n, m | 35n + 26 e m | 7n + 3, então o valor de m é: g) (OBM) O maior inteiro positivo n tal que (2011!)! é divisı́vel por ((n!)!)! é: h) (CONE SUL − 2010) Pedro tem que escolher duas frações irredutı́veis, cada uma com numerador e denominador positivos, tais que: • A soma das duas frações seja igual a 2. • A soma dos numeradores das duas frações seja igual a 1000. De quantas maneiras Pedro pode fazer isso? i) (CONE SUL) Achar o menor inteiro positivo n tal que as 73 frações 19 20 21 90 91 , , , ··· , , n + 21 n + 22 n + 23 n + 92 n + 93 sejam todas irredutı́veis. (Respostas: a) Demonstração b) http://poti.impa.br/ 10 5 7 e c) (6, 3) e (6, 4) d) Demonstração e) 16 f) 11 g) 6. h) 200 i) 95) 17 23 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema T.3 | Encontre todos os n naturais tais que o produto dos algarismos da representação decimal de n seja igual a n2 − 10n − 22. Solução do problema T.3. (Extraı́do da Olimpı́ada da IMO) Suponha que n tenha m > 1 dı́gitos e que d ocupe a maior ordem dele. Então, o produto dos dı́gitos é no máximo d · 9m−1 < d · 10m−1 ≤ n. Mas (n2 − 10n − 22) − n = n(n − 11) − 22 > 0, para n ≥ 13 e n2 − 10n − 22 < 0 para n ≤ 11. Por fim, a única solução é n = 12, que, da fato, resolve o problema. Outra solução: (Proposta por Danrlley Maciel, Fortaleza (CE)) n Seja x = 10n · an + 10n−1 · an−1 + 10n−2 · an−1 + · · · + 101 · a1 + a0 = ∑ 10 j · a j . Daı́ temos j =0 n2 − 10n − 22 ≤ 9log(n−1) , pois n tem no máximo log(n − 1) dı́gitos que são no máximo iguais a 9. Portanto, aplicando o logaritmo ficamos com n2 − 10n − 22 ≤ 9log(n−1) log(n2 − 10n − 22) ≤ log(9) < 1 log(n − 1) log(n2 − 10n − 22) ≤ log(n − 1) n2 − 10n − 22 ≤ n − 1 n2 − 11n − 21 ≤ 0, donde concluı́mos n ≤ 12 e, de n2 − 10n − 22 ≥ 0 temos n ≥ 12. Portanto, ficamos com n = 12. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema(s) Correlato(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a) (MAIO) Inês escolheu quatro dı́gitos distintos do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} e formou com ele todos os possı́veis números de quatro cifras distintas e somou todos esses números de quatro cifras. O resultado foi 193314. Encontre os quatro dı́gitos que Inês escolheu. b) Prove que o produto dos dı́gitos de um número inteiro é sempre menor do que ou igual a o próprio número. c) (EUREKA 29) Para cada inteiro positivo n, sejam A(n) e B(n) dois números inteiros formados por 2n algarismos iguais a 1 e n algarismos iguais a 2 respectivamente. Mostre que A(n)–B(n) é um quadrado perfeito. (Respostas: a) {5, 7, 8, 9} b) Demonstração c) Demonstração ) http://poti.impa.br/ 11 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema T.4 | Determine a maior potência de 15 que divide 150!. Solução do problema T.4. (Extraı́do do material do PROFMAT) (Solução proposta por diversos autores.) Se E3 (150!) = n e E5 (150!) = m, então o expoente da maior potência de 15 que divide 150! é E15 (150!) = minn, m. Vamos determinar E3 (150!) e E5 (150!): • 150 = 50 × 3 + 0, 50 = 16 × 3 + 2, 16 = 5 × 3 + 1 e 5 = 1 × 3 + 2, e • 150 = 30 × 5 + 0, 30 = 6 × 5 + 0 e 6 = 1 × 5 + 1. Portanto, E3 (150!) = 50 + 16 + 5 + 1 = 72 e E5 (150!) = 30 + 6 + 1 = 37. Consequentemente, chegamos a E15 (150!) = 37. Problema T.5 | Seja n um número inteiro positivo. Se, para cada divisor primo p de n, o número p2 não divide n, dizemos então que n é livre de quadrados. Mostre que todo número livre de quadrados tem uma quantidade de divisores que é igual a uma potência de 2. Solução do problema T.5. (Extraı́do do BQ da OBMEP − 2015) (Solução proposta por Mórmon Lima dos Santos, Campina Grande (PB).) Suponha que n é um número livre de quadrados e considere sua fatoração em primos: α n = p1α1 · p2α2 · . . . · pk k . Como n é livre de quadrados, os expoentes αi são todos iguais a 1. Portanto, n = p1 · p2 · . . . · p k . Para contarmos os divisores de n, basta contarmos quantos números possuem ou não cada um desses primos pi . Como temos duas possibilidades para cada um desses primos figurar em um divisor, a saber, estar ou não estar na fatoração dele, pelo princı́pio multiplicativo temos 2 · 2 · . . . · 2 = 2k divisores positivos (e 2k divisores negativos), com um total de 2k + 2k = 2k+1 divisores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Problema(s) Correlato(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a) Determine quantos números naturais menores que 1998 têm um número ı́mpar de divisores positivos. b) (BQ OBMEP − 2015) Um número natural é bacana se a soma de todos os seus divisores positivos (incluindo 1 e n) é maior ou igual ao dobro do número. Por exemplo, 12 é bacana pois 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28 ≥ 24 = 2 · 12 enquanto que 4 não é bacana pois 1 + 2 + 4 < 8 = 2 · 4. Demonstre que existem infinitos números que são bacanas e infinitos números que não são bacanas. c) (OMRP) Qual é a maior quantidade de números naturais consecutivos livres de quadrados? (Respostas: a) 44 b) Veja que nenhum número primo é bacana, pois se p é primo a soma dos seus divisores positivos é p + 1 < 2p. Como existem infinitos números primos, segue que existem infinitos números que não são bacanas. Se p é um primo maior que 3, o número n = 12p possui pelo menos os seguintes divisores positivos distintos: p + 2p + 3p + 4p + 6p + 12p = 28p > 24p = 2n. Assim, todo número da forma 12p com p primo maior que 3 é bacana. Novamente, como existem infinitos números primos, temos uma coleção infinita de números bacanas. c) A cada 4 números consecutivos teremos um que é múltiplo/divisı́vel por 4, logo não será livre de quadrados, a resposta é 3. ) http://poti.impa.br/ 12 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . r 92 + Problema T.6 | Quais são os números inteiros x tais que 1 92 1 + − 2 2 1100 é inteiro? 11 100 x+1 Solução do problema T.6. (Adaptado da Olimpı́ada Peruana.) (Solução proposta por diversos autores.) A fatoração do radicando é igual a 1 92 + = 112 1002 92 · 112 · 1002 + 1002 + 92 · 112 = 112 · 1002 (99 · 100)2 + (99 + 1)2 + 992 = (11 · 100)2 (99 · 100)2 + 992 + 2 · 99 + 1 + 992 = (11 · 100)2 (99 · 100)2 + 2 · 992 + 2 · 99 + 1 = (11 · 100)2 (99 · 100)2 + 2 · 99 · (99 + 1) + 1 = (11 · 100)2 (99 · 100)2 + 2 · 99 · (100) + 12 = (11 · 100)2 (99 · 100 + 1)2 = . (11 · 100)2 92 + A expressão inicial então fica r 1 92 1 + 2+ − 2 1100 = 11 100 x + 1 s 1 (99 · 100 + 1)2 − 2 1100 (11 · 100) = x+1 99 · 100 + 1 1 − 1100 1100 = x+1 99 · 100 1100 = 9 . x+1 x+1 92 Por fim, queremos contar a quantidade de divisores inteiros de 9, que são 6, e x é um dos elementos do conjunto {−10, −4, −2, 0, 2, 8}. Elaborado por Tiago Miranda http://poti.impa.br/ 13 [email protected] POTI 2015 − Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Soluções Enviadas Enviaram soluções para os problemas da Lista 2: • Bruno Paiva, Nova Iguaçu (RJ), problemas G1, G2, G3 e T4; • Danrlley Maciel, Fortaleza (CE), problema T3; • Douglas de Araujo Smigly, São Caetano do Sul (SP), problemas G1, G2 , G3 e G6, T1, T4, T5 e T6; • Félix Lopes Barboza, Parnamirim (RN), problemas G1, G2 e G3; • Fernando Neres de Oliveira, Caraúbas (RN), problemas T1, T2, T4, T5 e T6, G3; • Flávio Marques, Maceió (AL), problemas G1, G3, G5 e G6, T4, T5 e T6; • Mormon Lima dos Santos, Campina Grande (PB), problemas G2, G3, G4, G5 e G6, T1, T2, T3, T4, T5 e T6; • Thiago Jesuı́no, Salvador (BA), problema G3. http://poti.impa.br/ 14 [email protected]