SBR faz história na XVII Jornada Centro

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O adalimumabe foi associado a uma
redução significativa e sustentada
nos sinais e sintomas de EA ativa.1
JUL / SET / 2009 • No 3 • ANO XXXIII
Melhora avaliada por médicos e pacientes:
• Dor nas costas noturna e total1
• Inflamação1
• Escores BASFI e BASDAI1
• Redução dos episódios de
uveíte anterior em pacientes
com EA ativa2
• Concentração de
proteína C-reativa1
Contraindicações/Precauções
Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose
associados ao HUMIRATM (adalimumabe).
A administração concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento
do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a antagonistas de TNF isolados.
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Humiratm (adalimumabe). indicações: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn e Psoríase em placas. Contra-indicações: hipersensibilidade conhecida ao
adalimumabe ou quaisquer componentes da fórmula do produto. advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, infecções fúngicas
invasivas, virais ou outras infecções oportunistas. Estas infecções podem não ser consistentemente reconhecidas em pacientes que usam bloqueadores de TNF e isto leva a atraso no início do
tratamento apropriado, algumas vezes resultando em fatalidades. O tratamento não deve ser iniciado em pacientes com infecções ativas e recomenda-se cautela quando se decidir utilizar HUMIRATM
(adalimumabe) em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: assim como observado com outros
antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose (freqüentemente disseminada ou extrapulmonar) associados ao HUMIRAtm (adalimumabe) durante os estudos clínicos. Antes de iniciar o
tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente), com anamnese detalhada, radiografia de tórax e teste tuberculínico (PPD). Se a
tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRATM (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose latente, antes que o tratamento com HUMIRATM (adalimumabe)
seja iniciado, deve-se iniciar a profilaxia antituberculosa apropriada. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV). Pacientes portadores
do HBV e que requerem terapia com inibidores de TNF devem ser cuidadosamente monitorados quanto a sinais e sintomas da infecção ativa por HBV durante a terapia e por alguns meses seguidos
após o término da mesma. Eventos neurológicos: os antagonistas de TNF, incluindo o HUMIRAtm (adalimumabe), foram associados, em raros casos, com exacerbação de sintomas e/ou evidência
radiológica de doença desmielinizante, incluindo esclerose múltipla. Malignidades: em partes controladas de estudos clínicos com antagonistas de TNF, foi observado maior número de casos de
linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF do que entre os pacientes controle. O tamanho do grupo de controle e a duração limitada das partes controladas dos estudos não
permitem chegar a conclusões definitivas. Há maior risco de linfoma em pacientes com artrite reumatóide com doença inflamatória de longa duração, altamente ativa, o que complica a estimativa
do risco. Durante os estudos abertos de longa duração com HUMIRATM (adalimumabe), a taxa total de malignidades foi similar ao que seria esperado para idade, sexo e raça na população geral. Com
o conhecimento atual, um risco possível para o desenvolvimento dos linfomas ou outras malignidades nos pacientes tratados com um antagonista de TNF não pode ser excluído. Casos muito raros
de linfoma hepatoesplênico de células T, um raro e agressivo linfoma que é freqüentemente fatal, foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. A maioria dos pacientes foi previamente
tratada com infliximabe, ou recebeu terapia concomitante com azatioprina ou 6-mercaptopurina para doença de Crohn. A associação causal entre este tipo de linfoma e adalimumabe não está clara.
Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves associadas ao uso de HUMIRATM (adalimumabe) foram raramente observadas. Se uma reação alérgica grave ocorrer, a administração deve
ser interrompida imediatamente e iniciado tratamento apropriado. A tampa da agulha da seringa contém borracha natural (látex). Pacientes sensíveis ao látex podem ter reações alérgicas graves.
Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica, foram observados com agentes bloqueadores de TNF. A descontinuação da terapia com HUMIRATM (adalimumabe)
deve ser considerada em pacientes com anormalidades hematológicas significativas confirmadas. Insuficiência cardíaca congestiva: HUMIRATM (adalimumabe) não foi formalmente estudado em
pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Entretanto, em estudos clínicos com outro antagonista de TNF, uma taxa mais elevada de eventos adversos sérios relacionados a ICC foi relatada,
incluindo piora da ICC e novo episódio de ICC. Processos auto-imunes: Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram Síndrome Lúpica durante o tratamento com Adalimumabe, o tratamento
deve ser descontinuado. O tratamento com HUMIRATM (adalimumabe) pode resultar na formação de anticorpos auto-imunes. Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Alterações na Fertilidade: Não foram
realizados estudos experimentais de longo prazo para avaliar o potencial carcinogênico ou os efeitos do adalimumabe sobre a fertilidade. Imunizações: Os pacientes em tratamento com HUMIRATM
(adalimumabe) podem receber vacinações simultâneas, com exceção das vacinas vivas. Gravidez: Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com
Adalimumabe. Lactação: Recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com Adalimumabe ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. Uso
pediátrico: não foram estudadas eficácia e segurança em pacientes pediátricos.interações medicamentosas: Metotrexato: Não há necessidade de ajuste das doses de nenhum dos dois medicamentos.
Outras: Não foram realizados estudos formais de farmacocinética entre Adalimumabe e outras substâncias. O uso concomitante de adalimumabe com anakinra ou abatacepte não é recomendado.
Interação com testes laboratoriais: não são conhecidas interferências entre Adalimumabe e testes laboratoriais. reações adversas: anormalidade nos exames laboratoriais, astenia, síndrome gripal,
dor abdominal, infecção, febre, distúrbio de membranas mucosas, dor nas extremidades, edema facial, dor lombar, celulite, calafrios, sepse, reação alérgica, reação no local de injeção (dor, eritema,
prurido, edema. reação local, hemorragia local, erupção local), exantema, prurido, herpes simples, distúrbios cutâneos, herpes zoster, exantema maculopapular, distúrbios nas unhas, pele seca,
sudorese, alopécia, dermatite fúngica, urticária, nódulo cutâneo, úlcera de pele, eczema, hematoma subcutâneo, hiperlipidemia, hipercolesterolemia, aumento de fosfatase alcalina, uréia, creatinafosfoquinase, desidrogenase lática e ácido úrico, edema periférico, ganho de peso, cicatrização anormal, hipopotassemia, náuseas, diarréia, dor de garganta, anormalidade das provas de função
hepática, esofagite, vômitos, dispepsia, constipação, dor gastrintestinal, distúrbios dentários, gastroenterite, distúrbios da língua, monilíase oral, estomatite aftosa, disfagia, estomatite ulcerativa,
anemia, granulocitopenia, aumento do tempo de coagulação, presença de anticorpo antinuclear, leucopenia, linfadenopatia, linfocitose, plaquetopenia, púrpura, equimoses, aparecimento de autoanticorpos, infecções das vias respiratórias superiores, rinite, sinusite, bronquite, aumento da tosse, pneumonia, faringite, dispnéia, distúrbio pulmonar, asma, infecção urinária, monilíase vaginal,
hematúria, cistite, menorragia, proteinúria, polaciúria, cefaléia, tontura, parestesia, vertigem, hipoestesia, nevralgia, tremor, depressão, sonolência, insônia, agitação, conjuntivite, distúrbios oculares,
otite média, alteração do paladar, anormalidades visuais, borramento da visão, olho seco, distúrbios auditivos, dor ocular, hipertensão, vasodilatação, dor torácica, artralgia, cãibras musculares,
mialgia, distúrbios articulares, sinovite, distúrbios tendinosos. Posologia e administração: Artrite Reumatóide : 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias.
Artrite Psoriásica: 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias. Espondilite Anquilosante: 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14
dias. Doença de Crohn: 160 mg na semana 0, 80 mg na semana 2 e 40 mg em semanas alternadas, a partir da semana 4, por via subcutânea. Psoríase em Placas: 80 mg na semana 0 e 40 mg em
semanas alternadas a partir da semana 1, por via subcutânea. Superdosagem: A dose máxima tolerada de adalimumabe não foi determinada em humanos. armazenamento: Deve ser armazenado
em geladeira na temperatura entre 2 oC e 8 oC. Não deve ser congelado. registro no mS: no 1.0553.0294. Por se tratar de um medicamento novo, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer.
Informações Adicionais: Estão disponíveis aos profissionais de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo / SP 04566-905 ou fone 0800
703 1050. VENDa SOB PrESCriÇÃO mÉDiCa.
Referências: 1. van der Heidje et al. Efficacy and safety of adalimumab in patients with ankylosing spondylitis: results of a multicenter, randomized, double-blind placebo-controlled
trial. Arthritis Rheum 2006, 54 (7): 2136-46. 2. Rudwaleit M et al. Adalimumab effectively reduces the rate of anterior uveitis flares in patients with active ankylosing spondylitis: results
of a prospective, open-label study. Ann Rheum Dis. 2008, 67: 1218-21.
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Eventos
SBR faz história na XVII Jornada Centro-Oeste
e IV Jornada Mineira de Reumatologia, em Ouro Preto
Em 2 anos de terapia
combinada adalimumabe + MTX:
• 49% dos pacientes alcançaram a remissão clínica1
Ação Sinérgica que
Durante 5 anos de terapia
com adalimumabe:
vai além da dor1
• Inibição sustentada da progressão radiológica2
Contraindicações/Precauções
• Diminuição da dor 1
Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose
associados ao HUMIRATM (adalimumabe).
A administração concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento
do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a antagonistas de TNF isolados.
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Na AR, cuidar hoje preserva o amanhã
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• Ajuda na recuperação
da mobilidade articular 1
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HUMIRATM (adalimumabe). Indicações: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn e Psoríase em placas. Contra-Indicações: hipersensibilidade conhecida ao
adalimumabe ou quaisquer componentes da fórmula do produto. Advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, infecções fúngicas
invasivas, virais ou outras infecções oportunistas. Estas infecções podem não ser consistentemente reconhecidas em pacientes que usam bloqueadores de TNF e isto leva a atraso no início do
tratamento apropriado, algumas vezes resultando em fatalidades. O tratamento não deve ser iniciado em pacientes com infecções ativas e recomenda-se cautela quando se decidir utilizar HUMIRATM
(adalimumabe) em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: assim como observado com outros
antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose (freqüentemente disseminada ou extrapulmonar) associados ao HUMIRATM (adalimumabe) durante os estudos clínicos. Antes de iniciar o
tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente), com anamnese detalhada, radiografia de tórax e teste tuberculínico (PPD). Se a
tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRATM (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose latente, antes que o tratamento com HUMIRATM (adalimumabe)
seja iniciado, deve-se iniciar a profilaxia antituberculosa apropriada. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV). Pacientes portadores
do HBV e que requerem terapia com inibidores de TNF devem ser cuidadosamente monitorados quanto a sinais e sintomas da infecção ativa por HBV durante a terapia e por alguns meses seguidos
após o término da mesma. Eventos neurológicos: os antagonistas de TNF, incluindo o HUMIRATM (adalimumabe), foram associados, em raros casos, com exacerbação de sintomas e/ou evidência
radiológica de doença desmielinizante, incluindo esclerose múltipla. Malignidades: em partes controladas de estudos clínicos com antagonistas de TNF, foi observado maior número de casos de
linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF do que entre os pacientes controle. O tamanho do grupo de controle e a duração limitada das partes controladas dos estudos não
permitem chegar a conclusões definitivas. Há maior risco de linfoma em pacientes com artrite reumatóide com doença inflamatória de longa duração, altamente ativa, o que complica a estimativa do
risco. Durante os estudos abertos de longa duração com HUMIRATM (adalimumabe), a taxa total de malignidades foi similar ao que seria esperado para idade, sexo e raça na população geral. Com o
conhecimento atual, um risco possível para o desenvolvimento dos linfomas ou outras malignidades nos pacientes tratados com um antagonista de TNF não pode ser excluído. Casos muito raros de
linfoma hepatoesplênico de células T, um raro e agressivo linfoma que é freqüentemente fatal, foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. A maioria dos pacientes foi previamente
tratada com infliximabe, ou recebeu terapia concomitante com azatioprina ou 6-mercaptopurina para doença de Crohn. A associação causal entre este tipo de linfoma e adalimumabe não está clara.
Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves associadas ao uso de HUMIRATM (adalimumabe) foram raramente observadas. Se uma reação alérgica grave ocorrer, a administração deve
ser interrompida imediatamente e iniciado tratamento apropriado. A tampa da agulha da seringa contém borracha natural (látex). Pacientes sensíveis ao látex podem ter reações alérgicas graves.
Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica, foram observados com agentes bloqueadores de TNF. A descontinuação da terapia com HUMIRATM (adalimumabe)
deve ser considerada em pacientes com anormalidades hematológicas significativas confirmadas. Insuficiência cardíaca congestiva: HUMIRATM (adalimumabe) não foi formalmente estudado em
pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Entretanto, em estudos clínicos com outro antagonista de TNF, uma taxa mais elevada de eventos adversos sérios relacionados a ICC foi relatada,
incluindo piora da ICC e novo episódio de ICC. Processos auto-imunes: Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram Síndrome Lúpica durante o tratamento com Adalimumabe, o tratamento
deve ser descontinuado. O tratamento com HUMIRATM (adalimumabe) pode resultar na formação de anticorpos auto-imunes. Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Alterações na Fertilidade: Não foram
realizados estudos experimentais de longo prazo para avaliar o potencial carcinogênico ou os efeitos do adalimumabe sobre a fertilidade. Imunizações: Os pacientes em tratamento com HUMIRATM
(adalimumabe) podem receber vacinações simultâneas, com exceção das vacinas vivas. Gravidez: Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com
Adalimumabe. Lactação: Recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com Adalimumabe ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. Uso
pediátrico: não foram estudadas eficácia e segurança em pacientes pediátricos.Interações Medicamentosas: Metotrexato: Não há necessidade de ajuste das doses de nenhum dos dois medicamentos.
Outras: Não foram realizados estudos formais de farmacocinética entre Adalimumabe e outras substâncias. O uso concomitante de adalimumabe com anakinra ou abatacepte não é recomendado.
Interação com testes laboratoriais: não são conhecidas interferências entre Adalimumabe e testes laboratoriais. Reações Adversas: anormalidade nos exames laboratoriais, astenia, síndrome gripal,
dor abdominal, infecção, febre, distúrbio de membranas mucosas, dor nas extremidades, edema facial, dor lombar, celulite, calafrios, sepse, reação alérgica, reação no local de injeção (dor, eritema,
prurido, edema. reação local, hemorragia local, erupção local), exantema, prurido, herpes simples, distúrbios cutâneos, herpes zoster, exantema maculopapular, distúrbios nas unhas, pele seca,
sudorese, alopécia, dermatite fúngica, urticária, nódulo cutâneo, úlcera de pele, eczema, hematoma subcutâneo, hiperlipidemia, hipercolesterolemia, aumento de fosfatase alcalina, uréia, creatinafosfoquinase, desidrogenase lática e ácido úrico, edema periférico, ganho de peso, cicatrização anormal, hipopotassemia, náuseas, diarréia, dor de garganta, anormalidade das provas de função
hepática, esofagite, vômitos, dispepsia, constipação, dor gastrintestinal, distúrbios dentários, gastroenterite, distúrbios da língua, monilíase oral, estomatite aftosa, disfagia, estomatite ulcerativa,
anemia, granulocitopenia, aumento do tempo de coagulação, presença de anticorpo antinuclear, leucopenia, linfadenopatia, linfocitose, plaquetopenia, púrpura, equimoses, aparecimento de autoanticorpos, infecções das vias respiratórias superiores, rinite, sinusite, bronquite, aumento da tosse, pneumonia, faringite, dispnéia, distúrbio pulmonar, asma, infecção urinária, monilíase vaginal,
hematúria, cistite, menorragia, proteinúria, polaciúria, cefaléia, tontura, parestesia, vertigem, hipoestesia, nevralgia, tremor, depressão, sonolência, insônia, agitação, conjuntivite, distúrbios oculares,
otite média, alteração do paladar, anormalidades visuais, borramento da visão, olho seco, distúrbios auditivos, dor ocular, hipertensão, vasodilatação, dor torácica, artralgia, cãibras musculares,
mialgia, distúrbios articulares, sinovite, distúrbios tendinosos. Posologia e Administração: Artrite Reumatóide : 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias.
Artrite Psoriásica: 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias. Espondilite Anquilosante: 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14
dias. Doença de Crohn: 160 mg na semana 0, 80 mg na semana 2 e 40 mg em semanas alternadas, a partir da semana 4, por via subcutânea. Psoríase em Placas: 80 mg na semana 0 e 40 mg em
semanas alternadas a partir da semana 1, por via subcutânea. Superdosagem: A dose máxima tolerada de adalimumabe não foi determinada em humanos. Armazenamento: Deve ser armazenado
em geladeira na temperatura entre 2 oC e 8 oC. Não deve ser congelado. Registro no MS: no 1.0553.0294. Por se tratar de um medicamento novo, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer.
Informações Adicionais: Estão disponíveis aos profissionais de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo / SP 04566-905 ou fone 0800
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Referências: 1. Breedveld FC, Weisman MH, Kavanaugh AF, Cohen SB, Pavelka K, van Vollenhoven R, Perez JL, Spencer-Green GT, para os investigadores do PREMIER. Arthritis
& Rheumatism. 2006; 54:26-37. 2. Keystone EC, Kavanaugh AF, Sharp JT, Patra K, Perez JL. Inhibition of radiographic progression in patients with long-standing rheumatoid arthritis
treated with adalimumab plus methotrexate for 5 years. Pôster apresentado no EULAR 2007, Barcelona, Espanha, (THU 0168). 3. Bejarano V et al. Effect of the early use of the antitumor necrosis factor adalimumab on the prevention of job loss in patients with early rheumatoid arthritis. Arthritis & Rheumatism 2008, 59(10):1467-1474. 4. Jamal S et al. Adalimumab
response in patients with early versus stablished rheumatoid arthritis: DE 019 randomized controlled trial subanalysis. Clin Rheumatol published online 09/12/2008. DOI 10.1007/s10067008-1064-0 5. Breedveld FC et al. A Multicenter, Randomized, Double-Blind Clinical Trial of Combination Therapy With Adalimumab Plus Methotrexate Versus Methotrexate Alone or
Adalimumab Alone in Patients With Early, Aggressive Rheumatoid Arthritis Who Had Not Had Previous Methotrexate Treatment. Arthritis & Rheumatism 2006, 54(1):26-37.
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Referências Bibliográficas: 1) Reginster, J. et al. Naturocetic (glucosamine and chondroitin sulfate) compounds as structure-modifying drugs in the treatment of osteoarthritis. Curr. Op. Rheumatol, 15: 651-55, 2003. 2) Dodge GR, et al. Glucosamine sulfate modulates
the levels of aggrecan and matrix metalloproteinase-3 synthesized by culture human osteoarthritis articular chondrocytes. Osteoarthritis and Cartilage 2003; 11:424-432. 3) Seda, H. Seda, AC. Osteoartrite: Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento / Carvalho MAP, ed
Medsi: 289-307, 2001. 4) De los Reyes, GC. et al. Glucosamine and chondroitin sulfates in treatment of osteoarthritis: a survey. Prog in Drugs Res: 55: 81-103, 2000. 5) Bula do produto. ARTROLIVE. sulfato de glicosamina. sulfato de condroitina. MS - 1.0573.028.
6) IMS/PMB – MAT SET/08.
INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: ARTROLIVE. sulfato de glicosamina + sulfato de condroitina. MS – 1.0573.0286. INDICAÇÕES: ARTROLIVE é indicado para osteoartrite, osteoartrose ou artrose em todas as suas manifestações. CONTRA-INDICAÇÕES:
ARTROLIVE É CONTRA-INDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA; GRAVIDEZ E LACTAÇÃO. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: SÃO NECESSÁRIOS O DIAGNÓSTICO PRECISO E O ACOMPANHAMENTO CUIDADOSO DE PACIENTES COM SINTOMAS INDICATIVOS DE AFECÇÃO GASTRINTESTINAL, HISTÓRIA PREGRESSA DE ÚLCERA GÁSTRICA OU INTESTINAL, DIABETES MELLITUS, OU A CONSTATAÇÃO DE
DISTÚRBIOS DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO OU DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA ASSIM COMO PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES RENAL, HEPÁTICA OU CARDÍACA. SE OCORRER EVENTUALMENTE ULCERAÇÃO PÉPTICA OU SANGRAMENTO GASTRINTESTINAL EM PACIENTES SOB TRATAMENTO, A MEDICAÇÃO DEVERÁ SER SUSPENSA IMEDIATAMENTE. DEVIDO À INEXISTÊNCIA DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL, ARTROLIVE NÃO
ESTÁ INDICADO PARA SER UTILIZADO DURANTE A GRAVIDEZ. NÃO EXISTEM INFORMAÇÕES SOBRE A PASSAGEM DO MEDICAMENTO PARA O LEITE MATERNO SENDO DESACONSELHADO SEU USO NESSAS CONDIÇÕES E AS LACTANTES SOB
TRATAMENTO NÃO DEVEM AMAMENTAR. PODE OCORRER FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM PACIENTES SUSCETÍVEIS, PORTANTO PACIENTES COM HISTÓRICO DE FOTOSSENSIBILIDADE A OUTROS MEDICAMENTOS DEVEM EVITAR SE EXPOR À LUZ
SOLAR. FORAM DESCRITOS NA LITERATURA, ALGUNS CASOS DE HIPERTENSÃO SISTÓLICA REVERSÍVEL, EM PACIENTES NÃO PREVIAMENTE HIPERTENSOS, NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PORTANTO, A
PRESSÃO ARTERIAL DEVE SER VERIFICADA PERIODICAMENTE DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. FORAM RELATADOS POUCOS CASOS DE PROTEINÚRIA LEVE E AUMENTO DA CREATINO-FOSFOQUINASE (CPK) DURANTE TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA, QUE VOLTARAM AOS NÍVEIS NORMAIS APÓS INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O tratamento concomitante com antiinflamatórios não-esteroidais pode incorrer no agravamento
de reações adversas do sistema gastrintestinal, sendo recomendado um acompanhamento médico mais rigoroso nesses casos. Alguns autores da literatura médica descrevem que o uso de glicosamina e condroitina pode incorrer em um aumento da resistência à
insulina, porém, esses estudos foram realizados com doses muito superiores às indicadas na terapêutica clínica normal e sua validade ainda é discutida por vários outros autores. Estudos recentes demonstraram que a associação condroitina e glicosamina, quando
empregada em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II, não levou a alterações no metabolismo da glicose. Os resultados destes estudos não podem ser extrapolados para pacientes com diabetes mellitus descompensado ou não-controlado. É recomendável
que pacientes diabéticos monitorem seus níveis sanguíneos de glicose mais frequentemente durante o tratamento com ARTROLIVE. O uso concomitante de ARTROLIVE com os inibidores da topoisomerase II (etoposídeo, teniposídeo e doxorrubicina) deve ser evitado, uma vez que a glicosamina induziu resistência in vitro a estes medicamentos em células humanas cancerosas de cólon e de ovário. Há relato de um caso na literatura de potencialização do efeito da varfarina, com consequente aumento dos valores sanguíneos
de INR (International Normalized Ratio). Portanto, o uso concomitante de ARTROLIVE com anticoagulantes orais deve levar em conta avaliações rigorosas do INR. Reações adversas: SISTEMA CARDIOVASCULAR: EDEMA PERIFÉRICO E TAQUICARDIA JÁ
FORAM RELATADOS COM O USO DA GLICOSAMINA, PORÉM NÃO FOI ESTABELECIDA UMA RELAÇÃO CAUSAL. FORAM DESCRITOS NA LITERATURA, ALGUNS CASOS DE HIPERTENSÃO SISTÓLICA REVERSÍVEL, EM PACIENTES NÃO PREVIAMENTE
HIPERTENSOS, NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PORTANTO, A PRESSÃO ARTERIAL DEVE SER VERIFICADA PERIODICAMENTE DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
MENOS DE 1% DOS PACIENTES EM ESTUDOS CLÍNICOS APRESENTARAM CEFALÉIA, INSÔNIA E SONOLÊNCIA NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM A GLICOSAMINA. ENDÓCRINO-METABÓLICO: ESTUDOS RECENTES DEMONSTRARAM QUE A
ASSOCIAÇÃO CONDROITINA E GLICOSAMINA, QUANDO EMPREGADA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II, NÃO LEVOU A ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DA GLICOSE. OS RESULTADOS DESTES ESTUDOS NÃO PODEM
SER EXTRAPOLADOS PARA PACIENTES COM DIABETES MELLITUS DESCOMPENSADO OU NÃO-CONTROLADO. É RECOMENDÁVEL QUE PACIENTES DIABÉTICOS MONITOREM SEUS NÍVEIS SANGUÍNEOS DE GLICOSE MAIS FREQUENTEMENTE
DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. GASTRINTESTINAL: NÁUSEA, DISPEPSIA, VÔMITO, DOR ABDOMINAL OU EPIGÁSTRICA, CONSTIPAÇÃO, DIARRÉIA, QUEIMAÇÃO E ANOREXIA TÊM SIDO RARAMENTE DESCRITOS NA LITERATURA NA
VIGÊNCIA DE TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PELE: ERITEMA, PRURIDO, ERUPÇÕES CUTÂNEAS E OUTRAS MANIFESTAÇÕES ALÉRGICAS DE PELE FORAM REPORTADAS EM ENSAIOS CLÍNICOS COM GLICOSAMINA. PODE
OCORRER FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM PACIENTES SUSCETÍVEIS, PORTANTO PACIENTES COM HISTÓRICO DE FOTOSSENSIBILIDADE A OUTROS MEDICAMENTOS DEVEM EVITAR SE EXPOR À LUZ SOLAR. POSOLOGIA: Adultos: Recomenda-se
iniciar a terapêutica com a prescrição de 1 cápsula via oral 3 vezes ao dia. Como os efeitos do medicamento se iniciam em média após a terceira semana de tratamento deve-se ter em mente que a continuidade e a não-interrupção do tratamento são fundamentais
para se alcançar os benefícios analgésicos e de mobilidade articular. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2029102 05/07 BU 05
100
Editorial
95
Bodas de diamante
75
F
undada em 15 de julho de 1949, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira de Reumatologia
(SBR) completa 60 anos em 2009, suas bodas
de diamante, que, como não poderia deixar de ser, figuram como o principal destaque desta edição. Originário da palavra grega “adamas”, o diamante significa força e eternidade. Reúne beleza, brilho, virtual
indestrutibilidade e maleabilidade. Assim como uma
mulher madura de 60 anos, a SBR, consciente de seu
valor, mostra a sua face mais honesta, limpa, transparente e sem retoques. Ao mesmo tempo, mostra energia, viço, vigor e lucidez, lutando por melhores condições na busca do melhor, como bem demonstram a qualidade científica e a organização dos eventos que tem
realizado, caso da XVII Jornada Centro-Oeste e IV Jornada Mineira de Reumatologia.
Queremos ainda aproveitar a oportunidade para cumprimentar quase 20 sócios que também completam 60
25
5
0
anos juntamente com a SBR: Luiz Gonzaga Dantas de
Oliveira, Antonio Eudimilson Vieira, Maria Custódia
M. Ribeiro, Abel Pereira de Souza Jr, Ernesto
Dalleverde Neto, Sheila Knupp Feitosa de Oliveira,
Cristiano Augusto de Freitas Zerbini, Madeleine Rose
L. Gomes da Silva, Neusa Maria Simões Sanza, Walter
Cardoso de Oliveira, Ana Maria Camargo Gallo,
Ricardo Gomes Junca, David Cezar Titton, Joaquim
Gonçalves Neto, Abrahão Issa Neto e Natalino Hajime
Yoshinari.
Sem dúvida nenhuma, este é um ano de muitas festas, muitas celebrações!
Parabéns para todos nós, reumatologistas brasileiros,
pelos 60 anos da SBR!
Marcelo Pinheiro, Fábio Jennings e
Kaline Medeiros
OS
EDITORES
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
Diretoria Executiva SBR – Biênio 2008-2010
Presidente
Ieda Maria Magalhães Laurindo – SP
Tesoureiro
Manoel Barros Bertolo – SP
Secretária-geral
Claudia Goldenstein Schainberg – SP
Vice-tesoureiro
Célio Roberto Gonçalves – SP
Primeiro-secretário
Gilberto Santos Novaes – SP
Diretor científico
Eduardo Ferreira Borba Neto – SP
Segundo-secretário
Francisco José Fernandes Vieira – CE
Presidente eleito
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro – RJ
Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia
Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94
01402-000 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986
100
www.reumatologia.com.br
@ [email protected]
95
Coordenação editorial
Diretoria Executiva
Jornalista responsável
Solange Arruda (Mtb 45.848)
75
Layout
Sergio Brito
Conselho editorial
Marcelo de Medeiros Pinheiro – SP
Martin Fábio Jennings Simões – SP
25Kaline Medeiros Costa Pereira – SP
Colaborador: Plínio José do Amaral – SP
Impressão
Sistema Gráfico SJS
Índice
4
6
7
8
10
12
14
18
20
21
Matéria de capa
Personagem
SBR.doc
Primeira fila
O melhor do Brasil
Coluna Seda
Notas
Dia a dia
Agenda
Questão de foco
Tiragem: 2.000 exemplares
5
o
0 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • N 3 • jul/set/2009
3
Matéria de capa
Questão de foco
Arte e conhecimento científico
se misturam na XVII Jornada Centro-Oeste e
IV Jornada Mineira de Reumatologia
O cenário para essa combinação não
poderia ser mais oportuno: a histórica Ouro Preto.
Foto: Sergio M. Brito
D
4
e 6 a 8 de agosto, a cidade de Ouro Preto se tornou o palco
da tão esperada XVII Jornada Centro-Oeste e IV Jornada Mineira de Reumatologia, um evento do calendário oficial da
Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Segundo a
reumatologista Cristina Costa Duarte Lanna, que presidiu a iniciativa, a jornada foi marcada pelo conteúdo científico de alto
nível, pelo clima de amizade e companheirismo dos cerca de 250
inscritos, que se reuniram por três dias nos auditórios do Centro
de Convenções e Artes da Universidade Federal de Ouro Preto,
e por uma exposição de obras de arte selecionadas dentre as criações de renomados artistas da histórica cidade (como a pintura que
ilustra a capa desta edição). Cristina ainda conta que a participação
entusiasmada dos palestrantes contagiou todos os presentes, como
a do professor Gurkirpal Singh, dos Estados Unidos, cujas aulas
despertaram grande interesse e, claro, geraram muitos elogios.
“Tanto a troca de conhecimentos e de experiências nos debates
após as aulas quanto a alegria e a animação durante as festas de
abertura e de encerramento demonstraram quanto é importante
a realização desses eventos”, comemora Cristina, agradecendo a
participação dos palestrantes, dos congressistas, da presidente da
SBR, Ieda Laurindo, do diretor científico da SBR, Eduardo
Borba, e de todos os colegas da Comissão Organizadora e da
Comissão Científica da jornada.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Quando a arte
vem do céu
Quem foi à XVII Jornada Centro-Oeste
e IV Jornada Mineira de Reumatologia e é
louco por fotografia não se decepcionou com a
infinidade de enquadramentos oferecida pelos
elementos que compõem a paisagem de
Ouro Preto. Afinal, suas maravilhas estão em
cada centímetro quadrado construído pela
imaginação dos artistas, seja em esculturas e
quadros, seja em edificações. Mas o reumatologista
Sergio Viana, de Brasília, conseguiu eternizar a
criação humana no cenário perfeito, desenhado
pelas mãos invisíveis da natureza, em seu prosaico
momento de deixar a noite entrar.
Caso você também tenha imagens que mereçam ser compartilhadas, envie suas fotos para o e-mail: [email protected]
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
21
Agenda 2009
www.reumatologia.com.br
A presidente da SBR, Ieda Laurindo,
e a presidente da SMR,
Cristina Lanna: sintonia fina.
Os professores Geraldo Castelar (RJ)
e Gurkirpal Singh (Califórnia)
trocam experiências em Ouro Preto.
Outro encontro de expoentes da
Reumatologia nacional: o ex-presidente
da SBR Caio Moreira e o reumatologista
Luís Eduardo Coelho Andrade,
da Unifesp e do Fleury (SP).
O diretor de Educação Continuada da SMR,
Achiles Cruz Filho, entre a diretora científica
da entidade, Maria Vitória Quintero (à esq.)
e a secretária-geral, Nelma Mesquita,
no dia da abertura da jornada.
Da esquerda para a
direita, Maria Vitória
(MG), Cristina Lanna
(MG), Jozelia Rêgo
(GO) e Nelma
Mesquita (MG).
Os mineiros Rosa Telles, Cristina Lanna, Gilda Ferreira
e Maurício Fagundes durante o evento.
O ex-presidente da
SMR Marco Antônio P.
Carvalho juntamente
com Ana Flávia Pádua
(à esq.) e Naila Tricia.
Wanda Heloísa (à
esq.), de Petropólis
(RJ), ao lado de
Daniela Dias, Achiles
Cruz e Maurício
Fagundes.
O diretor de
Educação Continuada
da SMR, Achiles Cruz,
agora na companhia
de Boris Cruz e de
Wanda Heloísa.
20
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
5
Personagem
Adil Muhib Samara:
na 40ª edição do livro da vida
Ele fundou a disciplina de Reumatologia na Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), foi professor titular de Reumatologia da Unicamp e da PUC-Campinas,
presidente da Liga Pan-Americana contra o Reumatismo entre 1986 e 1990,
presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia entre 1974 e 1976 e presidente
da Academia Brasileira de Reumatologia entre 2002 e 2004, além de ter recebido
os títulos de Former Panamerican President Gold Medal Award, em 2002, e de
Panamerican Master of Rheumatology, no ano passado. Apesar da extensão de seu
currículo e de sua contribuição para a especialidade, não nasceu pronto e, portanto,
continua em busca de novidades e descobertas para sua próxima edição, como
sustenta o amigo Francisco José Fernandes Vieira nesta comovente homenagem.
A
Aplicações clínicas
O sistema complemento é uma cascata proteica com função importante na
defesa humoral inespecífica. Para seu
funcionamento satisfatório, todos os
componentes da cascata devem estar presentes em níveis plasmáticos normais,
com função fisiológica adequada. No
entanto, suas variações podem ser de
grande ajuda no dia a dia do clínico e do
reumatologista. A situação mais comum
em que a avaliação repetida da ativação
desse sistema tem indicação é o acompanhamento do paciente com nefrite relacionada com o lúpus eritematoso
sistêmico (LES).
Por sua vez, a deficiência específica de
C3 é a que compromete o sistema
imunológico com mais frequência, associando-se às infecções bacterianas piogênicas de repetição. Já as deficiências con-
Em família: o casal Samara e Laila na companhia
do filho, Adil, da nora, Elaine, e da filha, Daniela.
ssisti à festa do Samara, em Campinas (SP), em comemoração aos seus 73 anos de vida, com um auditório
repleto de médicos, alguns jovens, outros mais maduros, como
eu, mas todos amigos e admiradores do homenageado. Enquanto ocorria a pomposa cerimônia, lembrei de uma bela
página de Marco Túlio Cícero a respeito de uma fase da vida
do ser humano: “Pode imaginar-se algo mais proveitoso do
que esse cacho de uvas? Não é o caráter rentável da vinha que
me seduz, é todo o resto: a maneira de cultivá-la, a natureza
mesma da planta, as fileiras de chantões, a reunião dos
sarmentos, a ligadura e a mergulhia, a poda de alguns sarmentos, que favorece o desenvolvimento dos outros. Devo,
ainda, mencionar a irrigação, a cava e a sachadura que revolvem e fertilizam a terra. O encanto da agricultura não se resume, aliás, às colheitas, às campinas, aos vinhedos e aos arbustos; é preciso também contar com as hortas e os vergéis, o
gado no pasto, as colmeias de abelhas e as flores inumeráveis”.
Nada é mais proveitoso nem menos belo do que um campo
cuidadosamente cultivado. O Samara tem cultivado sua vinha por muito tempo, podando os galhos que não dão bom
fruto, irrigando, fazendo fileiras de chantões, o que começou
com nosso JFMN e foi secundado pela LLC, tecendo ligaduras entre estes e um fantástico IB. Aproveitou, com a maestria
do seu talento, o saber acolher e juntar o que de bom existe
em seu campo cheio de flores e de mel de um sabor sem igual.
O que me chama atenção nessa figura é que ele nunca usou
cavalos, lanças, projéteis e muito menos clava ou qualquer outra
arma, mas sempre empregou com elegância e oportunidade a
maior arma do homem: a palavra acompanhada de seriedade
e de desinteresse pelo que defende.
No livro de Xenofonte, O Econômico, que é uma obra sobre
agricultura, ele cita a passagem da evocação de Sócrates a um
jovem rei da Pérsia, Ciro, que, ao receber em sua casa, em
Sardes, o lacedemônio Lisandro, ouve o seguinte comentário
do visitante, que fica soberbamente impressionado com o parque plantado por Ciro: “Há muita razão em te dizerem feliz,
Ciro, pois em ti a fortuna se alia à virtude”. Com o Samara,
posso dizer que ele soube, durante o transcurso destes quase
40 anos em que o conheço, despertar o encanto do saber do
professor nos mais jovens e, nos mais maduros, a segurança
de ser. Por essas e outras razões, nós, que fazemos a Reumatologia brasileira, e, em particular, a cearense, queremos demonstrar o respeito e a admiração que temos pelo que você
edificou de fortuna e de virtudes no caminhar de sua vida até
os dias de hoje.
Lá pelos belos anos 70, conheci o Samara através de um
cidadão completo, mas não pronto, chamado Israel Bonomo –
graças ao nosso Pai Eterno que não nascemos prontos, pois,
quem nasce pronto, fica refém do que já sabe e, portanto, do
passado, limitado porque se obriga apenas a repetir e nunca a
criar, inovar, refazer, modificar e aprender. Quem não nasce
pronto é capaz de, todos os anos, ser uma nova edição, de não
envelhecer. Para mim, Samara, você se encontra na quadragésima edição do livro da vida, continua com vontade de ensinar, de aprender mais ainda, de fazer novos amigos, de se aproximar dos mais jovens, de participar do que ocorre na
Reumatologia internacional e nacional, ou seja, de construir,
pois você não nasceu pronto.
Mas, Samara, em um trecho da tragédia Antígona, Sófocles
afirma que há “muitas maravilhas neste mundo, mas a maior
de todas é o homem”. Esse foi o motivo pelo qual resolvi fazer
o presente depoimento de um “homem que, diante do infinito, é um nada, um tudo em face do nada e um intermediário
entre o nada e o tudo”.
Parabéns pelo que você é.
6
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Francisco José Fernandes Vieira
REUMATOLOGISTA
gênitas dos primeiros componentes da via
clássica, como C4a, se relacionam com
doenças como o LES e as glomerulonefrites crescênticas (veja outras na tabela 1).
A presença de anticorpos contra C1q
tem forte associação com o LES de prognóstico grave, que afeta os glomérulos,
além de estar relacionada com anticorpos
anti-DNA de dupla hélice circulantes e
também com a vasculite urticariforme e
a hipocomplementenemia (consumo de
C3 e C4 e redução do CH50, ou CH100),
refletindo a formação de imunocomplexos que vão cair na circulação. O
catabolismo acelerado do sistema complemento está ainda correlacionado com
o LES e a artrite reumatoide, sendo
acompanhado por aumento compensatório na síntese dos fatores.
O complemento
no laboratório
Tabela 1 – Doenças associadas à deficiência de
componentes do sistema complemento
Devido à termolabilidade dos
componentes do complemento, a
fase pré-analítica, que inclui a coleta
e o transporte da amostra, é de
suma importância para garantir a
qualidade técnica da dosagem de
CH50. O material coletado deve ser
usado em até 72 horas, se
conservado em temperatura
ambiente (18-20°C), em até 14 dias,
se refrigerado (2-4°C), ou em até
dois meses, se congelado (-20oC).
A quantificação é feita por meio da
adição, ao soro diluído, de uma
preparação-padrão de hemácias de
carneiro sensibilizadas. O valor
relatado corresponde à maior
diluição capaz de causar lise em
50% das hemácias.
Proteínas deficientes
Doenças associadas
Componentes da via clássica
• LES e glomerulonefrites crescênticas
Componentes da via alternativa
• Infecção meningocócica
Properdina
• Infecção meningocócica
Deficiência de C8
• Atividade hemolítica diminuída
ou ausente
Fator I
• Aumento da suscetibilidade a
infecções bacterianas do trato
respiratório inferior, bem como
otites, meningites e sinusites
DAF, HRF e CD59
• Hemoglobinúria paroxística noturna
Esterase inibidora de C1 (C1-INH)
• Angioedema hereditário e
comprometimento do sistema
nervoso central
CR3 e CR4
• Alterações da adesão plaquetária
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
19
Dia a dia
SBR.doc
Avaliação da dosagem
do complemento
no paciente reumático
Como comemorei os 60 anos da SBR
Dante Bianchi
N
gem sequencialmente após o primeiro
fator ser ativado pela formação de um
imunocomplexo, em geral constituído
por imunoglobulinas do isotipo IgM ou
IgG, ligadas a um antígeno, ou pela presença de fungos, bactérias, helmintos e
alguns tipos de vírus. Essa cadeia de
reações vai resultar no MAC e em diversos outros produtos que participam
dos processos de fagocitose, opsonização, quimiotaxia leucocitária, liberação de histamina dos mastócitos e
basófilos, vasoconstrição, contratura de
musculatura lisa, aumento da permeabilidade vascular e agregação plaquetária, culminando na lise celular.
Avaliadas no passado por metodologias semiquantitativas, as proteínas do
sistema complemento podem ser dosadas nos dias atuais pelo método Elisa,
mas são preferencialmente quantificadas
por nefelometria, uma técnica sequencial de maior sensibilidade e melhor
reprodutibilidade, capaz de medir a
quantidade de partículas suspensas em
meio líquido, com diferente índice
refrativo, por meio de um feixe de luz
que as atravessa. Juntamente com o teste denominado complemento hemolítico
total – CH50 em tubo de hemólise, ou
CH100 em gel –, que avalia a via final, a
medida dos componentes C3 e C4 compõe os exames laboratoriais de maior utilidade, na prática clínica, para a avaliação da atividade, ou consumo de proteínas, do sistema complemento.
o dia 15 de julho de 1949, um grupo de pioneiros
fundou a Sociedade Brasileira de Reumatologia
(SBR) no Hospital-Geral da Santa Casa da Misericórdia
do Rio de Janeiro, entre os quais uma pessoa se destacou: o Dr. Waldemar Bianchi. Talvez eu não seja o maior
conhecedor de seus feitos na SBR, pois, sem dúvida,
alguns outros membros, como o Dr. Hilton Seda, possuem muito mais lembranças. Entretanto, pude conhecêlo de outra forma, como avô. Sempre sério, vestindo
terno e gravata, com vários contos e histórias que raramente se repetiam.
Os tempos mudaram, nossa sociedade cresceu e, após
60 anos, novamente formou-se um grupo de reumatologistas, dessa vez com outro objetivo: comemorar nosso sexagésimo aniversário. Como vem sendo feito ao longo
de todo o ano de 2009, sob a organização e a
motivação da Dra. Ieda Laurindo, nossa presidente, a celebração da nossa fundação não
poderia passar despercebida. Dessa maneira,
o lugar escolhido foi o anfiteatro da 4ª enfermaria de Clínica Médica da Santa Casa do Rio
de Janeiro, o mesmo local onde, há 60 anos,
nasceu a SBR, uma ala que, conforme lembrou o Dr. Hilton Seda, já teve, como chefes,
o Dr. Waldemar Berardinelli, nosso primeiro
presidente, o Dr. Alberto de Castro e, ainda, o
Dr. Francisco de Castro, discípulo do Dr. Torres Homem, nosso patrono.
Na presença de vários ex-presidentes, dos
atuais presidentes das sociedades regionais e
de diversos outros reumatologistas, como os
doutores Marcio Bianchi, Ruan Cabrera e Margarida
Badim, a Dra. Ieda compôs a mesa da mesma forma que
há 60 anos, quando foi tirada a foto oficial da fundação
da SBR, seguindo a ordem cronológica das gestões. Assim, a atual presidente ficou no lugar do Dr. Berardinelli
e o Dr. Washington Bianchi, meu pai, na posição antes
ocupada por meu avô.
Após uma sessão de fotos e um breve discurso da Dra.
Ieda, presenciamos uma brilhante apresentação do Dr.
Hilton Seda sobre os fatos políticos, econômicos, esportivos, sociais e culturais, no Rio de Janeiro e no mundo,
nos anos que precederam a fundação da SBR. Depois da
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Jyoti Guiot1
Roger Abramino Levy2
A análise das variações
dessa cascata proteica e
a identificação de
eventuais deficiências
de seus componentes
contribuem com o
diagnóstico e o
seguimento de doenças
autoimunes, em
especial o lúpus.
1
Residente de Patologia Clínica do Hospital
dos Servidores do Estado (HSE-RJ).
2
Professor adjunto de Reumatologia da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
18
A
s proteínas do sistema complemento, sejam solúveis, sejam ligadas a membranas de células, formam
o braço efetor do sistema imune
humoral, que começa a funcionar mediante a invasão do organismo por uma
substância estranha, como um agente
infeccioso. Isso pode ocorrer pela via
clássica (C1, C4, C2 e C3), mediada por
anticorpos que ativam o C1 quando se
ligam a um antígeno específico, pela via
alternativa (fator D, fator B, properdina
e C3), que não depende de anticorpos e
se inicia quando o C3 é ativado e o C3b,
seu principal produto de degradação, se
liga, em baixas concentrações, à superfície de todas as células, ou, ainda, pela
via da lectina ligadora de manose. O C3b
induz a formação do complexo de ataque à membrana (C5, C6, C7, C8 e C9),
também conhecido como MAC. Na prática, o fato é que a ativação das proteínas do complemento envolve uma combinação de proteólise específica, mas limitada, em alguns componentes e mudanças de conformação em outros.
O sistema complemento não funciona de forma isolada. Existem também
proteínas plasmáticas, ligadas à membrana celular, com funções específicas
para manter um controle rigoroso da
ativação dessa cascata – trata-se das proteínas reguladoras do sistema complemento (CR), que são seguidas do número correspondente da substância que
regulam. Sensíveis ao calor, elas intera-
Acima, a cerimônia de fundação da SBR, em 15 de julho de 1949,
na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e, abaixo, a
comemoração dos 60 anos da entidade, no mesmo local.
palestra, o Dr. Adil Samara ofereceu um agradável passeio ao século XVII pelo antigo prédio do hospital, com
seus longos corredores, extensas enfermarias e avantajado pé-direito, que, em alguns momentos, lembram um
museu, com inúmeros quadros e ricos detalhes de decoração.
Quero aproveitar a oportunidade para dar os parabéns
à Sociedade Brasileira de Reumatologia, a toda a nossa
diretoria atual e a todos os membros que a compuseram
ao longo destes anos. Afinal, como disse a Dra. Ieda em
seu discurso, na ocasião, “... somos o que somos porque
eles foram o que foram”.
7
Primeira fila
O que nossos colegas andam estudando
Pesquisa Clínica
Tradução e adaptação cultural da
avaliação funcional de mão
Sequential Occupational Dexterity Assessment
Elaine Cristina Oku1
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro2
Pola Maria Poli de Araújo3
Introdução
A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pelo envolvimento das articulações sinoviais periféricas, principalmente das mãos, de forma bilateral e simétrica. A persistência do
processo inflamatório leva à destruição e à deformidade das estruturas acometidas, alterando a função
manual, que possui um papel fundamental na realização das atividades básicas de vida diária (ABVDs).
Objetivo
Considerando a necessidade de haver instrumentos específicos para avaliar objetivamente, em indivíduos
brasileiros com AR, a função da mão nas ABVDs, o presente estudo teve o objetivo de traduzir, da língua
holandesa para a portuguesa, a versão original da Sequential Occupational Dexterity Assessment (Soda) e de
adaptar culturalmente esse modelo à nossa população. A Soda analisa o desempenho e a dor do paciente
na execução de 12 tarefas frequentes no dia a dia.
Métodos
Após a tradução, o texto passou pela revisão de um comitê multidisciplinar formado por reumatologista,
ortopedista especializado em cirurgia da mão, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e tradutor, a fim de
produzir uma única versão em português, que foi, então, aplicada em 20 pacientes com diagnóstico de AR,
dez fisioterapeutas e dez terapeutas ocupacionais. Os itens que apresentaram mais de 15% de respostas
“não compreendido” foram substituídos por tópicos equivalentes e reaplicados em outros 20 pacientes,
dez fisioterapeutas e dez terapeutas ocupacionais, até que nenhum deles fosse classificado como “não
compreendido” por mais de 15% dos participantes. Para a obtenção da versão final, houve algumas modificações quanto à terminologia científica, assim como adequações dos materiais empregados e tarefas a
realizar. Todas essas alterações mantiveram os conceitos do instrumento original e contaram com aprovação dos autores da Soda.
Resultados
A versão brasileira da Sequential Occupational Dexterity Assessment pode agora ser utilizada, no Brasil, para
avaliar a função da mão dos portadores de artrite reumatoide. O presente estudo, no entanto, vai prosseguir com a avaliação das propriedades de medida dessa versão adaptada, em pacientes com AR, visando à
sua validação em nosso meio.
8
Tese apresentada para a obtenção do título de
1
Aluna da pós-graduação
mestre pelo curso de pós-graduação em Ciências
2
Orientador da tese
Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
3
Orientadora da tese
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Notas
Síndrome de Sjögren ocupa o
centro dos debates em solo francês
O 10º Simpósio Internacional da
Síndrome de Sjögren, que ocorreu de
1º a 3 de outubro em Brest, na França,
mostrou-se bastante produtivo na troca
de experiências entre os participantes e,
sobretudo, em debates sobre a abordagem clínica e terapêutica da doença. De
acordo com a presidente da Sociedade
de Reumatologia do Espírito Santo,
Valéria Valim, que participou do evento, um dos pontos altos do encontro foi
a discussão sobre as limitações dos critérios de classificação de 2002, que, segundo ela, representou um avanço em
relação aos debates anteriores, por reunir em consenso americanos e europeus.
“Falou-se sobre a necessidade de ampliar
os critérios, incluindo manifestações
sistêmicas e testes diagnósticos com sensibilidade e especificidade comparáveis
às da biópsia salivar”, relata. Nesse sentido, um dos exames propostos foi a análise de subpopulações de linfócitos B. O
simpósio também abordou os vários mecanismos etiofisiopatogênicos, assim
como estudos de genética e epigenética,
todos eles apontando novas possibilidades terapêuticas. “Os resultados
preliminares de dois ensaios clínicos com rituximabe, um inglês e outro
francês, se mostraram
promissores”, anima-se
Valéria, contando que há
igualmente outros biológicos em teste, como o antiCD22 e o anti-Blys. Os
participantes ainda defenderam a necessidade de estabelecer índices de atividade e dano, com destaque para o questionário
Cláudia Saad-Magalhães (SP), Roger Levy (RJ) e Valéria Valim (ES)
representam a Reumatologia do Brasil no simpósio de Brest.
ESSDAI, sigla de Eular Sjögren’s
Syndrome Disease Activity Index, atualmente em fase final de validação, e delinearam um estudo multicêntrico para a
padronização de um escore de ultrassom
na síndrome de Sjögren. Outro fato interessante, na percepção de Valéria, foi
a proposição de uma nova entidade clínica, a síndrome de hiper-IgG4. A doença incluiria manifestações como a pancreatite autoimune,
a colangite esclero-
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
sante, o tumor de Küttner, a fibrose
retroperitoneal e a nefrite intersticial,
além da síndrome de Mikulicz, que se
caracteriza por aumento simétrico e persistente das glândulas salivares parotídeas/submandibulares e lacrimais, mas
por boa resposta aos glicocorticosteroides, diferenciando-se do Sjögren por
não apresentar preferência por gênero,
por causar secura leve e por ter Ro/La
negativos e elevação de IgG4. Vale a
pena observar os pacientes com sintomas característicos.
Destaque em verde e amarelo
O Brasil fez bonito em Brest, com a apresentação de cinco
trabalhos, quatro dos quais de Valéria Valim e um de Cláudia
Saad-Magalhães, da Universidade Estadual de São Paulo.
Para completar, Roger Levy, da Comissão de Ensino da
Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro, ainda
participou do comitê científico do simpósio, numa
demonstração clara da importância cada vez maior de nossos
especialistas no cenário internacional da Reumatologia.
17
Notas
Primeira fila
FDA aprova – e atualiza –
tratamento de
gota usado desde 1810
Depois de quase 200 anos de uso, a colchicina recebeu o aval da Food and
Drug Administration (FDA) para o tratamento de crises agudas de gota e
febre familiar do Mediterrâneo, como conta em primeira mão ao Boletim Informativo da SBR o Dr. Georges B. Christopoulos (AL). A substância, um
composto derivado de sementes secas de açafrão-do-prado, vem sendo empregada há muito tempo no combate à gota como parte de uma combinação
de produtos aprovada pela FDA. Contudo, não tinha o sinal verde da agência
para ser usada isoladamente. Ocorre que, na posologia em que é comumente
utilizada para a crise aguda de gota, ou seja, em regime de administração de
hora em hora, a colchicina reduz o processo inflamatório, mas pode ser tóxica
para o aparelho gastrointestinal. A agência, porém, mudou de opinião depois
de analisar uma pesquisa que mostrou que o composto oferece o mesmo benefício quando administrado em apenas duas doses, com intervalo de uma hora
entre elas – e, portanto, com menor risco ao paciente.
Chegadas e partidas
• O colega Evandro José Pinheiro
Egypto morreu de causas naturais no
último dia 7 de agosto, na cidade de São
Paulo, aos 67 anos. Um dos pioneiros
da Reumatologia na Paraíba, o
reumatologista fez sua pós-graduação no
serviço do professor Hilton Seda e por
mais de 30 anos se dedicou à sua clínica
privada em João Pessoa, bem como às
atividades de docência como professor
emérito da Universidade Federal da
Paraíba. Egypto era membro da Academia Brasileira de Reumatologia, ex-presidente da Sociedade Paraibana de
Reumatologia e ex-presidente da Associação Médica da Paraíba, onde incentivou, inspirou e formou diversos profissionais em sua área de atuação. Com
sua voz e opiniões firmes, sempre bemembasadas, participou de debates memoráveis em vários dos encontros de
nossa especialidade. As saudades são
inevitáveis.
Anti-inflamatórios: nem mocinhos nem vilões
Muitos reumatologistas acompanharam com preocupação a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no segundo semestre do ano passado, de exigir retenção de receita para o lumiracoxibe e o etoricoxibe,
dois anti-inflamatórios não esteroides inibidores da ciclooxigenase-2 (COX-2). Esses medicamentos foram postos
no mercado com a promessa de causar menos problemas
gástricos, mas alguns estudos mostraram, após seu lançamento, que eles podem ocasionar prejuízos cardíacos em
longo prazo. Daí a polêmica decisão da agência. Polêmica, sim, uma vez que, ao controlar apenas a venda dessa
categoria de fármacos, a Anvisa sinaliza que os demais
anti-inflamatórios, como os esteroides e os não esteroides
inibidores da ciclo-oxigenase 1 (COX-1), são menos nocivos que os inibidores da COX-2, o que é inverídico, como
chama a atenção o Dr. Morton Scheinberg, em recente
artigo publicado na Folha de S.Paulo. Esses tradicionais medicamentos também podem provocar epigastralgia,
sangramentos gastrointestinais e até mesmo a morte quando usados de forma incorreta – e, pior ainda, em curto
prazo. O fato é que a retenção da receita deveria valer
para todos os anti-inflamatórios, já que não há, entre eles,
16
O que nossos colegas andam estudando
Pesquisa Básica
Efeito da administração do antagonista do receptor
da bombesina/peptídeo liberador da gastrina RC-3095
na artrite induzida por CFA em ratos Wistar*
Patrícia Gnieslaw de Oliveira1
Ricardo Machado Xavier2
Introdução
O peptídeo liberador da gastrina (GRP), homólogo mamífero da bombesina (BN), é um neuropeptídeo com
múltiplas ações biológicas, tendo importante papel na regulação da resposta imunológica e inflamatória. Está
presente em altas concentrações no líquido sinovial de pacientes com artrite reumatoide (AR), paralelamente
aos níveis de interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF). Por sua vez, o RC-3095 é um antagonista
sintético do receptor da BN/GRP, o qual demonstrou modular a liberação de citocinas pró-inflamatórias (TNF
e IL-1ß) e diminuir o infiltrado inflamatório em modelos experimentais de sepse.
Objetivo
Avaliar os efeitos do RC-3095 sobre os parâmetros clínicos, histopatológicos e mediadores inflamatórios na
artrite induzida em ratos por adjuvante completo de Freund (CFA).
Métodos
A artrite foi induzida por uma injeção de CFA na superfície subplantar da pata esquerda de ratos machos
Wistar. Os animais foram divididos em quatro grupos: o grupo controle; o grupo controle injetado com veículo; o grupo placebo, que recebeu 50 mL/kg de salina uma vez ao dia, por via subcutânea, durante oito dias após
o estabelecimento do modelo; e o grupo tratado com 0,3 mg/kg de RC-3095 por dia, aplicado por via subcutânea, também durante oito dias após a indução. A avaliação clínica teve acompanhamento diário, de acordo com
um escore do edema para as patas posteriores. Os animais foram sacrificados 15 dias após a administração de
CFA e suas articulações foram analisadas por meio de escore histológico. Por fim, com o uso do método Elisa,
tornaram-se conhecidos os níveis séricos de interferon (IFN)-γ , IL-1ß, TNF, IL-6 e IL-10.
Resultados
algum que possa ocupar o papel de mocinho do filme.
Por outro lado, também é inadequado atribuir-lhes as
feições da vilania, até porque devemos levar com conta
sua comprovada eficácia na analgesia e na redução do
processo inflamatório. A prescrição de um anti-inflamatório, portanto, deve ser acompanhada de uma criteriosa
avaliação de riscos e benefícios das drogas e, acima de
tudo, de um estrito acompanhamento das reações do paciente. Mesmo porque há particularidades individuais que
fazem com que uma pessoa se sinta melhor com um determinado medicamento, e não com outro.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
O estudo demonstrou significante inibição da inflamação articular nos achados histológicos do grupo tratado
com RC-3095, incluindo infiltrado inflamatório, bem como hiperplasia sinovial e erosão óssea e da cartilagem.
Os níveis séricos das citocinas foram significativamente menores no grupo tratado do que no placebo. Contudo, não houve diferença clínica do edema da pata e da inflamação subcutânea entre esses dois grupos.
Conclusão
O RC-3095 se mostrou efetivo no modelo experimental de artrite, atenuando o dano articular e diminuindo os
níveis séricos de IFN- γ, IL-1ß, TNF, IL-6 e IL-10. Esses resultados indicam um papel importante da via do
neuropeptídeo GRP no processo inflamatório crônico articular, sinalizando, portanto, que sua inibição representa uma potencial estratégia terapêutica para artropatias inflamatórias crônicas.
*Trabalho apresentado para a obtenção do título
de mestre pela Universidade Federal do Rio Grande
1
Aluna do mestrado
do Sul, com o apoio da Fipe/HCPA e do Capes.
2
Orientador do trabalho
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
9
O melhor do Brasil
Notícias das regionais
Paraná
V Sirop discute síndromes reumato-oftalmológicas
O
s serviços de Reumatologia e Oftalmologia do
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,
na capital paranaense, promoveram o V Simpósio de
Reumato-Oftalmologia, mais conhecido como Sirop, nos
dias 6 e 7 de junho. A oportunidade foi dedicada à dis-
cussão das principais síndromes reumato-oftalmológicas
do adulto e da criança, assim como a uma ampla atualização sobre o uso oral e tópico de corticosteroides,
imunossupressores e agentes imunobiológicos nessas situações.
Notas
SBR e Abbott promovem campanha para
conscientizar a população sobre a importância
do diagnóstico correto de doenças reumáticas
Atualização científica e formação médica dão o tom da
7ª edição do encontro de docentes e residentes
C
om o propósito de participar ativamente da formação dos residentes, a Sociedade Brasileira de
Reumatologia (SBR) promoveu, no dia
3 de setembro, em Maringá (PR), o VII
Encontro Nacional dos Residentes e
Docentes em Reumatologia, que ocorreu durante a XVII Jornada de
Reumatologia do Cone Sul. Organizado pela presidente do Comitê de Ensino e Educação Continuada da SBR,
Rina Dalva N. Giorgi, o evento contou
com a presença de 76 residentes, que pu-
deram se aprofundar em aspectos mais
conceituais, a exemplo da responsabilidade ética e legal no exercício da profissão, passando por questões mais práticas, como a aplicação da medicina baseada em evidências, até abordagens mais
técnicas da clínica reumatológica, caso
das implicações da métrica na terapêutica adotada na artrite reumatoide, no
lúpus eritematoso sistêmico e nas
espondiloartrites. No último bloco, a
iniciativa abriu espaço para tratar especificamente da formação do futuro
reumatologista, com destaque para o título de especialista. Enquanto os residentes assistiam às aulas e debatiam os
temas apresentados, paralelamente os 32
preceptores convidados para o encontro
se dedicaram a discutir as formas de avaliação dos residentes, com foco no programa atual de residência médica, que
tem as competências como base. Foram
dois eventos em um só, com resultados
que, em médio e longo prazos, certamente também serão multiplicados.
Goiás
Residência de Reumatologia da UFG completa 20 anos
Foi um belo aniversário,
à altura de suas duas
intensas décadas de vida.
A
O grupo que fez história na Residência Médica de Reumatologia na UFG.
10
Residência Médica de Reumatologia do
Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Goiás
(UFG) comemorou 20 anos no último dia 18
de setembro com um evento em tempo integral. Na parte da manhã, uma solenidade na
Faculdade de Medicina reuniu diversos ex-residentes e estagiários, bem como diretores e
chefes de departamento, além dos doutores
Nílzio Antônio da Silva e Antônio Carlos
Ximenes.. “Entregamos, como lembrança, um
painel de fotos de todos os ex-residentes aos
professores do serviço e aos ex-residentes e estagiários”, conta a reumatologista Jozelia Rêgo,
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Reumatismo é coisa séria. Usando
essa chamada de impacto, desde o
ano passado a Sociedade Brasileira
de Reumatologia (SBR) e a Abbott
realizam uma campanha nacional
de conscientização da população
sobre a importância de procurar o
diagnóstico correto para as
doenças reumáticas.
Desenvolvida em todas as capitais
em que a SBR tem
representatividade, a iniciativa
trabalha com conceitos comuns e
de fácil assimilação para o público
leigo, por exemplo, desmistificando
ideias inexatas que passam de
geração para geração, como a
crença de que as doenças
reumáticas são típicas do
envelhecimento. Para tanto, a
campanha se vale de estratégias
como distribuição de materiais
informativos, realização de
palestras e caminhadas e, claro,
muita propaganda em meios
tradicionais e alternativos, até
mesmo em jangadas, no Nordeste,
e em estações do metrô, sempre
com a participação das sociedades
regionais. Juntas, todas essas ações
já trouxeram um ótimo resultado,
de acordo com os organizadores da
iniciativa. Nos primeiros seis meses
de veiculação das peças de
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Reumatismo é coisa séria, a
procura por informações no site
da SBR cresceu nada menos que
50%. E tudo começa mesmo por
aí, uma vez que o esclarecimento
da população é o primeiro passo
para o diagnóstico preciso e o
tratamento adequado, dois
pilares essenciais para beneficiar
o paciente e valorizar o
especialista.
15
Notas
O melhor do Brasil
General Josemar Feitosa assume
o comando do Hospital Central do Exército
Primeira instituição hospitalar a
ser fundada no Brasil, ainda no século XVIII, o Hospital Central do
Exército (HCE) tem agora, em sua
direção, o único reumatologista brasileiro com a patente de general –
estamos falando do general de brigada Josemar Câmara Feitosa, que
assumiu o cargo no dia 19 de maio.
A cerimônia de posse ocorreu no
próprio hospital, diante de expoentes da Reumatologia do País, como
os doutores Hilton Seda, Rubem
Lederman, Geraldo Castelar e Hélio Soares da Rocha, assim como do
comandante militar do Leste, o general de exército Rui Alves Catão,
do chefe do Departamento Geral de
Pessoal do Exército Brasileiro, o general de exército Maynard Marques
de Santa Rosa, do chefe do Departamento de Educação e Cultura do
Exército, o general de exército Rui
Monarca da Silveira, e de ex-ministros do Exército, como os generais
Zenildo de Lucena, Gleuber Vieira
e Carlos Tinoco, entre vários outros
representantes de entidades médicas
e oficiais das Forças Armadas. Ao
receber a incumbência de comandar
o HCE, o general Feitosa incorporou também a missão de manter a
excelência desse importante hospital, que já foi abrigo do ensino médico no Rio de Janeiro, por ordem
régia de Dom João, com a criação da
Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica, em 1808, e que hoje atende
mais de 500 mil pacientes por ano,
contando com mais de 40 especialidades clinicas em funcionamento e
651 leitos. Sem dúvida, um desafio
à altura da patente.
14
Santa Catarina
Vem aí o consenso sobre
osteoporose induzida por
glicocorticoides
A
O general Josemar Feitosa (à dir., na foto acima, e à esq., na foto abaixo)
na cerimônia em que assumiu a direção do Hospital Central do Exército, na
presença dos doutores Rubem Lederman e Hilton Seda.
Notícias das regionais
SBR ainda aproveitou a XVII Jornada de
Reumatologia do Cone Sul, em Maringá,
para promover uma série de discussões com o objetivo de definir um consenso sobre a abordagem
da osteoporose induzida por glicocorticoides. O debate, ocorrido durante todo o dia 3 de setembro,
procurou contemplar cada ângulo relativo ao diagnóstico, ao tratamento e à prevenção da doença. Trocando em miúdos, o programa abordou o uso de
cálcio e vitamina D, a promoção de mudanças no
estilo de vida, a prática de exercícios físicos, o papel
da densitometria e da radiografia de coluna no
acompanhamento dos pacientes, o uso de medicações como alendronato e risedronato, ácido
zoledrônico e teriparatida e a osteoporose em homens, em mulheres na pré-menopausa e em crianças, além da segurança da utilização dos
bisfosfonatos durante a gestação e a lactação. O resultado do consenso será publicado na próxima edição deste Boletim Informativo. Não perca!
Tem gente nova na direção da SCR
A Sociedade Brasileira de Reumatologia dá às boas-vindas à
equipe que, durante o biênio 2010-2011, vai definir os rumos da
Sociedade Catarinense de Reumatologia (SCR).
SOCIEDADE CATARINENSE DE REUMATOLOGIA
Presidente:
Gláucio Ricardo Werner de Castro
Vice-presidente executivo:
Pedro Weingrill
Secretária-geral:
Sonia Cristina de Magalhães Souza Fialho
Primeiro-secretário:
Vidal de Souza
Segunda-secretária:
Mara Suzana Loreto Gomes de Pinho
Tesoureiro-geral:
Jerônimo Soares Benittes Junior
Primeiro-tesoureiro:
Jorge Teodoro Nicolacópulos
Segunda-tesoureira:
Giovana Gomes Ribeiro
Comissão Científica
Diretor:
Ivânio Alves Pereira
Assistentes:
Antônio Carlos Althoff
Adriana Fontes Zimmermann
Barbara Janke Pretto
Comissão de Ética e
Defesa Profissional
Luciana Maria Fornari
Maria Amazile Ferreira Toscano
Silvia Dobes Raymundi
Udson Piazza
Williams Willrich
Comissão de Divulgação
e Imprensa
Ana Maria Camargo Gallo
Caris de Rezende Pena
Fabricio de Souza Neves
Jaime Baiao
Maria Aparecida Scottini
Pedro Weingrill
Representantes
da Reumatologia
Pediátrica
Nadyesda Didieh Brandão
Rejane Leal Araújo
Comissão de Ensino
Adriana Fontes Zimmermann
João Elias de Moura Jr.
Mara Suzana Loreto Gomes Pinho
Pedro Weingrill
Rejane Leal Araujo
Williams Willrich
Comissão de
Medicação Especial
Adriana Fontes Zimmermann
Ana Maria Camargo Gallo
Gláucio Ricardo Werner de Castro
Maria Amazile Ferreira Toscano
Site
Daniele Fernandes Godoi
Jaime Baião
Sonia Cristina de Magalhães Souza Fialho
Jozelia Rêgo, durante a comemoração, ao lado
de Nílzio Silva (à esq.) e Antônio Ximenes.
que participou da organização das festividades.
Nilzio, por sua vez, recebeu da faculdade o Certificado de Homenagem ao Mérito. À tarde,
foi a vez de o serviço realizar seu III Encontro
Científico, que teve palestras de ex-residentes
que atualmente exercem ali sua atividade de
docência. As comemorações foram encerradas
com um jantar de confraternização.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
11
Coluna Seda
CONTANDO ESTÓRIAS
Hilton Seda
Desta vez, vou deixar de contar história para contar umas estórias
que se desenrolaram em meu exercício clínico. A primeira é do meu
tempo de socorrista, quando trabalhava no extinto Serviço de
Assistência Médica Domiciliar de Urgência (Samdu). Os outros casos
que vou relatar ocorreram em consultas reumatológicas.
Primogênito brasileiro
Estava de plantão no Samdu, era minha vez de sair, a madrugada ia pelo meio e havia a esperança de que o telefone não tocasse e
um descanso pudesse ser gozado. Mas qual! O telefone tocou. O
atendente veio me chamar:
– Doutor, há um trabalho de parto na Avenida Vieira Souto,
primeiro filho.
Primeiro filho dava certa tranquilidade, não exigia muita correria. A madrugada estava perdida, uma vez que a distância entre a
casa da parturiente e a Maternidade Carmela Dutra, no subúrbio,
era considerável. A única coisa que parecia estranha era um chamado daquele bairro chique para um serviço público.
A ambulância seguiu em ritmo normal, sem muita pressa nem
sirene ligada: era o primeiro filho, havia tempo. Qual nossa surpresa ao chegarmos ao local e depararmos com um homem espavorido, que vinha correndo e dizia:
– Depressa, o filho vai nascer!
Era o porteiro do prédio, o que explicava a origem do chamado.
Ao examinar a paciente, verifiquei que realmente o trabalho de
parto estava bem adiantado. Dirigi-me a ele e disse:
– A informação que nos foi dada é de que se tratava do primeiro
filho. Ela está com dores faz muito tempo? Demoraram a nos
chamar? Não existe uma explicação para o que está havendo, uma
vez que seja o primeiro filho!
A resposta do marido:
– Bem, primeiro filho no Brasil. Na nossa terra, ela teve oito.
A solução foi pedir à parturiente que cruzasse as pernas e ao
motorista que seguisse célere. Felizmente, houve tempo e o parto
pôde ser realizado com segurança no hospital.
12
Prognóstico calculado
Um conceituado economista – que, inclusive, havia participado da elaboração de um dos
planos econômicos brasileiros dos últimos anos – consultou-me. Eu já havia atendido sua
filha, com bom resultado; era um caso simples, aliás. O dele também não preocupava. Quando
terminei o exame, ele perguntou:
– Doutor, qual o meu prognóstico?
Respondi:
– Prognóstico em medicina é mais ou menos como prognóstico em economia.
Ele bateu com a mão na testa e disse:
– Então estou perdido!
Convite
constrangedor
Estava em um jantar bastante
agradável e concorrido, quando
descobriram que eu era médico,
ainda mais, que era
reumatologista. Começaram
então os comentários, as opiniões,
as perguntas. É muito difícil nos
livrarmos delas. Precisamos ter
paciência! Nem na hora do jantar
houve trégua. Tínhamos de
digerir a comida e as perguntas.
Uma senhora a meu lado
começou a desfilar suas queixas:
acordava encarangada, cheia de
dores, custava muito para
melhorar... Terminou dizendo:
– Doutor, o senhor precisava
dormir comigo para ver como eu
acordo!
Deu vontade de aceitar o
convite, mas fiquei constrangido.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Dor aguda, etiologia secreta
Esta última estória é tragicômica.
Fui chamado para ver um paciente no Leblon. Era um
belíssimo apartamento em frente à praia. Decoração de
fino gosto. A família reunida em amplo quarto.
O indivíduo gemia, deitado em uma larga cama. Queixava-se de dor lombar de instalação aguda, com irradiação para o membro inferior esquerdo. O exame clínico
revelou ciática característica. Tudo levava a crer que o
quadro devia ser resultado de um esforço importante e
recente.
– O senhor levantou peso? Fez a troca do pneu de seu
carro?
Com essas e outras perguntas, eu buscava uma explicação para um acontecimento tão brusco, porém elas foram sempre negadas.
A avaliação neurológica não deixava dúvidas, mas não
havia sinais que justificassem conduta mais agressiva, cirúrgica. Cabia muito bem o tratamento clínico que deveria dar resultado satisfatório em tempo razoável.
O paciente seguiu à risca as recomendações e minha
previsão se confirmou. Passados uns 15 a 20 dias, o cliente foi ao meu consultório.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
– Como está o senhor?
– Sinto-me ótimo.
O reexame confirmou sua afirmativa.
Como eu não compreendia como um quadro agudo
daqueles, sem antecedentes de dor lombar de repetição,
se havia instalado, voltei às mesmas perguntas feitas em
sua residência. O paciente então me explicou:
– Doutor, eu sou executivo de uma grande firma, viajo muito. E o senhor sabe, são jantares, encontros, boates e tudo o mais. O que aconteceu foi que eu estava
com um grupo de companheiros em uma boate. Bebiase, como de costume. Uma das moças ficou mais alegre
que as outras e começou a dançar voluptuosamente e
até subiu na mesa onde nos reuníamos. De repente, ela
pulou da mesa em minha direção. Tive de segurá-la para
que não se estatelasse no chão. Foi um esforço tremendo
e inesperado, realizado sem a menor proteção. Na mesma hora, senti aquela dor que rapidamente se agravou e
chegou ao ponto em que o senhor me encontrou. Agora,
me diga: o senhor acha que eu poderia responder às suas
perguntas naquele momento, com minha mulher e toda
a família reunida naquele quarto?
– É. O senhor tem razão.
13
Coluna Seda
CONTANDO ESTÓRIAS
Hilton Seda
Desta vez, vou deixar de contar história para contar umas estórias
que se desenrolaram em meu exercício clínico. A primeira é do meu
tempo de socorrista, quando trabalhava no extinto Serviço de
Assistência Médica Domiciliar de Urgência (Samdu). Os outros casos
que vou relatar ocorreram em consultas reumatológicas.
Primogênito brasileiro
Estava de plantão no Samdu, era minha vez de sair, a madrugada ia pelo meio e havia a esperança de que o telefone não tocasse e
um descanso pudesse ser gozado. Mas qual! O telefone tocou. O
atendente veio me chamar:
– Doutor, há um trabalho de parto na Avenida Vieira Souto,
primeiro filho.
Primeiro filho dava certa tranquilidade, não exigia muita correria. A madrugada estava perdida, uma vez que a distância entre a
casa da parturiente e a Maternidade Carmela Dutra, no subúrbio,
era considerável. A única coisa que parecia estranha era um chamado daquele bairro chique para um serviço público.
A ambulância seguiu em ritmo normal, sem muita pressa nem
sirene ligada: era o primeiro filho, havia tempo. Qual nossa surpresa ao chegarmos ao local e depararmos com um homem espavorido, que vinha correndo e dizia:
– Depressa, o filho vai nascer!
Era o porteiro do prédio, o que explicava a origem do chamado.
Ao examinar a paciente, verifiquei que realmente o trabalho de
parto estava bem adiantado. Dirigi-me a ele e disse:
– A informação que nos foi dada é de que se tratava do primeiro
filho. Ela está com dores faz muito tempo? Demoraram a nos
chamar? Não existe uma explicação para o que está havendo, uma
vez que seja o primeiro filho!
A resposta do marido:
– Bem, primeiro filho no Brasil. Na nossa terra, ela teve oito.
A solução foi pedir à parturiente que cruzasse as pernas e ao
motorista que seguisse célere. Felizmente, houve tempo e o parto
pôde ser realizado com segurança no hospital.
12
Prognóstico calculado
Um conceituado economista – que, inclusive, havia participado da elaboração de um dos
planos econômicos brasileiros dos últimos anos – consultou-me. Eu já havia atendido sua
filha, com bom resultado; era um caso simples, aliás. O dele também não preocupava. Quando
terminei o exame, ele perguntou:
– Doutor, qual o meu prognóstico?
Respondi:
– Prognóstico em medicina é mais ou menos como prognóstico em economia.
Ele bateu com a mão na testa e disse:
– Então estou perdido!
Convite
constrangedor
Estava em um jantar bastante
agradável e concorrido, quando
descobriram que eu era médico,
ainda mais, que era
reumatologista. Começaram
então os comentários, as opiniões,
as perguntas. É muito difícil nos
livrarmos delas. Precisamos ter
paciência! Nem na hora do jantar
houve trégua. Tínhamos de
digerir a comida e as perguntas.
Uma senhora a meu lado
começou a desfilar suas queixas:
acordava encarangada, cheia de
dores, custava muito para
melhorar... Terminou dizendo:
– Doutor, o senhor precisava
dormir comigo para ver como eu
acordo!
Deu vontade de aceitar o
convite, mas fiquei constrangido.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Dor aguda, etiologia secreta
Esta última estória é tragicômica.
Fui chamado para ver um paciente no Leblon. Era um
belíssimo apartamento em frente à praia. Decoração de
fino gosto. A família reunida em amplo quarto.
O indivíduo gemia, deitado em uma larga cama. Queixava-se de dor lombar de instalação aguda, com irradiação para o membro inferior esquerdo. O exame clínico
revelou ciática característica. Tudo levava a crer que o
quadro devia ser resultado de um esforço importante e
recente.
– O senhor levantou peso? Fez a troca do pneu de seu
carro?
Com essas e outras perguntas, eu buscava uma explicação para um acontecimento tão brusco, porém elas foram sempre negadas.
A avaliação neurológica não deixava dúvidas, mas não
havia sinais que justificassem conduta mais agressiva, cirúrgica. Cabia muito bem o tratamento clínico que deveria dar resultado satisfatório em tempo razoável.
O paciente seguiu à risca as recomendações e minha
previsão se confirmou. Passados uns 15 a 20 dias, o cliente foi ao meu consultório.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
– Como está o senhor?
– Sinto-me ótimo.
O reexame confirmou sua afirmativa.
Como eu não compreendia como um quadro agudo
daqueles, sem antecedentes de dor lombar de repetição,
se havia instalado, voltei às mesmas perguntas feitas em
sua residência. O paciente então me explicou:
– Doutor, eu sou executivo de uma grande firma, viajo muito. E o senhor sabe, são jantares, encontros, boates e tudo o mais. O que aconteceu foi que eu estava
com um grupo de companheiros em uma boate. Bebiase, como de costume. Uma das moças ficou mais alegre
que as outras e começou a dançar voluptuosamente e
até subiu na mesa onde nos reuníamos. De repente, ela
pulou da mesa em minha direção. Tive de segurá-la para
que não se estatelasse no chão. Foi um esforço tremendo
e inesperado, realizado sem a menor proteção. Na mesma hora, senti aquela dor que rapidamente se agravou e
chegou ao ponto em que o senhor me encontrou. Agora,
me diga: o senhor acha que eu poderia responder às suas
perguntas naquele momento, com minha mulher e toda
a família reunida naquele quarto?
– É. O senhor tem razão.
13
Notas
O melhor do Brasil
General Josemar Feitosa assume
o comando do Hospital Central do Exército
Primeira instituição hospitalar a
ser fundada no Brasil, ainda no século XVIII, o Hospital Central do
Exército (HCE) tem agora, em sua
direção, o único reumatologista brasileiro com a patente de general –
estamos falando do general de brigada Josemar Câmara Feitosa, que
assumiu o cargo no dia 19 de maio.
A cerimônia de posse ocorreu no
próprio hospital, diante de expoentes da Reumatologia do País, como
os doutores Hilton Seda, Rubem
Lederman, Geraldo Castelar e Hélio Soares da Rocha, assim como do
comandante militar do Leste, o general de exército Rui Alves Catão,
do chefe do Departamento Geral de
Pessoal do Exército Brasileiro, o general de exército Maynard Marques
de Santa Rosa, do chefe do Departamento de Educação e Cultura do
Exército, o general de exército Rui
Monarca da Silveira, e de ex-ministros do Exército, como os generais
Zenildo de Lucena, Gleuber Vieira
e Carlos Tinoco, entre vários outros
representantes de entidades médicas
e oficiais das Forças Armadas. Ao
receber a incumbência de comandar
o HCE, o general Feitosa incorporou também a missão de manter a
excelência desse importante hospital, que já foi abrigo do ensino médico no Rio de Janeiro, por ordem
régia de Dom João, com a criação da
Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica, em 1808, e que hoje atende
mais de 500 mil pacientes por ano,
contando com mais de 40 especialidades clinicas em funcionamento e
651 leitos. Sem dúvida, um desafio
à altura da patente.
14
Santa Catarina
Vem aí o consenso sobre
osteoporose induzida por
glicocorticoides
A
O general Josemar Feitosa (à dir., na foto acima, e à esq., na foto abaixo)
na cerimônia em que assumiu a direção do Hospital Central do Exército, na
presença dos doutores Rubem Lederman e Hilton Seda.
Notícias das regionais
SBR ainda aproveitou a XVII Jornada de
Reumatologia do Cone Sul, em Maringá,
para promover uma série de discussões com o objetivo de definir um consenso sobre a abordagem
da osteoporose induzida por glicocorticoides. O debate, ocorrido durante todo o dia 3 de setembro,
procurou contemplar cada ângulo relativo ao diagnóstico, ao tratamento e à prevenção da doença. Trocando em miúdos, o programa abordou o uso de
cálcio e vitamina D, a promoção de mudanças no
estilo de vida, a prática de exercícios físicos, o papel
da densitometria e da radiografia de coluna no
acompanhamento dos pacientes, o uso de medicações como alendronato e risedronato, ácido
zoledrônico e teriparatida e a osteoporose em homens, em mulheres na pré-menopausa e em crianças, além da segurança da utilização dos
bisfosfonatos durante a gestação e a lactação. O resultado do consenso será publicado na próxima edição deste Boletim Informativo. Não perca!
Tem gente nova na direção da SCR
A Sociedade Brasileira de Reumatologia dá às boas-vindas à
equipe que, durante o biênio 2010-2011, vai definir os rumos da
Sociedade Catarinense de Reumatologia (SCR).
SOCIEDADE CATARINENSE DE REUMATOLOGIA
Presidente:
Gláucio Ricardo Werner de Castro
Vice-presidente executivo:
Pedro Weingrill
Secretária-geral:
Sonia Cristina de Magalhães Souza Fialho
Primeiro-secretário:
Vidal de Souza
Segunda-secretária:
Mara Suzana Loreto Gomes de Pinho
Tesoureiro-geral:
Jerônimo Soares Benittes Junior
Primeiro-tesoureiro:
Jorge Teodoro Nicolacópulos
Segunda-tesoureira:
Giovana Gomes Ribeiro
Comissão Científica
Diretor:
Ivânio Alves Pereira
Assistentes:
Antônio Carlos Althoff
Adriana Fontes Zimmermann
Barbara Janke Pretto
Comissão de Ética e
Defesa Profissional
Luciana Maria Fornari
Maria Amazile Ferreira Toscano
Silvia Dobes Raymundi
Udson Piazza
Williams Willrich
Comissão de Divulgação
e Imprensa
Ana Maria Camargo Gallo
Caris de Rezende Pena
Fabricio de Souza Neves
Jaime Baiao
Maria Aparecida Scottini
Pedro Weingrill
Representantes
da Reumatologia
Pediátrica
Nadyesda Didieh Brandão
Rejane Leal Araújo
Comissão de Ensino
Adriana Fontes Zimmermann
João Elias de Moura Jr.
Mara Suzana Loreto Gomes Pinho
Pedro Weingrill
Rejane Leal Araujo
Williams Willrich
Comissão de
Medicação Especial
Adriana Fontes Zimmermann
Ana Maria Camargo Gallo
Gláucio Ricardo Werner de Castro
Maria Amazile Ferreira Toscano
Site
Daniele Fernandes Godoi
Jaime Baião
Sonia Cristina de Magalhães Souza Fialho
Jozelia Rêgo, durante a comemoração, ao lado
de Nílzio Silva (à esq.) e Antônio Ximenes.
que participou da organização das festividades.
Nilzio, por sua vez, recebeu da faculdade o Certificado de Homenagem ao Mérito. À tarde,
foi a vez de o serviço realizar seu III Encontro
Científico, que teve palestras de ex-residentes
que atualmente exercem ali sua atividade de
docência. As comemorações foram encerradas
com um jantar de confraternização.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
11
O melhor do Brasil
Notícias das regionais
Paraná
V Sirop discute síndromes reumato-oftalmológicas
O
s serviços de Reumatologia e Oftalmologia do
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,
na capital paranaense, promoveram o V Simpósio de
Reumato-Oftalmologia, mais conhecido como Sirop, nos
dias 6 e 7 de junho. A oportunidade foi dedicada à dis-
cussão das principais síndromes reumato-oftalmológicas
do adulto e da criança, assim como a uma ampla atualização sobre o uso oral e tópico de corticosteroides,
imunossupressores e agentes imunobiológicos nessas situações.
Notas
SBR e Abbott promovem campanha para
conscientizar a população sobre a importância
do diagnóstico correto de doenças reumáticas
Atualização científica e formação médica dão o tom da
7ª edição do encontro de docentes e residentes
C
om o propósito de participar ativamente da formação dos residentes, a Sociedade Brasileira de
Reumatologia (SBR) promoveu, no dia
3 de setembro, em Maringá (PR), o VII
Encontro Nacional dos Residentes e
Docentes em Reumatologia, que ocorreu durante a XVII Jornada de
Reumatologia do Cone Sul. Organizado pela presidente do Comitê de Ensino e Educação Continuada da SBR,
Rina Dalva N. Giorgi, o evento contou
com a presença de 76 residentes, que pu-
deram se aprofundar em aspectos mais
conceituais, a exemplo da responsabilidade ética e legal no exercício da profissão, passando por questões mais práticas, como a aplicação da medicina baseada em evidências, até abordagens mais
técnicas da clínica reumatológica, caso
das implicações da métrica na terapêutica adotada na artrite reumatoide, no
lúpus eritematoso sistêmico e nas
espondiloartrites. No último bloco, a
iniciativa abriu espaço para tratar especificamente da formação do futuro
reumatologista, com destaque para o título de especialista. Enquanto os residentes assistiam às aulas e debatiam os
temas apresentados, paralelamente os 32
preceptores convidados para o encontro
se dedicaram a discutir as formas de avaliação dos residentes, com foco no programa atual de residência médica, que
tem as competências como base. Foram
dois eventos em um só, com resultados
que, em médio e longo prazos, certamente também serão multiplicados.
Goiás
Residência de Reumatologia da UFG completa 20 anos
Foi um belo aniversário,
à altura de suas duas
intensas décadas de vida.
A
O grupo que fez história na Residência Médica de Reumatologia na UFG.
10
Residência Médica de Reumatologia do
Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Goiás
(UFG) comemorou 20 anos no último dia 18
de setembro com um evento em tempo integral. Na parte da manhã, uma solenidade na
Faculdade de Medicina reuniu diversos ex-residentes e estagiários, bem como diretores e
chefes de departamento, além dos doutores
Nílzio Antônio da Silva e Antônio Carlos
Ximenes.. “Entregamos, como lembrança, um
painel de fotos de todos os ex-residentes aos
professores do serviço e aos ex-residentes e estagiários”, conta a reumatologista Jozelia Rêgo,
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Reumatismo é coisa séria. Usando
essa chamada de impacto, desde o
ano passado a Sociedade Brasileira
de Reumatologia (SBR) e a Abbott
realizam uma campanha nacional
de conscientização da população
sobre a importância de procurar o
diagnóstico correto para as
doenças reumáticas.
Desenvolvida em todas as capitais
em que a SBR tem
representatividade, a iniciativa
trabalha com conceitos comuns e
de fácil assimilação para o público
leigo, por exemplo, desmistificando
ideias inexatas que passam de
geração para geração, como a
crença de que as doenças
reumáticas são típicas do
envelhecimento. Para tanto, a
campanha se vale de estratégias
como distribuição de materiais
informativos, realização de
palestras e caminhadas e, claro,
muita propaganda em meios
tradicionais e alternativos, até
mesmo em jangadas, no Nordeste,
e em estações do metrô, sempre
com a participação das sociedades
regionais. Juntas, todas essas ações
já trouxeram um ótimo resultado,
de acordo com os organizadores da
iniciativa. Nos primeiros seis meses
de veiculação das peças de
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Reumatismo é coisa séria, a
procura por informações no site
da SBR cresceu nada menos que
50%. E tudo começa mesmo por
aí, uma vez que o esclarecimento
da população é o primeiro passo
para o diagnóstico preciso e o
tratamento adequado, dois
pilares essenciais para beneficiar
o paciente e valorizar o
especialista.
15
Notas
Primeira fila
FDA aprova – e atualiza –
tratamento de
gota usado desde 1810
Depois de quase 200 anos de uso, a colchicina recebeu o aval da Food and
Drug Administration (FDA) para o tratamento de crises agudas de gota e
febre familiar do Mediterrâneo, como conta em primeira mão ao Boletim Informativo da SBR o Dr. Georges B. Christopoulos (AL). A substância, um
composto derivado de sementes secas de açafrão-do-prado, vem sendo empregada há muito tempo no combate à gota como parte de uma combinação
de produtos aprovada pela FDA. Contudo, não tinha o sinal verde da agência
para ser usada isoladamente. Ocorre que, na posologia em que é comumente
utilizada para a crise aguda de gota, ou seja, em regime de administração de
hora em hora, a colchicina reduz o processo inflamatório, mas pode ser tóxica
para o aparelho gastrointestinal. A agência, porém, mudou de opinião depois
de analisar uma pesquisa que mostrou que o composto oferece o mesmo benefício quando administrado em apenas duas doses, com intervalo de uma hora
entre elas – e, portanto, com menor risco ao paciente.
Chegadas e partidas
• O colega Evandro José Pinheiro
Egypto morreu de causas naturais no
último dia 7 de agosto, na cidade de São
Paulo, aos 67 anos. Um dos pioneiros
da Reumatologia na Paraíba, o
reumatologista fez sua pós-graduação no
serviço do professor Hilton Seda e por
mais de 30 anos se dedicou à sua clínica
privada em João Pessoa, bem como às
atividades de docência como professor
emérito da Universidade Federal da
Paraíba. Egypto era membro da Academia Brasileira de Reumatologia, ex-presidente da Sociedade Paraibana de
Reumatologia e ex-presidente da Associação Médica da Paraíba, onde incentivou, inspirou e formou diversos profissionais em sua área de atuação. Com
sua voz e opiniões firmes, sempre bemembasadas, participou de debates memoráveis em vários dos encontros de
nossa especialidade. As saudades são
inevitáveis.
Anti-inflamatórios: nem mocinhos nem vilões
Muitos reumatologistas acompanharam com preocupação a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no segundo semestre do ano passado, de exigir retenção de receita para o lumiracoxibe e o etoricoxibe,
dois anti-inflamatórios não esteroides inibidores da ciclooxigenase-2 (COX-2). Esses medicamentos foram postos
no mercado com a promessa de causar menos problemas
gástricos, mas alguns estudos mostraram, após seu lançamento, que eles podem ocasionar prejuízos cardíacos em
longo prazo. Daí a polêmica decisão da agência. Polêmica, sim, uma vez que, ao controlar apenas a venda dessa
categoria de fármacos, a Anvisa sinaliza que os demais
anti-inflamatórios, como os esteroides e os não esteroides
inibidores da ciclo-oxigenase 1 (COX-1), são menos nocivos que os inibidores da COX-2, o que é inverídico, como
chama a atenção o Dr. Morton Scheinberg, em recente
artigo publicado na Folha de S.Paulo. Esses tradicionais medicamentos também podem provocar epigastralgia,
sangramentos gastrointestinais e até mesmo a morte quando usados de forma incorreta – e, pior ainda, em curto
prazo. O fato é que a retenção da receita deveria valer
para todos os anti-inflamatórios, já que não há, entre eles,
16
O que nossos colegas andam estudando
Pesquisa Básica
Efeito da administração do antagonista do receptor
da bombesina/peptídeo liberador da gastrina RC-3095
na artrite induzida por CFA em ratos Wistar*
Patrícia Gnieslaw de Oliveira1
Ricardo Machado Xavier2
Introdução
O peptídeo liberador da gastrina (GRP), homólogo mamífero da bombesina (BN), é um neuropeptídeo com
múltiplas ações biológicas, tendo importante papel na regulação da resposta imunológica e inflamatória. Está
presente em altas concentrações no líquido sinovial de pacientes com artrite reumatoide (AR), paralelamente
aos níveis de interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF). Por sua vez, o RC-3095 é um antagonista
sintético do receptor da BN/GRP, o qual demonstrou modular a liberação de citocinas pró-inflamatórias (TNF
e IL-1ß) e diminuir o infiltrado inflamatório em modelos experimentais de sepse.
Objetivo
Avaliar os efeitos do RC-3095 sobre os parâmetros clínicos, histopatológicos e mediadores inflamatórios na
artrite induzida em ratos por adjuvante completo de Freund (CFA).
Métodos
A artrite foi induzida por uma injeção de CFA na superfície subplantar da pata esquerda de ratos machos
Wistar. Os animais foram divididos em quatro grupos: o grupo controle; o grupo controle injetado com veículo; o grupo placebo, que recebeu 50 mL/kg de salina uma vez ao dia, por via subcutânea, durante oito dias após
o estabelecimento do modelo; e o grupo tratado com 0,3 mg/kg de RC-3095 por dia, aplicado por via subcutânea, também durante oito dias após a indução. A avaliação clínica teve acompanhamento diário, de acordo com
um escore do edema para as patas posteriores. Os animais foram sacrificados 15 dias após a administração de
CFA e suas articulações foram analisadas por meio de escore histológico. Por fim, com o uso do método Elisa,
tornaram-se conhecidos os níveis séricos de interferon (IFN)-γ , IL-1ß, TNF, IL-6 e IL-10.
Resultados
algum que possa ocupar o papel de mocinho do filme.
Por outro lado, também é inadequado atribuir-lhes as
feições da vilania, até porque devemos levar com conta
sua comprovada eficácia na analgesia e na redução do
processo inflamatório. A prescrição de um anti-inflamatório, portanto, deve ser acompanhada de uma criteriosa
avaliação de riscos e benefícios das drogas e, acima de
tudo, de um estrito acompanhamento das reações do paciente. Mesmo porque há particularidades individuais que
fazem com que uma pessoa se sinta melhor com um determinado medicamento, e não com outro.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
O estudo demonstrou significante inibição da inflamação articular nos achados histológicos do grupo tratado
com RC-3095, incluindo infiltrado inflamatório, bem como hiperplasia sinovial e erosão óssea e da cartilagem.
Os níveis séricos das citocinas foram significativamente menores no grupo tratado do que no placebo. Contudo, não houve diferença clínica do edema da pata e da inflamação subcutânea entre esses dois grupos.
Conclusão
O RC-3095 se mostrou efetivo no modelo experimental de artrite, atenuando o dano articular e diminuindo os
níveis séricos de IFN- γ, IL-1ß, TNF, IL-6 e IL-10. Esses resultados indicam um papel importante da via do
neuropeptídeo GRP no processo inflamatório crônico articular, sinalizando, portanto, que sua inibição representa uma potencial estratégia terapêutica para artropatias inflamatórias crônicas.
*Trabalho apresentado para a obtenção do título
de mestre pela Universidade Federal do Rio Grande
1
Aluna do mestrado
do Sul, com o apoio da Fipe/HCPA e do Capes.
2
Orientador do trabalho
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
9
Primeira fila
O que nossos colegas andam estudando
Pesquisa Clínica
Tradução e adaptação cultural da
avaliação funcional de mão
Sequential Occupational Dexterity Assessment
Elaine Cristina Oku1
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro2
Pola Maria Poli de Araújo3
Introdução
A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pelo envolvimento das articulações sinoviais periféricas, principalmente das mãos, de forma bilateral e simétrica. A persistência do
processo inflamatório leva à destruição e à deformidade das estruturas acometidas, alterando a função
manual, que possui um papel fundamental na realização das atividades básicas de vida diária (ABVDs).
Objetivo
Considerando a necessidade de haver instrumentos específicos para avaliar objetivamente, em indivíduos
brasileiros com AR, a função da mão nas ABVDs, o presente estudo teve o objetivo de traduzir, da língua
holandesa para a portuguesa, a versão original da Sequential Occupational Dexterity Assessment (Soda) e de
adaptar culturalmente esse modelo à nossa população. A Soda analisa o desempenho e a dor do paciente
na execução de 12 tarefas frequentes no dia a dia.
Métodos
Após a tradução, o texto passou pela revisão de um comitê multidisciplinar formado por reumatologista,
ortopedista especializado em cirurgia da mão, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e tradutor, a fim de
produzir uma única versão em português, que foi, então, aplicada em 20 pacientes com diagnóstico de AR,
dez fisioterapeutas e dez terapeutas ocupacionais. Os itens que apresentaram mais de 15% de respostas
“não compreendido” foram substituídos por tópicos equivalentes e reaplicados em outros 20 pacientes,
dez fisioterapeutas e dez terapeutas ocupacionais, até que nenhum deles fosse classificado como “não
compreendido” por mais de 15% dos participantes. Para a obtenção da versão final, houve algumas modificações quanto à terminologia científica, assim como adequações dos materiais empregados e tarefas a
realizar. Todas essas alterações mantiveram os conceitos do instrumento original e contaram com aprovação dos autores da Soda.
Resultados
A versão brasileira da Sequential Occupational Dexterity Assessment pode agora ser utilizada, no Brasil, para
avaliar a função da mão dos portadores de artrite reumatoide. O presente estudo, no entanto, vai prosseguir com a avaliação das propriedades de medida dessa versão adaptada, em pacientes com AR, visando à
sua validação em nosso meio.
8
Tese apresentada para a obtenção do título de
1
Aluna da pós-graduação
mestre pelo curso de pós-graduação em Ciências
2
Orientador da tese
Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
3
Orientadora da tese
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Notas
Síndrome de Sjögren ocupa o
centro dos debates em solo francês
O 10º Simpósio Internacional da
Síndrome de Sjögren, que ocorreu de
1º a 3 de outubro em Brest, na França,
mostrou-se bastante produtivo na troca
de experiências entre os participantes e,
sobretudo, em debates sobre a abordagem clínica e terapêutica da doença. De
acordo com a presidente da Sociedade
de Reumatologia do Espírito Santo,
Valéria Valim, que participou do evento, um dos pontos altos do encontro foi
a discussão sobre as limitações dos critérios de classificação de 2002, que, segundo ela, representou um avanço em
relação aos debates anteriores, por reunir em consenso americanos e europeus.
“Falou-se sobre a necessidade de ampliar
os critérios, incluindo manifestações
sistêmicas e testes diagnósticos com sensibilidade e especificidade comparáveis
às da biópsia salivar”, relata. Nesse sentido, um dos exames propostos foi a análise de subpopulações de linfócitos B. O
simpósio também abordou os vários mecanismos etiofisiopatogênicos, assim
como estudos de genética e epigenética,
todos eles apontando novas possibilidades terapêuticas. “Os resultados
preliminares de dois ensaios clínicos com rituximabe, um inglês e outro
francês, se mostraram
promissores”, anima-se
Valéria, contando que há
igualmente outros biológicos em teste, como o antiCD22 e o anti-Blys. Os
participantes ainda defenderam a necessidade de estabelecer índices de atividade e dano, com destaque para o questionário
Cláudia Saad-Magalhães (SP), Roger Levy (RJ) e Valéria Valim (ES)
representam a Reumatologia do Brasil no simpósio de Brest.
ESSDAI, sigla de Eular Sjögren’s
Syndrome Disease Activity Index, atualmente em fase final de validação, e delinearam um estudo multicêntrico para a
padronização de um escore de ultrassom
na síndrome de Sjögren. Outro fato interessante, na percepção de Valéria, foi
a proposição de uma nova entidade clínica, a síndrome de hiper-IgG4. A doença incluiria manifestações como a pancreatite autoimune,
a colangite esclero-
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
sante, o tumor de Küttner, a fibrose
retroperitoneal e a nefrite intersticial,
além da síndrome de Mikulicz, que se
caracteriza por aumento simétrico e persistente das glândulas salivares parotídeas/submandibulares e lacrimais, mas
por boa resposta aos glicocorticosteroides, diferenciando-se do Sjögren por
não apresentar preferência por gênero,
por causar secura leve e por ter Ro/La
negativos e elevação de IgG4. Vale a
pena observar os pacientes com sintomas característicos.
Destaque em verde e amarelo
O Brasil fez bonito em Brest, com a apresentação de cinco
trabalhos, quatro dos quais de Valéria Valim e um de Cláudia
Saad-Magalhães, da Universidade Estadual de São Paulo.
Para completar, Roger Levy, da Comissão de Ensino da
Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro, ainda
participou do comitê científico do simpósio, numa
demonstração clara da importância cada vez maior de nossos
especialistas no cenário internacional da Reumatologia.
17
Dia a dia
SBR.doc
Avaliação da dosagem
do complemento
no paciente reumático
Como comemorei os 60 anos da SBR
Dante Bianchi
N
gem sequencialmente após o primeiro
fator ser ativado pela formação de um
imunocomplexo, em geral constituído
por imunoglobulinas do isotipo IgM ou
IgG, ligadas a um antígeno, ou pela presença de fungos, bactérias, helmintos e
alguns tipos de vírus. Essa cadeia de
reações vai resultar no MAC e em diversos outros produtos que participam
dos processos de fagocitose, opsonização, quimiotaxia leucocitária, liberação de histamina dos mastócitos e
basófilos, vasoconstrição, contratura de
musculatura lisa, aumento da permeabilidade vascular e agregação plaquetária, culminando na lise celular.
Avaliadas no passado por metodologias semiquantitativas, as proteínas do
sistema complemento podem ser dosadas nos dias atuais pelo método Elisa,
mas são preferencialmente quantificadas
por nefelometria, uma técnica sequencial de maior sensibilidade e melhor
reprodutibilidade, capaz de medir a
quantidade de partículas suspensas em
meio líquido, com diferente índice
refrativo, por meio de um feixe de luz
que as atravessa. Juntamente com o teste denominado complemento hemolítico
total – CH50 em tubo de hemólise, ou
CH100 em gel –, que avalia a via final, a
medida dos componentes C3 e C4 compõe os exames laboratoriais de maior utilidade, na prática clínica, para a avaliação da atividade, ou consumo de proteínas, do sistema complemento.
o dia 15 de julho de 1949, um grupo de pioneiros
fundou a Sociedade Brasileira de Reumatologia
(SBR) no Hospital-Geral da Santa Casa da Misericórdia
do Rio de Janeiro, entre os quais uma pessoa se destacou: o Dr. Waldemar Bianchi. Talvez eu não seja o maior
conhecedor de seus feitos na SBR, pois, sem dúvida,
alguns outros membros, como o Dr. Hilton Seda, possuem muito mais lembranças. Entretanto, pude conhecêlo de outra forma, como avô. Sempre sério, vestindo
terno e gravata, com vários contos e histórias que raramente se repetiam.
Os tempos mudaram, nossa sociedade cresceu e, após
60 anos, novamente formou-se um grupo de reumatologistas, dessa vez com outro objetivo: comemorar nosso sexagésimo aniversário. Como vem sendo feito ao longo
de todo o ano de 2009, sob a organização e a
motivação da Dra. Ieda Laurindo, nossa presidente, a celebração da nossa fundação não
poderia passar despercebida. Dessa maneira,
o lugar escolhido foi o anfiteatro da 4ª enfermaria de Clínica Médica da Santa Casa do Rio
de Janeiro, o mesmo local onde, há 60 anos,
nasceu a SBR, uma ala que, conforme lembrou o Dr. Hilton Seda, já teve, como chefes,
o Dr. Waldemar Berardinelli, nosso primeiro
presidente, o Dr. Alberto de Castro e, ainda, o
Dr. Francisco de Castro, discípulo do Dr. Torres Homem, nosso patrono.
Na presença de vários ex-presidentes, dos
atuais presidentes das sociedades regionais e
de diversos outros reumatologistas, como os
doutores Marcio Bianchi, Ruan Cabrera e Margarida
Badim, a Dra. Ieda compôs a mesa da mesma forma que
há 60 anos, quando foi tirada a foto oficial da fundação
da SBR, seguindo a ordem cronológica das gestões. Assim, a atual presidente ficou no lugar do Dr. Berardinelli
e o Dr. Washington Bianchi, meu pai, na posição antes
ocupada por meu avô.
Após uma sessão de fotos e um breve discurso da Dra.
Ieda, presenciamos uma brilhante apresentação do Dr.
Hilton Seda sobre os fatos políticos, econômicos, esportivos, sociais e culturais, no Rio de Janeiro e no mundo,
nos anos que precederam a fundação da SBR. Depois da
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Jyoti Guiot1
Roger Abramino Levy2
A análise das variações
dessa cascata proteica e
a identificação de
eventuais deficiências
de seus componentes
contribuem com o
diagnóstico e o
seguimento de doenças
autoimunes, em
especial o lúpus.
1
Residente de Patologia Clínica do Hospital
dos Servidores do Estado (HSE-RJ).
2
Professor adjunto de Reumatologia da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
18
A
s proteínas do sistema complemento, sejam solúveis, sejam ligadas a membranas de células, formam
o braço efetor do sistema imune
humoral, que começa a funcionar mediante a invasão do organismo por uma
substância estranha, como um agente
infeccioso. Isso pode ocorrer pela via
clássica (C1, C4, C2 e C3), mediada por
anticorpos que ativam o C1 quando se
ligam a um antígeno específico, pela via
alternativa (fator D, fator B, properdina
e C3), que não depende de anticorpos e
se inicia quando o C3 é ativado e o C3b,
seu principal produto de degradação, se
liga, em baixas concentrações, à superfície de todas as células, ou, ainda, pela
via da lectina ligadora de manose. O C3b
induz a formação do complexo de ataque à membrana (C5, C6, C7, C8 e C9),
também conhecido como MAC. Na prática, o fato é que a ativação das proteínas do complemento envolve uma combinação de proteólise específica, mas limitada, em alguns componentes e mudanças de conformação em outros.
O sistema complemento não funciona de forma isolada. Existem também
proteínas plasmáticas, ligadas à membrana celular, com funções específicas
para manter um controle rigoroso da
ativação dessa cascata – trata-se das proteínas reguladoras do sistema complemento (CR), que são seguidas do número correspondente da substância que
regulam. Sensíveis ao calor, elas intera-
Acima, a cerimônia de fundação da SBR, em 15 de julho de 1949,
na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e, abaixo, a
comemoração dos 60 anos da entidade, no mesmo local.
palestra, o Dr. Adil Samara ofereceu um agradável passeio ao século XVII pelo antigo prédio do hospital, com
seus longos corredores, extensas enfermarias e avantajado pé-direito, que, em alguns momentos, lembram um
museu, com inúmeros quadros e ricos detalhes de decoração.
Quero aproveitar a oportunidade para dar os parabéns
à Sociedade Brasileira de Reumatologia, a toda a nossa
diretoria atual e a todos os membros que a compuseram
ao longo destes anos. Afinal, como disse a Dra. Ieda em
seu discurso, na ocasião, “... somos o que somos porque
eles foram o que foram”.
7
Personagem
Adil Muhib Samara:
na 40ª edição do livro da vida
Ele fundou a disciplina de Reumatologia na Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), foi professor titular de Reumatologia da Unicamp e da PUC-Campinas,
presidente da Liga Pan-Americana contra o Reumatismo entre 1986 e 1990,
presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia entre 1974 e 1976 e presidente
da Academia Brasileira de Reumatologia entre 2002 e 2004, além de ter recebido
os títulos de Former Panamerican President Gold Medal Award, em 2002, e de
Panamerican Master of Rheumatology, no ano passado. Apesar da extensão de seu
currículo e de sua contribuição para a especialidade, não nasceu pronto e, portanto,
continua em busca de novidades e descobertas para sua próxima edição, como
sustenta o amigo Francisco José Fernandes Vieira nesta comovente homenagem.
A
Aplicações clínicas
O sistema complemento é uma cascata proteica com função importante na
defesa humoral inespecífica. Para seu
funcionamento satisfatório, todos os
componentes da cascata devem estar presentes em níveis plasmáticos normais,
com função fisiológica adequada. No
entanto, suas variações podem ser de
grande ajuda no dia a dia do clínico e do
reumatologista. A situação mais comum
em que a avaliação repetida da ativação
desse sistema tem indicação é o acompanhamento do paciente com nefrite relacionada com o lúpus eritematoso
sistêmico (LES).
Por sua vez, a deficiência específica de
C3 é a que compromete o sistema
imunológico com mais frequência, associando-se às infecções bacterianas piogênicas de repetição. Já as deficiências con-
Em família: o casal Samara e Laila na companhia
do filho, Adil, da nora, Elaine, e da filha, Daniela.
ssisti à festa do Samara, em Campinas (SP), em comemoração aos seus 73 anos de vida, com um auditório
repleto de médicos, alguns jovens, outros mais maduros, como
eu, mas todos amigos e admiradores do homenageado. Enquanto ocorria a pomposa cerimônia, lembrei de uma bela
página de Marco Túlio Cícero a respeito de uma fase da vida
do ser humano: “Pode imaginar-se algo mais proveitoso do
que esse cacho de uvas? Não é o caráter rentável da vinha que
me seduz, é todo o resto: a maneira de cultivá-la, a natureza
mesma da planta, as fileiras de chantões, a reunião dos
sarmentos, a ligadura e a mergulhia, a poda de alguns sarmentos, que favorece o desenvolvimento dos outros. Devo,
ainda, mencionar a irrigação, a cava e a sachadura que revolvem e fertilizam a terra. O encanto da agricultura não se resume, aliás, às colheitas, às campinas, aos vinhedos e aos arbustos; é preciso também contar com as hortas e os vergéis, o
gado no pasto, as colmeias de abelhas e as flores inumeráveis”.
Nada é mais proveitoso nem menos belo do que um campo
cuidadosamente cultivado. O Samara tem cultivado sua vinha por muito tempo, podando os galhos que não dão bom
fruto, irrigando, fazendo fileiras de chantões, o que começou
com nosso JFMN e foi secundado pela LLC, tecendo ligaduras entre estes e um fantástico IB. Aproveitou, com a maestria
do seu talento, o saber acolher e juntar o que de bom existe
em seu campo cheio de flores e de mel de um sabor sem igual.
O que me chama atenção nessa figura é que ele nunca usou
cavalos, lanças, projéteis e muito menos clava ou qualquer outra
arma, mas sempre empregou com elegância e oportunidade a
maior arma do homem: a palavra acompanhada de seriedade
e de desinteresse pelo que defende.
No livro de Xenofonte, O Econômico, que é uma obra sobre
agricultura, ele cita a passagem da evocação de Sócrates a um
jovem rei da Pérsia, Ciro, que, ao receber em sua casa, em
Sardes, o lacedemônio Lisandro, ouve o seguinte comentário
do visitante, que fica soberbamente impressionado com o parque plantado por Ciro: “Há muita razão em te dizerem feliz,
Ciro, pois em ti a fortuna se alia à virtude”. Com o Samara,
posso dizer que ele soube, durante o transcurso destes quase
40 anos em que o conheço, despertar o encanto do saber do
professor nos mais jovens e, nos mais maduros, a segurança
de ser. Por essas e outras razões, nós, que fazemos a Reumatologia brasileira, e, em particular, a cearense, queremos demonstrar o respeito e a admiração que temos pelo que você
edificou de fortuna e de virtudes no caminhar de sua vida até
os dias de hoje.
Lá pelos belos anos 70, conheci o Samara através de um
cidadão completo, mas não pronto, chamado Israel Bonomo –
graças ao nosso Pai Eterno que não nascemos prontos, pois,
quem nasce pronto, fica refém do que já sabe e, portanto, do
passado, limitado porque se obriga apenas a repetir e nunca a
criar, inovar, refazer, modificar e aprender. Quem não nasce
pronto é capaz de, todos os anos, ser uma nova edição, de não
envelhecer. Para mim, Samara, você se encontra na quadragésima edição do livro da vida, continua com vontade de ensinar, de aprender mais ainda, de fazer novos amigos, de se aproximar dos mais jovens, de participar do que ocorre na
Reumatologia internacional e nacional, ou seja, de construir,
pois você não nasceu pronto.
Mas, Samara, em um trecho da tragédia Antígona, Sófocles
afirma que há “muitas maravilhas neste mundo, mas a maior
de todas é o homem”. Esse foi o motivo pelo qual resolvi fazer
o presente depoimento de um “homem que, diante do infinito, é um nada, um tudo em face do nada e um intermediário
entre o nada e o tudo”.
Parabéns pelo que você é.
6
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Francisco José Fernandes Vieira
REUMATOLOGISTA
gênitas dos primeiros componentes da via
clássica, como C4a, se relacionam com
doenças como o LES e as glomerulonefrites crescênticas (veja outras na tabela 1).
A presença de anticorpos contra C1q
tem forte associação com o LES de prognóstico grave, que afeta os glomérulos,
além de estar relacionada com anticorpos
anti-DNA de dupla hélice circulantes e
também com a vasculite urticariforme e
a hipocomplementenemia (consumo de
C3 e C4 e redução do CH50, ou CH100),
refletindo a formação de imunocomplexos que vão cair na circulação. O
catabolismo acelerado do sistema complemento está ainda correlacionado com
o LES e a artrite reumatoide, sendo
acompanhado por aumento compensatório na síntese dos fatores.
O complemento
no laboratório
Tabela 1 – Doenças associadas à deficiência de
componentes do sistema complemento
Devido à termolabilidade dos
componentes do complemento, a
fase pré-analítica, que inclui a coleta
e o transporte da amostra, é de
suma importância para garantir a
qualidade técnica da dosagem de
CH50. O material coletado deve ser
usado em até 72 horas, se
conservado em temperatura
ambiente (18-20°C), em até 14 dias,
se refrigerado (2-4°C), ou em até
dois meses, se congelado (-20oC).
A quantificação é feita por meio da
adição, ao soro diluído, de uma
preparação-padrão de hemácias de
carneiro sensibilizadas. O valor
relatado corresponde à maior
diluição capaz de causar lise em
50% das hemácias.
Proteínas deficientes
Doenças associadas
Componentes da via clássica
• LES e glomerulonefrites crescênticas
Componentes da via alternativa
• Infecção meningocócica
Properdina
• Infecção meningocócica
Deficiência de C8
• Atividade hemolítica diminuída
ou ausente
Fator I
• Aumento da suscetibilidade a
infecções bacterianas do trato
respiratório inferior, bem como
otites, meningites e sinusites
DAF, HRF e CD59
• Hemoglobinúria paroxística noturna
Esterase inibidora de C1 (C1-INH)
• Angioedema hereditário e
comprometimento do sistema
nervoso central
CR3 e CR4
• Alterações da adesão plaquetária
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
19
Agenda 2009
www.reumatologia.com.br
A presidente da SBR, Ieda Laurindo,
e a presidente da SMR,
Cristina Lanna: sintonia fina.
Os professores Geraldo Castelar (RJ)
e Gurkirpal Singh (Califórnia)
trocam experiências em Ouro Preto.
Outro encontro de expoentes da
Reumatologia nacional: o ex-presidente
da SBR Caio Moreira e o reumatologista
Luís Eduardo Coelho Andrade,
da Unifesp e do Fleury (SP).
O diretor de Educação Continuada da SMR,
Achiles Cruz Filho, entre a diretora científica
da entidade, Maria Vitória Quintero (à esq.)
e a secretária-geral, Nelma Mesquita,
no dia da abertura da jornada.
Da esquerda para a
direita, Maria Vitória
(MG), Cristina Lanna
(MG), Jozelia Rêgo
(GO) e Nelma
Mesquita (MG).
Os mineiros Rosa Telles, Cristina Lanna, Gilda Ferreira
e Maurício Fagundes durante o evento.
O ex-presidente da
SMR Marco Antônio P.
Carvalho juntamente
com Ana Flávia Pádua
(à esq.) e Naila Tricia.
Wanda Heloísa (à
esq.), de Petropólis
(RJ), ao lado de
Daniela Dias, Achiles
Cruz e Maurício
Fagundes.
O diretor de
Educação Continuada
da SMR, Achiles Cruz,
agora na companhia
de Boris Cruz e de
Wanda Heloísa.
20
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
5
Matéria de capa
Questão de foco
Arte e conhecimento científico
se misturam na XVII Jornada Centro-Oeste e
IV Jornada Mineira de Reumatologia
O cenário para essa combinação não
poderia ser mais oportuno: a histórica Ouro Preto.
Foto: Sergio M. Brito
D
4
e 6 a 8 de agosto, a cidade de Ouro Preto se tornou o palco
da tão esperada XVII Jornada Centro-Oeste e IV Jornada Mineira de Reumatologia, um evento do calendário oficial da
Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Segundo a
reumatologista Cristina Costa Duarte Lanna, que presidiu a iniciativa, a jornada foi marcada pelo conteúdo científico de alto
nível, pelo clima de amizade e companheirismo dos cerca de 250
inscritos, que se reuniram por três dias nos auditórios do Centro
de Convenções e Artes da Universidade Federal de Ouro Preto,
e por uma exposição de obras de arte selecionadas dentre as criações de renomados artistas da histórica cidade (como a pintura que
ilustra a capa desta edição). Cristina ainda conta que a participação
entusiasmada dos palestrantes contagiou todos os presentes, como
a do professor Gurkirpal Singh, dos Estados Unidos, cujas aulas
despertaram grande interesse e, claro, geraram muitos elogios.
“Tanto a troca de conhecimentos e de experiências nos debates
após as aulas quanto a alegria e a animação durante as festas de
abertura e de encerramento demonstraram quanto é importante
a realização desses eventos”, comemora Cristina, agradecendo a
participação dos palestrantes, dos congressistas, da presidente da
SBR, Ieda Laurindo, do diretor científico da SBR, Eduardo
Borba, e de todos os colegas da Comissão Organizadora e da
Comissão Científica da jornada.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
Quando a arte
vem do céu
Quem foi à XVII Jornada Centro-Oeste
e IV Jornada Mineira de Reumatologia e é
louco por fotografia não se decepcionou com a
infinidade de enquadramentos oferecida pelos
elementos que compõem a paisagem de
Ouro Preto. Afinal, suas maravilhas estão em
cada centímetro quadrado construído pela
imaginação dos artistas, seja em esculturas e
quadros, seja em edificações. Mas o reumatologista
Sergio Viana, de Brasília, conseguiu eternizar a
criação humana no cenário perfeito, desenhado
pelas mãos invisíveis da natureza, em seu prosaico
momento de deixar a noite entrar.
Caso você também tenha imagens que mereçam ser compartilhadas, envie suas fotos para o e-mail: [email protected]
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/set/2009
21
100
Editorial
95
Bodas de diamante
75
F
undada em 15 de julho de 1949, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira de Reumatologia
(SBR) completa 60 anos em 2009, suas bodas
de diamante, que, como não poderia deixar de ser, figuram como o principal destaque desta edição. Originário da palavra grega “adamas”, o diamante significa força e eternidade. Reúne beleza, brilho, virtual
indestrutibilidade e maleabilidade. Assim como uma
mulher madura de 60 anos, a SBR, consciente de seu
valor, mostra a sua face mais honesta, limpa, transparente e sem retoques. Ao mesmo tempo, mostra energia, viço, vigor e lucidez, lutando por melhores condições na busca do melhor, como bem demonstram a qualidade científica e a organização dos eventos que tem
realizado, caso da XVII Jornada Centro-Oeste e IV Jornada Mineira de Reumatologia.
Queremos ainda aproveitar a oportunidade para cumprimentar quase 20 sócios que também completam 60
25
5
0
anos juntamente com a SBR: Luiz Gonzaga Dantas de
Oliveira, Antonio Eudimilson Vieira, Maria Custódia
M. Ribeiro, Abel Pereira de Souza Jr, Ernesto
Dalleverde Neto, Sheila Knupp Feitosa de Oliveira,
Cristiano Augusto de Freitas Zerbini, Madeleine Rose
L. Gomes da Silva, Neusa Maria Simões Sanza, Walter
Cardoso de Oliveira, Ana Maria Camargo Gallo,
Ricardo Gomes Junca, David Cezar Titton, Joaquim
Gonçalves Neto, Abrahão Issa Neto e Natalino Hajime
Yoshinari.
Sem dúvida nenhuma, este é um ano de muitas festas, muitas celebrações!
Parabéns para todos nós, reumatologistas brasileiros,
pelos 60 anos da SBR!
Marcelo Pinheiro, Fábio Jennings e
Kaline Medeiros
OS
EDITORES
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
Diretoria Executiva SBR – Biênio 2008-2010
Presidente
Ieda Maria Magalhães Laurindo – SP
Tesoureiro
Manoel Barros Bertolo – SP
Secretária-geral
Claudia Goldenstein Schainberg – SP
Vice-tesoureiro
Célio Roberto Gonçalves – SP
Primeiro-secretário
Gilberto Santos Novaes – SP
Diretor científico
Eduardo Ferreira Borba Neto – SP
Segundo-secretário
Francisco José Fernandes Vieira – CE
Presidente eleito
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro – RJ
Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia
Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94
01402-000 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986
100
www.reumatologia.com.br
@ [email protected]
95
Coordenação editorial
Diretoria Executiva
Jornalista responsável
Solange Arruda (Mtb 45.848)
75
Layout
Sergio Brito
Conselho editorial
Marcelo de Medeiros Pinheiro – SP
Martin Fábio Jennings Simões – SP
25Kaline Medeiros Costa Pereira – SP
Colaborador: Plínio José do Amaral – SP
Impressão
Sistema Gráfico SJS
Índice
4
6
7
8
10
12
14
18
20
21
Matéria de capa
Personagem
SBR.doc
Primeira fila
O melhor do Brasil
Coluna Seda
Notas
Dia a dia
Agenda
Questão de foco
Tiragem: 2.000 exemplares
5
o
0 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • N 3 • jul/set/2009
3
Em 2 anos de terapia
combinada adalimumabe + MTX:
• 49% dos pacientes alcançaram a remissão clínica1
Ação Sinérgica que
Durante 5 anos de terapia
com adalimumabe:
vai além da dor1
• Inibição sustentada da progressão radiológica2
Contraindicações/Precauções
• Diminuição da dor 1
Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose
associados ao HUMIRATM (adalimumabe).
A administração concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento
do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a antagonistas de TNF isolados.
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• Ajuda na recuperação
da mobilidade articular 1
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HUMIRATM (adalimumabe). Indicações: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn e Psoríase em placas. Contra-Indicações: hipersensibilidade conhecida ao
adalimumabe ou quaisquer componentes da fórmula do produto. Advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, infecções fúngicas
invasivas, virais ou outras infecções oportunistas. Estas infecções podem não ser consistentemente reconhecidas em pacientes que usam bloqueadores de TNF e isto leva a atraso no início do
tratamento apropriado, algumas vezes resultando em fatalidades. O tratamento não deve ser iniciado em pacientes com infecções ativas e recomenda-se cautela quando se decidir utilizar HUMIRATM
(adalimumabe) em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: assim como observado com outros
antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose (freqüentemente disseminada ou extrapulmonar) associados ao HUMIRATM (adalimumabe) durante os estudos clínicos. Antes de iniciar o
tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente), com anamnese detalhada, radiografia de tórax e teste tuberculínico (PPD). Se a
tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRATM (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose latente, antes que o tratamento com HUMIRATM (adalimumabe)
seja iniciado, deve-se iniciar a profilaxia antituberculosa apropriada. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV). Pacientes portadores
do HBV e que requerem terapia com inibidores de TNF devem ser cuidadosamente monitorados quanto a sinais e sintomas da infecção ativa por HBV durante a terapia e por alguns meses seguidos
após o término da mesma. Eventos neurológicos: os antagonistas de TNF, incluindo o HUMIRATM (adalimumabe), foram associados, em raros casos, com exacerbação de sintomas e/ou evidência
radiológica de doença desmielinizante, incluindo esclerose múltipla. Malignidades: em partes controladas de estudos clínicos com antagonistas de TNF, foi observado maior número de casos de
linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF do que entre os pacientes controle. O tamanho do grupo de controle e a duração limitada das partes controladas dos estudos não
permitem chegar a conclusões definitivas. Há maior risco de linfoma em pacientes com artrite reumatóide com doença inflamatória de longa duração, altamente ativa, o que complica a estimativa do
risco. Durante os estudos abertos de longa duração com HUMIRATM (adalimumabe), a taxa total de malignidades foi similar ao que seria esperado para idade, sexo e raça na população geral. Com o
conhecimento atual, um risco possível para o desenvolvimento dos linfomas ou outras malignidades nos pacientes tratados com um antagonista de TNF não pode ser excluído. Casos muito raros de
linfoma hepatoesplênico de células T, um raro e agressivo linfoma que é freqüentemente fatal, foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. A maioria dos pacientes foi previamente
tratada com infliximabe, ou recebeu terapia concomitante com azatioprina ou 6-mercaptopurina para doença de Crohn. A associação causal entre este tipo de linfoma e adalimumabe não está clara.
Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves associadas ao uso de HUMIRATM (adalimumabe) foram raramente observadas. Se uma reação alérgica grave ocorrer, a administração deve
ser interrompida imediatamente e iniciado tratamento apropriado. A tampa da agulha da seringa contém borracha natural (látex). Pacientes sensíveis ao látex podem ter reações alérgicas graves.
Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica, foram observados com agentes bloqueadores de TNF. A descontinuação da terapia com HUMIRATM (adalimumabe)
deve ser considerada em pacientes com anormalidades hematológicas significativas confirmadas. Insuficiência cardíaca congestiva: HUMIRATM (adalimumabe) não foi formalmente estudado em
pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Entretanto, em estudos clínicos com outro antagonista de TNF, uma taxa mais elevada de eventos adversos sérios relacionados a ICC foi relatada,
incluindo piora da ICC e novo episódio de ICC. Processos auto-imunes: Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram Síndrome Lúpica durante o tratamento com Adalimumabe, o tratamento
deve ser descontinuado. O tratamento com HUMIRATM (adalimumabe) pode resultar na formação de anticorpos auto-imunes. Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Alterações na Fertilidade: Não foram
realizados estudos experimentais de longo prazo para avaliar o potencial carcinogênico ou os efeitos do adalimumabe sobre a fertilidade. Imunizações: Os pacientes em tratamento com HUMIRATM
(adalimumabe) podem receber vacinações simultâneas, com exceção das vacinas vivas. Gravidez: Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com
Adalimumabe. Lactação: Recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com Adalimumabe ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. Uso
pediátrico: não foram estudadas eficácia e segurança em pacientes pediátricos.Interações Medicamentosas: Metotrexato: Não há necessidade de ajuste das doses de nenhum dos dois medicamentos.
Outras: Não foram realizados estudos formais de farmacocinética entre Adalimumabe e outras substâncias. O uso concomitante de adalimumabe com anakinra ou abatacepte não é recomendado.
Interação com testes laboratoriais: não são conhecidas interferências entre Adalimumabe e testes laboratoriais. Reações Adversas: anormalidade nos exames laboratoriais, astenia, síndrome gripal,
dor abdominal, infecção, febre, distúrbio de membranas mucosas, dor nas extremidades, edema facial, dor lombar, celulite, calafrios, sepse, reação alérgica, reação no local de injeção (dor, eritema,
prurido, edema. reação local, hemorragia local, erupção local), exantema, prurido, herpes simples, distúrbios cutâneos, herpes zoster, exantema maculopapular, distúrbios nas unhas, pele seca,
sudorese, alopécia, dermatite fúngica, urticária, nódulo cutâneo, úlcera de pele, eczema, hematoma subcutâneo, hiperlipidemia, hipercolesterolemia, aumento de fosfatase alcalina, uréia, creatinafosfoquinase, desidrogenase lática e ácido úrico, edema periférico, ganho de peso, cicatrização anormal, hipopotassemia, náuseas, diarréia, dor de garganta, anormalidade das provas de função
hepática, esofagite, vômitos, dispepsia, constipação, dor gastrintestinal, distúrbios dentários, gastroenterite, distúrbios da língua, monilíase oral, estomatite aftosa, disfagia, estomatite ulcerativa,
anemia, granulocitopenia, aumento do tempo de coagulação, presença de anticorpo antinuclear, leucopenia, linfadenopatia, linfocitose, plaquetopenia, púrpura, equimoses, aparecimento de autoanticorpos, infecções das vias respiratórias superiores, rinite, sinusite, bronquite, aumento da tosse, pneumonia, faringite, dispnéia, distúrbio pulmonar, asma, infecção urinária, monilíase vaginal,
hematúria, cistite, menorragia, proteinúria, polaciúria, cefaléia, tontura, parestesia, vertigem, hipoestesia, nevralgia, tremor, depressão, sonolência, insônia, agitação, conjuntivite, distúrbios oculares,
otite média, alteração do paladar, anormalidades visuais, borramento da visão, olho seco, distúrbios auditivos, dor ocular, hipertensão, vasodilatação, dor torácica, artralgia, cãibras musculares,
mialgia, distúrbios articulares, sinovite, distúrbios tendinosos. Posologia e Administração: Artrite Reumatóide : 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias.
Artrite Psoriásica: 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias. Espondilite Anquilosante: 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14
dias. Doença de Crohn: 160 mg na semana 0, 80 mg na semana 2 e 40 mg em semanas alternadas, a partir da semana 4, por via subcutânea. Psoríase em Placas: 80 mg na semana 0 e 40 mg em
semanas alternadas a partir da semana 1, por via subcutânea. Superdosagem: A dose máxima tolerada de adalimumabe não foi determinada em humanos. Armazenamento: Deve ser armazenado
em geladeira na temperatura entre 2 oC e 8 oC. Não deve ser congelado. Registro no MS: no 1.0553.0294. Por se tratar de um medicamento novo, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer.
Informações Adicionais: Estão disponíveis aos profissionais de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo / SP 04566-905 ou fone 0800
703 1050. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA.
Referências: 1. Breedveld FC, Weisman MH, Kavanaugh AF, Cohen SB, Pavelka K, van Vollenhoven R, Perez JL, Spencer-Green GT, para os investigadores do PREMIER. Arthritis
& Rheumatism. 2006; 54:26-37. 2. Keystone EC, Kavanaugh AF, Sharp JT, Patra K, Perez JL. Inhibition of radiographic progression in patients with long-standing rheumatoid arthritis
treated with adalimumab plus methotrexate for 5 years. Pôster apresentado no EULAR 2007, Barcelona, Espanha, (THU 0168). 3. Bejarano V et al. Effect of the early use of the antitumor necrosis factor adalimumab on the prevention of job loss in patients with early rheumatoid arthritis. Arthritis & Rheumatism 2008, 59(10):1467-1474. 4. Jamal S et al. Adalimumab
response in patients with early versus stablished rheumatoid arthritis: DE 019 randomized controlled trial subanalysis. Clin Rheumatol published online 09/12/2008. DOI 10.1007/s10067008-1064-0 5. Breedveld FC et al. A Multicenter, Randomized, Double-Blind Clinical Trial of Combination Therapy With Adalimumab Plus Methotrexate Versus Methotrexate Alone or
Adalimumab Alone in Patients With Early, Aggressive Rheumatoid Arthritis Who Had Not Had Previous Methotrexate Treatment. Arthritis & Rheumatism 2006, 54(1):26-37.
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Referências Bibliográficas: 1) Reginster, J. et al. Naturocetic (glucosamine and chondroitin sulfate) compounds as structure-modifying drugs in the treatment of osteoarthritis. Curr. Op. Rheumatol, 15: 651-55, 2003. 2) Dodge GR, et al. Glucosamine sulfate modulates
the levels of aggrecan and matrix metalloproteinase-3 synthesized by culture human osteoarthritis articular chondrocytes. Osteoarthritis and Cartilage 2003; 11:424-432. 3) Seda, H. Seda, AC. Osteoartrite: Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento / Carvalho MAP, ed
Medsi: 289-307, 2001. 4) De los Reyes, GC. et al. Glucosamine and chondroitin sulfates in treatment of osteoarthritis: a survey. Prog in Drugs Res: 55: 81-103, 2000. 5) Bula do produto. ARTROLIVE. sulfato de glicosamina. sulfato de condroitina. MS - 1.0573.028.
6) IMS/PMB – MAT SET/08.
INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: ARTROLIVE. sulfato de glicosamina + sulfato de condroitina. MS – 1.0573.0286. INDICAÇÕES: ARTROLIVE é indicado para osteoartrite, osteoartrose ou artrose em todas as suas manifestações. CONTRA-INDICAÇÕES:
ARTROLIVE É CONTRA-INDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA; GRAVIDEZ E LACTAÇÃO. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: SÃO NECESSÁRIOS O DIAGNÓSTICO PRECISO E O ACOMPANHAMENTO CUIDADOSO DE PACIENTES COM SINTOMAS INDICATIVOS DE AFECÇÃO GASTRINTESTINAL, HISTÓRIA PREGRESSA DE ÚLCERA GÁSTRICA OU INTESTINAL, DIABETES MELLITUS, OU A CONSTATAÇÃO DE
DISTÚRBIOS DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO OU DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA ASSIM COMO PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES RENAL, HEPÁTICA OU CARDÍACA. SE OCORRER EVENTUALMENTE ULCERAÇÃO PÉPTICA OU SANGRAMENTO GASTRINTESTINAL EM PACIENTES SOB TRATAMENTO, A MEDICAÇÃO DEVERÁ SER SUSPENSA IMEDIATAMENTE. DEVIDO À INEXISTÊNCIA DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL, ARTROLIVE NÃO
ESTÁ INDICADO PARA SER UTILIZADO DURANTE A GRAVIDEZ. NÃO EXISTEM INFORMAÇÕES SOBRE A PASSAGEM DO MEDICAMENTO PARA O LEITE MATERNO SENDO DESACONSELHADO SEU USO NESSAS CONDIÇÕES E AS LACTANTES SOB
TRATAMENTO NÃO DEVEM AMAMENTAR. PODE OCORRER FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM PACIENTES SUSCETÍVEIS, PORTANTO PACIENTES COM HISTÓRICO DE FOTOSSENSIBILIDADE A OUTROS MEDICAMENTOS DEVEM EVITAR SE EXPOR À LUZ
SOLAR. FORAM DESCRITOS NA LITERATURA, ALGUNS CASOS DE HIPERTENSÃO SISTÓLICA REVERSÍVEL, EM PACIENTES NÃO PREVIAMENTE HIPERTENSOS, NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PORTANTO, A
PRESSÃO ARTERIAL DEVE SER VERIFICADA PERIODICAMENTE DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. FORAM RELATADOS POUCOS CASOS DE PROTEINÚRIA LEVE E AUMENTO DA CREATINO-FOSFOQUINASE (CPK) DURANTE TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA, QUE VOLTARAM AOS NÍVEIS NORMAIS APÓS INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O tratamento concomitante com antiinflamatórios não-esteroidais pode incorrer no agravamento
de reações adversas do sistema gastrintestinal, sendo recomendado um acompanhamento médico mais rigoroso nesses casos. Alguns autores da literatura médica descrevem que o uso de glicosamina e condroitina pode incorrer em um aumento da resistência à
insulina, porém, esses estudos foram realizados com doses muito superiores às indicadas na terapêutica clínica normal e sua validade ainda é discutida por vários outros autores. Estudos recentes demonstraram que a associação condroitina e glicosamina, quando
empregada em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II, não levou a alterações no metabolismo da glicose. Os resultados destes estudos não podem ser extrapolados para pacientes com diabetes mellitus descompensado ou não-controlado. É recomendável
que pacientes diabéticos monitorem seus níveis sanguíneos de glicose mais frequentemente durante o tratamento com ARTROLIVE. O uso concomitante de ARTROLIVE com os inibidores da topoisomerase II (etoposídeo, teniposídeo e doxorrubicina) deve ser evitado, uma vez que a glicosamina induziu resistência in vitro a estes medicamentos em células humanas cancerosas de cólon e de ovário. Há relato de um caso na literatura de potencialização do efeito da varfarina, com consequente aumento dos valores sanguíneos
de INR (International Normalized Ratio). Portanto, o uso concomitante de ARTROLIVE com anticoagulantes orais deve levar em conta avaliações rigorosas do INR. Reações adversas: SISTEMA CARDIOVASCULAR: EDEMA PERIFÉRICO E TAQUICARDIA JÁ
FORAM RELATADOS COM O USO DA GLICOSAMINA, PORÉM NÃO FOI ESTABELECIDA UMA RELAÇÃO CAUSAL. FORAM DESCRITOS NA LITERATURA, ALGUNS CASOS DE HIPERTENSÃO SISTÓLICA REVERSÍVEL, EM PACIENTES NÃO PREVIAMENTE
HIPERTENSOS, NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PORTANTO, A PRESSÃO ARTERIAL DEVE SER VERIFICADA PERIODICAMENTE DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
MENOS DE 1% DOS PACIENTES EM ESTUDOS CLÍNICOS APRESENTARAM CEFALÉIA, INSÔNIA E SONOLÊNCIA NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM A GLICOSAMINA. ENDÓCRINO-METABÓLICO: ESTUDOS RECENTES DEMONSTRARAM QUE A
ASSOCIAÇÃO CONDROITINA E GLICOSAMINA, QUANDO EMPREGADA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II, NÃO LEVOU A ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DA GLICOSE. OS RESULTADOS DESTES ESTUDOS NÃO PODEM
SER EXTRAPOLADOS PARA PACIENTES COM DIABETES MELLITUS DESCOMPENSADO OU NÃO-CONTROLADO. É RECOMENDÁVEL QUE PACIENTES DIABÉTICOS MONITOREM SEUS NÍVEIS SANGUÍNEOS DE GLICOSE MAIS FREQUENTEMENTE
DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. GASTRINTESTINAL: NÁUSEA, DISPEPSIA, VÔMITO, DOR ABDOMINAL OU EPIGÁSTRICA, CONSTIPAÇÃO, DIARRÉIA, QUEIMAÇÃO E ANOREXIA TÊM SIDO RARAMENTE DESCRITOS NA LITERATURA NA
VIGÊNCIA DE TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PELE: ERITEMA, PRURIDO, ERUPÇÕES CUTÂNEAS E OUTRAS MANIFESTAÇÕES ALÉRGICAS DE PELE FORAM REPORTADAS EM ENSAIOS CLÍNICOS COM GLICOSAMINA. PODE
OCORRER FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM PACIENTES SUSCETÍVEIS, PORTANTO PACIENTES COM HISTÓRICO DE FOTOSSENSIBILIDADE A OUTROS MEDICAMENTOS DEVEM EVITAR SE EXPOR À LUZ SOLAR. POSOLOGIA: Adultos: Recomenda-se
iniciar a terapêutica com a prescrição de 1 cápsula via oral 3 vezes ao dia. Como os efeitos do medicamento se iniciam em média após a terceira semana de tratamento deve-se ter em mente que a continuidade e a não-interrupção do tratamento são fundamentais
para se alcançar os benefícios analgésicos e de mobilidade articular. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2029102 05/07 BU 05
O adalimumabe foi associado a uma
redução significativa e sustentada
nos sinais e sintomas de EA ativa.1
JUL / SET / 2009 • No 3 • ANO XXXIII
Melhora avaliada por médicos e pacientes:
• Dor nas costas noturna e total1
• Inflamação1
• Escores BASFI e BASDAI1
• Redução dos episódios de
uveíte anterior em pacientes
com EA ativa2
• Concentração de
proteína C-reativa1
Contraindicações/Precauções
Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose
associados ao HUMIRATM (adalimumabe).
A administração concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento
do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a antagonistas de TNF isolados.
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Humiratm (adalimumabe). indicações: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn e Psoríase em placas. Contra-indicações: hipersensibilidade conhecida ao
adalimumabe ou quaisquer componentes da fórmula do produto. advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, infecções fúngicas
invasivas, virais ou outras infecções oportunistas. Estas infecções podem não ser consistentemente reconhecidas em pacientes que usam bloqueadores de TNF e isto leva a atraso no início do
tratamento apropriado, algumas vezes resultando em fatalidades. O tratamento não deve ser iniciado em pacientes com infecções ativas e recomenda-se cautela quando se decidir utilizar HUMIRATM
(adalimumabe) em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: assim como observado com outros
antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose (freqüentemente disseminada ou extrapulmonar) associados ao HUMIRAtm (adalimumabe) durante os estudos clínicos. Antes de iniciar o
tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente), com anamnese detalhada, radiografia de tórax e teste tuberculínico (PPD). Se a
tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRATM (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose latente, antes que o tratamento com HUMIRATM (adalimumabe)
seja iniciado, deve-se iniciar a profilaxia antituberculosa apropriada. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV). Pacientes portadores
do HBV e que requerem terapia com inibidores de TNF devem ser cuidadosamente monitorados quanto a sinais e sintomas da infecção ativa por HBV durante a terapia e por alguns meses seguidos
após o término da mesma. Eventos neurológicos: os antagonistas de TNF, incluindo o HUMIRAtm (adalimumabe), foram associados, em raros casos, com exacerbação de sintomas e/ou evidência
radiológica de doença desmielinizante, incluindo esclerose múltipla. Malignidades: em partes controladas de estudos clínicos com antagonistas de TNF, foi observado maior número de casos de
linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF do que entre os pacientes controle. O tamanho do grupo de controle e a duração limitada das partes controladas dos estudos não
permitem chegar a conclusões definitivas. Há maior risco de linfoma em pacientes com artrite reumatóide com doença inflamatória de longa duração, altamente ativa, o que complica a estimativa
do risco. Durante os estudos abertos de longa duração com HUMIRATM (adalimumabe), a taxa total de malignidades foi similar ao que seria esperado para idade, sexo e raça na população geral. Com
o conhecimento atual, um risco possível para o desenvolvimento dos linfomas ou outras malignidades nos pacientes tratados com um antagonista de TNF não pode ser excluído. Casos muito raros
de linfoma hepatoesplênico de células T, um raro e agressivo linfoma que é freqüentemente fatal, foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. A maioria dos pacientes foi previamente
tratada com infliximabe, ou recebeu terapia concomitante com azatioprina ou 6-mercaptopurina para doença de Crohn. A associação causal entre este tipo de linfoma e adalimumabe não está clara.
Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves associadas ao uso de HUMIRATM (adalimumabe) foram raramente observadas. Se uma reação alérgica grave ocorrer, a administração deve
ser interrompida imediatamente e iniciado tratamento apropriado. A tampa da agulha da seringa contém borracha natural (látex). Pacientes sensíveis ao látex podem ter reações alérgicas graves.
Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica, foram observados com agentes bloqueadores de TNF. A descontinuação da terapia com HUMIRATM (adalimumabe)
deve ser considerada em pacientes com anormalidades hematológicas significativas confirmadas. Insuficiência cardíaca congestiva: HUMIRATM (adalimumabe) não foi formalmente estudado em
pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Entretanto, em estudos clínicos com outro antagonista de TNF, uma taxa mais elevada de eventos adversos sérios relacionados a ICC foi relatada,
incluindo piora da ICC e novo episódio de ICC. Processos auto-imunes: Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram Síndrome Lúpica durante o tratamento com Adalimumabe, o tratamento
deve ser descontinuado. O tratamento com HUMIRATM (adalimumabe) pode resultar na formação de anticorpos auto-imunes. Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Alterações na Fertilidade: Não foram
realizados estudos experimentais de longo prazo para avaliar o potencial carcinogênico ou os efeitos do adalimumabe sobre a fertilidade. Imunizações: Os pacientes em tratamento com HUMIRATM
(adalimumabe) podem receber vacinações simultâneas, com exceção das vacinas vivas. Gravidez: Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com
Adalimumabe. Lactação: Recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com Adalimumabe ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. Uso
pediátrico: não foram estudadas eficácia e segurança em pacientes pediátricos.interações medicamentosas: Metotrexato: Não há necessidade de ajuste das doses de nenhum dos dois medicamentos.
Outras: Não foram realizados estudos formais de farmacocinética entre Adalimumabe e outras substâncias. O uso concomitante de adalimumabe com anakinra ou abatacepte não é recomendado.
Interação com testes laboratoriais: não são conhecidas interferências entre Adalimumabe e testes laboratoriais. reações adversas: anormalidade nos exames laboratoriais, astenia, síndrome gripal,
dor abdominal, infecção, febre, distúrbio de membranas mucosas, dor nas extremidades, edema facial, dor lombar, celulite, calafrios, sepse, reação alérgica, reação no local de injeção (dor, eritema,
prurido, edema. reação local, hemorragia local, erupção local), exantema, prurido, herpes simples, distúrbios cutâneos, herpes zoster, exantema maculopapular, distúrbios nas unhas, pele seca,
sudorese, alopécia, dermatite fúngica, urticária, nódulo cutâneo, úlcera de pele, eczema, hematoma subcutâneo, hiperlipidemia, hipercolesterolemia, aumento de fosfatase alcalina, uréia, creatinafosfoquinase, desidrogenase lática e ácido úrico, edema periférico, ganho de peso, cicatrização anormal, hipopotassemia, náuseas, diarréia, dor de garganta, anormalidade das provas de função
hepática, esofagite, vômitos, dispepsia, constipação, dor gastrintestinal, distúrbios dentários, gastroenterite, distúrbios da língua, monilíase oral, estomatite aftosa, disfagia, estomatite ulcerativa,
anemia, granulocitopenia, aumento do tempo de coagulação, presença de anticorpo antinuclear, leucopenia, linfadenopatia, linfocitose, plaquetopenia, púrpura, equimoses, aparecimento de autoanticorpos, infecções das vias respiratórias superiores, rinite, sinusite, bronquite, aumento da tosse, pneumonia, faringite, dispnéia, distúrbio pulmonar, asma, infecção urinária, monilíase vaginal,
hematúria, cistite, menorragia, proteinúria, polaciúria, cefaléia, tontura, parestesia, vertigem, hipoestesia, nevralgia, tremor, depressão, sonolência, insônia, agitação, conjuntivite, distúrbios oculares,
otite média, alteração do paladar, anormalidades visuais, borramento da visão, olho seco, distúrbios auditivos, dor ocular, hipertensão, vasodilatação, dor torácica, artralgia, cãibras musculares,
mialgia, distúrbios articulares, sinovite, distúrbios tendinosos. Posologia e administração: Artrite Reumatóide : 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias.
Artrite Psoriásica: 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias. Espondilite Anquilosante: 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14
dias. Doença de Crohn: 160 mg na semana 0, 80 mg na semana 2 e 40 mg em semanas alternadas, a partir da semana 4, por via subcutânea. Psoríase em Placas: 80 mg na semana 0 e 40 mg em
semanas alternadas a partir da semana 1, por via subcutânea. Superdosagem: A dose máxima tolerada de adalimumabe não foi determinada em humanos. armazenamento: Deve ser armazenado
em geladeira na temperatura entre 2 oC e 8 oC. Não deve ser congelado. registro no mS: no 1.0553.0294. Por se tratar de um medicamento novo, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer.
Informações Adicionais: Estão disponíveis aos profissionais de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo / SP 04566-905 ou fone 0800
703 1050. VENDa SOB PrESCriÇÃO mÉDiCa.
Referências: 1. van der Heidje et al. Efficacy and safety of adalimumab in patients with ankylosing spondylitis: results of a multicenter, randomized, double-blind placebo-controlled
trial. Arthritis Rheum 2006, 54 (7): 2136-46. 2. Rudwaleit M et al. Adalimumab effectively reduces the rate of anterior uveitis flares in patients with active ankylosing spondylitis: results
of a prospective, open-label study. Ann Rheum Dis. 2008, 67: 1218-21.
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