Estudo molecular da Neuropatia Óptica Hereditária de Leber 55º

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55º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Estudo molecular da Neuropatia Óptica Hereditária
de Leber
Miranda, PMAD¹; Andrade, PB¹; Callefo, F¹; Zanchetta, LM¹; Fernandes, MSA¹; Maciel-Guerra, AT²;
Sartorato, EL¹.
¹ Laboratório de Genética Molecular Humana – CBMEG – UNICAMP
² Departamento de Genética Médica – Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP
[email protected]
Palavras-chave: LHON, Leber, Neuropatia Óptica, mutações primárias e mutações secundárias
A mitocôndria é uma organela que apresenta DNA próprio. O DNA mitocondrial (mtDNA) é organizado de
maneira circular, apresentando 16.569 pares de bases e pode sofrer mutações diversas, que podem interferir no seu
funcionamento. Mutações mitocondriais têm sido descritas em associação com síndromes bem definidas, como
por exemplo, a Neuropatia Óptica Hereditária de Leber (LHON). A LHON é caracterizada pela perda rápida da
visão devida a uma degeneração do nervo óptico causada possivelmente por um processo apoptótico generalizado
das células gliais. A LHON afeta geralmente adultos jovens com uma idade de início média situada entre 18 e 35
anos de idade. A perda de visão ocorre geralmente em um dos olhos, de forma súbita, em menos de uma semana
ou de forma progressiva, ao longo de 2-3 meses. O outro olho pode ser afetado quase simultaneamente em cerca de
50% dos casos, ou posteriormente, por vezes, com um intervalo que pode atingir nove meses. Atualmente, 17 das
principais mutações associadas à LHON foram registradas, onde 3 delas representam 95% dos casos (mutações
primárias) e as 14 subseqüentes representam apenas 5% do total (mutações secundárias). Não foram relatados,
até o presente momento, estudos referentes à população brasileira sobre a freqüência relativa das mutações
entre portadores da LHON, nem estudos populacionais indicando a prevalência dessas mutações em nosso
meio. Por isso, no presente estudo foram estudados 40 pacientes com hipótese diagnóstica de LHON ou com
neuropatia óptica adquirida de origem desconhecida. Foram rastreadas as mutações primárias (G11778A, G3460A
e T14484C) e mutações secundárias nos genes MT-ND1 (T4160C e C4171A), MT-ND4 (T11253C e G11696A), MTND4L (T10663C), MT-ND5 (A13637G e G13730A), MT-CYB (G15257A) e MT-ND6 (G14459A, C14482G, A14495G,
T14898C, C14568T e A14596T). O rastreamento foi realizado por análise de restrição para detectar as mutações
primárias e seqüenciamento direto para detectar as mutações secundárias naqueles indivíduos nos quais as
mutações primárias não foram observadas. As mutações primárias foram encontradas em 17 pacientes, sendo
12 deles portadores da G11778A, 4 portando a T14484C e apenas 1 portador da G3460A. Não foram encontradas
mutações secundárias nos pacientes estudados, porém foram detectadas as alterações G11719A em 17 pacientes
e G14560A em 2 casos, mas, segundo dados da literatura, essas alterações são consideradas polimorfismos, pois
estão presentes em mais de 1% da população normal.
Apoio financeiro: FAPESP, CAPES.
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