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ANÁLISE DO CRESCIMENTO URBANO NO MUNICÍPIO DE
ENGENHEIRO COELHO (SP) COM O AUXÍLIO DE
GEOTECNOLOGIAS
Felipe Facci Inguaggiato
Lindon Fonseca Matias
[email protected]
[email protected]
Geografia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Introdução
Engenheiro Coelho localiza-se a nordeste no Estado de São Paulo e compõe o grupo
dos 20 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Está distante 144 km
da capital (São Paulo) e apresenta taxa de urbanização de 74,38% (SEADE, 2014),
em uma área total de 109,94 km² (SEADE, 2015), com 18.343 habitantes, tendo uma
densidade populacional de 166,85 habitantes por km² (SEADE, 2015). O município
surge com sua emancipação no ano de 1991 (anteriormente a este período, era
apenas um Distrito de Arthur Nogueira), contudo, a análise de sua evolução começa a
ser feita desde a década de 1960, antes de Engenheiro Coelho ser instituído de fato
como um município, desta forma, considera o início da urbanização da área em que
hoje se situa seus os limites administrativos. Nota-se que Engenheiro Coelho desde a
década de 1960 sofre alterações em sua malha urbana, com acréscimos significativos
durante as décadas subsequentes. A partir dos anos 2000 se tem o início da formação
de loteamentos fechados no município, reflexo da relação centro-periferia, uma vez
que estes loteamentos de alto padrão buscam distância de bairros mais populares. Em
relação à agricultura ressalta-se a grande produção de citrus e cana-de-açúcar, que
predomina em toda á área do município.
Objetivo
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O principal objetivo desta pesquisa foi o mapeamento da expansão da mancha urbana
do município de Engenheiro Coelho no período de 1965 a 2015. Além disso, foi
realizado o mapeamento do uso e ocupação da terra do município (com detalhamento
intraurbano) para diagnosticar quais são as principais características, vetores e
tendências da expansão.
Fundamentação Teórica
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A fundamentação teórica consistiu na leitura da bibliografia da geografia urbana, do
contexto histórico do município e das geotecnologias. Assim, para o embasamento
teórico da pesquisa destaca-se: para entender os aspectos da urbanização, Correa
(1989) e Souza (2005), para entender questões fundamentais para a Metropolização
de Campinas, Quiroga e Benfatti (2007), Caiado e Pires (2006) e Nascimento (2013), e
para a importância de geotecnologias na urbanização Matias (2001), Batty (2007),
Fantin, Costa e Monteiro (2007), Silva (2003), Almeida (2007), Ferreira (2008).
Procedimentos metodológicos
Nas atividades de geoprocessamento, primeiramente foi adquirida a base cartográfica,
do ano de 2002, e as ortofotos, do ano de 2010, do Instituto Geográfico e Cartográfico
do Estado de São Paulo (IGC). Posteriormente, foi construída uma base de dados
georreferenciados para que fosse possível a análise espacial das informações e o
mapeamento
temático,
que
se
deu
através
do
aporte
do
software
de
geoprocessamento ArcGIS 10.3.1, digitalização em tela (on screen) e auxílio do
Google Street View (recursos do software Google Maps e Google Earth). A base de
dados referente ao mapeamento da mancha urbana do período de 1965 a 2010 foi
obtida do trabalho de Nascimento (2013), que utilizou para o mapeamento do ano de
1965, cartas topográficas da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG); para o
ano de 1979, cartas topográficas do IGC e do DSG e um mapa de uso e ocupção do
solo da Empresa Paulista de Planejamento S.A. (Emplasa); para os os anos de 1989
e 2001, respectivamente, imagens dos satélites Landsat 5 e Landsat 7 obtidas da
Global Land Cover Facility (GLCF); e para o ano de 2010 imagens do satélite ALOS
obtidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítiva (IBGE). Além disto, para
elaboração de tabelas e gráficos foi necessária à utilização do Microsoft Excel.
Resultados Finais
O município de Engenheiro Coelho teve uma expansão urbana significativa desde a
década de 1960 até o ano de 2015. No ano de 1965 Engenheiro Coelho possuía
0,24% de área urbanizada. Em 1979 este valor aumentou para 0,36%, e em 1989
chega a 1,84%. Vale ressaltar que o período onde se teve maior acréscimo na área
urbanizada, foi entre o período de 1989 até 2001, com um avanço de 3,49 km² de área
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urbanizada (intrinsecamente ligada ao momento histórico que ocorria no município no
período, no qual Engenheiro Coelho foi emancipado como município). No ano de 2010
temos 5,58% de área urbanizada, e em 2015, 7,5%. É possível notar que o
crescimento da área urbanizada do município se estendeu ao longo do traçado das
rodovias Engenheiro João Tosello (SP-147), Professor Zeferino Vaz (SP-332) e a
Estrada Municipal Pastor Walter Boger. Nota-se também que o crescimento da cidade
acompanha toda a evolução da Região Metropolitana de Campinas, e que também
está ligado a movimentos pendulares na RMC, uma vez que muitas pessoas buscam
serviços e comércio em outras cidades. Embora Engenheiro Coelho tenha tido um
acréscimo considerável em sua área urbanizada, a área rural configura a maior parte
do município, com 92,5% do total do território, na sua maioria com plantação de citrus
(42,04%) e cana-de-açúcar (22,90%). Cabe ressaltar que estas plantações são
voltadas para as indústrias locais e usinas situadas ao seu redor (Figura 1).
Figura 1. Mapa de uso e ocupação da terra do município de Engenheiro Coelho
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Outras tipologias significativas de uso da terra do município que valem a pena serem
ressaltadas é o caso das florestas, que compõe cerca de 8% do território e a pecuária
bovina em pastos antropizados, com 8,5% da totalidade municipal. Mesmo ocupando
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apenas 7,50% de todo uso da terra no município, a mancha intraurbana apresenta
diferentes configurações ao longo de seu território. Até a década de 1980 as áreas
urbanas se instalavam ao longo da rodovia Engenheiro Tosello (SP-147). Este cenário
muda a partir dos anos 2001, com a formação de áreas urbanas relativamente
distantes das rodovias, com a formação de residenciais fechados, refletindo uma
grande mudança no padrão urbano da cidade. Para efeito de comparação, os
residenciais fechados ocupam cerca de 19,11% do total da área intraurbana do
município, enquanto a classe definida como “residencial horizontal” possui 14,75% da
totalidade da área intraurbana. Próximo a esta região onde estão localizados os
residenciais. A indústria também possui uma parcela significativa da totalidade
intraurbana. Se somada a área da indústria com os distritos industriais, ela representa
aproximadamente 0,54 km² (540.000 m²). As empresas que têm destaque no
município são a TRW Automotive, uma empresa automobilística, e a Citrus Kiki,
indústria voltada para a produção de suco, o que justifica o grande porcentual de citrus
plantado em Engenheiro Coelho.
Observa-se também no município uma grande concentração urbana ao redor de
igrejas, praças, e da rodoviária. Isto remete ao que ocorre no início da grande maioria
das cidades pequenas, onde ela se inicia sempre em volta de uma igreja e uma praça,
e a cidade se desenvolveu a partir destes pontos. Estes pontos estão atrelados
também, a como dito anteriormente, a proximidade das mesmas rodovias SP-147 e
SP-332.
Considerações Finais
A evolução do município de Engenheiro Coelho ao longo de cinquenta anos aconteceu
de forma significativa atrelada ao crescimento da Região Metropolitana de Campinas,
vinculada também ao movimento pendular. Destaca-se que o crescimento urbano no
município, que primeiramente ocorreu nos arredores das rodovias que cruzavam a
cidade (SP-147 e SP- 332), a partir do momento da emancipação do município, no
início dos anos 1990, passou a se comportar de forma diferente. Contudo, ainda
assim, nota-se um município dependente da agricultura, principalmente da cana-deaçúcar e de citrus, as quais estão vinculadas às grandes indústrias. Na atividade de
campo, percebe-se chácaras pequenos produtores com produções de culturas
diversificadas, contudo estas eram voltadas apenas para o mercado local. A parte
industrial é basicamente voltada a Sucos Kiki e TRW Automotive, o que nos mostra
uma industrialização concentrada em duas empresas.
Referências Bibliográficas
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