A ESCOLA ENQUANTO ESPAÇO PARA A CONSTRUÇÃO DE SABERES Vera Lúcia Macedo de Oliveira Teixeira 1 RESUMO Considerando as aceleradas mudanças no contexto educacional, refletir sobre questões inerentes ao processo de aprendizagem tem sido um desafio necessário. Nas últimas décadas temos experimentado um expressivo avanço tecnológico, o qual impõe novos ritmos à vida cotidiana da escola. Neste sentido, o presente trabalho busca contribuir com as discussões acerca do ensino e da aprendizagem enfatizando a escola, o professor e o aluno, como elementos primordiais neste processo. PALAVRAS-CHAVE: Escola; Professor Aluno; Ensino; Aprendizagem. ABSTRACT Considering the quick changes in educational environment, reflecting about inherent issues of the learning process has been a necessary challenge. In the last decades we have been experiencing a significant technological advance, which establishes new timing to school’s everyday life. Therefore, the present work aims to add to the discussions about teaching and learning procedures emphasizing the school, the teacher and the student as prime elements in this process. KEYWORDS: School; Teacher; Student; Teaching; Learning. INTRODUÇÃO No contexto das expressivas mudanças que se processam na sociedade contemporânea, percebe-se a necessidade de novas perspectivas educacionais, tendo em vista a importância da educação e evidentemente do conhecimento. A escola tem se manifestado firme em seus propósitos de educar, no entanto, depara-se com os mais diversos desafios. 1 Vera Lúcia Macedo de Oliveira Teixeira, Pedagoga, Especialista em Didática, Mestre em Educação pela UCG- Universidade Católica de Goiás- Professora da disciplina de Didática nos Cursos de Licenciatura em Pedagogia, História e Educação Física da UNIVAR – Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. Email: [email protected] Ensinar e aprender, assim como estabelecer a função social da escola: estes dentre outros, tem sido temas pertinentes no meio educacional. O que se espera da escola hoje? Qual tem sido o verdadeiro papel do professor? Qual o perfil de aluno que se pretende formar? É neste contexto, que propomos discutir tais questões, tendo em vista a nossa contribuição no que se refere às indagações e busca de alternativas que possam viabilizar os processos educativos, que evidentemente possam refletir na verdadeira identidade da escola. No que tange aos processos de ensino é possível visualizar o professor como um elemento indispensável para o sucesso do aluno, sobretudo quando se trata de tempo para a aprendizagem. As práticas educativas, bem como as tendências pedagógicas sofreram as mais diversas mudanças. E com estas mudanças, surgiram novas possibilidades da escola de ser, fazer e refletir sua prática. Cabe, portanto a reflexão sobre a maneira como ocorre a aprendizagem na escola. Como tem sido a utilização dos métodos e recursos de ensino? O que se percebe é que as concepções da grande maioria dos professores sobre o ensino não mudaram, e desse modo, prevalecem práticas rotineiras que não contribuem para o “ensinar a pensar”. Frente às expectativas de aprendizagem, cabe aos educadores assumirem o compromisso da inovação e transformação, otimizando o ensino, de modo que o aluno seja o sujeito de sua aprendizagem. Considerando, pois a nossa experiência enquanto docente da disciplina de Didática em cursos para a formação de professores, tem sido possível compreender o conhecimento como uma ferramenta indispensável nas questões inerentes à teoria e prática. Não se trata, portanto de uma discussão pronta e acabada, nem tão pouco uma análise exaustiva sobre o tema. No entanto, esperamos contribuir com mais uma reflexão acerca do processo de ensino e aprendizagem. 1- A ESCOLA ENQUANTO ESPAÇO PARA A CONSTRUÇÃO DE SABERES A escola constitui-se em um espaço propício onde, por meio da organização de situações específicas é possível ocorrer os mais diversos tipos de aprendizagem. Portanto, não há como referir-se ao ensino e aprendizagem sem articular esta prática às formas de ensinar, nem tão pouco ao ambiente onde ela pode ocorrer. Um dos desafios da escola é o planejamento das ações propostas, a partir de um trabalho coletivo entre educadores, o que requer evidentemente um sério preparo profissional que possibilite não somente o domínio de conteúdos, mas o entendimento sobre a importância da adequação dos procedimentos metodológicos. No que tange ao domínio dos conteúdos, este deve ser pensado e selecionado de maneira flexível, seqüencial e significativa para o educando, uma vez que cabe ao professor entender a educação como prática social transformadora. Quando isso ocorre, torna-se visível a aquisição da habilidade do educando em ampliar o seu campo de conhecimento, compreendendo que os conteúdos de ensino são contextualizados ao seu cotidiano, assegurando assim, a aprendizagem efetiva. Isto posto é possível compreender a importância do professor neste processo, uma vez que: Sabendo que o fundamental da atuação docente é promover a aprendizagem dos alunos, o professor reconhece a importância de envolvê-los, mobilizar seus processos de pensamento, explorar todas as dimensões e oportunidades de aprendizagem, fazer e refazer percursos, criar e renovar procedimentos visando sempre seus alunos reais, que formam um grupo com características próprias (CENPEC, 2002, p.2) Dentre todas estas questões de planejamento, seleção de conteúdos e procedimentos didáticos, um outro aspecto que merece ser enfatizado é a reflexão sobre o aluno real e o aluno ideal. Cada educando possui suas habilidades individuais, sua história de vida, estilos cognitivos diferentes. Portanto, não há receitas prontas e acabadas que permitem uma aprendizagem linear, ou seja, nem sempre a maneira de conduzir uma única situação de aprendizagem se mostra eficaz em turmas diferentes de alunos. Dentre os espaços da escola onde o conhecimento é tratado de maneira sistemática e específica, está a sala de aula onde ocorrem as mais diversas interações entre professor e aluno. Daí, a necessidade do docente em aproveitar estes momentos para a organização do tempo e fortalecendo as relações interpessoais que se estabelecem sem fugir da diversificação de práticas docentes que não sejam reproduzidas por repetições mecânicas, contrárias aos fins da educação do século XXI. Neste contexto, cabe aqui, compartilhar com ideias do grande mestre Paulo Freire: Não é de estranhar, pois, que nesta visão bancária da educação, os homens sejam vistos como seres da adaptação, do ajustamento. Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência crítica de que resultará a sua inserção no mundo, como transformadores dele. Como sujeitos. Quanto mais se lhes imponha passividade, tanto mais ingenuamente, em lugar de transformar, tendem a adaptar-se ao mundo, à realidade parcializada nos depósitos recebidos (FREIRE, 2005, p. 68). Isto posto, pode-se afirmar que o docente deve reconhecer cotidianamente que as interações favoráveis que perpassam no interior das salas de aula oportunizam situações de aprendizagem, uma vez que a troca de opiniões e a livre expressão fortalecem o conhecimento e privilegia o crescimento individual e grupal. Assim, retomando as referências sobre planejamento realizadas no início desta discussão, percebe-se a sua importância em qualquer que seja a maneira de trabalhar do professor, pois este deve contemplar a participação de toda a classe, em consonância com o perfil dos alunos. O estreito relacionamento entre educador e educando oportunizará evidentemente que o professor identifique os momentos de desenvolvimento dos alunos, suas dificuldades, seus anseios, suscitando assim, a cooperação e o respeito à diversidade. Libâneo, em um artigo compilado da obra: “Pedagogia, Ciência da Educação?” de Selma Garrido Pimenta, assinala que: O trabalho pedagógico não se reduz ao trabalho escolar e docente, embora todo trabalho docente seja um trabalho pedagógico. Vai daí que a base comum de formação do educador deva ser expressa num corpo de conhecimentos ligados à Pedagogia e não à docência, uma vez que a natureza e os conteúdos da educação nos remetem primeiro a conhecimentos pedagógicos e só depois ao ensino, como modalidade peculiar de prática educativa (2001, p. 120). Partindo, pois destas considerações é possível afirmar que em qualquer grupo considerado homogêneo, observam-se mais diferenças do que semelhanças. Neste contexto, caberá ao professor buscar procedimentos que possam contribuir para a redução das diferenças, de modo a valorizá-las como fonte de fortalecimento para o grupo. É nos espaços favoráveis, que a aprendizagem ocorre. O ambiente da sala de aula é sem dúvida um laboratório para a realização do trabalho pedagógico e este deve ser transformado em espaço onde a criatividade, a imaginação, a interação, sejam elementos indispensáveis, pois todo e qualquer ser humano, sozinho não garante a satisfação de suas necessidades básicas. Ao longo de sua vida necessita desenvolver habilidades que somente o grupo lhe possibilita. Um dos elementos importantes no ato de convivência é a linguagem, que permite a comunicação, a expressão da individualidade. Linguagem esta, que ocorre de diversas formas: escrita, oral, corporal, visual, artística. Depende, portanto, das diferentes situações em que as pessoas se encontram. É no contexto destas interações que a aprendizagem se efetiva. Sobre a aprendizagem, é pertinente explicitar alguns conceitos apresentados por estudiosos, os quais clarificam a relação entre desenvolvimento e aprendizagem. Tais discussões são fundamentais para a organização do trabalho na escola. A Coleção Raízes e Asas traz algumas definições de Piaget, Vigotsky e Wallon, que partem do princípio de que não há aprendizagem sem ensino, prática esta que diz respeito à perspectiva construtivista na educação, a qual contribui expressivamente com a teoria e prática educativa. Segundo Piaget, A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento já alcançado pela criança. Segundo ele, é o desenvolvimento que cria as condições para a aprendizagem, ou seja, é anterior à aprendizagem. O ensino deve seguir o desenvolvimento, pois só é possível aprender quando há um amadurecimento das funções cognitivas compatível com o nível de aprendizagem (Apud CENPEC, 2002, p. 7). Nesse contexto, observa-se que a construção do conhecimento resulta da adaptação da criança ao meio. Para Vygotsky, O desenvolvimento cognitivo mantém uma relação mais estreita com a aprendizagem. O desenvolvimento das funções psíquicas da criança interage continuamente com a aprendizagem, ou seja, com a apropriação do conhecimento produzido pela humanidade e as relações que estabelece com o meio social. Essa apropriação do saber produzido ocorre pela interação social com adultos ou companheiros (Apud CENPEC, 2002, p. 8). Vygotsky não separa o desenvolvimento da aprendizagem. E quando esta é significativa estimula o avanço do desenvolvimento. Para Wallon, A emoção é a primeira manifestação social que possibilita a comunicação da criança com seu meio. Para ele, as emoções estão na origem da linguagem, precedem toda formação sensório-motora e mental, contribuem para o desenvolvimento intelectual. As formas do pensamento, assim, são fortemente influenciadas pelas experiências afetivas do sujeito. (Apud CENPEC, 2002, p. 9). Isto posto, cabe à escola priorizar suas ações em função do ensinar e aprender, respondendo pelo acesso ao conhecimento, por meio de procedimentos essencialmente planejados, de modo a inserir os indivíduos na sociedade. Assim, fica claro que a função da escola reflete o papel de cada indivíduo frente a sociedade. Isto supõe pensar que a aprendizagem raramente ocorre em ambientes hostis, onde somente o professor é o ator do processo. Em face destas questões surgem os mais diversos questionamentos: o que ensinar? O que aprender? Qual é a real função da escola? Tais questionamentos nos remetem a refletir sobre o fato de que o ser humano não nasce pronto, está sempre em processo de transformação. Estudos recentes comprovam que muitas das escolas no país, têm primado pela adequação de sua prática educacional por compreender que os conhecimentos são construídos a partir de práticas viáveis e pertinentes a cada indivíduo. Quando se trata de educador-educando, esta deve ser pensada como uma relação de cooperação, respeito e evidentemente, de crescimento, uma vez que o aluno é sujeito de seu processo de construção de conhecimento. Ao chegar na escola ele traz consigo uma bagagem cultural e intelectual. Desse modo, caberá ao professor compreender este processo em função da construção da aprendizagem. Assim, Giroux faz uma referência à importância do espaço da escola para o desenvolvimento das habilidades no educando: Trabalhar em sala de aula significa aprender a viver em agrupamentos. Aliado aos valores predominantes do sistema educacional, isso tem implicações profundas para a educação social estabelecidas nas escolas. Igualmente significativo é o fato de que as escolas são ambientes avaliadores, e o que o estudante aprende não é simplesmente como ser avaliado, mas como avaliar a si mesmo e também os outros. (GIROUX, 1997, p. 65) A sala de aula, bem como os espaços da escola, forma um conjunto de ações mediadoras da cultura, que entrelaçadas se dará de forma coletiva. Assim, cabe refletir e enfatizar as ideias de Vygotsky que como já foi dito anteriormente conceitua o desenvolvimento intelectual do indivíduo em níveis: real e potencial. O nível real se refere àquele já formado, ou seja, aquele que determina o que a criança já sabe e é capaz de realizar sozinha, tendo em vista os conhecimentos prévios. Ao passo que o nível potencial se refere ao que a criança ainda não aprendeu e desse modo, dependerá da ajuda de outras pessoas. Estes conceitos ora apresentados possibilitam uma melhor compreensão acerca da prática pedagógica que deve valorizar o conhecimento e não buscar respostas prontas e acabadas. Embora o aluno seja o sujeito de sua própria aprendizagem, esta não se fará sozinha. Evidentemente haverá necessidade da intervenção do professor enquanto mediador de todo o processo de aprendizagem. Destarte, para que este processo se efetive faz-se necessário a implantação de procedimentos didáticos que possibilitem esta intervenção de maneira satisfatória e favorável. Piaget preconiza a idéia de que a aprendizagem será significativa quando o sujeito for ativo, ou seja, quando ao receber informações, age sobre elas. Daí a importância dos conteúdos significativos. O aluno necessita saber a razão pela qual está aprendendo determinado conteúdo. Cada criança tem o seu tempo para aprender. Cabe, portanto ao professor, perceber este processo para que a aprendizagem ocorra de forma espontânea. 2- O PROFESSOR NO CONTEXTO EDUCACIONAL Muito embora as relações humanas sejam complexas, estas se constituem de elementos primordiais no comportamento e de modo especial na maneira pela qual professor e aluno se interagem. Tais interações são recheadas e interesses comuns, os quais envolvem empatia e afinidades. De acordo com Gadotti, O educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida (2000, p. 24). Tal afirmação leva a crer que o aluno motivado e valorizado pelo professor, estará sempre mais aberto a novas aprendizagens, uma vez que o prazer do aluno em aprender depende também da capacidade do docente em cultivar as experiências do educando e acompanhar os seus processos de conhecimento. Sobre estE assunto, faz-se necessário compreender que a construção da cidadania do aluno deve estar à frente dos objetivos do professor, uma vez que o seu papel é de mediar e facilitar a aprendizagem tendo sempre em vista as experiências que surgem no dia-a-dia. Logo, a educação para a mudança dependerá fundamentalmente da relação empática do professor com os seus alunos, ou seja, da sua capacidade de ouvir, socializar conhecimentos e criar vínculos afetivos que possibilitem a formação de indivíduos conscientes de suas responsabilidades frente ao contexto social onde se insere. No que se refere à prática do professor, Mesmo que de forma inconsciente, sempre pressupõe uma concepção de ensino e aprendizagem que determina sua compreensão dos papéis de professor e aluno, da metodologia, da função da escola e dos conteúdos a serem trabalhados. (BRASIL, 1999, p. 39). Ao referir às questões da sala de aula, faz-se necessário explicitar os pressupostos pedagógicos que permeiam este espaço, tendo em vista a busca de se estabelecer coerência entre a teoria e a prática. Assim, é possível afirmar que a prática docente deve partir de concepções metodológicas inerentes à formação docente e o seu percurso profissional, sem perder de vista as tendências pedagógicas que perpassam o interior das escolas. A orientação proposta nos Parâmetros Curriculares nacionais reconhece a importância da participação construtiva do aluno e, ao mesmo tempo, da intervenção do professor para a aprendizagem de conteúdos específicos que favoreçam o desenvolvimento das capacidades necessárias à formação do indivíduo. Ao contrário de uma concepção de ensino e aprendizagem como um processo que se desenvolve por etapas, em que a cada uma delas o conhecimento é “acabado”, o que se propõe é uma visão da complexidade e da provisoriedade do conhecimento (BRASIL, 2001, p. 44). O processo de ensino e aprendizagem supões, dentre outros, a compreensão dos conteúdos de ensino como instrumentos significativos para o educando e revela a garantia do acesso aos saberes, em consonância com a realidade social em que estes estejam inseridos. Essa função deve, portanto, ser um compromisso da escola, uma vez que tal prática garantirá a inserção do aluno em um universo cultural mais amplo. Neste contexto, a apropriação consciente dos conteúdos dependerá de práticas adotadas pela escola e especialmente pelo professor que visem a intervenção efetiva e que possa promover o pleno desenvolvimento do educando. Faz-se necessário refletir, portanto, acerca das reais condições em que se encontra a escola e evidentemente o professor. O ser humano e, portanto, as crianças e jovens não são iguais: as informações disponíveis a cada um são distintas: as estratégias de pensamento e ação, bem como os recursos utilizados, são diferentes (...). Essa diversidade, que caracteriza a diferença entre indivíduos de um certo grupo, é tida como fundamental para a própria interação que irá se dar em sala de aula: sem essa desigualdade não seria possível a troca e, consequentemente, o alargamento das capacidades cognitivas pelo esforço partilhado, na busca de soluções comuns (CENPEC, 2002, p.7). Na verdade, a escola, para cumprir o seu verdadeiro papel na formação dos indivíduos necessita organizar-se valendo de projetos educativos pertinentes que sejam reflexos de discussões coletivas que interfiram expressivamente nas questões sociais, de modo a propiciar ao aluno a compreensão do seu papel enquanto cidadão. São práticas possíveis de serem implantadas, até mesmo como rotinas da escola e que vão além do planejamento anual realizado no início do ano. Supõe, portanto, contatos com outras experiências pedagógicas, levantamento dos problemas da escola para a partir deles, viabilizar as ações, discussões constantes sobre o currículo na formação dos alunos, seleção de conteúdos significativos, redução de improvisos, diversificação nos procedimentos didáticos, enfim, adoção de práticas que não sejam contraditórias aos objetivos da instituição. É importante enfatizar que embora sejam práticas possíveis, estas não poderão ser pensadas de um dia para o outro, tendo em vista a realidade de cada escola. Tudo será evidentemente possível a partir da sensibilização de todos os envolvidos no processo e em clima favorável de discussão e realização. CONSIDERAÇÕES FINAIS Partimos do princípio de que a aprendizagem demanda a contínua retomada da compreensão acerca das informações recebidas, além das interações entre os indivíduos. Refletir sobre a aprendizagem tem sido uma tarefa árdua, a qual nos remete buscar fundamentação em teóricos sobre o assunto. A realização deste trabalho possibilitou-nos o fortalecimento das discussões e melhor compreensão acerca das questões que perpassam o interior da escola, de modo a perceber que a aprendizagem ocorre a partir de uma favorável interação entre professor e aluno, bem como a adoção de práticas pedagógicas consistentes a partir de conteúdos significativos, articulados à realidade dos educandos. O momento atual exige da escola, e especialmente do professor, atitudes que possibilitem visualizar a idéia de que a sociedade está vivendo em um contexto de competitividade e porque não, de complexidade. Cada profissional, portanto, deve ter clareza do seu papel no contexto social enquanto formador de opinião, pois ser educador requer habilidade. Tais informações são motivadas pelo entendimento de que a ação educativa relaciona-se com os mais diversos interesses, sejam eles culturais, políticos, sociais o que evidentemente deve ser compreendido pelo professor. Isto posto, entendemos que repassar conteúdos e transmitir conhecimento são práticas que devem estar desarticuladas à figura do professor, uma vez que a aprendizagem requer socialização de saberes. Cabe, portanto ao educador, manter a afetividade com o seu aluno, auxiliando-o a reconhecer o seu valor e as suas capacidades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental. Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: 2001. CENPEC- Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária. Raízes e Asas: 2002). FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro, Paz e terra: 2005. GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. 6. ed., São Paulo: CORTEZ, 2000. GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.. LIBÂNEO, José C. A escola com que sonhamos é aquela que assegura a todos a formação cultural e científica para a vida pessoal, profissional e cidadã. In COSTA, Marisa (org.). A escola tem futuro? Rio de Janeiro: DP&A, 2004. VEIGA, Ilma Passos Alencastro (coord). Repensando a Didática, Campinas, SP: Papirus, 2004.