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Product: OGlobo
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PubDate: 04-12-2013 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_AB User: Asimon Time: 12-03-2013 21:37 Color: C
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l O GLOBO
l Economia l
Quarta-feira 4 .12 .2013
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MÍRIAM
LEITÃO
Consumo das famílias volta a
‘salvar a pátria’ no trimestre
Mas analistas não veem fôlego no setor. Segmento de serviços ficou estagnado
FABIO ROSSI
CLARICE SPITZ, BRUNO ROSA,
MARCELLO CORREA E LUCIANNE
CARNEIRO
[email protected]
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ALVARO GRIBEL E VALÉRIA MANIERO (INTERINOS)
|
Pior para 2014
O PIB do terceiro trimestre confirmou as
previsões de retração, com -0,5%. O dado de
2012 foi revisado de 0,9% para 1%. Olhando para
frente, há boas e más notícias. A melhor é que a
queda não deve se repetir no quarto tri, e o país
deve evitar a recessão. Mas, como o crescimento
no segundo semestre está fraco, 2014 começará
menos embalado. Há projeções para o ano que
sendo revistas para baixo.
O
dado divulgado ontem pelo IBGE veio no piso
das projeções do mercado, -0,5%. A revisão de
2012 foi pequena, de 0,9% para 1%, distante do
número divulgado pela presidente Dilma na semana
passada, 1,5%. O IBGE passou pelo desnecessário
constrangimento da suspeita de ter enviado o número
antecipadamente ao governo. E isso não aconteceu.
Depois de subir por três trimestres, veio a decepção
com o investimento, que caiu 2,2%. José Júlio Senna,
chefe do Centro de Estudos Monetários FGV/Ibre,
avalia que o número confirma que houve muita influência da produção de caminhões no início do ano.
— A queda do investimento mostra que essa recuperação não se sustentou. Também é importante notar
que os juros no Brasil ficaram mais altos no período. O
risco-país subiu mais do que em outros países, e por razões internas. Isso não ajuda no investimento — diz.
O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, chama atenção para o baixo crescimento que a
economia terá no segundo semestre. Ele prevê uma
alta de apenas 0,3% no quarto tri. Com isso, o carregamento estatístico para o ano que vem será menor. Ele
adiantou que a projeção de crescimento para 2014,
que está em 2,1%, deve ser revista para baixo.
— Caso se confirme 0,3% de alta no quarto trimestre,
o carrego estatístico para 2014 será de apenas 0,4%. O
de 2012 para 2013 foi de 1% e cresceremos algo em torno de 2,2%. É esse carrego pequeno que poderá levar o
mercado a rever ainda mais para baixo o PIB do ano
que vem, para algo entre 1,5% e 1,7% — explicou.
A avaliação é a mesma do economista José Márcio
Camargo, da PUC-Rio e da Opus Gestão de recursos,
que também estima alta de 0,3% no quarto tri. Ele já
revisou o número de 2014 de 1,8% para 1,6%. l
Poupança é a mais baixa desde 2001
A queda da taxa de poupança para 15% do PIB foi um
dos piores números divulgados ontem. Como o déficit
em conta corrente do país está em 3,6%, não há
recursos para fazer crescer a taxa de investimento,
que teve um pequeno aumento, para 19,1%, ainda
muito abaixo do necessário. Sem poupança interna e
já com alta tomada de recursos da poupança externa,
esse é um dos principais gargalos que o país enfrenta.
— Estamos gastando a poupança com o consumo.
Ainda não conseguimos mudar o modelo de
crescimento, para que tenha foco no investimento. Na
verdade, quem investe pouco é o governo, na faixa de
1% do PIB, enquanto o setor privado investe o resto. E
temos carga tributária de 37% do PIB — explicou o
economista José Márcio Camargo.
Quarto trimestre em alta
Até agora, saíram poucos números antecedentes que
indicam como deve ser o último trimestre do ano. O
economista Rafael Bacciotti, da Tendências, lembra
que os dados de outubro mostram desaquecimento
do mercado de trabalho e do crédito. A produção
industrial daquele mês será divulgada hoje, e os
dados do varejo não saíram ainda. Mas, após o fraco
número do terceiro tri, a consultoria revisou de 2,4%
para 2,2% a previsão para o PIB de 2013. E prevê alta
de 0,5% entre outubro e dezembro em relação ao
período anterior. Ele acha que o terceiro tri foi o pior
do ano. No primeiro, a economia ficou estável, no
segundo, cresceu 1,8%, e, no seguinte, encolheu 0,5%.
Brasil é o inverso do Chile
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz
que, do jeito que as coisas estão, o governo deverá
entregar um PIB médio de 2% ao ano entre 2011 e
2014, com inflação média de 6,2%. Esses números são
o inverso do que acontece com a economia chilena,
que tem inflação de 2% e crescimento de 6%.
— Fica fácil ver quem está seguindo o caminho
correto — afirma.
[email protected] e [email protected]
A colunista está de férias
O consumo das famílias voltou a
carregar a economia brasileira no
terceiro trimestre deste ano. A alta foi de 1% frente ao período de
abril a junho, bem acima do 0,3%
registrado no segundo trimestre.
O resultado foi o melhor desde o
fim de 2012, quando a subida fora de 1,1%. Analistas, no entanto,
não veem fôlego no consumo
das famílias para sustentar essa
taxa. Silvia Matos, economista da
Fundação Getulio Vargas (FGV),
diz que o resultado não aponta
para uma retomada do consumo, que chegou a acumular alta
de 6,9% em 2010. Nos últimos
quatro trimestres, avançou 2,8%.
— Não podemos olhar só dados trimestrais. A foto (o dado
trimestral) é essa, mas o filme
(dados de longo prazo) é diferente — afirma a especialista.
Para Fernando Ribeiro, do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), o comportamento do setor, que responde
por 62% da economia, foi influenciado pelo aumento da confiança e pela inflação menor:
— A inflação arrefeceu, isso
vai permitir uma alta moderada daqui para frente.
Para o economista Aurélio
Bicalho, do Itaú Unibanco, a
alta do consumo das famílias
está em um patamar bem mais
acomodado que em 2012. No
ano, sobe 2,4%, em linha com o
PIB, que tem a mesma variação nesta comparação.
Óleo e gás. O advogado Sérgio Sobral diz que a demanda é sustentada pelo setor de infraestrutura e de combustíveis
— O consumo voltou a crescer, mas não se pode esperar o
crescimento do passado. A fase
que foi de 2004 a 2010 passou
— disse o economista-chefe da
MB Associados, Sergio Vale.
SERVIÇOS: PIOR QUE EM 2012
Enquanto o consumo acelerou,
o setor de serviços tomou a mão
inversa. Depois de subir 0,8% no
segundo trimestre, ficou praticamente parado em 0,1% de abril a
junho. Contra o mesmo trimestre do ano passado, os serviços
caminharam junto com o PIB. A
alta foi de 2,2%, a mesma da média da economia.
— Os serviços perderam ritmo este ano frente a 2012 —
afirmou Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais
do IBGE.
Entre as empresas de serviços, a sensação ainda é de demanda aquecida nos negócios.
Marcos Madiano, administrador do Armazém do Café, lembra que, embora as famílias já
não tenham mais renda suficiente para comprar bens duráveis no mesmo ritmo do ano
passado, ainda há quantia disponível para alimentação fora
de casa. Segundo ele, a rede,
que conta com sete lojas no
Rio, está registrando alta nos
negócios neste ano.
— Ainda há uma gordura na
renda das famílias. Com o
crescimento da economia, o
brasileiro passou a conviver
com novas opções, com diferentes tipos de vinhos e cafés.
As vendas estão aumentando,
sim. Além disso, cortei os custos, reduzindo o estoque, por
exemplo — disse Madiano.
O advogado Sérgio Sobral, sócio do Castro, Barros, Sobral,
Gomes Advogados, diz que a
demanda tem se mantido, porém concentrada em projetos
de infraestrutura e de óleo e gás.
— A demanda aqui no escritório é muita alta nesses dois
segmentos. Acho que a área de
infraestrutura vai continuar
demandando, pois ainda há
muito a fazer — diz Sobral. l
Tamanho do recuo surpreende vencedor de Nobel
JEAN-CHRISTOPHE BOTT/AP/23-1-2013
Para Stiglitz, queda
se deve a cenário
global e problemas
como juro muito alto
DEBORAH BERLINCK
Correspondente
[email protected]
-GENEBRA- Prêmio Nobel de Econo-
mia em 2001, o professor Joseph
Stiglitz, da Universidade de Columbia, foi surpreendido pela
contração trimestral de 0,5% da
economia brasileira. Para ele, o
contexto global contribuiu para o
resultado negativo, mas o Brasil
enfrenta problemas internos, como os juros “muito altos”.
— A surpresa é o tamanho da
contração no Brasil. Mas devo dizer que não entendo totalmente.
Estou um pouco surpreso — afirmou em entrevista a jornalistas
brasileiros. — Não acho que se
Susto. Stiglitz: ‘Um pouco surpreso’
possa dizer que foi só por causa
de fatores externos, mas sim que
fatores externos com problemas
internos podem levar a isso.
O economista concorda que
era de se esperar que os eventos
esportivos de 2014 e 2016 puxas-
sem mais o crescimento, mas
elogiou o debate sobre os gastos
públicos com as competições.
— O debate no Brasil tem sido
mais vivo que em outros países
sobre se esta é a melhor forma de
gastar dinheiro. E isso pode ter limitado o montante dos gastos.
Na minha opinião, é um debate
saudável. A previsão padrão é de
que depois das Olimpíadas, vem
uma crise — afirmou.
CRÍTICAS AO SISTEMA FINANCEIRO
Ele pondera que sediar a Copa
do Mundo ou as Olimpíadas pode ser bom ou ruim para a economia: alguns países usaram a
oportunidade para fazer investimentos que servem de base para
crescimento econômico futuro.
— Outros simplesmente construíram estádios e casas no lugar
errado ou que não são usados,
um desperdício de recursos.
Stiglitz, que foi presidente do
Conselho de Assessores Econô-
micos no governo de Bill Clinton
e economista-chefe do Banco
Mundial, fez críticas ao sistema
financeiro brasileiro, que que, segundo ele, “tem sido uma preocupação há tempo”.
— O Brasil terá de eventualmente pensar em reformar seu
sistema financeiro. Vocês têm juros reais muito, muito altos no
sistema bancário, e taxas de juros
mais razoáveis no BNDES. Portanto, têm um mercado financeiro muito segmentado. A taxa de
juros no sistema bancário privado é uma das maiores do mundo!
Isso, normalmente, não é uma
boa forma de administrar o sistema financeiro.
Ainda assim, sua percepção
sobre a economia brasileira é positiva. Ele lembrou que o país foi
um dos que se beneficiou do ciclo de alta de commodities, mas
enfatizou que o Brasil não exporta só matérias-primas, mas também itens como aviões. l
acesse
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são gonçalo shopping Av. São Gonçalo, 100
LICITAÇÃO
SUBSECRETARIA DE
ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS
Ministério dos
Transportes
PREGÃO PRESENCIAL Nº 13/00033-PG
REFLETORES E TACHAS SOLARES
A ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO comunica a realização
da licitação acima. O Edital está disponível no site
www.escolasesc.com.br – Licitações.
AVISO DE CHAMAMENTO PÚBLICO
Segunda Sessão
Concorrência n° 001/2013
O Ministério dos Transportes, por intermédio de sua Comissão Especial de Licitação,
designada pela Portaria n° 76 de 28 de março de 2013, convoca os licitantes para
participarem da segunda sessão pública referente à Concorrência nº 001/2013, que
será realizada no dia 05 de dezembro de 2013, às 10:00 horas no Auditório Paulo
Dennys localizado no 4º Andar, Ala Oeste do Edifício Anexo deste Ministério.
Mara Lucia Pacheco Lopes
Presidente da CEL/MT
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