SÃO PAULO - Com a retração de 3,6% da economia, o Brasil encerrou 2016 como o país com pior desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) em uma lista de 38 nações compilada pela Austin Rating. A economia brasileira já aparecia na lanterna do mesmo ranking no terceiro trimestre, quando havia registrado retração de 2,9% em relação ao mesmo período de 2015. Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o grande problema do Brasil é que os esforços que deveriam ter sido feitos já no ano passado para amenizar o aprofundamento da recessão não se realizaram por causa do conturbado ambiente político. — Esse resultado de 2016 é um grande exemplo de como o ambiente político pode interferir na vida econômica do país. Se não tivermos uma política mais estável, o país vai continuar sofrendo — diz. A Venezuela, que vive uma desorganização completa na economia e muito provavelmente enfrenta recessão bem mais severa que a brasileira, vinha ocupando a lanterna desta lista nos trimestres anteriores, mas o governo de Nicolas Maduro deixou de divulgar os números do PIB, ao menos por ora. No topo do ranking das economias que mais crescem no mundo, dois países do chamado BRICs (grupo das maiores economias emergentes), a Índia e a China lideram, com expansões de 6,9% e 6,7%, respectivamente, em 2016. Os dados da Rússia, cuja economia também atravessa um processo recessivo, com queda de 0,6% no PIB do terceiro trimestre, ainda não foram divulgados. Entre os países latino-americanos, o Peru é o destaque, com crescimento de 3,9% no ano passado, o que o coloca na sétima posição do ranking. O México, com expansão de 2,4% no quarto trimestre, e de 2,1% foi o 13º. Fonte: Austin Rating, IBGE, Bancos Centrais, Eurostat, OECD, FMI e Banco Mundial