"Troika. Pedir mais tempo e mais dinheiro já não

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i
06­06­2012
Periodicidade: Diária
Temática:
Economia
Classe:
Informação Geral
Dimensão:
1227
Âmbito:
Nacional
Imagem:
S/Cor
Tiragem:
80000
Página (s):
18 a 19
Troika Pedir mais tempo
e mais dinheiro já não é tabu
para sociais democratas
Governo está inflexível nas condições acordadas com a
troika mas notáveis do PSD discordam de Passos e Gaspar
LILIANA VALENTE
exaustão que não é preciso pensar em
mudar as condições do empréstimo até
pelopresidntedopartidoeprimero minstroPaso Celhotemrpetidoà
António José Seguro já não está sozinho
no apelo ao governo para que se peça
mais tempo para a consolidação das con
tas públicas e mais dinheiro para garan
tir o financiamento da economia Há
sociais democratas que já assumem aber
tamente que é necessário um tratamen
to mais lento
Manuela Ferreira Leite
disse o anteontem numa iniciativa do
PSD de comemoração de um ano de gover
no e ao í Paulo Rangel admite que não
é catastrófico se o país tiver de se bater
por outras condições
A mensagem é contrária à defendida
porque isso significa mais juros e mais
dívida e ontem o ministro das Finan
ças garantiu que o programa de ajuda
externa é totalmente adequado para
resolver os problemas do país Gaspar
falava numa conferência na Suíça horas
depois de o cenário em Espanha se ter
agravado e de a ex líder do PSD ter defen
dido numa iniciativa do partido que só
há uma saída para a troika repensar o
tratamento que não pode ser de cho
que mas sim mais lento mais pausa
do para não matarmos o doente pelo tra
tamento em vez de o deixarmos morrer
pela doença Ferreira Leite acredita que
o remédio aplicado às contas do país não
é o mais adequado A troika estabeleceu
determinado número de regras que não
se adaptam à realidade do país
O falhanço das medidas da troika pode
ser uma arma de arremesso para o país
José Eduardo Martins que integrou a
direcção do PSD no tempo de Manuela
Ferreira Leite diz ao i que se Portugal
cumprir com as medidas e nem assim
conseguir acesso aos mercados pode no
final do programa mostrar que o méto
do aplicado pela troika não funcionou
e dizer Agora se não nos conseguirmos
financiar queremos continuar a benefi
ciar da solidariedade
Estaremos a falar
de um prolongamento do actual emprés
timo para cumprirmos os critérios acres
i
06­06­2012
Periodicidade: Diária
Temática:
Economia
Classe:
Informação Geral
Dimensão: 1227
Âmbito:
Nacional
Imagem:
Tiragem:
80000
Página (s): 18 a 19
S/Cor
Quatro cenários
Prolongamento do empréstimo
A ponte de Olli Rehn
Portugal está a pouco mais de
um ano da data marcada para
voltar aos mercados da dívida
da dívida Ou seja Portugal
Setembro de 2013 mas caso
apesar de continuar a receber
a ajuda por mais tempo teria
de cumprir o défice de 4 5
o país tenha dificuldades no
regresso os parceiros
europeus já admitiram fazer a
ponte de transição
A ponte significa mais
dinheiro para cobrir as
em 2012 e 3 já em 2013
A possibilidade de
prolongamento do
empréstimo o cenário mais
provável foi admitida pelo
comissário Europeu dos
necessidades de
Assuntos Económicos Olli
financiamento da economia
mas não mais tempo para
Rehn A continuação da ajuda
dos parceiros é bem acolhida
cumprir as metas do défice e
por Passos
Mais dinheiro e mais tempo
O segundo programa
As opiniões dividem se e há
quem peça além de mais
dinheiro para o financiamento
mais tempo para a
consolidação orçamental
Tudo em nome da economia
Esta possibilidade podia
configurar um segundo
programa de ajuda externa
uma vez que ao aliviar as
metas poderiam ser traçadas
novas medidas Na Grécia o
regresso aos mercados
centa Uma ideia diferente da defendida
por Miguel Frasquilho O vice presiden
te da bancada parlamentar do PSD defen
deu ainda recentemente em entrevista
ao i uma extensão do actual programa
se Portugal cumprir mas difere no pedi
do de mais tempo Estaríamos a pedir
mais tempo para sermos financiados
mas não para cumprir E se Portugal é
cumpridor não vejo razão para que os
nossos credores e os nossos parceiros
sociais democratas que fogem à intran
sigência do governo Diogo Leite Cam
pos que foi vice presidente do PSD no
primeiro mandato de Passos Coelho dei
xa ao í aquilo que considera ser um
wishful thinking Gostava que Portu
gal tivesse mais tempo E deixa trans
parecer aquilo que pode ser a estratégia
a seguir Primeiro é preciso um acordo
prévio e só depois publicitá lo
Por outro lado pedir mais tempo ou mais
começou a ser preparado um
ano antes da data marcada e
foi aí que foi repensada a
ajuda ao país Por cá para já
a quase um ano da data
prevista para o regresso
português o governo
continua a rejeitar pedir mais
tempo e mais dinheiro Mas
de acordo com economistas
a intransigência pode ser
posta em causa por uma má
execução orçamental
Papel mais activo do BCE
Intervir para prevenir
Os socialistas insistem que
uma das soluções para os
estados em dificuldades seria
uma maior intervenção do
Banco Central Europeu BCE
instituição liderada por Mario
Draghi podia funcionar como
solução de último recurso à
semelhança do FED
Na prática não seria
Mas não são os únicos a dizê
necessária uma mexida nos
lo Miguel Frasquilho da
direcção da bancada
parlamentar do PSD acredita
que em vez de ficar limitado à
intervenção directa no
estatutos do BCE bastava
Morietário Internacional É um pouco
dinheiro continua a não ser a solução per
feita alertam O ex ministro das Finanças
Miguel Beleza diz que neste momento a
situação espanhola pode precipitar mais
dificuldades na Europa e com isso Portu
indiferente se há ou não maior elastici
gal vir a ser obrigado a ter um prolonga
dade Esta é uma má receita que não tem
remédio possível Nenhum país pode ter
como receita a paralisação da economia
mento ou ter as metas mais suaves
mercado secundário da dívida
como acontece actualmente a
entanto o economista defende o caminho
democratascontactados
E é na economia que ospelovários
ífalamsociais
para
era um ajustamento o mais rápido possí
vel Não sendo possível é preferível tra
argumentar a favor de um alívio do esfor
ço de consolidação das contas públicas
Com a execução orçamental a mostrar
uma quebra das receitas face ao previs
to e com a Espanha em risco no PSD há
quem acredite que o esforço português
em cumprir à risca o programa vai fun
cionar como argumento junto dos par
tar se disso o mais rápido possível
Se os sociais democratas começam a
abrir a porta a um possível pedido de
melhores condições também é certo que
iniciativa Para Diogo Leite Campos tem
de surgir do diálogo entre governo e
troika já Miguel Frasquilho não tem
ceiros europeus É o caso de Paulo Ran
dúvidas de que tem de ser a troika
não nos continuem a financiar
As críticas à receita da troika alastram
ao parceiro de coligação o CDS Ao i Luís
Nobre Guedes aponta o dedo ao Fundo
No
directamente no mercado de
financiamento para que os
juros baixassem acredita o
economista
que está a ser seguido e diz que o melhor
se dividem sobre quem devia tomar a
Em 2013 Portugal regressa aos
mercados E os juros
O cenário que está alinhavado
no programa de assistência
financeira pode ser o mais
negro para Portugal Se há um
ano quando foi assinado o
Memorando o regresso aos
mercados parecia difícil
gel O capital de credibilidade que o gover
No CDS a narrativa é outra António
agora com o agravamento da
no conseguiu no último ano pode ser uma
Pires de Lima presidente do Conselho
Nacional defende que este não é o tem
po de negociar nada com a troika e que
situação europeia isso parece
quase impossível
só depois da execução deste ano é que tal
vez haja condições para atenuar um pou
co o esforço Com Susete Francisco
Bank acreditam mesmo que
lançar o país ao financiamento
privado nessa altura pode ser
ajuda Não sabemos se é preciso mais
tempo ou mais dinheiro neste momen
to fazer esta proposta é de uma total incer
teza Mas não me parece catastrófico
O alívio nota se nas opiniões dos
apenas o anúncio de que a
instituição passaria a participar
Economistas do Deutsche
prematuro e poderá
comprometer o sucesso da
consolidação orçamental
Tudo porque com o contexto
externo a agravar se os
investidores externos podem
não poupar o país e comprar
dívida soberana a juros
insuportáveis Para estes
economistas se nada for feito
esta pode ser mesmo a pior
das hipóteses porque
compromete as metas
definidas
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