CARACTERÍSTICAS DA FERIDA TRATADA COM A BOTA DE UNNA Natalia Campos Soares Rosana Aparecida dos Santos Thuany Aparecida de Oliveira Graduandas de Enfermagem das Faculdades Integradas Teresa D´Ávila Regina Célia Mara Filomena Falavigna Enfermeira, Mestre, Professoras Titulares das Faculdades Integradas Teresa D´Ávila. RESUMO: A úlcera venosa acomete a maior parte da população adulta. Entre as causas de úlceras crônicas nos membros inferiores estão a insuficiência arterial, neuropatia, linfedema, artrite reumatóide, traumas, osteomielite crônica, anemia falciforme, vasculites, tumores cutâneos, doenças infecciosas crônicas. O exame físico é de grande importância para identificar a causa da úlcera e observar características da lesão. Além da história é realizada a ultra-sonografia Doppler, para confirmar se a úlcera é venosa, arterial ou mista. É importante reconhecer e planejar um tratamento de qualidade evitando complicações para o paciente. O tratamento com a Bota de Unna é de fácil aplicação e o tempo de troca é de 7/7 dias, facilitando a vida do paciente, pois pode realizar suas atividades, mas com uma determinada pratica do repouso. O trabalho teve como objetivo verificar o tempo médio de tratamento com a Bota de Unna, sua facilidade e eficácia, classificando a população quanto às doenças pré desponentes e estilo de vida. A população do estudo foi composta por 10 pacientes. O método utilizado foram fotos, mensuração e dados do prontuário, após assinarem o termo de livre esclarecimento, autorizando a pesquisa. PALAVRAS CHAVE: Bota de Unna, Úlcera venosa e Água clorada. ABSTRACT The venous ulcer attacks majority grown-up population, and the arterial insufficiency, neuropathy, limphedema, rheumatic arthritic, traumatism, chronic osteomyelitis, sickle cell anemia, vasculitis, cutaneous tumor and infections chronicle diseases are the principal reasons to develop the chronic ulcers in inferior members. The physical examination is very important to identify the ulcer causes and to observe the injury characteristics, besides the story; usually the Doppler ultrasound is done to confirm if the ulcer is venous, arterial or both. It’s important to recognize and to schedule one treatment that avoids complications to the clients. The Unna Boot treatment is easy too apply and has to bee changed within seven days by interval, that’s very good for the patients life, because they can do their activities with some peace. The purpose of this paper was to verify the treatment average time with Unna Boot, its facility and efficiency, to classify the population’s diseases and life styles. The study of population was composed by 10 patients that signed a permission document do to it and the analysis method where by photos, ulcer mensuration and information by medical records. KEY WORDS: Unna Boot, venous ulcer and chlorine water. 43 INTRODUÇÃO Úlcera é uma solução de descontinuidade originária do latim ulcuserisé; pode ser classificada em aguda ou crônica; apresenta superfície dérmica ou mucosa e é acompanhada de uma reação causada pelo processo inflamatório (1). A pele é composta pela epiderme que é uma camada superficial, com tecido epitelial estratificado, pavimentoso que é rotinizado com profundidade diferente conforme a região do corpo; a camada basal é constituída de células basais e melanócito; a camada germinativa favorece a formação das demais camadas da epiderme da pele; a diferenciação celular e a camada granulosa são constituídas de células achatadas cujos grânulos se diferem em tamanho e forma e a derme é um tecido conjuntivo que sustenta a epiderme e abaixo dela conectam-se os clones epiteliais e epidérmicos (2). A derme é composta por fibrinos colágenos, fibrinos elásticos, fibrinos reticulares e músculos eretores da pele. Na camada profunda encontram-se os vasos sanguíneos linfáticos, nervos e os órgãos sensoriais e a hipoderme que é uma camada mais profunda é formada por tecido conjuntivo frouxo ou adiposo que se conecta à derme e à fáscia muscular, por meio da camada superior da hipoderme, dando origem à função dermo-hipodérmica. Ela tem a função de isolante térmico, protege o organismo contra traumas e é um depósito nutritivo (2). As úlceras venosas são soluções de descontinuidade da pele, acometem a população adulta, e quando sua cicatrização ultrapassa a seis meses, torna-se crônica. Entre as causas de úlceras crônicas nos MMII estão à insuficiência arterial, neuropatia, trombose venosa profunda, linfedema, artrite reumatóide, traumas, anemia falciforme, osteomielite crônica, tumores cutâneos, vasculites, doenças infecciosas crônicas (leishmaniose, tuberculose, etc.) (34) . A ferida venosa apresenta-se de forma irregular. Pode ser única ou múltipla, de tamanho e localização variáveis. Em geral ocorre na porção distal dos MMII, como na região do maléolo medial; em algumas circunstâncias, ocorre na porção superior da panturrilha e nos pés. É superficial no início, mas pode se tornar profunda, com ou sem presença de exsudato, tecido necrótico ou exposição de tendões (5). Os edemas nos MMII são comuns. A dor pode apresentar intensidade variável, não sendo influenciada pelo tamanho da úlcera, pois lesões pequenas podem ser muito dolorosas, enquanto as grandes podem ser indolores. Em geral ocorre piora no final do dia, devido à posição ortostática e a melhora ocorre com a elevação do membro (4). O exame clínico realizado de maneira sistemática associado à anamnese paciente/cliente é de grande importância, pois revela os desencadeadores das úlceras. É necessário reconhecer e tratar as complicações das úlceras crônicas, como infecções de partes moles, dermatite de contato, osteomielite e, mais raramente, transformação neoplásica (6). A ultra-sonografia Doppler é utilizada para determinar o índice sistólico entre o tornozelo e o braço (ITB). O índice é calculado pelo valor mais alto da pressão sanguínea sistólica do tornozelo, dividido pela pressão sanguínea sistólica da artéria braquial. O ITB acima de 0,9mmHg indica que existe componente de insuficiência venosa influenciando o desenvolvimento da úlcera. O ITB abaixo de 0,7mmHg é muito significativo e, quando não houver qualquer anormalidade venosa, pode indicar que a insuficiência arterial é a única causa da úlcera (3-4). O Dúplex scan e a ultra-sonografia com o Doppler, juntos avaliam a hemodinâmica vascular, analisando com maior precisão as disfunções vasculares de forma não invasiva, 44 observando o sistema venoso superficial e profundo, determinando assim a origem do refluxo, extensão, presença de perfurantes e a existência de trombose venosa (1). A técnica não invasiva Pletismografia a ar permite detectar as alterações do volume de sangue nas extremidades inferiores que ocorrem com as mudanças posturais e com o exercício físico; mede a hemodinâmica venosa e identifica o tempo de enchimento venoso, fração de ejeção e fração de volume residual (1). Após o processo diagnóstico, inicia-se o curativo com a limpeza da úlcera, utilizando água potável ou soro fisiológico. Verificam-se o leito, a presença de tecidos inviáveis, a quantidade de exsudato e evidência de infecção (eritema, edema, dor e calor local dos tecidos peri-lesão) e algumas vezes febre (7). Quando há presença de tecidos inviáveis é necessário realizar o desbridamento, pois esses tecidos, além de favorecerem as infecções, não permitem a formação de bom tecido de granulação e adequada reepitelização. Existem basicamente três formas de desbridamento: autolítico, químico e mecânico (7). A orientação adequada de repouso é muito importante para se obter a cicatrização da úlcera, pois diminui os efeitos da hipertensão venosa. O repouso deve ser realizado com os MMII elevados acima do nível do coração, cerca de três a quatro vezes durante o dia, por 30 minutos (4). Atualmente existem no mercado vários tipos de coberturas. Entre elas destaca-se a Bota de Unna. Desenvolvida pelo dermatologista alemão Dr. Paul Gerson Unna em 1896, a pasta de Unna é composta por: glicerina, água, gelatina e zinco. Ela é trocada a cada sete dias ou quando ocorre excesso de exsudato (8). O tratamento pode ser associado a outras coberturas como: ácidos graxos essenciais (promove quimiotaxia e a angiogênese, mantendo o meio úmido e hidratado acelerando o processo de granulação); hidrogel (utilizado para o desbridamento autolítico); carvão ativado; sulfadiazina de prata; papaína; aplicação de lazer, dentre outros (9-10-11). Após a cicatrização da úlcera, o grande desafio é evitar sua recidiva. As duas principais medidas para se alcançar esse objetivo são o uso de meias elásticas compressivas e a adequada intervenção cirúrgica para a correção da anormalidade venosa (6-10). O presente estudo contribuiu no tratamento dos portadores de úlcera venosa, mostrando a eficácia na utilização do curativo com a Bota de Unna. METODOLOGIA Este projeto é uma pesquisa de campo do tipo qualitativo-descritivo, que consiste em investigação de pesquisa empírica, cuja finalidade é o delineamento e a análise das características de fatos ou fenômenos (12). Com a aprovação do projeto no CEP-FATEA número 54/9, as autoras do estudo estabeleceram contato com a responsável legal do Ambulatório, que após a leitura de uma carta-convite, autorizou a realização do estudo com os pacientes/clientes, conforme anexo 1. Foram convidados para participar do estudo clientes cadastrados no Ambulatório de enfermagem e que preenchessem os critérios de inclusão, ou seja, serem portadores de feridas venosas localizadas em MMII, e estarem iniciando o tratamento com a Bota de Unna. A aplicação da Bota de Unna foi realizada no 1º semestre de 2010, após os voluntários serem informados sobre a pesquisa e assinarem o consentimento livre e esclarecido, conforme anexo 2, com duração de 4 meses. Os voluntários foram divididos em 4 homens e 6 mulheres 45 cuja faixa etária variou de 57 a 80 em anos completos, tendo como diagnóstico: hipertensão, diabetes e hanseníase. Todo trabalho foi documentado por meio de: fotografias, mensurações e pesquisa de prontuários, agendando o atendimento e respeitando a disponibilidade de cada um dos participantes da pesquisa. Após assinatura do termo os clientes foram encaminhados à sala nº 1 para a verificação do IT/B. O transdutor foi posicionado sobre a projeção da artéria a ser examinada em um ângulo de inclinação de aproximadamente 30º. A conexão com a pele foi feita com o gel acústico que elimina os sons cônicos. O transdutor foi mantido de forma a “olhar” o sangue que se aproxima (13). O exame das artérias dos MMII foi realizado com o cliente em decúbito dorsal, sendo o transdutor posicionado na artéria pediosa e/ou tibial posterior e inferior. O exame dos MMSS também foi realizado com o paciente na mesma posição, por meio da artéria braquial (14) . Fig. 2 – Técnica do Doppler; Acervo pessoal, Lorena, 2010 Após realização do Doppler o paciente/cliente foi encaminhado para o Cirurgião Vascular e retornou ao serviço para a aplicação da Bota de Unna. Para a colocação da Bota de Unna, foi utilizado um protótipo de suporte em MMII (em teste de validação) para facilitar a mecânica e alinhamento corporal do cliente, reduzindo o desconforto e a inadequada ergonomia da equipe de enfermagem (15). Durante o tratamento foram utilizadas: água clorada para higienização da ferida AGE em Peri-lesão, hidrogel no leito da ferida e a Bota de Unna como cobertura (16). O procedimento de colocação da Bota de Unna foi realizado no paciente, após submetê-lo em repouso durante 20min com os MMII elevados a 30º e seguindo a seguinte sequência: - Paciente foi orientado sobre o procedimento a ser realizado; - Lavar as mãos; - Calçar as luvas; - Retirar o curativo anterior - Trocar as luvas - Realizar a limpeza da ferida com água clorada e secar com gaze estéril; - Fotografar (Câmera SONY 552179, modelo DSC – P32) e acompanhar o tamanho com guia de mensuração de feridas (uso único) e profundidade com sonda uretral nº 14; - Aplicar AGE em Peri-lesão para hidratação e Hidrogel no leito para desbridamento autolítico; - Colocar o MI afetado em ângulo reto; 46 - Aplicar a bandagem industrializada (óxido de zinco, goma acácia, glicerol, óleo de rícino e água deionizada); iniciando pelo pé em forma de aspiral e envolvendo a mesma em todo seguimento da perna, terminando com 2 a 3 cm abaixo do joelho. A bandagem não deverá ser apertada e/ou apresentar irregularidades na aplicação para evitar edemas e bolhas. Deve-se estar atento com a extremidade do pé, e observar a perfusão, edema e temperatura local para evitar futuras complicações. - Revestir a Bota de Unna com atadura de crepe e fixá-la com fita adesiva hospitalar. A Bota de Unna tem duração de sete dias para cada troca, e em caso de sentir qualquer desconforto, o paciente deverá retornar ao serviço para ser reavaliado. Fig.3 Confecção da Bota de Unna, Lorena 2010. RESULTADOS E DISCUSSÃO Esta pesquisa teve como meta mostrar a eficácia do tratamento com a Bota de Unna industrializada comparado com o curativo oclusivo convencional. Os pacientes/clientes foram orientados quanto os procedimentos, a duração da pesquisa e os resultados esperados conforme citação do Abbade LPF, Lastória S. Os pacientes foram classificados de acordo com a idade, doença e sexo. Segundo os autores Negri, B; Duarte, C; Souza, L,M; Pereira,GFM; Vieira,CSCA; a Bota de Unna faz compressão, melhorando o retorno venoso, como foi evidenciado durante o nosso trabalho. Com isso obtivemos resultados positivos, através da cicatrização total de 5 lesões e 5 em processo de cicatrização (17). Foi utilizada água clorada para a limpeza das úlceras, conforme descrito por Fernandez R, Griffiths R para a higienização dos MMII. A dor é o 5º sinal descrito por Souza F.A.E.F. Durante o tratamento com a Bota de Unna foi observada uma melhora da dor, devido a diminuição do edema, pois a mesma auxilia a circulação do MI. As imagens comprovaram a evolução das úlceras venosas tratadas com a Bota de Unna. Paciente 1 - Prontuário nº 2174 L.A com 2 úlceras venosas no terço inferior, anteroposterior da perna esquerda, há 2 anos iniciou o tratamento. É portador de hanseníase, diabetes e submeteu-se a excerese do tendão 47 do calcâneo. Continuou realizando neste serviço um curativo convencional. Em janeiro/2010 verificou-se o IT/B, apresentando índice de 1,36mmHg e encaminhado ao cirurgião vascular. Retornou ao serviço, com indicação de Bota de Unna. As fotos foram classificadas como Imagem 1, 2. Fig. 4 - L.A. Imagem 1a (Data: 01/02/2010) Ferida localizada em região do terço inferior anterior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, edema ++/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de granulação e esfacelo e exsudato seroso +++/+4, medindo na horizontal 1,3 cm, vertical 1,8 cm e profundidade 0,5 cm. Fig.5 – L.A. Imagem 1b (Data: 22/02/2010) Ferida localizada na região do terço inferior anterior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, ressecada, hiperqueratose, edema +/+4, bordas irregulares e aderidas, hiperqueratose, leito com tecido de granulação e pontos de esfacelo, exsudato seroso +++/+4, medindo na horizontal 1,0 cm, vertical 0,7 cm e profundidade 0,2 cm. Fig. 6 – L.A. Imagem 1c (Data: 26/04/2010) 48 Ferida localizada na região do terço inferior anterior da perna, apresentando peri-lesão ressecada, hiperemiada, descamativa, edema +/+4, bordas irregulares, aderidas e leito com hiperqueratose, exsudato seroso ++/+4. Fig. 7 – L.A. Imagem 2a (Data: 01/02/2010) Ferida localizada em região do terço inferior posterior, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, ressecada, edema ++/+4, bordas irregulares, aderidas e com hiperqueratose, leito com tecido de granulação e esfacelo, exsudato seroso +++/+4, medindo na horizontal 3,8 cm , vertical 4,5 cm, profundidade 0,1 cm. Fig. 8 – L.A. Imagem 2b (Data: 22/02/2010) Ferida localizada na região do terço inferior posterior, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, ressecada, edema +/+4 bordas irregulares , aderidas, maceradas, hiperqueratose, leito com tecido de granulação e pontos de esfacelo, exsudato seroso +++/+4, medindo na horizontal 3,6 cm, vertical 4,2 cm,profundidade 0,1 cm. Fig. 9 – L.A Imagem 2c (Data: 26/04/2010) 49 Ferida localizada na região do tendão do calcâneo, apresentando peri-lesão hiperemiada, ressecada, descamativa, edema +/+4, bordas irregulares e aderidas, tecido de epitelização, leito com tecido de granulação, exsudato seroso++/+4, medindo na horizontal 3,0 cm, vertical 4,5 cm e profundidade superficial, rompimento derme. Paciente 2 - Prontuário nº 811 B.M.A com úlcera venosa em MID, em região do terço inferior posterior, há 5 anos iniciou o tratamento com o curativo convencional neste serviço. É portadora de diabetes e cardiopatia. Em setembro/2008 foi realizado o exame de IT/B, apresentando índice 1,10 mmHg e foi encaminhada para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. Fig. 10 – B.M.A Imagem 1a (Data: 05/02/2010) Ferida localizada na região do terço inferior posterior, apresentando peri-lesão com dermatite ocre, descamativa, ressecada, edema ++/+4, bordas irregulares e aderidas, hiperqueratose e maceração, leito com tecido de granulação, exsudato serosanguinolento +++/+4. Fig. 11 – B.M.A Imagem 1b (Data: 26/02/2010) Ferida localizada na região do terço inferior posterior, apresentando peri-lesão com dermatite ocre ressecada, descamativa, edema +/+4, bordas irregulares e aderidas, maceradas, hiperqueratose e leito com tecido de granulação, exsudato serosanguinolento ++/+4, medindo na horizontal 2,7 cm, vertical 8,2 cm e profundidade superficial. 50 Fig. 12 – B.M.A. Imagem 1c (Data: 06/04/2010) Ferida localizada na região do terço inferior posterior, apresentando peri-lesão com dermatite ocre, ressecada, descamativa, edema +/+4, bordas irregulares e aderidas, maceradas, leito com tecido de epitelização e granulação, exsudato serosanguinolento +/+4, medindo na horizontal 2,4 cm, vertical 7,5 cm e profundidade superficial. Paciente 3 - Prontuário nº 2200 B.L.S. com úlcera venosa em MIE, na região dorsal do pé, há 1 ano iniciou o tratamento neste serviço com curativo convencional. Em fevereiro/2009 foi realizado o exame de IT/B, apresentando índice 1,57 mmHg e foi encaminhado para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. Fig. 13 – B.L.S Imagem 1a (Data: 01/02/2010) Ferida localizada na região do dorso do pé, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, dermatite ocre, ressecada, edema ++++/+4, bordas irregulares e aderidas, hiperqueratose, leito com tecido de granulação e pontos de esfacelo, exsudato seroso +++/+4, medindo: Lesão1 - na horizontal 1,2 cm, vertical 2,5 cm, profundidade 0,1 cm, Lesão2 - na horizontal 2,0 cm, vertical 7,5 cm, profundidade 0,3 cm, Lesão3-na horizontal 1,5 cm, vertical 5,0 cm, profundidade 0,1 cm, Lesão4 - na horizontal 1,0 cm, vertical 1,3 cm eprofundidade 0,1 cm. 51 Fig. 14 – B.L.S Imagem 1b (Data: 22/02/2010) Ferida localizada na região dorsal do pé, apresentando peri-lesão hiperemiada, ressecada, descamativa, edema +++/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de epitelização e granulação, exsudato seroso ++/+4, medindo na horizontal 1,1 cm, vertical 6,3 cm, profundidade superficial. Fig. 15 – B.L.S Imagem 1c (Data: 26/04/2010) Ferida localizada na região do dorso do pé, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, ressecada, edema ++/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de epitelização e granulação, exsudato seroso +/+4, medindo na horizontal 0,7 cm, vertical 0,7 cm e profundidade superficial. Paciente 4 - Prontuário nº 2372 E.F.F, com úlcera venosa em MID, na região lateral do terço inferior da perna, há 1 ano iniciou o tratamento. É portadora de lúpus eritematoso, diabética e vinha realizando neste serviço curativo convencional. Em janeiro/2010 foi realizado o exame de IT/B, apresentando índice 1,23 mmHg e foi encaminhada para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. 52 Fig. 16 - E.F.F Imagem 1a (Data: 26/02/2010) Ferida localizada na região lateral do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, ressecada, descamativa, edema +++/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de granulação com pontos de esfacelo, exsudato seroso ++/+4, medindo na horizontal 0,3 cm, vertical 1,2 cm e profundidade superficial. Fig. 17 – E.F.F. Imagem 1b ( Data: 09/03/2010) Ferida localizada na região lateral do terço inferior da perna, apresentando perilesão hiperemiada, descamativa, ressecada, edema ++/+4, lesão com hiperqueratose, exsudato seroso +/+4. Fig. 18 – E.F.F. Imagem 1c (Data: 27/04/2010) 53 Ferida localizada na região lateral do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa e com cicatrização total. Paciente 5 - Prontuário nº 621 J.P.F com úlcera venosa em MID, na região do terço inferior da perna, há 3 anos iniciou o tratamento. É portador de hipertensão e vinha realizando neste serviço curativo convencional. Em fevereiro/2010 foi realizado o exame de IT/B, apresentando índice 1,45mmHg e foi encaminhado para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. Fig. 19 – J.P.F Imagem 1a (Data: 27/04/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa , ressecada, edema +++/+4, bordas irregulares, aderidas e maceradas, leito com tecido de granulação, exsudato seroso ++/+4, medindo na horizontal 3,0 cm, vertical 5,0 cm e profundidade superficial. Fig. 20 – J.P.F Imagem 1b (Data: 04/05/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, descamativa, edema ++/+4 bordas irregulares, aderidas, maceradas, leito com tecido de epitelização e granulação e pontos de esfacelo, exsudato seroso ++/+4, medindo na horizontal 3,3 cm, vertical 5,0 cm e profundidade superficial. 54 Fig. 21 – J.P.F Imagem 1c (Data: 11/05/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, ressecada, descamativa, edema +/+4, bordas irregulares, aderidas, maceradas, hiperqueratose, leito com tecido de epitelização e granulação, exsudato seroso +/+4, rompimento da derme, medindo: Lesão1 - na horizontal 0,4 cm, vertical 0,5 cm, profundidade 0,1 cm, Lesão2 - na horizontal 3,2 cm, vertical 4,2 cm e profundidade 0,1 cm. Paciente 6 - Prontuário nº 411 M.A.P com úlcera venosa em MID, na região do maléolo lateral, há 6 anos iniciou o tratamento. É portadora de hipertensão e vinha realizando, neste serviço, curativo convencional. Em novembro/2009 foi realizado o exame de IT/B, apresentando índice 1,33 mmHg e foi encaminhado para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. Fig. 22 – M.A.P Imagem 1a (Data: 05/02/2010) Ferida localizada na região do maléolo lateral, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, ressecada, edema +++/+4, bordas irregulares e aderidas, hiperqueratose e pontos de maceração, leito com tecido de granulação e esfacelo, exsudato seroso ++/+4, medindo: Lesão1 - na horizontal 1,9 cm, vertical 3,9 cm, profundidade 0,1 cm, Lesão2 - na horizontal 2,0 cm, vertical 3,8cm ,profundidade superficial. 55 Fig. 23 – M.A.P Imagem 1b (Data: 26/02/2010) Ferida localizada na região do maléolo lateral, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, ressecada, edema ++/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de epitelização e granulação, exsudato seroso ++/+4, medindo na horizontal 2,2 cm, vertical 1,0 cm, profundidade superficial. Fig. 24 – M.A.P Imagem 1c (Data: 10/04/2010) Ferida localizada na região do maléolo lateral apresentando peri-lesão hiperemiada e com cicatrização total. Paciente 7 - Prontuário nº 2229 M.L.B com úlcera venosa em MIE, na região do terço inferior da perna, há 2 anos iniciou tratamento. É portadora de diabetes e hipertensão e vinha realizando, neste serviço, curativo convencional. Em janeiro/2010 foi realizado o exame de IT/B apresentando índice 2,82 mmHg e foi encaminhada para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. 56 Fig. 25 – M.L.B Imagem 1a (Data: 01/02/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, ressecada, edema +++/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de granulação e pontos de esfacelo, exsudato serosanguinolento ++/+4, medindo: Lesão1 - na horizontal 3,0 cm,vertical 5,1 cm,profundidade 0,1 cm, Lesão2 - na horizontal 1,0 cm, vertical 1,6 cm, profundidade 0,1 cm, Lesão3 - na horizontal 1,0 cm, vertical 2,5 cm, profundidade 0,1 cm, Lesão4 - na horizontal 0,5 cm,vertical 0,5 cm,profundidade 0,1 cm, Lesão5 - na horizontal 0,4 cm, vertical 0,5 cm, profundidade 0,1 cm, Lesão6 - na horizontal 0,3 cm, vertical 0,5 cm, profundidade 0,1 cm, Lesão7 - na horizontal 0,3 cm, vertical 0,5 cm e profundidade 0,1 cm. Fig. 26 – M.L.B Imagem 1b (Data: 24/02/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, ressecada, edema +/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de granulação, exsudato serosanguinolento +/+4, medindo na horizontal 0,5 cm, vertical 0,7cm e profundidade superficial. Fig. 27 – M.L.B Imagem 1c (Data: 07/04/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna apresentando cicatrização total. 57 Paciente 8 - Prontuário nº 2433 J.E.P com úlcera venosa em MID, na região lateral do terço inferior da perna, há 3 meses iniciou tratamento. É portador de hipertensão e vinha realizando, neste serviço, curativo convencional. Em janeiro/2010 foi realizado o exame de IT/B apresentando índice 1,23mmHg e foi encaminhado para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. Fig. 28 – J.E.P Imagem 1a (Data: 30/03/ 2010) Ferida localizada na região lateral do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão ressecada, hiperemiada, edema ++/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de granulação e pontos de esfacelo, exsudato serosanguinolento ++/+4, medindo na horizontal 5,0 cm, vertical 2,5 cm, profundidade 0,2 cm. Fig.29 – J.E.P Imagem 1b (Data:26/04/2010) Ferida localizada na região lateral do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, ressecada, edema ++/+4, bordas irregulares, aderidas, hiperqueratose, leito com tecido de epitelização, granulação, exsudato serosanguinolento ++/+4, medindo na horizontal 0,7 cm, vertical 3,5 cm e profundidade superficial. 58 Fig.30 – J.E.P Imagem 1c (Data: 03/05/2010) Ferida localizada na região lateral do terço inferior da perna apresentando cicatrização total. Paciente 9 - Prontuário nº 2064 M.A.R.F. com úlcera venosa em MIE na região anterior do terço inferior, há 2 anos iniciou tratamento. É portadora de hipertensão e vinha realizando, neste serviço, curativo convencional. Em julho/2010 foi realizado o exame de IT/B apresentando índice 1,21mmHg e foi encaminhada para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. Fig.31 – M.A.R.F Imagem 1a (Data: 03/02/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, descamativa, ressecada, edema +++/+4, bordas irregulares e aderidas, leito com tecido de granulação e pontos de esfacelo, exsudato seroso +++/+4, medindo na horizontal 3,5 cm, vertical 5,0 cm e profundidade superficial. Fig.32 – M.A.R.F Imagem 1b (Data: 24/02/2010) 59 Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão hiperemiada, ressecada, descamativa, edema ++/+4, bordas irregulares e aderidas, maceradas, leito com tecido de granulação, epitelização e pontos de esfacelo, exsudato seroso ++/+4, medindo na horizontal 2,5 cm, vertical 4,2 cm e profundidade superficial. Fig. 33 – M.A.R.F Imagem 1c (Data: 07/04/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentado peri-lesão hiperemiada, ressecada, descamativa, edema +/+4, bordas irregulares e aderidas, maceradas, leito com tecido de epitelização e granulação, exsudato seroso +/+4, medindo na horizontal 1,0 cm, vertical 3,5 cm e profundidade superficial. Paciente 10 - Prontuário nº 2473 E.A.S com úlcera venosa em MID na região do terço inferior da perna, há 6 meses iniciou tratamento. É portadora de hipertensão vinha realizando curativo convencional. Em fevereiro/2010 foi realizado o exame de IT/B apresentando índice 1,23mmHg e foi encaminhada para o cirurgião vascular. Retornou ao serviço com indicação de Bota de Unna. Fig.34 E.A.S Imagem 1a (Data: 26/02/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão ressecada, dermatite ocre, leito com hiperqueratose, edema +++/+4, exsudato seroso ++/+4. 60 Fig.35 – E.A.S Imagem 1b (Data: 27/04/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna, apresentando peri-lesão ressecada, edema ++/+4, leito com hiperqueratose, exsudato +/+4. Fig.36 – E.A.S Imagem 1c (Data:22/05/2010) Ferida localizada na região do terço inferior da perna apresentando peri-lesão ressecada e com cicatrização total CONCLUSÃO As úlceras estudadas têm como características a peri-lesão com dermatite ocre, ressecamento, descamativa, hiperemiada; bordas irregulares, aderidas, com hiperqueratose e maceração; no leito tecido de granulação, esfacelo e tecido de epitelização, com exsudato seroso ou serosanguinolento. Foi observado que as queixas álgicas do paciente/cliente diminuíram no decorrer do tratamento; as mesmas foram mensuradas conforme a escala de dor. No período da pesquisa, cinco pacientes/clientes aprensentaram a epitelização total e os outros cinco tiveram uma diminuição significativa da lesão. REFERÊNCIAS 1. Figueiredo M, Úlcera Venosa Medicina On line - Revista Virtual de Medicina V1- N 9Ano III Jan/Fev/Mar de 2000. 61 2- Célia R. Protótipo de colchão Especial para o Alivio da Pressão em Pacientes Acamados. 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