artrite reumatóide e disfunção da articulação têmporo

Propaganda
CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
ARTRITE REUMATÓIDE E DISFUNÇÃO DA
ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR
DANIELA DUTRA LEITE FELIPE
LONDRINA
2000
1
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo estudar a artrite reumatóide e
disfunção da articulação têmporo-mandibular, desse modo, pretendeu-se incentivar
e despertar, principalmente, o interesse dos profissionais de fonoaudiologia, como
também, da odontologia, da fisioterapia e da medicina.
O interesse em discorrer sobre o assunto foi decorrente da escassez
literária na área fonoaudiológica, não encontrando nenhuma bibliografia específica.
Por outro lado, nas áreas afins encontrou-se com mais facilidade como aspectos
clínicos e tratamento médico e fisioterápico.
Durante o estudo existiram algumas descobertas, dentre elas que
existem livros específicos de fisioterapia para se trabalhar as disfunções da
articulação têmporo-mandibular e realizar terapia mastigatória.
Um dos aspectos a ser destacado foi que dentro da bibliografia
pesquisada apenas dois autores citaram a terapia funcional, outro autor, também
citou que o tratamento da mastigação seria secundário.
Portanto, verificou-se que este trabalho pode contribuir para os
fonoaudiólogos e outros profissionais da área da saúde e quem sabe, um destes, se
interessem por realizar um estudo científico para aprimoramento do tratamento
fonoaudiológico.
2
ABSTRACT
This research, had the objective of studing rheumatoid arthritis, and
the temporomandibular disorders, in this way, it intended to encourage and arouse
the interest of profissionals, mainly in speech-patology as well as in physiotherapy,
dentistry and medicine.
The interest in talking over the subject, was resulting from literary
shortage in the speech-patology area, not finding any specific bibliography. On the
other hand, clinical aspects, medical and physiotherapeutical treatment were easily
found.
During the study, there were some findings, including that, there are
specific physiotherapy books, to work the temporomandibular disorders, and carrry
out chewing therapy.
One of the aspects to be stood out, was that, in the researched
bibliography, only two authors mentioned the functional therapy, another authou also
mentioned that the chewing treatment would be secundary.
Therefore, it was noticed that, this work may contribute for speechpathologists and other profissionals in the health area, and perhaps one of them may
be interested in making a scientific study in order to improve the treatment in speechpatology.
3
Dedico este trabalho aqueles que
sempre me apoiaram: meus pais, irmãos e
amigos pela confiança depositada e em especial
ao meu marido Reinaldo, pela paciência em
ceder nosso tempo ao meu estudo.
4
Agradeço em primeiro lugar a Deus
pela sabedoria, aos mestres pela orientação
deste resultado, ao Dr. Paulo Roberto Donadio,
reumatologista, pelo empréstimo
e orientação
bibliográfica, à D. Dirce pela correção do
trabalho, por fim ao paciente que fez com que
despertasse o meu interesse por este estudo.
5
“Nossas obras são um espelho
no qual o espírito vê pela primeira vez, suas
feições naturais. Daí, também, a loucura
daquele preceito impossível, ‘conhece a ti
mesmo’; até ser traduzida nesta, parcialmente
possível: conhece aquilo em que podes
trabalhar”.
Thomas Carlyle, escritor escocês
(1795-1881)
6
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 8
2. DISCUSSÃO TEÓRICA.................................................................................. 10
2.1. DEFINIÇÃO ............................................................................................... 10
2.2. ETIOLOGIA E FREQÜÊNCIA ................................................................... 12
2.3. ASPECTOS SINTOMÁTICOS .................................................................... 14
2.4. PATOGENIA ........................... ................................................................... 16
2.5. VARIANTES DA ARTRITE REUMATÓIDE ............................................... 17
12.5.1. ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL ................................................17
2.5.2. SÍNDROME DE FELTY .................................................................... 18
2.5.3. OSTEOARTRITE ............................................................................. 19
2.5.4. OUTRAS VARIANTES ..................................................................... 19
2.6. ESTÁDIOS ANATÔMICOS DA ARTRITE REUMATÓIDE ........................ 20
2.7. ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR .............................................. 21
2.7.1. ANATOMIA ...................................................................................... 21
2.7.2. ARTRITE REUMATÓIDE E ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR ............................................................................................ 24
2.8. TRATAMENTO ......................................................................................... 29
2.8.1. TRATAMENTO MÉDICO ................................................................ 29
2.8.2. MITOS SOBRE O TRATAMENTO DA ARTRITE ........................... 31
2.8.3. TRATAMENTO FISIOTERÁPICO ................................................... 32
2.8.4. TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO ........................................... 35
7
2.9. FATORES QUE INFLUENCIAM NO ÊXITO DO TRATAMENTO .............. 39
3. ÚLTIMAS PESQUISAS ................................................................................... 40
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 42
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 44
1. INTRODUÇÃO
Neste final de milênio, quando a globalização é uma realidade, bem
como, o avanço tecnológico nas diversas áreas de atividade humana, resolvemos
pesquisar e escrever, a fim de melhor acompanhar o desenvolvimento da Artrite
Reumatóide e Disfunção da Articulação Têmporo-Mandibular, uma vez que, não
encontramos literatura específica para auxiliar os fonoaudiólogos em seu trabalho.
Atualmente, já existem encaminhamentos nesse campo pelos
diversos profissionais de áreas que tem afinidade com a fonoaudiologia.
Temos o intuito de, levantando esse estudo, incentivar e despertar o
interesse de colegas, tanto fonoaudiólogos quanto odontólogos, já que encontramos
pacientes portadores dessa doença.
Qualquer pesquisa nesse campo se justifica, quando se trata de
entender o ser humano.
Adiante, descrevemos a parte teórica, os aspectos clínicos e de
tratamento.
Atualmente, as disfunções craniomandibulares são objeto de muitos
estudos e, especialmente a fonoaudiologia, ocupa espaço significante nessa
terapêutica, com a finalidade de atuar multidisciplinarmente, envolvendo médicos,
dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogos.
8
O termo: Disfunção da Articulação Têmporo-Mandibular (DATM) é
usado para designar uma série de doenças que comprometem a articulação, os
músculos que movimentam a mandíbula e as estruturas associadas, que são
basicamente as mesmas doenças que afetam as outras articulações e músculos do
corpo.
Vários fatores podem levar a DATM como: traumas, fraturas, ranger
ou apertar os dentes, estresse, hábitos posturais, maloclusão, doenças sistêmicas
além de outros.
Quanto às doenças sistêmicas, são aquelas que comprometem as
articulações do corpo e podem atingir as Articulações Têmporo-Mandibulares
(ATMs), é o que ocorre nos casos de artrites em geral, sendo é mais comum na
artrite reumatóide e osteoartrite.
Existem mais de cem (100) doenças reumáticas podendo causar
dor, rigidez e inchaço das articulações e outras estruturas de apoio do corpo como
os músculos, tendões, ligamentos e ossos, assim como, afetar alguns órgãos
internos (KLIPPEL et al., 1998)
No decorrer desse trabalho, vamos procurar discorrer usando
bibliografia atualizada sobre alguns aspectos do tema, com a intenção principal de
pesquisar e estudar, colocando posteriormente em prática com nossos pacientes,
meios eficazes de melhoria e bem-estar.
9
2. DISCUSSÃO TEÓRICA
2.1. DEFINIÇÃO
Inicialmente, vamos discorrer sobre as definições da Artrite
Reumatóide (AR) no ponto de vista de vários autores.
FERNANDES et al. (1998), ROTHENBERG (1981) e SOUZA (1998)
descrevem que, a Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória crônica sistêmica
ou degenerativa de uma ou várias articulações, iniciando em adultos jovens e
atingindo três vezes mais às mulheres do que homens.
ZEGARELLI et al. (1981) definem a patologia como característica do
envolvimento inflamatório progressivo das estruturas articulares, iniciando pela
membrana sinovial e estendendo-se às superfícies articulares.
Segundo SKINNER e THONSON (1985), a artrite reumatóide é uma
poliartrite inflamatória não supurativa, que tem como característica a afetação de
articulações periféricas, muitas vezes simétricas; podendo ter evolução subaguda ou
crônica de exacerbações ou remissões.
Já AGNELLO (1981), chama a artrite reumatóide de doença
reumatóide e complementa relatando
que é uma afecção1 sistêmica do tecido
conjuntivo, que pode ocorrer em todas as idades, sem conhecimento ainda da
10
origem e manifesta-se, predominantemente, com dano repetido e crônico das
estruturas articulares, pararticulares e tendinosas, inflamando o substrato anatômico,
principalmente da membrana sinovial.
Em suma, a doença reumatóide é uma afecção básica das
estruturas articulares, mas não exclusivamente articular, pois pode ter acometimento
visceral e de outros tecidos como pulmões, pleuras, vasos e nervos.
CASTILHO (1986) cita os sinônimos da artrite reumatóide: poliartrite
reumatóide, poliartrite crônica progressiva, evolutiva ou primária, artrite atrófica,
doença reumatóide e doença de Charcot.
1
Afecção: processo mórbido considerado nas suas manifestações atuais, abstraindo-se de sua
11
2.2. ETIOLOGIA E FREQÜÊNCIA
Tendo em vista as várias definições analisadas, os autores são
unânimes, já para os fatores causais não, alguns sugerem algumas possibilidades.
A causa da Artrite Reumatóide tem sido discutida por vários autores
e SOUZA (1998) descreve que, a etiologia permanece desconhecida, mas os
pesquisadores investigam que há três possibilidades:
1) fatores genéticos
2) anormalidades autoimunes
3) uma infecção microbiana aguda ou crônica da doença.
O autor ainda cita que, o aparecimento da doença ocorre entre a
quarta e sexta década de vida (exceto a forma juvenil), e nas mulheres são mais
freqüentes, ou seja, de 2 a 3 vezes mais do que nos homens.
Para KLIPPEL et al. (1998), as causas ainda estão sob investigação,
apresentam relatos que pode haver uma combinação de fatores genéticos, influência
de alguns hormônios e fatores ambientais. Devido a AR ser mais comum em
mulheres, como já foi citado anteriormente, isto resulta numa maior suscetibilidade à
doença por causa dos hormônios.
Assim como para MEDEIROS (1991), a patologia estudada tem
início na fase adulta, sendo mais freqüente no sexo feminino.
causa primordial; doença.
12
RAMFJORD e ASH (1993) citam que é uma doença sistêmica de
etiologia desconhecida, não descrevendo as possíveis causas. Há casos em que, a
articulação têmporo-mandibular (ATM) é afetada e, muito raramente, é a única
articulação envolvida. Oitenta por cento dos casos, ocorrem em pacientes de 25 a 30
anos com o pico entre 35 e 40 anos; para o autor também a freqüência maior é nas
mulheres.
Tanto para o autor anterior, como para ROTHENBERG (1981) e
AGNELLO (1981), a causa não é conhecida e não relatam as possíveis causas.
13
2.3. ASPECTOS SINTOMÁTICOS
Analisando os seguintes autores: DÉCOURT (1972), EHRLICH
(1975), HOLLINGSWORTH (1973), AGNELLO (1981), SKINNER e THONSON
(1985) e RACHID (1977), RAMFJORD e ASH (1993) e KLIPPEL (1998) os sintomas
mais freqüentes apresentados na AR são:
• mal estar,
• inchaço em uma ou mais articulações,
• febre,
• perda de peso,
• astenia,
• anorexia,
• sudorese e/ou parestesias de mãos e pés,
• rigidez matinal,
• dor,
• anemia,
• aceleração do pulso,
• atrofia de pele e músculos,
• nódulos subcutâneos,
14
• irite 2,
• esplenomegalia3, e
• síndrome
seca
de
Sjogren,
que
é
caracterizada
pelo
comprometimento lacrimal e salivar, com olhos e boca seca e, em
casos mais graves securas em outras superfícies teciduais secretoras
de muco.
AGNELLO (1981) cita as formas de início da doença: no estágio
inicial a mesma se expressa por sintomas articulares e gerais. Os sintomas
extraarticulares ou viscerais, são mais comuns quando ocorrem distúrbios
vasomotores, acometimento pleural e irite. O quadro articular é característico e
sugere o diagnóstico de AR, que é basicamente uma doença das juntas e tendões.
2
Irite: inflamação da íride (membrana circular contrátil, que se vê adiante do cristalino)
15
2.4. PATOGENIA
A seguir , de modo sucinto, descreveremos como acontece o
processo infeccioso.
Para ARREBOLA (1986), as funções da cápsula articular são de
nutrição, contenção e sensibilidade articular, e que sem o tecido conjuntivo e vasos
não há inflamação. As doenças inflamatórias e do tecido conjuntivo, têm predileção
nesta área articular, pois são ricas em vasos e tecido conjuntivo como descrito. A
inflamação é originada no tecido conjuntivo capsular e pode adquirir caráter
proliferante invasor e destrutivo dos componentes articulares restante como ossos,
cartilagens e ligamentos, ocorrendo na AR.
EHRLICH (1975) relata que, a inflamação causa os sintomas da
doença reumatóide. Quando a articulação está envolvida por uma inflamação, pode
ocorrer a lesão tecidual interferindo na função articular. As articulações inflamadas
levam a um aumento de pressão e tem a possibilidade de levar à deformidades.
Ainda para o mesmo autor, numa artrite reumatóide moderada,
acontece da seguinte forma: há o derrame sinovial secundário à inflamação,
provocando desse modo, a dor. Esta é intensa e limita o movimento articular,
afetando ou imobilizando a articulação completamente. A restrição do movimento
leva à debilidade muscular, deformando a articulação.
3
Esplenomegalia: aumento de volume do baço, secundário a diversos processos mórbidos, moléstias
infecciosas, tóxicas ou parasitárias, cirrose hepática, com comprometimento esplênico.
16
AGNELLO (1981) descreve que, o líquido sinovial na AR se
apresenta com viscosidade diminuída, turva e coagula com freqüência.
2.5. VARIANTES DA ARTRITE REUMATÓIDE
São inúmeras as variantes da Artrite Reumatóide, entre elas
podemos citar algumas:
2.5.1. ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL (ARJ)
Para KLIPPEL et al. (1998), a ARJ é a forma mais comum de artrite
na infância e pode estar associada com erupções cutâneas e febre.
RACHID (1977) cita que a artrite reumatóide juvenil é, basicamente,
a mesma doença que a AR dos adultos, o que difere dos outros autores é que se
manifesta aos 18 anos. Na maioria dos casos têm início antes dos 7 anos (50% dos
casos).
Segundo SCHLESINGER
e GROKOEST e cols., citados por
RACHID (1977), os casos tem início entre os 2 a 5 anos (25% a 50%). Para os
autores há um pico da doença entre os 10 e 14 anos.
DÉCOURT (1972) acrescenta que, na infância as manifestações da
doença podem assumir aspectos diversos, segundo a idade.
Na infância, o surto inicial é aos 7 anos e este primeiro surto às
vezes, acontece desacompanhado de quaisquer manifestações articulares, tendo a
17
forma de um quadro infeccioso discreto e após, sucedem processos inflamatórios
como amigdalite, faringite ou situações pouco expressivas e rotulados como ‘gripais’.
As manifestações que ocorrem habitualmente são: palidez, anorexia,
cansaço fácil, nervosismo, febre e dificuldade para ganhar peso.
Para CUNHA (1994),
a artrite reumatóide juvenil é uma doença
crônica sem causa conhecida e caracteriza-se pela presença de artrite em uma ou
mais articulações.
O quadro clínico durante os primeiros
seis meses, deve ser
diagnosticado segundo os critérios de BREWER, relatado pela autora. Entre eles
são: o início da doença deve ser inferior a 16 anos, a artrite é definida por edema e a
presença de mais de dois destes sinais: limitação, dor ao movimento e calor. A
duração mínima da doença deve ser de 6 semanas e, durante os primeiros 6 meses,
a doença pode ser classificada como poliarticular; pauciarticular e sistêmico,
acompanhado de picos de febre alta intermitente, dor à palpação e aos movimentos,
devendo ainda deve-se excluir qualquer outra doença reumática.
A autora acrescenta que, pode ocorrer em qualquer articulação, mas
as mais freqüentes são: punhos, metacarpofalangeanas, tornozelos, quadris,
têmporo-maxilares e coluna cervical.
AGNELLO (1981) cita a ocorrência geralmente em crianças menores
de 6 anos, sendo que
as alterações descritas, são as mesmas dos autores
anteriores.
2.5.2. SÍNDROME DE FELTY
Para HOLLINGSWORTH (1973), a síndrome de Felty tem
manifestação primária à dilatação do baço (esplenomegalia).
18
FERNANDES et al. (1998) acrescentam que esta síndrome, inclui
infecções bacterianas e úlceras crônicas nas pernas de difícil cicatrização.
AGNELLO (1981) acrescenta que esta síndrome está associada a
anemia e doenças citohematológicas.
2.5.3. OSTEOARTRITE
KLIPPEL et al. (1998) descrevem a osteoartrite como doença
degenerativa das juntas, sendo, o tipo mais comum de artrite.
ROTHENBERG (1981) refere que, a osteoartrite atinge mais as
pessoas idosas e de meia-idade, podendo ser causada pelo uso excessivo e
constante das articulações.
2.5.4. OUTRAS VARIANTES
Quanto às variantes e classificação, CASTILHO (1986), classifica
pela idade (artrite reumatóide juvenil, senil), por alterações hematológicas (doença
de Felty, síndrome juvenil de Wissler-Fanconi) e por apresentações típicas
(síndrome de Caplan, hidroartrose intermitente, reumatismo palindrômico).
ROTHENBERG (1981) acrescenta outros tipos como: a artrite
traumática, a artrite gotosa e artrite infecciosa.
19
2.6. ESTÁDIOS ANATÔMICOS DA ARTRITE REUMATÓIDE
HOLLINGSWORTH (1973) demonstra os critérios dos estádios
adaptado pela Associação Americana de Reumatismo:
Estádios Anatômicos da Artrite Reumatóide
(adaptado da Associação Americana de Reumatismo)
Estádio I − Inicial
1. Alterações não destrutivas, evidenciáveis radiologicamente.*
2. Pode haver sinais radiológicos de osteoporose.
Estádio II − Moderado
1. Sinais radiológicos de osteoporose, com ou sem leve destruição óssea; pode
evidenciar-se leve destruição da cartilagem.*
2. Não há deformidade da articulação, embora a mobilidade articular possa estar
limitada.*
3. Existe atrofia muscular periarticular.
4. Lesões extra-articulares do tecido mole (por exemplo, nódulos reumatóides ou
tenossinovite)
Estádio III − Grave
1. Sinais radiológicos de osteoporose e destruição de cartilagem e osso.*
2. Deformidade articular (por exemplo, subluxação, desvio cubital ou hiper-extensão)
sem ancilose, fibrosa ou óssea.*
3. Existe extensa atrofia muscular.
4. Podem estar presentes nódulos reumatóides, tenossinovite ou outras lesões
extra-articulares do tecido mole.
Estádio IV − Terminal
1. Ancilose (fibrosa ou óssea).*
2. Critérios do estádio III
* O asterisco indica os critérios essenciais para a classificação dentro daquele
estádio.
FONTE: Tabela retirada do livro: TEMAS SOBRE ARTRITE de Willian
Hollingsworth, 1973, p.16.
20
2.7. ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR
2.7.1. ANATOMIA
Para um melhor entendimento da pesquisa, resolvemos relatar
sucintamente sobre a anatomia da ATM, que é altamente especializada.
A mandíbula está ligada ao crânio pelas Articulações TêmporoMandibulares (ATMs), que são 2 articulações e se localizam frente ao ouvido, nos
dois lados da face. A ATM é uma das mais complexas articulações do corpo
humano, conectada pela mandíbula e não podem trabalhar independentemente
(KOSMINSKY, 1998).
Conforme MARCHESAN (1993), a mandíbula é o único osso móvel
da cabeça e está ligada ao crânio por uma articulação que se movimenta
sinergicamente à articulação têmporo-mandibular.
SAVALLE (1996) narra que, a ATM é uma ligação móvel entre o
osso temporal e a mandíbula e relaciona-se com o ouvido médio, constituída de
corpo mandibular e o ramo da mandíbula.
Assim como para BIANCHINI (1998), o conceito da mandíbula é o
mesmo dos autores anteriores, e compõe-se de: cavidade condilar (osso temporal),
eminência articular do osso temporal, côndilo mandibular, disco articular, cápsula
articular e ligamentos.
Para a autora, a função do disco articular é tornar mais fácil o
contato das superfícies articulares nos movimentos mandibulares e regular seus
movimentos. O disco liga-se à porção posterior da cápsula pela zona bilaminar, que
é inervada e vascularizada; e “prende-se ao côndilo medialmente e lateralmente por
meio de ligamentos”. (p.40)
21
A cápsula articular envolve toda a articulação formada por tecido
conjuntivo (BIANCHINI, 1998).
Acrescenta SAVALLE (1996), que a cápsula articular é responsável
pela produção do fluido sinovial e tem a função de orientar os movimentos
mandibulares.
SANTOS JÚNIOR (1998) cita os três ligamentos mandibulares:
têmporo, estilo e esfenomandibular, que ligam as estruturas da base do crânio à
mandíbula.
BIANCHINI (1998) narra que, os ligamentos têm a função
proprioceptiva, monitorando os movimentos da articulação e são receptores
mecânicos e de dor. Também atuam como limitadores do movimento para evitar a
ultrapassagem de limites.
Já SAVALLE (1996), cita apenas os ligamentos esfenomandibular e
estilomandibular e relata que não existe unanimidade entre os autores quanto à
influência de ambos os ligamentos, sobre os movimentos da mandíbula.
RAMFJORD e ASH (1983) enfatizam que os ligamentos limitam os
movimentos limítrofes da mandíbula.
A ATM é uma articulação sinovial e produz líquido sinovial, que
nutre e lubrifica as estruturas mandibulares. (BIANCHINI,1998)
SAVALLE (1996) consta no seu estudo, que as articulações
sinoviais, são envoltas pela cápsula sinovial, dentro da qual se encontra a
articulação propriamente dita. No espaço articular contém o fluido sinovial (o líquido
sinovial). Na fase de crescimento, o revestimento articular da cabeça da mandíbula
é alimentado pelo tecido esponjoso do processo condilar. Ao término do
crescimento, forma-se uma placa óssea que separa a parte articular da mandíbula
do tecido esponjoso subjacente. Esta separação encerra-se por volta da segunda
22
década de vida. Desde então, os tecidos que participam da articulação recebem sua
alimentação exclusivamente pelo fluido sinovial. A alimentação é fornecida
exclusivamente pelo fluido sinovial tanto do revestimento conjuntivo superficial como
do osso mandibular subjacente.
“As modificações dos movimentos articulares e a solicitação anormal
das superfícies articulares, são capazes de perturbar este processo de difusão,
acarretando alterações degenerativas das estruturas celulares e da substância
matriz intercelular.” (p.17)
Ainda para o autor, função do líquido sinovial é a lubrificação das
superfícies articulares, em dois mecanismos: lubrificação da ATM em repouso e
lubrificação em atividade.
Em repouso:
as propriedades bioquímicas do líquido e das
superfícies articulares, resultam na formação de uma camada deslizante; e em
atividade: quando existe a solicitação funcional da mandíbula o líquido sinovial se
origina no interior da matriz intercelular, e vai até a superfície.
Apenas como citação, SAVALLE (1996), relata sobre os movimentos
mandibulares e dividem-se em: movimentos no espaço, de rotação e de
deslocamento lateral da mandíbula em relação à maxila, movimentos recíprocos de
deslizamento e rotação, que as superfícies articulares executam dentro da
articulação.
4
Os movimentos mandibulares só são possíveis devido aos
músculos. A musculatura envolvida durante o ato mastigatório são músculos
masséter, temporal e pterigóideo interno (elevadores da mandíbula) e músculos
4
Neste estudo não vamos nos deter sobre os movimentos da ATM ler em: SAVALLE, W. P. M.
Anatomia do Aparelho Mastigatório. In: STEENKS, M.H. & WIJER, A. de. Disfunção da ATM do ponto
a
de vista da Fisioterapia e da Odontologia: Diagnóstico e Tratamento. 1 . São Paulo, Santos, 1996.
p.21 a 23
23
digástrico, milo-hióideo e gênio-hióideo (abaixadores da mandíbula), assim como, o
pterigóideo externo faz parte da musculatura mastigatória (SAVALLE, 1996).
2.7.2.
ARTRITE
REUMATÓIDE
E
ARTICULAÇÃO
TÊMPORO-
MANDIBULAR
Nesta parte, vamos descrever sobre a ação da AR na ATM
especificamente, que é o assunto deste estudo.
AGNELLO (1981) cita que as ATMs, articulações crico-aritenóides,
esterno claviculares e entre os ossículos do ouvido, não escapam da ação da
enfermidade.
O mesmo autor deixa claro que, há distinção entre os aspectos da
artrite têmporo-mandibular no adulto e na criança. No adulto acontece a cronificação
da artrite e pode determinar a anquilose 5 ; já nas crianças as conseqüências são
outras. Vários casos estudados em adultos, observou-se anquilose bilateral e
tiveram correção cirúrgica, e apesar de, inúmeras alterações funcionais e estruturais
da mandíbula, em crianças não foram observadas anquilose.
Ainda refere que, nos estudos cefalométricos feitos por estudiosos,
concluiu-se que, a artrite têmporo-mandibular é fundamental para o retardamento do
crescimento e quando há inflamação no centro do crescimento condilar, este, é
responsável por todo seu desenvolvimento. A hipoplasia mandibular é um dos
achados mais importantes do que as alterações funcionais.
5
Anquilose: forma defeituosa de ancilose, que é a diminuição dos movimentos articulares provocada
por afecções nas articulações, por inatividade prolongada ou lesões traumáticas.
24
Já em outros estudos, as radiografias mostram redução de altura e
largura do ramo, depressão do ângulo antegonal e preservação do corpo em
pacientes com micrognatia (AGNELLO, 1981).
Estas alterações, ocorrem devido a aceleração do crescimento e do
fechamento precoce do centro de crescimento mandibular, que está localizado no
côndilo. Por causa da sinovite 6 localizada no côndilo, é que acontecem tais
alterações.
Também as radiografias laterais revelam que, à micrognatia pode vir
associada com a invasão de partes moles do assoalho da boca no espaço
orofaríngeo, que resulta do desenvolvimento diferenciado de partes moles e
estrutura óssea.
Para ZEGARELLI et al.(1981), a osteoartrite é a forma mais comum
da artrite na articulação têmporo-mandibular.
SANTOS JÚNIOR (1987) e MEDEIROS (1991) acrescentam que
esta alteração na ATM é um fator sistêmico e normalmente bilateral.
Quanto aos sintomas mais freqüentes, SANTOS JÚNIOR(1987),
relata que há limitação acentuada de movimentação mandibular devido à “formação
de um pânus celular proveniente da camada sinovial”. O pânus inflamatório é a
liberação de “enzimas que produzem erosão das superfícies articulares,
especialmente ao redor da cabeça dos côndilos, constituído, pois, de um elemento
de diagnóstico diferencial detectável por meio de radiografias especializadas”.(p. 126
e 127)
O indivíduo ainda, pode apresentar mordida aberta anterior. O
problema agrava-se com a progressiva erosão da superfície dos côndilos, com
intrusão ou retrusão dos côndilos nas respectivas cavidades articulares.
6
Sinovite: inflamação aguda ou crônica de uma sinovial; sinônimo de artrite
25
MEDEIROS (1990) cita quase os mesmos sintomas, exceto a
edemaciação da ATM, que provocará os outros sintomas e além da mordida aberta,
a má oclusão de classe II, divisão I (segundo Angle).
Ainda relata BELL (1990), que a irritação da pressão oclusal pode
aumentar o desconforto; mas que, a pressão de apertamento dental alivia a dor
temporariamente.
Assim como os autores anteriores, BELL (1990) relata que a dor
pode aumentar com a mastigação de alimentos, pois a articulação está inflamada e
os movimentos de fricção e pressionamento irritam a superfície. Quando a AR está
avançada,
pode
ocorrer
reabsorção
óssea,
e
estas
modificações,
não
necessariamente, se relacionam com formas sintomáticas clínicas e são
identificadas como anquilose fibrosa.
Com relação aos sintomas, ainda pode causar edema, dor e
imobilização da articulação, e quanto à severidade destes, dependerá da
localização, grau e extensão da reação inflamatória (BELL, 1990).
Também RAMFJORD e ASH (1983), descrevem sobre a mordida
aberta e acrescentam que o indivíduo pode ter desvio mandibular acentuado.
Mais detalhadamente, ZEGARELLI et al. (1981), explicam que o
processo inflamatório da AR nas estruturas articulares, inicia-se pela membrana
sinovial e prolonga-se até às superfícies articulares. “A membrana sinovial inflamada
cresce sobre as superfícies articulares, sob a forma de cobertura vascular espessa,
destruindo-as e substituindo-as. Por fim, o disco articular também é destruído. As
aderências entre as camadas da cobertura produzem imobilização da articulação.
Finalmente, pode ocorrer anquilose fibrose ou óssea”.(p.161)
Já no adolescente, ocorre a destruição do côndilo e resulta a parada
do crescimento da mandíbula com deformidade facial, acarretando atresia
26
mandibular. Os sintomas são os mesmos: dor, tumefação dos tecidos periarticulares,
limitação do movimento; e a dor pode refletir no ouvido, cita o mesmo autor.
Geralmente, o exame radiográfico na fase inicial, não revela
anormalidade. Com a progressão da doença pode-se observar a destruição da
superfície articular (ZEGARELLI et al., 1881).
Na artrite reumatóide juvenil, RACHID (1977) revela que, pode
participar em até 20% dos casos e causa bloqueio da articulação e dor ao mastigar,
e que ocorrendo antes dos 7 anos, poderá alterar o desenvolvimento e crescimento
normal dos côndilos; o que acarretará a falta do crescimento da mandíbula e
também, a hipoplasia da mandíbula pode estar presente ao processo inflamatório da
ATM.
Com relação aos sinais e sintomas da ATM, KOSMINSKY (1998),
explica que, nem todos estão presentes nos indivíduos com a doença,
manifestando-se diferencialmente em cada caso. A dor presente nos músculos da
mastigação, acontece para proteger a articulação, quando estes estão trabalhando
de maneira errada. Quanto à dor na cabeça, é porque alguns músculos que
trabalham juntos com a articulação, ficam nas têmporas, atrás dos olhos.
Já os estalos, na ATM, é um dos sinais mais freqüentes. Geralmente
ocorrem, pois o posicionamento da cartilagem está errada e, esta, se desloca para
cima do côndilo abruptamente, quando o paciente abre a boca, podendo ou não ser
acompanhado de dor.
O mesmo autor cita alguns fatores que levam à redução de abertura
da mandíbula, e são eles: a cartilagem está fora de posição, impedindo o
deslocamento da mandíbula, os músculos não estão trabalhando corretamente, os
ossos da articulação podem estar colados tornando impossível a movimentação.
27
O desvio mandibular, tem os mesmos problemas que causam a
redução da abertura da boca, acarretando desvios para qualquer um dos lados,
quando há a abertura da boca. Na maioria das vezes, a mandíbula é levada primeiro
para um lado, e depois para o outro. (KOSMINSKY, 1998)
28
2.8. TRATAMENTO
O diagnóstico da AR deve ser o mais precoce possível pois o
tratamento se torna muito mais eficaz. Adiante, vamos relatar sobre os tratamentos:
médico, fisioterápico e fonoaudiológico.
2.8.1. TRATAMENTO MÉDICO
Com relação ao tratamento da AR, o objetivo principal observado
nos livros pesquisados, é eliminar o máximo possível o processo inflamatório das
articulações, conservando o movimento articular e muscular, já que os músculos
fornecem a força e mobilidade da articulação, evitando a rigidez e a deformidade.
Para AGNELLO (1981), o tratamento na AR apresenta várias
dificuldades, pois é uma afecção com aspectos evolutivos peculiares, e também, por
não saber qual é o agente etiológico.
O mesmo autor, cita algumas orientações terapêuticas gerais como:
combater a inflamação e a dor das estruturas articulares e tendinosas; prolongar
períodos de remissão; abreviar surtos de agudização; lutar contra ou minimizar o
aparecimento de manifestações viscerais ou sistêmicas; prevenir deformidades
articulares e tendinosas ou impedir que se produzam de modo pouco funcional;
corrigir as deformidades e observar o paciente quanto às complicações renais,
vasculares, neurológicas, infecciosas e outras.
Conforme CHAHADE et al. (1981), o papel do médico, é evitar que
ocorram deformidades, sendo necessário, o auxílio de uma equipe médica
(reumatologista, ortopedista, fisiatra e, algumas vezes, psiquiatra) e paramédica
(fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, enfermeiro especializado e
29
assistente social). O objetivo proposto é o alívio da dor articular, profilaxia e
tratamento da deformidade. O primeiro passo para interromper e combater as
deformidades é aliviar a dor com analgésicos e antiinflamatórios.
EHRLICH (1975) narra que a AR é uma inflamação que causa
sintomas e quando a articulação envolvida está inflamada, apresenta lesão tecidual
interferindo no mecanismo de função; apresentando o aumento da pressão e forma
deformidades, por isso que os pacientes mantém flexionadas as articulações
envolvidas.
Para o autor anterior, devido à dor, o paciente restringe-se ao
movimento articular e fica imobilizado a essa restrição, levando a debilidade
muscular e, por fim, a deformidade. Quando existir eficácia no tratamento, há
redução da inflamação e acontece melhora da mobilidade articular. Por isso, o
objetivo principal do tratamento, é voltar o movimento da articulação e preservá-lo o
maior tempo possível.
Inicialmente, é usado ácido acetil salicílico (AAS) para AR e as
doenças relacionadas, pois é analgésico, antipirético, e antiinflamatório. Acredita-se
que haja o limite da vasodilatação e permeabilidade no edema; ajudando a inibir o
processo inflamatório. Outras fórmulas medicamentosas também são usadas como:
a fenilbutazona, a indometacina e seus similares podem associar com efeitos
colaterais: como cefaléia e tontura (ERHLICH, 1975).
Para o alívio dos sintomas artríticos, o médico pode oferecer aos
pacientes o
uso de corticosteróides. O uso de sais de ouro, antimaláricos e
imunossupressores servem para impedir a progressão da doença.
RACHID (1977) relata que não há esquema terapêutico, pois a
doença reumatóide pode ter evolução em anos ou surtos de agudização com
intervalos livres.
30
O autor esquematiza o emprego medicamentoso para artrite
reumatóide juvenil, que é como na AR. Iniciando por analgésico como: aspirina, após
com imunossupressores, sais de ouro, antimaláricos para conseguir a cura ou
diminuição da doença, e se necessário faz-se sinovectomias 7, reparação cirúrgica
para deformidade articular ou tendinosa. Deve-se ter acompanhamento físico para
manter e melhorar a performance dos músculos e articulações.
Orienta-se para ter uma boa alimentação, não fazer repousos
excessivos para não atrofiar os músculos. Com exceção da fase ativa, o paciente
deve exercitar-se.
Já AGNELLO (1981),
relata dificuldades quanto ao
tratamento,
devido a não descoberta da causa e complementa que, enquanto os analgésicos e
antiinflamatórios minimizam a dor imediatamente, os sais de ouro e antimaláricos,
atuam, a médio e longo prazo.
Quanto ao prognóstico, o mesmo, relata ser restrito, e na criança, é
melhor do que no adulto.
SANTOS JÚNIOR (1987) julga que o quadro clínico é mais
competência do médico do que do odontólogo. Quando se trata de uma disfunção
do
caráter
mastigatório,
descreve
que
deverá
existir
outras
consultas
interprofissionais, com especialistas de outras áreas médicas.
2.8.2. MITOS SOBRE O TRATAMENTO DA ARTRITE
Conforme KLIPPEL et al. (1998), algumas pessoas com artrite
relatam terem sido curadas com tratamentos à base de ervas, óleos, produtos
químicos, dietas especiais, radiação e outros produtos. Entretanto, para os médicos
7
Sinovectomias:processo cirúrgico que tenta retirar toda sinovial reumatóide de uma dada articulação
31
e pesquisadores não há evidência científica para tais tratamentos, podendo sim,
causar alguns problemas com o aparecimento de efeitos colaterais. Reafirmam que
os sintomas da AR e outras são controladas com repouso, exercícios e
medicamentos, não havendo cura.
2.8.3. TRATAMENTO FISIOTERÁPICO
De maneira geral, o tratamento fisioterápico, que não vem ao caso
neste trabalho, vai ser exposto de modo simplificado.
CHAHADE et al. (1981) visam dois objetivos básicos quanto aos
exercícios: manter um tônus muscular mínimo e preservar a amplitude do movimento
articular.
Os períodos de repouso, podem e devem ser indicados, de forma
intermitentes e diariamente, pois evitam a sobrecarga das articulações acometidas.
Recomenda-se que o paciente não fique em pé por longo tempo ou realize marchas
prolongadas. Porém, é muito importante lembrar que o repouso excessivo, pode
favorecer a instalação de uma anquilose (CHAHADE et al., 1981).
Quanto a imobilização, os mesmos autores, relatam que é válido
para controlar a tendência à deformidade. Normalmente, esta é feita à noite,
enquanto que durante o dia a artrite reumatóide é exercitada. Tem a função de
prevenir a hipotrofia muscular e garantir a manutenção da amplitude do movimento
articular. Para as imobilizações periódicas ou intermitentes são utilizadas as férulas 8.
Também têm a denominação inglesa de “splints” feitas de vários materiais: gesso,
plástico ou duralumínio, sendo que o próprio paciente pode colocá-las e retirá-las.
8
Férulas: órteses destinadas a manter as articulações em suas posições funcionais
32
Há posições funcionais para cada tipo de articulação, as quais não há necessidade
de citação.
SKINNER e THOMSON (1985) complementam os objetivos do
tratamento:
Ø nas articulações afetadas:
•
alívio da dor e espasmo muscular;
•
manutenção ou restauração da força muscular em torno das articulações
dolorosas;
•
redução da deformidade;
•
aumento da amplitude de movimentação;
Ø nas articulações afetadas:
•
manutenção e amplitude de movimentação;
•
força muscular;
Ø
restauração da confiança;
Ø
reeducação da função.
As técnicas utilizadas pelos autores são basicamente as mesmas
dos anteriores. Acrescentam, narrando que o número de exercícios e repetições
devem ser graduados de acordo com a capacidade de cada um.
Quanto a hidroterapia, deve-se seguir desse modo: relaxamento,
mobilização, fortalecimento dos músculos em torno da articulação dolorosa e indolor,
marcha e natação (SKINNER e THOMSON, 1985).
Os objetivos básicos para o tratamento fisioterápico com o paciente
com artrite reumatóide juvenil são: reduzir a dor e obter reeducação funcional
(RACHID, 1977).
Para o autor, a criança deve ser estimulada a se tornar ativa, o
quanto possível e não fazer repousos em demasia. Pode haver mobilização das
33
articulações em posição ortopédica para suprir a dor. Às vezes, há a necessidade de
goteiras de gesso para correção de uma postura viciosa adquirida. A aplicação de
calor também é outra alternativa, podendo utilizar o calor: úmido, seco ou “forno de
Bier”.
Na reeducação funcional, RACHID (1977), cita que o fisioterapeuta
deverá lutar contra a atrofia muscular através de massagens, natação (hidroterapia),
movimentação passiva, banhos quentes prolongados, programação de exercícios
especializados, etc.
CUNHA (1994) descreve que o tratamento fisioterápico na ARJ, tem
como
base a utilização de calor profundo e superficial, crioterapia, tração e
manipulação como meios de alívio da dor. A cinesioterapia e hidroterapia são
usados para a manutenção da força muscular e amplitude articular.
A autora relata que para prevenir os vícios posturais, na fase aguda,
que limitam o movimento articular, deve-se posicionar corretamente.
Através de alguns dos métodos terapêuticos, que já foi citado, o
fisioterapeuta, na fase aguda da doença, não está indicado a usar calor profundo,
manipulação e tração, pois provocará o aumento da circulação local e/ou o aumento
das tensões mecânicas musculares, podendo levar à hemorragia intra-articular ou
ruptura de estruturas articulares.
Na cinesioterapia, os exercícios usados, são indicados nas diversas
fases da doença, proporcionam o aumento ou preservação da força e resistência
muscular, também aquisição ou manutenção da amplitude articular compatíveis com
a normalidade funcional (CUNHA, 1994).
BASMAJIAN (1987) propõe que no estágio agudo, o objetivo é o
alívio dos sintomas e melhoria do estado geral do paciente, e que, o repouso neste
estágio, é mais importante combinado com exercícios leves (relaxamento), postura
34
geral; porém, observa-se que, se o repouso for por um tempo maior do que devido,
pode haver deformações. Neste mesmo estágio as articulações são melhor
protegidas com talas.
Ainda relata que no estágio sub agudo os objetivos são: manutenção
do estado geral, prevenção das futuras exacerbações e começo da correção das
deformidades.
Já no estágio crônico, o paciente pode entrar num “círculo vicioso”
de dor articular, espasmo muscular e imobilidade em posição de flexão, e objetivase: aumento da mobilidade das articulações, exercício para aliviar o espasmo
muscular e dor.
Para os fisioterapeutas que se interessarem pelos exercícios,
BASMAJIAN (1987), demonstra com figuras explicativas estes exercícios.
2.8.4. TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO
O tratamento fonoaudiológico não consta em literatura, mas se for
trabalhado, deve ser em conjunto com o médico reumatologista, fisioterapeuta,
ortodontista e/ou ortopedista funcional dos maxilares.
Particularmente, o fonoaudiólogo que trata com pacientes portadores
de alguma alteração da ATM, não se deve preocupar somente com a articulação,
mas sim com todo o sistema estomatognático. Qualquer alteração em algum dos
órgãos fonoarticulatórios pode levar a um comprometimento das funções do sistema
estomatognático, que , por sua vez, determinam o equilíbrio ou não do mesmo.
O fonoaudiólogo só poderá trabalhar a articulação afetada, sob
orientação médica especializada, e o
tratamento deverá ser de acordo com o
estágio patológico da doença. Os exercícios poderão ser programados em séries
35
pequenas, como em qualquer outro caso, e de acordo com o comprometimento. O
programa, ritmo, intensidade e periodicidade dos exercícios, dependerá do laudo e
indicações médicas. Pode-se constatar, que os exercícios fonoaudiológicos são
realizados a fim de preservar a função da articulação prejudicada, no caso da ATM,
onde o paciente sente dores e dificuldade para se alimentar.
Propomos um trabalho fonoaudiológico: relaxamento da musculatura
cervical, exercícios isométricos e isotônicos. Com os isométricos trabalhamos força
muscular, pois músculos fortes ajudam a proteger a ATM; dessa maneira podemos
trabalhar com a função mastigatória propriamente dita, com alimentos macios e
consistentes, por exemplo. Já com os isotônicos aumentamos a flexibilidade,
aliviando a rigidez aplicando exercícios de abertura e fechamento, lateralização e
protrusão da mandíbula.
Esta proposta de trabalho foi realizada com um paciente, que obteve
melhora significativa de abertura, lateralização e protrusão da mandíbula.
Apresentou bons resultados na mastigação, alimentando-se de alimentos mais
sólidos e consistentes. Este paciente havia mudado a dieta alimentar, pois as dores
que sentia o incomodava na hora da alimentação. Devido a não autorização da
família, não podemos relatar o caso com mais detalhes.
Nos achados bibliográficos, RAMFJORD e ASH (1983), referem que
a AR pode desenvolver uma artrite traumática da ATM e não se relacionar com as
doenças sistêmicas, e que, correspondem muito bem à terapêutica funcional, porque
esta, faz com que haja diminuição da tensão muscular mandibular e a exigência
sobre a articulação envolvida.
Ainda menciona que como a AR pode afetar a ATM sendo
necessário que se faça uma terapia funcional ou oclusal.
36
Para RAMFJORD e ASH (1983), a artrite reumatóide por ser uma
doença sistêmica, não se pode esperar que a terapêutica funcional cure o
envolvimento temporomandibular.
Os autores sugerem que apesar do tratamento ser administrado por
um médico, os sinais e sintomas da disfunção podem ser menos sintomático pela
terapêutica do plano de mordida, e capacitar o paciente a comer com este plano em
posição.
BELL (1990) também cita que as artralgias por artrite reumatóide
são tratados essencialmente pelos médicos, mas o tratamento do aparelho
mastigatório seria secundário e suplementar.
Sobre os sintomas orais na AR, AGNELLO (1981), caracteriza
xerostomia (ausência de saliva/secura da boca), sentindo dificuldade na formação do
bolo alimentar pela falta de umidificação, acarretando, assim, problema na
deglutição acompanhado de obstáculo esofagiano (pseudodisfagia) e necessitando
de ingestão de líquido com maior freqüência. A mucosa oral torna-se sensível aos
agentes irritantes como: álcool, pimenta, mostarda, vinagre e outros.
Com relação à dieta, afirmam que não existe nenhuma dieta
específica para o paciente reumático, com exceção do reumatismo metabólico ou
artrite gotosa (CHAHADE et al.1981).
Elaboramos algumas orientações para indivíduos com artrite
reumatóide e disfunção de ATM:
1. Evitar abrir totalmente a boca;
2. Dieta com alimentos macios nos períodos de dor, alimentos mais
consistentes após;
37
3. Não mascar chicletes, demasiadamente pois podem sobrecarregar
os músculos e articulações. O chicletes foi indicado somente na
terapia;
4. Estar sempre atento para não fazer apertamento dental;
5. Mastigar dos dois lados;
6. Não morder objetos como caneta, lápis ou palito de dentes;
7. Não apoiar as mãos no queixo quando sentado;
8. Realizar os exercícios, uma a duas vezes ao dia, não excedendo
pois pode fadigar a musculatura.
38
2.9. FATORES QUE INFLUENCIAM O ÊXITO DO TRATAMENTO
CHAHADE et al.(1981) afirmam que há a necessidade de um plano
de tratamento e, para que, os resultados terapêuticos sejam alcançados, vários
fatores devem ser considerados:
“a) colaboração e motivação do enfermo e de sua família;
b) diagnóstico
correto
da
enfermidade
e
de
seu
estágio
cronopatológico, no sentido de estabelecer um programa com
prognóstico calculado;
c) equipe
de
(reumatologista,
terapeuta
profissionais
ortopedista,
ocupacional,
experientes
fisiatra,
enfermeiro
e
interessados
psiquiatra,
fisioterapeuta,
especializado,
psicólogo,
assistente social, etc.) assim como centros estruturados para tal fim;
d) controle médico da patologia e da extensão das injúrias
articulares;
e) avaliação psicológica do paciente;
f) possibilidade de correção das deformidades através de cirurgia ou
de outros procedimentos;
g) uso correto de adaptações;
h) os recursos vocacionais e sócio-econômicos do paciente e sua
integração com a sociedade.” (p.22)
39
3. ÚLTIMAS PESQUISAS
Nos artigos pesquisados encontramos um artigo (defesa de uma
tese) na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 29/08/97, do autor e Dr.
Samuel Kosminsky sobre:
A ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR NA
ARTRITE REUMATÓIDE. ESTUDO COM ELETROVIBRATOGRAFIA (EVB) e
constatou que das 16 pacientes do sexo feminino com AR, 13 apresentavam
crepitação. Não houve relação entre idade de início, tempo de evolução e número de
articulações comprometidas com o EVB.
KLIPPEL et al. (1998) refere sobre os institutos a seguir: O National
Institute of Arthritis and Musculoeskeletal and Skin Diseases (NIAMS), direciona e
financia pesquisas no campus do National Institute of Health (NIH).
O NIAMS apoia
três centros: Multipurpose Arthritis and Musculoeskeletal Diseases Centers
(MAMDC’s), Specialized Centers of Research (SCOR’s) e Core Centers. Por fim,
estes estão tentando identificar “as causas da artrite reumatóide na esperança de
que o entendimento da causa levará à descoberta de novos tratamentos. Eles estão
examinando o papel que os sistemas endócrino (hormonal), nervoso e imunológico
têm as maneiras pelas quais esses sistemas interagem com fatores ambientais e
genéticos no desenvolvimento da artrite reumatóide. Alguns cientistas estão
tentando examinar se um agente infeccioso desperta a doença. Outros estão
estudando o papel que certas enzimas (proteínas especializadas do corpo que
conduzem reações bioquímicas) têm ao destruírem a cartilagem. E também estão
tentando identificar os fatores genéticos que colocam uma pessoa em risco maior do
que as outras para desenvolver a artrite reumatóide.
Os cientistas estão verificando novas maneiras de tratar a artrite
reumatóide, testando novas drogas e “agentes biológicos” que bloqueiam
40
seletivamente certas atividades do sistema imunológico associadas com a
inflamação. Isto representa uma promissora abordagem ao tratamento.” (15 e 16p.)
41
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ultimamente, nota-se que há um grande aumento de indivíduos com
desordens craniomandibulares e, às vezes, nos deparamos com certas patologias
não muito conhecidas, como é o caso da AR,
e assim as alterações nestas
desordens são funcionais também, surgindo a oportunidade dos fonoaudiólogos
tratarem desse paciente. Por isso que, trabalhamos as alterações relacionadas à
mastigação, deglutição e respiração, favorecendo uma melhor condição vital.
Desse modo, é preciso alertar os profissionais e à população,
visando um adequado desenvolvimento do sistema estomatognático, para que não
continuem sendo fatores que influenciam erradamente a vida alimentar da pessoa.
Conforme os estudos realizados sobre a AR, constatamos que é
uma doença inflamatória, sistêmica e de etiologia desconhecida, afetando várias
articulações do corpo humano. A extensão do envolvimento articular e a inflamação,
podem variar, sendo lento e crônico, destruindo assim a cartilagem, a articulação e
enfraquecendo os músculos. O tratamento, consiste em agentes farmacológicos,
físicos (fisioterapia, terapia ocupacional).
Observamos em alguns livros, que o fisioterapeuta deverá trabalhar
a sintomatologia mastigatória. Para nossa surpresa, encontramos o livro específico
como, o próprio título diz: “Disfunções da Articulação Têmporo-Mandibular do ponto
de vista da fisioterapia e odontologia”. Não é uma crítica e sim um alerta para nós
fonoaudiólogos. Afinal, quem faz terapia mastigatória???
Podemos constatar que é um assunto novo na área fonoaudiológica,
não existindo bibliografia especializada para tal.
42
O que acontece na AR com relação a ATM é a falta de produção do
líquido sinovial, não somente nesta articulação, como nas outras, existindo. E assim
existe a dor, limitação e rigidez ao movimento.
A nossa função como terapeutas é avaliar, diagnosticar e tratar dos
desequilíbrios musculares e funcionais dos pacientes com a AR.
Em suma, esta é uma patologia a ser explorada dentro da área de
pesquisas, a fim de ampliar e aprimorar a terapêutica da Artrite Reumatóide e a
disfunção da Articulação Têmporo-Mandibular.
Após os estudos realizados, percebemos que a função do
fonoaudiólogo não é somente tratar a doença, mas sim, procurar minimizar os
sintomas, proporcionando aos pacientes uma vida melhor, e mais equilibrada.
43
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGNELLO, Vicent . − Doenças Reumáticas e Deficiências do Complemento. In:
VERZTMAN, Luiz & PAOLA, Domingos de. − Colagenoses: Doenças Difusas
do Tecido Conjuntivo. Rio de Janeiro, Epume,1981.p.36-90
ARREBOLA, Andres Peña. − Anatomia, Fisiologia Articular. In: Curso de Reumatologia para clínicos. Vol.2. Distribuído pela Pfizer. Sociedade Brasileira de
Reumatologia. 1986. S/n.o p.
BASMAJIAN, John V.−Terapêutica por exercícios. São Paulo, Manole Ltda, 1987.
757p.
BELL, Welden S. − Dores Orofaciais: Classificação, Diagnóstico e Tratamento.
São Paulo, Quintessence Book, 1990. p.220-45
BIANCHINI, Esther M. G. − Mastigação e ATM. In: MARCHESAN, Irene Queiroz.
Fundamentos em Fonoaudiologia: Aspectos Clínicos da Motricidade Oral. Rio
de Janeiro, Guanabara Koogan, 1998.p.37-49
CASTILHO, Antônio. − Definição, Nomenclatura e Classificação das Doenças Reumáticas. In: Curso de Reumatologia para Clínicos. Vol. 1. Distribuído pela
Pfizer. Sociedade Brasileira de Reumatologia. 1986. S/n.º p.
CHAHADE, Wiliam Habib; FILHO, Achiles Cruz; ARINOVICHE, Roberto & CHALEM.
Fernando − Cuidados Básicos das Deformidades Artríticas. PANLAR – Liga
Panamericana contra Reumatismo. 1981. 22p.
CUNHA, Maristela T. − Artrite Reumatóide Juvenil: Educação e Orientação de
Atividades. In: KUDO, Aide Mitie e cols. Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia
Ocupacional em Pediatria. Vol. XXXII. São Paulo, Sarvier. 1994. p.46-48
44
DÉCOURT,
Luiz
V. − Doença Reumática. Vol.1. São Paulo, Sarvier, 1972
p.98-106
EHRLICH, George. − Temas sobre Artrite: Inflamação e Doenças Reumáticas.
Brasil, Atualização Médica MSD. 1975.15p.
FERNANDES, Vander; NATOUR, Jamil & SATO, Emília. Como diagnosticar e tratar
Artrite Reumatóide. 1998. http: //www.moreirajr.com.br.RBM/espsdez98/esp981/index.htm
HOLLINGSWORTH, William. − Temas sobre Artrite: Complicações Sistêmicas
da Artrite Reumatóide. Brasil, Atualização Médica em MSD, 1973. 21p
KLIPPEL, John H., LAWRENCE, Reva, FESSLER, Barry & MATTESON, Eric. Per-guntas e respostas sobre artrite e doenças reumáticas. 1998. http://www.
geocities. com/TheTropics/6230/faq_artrite.html
KOSMINSKY, Maurício. − Perguntas mais freqüentes. http://www.atm.br/informativo
%20dos%20pacientes.htm. Centro da ATM de Pernambuco, Internet, 1998.
KOSMINSKY, Samuel. A Articulação têmporomandibular na Artrite Reumatóide.
Estudo com Eletrovibratografia. Universidade Federal de Pernambuco. 1997.
http://www.lika. ufpe.br/mmedint/dissert13.htm
MARCHESAN, Irene Q. − Motricidade Oral: Visão clínica do trabalho fonoaudiológico integrado com outras especialidades. São Paulo, PANCAST, 1993.p.23
MEDEIROS, José Suzano. − Oclusão. São Paulo, American Med., 1991.
ROTHENBERG, Robert E. − Medicina e Saúde: Guia Prático. Vol.1. São Paulo,
Abril Cultural, 1981. p.117-27
RACHID, Acir. − Artrite Reumatóide Juvenil. In: RACHID, Acir & VERZTMAN,
Luiz. Reumatologia Pediátrica. Rio de Janeiro, Shering S.A., 1977.p.43-95
RAMFJORD, Sigurd & ASH, Major M. − Oclusão. 3.ed.Rio de Janeiro, Guanabara
45
S.A., 1983.p.6-11/260-63/ 409-10
SANTOS JR., José dos. − Oclusão: Tratamento e Sintomatologia Craniomandibu- lar. São Paulo, PANCAST, 1987. p.126-27
___________________ − Oclusão: Tratamento e Sintomatologia Craniomandibu- lar. São Paulo, PANCAST, 1987. p.10-9
SAVALLE, W. P. M. − Anatomia do Aparelho Mastigatório. In: STEENKS, M. H. &
WIJER, A. Disfunção da ATM do ponto de vista da Fisioterapia e da Odontologia: Diagnóstico e Tratamento. 1.ed. São Paulo, Santos, 1996.
p.11-33
SKINNER, Alison T. & THOMSON, Ann M. − Duffield: Exercícios na água.3.ed.
São Paulo, Manole Ltda, 1985.
SOUZA, José W. Magalhães. − Artrite Reumatóide. Rio de Janeiro
http: //www.geocities.com/HotSprings/1613. Clínica Médica e Perícia. Rio de
Janeiro. 1998.
ZEGARELLI, Edward V.; KUTSCHER, Austin H. & HYMAN, George A. − Diagnóstico
das Doenças da Boca e dos Maxilares. 2. ed. Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan, 1991. p.161
46
Download