christian prudêncio da silva perfil dos pacientes amputados de

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CHRISTIAN PRUDÊNCIO DA SILVA
PERFIL DOS PACIENTES AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR
INTERNADOS NO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO –
TUBARÃO/SC.
Tubarão, 2006
CHRISTIAN PRUDÊNCIO DA SILVA
PERFIL DOS PACIENTES AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR
INTERNADOS NO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO –
TUBARÃO/SC.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Fisioterapia, como
requisito à obtenção do grau de Bacharel em
Fisioterapia.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Orientador Prof°. Alexandre Figueredo Zabott
Tubarão, 2006
CHRISTIAN PRUDÊNCIO DA SILVA
PERFIL PACIENTES AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR INTERNADOS
NO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – TUBARÃO/SC.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Fisioterapia, como
requisito à obtenção do grau de Bacharel em
Fisioterapia.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tubarão, 12 de junho de 2006.
_______________________________________
Prof° Esp. AlexandreFigueredo Zabott
Universidade do Sul de Santa Catarina
_______________________________________
Profº Esp. Ralph Fernando Rosas
Universidade do Sul de Santa Catarina
_________________________________________
Prof Esp Aderbal Silva Aguiar
Universidade do Sul de Santa Catarina
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais Vamilson
Prudêncio d a Silva e Honorata Sonia
da Silva e familiares por toda
dedicação e apoio, meu irmão
Vamilson Prudêncio da Silva Junior,
amigos e colegas de classe, a todos que
pelo meu caminho cruzaram, aos
professores e amigos André Correa de
Araújo, Ralph Fernando Rosas e
Alexandre Figueredo Zabot, em
especial a minha amada Cleide a quem
dedico todas minhas conquistas, Te
Amo Anjo, sempre...
Que o Grande Arquiteto do Universo
os proteja sempre, de todo meu
coração.
Obrigado
“Primeiro aprenda a ser um artesão.
Isso não impedirá você de ser um
gênio,
O gênio é composto por 2% de talento
e de 98% de perseverante aplicação”
Aprendi que... nenhuma grande vitória
é possível sem que tenha sido
precedida de pequenas vitórias sobre
nós mesmos...
Christian Prudêncio da Silva
Resumo
O objetivo do presente estudo foi de identificar o perfil dos pacientes amputados de
membro inferior internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição – Tubarão/SC. Teve
como critérios de inclusão pacientes amputados no período de janeiro de 2001 a dezembro
de 2004. A amostra foi composta por 238 pacientes que se encaixaram nesses critérios. A
coleta de dados foi realizada no setor de prontuários e arquivos do hospital (SAME). O
resultado mostrou que a amputação mais freqüente foi de coxa apresentando 77% do total,
assim como a Patologia Vascular Periférica foi a maior causa de amputação apresentando
191 casos de amputação, com idade média geral de 67,74 anos. O período médio de internação
foi de 11, 34 dias, sendo que o sexo masculino ficou um período médio maior que o sexo
feminino apresentando uma média geral de 12 dias. Pacientes diabéticos apresentaram
maior índice de amputação, dos 147 pacientes diabéticos que foram amputados 36 foram
reamputados e dos 91 pacientes que não apresentaram diabetes melittus 14 foram
reamputados. Observando esses resultados a presença do fisioterapeuta se faz importante
para o atendimento desses casos, visando uma melhor qualidade do atendimento, conforto e
confiança do paciente nos períodos pré e pós-cirurgia.
Palavras-chave: amputação/ diabetes/ fisioterapia
Abstract
The objective of the present study was of identifying the amputated patients' of inferior
member profile interned at Our Hospital Senhora of Conceição - Tubarão/SC. he/she Had
as patient inclusion criteria amputated in the period of January from 2001 to December of
2004. The sample was composed by 238 patient that were inserted in those criteria. The
collection of data was accomplished in the section of handbooks and files of the hospital
(SAME). THE result showed that the most frequent amputation was of thigh presenting
77% of the total, as well as the Outlying Vascular Pathology it was the largest amputation
cause presenting 191 cases of amputation, with general medium age 67,74 years old. The
medium period of internment was of 11, 34 days, and the masculine sex was a larger
medium period than the feminine sex presenting a general average of 12 days. Diabetic
patients presented larger amputation index, of the 147 diabetic patients that 36 were
amputated they were amputated again and of the 91 patients that didn't present diabetes
melittus 14 they were amputated again. Observing those results the physiotherapist's
presence is made important for the attendance of those cases, seeking a better quality of the
attendance, comfort and the patient's trust before in the periods and after of the surgery.
Word-key: amputation / diabetes / physiotherapy
SUMARIO
Resumo
Abstract
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10
2 AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR................................................................. 14
2.1 Histórico ........................................................................................................................ 14
2.2 Considerações gerais ..................................................................................................... 15
2.3 Causas de amputações ....................................................................................................15
2.4 Níveis de Amputação .................................................................................................... 16
2.4.1 Os níveis de amputação ........................................................................... 17
2.4.1.1 Amputação Transfemural ............................................... 17
2.4.1.2 Amputação Transtibial .................................................... 17
2.4.1.3 Amputação pé .................................................................. 17
2.5 Protetização ................................................................................................................... 18
2.6 Fisioterapia em Amputados ........................................................................................... 19
2.6.1 Reabilitação pré- amputação ................................................................... 19
2.6.2 Reabilitação pós- amputação ................................................................... 19
2.6.3 Reabilitação pré- protetização ................................................................. 19
2.6.4 Reabilitação pós- protetização ................................................................ 20
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................. 21
3.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................................ 21
3.2 Caracterização da população/amostra ........................................................................... 21
3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados ................................................................... 22
3.4 Procedimento utilizado na coleta de dados ................................................................... 22
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................ 23
4.1 Distribuição da amostra quanto ao nível de amputação ................................................ 23
4.2 Distribuição da amostra quanto ao nível de amputação e por causa ............................. 25
4.3 Distribuição da amostra quanto ao nível de amputação e por causa em % ................... 27
4.4 Distribuição da amostra quanto à média de idade por nível de amputação e por causa e
período médio de internação em dias .................................................................................. 27
4.5 Distribuição da amostra quanto à média de idade do paciente ..................................... 29
4.6 Distribuição da amostra quanto ao período médio por sexo e nível de amputação ...... 31
4.7 Distribuição da amostra quanto ao número de casos de amputação por ano e por nível
de amputação ....................................................................................................................... 32
4.8 Distribuição da amostra quanto ao número de casos de amputação por ano ................ 34
4.9 Distribuição da amostra quanto ao total de permanência em dias ............................... 35
4.10 Distribuição da amostra quanto a casos de amputação e reamputação em paciente
diabéticos ............................................................................................................................. 37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 40
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 42
1 INTRODUÇÃO
A Fisioterapia é uma ciência que se dedica ao estudo do movimento humano em
todas as suas formas e potencialidades. O fisioterapeuta, utilizando exercícios e recursos
terapêuticos, é reconhecidamente um profissional indispensável nos processos de
restabelecimento da saúde, habilitação ou reabilitação do indivíduo quanto as suas funções
corporais.
A fisioterapia atua em instituições de prestação de cuidados de saúde, públicas e
privadas tais como hospitais, clínicas privadas, centros de saúde, centros de reabilitação.
A fisioterapia traumatologia é um dos campos de maior destaque dentro da
fisioterapia, sendo de fundamental importância na plena reabilitação do paciente.
O fisioterapeuta atua na identificação, prevenção, recuperação, reeducação,
habilitação e reabilitação de incapacidades originadas por disfunções físicas, do âmbito
funcional músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório, neurológico, entre outros, com
o objetivo de desenvolver a máxima funcionalidade e qualidade de vida aos pacientes
submetidos à internação em uma unidade hospitalar.
“A perda de um membro ou parte dele representa uma mudança profunda da
integridade física do ser humano. O seu estado físico e psicológico influenciam todas as
medidas a serem tomadas, desde o preparo pré-operatório até a reabilitação (NÄDER,
1993)”.
“Amputação significa retirada total ou parcial de um membro” (CARVALHO,
1999, p.9). Traz o sentido de incapacidade e dependência para o amputado.
O paciente, submetido a esse tipo de cirurgia, esta no hospital sentindo-se um
homem normal, e ao ser amputado, tornava-se mutilado, pois teve sua imagem corporal,
sua estética alteradas, tornando-se desse momento em diante um ser inválido dentro de suas
concepções. Para esses pacientes, a amputação acabava destruindo todas as perspectivas
futuras, se tornado incapacitado pelo resto de sua vida. Contudo, a amputação deve ser vista
com bons olhos, pois pode ser o início de uma nova fase, sem patologias ou deformidades
mais sérias, o que poderia sim, incapacitar o individuo.
O importante é informar o paciente que sua amputação, pode proporcionar uma
melhor qualidade de vida, sem dor e sem sofrimento, o que antes estava presente.
Este estudo se trata de uma pesquisa descritiva que tem como objetivo geral
identificar o perfil epidemiológico dos pacientes classificados como amputados de membro
inferior internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição (Tubarão - Santa Catarina).
Os objetivos específicos são: identificar a distribuição da amostra quanto ao
nível de amputação, verificar a distribuição da amostra quanto ao nível de amputação e
causa, averiguar a distribuição da amostra quanto ao nível de amputação e causa em
porcentagem, descrever a distribuição da amostra quanto à média de idade por nível de
amputação, causa e período médio de internação, identificar a distribuição da amostra
quanto à média de idade do paciente, verificar a amostra quanto ao período médio por sexo
e nível de amputação, distribuição da amostra quanto ao número de casos de amputação por
ano e por nível de amputação, distribuição da amostra quanto ao número de casos de
amputação por ano, distribuição da amostra quanto ao total de permanência em dias,
distribuição da amostra quanto a casos de amputação e reamputação em pacientes
diabéticos.
2 AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR
2.1 Histórico
As próteses de membro inferior e superior existem desde a antiguidade,
possivelmente desde a pré- história. Da época do renascimento já há
exemplos de próteses sofisticadas, especialmente do ponto de vista
estético. A funcionalidade das próteses anteriores ao século XX sempre
foi bastante limitada pela falta da material específico, conhecimentos de
fisioterapia indispensáveis a uma boa protetização e, principalmente, pelo
estágio ainda rudimentar da medicina, como o desconhecimento da
assepsia e antibióticos, provocando a morte da maior parte dos
candidatos à amputação (CARVALHO, 1999).
Durante a 1° e a 2° Guerra Mundial, o número de amputações e conseqüentes
protetizações cresceu tremendamente, incentivando e expandindo o aprimoramento desta
área até os dias atuais.
Hoje os principais motivos de amputações são câncer, doenças vasculares e
acidentes de trânsito e de trabalho.
Independente da causa da amputação, o objetivo é reabilitar o paciente para uma
vida normal e integrá-lo à sociedade. O surgimento de componentes pré-fabricados de boa
qualidade facilitou muito o trabalho protético, que pode fazer uma adaptação
individualizada, de acordo com as características e necessidades de cada amputado.
2.2 Considerações gerais
Segundo Carvalho (1999, p.9), “para os pacientes o termo amputação está
relacionado com terror, derrota e mutilação, trazendo de forma implícita, uma analogia com
a incapacidade e a dependência”. Na verdade, o importante é informar aos pacientes que as
amputações, muitas vezes, propiciam uma qualidade de vida relativamente melhor, sem dor
e sem o sofrimento antes presente.
Segundo Bocolini (2000, p.78) “atualmente, experientes cirurgiões ortopédicos
e vasculares dedicam-se às amputações para eliminar tecidos moles e ossos
irremediavelmente lesados e, em um segundo momento, reconstruir as partes ósseas,
musculares e cutâneas, de modo que proporcionem ao coto adequada capacidade de
sustentação e mobilidade”.
Um bom coto dependerá de alguns fatores, tais como: mioplastia entre os
músculos agonistas e antagonistas; miodese com reinserção muscular para aumentar o
controle do membro residual; neurectomia com tração discreta; bom tratamento ao tecido
ósseo sem arestas ou saliências; suturas sem tensões exageradas; suturas realizadas em
planos e o posicionamento correto do coto após a amputação.
2.3 Causas de amputações
Nas amputações de membros inferiores, podemos encontrar etiologias
relacionadas a: processos vasculares, infecciosos, traumáticos, tumorais e congênitos.
As amputações de membros inferiores, causadas por doenças vasculares
periféricas atingem principalmente pacientes com uma faixa etária mais avançada, os quais
estão mais suscetíveis a doenças degenerativas como a arteriosclerose.
Dentre as patologias vasculares podemos citar: doenças arteriais, venosas ou
linfáticas (arteriosclerose obliterante, tromboangeíte obliterante e neuropatia diabética).
As amputações traumáticas atingem adolescentes e adultos jovens, pois estes
estão mais expostos a acidentes de trabalho, acidentes por meio de transporte, batalhas e
minas perdidas. Com o advento de técnicas cirúrgicas e o uso de fixadores externos o índice
de amputações por traumatismo tem diminuído consideravelmente.
As amputações tumorais são mais freqüentes em crianças e adolescentes,
quando é feito o diagnóstico precoce à radioterapia, a quimioterapia, utilização de
endopróteses, enxertos e cirurgias conservadoras livram o paciente da amputação. Quando
ocorre a amputação o fator psicológico é importante pois as crianças não são maduras o
suficiente para entender a perda de um membro. Este tipo de amputação vem sendo menos
freqüentes em virtude dos avanços clínicos e tecnológicos da área da saúde.
Amputações infecciosas estão sendo menos freqüentes devido aos avanços
laboratoriais e a medicamentos mais específicos, quando estas acontecem estão
intimamente ligadas a processos traumáticos e vasculares.Os pacientes portadores de
anomalias congênitas que apresentam deformidades importantes, as quais podem
impossibilitar a protetização ou dificultar a função do membro residual, geralmente são
encaminhadas para procedimentos cirúrgicos, estando, entre eles, a amputação. Indica-se a
amputação nos primeiros anos de vida, pois há uma reabilitação precoce e maior aceitação
por parte do paciente.
2.4 Níveis de Amputação
“O coto é o membro residual de uma amputação, responsável pelo controle da
prótese durante o ortostatismo e a deambulação” (CARVALHO, 1999, p.13). As
características de um bom coto são: nível de amputação adequado com bom coxim adiposo
e bom comprimento de braço de alavanca, sem presença de deformidades nas articulações
proximais, mioplastia ou miodese, bom estado de pele sem úlceras e enxertos cutâneos, boa
sensibilidade, ausência de neuromas e espículas ósseas, boa circulação arterial e venosa,
ausência de edema e cicatriz sem aderência, retrações ou deiscência.
2.4.1 Os níveis de amputação
O membro residual de amputação é denominado coto. O coto de amputação,
agora considerado como um novo membro, é responsável pelo controle da prótese durante
o ortostatismo e a deambulação.
2.4.1.1 Amputação Transfemural
Refere-se a toda amputação realizada entre a desarticulação de joelho e a do
quadril. Podemos dividi-la em três níveis, amputação transfemural e terço proximal, médio
e distal ( CARVALHO, 1999, P. 27).
2.4.1.2 Amputação Transtibial
Dividida em três níveis (proximal/ médio/ distal): deve-se considerar a
importância funcional da articulação do joelho na reabilitação e deambulação do paciente
amputado; tendência à deformidade em flexão do joelho, tanto maior, quanto mais proximal
o nível de amputação; o nível médio e o mais indicado, pois apresenta um bom coxim
terminal e bom comprimento do coto.
2.4.1.3 Amputação pé
Podendo ser dividida em sete:
I. Amputação Parcial dos artelhos: excisão de qualquer parte de um ou mais artelhos;
II. Amputação Metatarsofalangiana: desarticulação da articulação metatarsofalangiana;
III. Amputação Transmetartaciana: na sua maioria causada por processos vasculares e
traumáticos. E realizada a secção óssea de forma discretamente obliqua, com o
1°meta= 2°>3°>4°>5°, para um melhor alinhamento metatarsal e também para
evitar áreas de hiperpressão na extremidade da amputação.
IV. Amputação de Lisfrac: desarticulação dos metatarsos com os ossos cubóide e
cuneiforme;
V. Amputação de Chopart: desarticulação realizada entre os ossos navicular e cubóide
com o tálus e o calcâneo, respectivamente;
VI. Amputação de Syme: desarticulação de tornozelo com aderência do coxim do
calcanhar à extremidade da tíbia.
VII. Amputação de Pirigoff: similar a de Syme, realiza-se uma artrodese entre a tíbia e o
calcâneo.
2.5 Protetização
Prótese do grego pro- em lugar de, tithemi- colocar, significa, “para colocar em
lugar de”, é uma peça que pode ser usada em substituição à um órgão interno ou externo do
corpo humano. A prótese de membro inferior existe desde a antiguidade, e com o passar
dos anos elas vem evoluindo, passando por estágios diversos, sempre buscando uma melhor
adaptação e o mais próximo possível do natural, buscando conforto e adequação para cda
paciente em sua particularidade.
Uma boa prótese depende não só da qualidade dos componentes utilizados, mas
também da qualidade do encaixe e do alinhamento.
2.6 Fisioterapia em Amputados
A reabilitação de um paciente amputado só chegará ao fim no momento em que
ele já estiver fazendo uso da prótese, com total controle e independência nos seus afazeres
diários. O processo de reabilitação é indispensável a qualquer amputado e pode ser dividido
em quatro fases: reabilitação pré e pós- amputação, reabilitação pré e pós- protetização.
2.6.1 Reabilitação Pré- amputação
Nem sempre é possível realizar essa fase, em geral, os maiores candidatos a esse
tipo de tratamento são os pacientes que já apresentam uma patologia em evolução e ainda
lutam pela não amputação, onde enfatiza-se um trabalho muscular e cardiorespiratório.
Tem como objetivos, aliviar o quadro de ansiedade e depressão do paciente, conscientizar o
paciente sobre os recursos protéticos, mobilidade no leito, exercícios de fortalecimento,
manter ou aumentar a amplitude de movimento de todos os membros, estabelecer as
reservas cardiorespiratórias, treinar independência nas AVD´s, e treinar transferências,
equilíbrio e marcha.
2.6.2 Reabilitação Pós- amputação
Procura realizar um trabalho parecido ao da fase pré-amputação, com alguns
objetivos extras com: prevenir as contraturas articulares, fortalecer e coordenar o controle
muscular ao nível do coto, fortalecer e mobilizar o membro não afetado, fortalecer e
mobilizar o tronco, controlar edema no coto, estimular independência e deambulação
precoce.
2.6.3 Reabilitação Pré- protetização
Consiste em proporcionar ao paciente amputado habilidades para realizar todas
as atividades possíveis sem o uso da prótese, preparar o coto de amputação para que possa
ser protetizado e desenvolver programas de alongamento, transferência de peso, equilíbrio e
coordenação visando a uma deambulação independente futura
2.6.4 Reabilitação Pós- protetização
Ultima etapa do tratamento e um amputado. É responsável pela independência,
sucesso da marcha e pela reintegração social do paciente.
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
3.1 Tipo de pesquisa
Esta é uma pesquisa do tipo descritiva que segundo Rudio (2002, p.69) “o
pesquisador procura conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir para modificála”. “Assim a pesquisa descritiva está interessada em descobrir e observar fenômenos,
procurando observá-los, classificá-los e interpretá-los (KÖCHE, 2001)”.
Também serão investigados documentos a fim de se poder descrever e
comparar usos e costumes, tendências e diferenças, caracterizando como pesquisa
documental.
3.2 População/ amostra
A população dessa pesquisa é constituída de todos pacientes do Sistema Único
de Saúde (SUS) submetidos à cirurgia de amputação de membro inferior no período de
janeiro de 2001 a dezembro de 2004.
3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados
As informações foram colhidas com base nos prontuários do Hospital Nossa
Senhora da Conceição do período janeiro de 2001 a dezembro de 2004.
3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados
Foi solicitado uma autorização para se ter acesso ao Hospital fora do horário de
aula junto ao setor responsável pela unidade hospitalar de ensino, para que se fizesse
possível a coleta de dados necessárias no (SAME). Sendo assim a coleta foi realizada no
período de 02 a 15 de maio de 2006.
4
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
A análise e interpretação dos dados foram obtidas através da coleta direta em
prontuários (SAME).
4.1 Distribuição da amostra quanto ao nível de amputação.
Distribuição do nível de amputação
perna
17%
pé
6%
coxa
77%
Figura 1. Distribuição (%), de acordo com o tipo de amputação em pacientes internados no Hospital
Nossa Senhora da Conceição, de janeiro de 2001 a dezembro de 2004.
Os níveis de amputação apresentaram 14 casos de amputação de pé,
representando 6% da população geral, 40 casos de amputação de perna, representando
17% da população geral e 184 casos de amputação de coxa representando 77% da
população geral. Os resultados contrariam a literatura que segundo Guccione (1993,
p. 310) que relata que o nível mais comum de amputação cirúrgica secundários à
doença vascular isquêmica são as amputações transtibiais apresentando 50% dos
casos, em segundo as amputações transfemurais com 25% dos casos, seguido de
amputação transmetatársico com 25% dos casos, contudo estudos indicaram que,
durante um período razoável, a idade crescente estava associada a uma probabilidade
aumentada de amputação acima do joelho, relata GUCCIONE (2003, p. 311).
“Os avanços nas técnicas de avaliação não invasiva diminuíram em grande
medida o emprego da arteriografia para determinar o nível de amputação
(O´SULLIVAN 2004)”. Ainda segundo O´Sullivan (2004, p. 622), o objetivo do
cirurgião é amputar no nível mais abaixo possível que seja o nível da amputação.
Quanto mais longo ele for, maior é o potencial de sucesso para a deambulação com a
prótese, independentemente do nível de amputação (O´SULLIVAN, 2004)”.
“Tradicionalmente, os níveis de amputação têm sido identificados por meio de
aspectos anatômicos, como acima e abaixo do joelho (O´SULLIVAN, 2004)”.
4.2 Distribuição da amostra quanto ao nível de amputação e por causa.
Número de casos
Casos por nível de amputação e por causa
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
41
Trauma
143
1
13
Pé
VP
5
35
Perna
Coxa
Figura 2. Distribuição, de acordo com o nível de amputação e por causa em pacientes internados no
Hospital Nossa Senhora da Conceição, de janeiro de 2001 a dezembro de 2004.
A causa mais comum de amputação vista no gráfico 2 foi por Vasculopatias
Periféricas, totalizando 191 casos contra 47 causadas por Trauma. “A maioria das formas
de VP encontradas ocorre em membro inferior (O’SULLLIVAN, 1993)”. A tabela 1.0
fornece uma breve classificação das perturbações mais comuns. Segundo O’Sullivan (2004
p.620) importantes avanços nas técnicas de diagnóstico não invasivo, revascularização e
cicatrização de feridas baixaram a incidência geral de amputações decorrentes de doença
vascular, contudo ainda, a principal causa de amputação de membro inferior continua a ser
a doença vascular periférica (DVP) ou simplesmente vasculopatias periféricas (VP), ainda
segundo O’Sullivan (2004 p.620), entre 2 e 5% dos portadores de VP sem diabetes e 6 e
25% dos portadores de VP e diabetes sofreram amputação, comprovando o gráfico 4.10.
“O trauma é a segunda maior causa de amputação, geralmente em decorrência de acidentes
de trânsito ou ferimentos à bala (O’SULLLIVAN, 1993)”. Comprovando os dados colhidos
as causas de amputação por trauma foi maior em indivíduos adultos jovens e com maior
freqüência em homens, que segundo O’Sullivan (2004 p.620), as amputações por trauma é
com maior freqüência em adultos jovens do sexo masculino. Em todos os prontuários
analisados nenhum apresentou amputação decorrente de ferimento à bala ou armas brancas,
todos foram por acidentes de transito. Segundo O´Sullivam (2003, p.623) se a causa da
amputação foi por vasculopatia periférica, ensinar o indivíduo a cuidar corretamente do
membro que resta e certificar-se do entendimento correto em relação ao processo mórbido,
também são resultados gerais.
Tabela 1.0 DOENÇAS VASCULARES PERIFÉRICAS COMUNS
DOENÇA ARTERIAL
Crônica
Arteriosclerose obliterante
Tromboangiite obliterante
Aguda
Trombose arterial
Oclusão embólica
Doença vasoespástica
DOENÇA VENOSA
Crônica
Veias varicosas com ou sem estase venosa
Insuficiência vanosa crônica
Aguda
Tromose venosa
DOENÇA LINFÁTICA
Linfedema primário (congênito)
Linfedema secundário (adquirido)
4.3 Distribuição da amostra quanto ao nível de amputação e por causa em %.
Percentagem
Percentual de amputações por causa
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
7,14
12,50
92,86
87,50
Pé
Perna
22,28
Trauma
77,72
VP
Coxa
Figura 3. Distribuição (%), de acordo com o nível de amputação e por causa em pacientes internados no
Hospital Nossa Senhora da Conceição, de janeiro de 2001 a dezembro de 2004.
Em porcentagem, como mostra o gráfico 4.3, dentro de cada nível de amputação
a causa mais comum foi por Vasculopatia Periférica, apresentado 92,86% das causas de
amputação de pé foi por VP contra 7,14% causadas por trauma. Para amputação de perna
apresentou 87,50% das causas por VP´s contra 12,50% por trauma, e na amputação de
coxa, as VP´s apresentaram 77,72% contra 22,28% das causadas por trauma.
“O número de pessoas acometidas por doenças vasculares vem aumentando a
cada ano, e é maior o número de pessoas que têm morrido devido a essas doenças ou suas
complicações (CASH, 1987)”.
4.4 Distribuição da amostra quanto à média de idade por nível de amputação e por
causa e período médio de internação em dias.
O período médio de internação em dias foi de 11,3403, onde o maior período foi
de 51 dias, e o menor período foi de 1 dia, sendo o maior período, um paciente do sexo
feminino, 57 anos, sofreu amputação de perna direita devido a problemas vasculares,
apresentava diabetes, e o menor período registra, foi um paciente do sexo masculino, 73
anos, com amputação de coxa direita por problemas vasculares e não apresentava diabetes.
A média de idade foi de 67,7479 anos, onde a maior idade registrada foi de 98 e a menor
idade registrada foi de 16 anos, sendo que a maior idade era do sexo masculino, sofreu
amputação de coxa direita devido a problemas vasculares, tinha diabetes, ficou internado 12
dias, e a menor idade registrada era do sexo masculino, sofreu amputação de pé direito
devido a um atropelamento, não apresentava diabetes, ficou internado 24 dias devido a
outras complicações. Um resumo se mostra no quadro 1.0 a seguir.
Quadro 1.0
PERÍODO DE INTERNAÇÃO
Maior período de internação em dias:
51
Menor período de internação em dias:
1
Período médio de internação em dias:
11,34034
IDADE
Maior idade registrada:
98
Menor idade registrada:
16
Idade média geral:
67,7479
Na velhice, a qualidade de vida é um evento determinado por múltiplos
fatores, os quais nem sempre são fáceis de serem cientificamente
avaliados. Um importante indicador da qualidade de vida, especialmente
na velhice, é a capacidade funcional, que pode ser mais preditiva do
estado de saúde do idoso do que os próprios diagnósticos médicos
(NERI, 2000).
“Os idosos, especialmente aqueles com mais de 55 anos de idade, constituem a
maior parcela dos indivíduos com amputação de membro inferior (GUCCIONE, 2003)”.
Ainda segundo Guccione (2003, p.311) as amputações de membro inferior nesse grupo
ocorrem com uma conseqüência da doença vascular periférica, principalmente associada a
diabetes.
De acordo com Guccione (2003, p.311), o idoso portador de uma história de
diabetes com o fator de risco adicional de uma história de tabagismo, que contribui para a
ocorrência de doença vascular periférica, esta em riso máximo para a amputação.
[...]O fisioterapeuta juntamente com toda equipe de prótese, deve ser
capaz de incorporar uma compreensão completa das alterações
fisiológicas que acontecem no idoso dentro da prescrição da prótese, a
fim de promover a satisfação máxima do paciente e o uso da prótese por
longo prazo (GUCCIONE, 2003).
A idade não constitui isoladamente um determinante razoável da
predição de sucesso de uma prótese em um idoso, mas é
claramente considerada como um fator de risco para a mortalidade
aumentada e para resultados abaixo do ideal[...] (GUCCIONE,
2003).
4.5 Distribuição da amostra quanto à média de idade do paciente.
Idade média por sexo e nível amputação
80
70
60
66
60 59
67
73
71
64
55
Idade
50
Masculino
40
Feminino
30
20
10
0
pé
perna
coxa
média geral
Figura 4. Distribuição, de acordo com a idade média por sexo e nível de amputação em
pacientes internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de janeiro de 2001 a dezembro de 2004.
A média geral como mostra a figura 4 foi maior no sexo feminino com a média
de idade de 71 anos, contra 64 anos do sexo masculino. A média maior prevaleceu o sexo
feminino nas amputações de perna e coxa, apenas nas amputações de pé onde a média foi
maior entre o sexo masculino, apresentando uma média de idade de 60 anos contra 59 do
sexo feminino.
“As previsões demográficas vêm confirmando o aumento na expectativa de vida
da população mundial. Doenças múltiplas que levam ao enfraquecimento ou às deficiências
crônicas estão aumentando entre as pessoas idosas (PICKLES, 1998)”.
“O fenômeno de crescimento da população idosa brasileira é acompanhado por
um aumento na prevalência de crônico-degenerativas (RAMOS, 1993)”. Segundo pesquisa
feita pelo DATASUS, 2004, as vasculopatias periféricas assumem o lugar de destaque entre
as causas de incapacidade e óbito em idosos, sendo apontada pela literatura como as
principais responsáveis pelas amputações de membros inferiores.
Embora o prognóstico do idoso amputado seja permeado por uma alta
taxa de mortalidade, vários estudos têm se mostrado otimismo em relação
à reabilitação funcional desses pacientes após amputação[...] ( MORAES,
2004).
Mesmo que as metas sejam menos ambiciosas, a utilização de dispositivos
protéticos por pacientes geriátricos promove maior independência funcional, autonomia e
aumento da expectativa de vida dos idosos com amputação de membro inferior.
“A doença arterial obliterante é a causa mais comum de morte tanto para idosos
como para pessoas de meia idade. Os homens são mais freqüentemente afetados que as
mulheres, e aqueles cuja idade está entre 60 e 70 anos apresentam maior risco (CASH,
1987)”.
4.6 Distribuição da amostra quanto ao período médio por sexo e nível de
amputação.
Período médio de internação por sexo e nível de
amputação
18
18
16
13
14
Dias
12
12
13
11 11
12
11
10
Masculino
8
Feminino
6
4
2
0
pé
perna
coxa
média geral
Figura 5. Distribuição, de acordo com o período médio de internação por sexo e nível de amputação
em pacientes internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de janeiro de 2001 a dezembro de
2004.
O gráfico mostra na média geral uma prevalência de internação do sexo
masculino com uma média de 12 dias de internação enquanto o sexo feminino apresenta 11
dias de internação. O sexo masculino apresentou período maior nas amputações de pé,
enquanto o sexo feminino apresentou um período de internação maior em perna, na
amputação de coxa ambos apresentaram o mesmo período de internação 11 dias de média.
4.7 Distribuição da amostra quanto ao número de casos de amputação por ano e por
nível de amputação.
Número de casos por ano e por nível de
amputação
Número de casos
60
50
2001
40
2002
30
2003
20
2004
10
0
pé
perna
coxa
Figura 6. Distribuição, de acordo com o número de casos de amputação por ano e por nível
de amputação em pacientes internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de janeiro
de 2001 a dezembro de 2004.
O número de amputações de pé foi maior no ano de 2002 e 2004 apresentando 6
amputações em cada ano, não houve amputação nesse nível no ano de 2001, em 2003
houve 2 amputações de pé, como mostra o quadro 2.0.
Quadro 2.0
Número de casos de amputação de pé por ano
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
0 pé
>=1/1/2001 <=31/12/2001
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
6 pé
>=1/1/2002 <=31/12/2002
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
2 pé
>=1/1/2003 <=31/12/2003
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
6 pé
>=1/1/2004 <=31/12/2004
O número de amputações de perna foi maior no ano de 2004, apresentando 15
amputações, no ano de 2001 ocorreu apenas uma amputação, e nos anos de 2002 e 2003
foram 12 amputações de perna por ano, como mostra o quadro 3.0.
Quadro 3.0
Número de casos de amputação de perna por ano
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
1 perna
>=1/1/2001 <=31/12/2001
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
12 perna
>=1/1/2002 <=31/12/2002
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
12 perna
>=1/1/2003 <=31/12/2003
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
15 perna
>=1/1/2004 <=31/12/2004
O número de amputações de coxa foi maior no ano de 2002, apresentando 66
amputações, no ano de 2001 ocorreram 11 amputações de coxa, sendo esse o ano em que
menos ocorreu amputação, no ano de 2004 houve 59 amputações contra 48 amputações no
ano anterior, como mostra o quadro 4.0.
Quadro 4.0
Número de casos de amputação de coxa por ano
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
11 coxa
>=1/1/2001 <=31/12/2001
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
66 coxa
>=1/1/2002 <=31/12/2002
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
48 coxa
>=1/1/2003 <=31/12/2003
Número de
Parte
Internação Internação
casos
Amputada
59 coxa
>=1/1/2004 <=31/12/2004
4.8 Distribuição da amostra quanto ao número de casos de amputação por ano.
Número de casos de amputação por ano
84
90
80
Número de casos
80
70
62
60
50
40
30
20
12
10
0
2001
2002
2003
2004
Figura 7. Distribuição, de acordo com o número de casos de amputação por ano em pacientes
internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de janeiro de 2001 a dezembro de 2004.
No ano de 2002 ocorreram mais amputações, totalizando 84 amputações no
geral, seguido 80 amputações no ano de 2004, 62 amputações no ano de 2003 e 12
amputações no ano de 2001, como mostra o quadro 5.0.
Quadro 5.0
Número de casos de amputação por ano
Número de
Internação Internação
casos
12 >=1/1/2001 <=31/12/2001
Número de
Internação Internação
casos
84 >=1/1/2002 <=31/12/2002
Número de
Internação Internação
casos
62 >=1/1/2003 <=31/12/2003
Número de
Internação Internação
casos
80 >=1/1/2004 <=31/12/2004
2001
2002
2003
2004
4.9 Distribuição da amostra quanto ao total de permanência em dias.
Total de dias de internação
1600
1413
1286
1400
1200
985 999
Dias
1000
Masculino
800
Feminino
600
400
200
0
123 94
pé
305
193
perna
coxa
total geral
Figura 8. Total em dias, de acordo com o total de dias de internação em pacientes internados no
Hospital Nossa Senhora da Conceição, de janeiro de 2001 a dezembro de 2004.
Percebe-se no gráfico, na média geral o sexo masculino permaneceu mais
tempo internado que o sexo feminino, totalizando 1.413 dias de internação, enquanto o
sexo feminino permaneceu 1.286 dias na média geral como mostra o quadro 6.0.
Quadro 6.0
Período médio por sexo
Período
Sexo
total
1413 M
Período
Sexo
total
1286 F
Na amputação de pé o sexo masculino permaneceu num total de 123 dias
enquanto o sexo feminino permaneceu 94 dias internados, como mostra o quadro 7.0.
Quadro 7.0
Período total por amputação - pé
Período total
Sexo
Parte
Amputada
123 M
pé
Período total
Sexo
Parte
Amputada
94 F
pé
No quadro 8.0, a uma prevalência do sexo masculino em dias de internação,
totalizando 305 dias, enquanto o sexo feminino permaneceu 193 dias internadas, como
mostra o quadro 8.0.
Quadro 8.0
Período total por amputação - perna
Período
Sexo
Parte Amputada
total
305 M
perna
Período
Sexo
Parte Amputada
total
193 F
perna
O quadro 9.0 mostra uma prevalência do sexo feminino em dias de
internação, totalizando 999 dias, enquanto o sexo masculino permaneceu 985 dias
internados.
Quadro 9.0
Período total por amputação - coxa
Período
Sexo
Parte Amputada
total
985 M
coxa
Período
Sexo
Parte Amputada
total
999 F
coxa
4.10 Distribuição da amostra quanto a casos de amputação e reamputação em
paciente diabéticos.
Casos de amputação / reamputação por pacientes
diabéticos
Numero de casos
120
100
80
Diabéticos
60
Não Diabéticos
40
20
0
Amputados
Reamputados
Figura 9. Distribuição, de acordo com o número de casos de amputação e reamputação em pacientes
diabéticos internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de janeiro de 2001 a dezembro de
2004.
“As amputações de extremidades inferiores são cada vez mais freqüentes
em pessoas com diabetes mellitus, tornando-se importante problema de saúde pública,
no Brasil e no mundo (GAMBA, 2004)”.
Dos 238 pacientes amputados 147 tinham diabetes, destes, 36 apresentaram
algum problema na recuperação pós-amputação tendo que realizar uma nova cirurgia,
sendo assim classificado na pesquisa como reamputado. Do total de 238 pacientes, 91
não tinham diabetes, destes apenas 14 sofreram reamputação, como mostra o quadro
10.0.
No total, foram 188 amputações com 50 reamputações, onde o fator
diabetes teve influencia na evolução do quadro do paciente, como mostra o quadro
10.0.
Quadro 10.0
Diabéticos
Não
Diabéticos
Total
Amputados
111
77
188
Reamputados Total
36
147
14
50
91
238
Segundo Guccione (2003, p.311) vários estudos foram realizados e
mostraram cerca de 70% de todas as amputações constituem de resultados de diabetes
ou doença vascular periférica ou de uma combinação de ambas doenças. Os dados
obtidos são comprovados por Guccione (2003, p.311) que relata que a combinação de
diabetes e doença vascular periférica comporta 6 a 25% de todas as amputações,
enquanto apenas 2 a 5% das amputações acontecem em pessoas não diabéticas com
doença vascular periférica.
As complicações ligadas ao diabetes ocorrem mais comumente quando os
níveis de glicose se mostram consistentemente elevados com o passar do tempo. “As
neuropatias periféricas podem resultar das alterações microvasculares observadas com
a vasculopatia periférica, porém, também podem ser atribuídas apenas ao diabetes
(GUCCIONE, 1993).” Segundo O´Sullivan (2003, p.623) a presença de problemas
como diabetes, doença cardiovascular, comprometimento visual, limitação do
movimento articular e fraqueza muscular podem afetar o nível final de função. “O
sucesso do programa de reabilitação é determinado até certo ponto, pelo estado
fisiológico e psicológico do indivíduo e pelas características físicas do membro
residual (O´SULLIVAN, 2003)”.
O diabetes mellitus (DM) destaca-se, no Brasil e no mundo, por sua
importância enquanto problema de saúde pública. O impacto
epidemiológico que produz é expresso nas crescentes taxas de
morbidade e mortalidade e nas conseqüentes seqüelas de
incapacidade, como a cegueira, a retinopatia diabética, a
insuficiência renal terminal e as amputações de extremidades
inferiores (ADA, 1999).
“Metade das amputações de extremidade inferior ocorre em diabéticos
(GAMBA, 2004)”, comprovando os dados colhidos na amostra. Ainda segundo Gambá
(2004, p.2), a longa duração da doença, a hiperglicemia prolongada, a dislipidemia, os
hábitos de fumar e ingerir bebida alcoólica, a presença de neuropatia, de doença
vascular periférica e de lesões ulcerativas prévias são alguns dos fatores de risco para
amputação de extremidade inferior em pessoas com diabetes.
Reiber et al (1992) estimam que a chance de uma amputação no paciente
com diabetes que não percebe o estímulo vibratório é 15,5 vezes maior à daquele que
percebe. “É importante que nos protocolos de investigação clínica dos pacientes com
úlceras crônicas e AEI seja identificado qual foi o precursor da seqüência de eventos e
que o precursor, quando analisado, aponte ações de educação e assistência na área
(Ministério da Saúde, 2000)”.
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há muito tempo me interessei pelo modo como eram feitos as cirurgias de
amputação, técnica, como era feita a retirada parcial ou total do membro, como o paciente
se sentia e como era sua reabilitação. Neste ponto de vista e durante alguns anos passei a
me questionar qual melhor forma de reabilitação e como ajudar. Aprendi que o
fisioterapeuta tem que ter consciência do seu trabalho no momento pré- cirúrgico quando
possível e no pós- cirúrgico, principalmente depois da cirurgia, pelas diversas limitações
para o dia a dia do paciente. Mesmo sabendo que as técnicas cirúrgicas são limitadas, a
forma de reabilitação se mostra cada vez mais ampla, tendo total respeito e dedicação para
cada paciente em particular. O perfil dos amputados mudou muito nos últimos anos, por
motivos evolutivos dentro da área da saúde, novos medicamentos, utilização de fixadores
externos, além das técnicas cirúrgicas, entre outros.
Os resultados obtidos nesta pesquisa confirmam não só a importância da
fisioterapia, nessa área como confirma a importância dos responsáveis pela unidade
hospitalar de Tubarão para com a grande demanda, as oportunidades de trabalho e os
benefícios que a fisioterapia traz dentro da unidade hospitalar.
Observou-se que apesar do grande número pacientes amputados que
encontramos no nosso dia a dia e dentro da uma unidade hospitalar como a do Hospital
Nossa Senhora da Conceição, pouco foi achado em termos de organização de prontuários,
constando detalhadamente a situação de cada paciente, sua patologia específica, e doenças
prévias.
Vale salientar que o mais importante a ser feito é um trabalho de prevenção com
conscientização por parte não só dos governantes, ou agentes de saúde, mas principalmente
por parte das pessoas, buscando uma melhor qualidade de vida, já sabendo que a média de
idade da população brasileira aumentou, junto com ela tem que vir uma melhor qualidade
de vida e prevenção de patologia, destacando alimentação, exercícios, projetos dentro de
cada faixa etária, principalmente na chamada terceira idade, onde o organismo já
fragilizado pelo passar dos anos precisa de cuidados especiais.
Ouve uma dificuldade em encontrar referências na literatura que venha a
confirmar alguns dados obtidos nessa pesquisa, por isso a importância de que novos estudo
sejam realizados tentando por meios destes qualificar cada resultado obtido, servindo este
como referência para outros estudos e pesquisas.
Espera-se que os resultados observados sirvam de estímulo para realização de
outras pesquisas que possam complementar e confirmar o conhecimento alcançado neste
estudo.
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reabilitação. São Paulo: Manole, 1999.
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Vozes, 1998.
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São Paulo: Manole, 1993.
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