ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM HOSPITAIS O psicólogo

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ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM HOSPITAIS
O psicólogo profissional da saúde tem um papel clínico, social, organizacional e
educacional, com áreas que abrangem a psicologia preventiva e de tratamento. Considerando
esses vários aspectos, acredita-se que a pessoa quando busca atendimento hospitalar não leva
somente seu corpo, mas sim toda sua extensão, atingindo seus familiares e envolvendo a
equipe que o atende, captando suas dificuldades e atuando no seu restabelecimento.
Um breve histórico
Os primeiros hospitais foram criados como locais de isolamento, onde a caridade se
exercia como uma pratica do cristianismo. Eram locais para pessoas pobres, mulheres
separadas e doentes crônicos, sobre cuidados de monges e religiosos. Os pacientes com
recursos tratavam-se a domicílio, e a relação médico- paciente era independente da
organização hospitalar.
No primeiro momento da história dos hospitais, o conhecimento que os profissionais
tinham era sobre os doentes e não sobre as doenças. Em um segundo momento, eles passaram
a ser o local onde eram encaminhados doentes, que pela natureza ou pela gravidade das
afecções, necessitavam de cuidados oferecidos por pessoas especializadas ou que exigiam
agrupamento especial.
A mudança foi ocorrendo gradativamente em relação à saúde, o foco não era apenas a
doença, mas também o tratamento, fazendo surgir tipos de instituições destinadas ao
desenvolvimento das práticas da natureza preventiva, as unidades de saúde, especialmente
ligadas ao poder público. O hospital procurava limitar-se a atividades curativas, as unidades
de saúde apenas participavam de programas de atendimento a população doente. O que
permite chegar a um momento de mudança nos hospitais em que se entende que devem ajudar
em todos os serviços de saúde, desde a prevenção até a reabilitação, e seus cuidados médicos
deve dirigir-se a população como um todo.
Caracterização da Psicologia hospitalar enquanto área de atuação
A atuação do psicólogo no contexto hospitalar não esta somente limitada à atenção
direta ao paciente, devendo ser considerado a triagem paciente-familia-equipe de saúde
sempre fundamentando numa atuação profissional.
Segundo Chiattone(1997) iniciou-se na década de 50 e nos últimos 20 anos, um
acréscimo no numero de profissionais psicólogos atuando na área hospitalar, que devem
abranger assistência psicológica para os pacientes e seus familiares. A produção de
conhecimentos psicológicos contribui de alguma forma para o aperfeiçoamento de outros
profissionais.
A assistência da psicologia, portanto, busca o alivio emocional do paciente e de sua
família, sendo que muitas vezes o serviço prestado implica numa mobilização de forças em
que a angustia e a ansiedade estão presentes.
Atuação frente ao paciente
Espera-se que o psicólogo veja e considere o paciente como uma pessoa humana,
dotada de personalidade ao qual contribui para os fatores físicos, biológicos e sociais. Faz-se
necessário que o psicólogo leve o individuo a conhecer suas potencialidades, perceber as
relações com suas atitudes e suas próprias experiências, sua doença e as relações com seu
contexto de vida, fortalecendo assim suas possibilidades pessoais, buscando compreender seu
sofrimento psíquico. O psicólogo pode entender o paciente não tratando apenas a doença
como sendo algo “estranho”, mas buscando conhecer e entender os aspectos emocionais
subjacentes e as queixas orgânicas. A assistência que o psicólogo fornece ao paciente faz com
que este seja consciente de seus deveres e de suas responsabilidades, delegando apenas aos
outros profissionais a tarefa de cuidar dele. Assim sentindo-se compreendido percebe-se mais
seguro e amparado podendo entender sua doença tanto no aspecto fisiológico, como nas
implicações emocionais.
Atuação frente à família
A assistência aos familiares é de extrema importância, uma vez que, a família adoece
juntamente com este doente.
Segundo Camon(2003) a família ao ser englobada no atendimento hospitalar, receberá
condições e sustentáculos emocionais para que o paciente encontre alivio no sofrimento
provocado pelo afastamento do núcleo familiar, visando o esclarecimento das condições
necessárias ao restabelecimento físico e emocional do paciente. O psicólogo orienta a família
nos casos de internação, nos períodos de volta a casa e nos retornos ao hospital, as saídas do
hospital, a permanecia em casa, a reintegração as atividades familiares e sociais e ao retorno
a vida cotidiana. Nos casos de morte, o psicólogo deve se colocar a disposição para assistir a
família oferecendo apoio, orientação e reflexão.
Atuação frente à equipe
A relação do psicólogo com os demais profissionais deve abranger a totalidade das
possibilidades desta internação. De acordo com Campos (1995), o psicólogo, através da
equipe, busca a conscientização de todos os profissionais para o trabalho multiprofissional.
Ajudando cada profissional a ter claras suas funções, definindo seus objetivos, facilitando a
comunicação entre os membros da equipe, sendo muitas vezes, o interlocutor entre os
membros da equipe, pacientes e familiares. O psicólogo buscará alertar os profissionais para a
necessidade do conhecimento das atividades dos outros membros da equipe trocando
informações e buscando atender o mais completamente possível o paciente.
O trabalho em equipe, além de acrescentar conhecimentos e dividir ansiedades,
oferece o surgimento de soluções.
Humanização
A atuação do psicólogo no processo de humanização propõe-se acompanhar o paciente
em um momento especial de sua vida, em que percebem a dor e o sofrimento, ajudando o
sujeito doente a encontrar a melhor maneira de enfrentar e vivenciar a doença.
Humanizar o atendimento é socorrer quanto a circunstancias e necessidades do outro,
assim como tornar mais humanas as condições de trabalho da equipe de profissionais que ali
exercem suas diversas funções, levar ao outro a dignidade e o respeito. Esta é, portanto, uma
das metas principais da humanização dentro dos hospitais.
Como definido pela OMS saúde é o completo bem estar físico, psíquico, social e
espiritual. Esta definição deixa clara a questão de se tratar o individuo somente como um ser
doente é errado, pois para promover a saúde precisamos tratá-lo como um todo.
Quando falamos de humanização em hospitais podemos então falar sobre a PNH
política nacional de humanização, que foi implementado pelo ministério da saúde, secretarias
estaduais e municipais de saúde, instituída como uma política publica com o propósito de
promover a integralidade das ações de saúde no âmbito da atenção e gestão de forma
indissociável, esperando assim a possibilidade de se fazer um trabalho digno, humano
referindo aos que atendem o usuário. E para os profissionais de saúde, resgatar o rela sentido
de seu trabalho sendo este valorizado e respeitado dentro do hospital.
Neste sentido humanizar é resgatar algo que foi perdido na essência do ser humano,
cuidando do ser como um todo indissociável. O papel do psicólogo no hospital é fundamental,
pois sua atuação é para e com o ser humano, respeitando seu eu sua história de vida, seus
anseios, medos, sentimentos e questionamentos, ele enxerga o paciente tal como ele é e não se
atem somente a sua enfermidade.
“humanizar a saúde é dar qualidade á relação cliente-colaborador, é suportar angustias do ser
humano diante da fragilidade do corpo e da mente. o cuidado humanizado deve dá não apenas
os custos, mas também a tradicional e ideal relação do médico com seu cliente”.
Ghellere,Janete,Diniz,Alethea (2005).
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
BAPTISTA, M. N; DIAS, R. R. Psicologia Hospitalar: teoria, aplicações e casos clínicos. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
CAMPOS, T. C. P. Psicologia Hospitalar: a atuação do psicólogo em hospitais. São Paulo:
EPU, 1995.
MIRANDA. E.V. Humanização no hospital.Rio de Janeiro, Maio, 2008.
ROMANO, B. W. Princípios para a prática da psicologia clínica em hospitais. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 1999.
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