A INDÚSTRIA MINERADORA E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM CATALÃO 1970/2000 Valdivino Borges de Lima- CAC/UFG [email protected] As grandes transformações ocorridas no sistema capitalista, sobretudo, a partir de meados do século XX alteraram profundamente as relações de trabalho e de produção e a partir da década de 1970, principalmente, vão ter na cidade, o reflexo destas transformações. Segundo Santos (1988, p. 90) Após 1960 e, sobretudo 1970, a urbanização conhece um novo tempo. A partir deste momento, novos fatores surgem, tornando mais complexo o fenômeno de urbanização. Temos uma modernização e ampliação dos transportes e das comunicações; uma expansão capitalista no campo e nas demais atividades; um movimento de migrações muito forte; uma nova divisão do trabalho social e territorial, que se sobrepõe à divisão do trabalho social e territorial anterior, etc. Tudo isto tem como resultado, uma aceleração do processo de urbanização. No Brasil, estas transformações são o resultado do modelo de política econômica adotado no país, inicialmente, pelo Regime Militar(1964/1989), que por sua vez estava economicamente subordinado ao capital internacional. Na expectativa de elevar o Brasil à condição de potência mundial, os governos militares adotam a política de abertura ao capital internacional, via empresas, no sentido de promover e incentivar a industrialização e o desenvolvimento e, assim, firmar-se como um Estado forte e empreendedor. Mesmo admitindo uma incorporação da moderna tecnologia, trazidas pelas empresas multinacionais, não há como entender este processo como desenvolvimento e, sim um grande crescimento econômico, pois o que se buscava era exatamente isto, um grande crescimento econômico, e não o atendimento das necessidades básicas da maioria da população, nem tampouco da melhoria de seu padrão de vida. Não há preocupação com a distribuição da riqueza e sim com sua produção (Brum, 1991). A dependência de capital e tecnologia torna-se patente. Na reorganização da economia mundial, coube ao Brasil o papel de receptor de capitais para investimentos disponíveis dos grandes centros do capitalismo mundial. Esta orientação política de “Brasil Grande” coincide com a grande expansão das empresas multinacionais no mundo, principalmente, as norte-americanas do ramo de equipamentos, fertilizantes, herbicidas, etc., além do grande investimento em energia (grandes hidrelétricas, energia nuclear, Proálcool...), e exploração mineral. A partir daí inicia-se o processo de modernização no campo (empresas rurais , monocultura de exportação, eqipamentos e insumos) e com isso, a liberação de mão-de-obra no campo que sem qualificação irá formar na cidade um grande contingente de subempregados ou desempregados tornando-se um dos mais sérios problemas sociais da sociedade contemporânea: o desemprego e consequentemente a precarização da vida. Cidades maiores tornam-se centros de atração destas populações e o processo de urbanização é acelerado, como na maioria das vezes, sem planejamento irá culminar com os grandes “problemas urbanos”, os quais as cidades enfrentam, segundo Gonçalves (1984, p. 64): [...] assim é chamado o conjunto de dificuldades encontradas pelo habitante da cidade para conseguir reproduzir a sua existência e de sua família. Estes problemas serão desencadeados a partir da questão do emprego e do salário e estes serão determinantes quanto ao acesso à moradia, transporte, alimentação, saúde e educação. Se a cidade não estiver dotada de infra-estrutura suficiente, as dificuldades serão ainda Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 maiores. Neste contexto está inserida a cidade de Catalão em Goiás, com seu “desenvolvimento”, crescimento e seus problemas. Catalão era em 1970 a principal cidade da região Sul Goiana. Sua rede de equipamentos urbanos era a maior e a melhor que dos outros municípios e isto fez com que a cidade se tornasse o principal centro de atração populacional da região (BARBOSA, 1997). Com a implantação das empresas mineradoras em meados daquela década aumenta a possibilidade de emprego e a partir daí a cidade passa a receber um grande contingente de migrantes o que culminará com um crescimento vertiginoso de sua população como pode ser comprovado na análise das tabelas 07, 08, 09,10 a seguir. Tabela 07 – População Residente Segundo Municípios – 1970 MICRORREGIÃO DE CATALÃO CIDADES URBANA RURAL TOTAL Anhangüera 993 144 1.137 Campo Alegre de Goiás 610 3.926 4.536 Catalão 15.674 12.135 27.809 Corumbaíba 2.482 5.179 7.661 Cumari 2.379 2.636 5.015 Davinópolis 556 2.718 3.274 Goiandira 3.597 2.549 6.146 Ipameri 12.878 8.039 20.917 Nova Aurora 1.093 1151 2.244 Ouvidor 705 3.236 3.941 Três Ranchos 1.080 2.182 3.262 Total 42.087 43.895 85.982 Fonte: IBGE – 1970. Org.: LIMA, V. B. 2000 Tabela 08 – População Residente Segundo Municípios - 1980 MICRORREGIÃO DE CATALÃO CIDADES Anhangüera Campo Alegre de Goiás Catalão Corumbaíba Cumari Davinópolis Goiandira Ipameri Nova Aurora Ouvidor Três Ranchos Total Fonte: IBGE – 1980. Org.: LIMA, V. B. 2002 URBANA 624 1.076 31.3433 33 3.169 2.498 628 4.424 15.276 1.160 1.543 946 62.687 RURAL 113 3.506 8.895 3.047 1.104 1.863 1.379 6.036 784 2.017 1.324 30.068 TOTAL 737 4.582 40.238 6.216 3.902 2.491 5.803 21.312 1.944 3.560 2.270 92.755 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 Tabela 09 – População Residente Segundo Municípios - 1991 MICRORREGIÃO DE CATALÃO MUNICÍPIO Anhangüera Campo Alegre de Goiás Catalão Corumbaíba Cumari Davinópolis Goiandira Ipameri Nova Aurora Ouvidor Três Ranchos URBANA 789 2.094 47.152 3.275 2.112 946 4.269 16.904 1.469 2.518 1.313 Total 82.841 Fonte: IBGE – 1991. Org.: LIMA, V. B. 2002 RURAL 80 2.442 7.373 2.254 771 1.172 1.099 3.890 376 1.185 947 21.589 TOTAL 869 4.536 54.525 5.529 2.883 2.118 5.368 20.794 1.845 3.703 2.260 104.430 Tabela 10 - População Residente Segundo Municípios - 2000 MICRORREGIÃO DE CATALÃO MUNICÍPIO Anhangüera Campo Alegre de Goiás Catalão Corumbaíba Cumari Davinópolis Goiandira Ipameri Nova Aurora Ouvidor Três Ranchos URBANA 829 2.869 57.560 4.848 2.300 1.294 4.195 18.798 1.661 3.368 2.281 Total 100.003 Fonte: IBGE – 2000. Org.: LIMA, V. B. 2000 RURAL 55 1.656 6.730 1.789 804 815 775 3.771 262 885 544 18.086 TOTAL 884 4.525 64.290 6.637 3.104 2.109 4.970 22.569 1.923 4.253 2.825 118.089 Analisando estas tabelas é possível observar alguns dados importantes para o entendimento do processo de urbanização da microrregião de Catalão e, especificamente, o município e a cidade de Catalão em Goiás. Quanto ao número da população total, é interessante observar que enquanto o número total de habitantes da região foi acrescido em trinta e dois mil cento e sete pessoas, o município de Catalão recebeu trinta e seis mil quatrocentos e oitenta e uma pessoas. Quanto à cidade, é interessante observar que esta recebeu um número maior do que o total do município, o que se pode concluir que houve uma expressiva migração do campo para a cidade, mas também de outras cidades, da região, ou não, pois foram acrescidas quarenta e um mil oitocentos e oitenta e seis pessoas, demonstrando um crescimento populacional maior que todos os outros municípios juntos, e que estes números foram aumentados nas décadas de 1970 quinze mil seiscentos e sessenta e nove pessoas e 1980 quinze mil setecentos e setenta e oito pessoas e o restante na década de 1990, justamente no período das instalações e início do funcionamento das empresas Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 mineradoras no município e adjacências. Os municípios como Anhanguera, Corumbaíba, Cumari, Nova Aurora, Davinópolis, Três Ranchos e Goiandira tiveram suas populações reduzidas neste período, enquanto que Campo Alegre de Goiás foi o único que se manteve, em números absolutos, enquanto Ipameri e Ouvidor tiveram sua população acrescida em torno de 10% no mesmo período. Em termos percentuais, o município de Catalão teve um crescimento populacional em torno de 120%, o que o torna diferenciado em relação aos demais municípios da microrregião. Quanto à população rural da região, que em 1970 representava 51% do total, em 2000 não ultrapassa 15,5%, (vinte e cinco mil oitocentos e nove pessoas deixaram a zona rural). É interessante notar os casos dos municípios de Campo Alegre de Goiás e Ouvidor onde em 1970 eram municípios praticamente rurais e em 2000 pode ser observada uma inversão total destes dados, mesmo que a população mantendo-se, em números absolutos, em Campo Alegre de Goiás e um pequeno crescimento em Ouvidor. Mesmo por estes números acima, não há como garantir que as pessoas que chegaram à cidade de Catalão sejam oriundas das cidades da região ou da zona rural. O que deve ter ocorrido é que, com a implantação das empresas mineradoras o afluxo à cidade aumentou, já que a possibilidade de emprego era grande, gerando em torno de dois mil empregos diretos e indiretos e isto passou a ser o principal fator de atração populacional. O movimento migratório rumo à cidade é intensificado e passa a caracterizar não apenas a migração campo/cidade ou intracidades, mas uma migração intra-regional. Dois exemplos ilustram estas afirmações: a pedido de um partido político, o Instituto Holmes Pesquisa Assessoria Ltda, fez uma pesquisa amostral (400 pessoas) em 1982 onde ficou demonstrado que 57% das pessoas entrevistadas eram do próprio município e o restante de outras cidades, sendo que destes, 27% eram goianos e o restante de vários Estados brasileiros (BATISTA DE DEUS, 1996). O segundo exemplo está publicado no Plano Diretor de Catalão – 2001, no qual em 1996, de um total de três mil duzentos e cinqüenta e um imigrantes, um mil quinhentos e cinqüenta e um vieram de outras unidades da federação, além de um mil seiscentos e oitenta e três que vieram de outras cidades de Goiás, sete eram estrangeiros e dez de origem ignorada. Este total de imigrantes representa quase a metade da emigração que ocorreu na microrregião no total de sete mil oitocentos e cinqüenta e quatro. Nas tabelas 11 e 12, a seguir, pode-se fazer uma comparação entre a evolução da população urbana do Brasil e do município de Catalão. Tabela 11- Brasil – População Urbana – 1970 – 2000 POPULAÇÃO POPULAÇÃO ÍNDICE DE URBANIZAÇÃO % ANO TOTAL URBANA 1970 93.139.000 52.905.000 56,80 1980 119.099.000 82.013.000 68,86 1991 150.400.000 115.700.000 77,13 2000 169.799.170 137.876.926 81,20 Fonte: SANTOS, M. 1993 e IBGE (2000). Org.: LIMA, V. B. 2002. Tabela 12 - Catalão – População Urbana 1970 – 2000 POPULAÇÃO POPULAÇÃO ANO TOTAL URBANA 1970 27.809 15.674 1980 40.238 31.343 1991 54.525 47.152 ÍNDICE DE URBANIZAÇÃO % 56,36 77,89 86,47 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 2000 64.290 57.560 Fonte: IBGE, 1992. Org.: LIMA, V. B. 2002. 89,53 Por estes dados pode ser observado que, em 1970, o índice da população urbana brasileira e do município era equivalente e ultrapassa 50% da população total. Na década seguinte, a população urbana do Brasil atinge mais 68% enquanto a do município, já ultrapassava a 77%. Os dados de 1991 mostram que o índice de urbanização no município está acima de 86%, enquanto que o índice do país não chega a 80%. Na última década do século XX, o índice de urbanização não foi tão grande, mas muito significativo: no país, o índice pouco ultrapassou 80%, enquanto que no município quase chegou a 90%, o que confirma o índice de urbanização do município ser maior do que o do país nas últimas três décadas, demonstrando que o fenômeno da urbanização não foi privilégio apenas da cidade de Catalão, mas ali, o mesmo ocorreu de forma mais intensa e diferenciada. Em relação à microrregião, podemos observar grandes variações no que diz respeito ao índice de urbanização (tabela 13). Tabela 13 -Microrregião de Catalão 1970 – 2000 Índice de Urbanização Segundo Municípios (%) Ano MUNICÍPIO 1970 1980 1991 Anhanguera 87,33 84,66 90,79 Campo alegre de Goiás 13,44 23,48 46,16 Catalão 56,30 77,89 86,47 Corumbaíba 32,39 50,98 59,23 Cumari 47,43 69,35 73,25 Davinópolis 16,98 25,21 44,66 Goiandira 58,52 76,23 79,52 Ipameri 61,56 71,67 81,29 Nova Aurora 48,70 59,67 79,62 Ouvidor 17,88 43,34 67,99 Três Ranchos 33,10 41,67 58,09 Fonte: IBGE. Org.: LIMA, V. B. 2002 2000 93,77 63,40 89,53 73,04 74,09 61,31 84,40 83,29 86,37 79,19 80,74 Anhanguera, o município de menor população, que em 1970 já tinha um elevado índice de urbanização, hoje comparece com mais de 90% deste índice, mesmo com sua população tendo decrescido em números absolutos. Campo Alegre de Goiás, ao contrário, sai de uma situação de população predominantemente agrária para uma condição que ultrapassa 60% de população urbana, ainda muito aquém da média da região e do país. Os municípios de Corumbaíba e Cumari, apesar da diferença de índice na década de 1970, hoje se equiparam quanto ao índice de urbanização. Davinópolis tem seus dados similares aos de Campo Alegre de Goiás, enquanto que os municípios de Goiandira, Ipameri, Nova Aurora, Ouvidor e Três Ranchos, também com diferentes índices em 1970, hoje estão acima da média nacional. Quanto à média regional, esta saltou de pouco mais de 48% para quase 85%, também um pouco acima da média nacional. Estes números demonstram que o processo de urbanização no Brasil, na microrregião de Catalão e, especificamente, na cidade acelerou-se na década de 1970 e 1980, num momento de grandes transformações no capitalismo e no país, como a industrialização, a modernização da agricultura e o crescimento do setor terciário, além do aumento da malha viária e um grande avanço nas telecomunicações. Evidentemente que estes fatores ocorreram concomitantemente, o que torna muito difícil apontar um ou outro como mais importante no processo de urbanização, mas há alguns dados que podem nos servir de orientação para a análise Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 de tal processo. Singer (1977) já aponta para a relação desenvolvimento econômico e evolução urbana tendo como maior impulsionador a indústria, algumas iniciadas no século XIX, e esta ao mercado. Piquet (1998) discorre sobre as cidades criadas ou redimensionadas a partir de instalações de indústrias de atividades variadas denominando-as “cidade-empresa”. Davidovich (1987) nos aponta algumas cidades fundadas pela ação da indústria mineradora e que, ainda hoje, vivem em função destas. Estes autores confirmam a tese de que a indústria, por si só, é um dos principais fatores de urbanização, pois vem ao encontro da nova fase do capitalismo internacional e explica a evolução econômica do país nos últimos anos. Por este viés, entendemos que o processo de urbanização da cidade de Catalão (GO) acelerou-se em um momento de grandes transformações no país, como a industrialização e a modernização na agricultura, mas o que mais impulsionou este processo foi à instalação das empresas mineradoras em meados da década de 1970. Em Catalão, mesmo com a modernização da agricultura (MESQUITA, 1993) e o crescimento do setor terciário (MOYA, 2000) o que se pode comprovar é que a cidade não acolheu apenas o número correspondente aos que deixaram a zona rural, mas um contingente que dobrou o número de sua população. Esta é uma particularidade que o diferenciará dos demais municípios da microrregião. Com o aumento populacional, obviamente, aumentou também a malha urbana da cidade e praticamente, dobrou sua extensão territorial em menos de três décadas, o que tornou a cidade uma referência regional . Daí se concluir que a cidade de Catalão, não apenas cresceu territorialmente ou urbanizou-se, mas aumentou significativamente sua população. Crescimento Populacional: o espaço urbano se transforma Quando ocorre um movimento migratório aumentando significativamente o contingente populacional de uma cidade, as conseqüências fazem com que o Poder Público Municipal seja obrigado a investir em infra-estrutura, no sentido de atender às necessidades básicas desta população emergente. O Estado torna-se assim um dos agentes produtores e consumidores do espaço urbano, sendo ao mesmo tempo “agente de regulação do uso do solo e alvo dos chamados movimentos sociais urbanos” (CORRÊA, 1989, p. 24). Segundo o mesmo autor, os outros agentes seriam basicamente os possuidores e não possuidores de capital o que é, em síntese, a divisão da sociedade em classes sociais que se configurará no espaço urbano, pois a natureza ao se tornar um bem econômico e como tal com um preço, sua ocupação será mediada pelo capital. Esta divisão de classes também será refletida na atuação do setor público em relação à instalação de infra-estrutura básica e equipamentos públicos. Segundo Scarlato (1996, p. 402). as discrepâncias quanto à existência de saneamento básico, de infra-estrutura em transportes, iluminação, saúde e educação, registradas entre os bairros das cidades brasileiras,[...] estão associadas às diferenças nas rendas das famílias. Os bairros onde se registram mais baixas rendas são sempre os menos bem equipados. No caso específico da cidade de Catalão (GO) este afluxo populacional traz junto, toda essa problemática: a expansão horizontal da cidade com o surgimento de novos bairros, alguns quase que totalmente destinados a trabalhadores, principalmente, na década de 1970 na fase de implantação e início de funcionamento das empresas mineradoras. Na década de 1970 foram autorizados quarenta novos bairros na cidade, e destes onze no ano de 1976. Os outros foram autorizados nos anos seguintes, ou seja, nove bairros na década de1980 e dez na de1990 além do alguns destinados à classe de maior poder aquisitivo como os condomínios. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 Esta disposição vem expressar territorialmente as contradições sociais impostas por este tipo de desenvolvimento, qual seja, de um lado os bairros chamados nobres dotados de toda infra-estrutura e altamente valorizados e de outro os bairros mais pobres sem infra-estrutura eficiente, distantes do centro e criando assim um interstício ou áreas como reserva de valor. Posteriormente estas áreas se tornaram alvo de grande especulação imobiliária transformando-se em potencial fonte de capital ampliado.Estas transformações irão culminar na refuncionalização urbana e à criação de subcentros no âmbito da cidade(FERREIRA,1998). Segundo Davidovich (1994, p. 301) Num sentido lato e até mesmo literal, a refuncionalização do espaço geográfico faz pressupor a idéia de um novo papel deste espaço ou, melhor dizendo, da elaboração de um novo espaço-tempo. Este novo espaço tem na cidade um caráter funcional, ou melhor, um novo valor de uso que vai se adequando na medida em que evoluem as forças produtivas. Para atender a estas novas funções, este espaço é transformado pelas demolições ou supressões reformas ou superposições e acréscimo ou acumulaçã.Mas pode ser que não haja necessidade destas transformações na forma, ou que não sejam tão acentuadas, porque é o conteúdo que também refuncionaliza . O novo e o velho se misturam, mudam-se as funções, criam-se espaços, modificam outros. O centro e a periferia tornam espaços desejados por diferentes grupos sociais e o Estado, através da implantação de infra-estrutura e políticas públicas, passa a determinar sua ocupação. Pela observação simples na cidade não é difícil perceber o novo valor de uso, de cunho funcional, da mesma. Tanto as formas como os conteúdos são alterados e adquirem novas funções, adaptando-se ao momento de transformações por que passa a cidade. Residências são demolidas e substituídas por modernas construções comerciais, outras são adaptadas a determinados usos, outras simplesmente mudam suas funções originais. É a produção e reprodução do espaço geográfico, do capital e da sociedade como um todo. Moya (2000), em sua classificação funcional das cidades, aponta para Catalão como pólo regional, afirmando que por ter a maior e melhor estrutura urbana acaba por influenciar as outras cidades da região e ao mesmo tempo sua ligação com centros maiores como Goiânia, a capital do Estado, e Uberlândia a cem quilômetros de distância, formando uma rede hierarquizada de cidades. Esta influência se deve à quantidade de órgãos públicos e privados sediados na cidade, como bancos (Bradesco, HSBC, Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Real), hospitais (Nars Fayad, Santa Casa de Misericórdia,Centro Materno), escolas (estaduais, municipais e particulares), faculdades como o Centro de Ensino Superior de Catalão (CESUC) e Universidade Federal de Goiás (UFG) atualmente com vinte cursos de graduação. Há também na cidade algumas órgãos públicos estaduais e federais como a Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas (AGETOP) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), além de cursos profissionalizantes industrial e comercial ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Social da Indústria (SESI), além de órgãos suplementares como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), entre outros. A Expansão Urbana e o Planejamento Municipal Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 Em meados da década de 1970 o governo municipal percebeu que a população urbana crescia de forma acelerada e com isso haveria a necessidade de organização e objetividade na ocupação do solo urbano. As perspectivas de mudanças estavam explícitas, pois as empresas mineradoras chegaram à região e a demanda por infra-estrutura aumentava significativamente. Em 1977 o INDUR, órgão da Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás elaborou o Plano Ordenador do Espaço Urbano de Catalão (P.O.E.U.) , e tinha como principal finalidade ser o instrumento de orientação no planejamento da cidade, com vistas ao crescimento que ora vislumbrava. A estimativa quanto à população era que esta chegaria a sessenta e cinco mil pessoas no ano de 1990 e cento e vinte e nove mil em 2000 e, nesta perspectiva, tornara-se necessário a intervenção do poder público para coordenar este crescimento. De acordo com o P.O.E.U. a expansão horizontal da cidade se daria no sentido Ribeirão Pirapitinga, de forma que esta não ultrapassaria a BR-050, evitando assim possíveis transtornos quanto ao trânsito. As margens seriam destinadas às áreas verdes para recreação, esportes e preservação ambiental. Estava prevista também a construção de um anel viário ligando a GO-330 ao norte à BR-050 ao sul, passando pela GO-210 a oeste da cidade, no sentido de retirar do centro o trânsito pesado de caminhões que seguiam para São Paulo ou Goiânia. Quanto ao centro da cidade estava prevista sua preservação como residências-padrão de luxo, de forma a manter viva a história e a cultura dos pioneiros. Uma outra providência a ser tomada era a retirada dos trilhos da estrada de ferro que cortava a cidade, causando transtornos à população. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (P.D.D.U.) criado pela Constituição Federal em 1988, tornando obrigatória sua instituição para cidades com mais de 20 mil habitantes, transformou-se no instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana para garantir um mínimo de organização, uso racional do solo, infra-estrutura eficiente e o bem-estar dos habitantes. Este Plano Diretor estabelece a obrigatoriedade do Governo Municipal com o planejamento e a expansão da cidade, entendendo como planejamento a resolução racional dos problemas urbanos. O P.D.D.U. de Catalão – 1992 tem, basicamente, as mesmas proposições do P.O.E.U. de 1997, com poucas alterações quanto às principais funções e tarefas a serem implementadas. Quanto às proposições iniciais do P.O.E.U. pode ser observado que: A expansão da cidade não seguiu orientação proposta, visto que foram criados 8 (oito) loteamentos ao sul da cidade após à BR-050, alguns bem recentes, e sem muita preocupação com os pedestres, pois ao longo de quase dois quilômetros não existem nem mesmo faixas de pedestres, muito menos passarelas. Portanto, o P.D.D.U. legitimou uma situação irregular, quando deveria impedi-lo. O anel viário nem foi iniciado, o que de certa forma torna o trânsito da cidade confuso para o transporte de mercadorias em caminhões. O centro residencial foi quase que totalmente refuncionalizado, tornando-se o centro comercial mais importante da cidade, tornando rarefeitas as casas residenciais,com seus moradores deslocando-se para as “periferias”. O Clube do Povo,composto por um grande lago,ginásio internacional,centro esportivo,além de uma área verde para recreação e esportes tornou-se apenas um fator de valorização do solo urbano.A qualidade dos imóveis ali construidos demonstra isto. A antiga estrada de ferro que deveria ser retirada, foi revitalizada com ajuda de uma empresa mineradora, tornado-se atração turística da cidade com passarelas ao Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 longo dos trilhos e um museu na antiga estação ferroviária. As margens do Ribeirão Pirapitinga que seria área de preservação ambiental está se tornando uma das principais avenidas da cidade , não observando os resquícios da vegetação nativa, que isolado, tende-se ao desaparecimento. Estas observações são importantes, pois são amostras das modificações ou adequações introduzidas na cidade, buscando resolver as questões mais prementes da população, mas que fere uma legislação criada pelo próprio poder público. São decisões políticas que atendem a um pequeno grupo, não levando em conta as possíveis conseqüências desta forma de atuação. . Neste caso o P.O.E.U. e o P.D.D.U. tornam-se inócuos e grande parte da população refém da vontade política dos dirigentes. Como estas obras são bastante visíveis e muito divulgadas, a impressão que fica é que as mesmas são necessárias e corretas, mas na verdade são omissas, como nas questões ambientais e sociais, por exemplo. Segundo Silva et al (2000, p. 50): [...] um Plano Diretor que é feito sem a participação dos maiores interessados que é a população urbana e que é elaborado não tendo em vista a realidade catalana inserida no processo global de urbanização e industrialização brasileira, só serve para o Estado ter a pretensão de estar cumprindo o seu papel de subsidiador dos interesses capitalistas e amortizador dos conflitos sociais. Se a população não participa da elaboração e efetização dos Planos, estes não sendo divulgados e a crescente demanda por serviços leva a este crescimento descontrolado e que conclui Santana et al (2001, p. 147): [...] a cidade continua crescendo e gerando o agravamento dos “problemas urbanos”, de modo que nenhuma medida efetiva veio controlar esse crescimento implementado desde a década de 70. Estas são algumas mazelas do crescimento urbano da cidade de Catalão decorrente em nível nacional das políticas públicas e do modelo econômico brasileiro e, em nível local pela dinâmica interurbana. De outro lado, os impulsos econômicos proporcionados pela grande indústria mineral e outras com maior arrecadação de impostos, incremento do setor terciário e oferta de trabalho também foram responsáveis na (re) organização sócioespacial da cidade de Catalão(GO). Quanto à relação da cidade com as grandes empresas não há como negar a importância destas no processo de urbanização da cidade e sua dinamização econômica. As evidências podem ser comprovadas, através da criação de empregos diretos e indiretos, da riqueza produzida, aumento populacional que podem ser medidos ao longo de seus 30 anos de existência. Mas, também é preciso destacar as representações que a indústria mineradora e posteriormente outras produziu no imaginário regional, particularmente nos primeiros anos de sua implantação. Desse modo, precisamos aferir se as mesmas constituem no setor econômico mais expressivo na economia local e regional. Existem evidências que estas indústrias já não atuam sozinhas, e sim como parte de um conjunto, onde a diversidade industrial e comercial forma o arcabouço da economia (LIMAeSILVA,2008) . Empresas estrangeiras montadoras de veículos, de fertilizantes, químicos, atacadistas, entre outras passaram a fazer parte do cenário urbano a partir de meados da década de 1990, com expressivos investimentos na expansão de suas unidades e, sendo assim implementando uma nova dinâmica na economia local. Este processo pode ser considerado um prosseguimento do impulso econômico trazido pelas empresas mineradoras em meados de 1970, que, por vários motivos, encontraram na cidade de Catalão(GO) o lugar seguro para seus investimentos. Desta forma, a cidade de Catalão em Goiás apresenta um significativo crescimento econômico e espacial que não é de todo acompanhado pelo desenvolvimento social. O Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 período analisado (1970-2000), foi inicialmente, provocado apenas por um fator exógeno, a indústria mineral e atualmente a produção de bens de consumo duráveis, como veículos automotores e implementos agrícolas, que acarretaram transformações nas atividades até então desenvolvidas. Saliente-se que estes tipos de indústrias não têm nenhum vínculo com a sociedade local. São grandes empresas transnacionais, com sede em diferentes países, não criando uma classe dominante rica e influente, politicamente como em épocas e lugares diferentes, pois esta atividade ocorre num sistema mundializado, onde o que o move é o capital, que é desterritorializado , mas que a sociedade local adaptou-se a este momento modificando, expandindo, refuncionalizando a cidade e suas atividades, inserindo-a, segundo propaganda oficial, entre “as melhores cidades para se viver em Goiás”. Mesmo diante destas transformações sócio-econômicas e espaciais, a população catalana continua preservando sua cultura e tradições centenárias como as festas religiosas, torcendo pelo CRAC (Clube Recreativo e Atlético Catalano), jogando “truco” e levando a vida com seu jeito “bom demais” de viver, numa espécie de uma convivência pacífica entre o ''novo e o velho,o moderno e o tradicional.'' Talvez esta dinâmica, seja o exemplo para repensarmos as cidades do cerrado brasileiro no século XX. 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