deficiente auditivo: o retorno para o mundo dos sons

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CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA
DEFICIENTE AUDITIVO:
O RETORNO PARA O MUNDO DOS SONS
TEREZA CRISTINA DE FREITAS GODOY
GOIÂNIA
1999
CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA
DEFICIENTE AUDITIVO:
O RETORNO PARA O MUNDO DOS SONS
TEREZA CRISTINA DE FREITAS GODOY
Monografia de conclusão do curso de
Especialização em Audiologia.
Orientadora: Mirian Goldenberg
GOIÂNIA
1999
RESUMO
Esta Monografia tem o intuito de analisar como se processa a audição
de crianças portadoras de deficiência auditiva, que utilizam o recurso da prótese
auditiva para amplificar, aproveitar e compreender melhor os sons.
A escolha do aparelho de amplificação auditiva individual deverá ser
feita visando o melhor para a criança, qual se adaptará melhor e quais as vantagens
que este possa oferecer.
Através de uma ampla pesquisa bibliográfica pode-se observar, quais
os fatores que podem favorecer ou interferir na habilitação e na reabilitação da
criança deficiente auditiva.
A deficiência auditiva acaba interferindo no desenvolvimento da
criança. Sem um trabalho de intervenção apropriado poderão surgir falhas, não
apenas comunicativas, mas intelectual, social e emocional no deficiente auditivo.
A participação da família junto à criança é importante para sua autoestima, pois contribui para que haja um maior relacionamento com outras crianças.
O trabalho terapêutico envolve não apenas o deficiente auditivo, mas
seus pais, assim, de forma conjunta, o desenvolvimento da criança será maior e
suas dificuldades serão melhor compreendidas.
O trabalho de reabilitação é direcionado à cada criança, com o
objetivo de atender às suas principais necessidades. É preciso elaborar estratégias
agradáveis para despertar o interesse e a vontade da criança em participar dos
exercícios propostos.
O aproveitamento dos restos auditivos e o treinamento auditivo são
eficazes na aceleração do processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem.
Portanto, a protetização juntamente com a reabilitação precoce é importante para
que o deficiente auditivo se integre mais facilmente à sociedade ouvinte.
AUDITIVE DEFICIENT:
THE RETURN TO THE WORLD OF SOUNDS
This Monograph has the intuit to analyse how to process the audition of
children’s deficiency autitive porter, wich utilize the auditive prosthesis resource to
amplify, understand and make good use of sounds.
The individual selection of amplifying auditive equipament must be
done aiming the best for the child, and wich one should best adapt and which
vantages this one can offers.
Searching through a wide bibliography, there’s a lot to observe, as wich
points can benefit or interfer on the preparation and repraparation of the child’s
auditive deficient.
The audio-deficient ends up interfering on the child’s developement.
Without a proper interventation, it could appear failures not only comunicatives, but
intelectual, social and emotional on the deficient child.
The family’s participation with the child is important for his self-esteem,
course it contribute for a better relationship with other children. The therapeutic effort
envolves
not
only
the
audio-deficient
but
their
parents.
So,
in
a
connected effort, the child’s development will be bigger and his difficulty can be
better to understand.
The rehabilitation’s work is directed to each different child, with the
objective of reaching their main necessities. It’s necessary to elaborate delightful
strategies to awake the interest and the will of children to participate of the propose
exercise.
The utilization of what is left out of the child’s auditive and the auditive
trainment is efficient on the acceleration process of acquisition and development of
speach. Therefore, the precocions rehabilitation is important so that the auditive
deficient can get along lasier with the listener society.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais pela
compreensão e estímulo constante.
AGRADECIMENTO
Ao meu marido por compreender minhas ausências.
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO ...............................................................................................................01
II - DISCURSÃO TEÓRICA...............................................................................................04
III - CONCLUSÕES............................................................................................................52
IV - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................55
I - INTRODUÇÃO
Algumas crianças apresentam comprometimento em sua audição,
prejudicando, dessa forma, a produção normal da fala. A perda auditiva durante a
infância pode dificultar ou atrasar a aquisição de linguagem, resultando o retardo
das habilidades comunicativas.
O funcionamento em conjunto das estruturas da orelha externa, média
e interna, provocam o desempenho de necessidades vitais tanto relacionadas à
locomoção e manutenção do equilíbrio estático e dinâmico, quanto à localização da
distância e à direção de fontes sonoras, além de funcionarem como mecanismo de
alerta e defesa. Contudo, ainda possibilitam a aquisição e o desenvolvimento de
um sistema simbólico estruturado: a linguagem verbal.
A deficiência auditiva, em qualquer grau, gera graves implicações no
comportamento social e emocional das crianças por ela afetadas, além de sérias
alterações em sua linguagem que dificulta seu aprendizado ou sua utilização na vida
diária.
1
Em vista da necessidade de se ouvir bem é que torna premente
diagnosticar os problemas auditivos das crianças com toda habilidade,
conhecimento e possibilidade de que somos capazes.
A criança tem necessidade auditiva maior que o adulto, pois para
aprender a língua de sua comunidade é preciso primeiro identificar acusticamente
os fonemas que esta contém.
Um dos componentes fundamentais no processo de habilitação e
reabilitação auditiva é a utilização da prótese auditiva, que tem como finalidade a
ampliação sonora, da maneira mais adequada e satisfatória possível.
É na infância que mais se desenvolvem os conhecimentos e as
habilidades, portando, é necessário que a criança receba grande quantidade de
estímulos do ambiente em que vive. A audição é o principal meio através do qual a
linguagem verbal é adquirida. Até perdas auditivas mínimas podem representar um
risco ao desenvolvimento da linguagem e gerar problemas de aprendizagem.
Torna-se, então, primordial a adaptação de prótese auditiva nas
crianças com deficiência auditiva, o mais precocemente possível, para que sejam
evitados os efeitos da privação sensorial sobre o desenvolvimento global da
linguagem.
Uma perda na audição dificulta uma criança a interpretar um sinal
acústico. Portanto, no momento em que se inicia um trabalho com o deficiente
auditivo é preciso considerar as características e necessidades individualmente,
verificar quais são sua maiores dificuldades e se há outros fatores interferindo no
desenvolvimento das suas habilidades de comunicação. Assim, pode-se atender
2
melhor as necessidades específicas de cada criança, sabendo-se qual tipo de
prótese auditiva que melhor se adaptará a ela.
O objetivo dessa pesquisa é investigar, a partir da literatura existente,
as características da comunicação do deficiente auditivo, utilizando-se da próteses
auditiva.
Este trabalho foi elaborado através de um amplo levantamento
bibliográfico.
3
II - DISCURSÃO TEÓRICA
Dentre os tipos de próteses auditivas que podem ser empregados,
deve-se escolher aqueles que se adapta melhor na reabilitação. É importante
buscar o aperfeiçoamento da comunicação para melhorar o desenvolvimento e a
interação do deficiente auditivo na vida social.
As dificuldades auditivas das crianças portadoras de deficiência
podem ser percebidas a partir de avaliações feitas, desde o nascimento, com a
utilização de testes audiométricos, onde se observam respostas comportamentais.
Para garantir a consistência dos achados audiológicos, cabe ao examinador efetuar
mais de um teste.
Nos testes audiométricos, primeiramente realiza-se uma anamnese na
qual se faz uma coleta da dados junto aos pais, de forma a caracterizar a queixa e
as dificuldades que estes sentem do seu filho. Esta etapa é uma fase de
aproximação entre o examinador e a criança.
Há diversas técnicas para avaliar a audição da criança, entre elas:
- Pesquisa das respostas comportamentais ao estímulo auditivo.
Observa-se o reflexo cócleo-palpebral, o reflexo de susto e o reflexo de qualquer
movimentação generalizada, que envolva mais de um membro, acompanhada de
algum movimento ocular.
- Boel, consiste em um equipamento para ser usado tanto para testar
superficialmente a audição de bebês, quanto para avaliar o desenvolvimento
perceptual, motor, visual e o contato da criança com o examinador.
4
- Audiometria através do condicionamento do reflexo de orientação
(Suzuki e Ogiba). Esta técnica baseia-se no princípio de que, quando é apresentado
um estímulo visual estranho à criança, esta tende a procurar a fonte ou a origem do
estímulo, independente da estimulação visual apresentada.
- VRA (audiometria do reforço visual). O objetivo deste teste é reforçar
qualquer resposta apresentada pela criança. Ocorre a apresentação de estímulo
sonoro seguido do estímulo visual.
- Crib-o-gram. São dispositivos ligados a um berço que registram a
atividade do bebê durante e após a apresentação da estimulação acústica. Esta
técnica provê os mesmos resultados da observação comportamental, tendo, porém,
a vantagem de ser automática.
- Audiometria. Teste em que se ensina a criança a apresentar uma
resposta a um estímulo.
- Peep-Show. É a associação de estímulos visuais e auditivos para
pesquisar o nível mínimo auditivo.
- Exames complementares. Eletrococleografia, potenciais evocados
auditivas precoces, emissões otoacústicas e audiometria de respostas evocadas
no tronco cerebral.
Na avaliação da audição de uma criança, não se avalia somente o
percurso morfofisiológico que o som faz para chegar ao sistema nervoso central,
mas se avalia o todo, a criança
e a forma de sua audição: a criança e as
consequências que um problema auditivo traz para ela.
5
A avaliação audiológica não deve estar somente presa à obtenção
dos limiares tonais; deve ser um processo mais amplo onde se observa um sujeito,
sua audição e seu comportamento frente ao mundo sonoro (Russo, 1994).
Dependendo das características, essa falha auditiva poderá; ter uma
tendência mais severa porém, irá depender do local comprometido.
É difícil para o deficiente auditivo aprender sua própria linguagem.
Por esta razão, muitos não conseguem transmitir seus pensamentos a outras
pessoas, exceto por meio de gestos e demais ações concretas. Contudo, o uso de
aparelho de amplificação e um bom treinamento, o mais cedo possível, facilitarão o
acesso à comunicação oral.
As deficiências auditivas podem ocorrer antes, durante ou depois do
nascimento.
Denominam-se deficiências auditivas congênitas, aquelas que
ocorrem antes ou durante o nascimento, e deficiências auditivas adquiridas, aquelas
que ocorrem após o nascimento. Essas perdas auditivas podem ser classificadas
em hereditárias e não hereditárias.
Há necessidade de conhecer as causas mais comuns que aparecem
no ouvido externo, médio e interno para que se entenda o tipo de problema que será
trabalhado como:
Ouvido externo. São várias as patologias que ocorrem no ouvido
externo, muitas gerando desconforto e dor além da perda auditiva. Dentre elas: otite
externa, pericondrite, furunculose, copos estranhos e rolha de cera. Entre as
etiologias que podem levar a perda auditiva pode-se citar a atresia ou estenose do
conduto auditivo externo. As malformações do conduto auditivo externo podem
6
surgir isoladas ou associadas às malformações do pavilhão auricular e/ou ouvido
médio, disostoses craniais, faciais e, também podem estar associadas com
fissuras labiais e/ou palatais.
Ouvido médio. Há vários motivos que podem levar a deficiência
auditiva como:
•
Origem não genética, manifestação isolada e pós-natal. Uma das
patologias mais comuns é a otite média. Ocorre com mais frequência em crianças
abaixo de quatro anos e, está diretamente relacionada a fatores tais como: idade,
sexo, raça, fatores genéticos, nível sócio-econômico, estação do ano e clima.
•
Origem congênita e manifestações associadas a outros sinais
(síndromes).
- Síndrome de Treacher-collins. Malformações do primeiro arco
branquial.
- Síndrome de Goldenhar (diplasia óculo-aurículo-vertebral). Os
portadores apresentam anomalias orais, músculo-esquelético e oculares.
- Síndrome de Pierre Robin. As manifestações estão relacionadas à
malformação do esqueleto crânio-facial.
- Síndrome de Apert. A risco desta síndrome pode estar ligada à
transmissão autossômica dominante.
Ouvido interno. São diversas as causas que geram a deficiência
auditiva.
•
Origem genética, congênita e de manifestação isolada. Na vida
embrionária em que ocorre a falha no desenvolvimento é que vai determinar o grau
e a aparência da deformidade.
7
•
Deficiência auditiva congênita de origem genética, associada com
outras anormalidades. Pode ocorrer acompanhada de alterações em outros órgãos.
•
Deficiência auditiva congênita, de origem não genética e de
manifestação isolada. Como por exemplo, ototoxidade.
•
Deficiência auditiva congênita, de origem não genética, com
manifestação associada. Ocorre devido a infecções por vírus ou bactérias.
•
Deficiência auditiva tardia, de origem genética, com manifestação
associada a outras anormalidades. É caractarizada por alterações da audição que
ocorrem após o período neonatal, que podem ou não ser de origem genética. A
deficiência auditiva pode aparecer isolada ou associada a outras anormalidades.
•
Deficiência auditiva tardia, de origem não genética e que ocorre de
forma isolada. É causada por distúrbios inflamatórios virais ou bacterianos, que
ocorrem após o nascimento.
O diagnóstico preciso da causa da deficiência auditiva é necessário
para sua prevenção como para adequação dos métodos fonoaudiológicos e
educacionais que deverão ser utilizados. O processo de reabilitação e/ou
habilitação de uma criança com problema sensorial é diferente da criança com
problema neural ou central (Azevedo, 1997).
É fundamental o conhecimento das causas da deficiência auditiva,
para que se possa entender melhor tipo de problema que será trabalhado.
Conhecendo o local, grau e origem do problema pode-se indicar a adaptação da
prótese auditiva e organizar a terapia que virá a seguir.
8
O uso da prótese auditiva tem como objetivo a amplificação, não
apenas dos sinais de fala, mas de sons ambientais, os sinais de perigo e de alerta,
bem como os sons que melhoram a qualidade de vida da criança. Além disso, é o
instrumento utilizado para facilitar a educação e o desenvolvimento psico-social e
intelectual do deficiente auditivo. (Gepés, 1996)
Os aparelhos possibilitam à criança detectar sons que antes ela não
conseguia perceber. O importante não é tanto o grau da perda auditiva
apresentado pela criança, mas a habilidade que ela adquire a utilização de seus
restos auditivos.
Contudo, crianças com grandes perdas, mas com a ajuda de
aparelhos de amplificação sonora, captam e interpretam bem os sons do seu meio
ambiente.
O desenvolvimento neuropisicológico depende de experiências
específicas vivenciadas, correspondendo a cada estágio pelo qual a criança passa,
e que está relacionado, também, com a sua maturidade. Considerando essa fase,
ausência de estimulação auditiva nos primeiros meses de vida pode impedir que a
percepção auditiva se desenvolva. (Azevedo, 1997).
Portanto, a adaptação do aparelho de amplificação sonora, quando
possível, deve ser feita antes que a criança atinja a segunda etapa do balbucio, para
garantir a instalação feed-back acústivo-articulatório. Este é um dos fatores básicos
para o desenvolvimento da fala e da linguagem.
9
Um trabalho precoce e intensivo com a audição, fala e linguagem das
crianças portadoras de deficiência auditiva pode ajudá-las à adquirirem níveis
razoáveis de comunicação oral durante os anos pré-escolares.
Bevilacqua
(1997)
considera,
uma
intervenção
precoce
a
possibilidade de minimização das dificuldades que esse deficit impõe, não só
daquelas que dizem respeito ao processo de comunicação, mas também daquelas
encontradas durante todo o processo educacional posterior.
Com os avanços tecnológicos, como técnica de diagnósticos
audiológicos precoces, aparelhos de amplificação sonora potentes e implante
coclear multicanal, a linguagem oral e fluente pode ser conseguida cada vez mais
por crianças com deficiência auditiva.
Com essas considerações, para dar início à investigação, enfocarei o
desenvolvimento da comunicação mostrando que algumas crianças podem
apresentar domínio de linguagem, estando porém defasadas em relação à sua
audição, o que dependerá da colocação e adaptação da prótese auditiva, escolha
do terapeuta e dos familiares e principalmente da aceitação e das facilidades
oferecidas pela própria criança.
É difícil para o deficiente aprender sua própria linguagem. Por esta
razão, muitos não conseguem transmitir seus pensamentos a outras pessoas,
exceto por meio de gestos e demais ações concretas. Por não entender o que os
outros falam, existe uma impossibilidade de manter uma conversação. Contudo, um
bom treinamento e o uso de aparelho de amplificação auditiva, o mais cedo
possível, facilitará a comunicação oral.
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A adaptação inadequada e tardia do aparelho de amplificação sonora
individual , os problemas de manutenção, a falta de trabalho terapêutico e o pouco
ou ineficiente envolvimento dos pais, podem contribuir para um desenvolvimento de
linguagem restrita, pouco esperado para a idade da criança.
O aparelho de amplificação auditiva será eficiente se os pais
aceitarem, e se as crianças fizerem o uso adequado e freqüente do mesmo.
São os pais que conseguem uma intervenção mais afetiva junto à
criança, através de estratégias que estimulam as habilidades auditivas e o
desenvolvimento da linguagem, proporcionado o enriquecimento dos eventos
diários.
Se a educação auditiva ocorrer desde cedo em um ambiente de
aprendizado adequado e a utilização frenquente e correta do aparelho de
amplificação auditiva, com os pais orientados no sentido de um comportamento que
aumente a qualidade e as trocas de comunicação com a criança, possivelmente
com esse trabalho e dedicação, as consequências da deficiência auditiva serão
minimizadas.
A perda auditiva, conforme o grau, pode ser leve, moderada, severa e
profunda. De acordo com o grau e a dificuldade da criança é que estabelece a
melhor forma terapêutica e uma amplificação eficiente para atender as
necessidades dos deficientes auditivos.
Há crianças diagnosticadas como portadoras de grandes perdas
auditivas, entretanto, usando a amplificação e trabalhando com a criança, essa
audição poderá tornar-se utilizável.
11
As perdas auditivas, de acordo com o local em que a lesão está
situada, podem ser classificadas em:
- Perda auditiva condutiva - ocorre no ouvido externo e / ou ouvido
médio. A audição encontra se rebaixada na via aérea e a via óssea nos padrões da
normalidade.
Os achados timponométricos encontram-se alterados e não
há
presença de reflexo acústico do músculo estapédio. Normalmente o ouvido interno
encontra-se normal. As patologias podem ocorrer por presença do corpo estranho
no conduto auditivo externo e até por malformação do sistema de transmissãopavilhão auricular, conduto auditivo externo, membrana timpânica e cadeia
ossicular.
- Perda auditiva neuro-sensorial. A perda auditiva se localiza na
cóclea e/ou no nervo coclear. A audição se encontra prejudicada na via aérea e
óssea.
Os achados timpanométricos encontram-se dentro dos padrões
normais, se não existir ocorrência de patologia de ouvido médio associada. O
reflexo acústico do músculo estapédio pode estar presente, dependendo do nível de
audição da via aferente a da presença do recrutamento.
- Perda auditiva mista. Apresenta componentes condutivos e
neurosensoriais no mesmo ouvido.
A audiometria tonal pode apresentar gaps entre a via óssea em
algumas frequências, estando ambas as vias acopladas em outras. Os achados
timpanométricos poderão mostrar a magnitude do componente auditivo, estando
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reflexo estapediano ausente. O prognóstico de uma perda mista depende,
diretamente, da influência dos componentes condutivos e neuro-sensoriais.
- Distúrbios auditivos centrais. A criança pode ter achados auditivos
normais e, mesmo assim, apresentar dificuldades para reconhecer ou interpretar a
fala.
As liminares tonais pode estar dentro da faixa de normalidade ou com
característica de lesão perceptual.
O diagnóstico de uma perda auditiva em qualquer situação deve
incluir não só os testes auditivos, mas avaliações da linguagem receptiva e
expressiva, das vocalizações ou dos níveis de fala e do comportamento geral da
criança.
A identificação de alterações auditivas no primeiro ano de vida
possibilita a intervenção ainda no período crítico e optimal de desenvolvimento da
criança, prevenindo futuras alterações. (shochat 1996)
É preciso investigar como o sistema auditivo de uma criança recebe,
analisa e organiza as informações acústicas do ambiente. Para atingir o
reconhecimento e a compreensão da fala, a criança deve ser capaz de prestar
atenção, detectar, discriminar e localizar sons, além de memorizar e integrar as
experiências auditivas.
As crianças com perdas auditiva são passíveis de modificação no
quadro audiológico. É necessário o profissional estar atento às perdas
progressivas, flutuantes ou outras alterações que levem a criança a ouvir menos do
que nas últimas referências e de seus audiogramas.
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É preciso observar os problemas de orelha média pois, podem estar
relacionados às perdas auditivas neurossensoriais e que, nestas condições, o uso
de uma prótese auditiva pode causar desconforto para o seu usuário e, até mesmo,
alterar, para pior, seus limiares auditivos.
Antes da adaptação da prótese auditiva é importante uma adequada
exploração médica para que se possa definir e indicar, prescrever ou orientar a
conduta clínica mas correta para o caso.
Outro fator é o estabelecimento da etiologia e a evolução da
deficiência auditiva apresentada pela criança. Perdas auditivas progressivas,
quadros condutivos e patologias centrais associadas, podem ser mais facilmente
diagnosticados, se o profissional que acompanha a criança estiver participando no
programa e reabilitação posterior.
O profissional envolvido na reabilitação, além do processo terapêutico
deverá constantemente medir e modificar a audição residual da criança através da
aplicação da melhor prática audiológica possível.
As
dificuldades
encontradas
na
deficiência
auditiva
estão
basicamente relacionadas a:
− Percepção - A criança possui dificuldade em identificar objetos ou
eventos pelos sons que os mesmos produzem, estando mais
sujeitos à acidentes, pois seu mecanismo de alerta e defesa
encontra-se prejudicados;
− Problemas de fala - há dificuldade me associar os movimentos de
seus mecanismos fono-articulatórios aos sons resultantes. Assim
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tende a não adquirir o controle da fala, tanto no que se refere à
intensidade quanto à altura de sua voz;
− Problemas de comunicação - há dificuldade em manter uma
conversação com outras pessoas;
− Alterações congênitas - a criança com dificuldade auditiva só
compreende a partir de situações concretas;
− Problema social - existe uma dificuldade em desenvolver atitudes
adequada perante os outros, como conseqüência, surge o
isolamento do mundo e dos outros;
− Problema emocional - a criança, sendo restrita ao uso da
linguagem falada, é incapaz de perceber as reações dos outros
sentindo-se
frustrada,
confusa,
medrosa,
agressiva
e,
freqüentemente, desenvolve uma auto-imagem negativa;
− Dificuldade vocacional - pela falta de habilidades verbais, do
treinamento acadêmico e das habilidades sociais fazem com que a
criança atinja a idade adulta com possibilidades profissionais
limitadas;
− Problema familiar - há uma redução na interação de uma
superproteção com a criança;
Para a indicação do aparelho auditivo é necessário que a criança
tenha o diagnóstico otológico previamente estabelecido, isto é, a deficiência
auditiva condutiva e/ou neurosensorial de grau leve a profundo, e que tenha o
15
aparelho auditivo como único recurso para o progresso de habilitação ou
reabilitação do sistema de comunicação oral.
Outros aspectos ainda devem ser considerados, tais como: a
aceitação da perda auditiva, principalmente pelos pais, as necessidades de
comunicação e os aspectos financeiros.
No processo de seleção e avaliação de uma prótese auditiva é
necessário que a criança passe por um avaliação audiométrica que contenha:
- Anamnese detalhada. É importante ser realizada para que se possa
obter mais informações à respeito da criança. Deve-se questionar a provável causa
da deficiência auditiva, quando esta ocorreu, o passado otológico, condições de
saúde em geral, presença de alergia a diferentes tipos de plásticos, etc. A
observação do comportamento da criança durante o processo de avaliação pode
fornecer informações sobre o seu desenvolvimento global, do modo a auxiliar o
diagnóstico se houver outros distúrbios associados à deficiência auditiva.
- Anamnese otológica. Antes de tomar uma atitude quanto ao
processo de reabilitação de uma criança deficiente auditiva, é fundamental que ela
seja
detalhadamente
examinada
pelo
médico
especialista
na
área
de
otorrinolaringologia. Se o problema auditivo é causado por uma doença passível de
tratamento clínico ou cirúrgico, a prótese auditiva não é indicada como primeira
opção.
- Avaliação audiológica completa. É preciso conhecer a capacidade
auditiva da criança para estabelecer quais os modelos de prótese auditiva que
devem ser testadas. Os testes realizados são:
16
•
Audiometrial tonal – Para obter informações sobre o tipo, grau e
configuração da perda auditiva. Em crianças pequenas podem ser feitos a
audiometria de tronco cerebral (Bera), emissões otoacústicas e screening
instrumental.
•
Imitanciometria. Realiza-se a timpanometria e a
pesquisa do
reflexo acústico.
•
Testes de percepção de fala. É preciso obter o índice de atenção
para os sons de fala e, se a criança tiver um nível de linguagem oral desenvolvida,
acrescentar testes para índices de discriminação, reconhecimento e compreensão
dos sons da fala, nos quais devem ser feitos no nível mais confortável para o
paciente. Não apenas os dados quantitativos devem ser observados, mas os tipos
de erros cometidos e as estratégias utilizadas no processo de comunicação.
•
Limiar de desconforto. Trata-se de um teste subjetivo que verifica o
limiar de desconforto do paciente, quando um estímulo apresenta-se muito intenso,
e o campo dinâmico de audição, que servirá de base para a seleção do aparelho
de amplificação sonora individual.
- Seleção das próteses auditivas. A escolha adequada da prótese
auditiva é muito importante para a adaptação, minimizando o risco de selecionar um
modelo que causa desconforto e irritabilidade na criança.
- A avaliação na criança usando a prótese auditiva. Este procedimento
torna-se imprescindível, pois a partir desta avaliação pode-se verificar se ha
necessidade de alguma modificação nos aparelhos, quais as frequências
17
enfatizadas ou diminuídas e se a criança está sendo beneficiada com o uso do
aparelho auditivo.
- Monitoramento da prótese auditiva. Para o processo de reabilitação
auditiva é essencial verificar se as próteses auditivas estão funcionado
adequadamente. Reavaliar sistematicamente as próteses e o desempenho da
criança que as utiliza, devem ser propósitos rotineiramente realizados. Na medida
em a criança cresce e tem condições de melhorar seu padrão de resposta auditiva,
é fundamental a modificação das características eletroacústicas previamente
selecionadas.
A criança usuária de prótese auditiva deve manter-se integrada ao
processo de reavaliação para que se possa monitorar e detectar qualquer
alteração, evitando que a criança manifeste uma rejeição aos instrumentos
selecionados, além de construir um meio seguro e eficaz de controlar o benefício
obtido a partir do uso da amplificação.
Em crianças que ainda não desenvolveram a linguagem podem ser
pesquisadas reações a sons de onomatopéias ou ruídos ambientais, estímulos
considerados mais significativos e interessantes, e por isso, mais eficazes para
provocar respostas, além dos exames complementares.
O comportamento da criança deve ser observado durante o processo
de avaliação audiológica ou de seleção e indicação da prótese auditiva, pois ajuda
nas dúvidas sobre a presença de outros comprometimentos, tais como: alterações
do processamento auditivo central, distúrbios comportamentais, dificuldades de
18
aprendizagem e/ou de compreensão de linguagem, que não são compatíveis com o
grau da perda auditiva apresentado pela criança.
A seleção dos procedimentos e das técnicas de avaliação
audiológica deve ser empregada cuidadosamente, pois nem sempre a criança que
está sob avaliação apresenta maturidade mental, física e psicológica; por esta
razão a ausência de respostas abertas ao estímulo sonoro nem sempre é um
indicativo de perda auditiva. Muitas vezes, a criança responde indiretamente ao
estímulo sonoro. (Momensohn, 1994)
Para o processo de análise diferencial do comportamento da criança
é preciso conhecer a sistomatologia comportamental
dos diversos distúrbios
auditivos encontrados em crianças. É de suma importância a observação das
características comportamentais e uma avaliação qualitativa desses sintomas.
As crianças que apresentam deficiência auditiva relacionada a
distúrbios comportamentais possuem os seguintes sintomas:
- Crianças com deficiência auditiva periférica - apresentam privação
em um dos sentidos básicos para o estabelecimento de contato com o mundo e o
ambiente que as rodeiam. Por essa dificuldade em ouvir, não há desenvolvimento
da linguagem oral, mas utilizam sua voz de forma projetiva para chamar a atenção
dos outros sobre si.
- Crianças com lesões neurológicas centrais. Há uma variedade de
graus em que estas lesões podem se manifestar. Podem apresentar inabilidade
para interpretar os símbolos da linguagem verbal. As crianças ignoram os sons da
19
fala e demais estímulos acústicos e sua vocalizações apresentam qualidade tonal
idêntica à da criança normal.
- Crianças com distúrbios emocionais. As crianças com distúrbios
emocionais não apresentam resposta ao mundo sonoro, pois para elas não é
agradável e nem desperta boas sensações. Suas respostas aos estímulos sonoros
são indiretas e, geralmente, para estímulos de poucas intensidade. Podem
apresentar alguma reação mesmo à uma pequena intensidade. Rejeitam todos os
estímulos sensoriais.
- Crianças com deficiência mental. Apresentam um padrão de
comportamento atrasado. Suas respostas ao estímulo sonoro são adequadas
desde que o estímulo apresentado seja selecionado corretamente e bem
administrado. Suas reações são compatíveis com seu nível mental, mas alteradas
quando comparadas à sua idade cronológica. As respostas para sons concretos e
com significado são geralmente melhores do que para tons puros.
O diagnóstico diferencial precoce é muito importante para que se
possa estabelecer corretamente o trabalho de reabilitação e/ou habilitação auditiva
e uma terapia adequada ao tipo de deficiência auditiva que a criança apresente.
A pesquisa das respostas auditivas da criança deve ser baseadas em
informações preliminares, entrevista inicial com os pais (anamnese) e do
estabelecimento de um contanto com a própria criança. Dados relativos ao uso da
linguagem, da comunicação e dos recursos que a criança usa para se comunicar,
são extremamente importantes na seleção da técnica e no material que serão
utilizados na avaliação audiológica, bem como na seleção da prótese auditiva.
20
Desta forma, é importante que a criança tenha sua audição avaliada
através de vários procedimentos, já que cada um deles possui um objetivo distinto e
fornece informações sobre diferentes níveis do sistema auditivo.
Logo após o diagnóstico da deficiência auditiva, deve haver a
indicação do aparelho auditivo para a criança e o início do trabalho de adaptação
ao aparelho, já que a adaptação pode ser decisiva para o aparelho auditivo ser
aceito pelo deficiente auditivo.
O trabalho com a criança, para ter bom resultado, precisa ser
realizado num clima de confiança mútua, de aceitação e de amizade, e em um
ambiente de cordialidade onde o paciente se sinta relaxado e disposto a colaborar,
pois só desta forma se pode observar as reações e as atitudes que ele venha
permitir que se manifestem.
Qualquer
perda
auditiva
significante
interfere
e
prejudica
o
desenvolvimento intelectual, acadêmico e social da criança e desta forma, todas
estas crianças são candidatas ao uso da emplificação.
Ao adaptar o aparelho de amplificação sonora na criança, é
importante mostrar-lhe que o objeto fará parte do seu esquema corporal, e que só
deverá tirá-lo para tomar banho ou dormir. É fundamental que a criança saiba que o
aparelho auditivo lhe será útil e agradável.
Antes da protetização, a criança deve passar por um período de
experiência onde ela possa utilizar o aparelho nas condições ambientais e de
comunicação habituais. Essa experiência deve ser acompanhada, de perto, por um
21
profissional pois, provavelmente, serão necessários ajustes porque pequenos
problemas e dificuldades poderão provocar a irritabilidade e desistência da criança.
Há pais que questionam quanto tempo, por dia, devem deixar as
crianças com o aparelho auditivo na fase de adaptação. O tempo ideal é o tempo
máximo que a criança suportar seu uso. Se ela tirar, deve-se respeitar sua vontade
por algum tempo e tentar colocá-lo novamente. E assim sucessivamente, até ela
entender que deve estar sempre com o aparelho de amplificação sonora.
As crianças acabam percebendo que estar usando o aparelho
auditivo é melhor do que não usá-lo, e acabam usando-o durante todo o dia.
Certamente, se trouxer benefício, elas acabam por usá-lo constantemente por se
sentirem mais seguras com ele.
O aparelho auditivo ao ser colocado deve emitir sons agradáveis,
melodiosos, jamais ruídos intensos. O ouvir deve ser algo prazeroso e motivador.
Qualquer reação de percepção ao som que a criança tenha, deve-se incentivá-la
mais, mostrando-lhe o quanto é bom. É necessário mostrar-lhe de onde vem os
sons, para que ela comece a perceber que são significativos. O fato de não saber
de onde eles vêm pode causar insegurança e medo.
É muito importante fazer a associação com a fonte sonora; deve-se
trabalhar a significação do som, deixar as crianças expostas aos sons ambientais,
em contextos situacionais e significativos para elas é fundamental.
Todos os recursos empregados na reabilitação baseiam-se no
princípio de que a criança deverá ser capaz de monitorar sua fala em
desenvolvimento, ou seja, empenhar para que ela aprenda a ouvir, e que faça uso
22
adequado de seu resíduo auditivo, preste atenção aos sons e saiba os significados
que transmitem.
Esse trabalho será baseado em uma ampla bibliografia sobre o tema.
A partir dessas pesquisas irei observar como se processa o desenvolvimento da
linguagem da criança deficiente e como se dá a comunicação com o tipo de
método e estratégias utilizados.
Essa pesquisa visa mostrar a importância da linguagem no meio da
comunicação, as características comunicativas das criança que apresentam
deficiência auditiva não importando o grau e o quanto uma falta de estimulação
poderá atrasar e prejudicar o desenvolvimento lingüístico.
É importante salientar que a época de intervenção e a idade são
fatores dominantes na evolução. Quanto mais cedo forem detectados os problemas
auditivos, maiores serão as chances de recuperação.
Outro fator importante da detecção precoce é a possibilidade de atuar
de maneira preventiva sobre os problemas secundários à deficiência auditiva antes
de remediá-los. Sem essa intervenção, as conseqüências da deficiência auditiva na
criança serão sérias e extensas.
É necessário estar sempre atento ao desenvolvimento global da
criança e prestar atenção a todas as implicações da deficiência auditiva no seu
desenvolvimento. Não convém ser rígido durante um programa terapêutico ou
educacional. É preciso respeitar a criança, seu momento e principalmente seu
limite, pois, cada uma tem seu próprio modo de reagir às situações que lhe são
impostas.
23
Considero necessário não apenas o trabalho do terapeuta, mas o dos
pais pois nada adiantará se não houver um apoio e uma compreensão da família.
É fundamental que percebam que a criança necessita de apoio e
segurança para que possa crescer como uma pessoa igual as outras, pois se há
resistência por parte dos pais, a criança cada vez mais sentirá dificuldades em
conviver em um ambiente social, seja em casa ou até mesmo na escola.
Outro aspecto que dificulta o processo evolutivo da criança é a super
proteção, que causa insegurança consigo mesma, tornando-a um adulto
dependente. Assim é preciso que os pais mantenham o controle da situação,
decidindo o que é, e o que não é preocupação normal com a deficiência auditiva.
Acredito que o domínio da linguagem pela criança é extremamente
dependente da qualidade das situações de interação com os outros, ambientes
desfavoráveis que não proporcionam um estímulo e uma boa relação, podem afetar
a aquisição, embora os demais aspectos possam estar menos prejudicados.
A orientação aos pais logo após o diagnóstico da deficiência auditiva
na criança é necessário, pois auxilia-os a controlar a ansiedade em relação ao
modo de agir e de aceitar o problema da criança.
Através da informação e de um programa de treinamento, os pais
podem participar significativamente na habilitação da criança.
Segundo Bevilacqua (1987), a capacidade de ajudar a criança está
relacionada à disponibilidade dos pais em desenvolverem um trabalho junto ao filho
portador de deficiência auditiva, baseando-se nos seguintes aspectos.
- Utilizar a visão associando-se à audição.
24
- Uso da visão para suplementar a audição em situações do cotidiano
como refeições, vestir, etc.
- Apresentar para a criança diversos tipos de sons do seu cotidiano,
tornando-os significativos para ela.
- Dirigir a atenção da criança para o rosto do falante.
- Propiciar à criança uma comunicação agradável para que possam
perceber que esta facilita as brincadeiras cooperativas.
- Orientar quanto ao uso do aparelho de amplificação sonora
individual.
- Estimular a criança que use a própria voz, que é o princípio do
desenvolvimento da fala.
- Encorajar a criança a compreender fala e linguagem, fazendo com
que lhe sejam apresentados modelos claros de palavras.
- Ajudar no desenvolvimento de hábitos sociais.
O auxílio e o empenho da família é a chave do sucesso de um bom
desenvolvimento e melhor prognóstico esta criança terá.
O incentivo em colocar a criança desde cedo numa escola facilitará o
entrosamento com outras crianças, diminuindo as chances de um futuro isolamento.
(Ferreira, 1997)
É preciso sentir o quanto é necessária a disponibilidade da escola e
principalmente, do professor para receber a criança deficiente auditiva, trabalhar de
forma adequada ao seu problema, procurando proporcionar seu desenvolvimento.
25
O momento ideal em que a criança deve ser encaminhada à escola é
uma decisão dos pais e do terapeuta. Para esse escolha é preciso considerar
alguns fatores como: idade, desenvolvimento social e cognitivo da criança,
desenvolvimento da linguagem proposta metodológica da escola, número de alunos
por sala de aula, conteúdo escolar.
A abordagem aural-oral tem como objetivo inserir as crianças em
escolas regulares, pois independente do tipo e do grau da perda auditiva, muitas
crianças têm condições de acompanhar o ensino regular. Desta forma, o professor
deverá criar condições favoráveis para o desenvolvimento desses alunos. (Müler,
1997)
Para ter sucesso na educação, a escola deverá proporcionar
estratégias que auxiliem no aprendizado do deficiente auditivo. As orientações
podem ser fornecidas pelo terapeuta diretamente ao professor que irá colocá-las
em prática quando estiver com a criança deficiente auditiva ou com alterações
auditivas. As orientações básicas são as seguintes:
- Conhecer o que é deficiência auditiva e qual o seu grau;
- O que representa para seu desenvolvimento de linguagem
e
aprendizado;
- Conhecer a proposta da abordagem aural-oral;
- Orientar sobre as estratégias terapêuticas como: atenção, voz,
expressões verbais e comportamentais.
- pedir que a criança seja colocada próximo do lugar onde o professor
permanece a maior parte do tempo;
26
- Não deixar que a criança sente diante da janela, pois ela pode
precisar de apoio visual, ou mesmo recorrer à leitura orofacial para melhor entender
a situação;
- A iluminação deve ser favorável à criança;
- Não posicionar a criança junto da parede, devido a reverberação;
- Não colocá-la junto à portas e janelas, devido ao ruído externo;
- Procurar atenuar os ruídos, propondo carpete ou piso de borracha,
cortinas nas janelas;
- Se a criança não compreendeu, solicitar que o professor repita as
ordens individualmente;
- Pedir ao professor que fale de frente e próximo da criança;
- Não exigir da criança, atividades que ela não possa executar, como
ditado de palavras isoladas;
- As crianças deverão utilizar o sistema de frequência modulado (FM).
O uso frequente o aparelho de amplificação auditiva individual e a
terapia fonoaudiológica são meios eficazes de aceleração do processo de
aquisição e desenvolvimento de linguagem.
As escolas e os professores bem trinados e dispostos a receber uma
criança com deficiência auditiva ajudam não apenas no aprendizado, mas no
desenvolvimento da atitude comunicativa. A criança se torna mais receptiva e
disposta a relacionar-se com os colegas e com a família. Ela se torna mais atenta e
interessada nos programas propostos.
27
É comum o deficiente auditivo apresentar maior dificuldade na leitura
e escrita, por isso, a necessidade de um trabalho mais direcionado a essas
crianças. (Rabelo, 1982)
O surdo apresenta boa ortografia, decorrente do refinamento da sua
capacidade visual. Contudo, há uma grande dificuldade nas questões de
acentuação por esta depender, em grande parte do domínio da tonicidade de
palavras faladas.
Portanto, é preciso identificar os maiores problemas e dificuldades
para desenvolver um trabalho que ajude a criança à melhorar sua escrita.
A criança quando está adiantada na alfabetização e sua linguagem
oral já está estruturada é preciso aprimorar o modo como ela fala. Fazer um trabalho
articulatório associado à audição para melhorar a sua fala. Para isso, utilizar pistas
auditivas, visuais e tátil-cinestésicas.
Visando a busca da comunicação é importante lembrar que, nem
sempre, os deficientes conseguem apresentar um bom nível de comunicação pois
muitos elementos não são captados. Acredito que em resposta a essa
preocupação, a aplicação de aparelhos auditivos, melhore a capacidade perceptível
das crianças com dificuldade auditiva.
Diversos autores já estudaram o desenvolvimento da linguagem, no
entanto Teresa Momensohn e Maria Cecília Bevilacqua detiveram-se mais nos
traços característicos da deficiência auditiva. Neste estudo, me concentrarei
basicamente nessas autoras.
28
Para começar essa discussão, citarei a seleção das próteses
auditivas enfocando as principais características da adaptação.
A seleção das próteses auditivas deve-se basear na informação
audiológica existente, nas especificações técnicas e características eletro-acústicas
dos aparelhos fornecidos pelos fabricantes. Esses aparelhos serão experimentados
na criança e posteriormente avaliados.
A determinação das características eletroacústicas mais próximas da
necessidade da criança deficiente auditiva, fará com que esta receba o máximo de
informações acústicas permitidas por seus resíduos auditivos. Portanto, na seleção
dos
modelos
de
aparelhos,
eles
deverão
ser
avaliados
rigorosamente,
considerando-se os critérios anatômicos e funcionais da orelha de uma criança.
Há diversos tipos de aparelhos auditivos, entre eles:
- Convencionais - são recomendados apenas para perdas auditivas
de grau profundo ou para usuários que, devido à inabilidade motora, não possuem
condições de manipular controles de aparelhos auditivos menores.
Este tipo de aparelho auditivo tem o microfone, o circuito amplificador
e os demais componentes localizados em uma caixa, a qual é presa na roupa do
usuário. Esta caixa é conectada através de um fio a um receptor externo, o qual é
acoplado à orelha através de um molde auricular do tipo direto. Em função de seu
tamanho este tipo de próteses auditivas têm sido pouco utilizadas.
- Retroauriculares - estes aparelhos são adaptados para qualquer tipo,
grau e configuração audiométrica. Há os modelos mini-retroauriculares, que podem
ser indicados para perdas leves, moderadas e, até mesmos, severas e profundas.
29
Estes aparelhos auditivos têm todos os seus componentes localizados
em uma pequena caixa que se adapta atrás do pavilhão auricular. Há vários
tamanhos e normalmente possuem espaço suficiente para acomodar vários
controles, tanto externos quanto internos.
- Embutidos em haste dos óculos - os componentes eletrônicos são
instalados na haste dos óculos. Este aparelho não tem aceitação esteticamente,
além de não ser conveniente reunir suas deficiências, auditiva e visual, num mesmo
equipamento.
- Intra-auriculares - ocupam a concha e a parte do conduto auditivo
externo, atingem até perdas severas.
Estes aparelhos podem ser personalizados, onde são montados numa
concha confeccionada a partir da impressão do pavilhão da orelha e do conduto
auditivo externo ou modulares, montados com o formato fixo que se adapta à orelha
do paciente através de acoplamento com o molde.
- Intracanais - são adaptações ao conduto auditivo externo. Podem ser
usados para perdas auditivas de grau leve, moderado e severo, contudo, não
devem ser indicadas para:
◊ Casos de sequelas de otite média crônica com presença de
secreção;
◊ Condutos auditivos
muito estreitos, que não possibilitam a
montagem do circuito dentro do molde;
◊ Perdas profundas.
30
- Microcanais - encontram-se totalmente dentro do canal auditivo
externo, sendo removidos com o auxílio de um pequeno fio de nylon preso à placa
do aparelho. Estes aparelhos podem ser indicados para perdas auditivas de grau
leve e moderado, com configuração plana ou rampa em ski, e/ou com queixas
constantes relativas à oclusão. São contra-indicados para perdas severas e
profundas, problemas de secreção e/ou otorréia e dificuldades motoras que
dificultem o seu manuseio.
As próteses auditivas são divididas em dois grupos conforme a
transmissão do som amplificado se dê por condução aérea ou condução óssea. Até
o estágio de transdução de saída, quando um sinal amplificado é convertido
respectivamente em sinal sonoro ou vibração, as conduções são semelhantes.
As próteses auditivas de condução aérea levam o som amplificado
através do receptor, liberando-o no meato acústico externo.
Por esta função, elas precisam de um sistema de acoplamento entre o
receptor e a orelha, normalmente representado pelo molde auricular.
As próteses auditivas de condução óssea utilizam o mecanismo de
audição por via óssea para fornecer o som amplificado ao portador de deficiência
auditiva. O sinal elétrico amplificado e transformado em vibração mecânica e
transmitido através de um vibrador ao invés de um receptor, aplicado em alguma
parto do crânio, normalmente à mastóide.
Este tipo de prótese auditiva é pouco utilizada, sendo praticamente
restrito a casos com impossibilidades de adaptação por via aérea como, por
exemplo, na atresia do meato acústico externo, na ausência do pavilhão auricular,
31
ou na impossibilidade de oclusão do meato acústico externo na presença de
problemas crônicos de orelha média.
As próteses retroauriculares são as mais frequentemente indicadas
para crianças. Esse tipo de prótese atende às necessidades auditivas de crianças
até mesmo com perdas profundas. São favoráveis esteticamente, menos visíveis e
menores, e acusticamente, pois evitam o ruído do atrito de roupas e permitem que a
criança receba o som do nível lateral da cabeça e não de frente.
Ao selecionar os aparelhos é recomendado escolher os que tenham
maior versatilidade, ou seja, aqueles que possuam maior número de controles
internos, que permitam a alteração das características de amplificação, quando
necessário.
Os principais parâmetros eletroacústicos da prótese auditiva são:
- Ganho - quantidade de amplificação fornecida pela prótese auditiva.
É a diferença em dicibéis entre os limiares com e sem aparelho, quando ambos
são obtidos dentro das mesmas condições de testagem. É um método subjetivo
que precisa da colaboração do paciente. O ganho não é uniforme, pois varia a
frequência a frequência.
A variação do controle de volume teoricamente sempre afeta o ganho,
enquanto que os demais controles podem ou não afetá-los. (Almeida, 1997)
Na adaptação da prótese auditiva o ganho está relacionado com o
grau da perda auditiva. Geralmente, quanto maior a perda auditiva, maior o ganho
necessário.
32
Há dois tipos de ganho acústico: o ganho funcional, que é diferença
entre os limiares de audibilidade em campo com e sem prótese auditiva, refletindo o
que o paciente escuta e ganho de inserção, que é a medida da diferença entre o
nível de pressão sonora em um ponto da orelha com a prótese e o nível de pressão
sonora neste mesmo ponto sem a prótese.
- Saída Máxima - é o maior nível de pressão sonora que o aparelho é
capaz de produzir, independente do ganho ou do sinal de entrada. Relaciona-se
com o nível de desconforto apresentado pelo usuário da prótese. Para não ocorrer o
desconforto, ela deve ser estabelecida sempre em um valor inferior a este nível, e
deve permitir um sinal claro e audível.
As crianças possuem meatos acústicos externos pequenos e,
teoricamente, quanto menor a cavidade, maior a pressão sonora existente.
- Resposta de frequência - é a faixa de frequência que o aparelho
efetivamente amplifica. Em função da resposta de frequência, as relações de
intensidade entre as frequências que compõe um sinal sonoro podem estar
alteradas. Assim, de acordo com a resposta de frequências da prótese auditiva, os
sons podem receber uma ênfase nas altas ou baixas frequências.
Conforme as frequências com maiores perdas, estas necessitarão de
um maior ganho.
- Distorção. É a falha do sistema de amplificação em transmitir ou
reproduzir a onda sonora recebida com exatidão. Refere-se a um componente do
sinal presente na sua saída, que não havia na entrada; é uma alteração do sinal
acústico que entra na prótese auditiva.
33
As distorções podem interferir na qualidade sonora da prótese
auditiva, porém podem ou não afetar na inteligibilidade.
Considerando essas características eletroacústicas, é possível fazer a
seleção do aparelho auditivo mais adequado a cada caso.
Para um bom funcionamento do aparelho de amplificação auditiva é
preciso tomar certos cuidados especiais. Não apenas as crianças devem tomar
precauções, mas cabe também aos pais esses cuidados como:
- Observar se o aparelho auditivo apresenta controle de ligar e
desligar junto ao compartimento de bateria;
- Manipular o aparelho sobre uma superfície macia; a queda ou batida
em superfície dura pode danificá-lo.
- Evitar água, perfume, spray de cabelo, talco e areia pois danificam o
aparelho;
- Colocá-los durante a noite, dentro de recipientes próprios, com
produtos que eliminam a umidade;
- Limpá-los regularmente com pano seco;
- Limpar a cera que pode se acumular no receptor ou na abertura de
ventilação com a escova própria que acompanha o aparelho;
- Se o aparelho apresentar defeito, encaminhá-lo
à firma
especializada;
Antes de colocar o aparelho auditivo, deve-se verificar se o
funcionamento está adequado, se os controles estão ajustados corretamente e se
há carga nas baterias.
34
O controle das baterias deve ser feito da seguinte forma:
- Se o som estiver baixo, trocar as pilhas; porém não esperar este
ponto, pois prejudica a amplificação necessária à criança;
- Utilizar o medidor de bateria para testá-lo;
- Ao desligar o aparelho auditivo, abrir o compartimento de bateria;
- Sempre ter em mãos baterias novas;
- Trocar a bateria sobre um superfície macia;
- Ao colocar a bateria no aparelho auditivo, o sinal positivo deve
coincidir com o mesmo sinal do compartimento.
Há controles disponíveis nos aparelhos auditivos que são os controles
externos e os que podem ser encontrados no amplificador do aparelho.
Na maioria dos controles externos são encontrados a chave liga e
desliga e a chave M-T-O (Microfone, bobina de indução e desligado).
Os controles que podem ser encontrados no amplificador do aparelho
auditivo são:
- Controle de volume. Permite graduar o ganho de audição de acordo
com cada situação.
- Controles de tonalidades. São redes de filtros que permitem
manipular a faixa de frequência de um aparelho.
- Controle de feedback. Este controle acionado reduz a amplificação
das altas frequências, deslocando-se para frequências mais graves.
- Controle de ganho. Faz a redução do aparelho como um todo.
35
- Processador automático de sinal. Atua como um controle de
tonalidade que enfatiza os sons agudos quando o nível de entrada excede um valor
predeterminado.
- Sistemas limitadores. São controles internos que geram uma
redução do ganho do aparelho auditivo ou limitação da saída quando os níveis de
som alcançaram um determinado valor. Dividem-se em grupos que atuam de forma
instantânea, limitando a saída máxima do aparelho e os que regulam o ganho
dependendo do sinal de entrada.
No aparelho auditivo o processamento do sinal é importante por
ajudar a melhorar a informação. Pode ser:
1 - Analógico - São aqueles produzidos ao longo dos anos, que
utilizam a eletrônica convencional para converter onda sonora captada pelo
microfone em um sinal análogo. O sinal elétrico é amplificado e filtrado, sendo
reconvertido pelo receptor em onda sonora.
As vantagens da utilização convencional analógica são o baixo custo,
tamanho pequeno dos componentes, a familiaridade com a tecnologia e o baixo
consumo de energia., contudo, há limitações quanto o seu uso, como: menor
versatibilidade dos circuitos, tornando a adaptação individual mais difícil e
restrições quanto ao processamento do sinal.
2 - Próteses auditivas digitais - Consiste não apenas de circuitos
eletrônicos e transdutores, mas também de uma programação para controlar tais
circuitos. O processamento do sinal sonoro e o controle deste processamento são
feitos por meios digitais.
36
Um aparelho digital possui um conversor analógico/digital, o qual
converte o sinal de fala em dígitos para que possam ser processados.
3 - Próteses auditivas analógicas/digital - É um aparelho analógico
que possui um ou mais componentes digitais. Esta combinação utiliza o melhor do
circuito analógico e o aprimora, incorporando os benefícios da eletrônica digital.
Nesse caso, o sinal sonoro não é convertido em dígitos, pois no
aparelho existe um ship que controla ou alerta o modo como o som será
amplificado.
Em função de suas características e versatibilidade, qualquer portador
de uma perda de audição de grau leve a severo pode se beneficiar do uso de um
aparelho
digitalmente
programável,
mesmo
aqueles
com
configurações
audiométricas pouco comuns.
Uma das primeiras fases do trabalho de seleção da prótese auditiva é
a escolha do molde auricular a ser utilizado. Qualquer alteração no molde pode geral
alterações nos parâmetros eletroacústicos da prótese ao qual está acoplada; é
importante avaliar a prótese com o molde com o qual será utilizado.
Na primeira sessão de atendimento, deve ser feita a moldagem das
orelhas da criança, depois de prontas, inicia-se o teste das próteses selecionadas.
Antes de iniciar a moldagem é preciso fazer uma inspeção visual do
meato acústico. Esta inspeção verifica o tamanho da impressão a ser realizada; o
comprimento, a direção e o diâmetro do meato acústico externo, a forma e os
contornos do pavilhão auricular e do meato acústico externo e, finalmente a
37
presença de qualquer problema que possa impedir ou dificultar a realização da
impressão.
A técnica mais utilizada para realização da impressão é introduzir o
material no meato acústico externo com a ajuda de uma seringa. Antes de realizar é
necessário colocar um tampão de algodão no meato acústico externo.
O material deve ser deixado na orelha de 5 a 10 minutos até o seu
completo enrijecimento.
Durante o processo de moldagem a criança pode apresentar
dificuldades em cooperar, apresentado reações de medo, de choro, hiperatividade,
problemas comportamentais e psicológicos. Deve-se contar com a ajuda dos pais e
procurar ante do procedimento, interagir com a criança.
Um molde bem feito, adequado às necessidades auditivas da criança
é um fator importante para uma adaptação bem sucedida da amplificação.
As principais funções do molde são:
- Fazer a fixação do aparelho ou do receptor à orelha do paciente;
- Levar o som amplificado pelo aparelho para o conduto auditivo
externo;
- Mudar acusticamente o sinal produzido pelo aparelho;
- Evitar a ocorrência do feedback o promover o maior aproveitamento
da amplificação.
Há casos, todavia, em que a criança tem uma reação negativa ao uso
da prótese auditiva. Essa rejeição pode estar relacionada a problemas no molde,
tais como: reações alérgicas ao material, desconforto, moldes justos ou folgados.
38
É muito importante a qualidade do material com o qual o molde deve
ser confeccionado. É preciso ser resistente e fiel às suas características acústicas.
A vida de uma criança é bastante ativa, por esta razão, o molde deve ser durável,
confortável para ser usado por longo período de tempo, e não oferecer qualquer
risco para a orelha.
Há vários tipos de moldes, entre eles:
- direito: utilizado para o aparelho auditivo convencional;
- invisível: utilizado para aparelhos auriculares ou haste de óculos.
Podem ser simples, duplo, concha, passarinho ou só canal;
- concha: para aparelho intracanal;
- tampão ou vedação: impede a entrada de água e variação de
pressão na membrana timpânica, utilizado para casos crônicos de infecção,
perfuração de membrana timpânica e uso de microtubos.
Os materiais utilizados na fabricação dos moldes podem ser de
acrílico ou silicone.
Os moldes feitos com acrílico podem ser do tipo:
• Acrílico rígido - É o material mais utilizado por ser resistente e
durável. Sua composição não porosa facilita o manuseio, aceitando quando
necessário. Todos os tipos de modificações, sejam estéticas ou acústicas.
• Acrílico flexível - É um material mais macio, porém pouco durável. O
molde é refeito à cada 3 ou 4 meses, visto que pode tornar-se rígido, apresentar
alteração de cor ou deformar quando submetidos às altas temperaturas.
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O silicone é um tipo de borracha flexível e resistente. Os
inconvenientes problemas deste material estão relacionados à colocação e fixação
do tubo plástico e da arruela, além de não aceitar todos os tipos de modificações,
especialmente as acústicas.
A escolha do material a ser usado depende de fatores como: a textura
da cartilagem do pavilhão auricular, o tipo e a potência do aparelho selecionado; a
idade do paciente; a ocorrência de reações alérgicas; a necessidade de
modificações acústicas no molde; a durabilidade e a resistência do material e, a
preferência do usuário.
Os moldes flexíveis são os mais indicados para a criança, pois eles
aderem mais facilmente à pele da orelha, fornecendo melhor redação, evitando a
ocorrência de microfonia. São mais confortáveis para serem usados por períodos
longos e oferecem menor risco de ferimentos em caso de queda e traumatismo,
comuns na infância. (Iorio, 1996)
Nos moldes podem ocorrer modificações acústicas que acarretam
nas respostas dos sons amplificados pelo aparelho. As modificações mais
utilizadas são:
1 - Ventilação. Abertura de um canal no molde, que vai estabelecer
uma ligação entre o meio ambiente e a cavidade na frente da membrana timpânica.
Ela controla a resposta de baixas freqüências. A ventilação pode ser indicada para:
- Audição normal ou para perdas leves nas frequências graves e com
queda gradativa nas frequências médias e agudas;
- Para manter o ouvido arejado por problemas de secreção;
40
- Se houver sensação de eco ou ressonância da própria voz;
- Sensação de ouvido tampado.
O tamanho da ventilação depende da necessidade do paciente e da
possibilidade quanto ao ganho e características do aparelho. (Carvalho, 1997).
A ventilação mais utilizada é a paralela, que promove a redução
efetiva das baixas frequências.
2 - Molde aberto. Quando há necessidade de filtragem dos sons
graves. Consiste na diminuição do diâmetro e do comprimento do conduto do
molde. Inevitalvelmente ocorre redução de parte do ganho acústico.
3 - No-mold. Em casos que não há necessidade do sons graves
consiste em um tubo plástico colocado livremente no canal auditivo, em conexão
sonora direta com o aparelho. São usados quando o molde ventilado e do aberto
não são eficazes.
4 - Efeito corneta. É usado nos casos em que se deve dar ênfase a
altas freqüências.
É preciso observar se existe problemas associados ao molde como:
- Problema de Feedback acústico. É um apito de alta freqüência,
gerado pelo escape do som amplificado da área compreendida entre a abertura do
molde e a membrana timpânica, através do conduto auditivo externo. Ocasiona uma
distorção nos sons acústicos. Para melhorar o desconforto faz a redução da
intensidade do som através do controle de volume, gerando uma amplificação não
adequada. Pode ocorrer devido a:
• Molde pequeno;
41
• Ouvido bloqueado com cera;
• Colocação inadequada;
• Vazamento de ar na ligação entre receptor e molde.
- Sensação que o aparelho não está funcionando. Ocorre por
presença de água no tubo plástico. Pode ser por mudanças bruscas de
temperatura, cera no molde ou torção do tubo plástico.
- Molde mal colocado. Provoca a sensação de que o aparelho está
fraco e destorcido ou causar feedback.
- Problemas alérgicos. Deve ser solucionado com a utilização de
moldes de silicone.
Em função do crescimento das crianças, os moldes se tornam
pequenos e, portanto, devem ser refeitos periodicamente. É importante que o molde
esteja perfeitamente ajustado à orelha para evitar a presença de feedback.
Recomendam-se alguns cuidados com os moldes, tais como:
- lavá-los diariamente para não acumular cera ou gotas de suor;
- lavá-los com água morna, sabão neutro e escova macia;
- secar bem, pois a presença de umidade é prejudicial ao aparelho;
- secar com ventilador ou secador de cabelos, no frio para não
enrijecer o tubo plástico.
Cabe aos pais, esses cuidados, e também o conhecimento da
manipulação do aparelho. A prótese auditiva só será eficiente para o usuário se
estiver funcionando adequadamente, daí a necessidade de cuidados especiais.
42
Para adaptar o aparelho de amplificação sonora é necessário
observar os seguintes aspectos:
- Se o molde está machucando;
- Se há tentativa de tirar o aparelho auditivo;
- Se há relação de desconforto e a quais tipos de sons;
- Irritabilidadde;
- Quanto ao tempo a criança permanece com o aparelho auditivo;
- Reação a sons ambientais e verbais;
- Ocorrência de vocalização ao uso de aparelhos auditivos.
No princípio, deve-se usar o aparelho auditivo em volume diminuído,
aumentando gradualmente, tornando possível seu maior aproveitamento. O aparelho
auditivo precisa ser usado regularmente e com total ordem de funcionamento para
evitar informações interrompidas.
A amplificação auditiva na criança deve ser binaural sempre que
possível, pois o objetivo é aproveitar, ao máximo, o seu potencial auditivo. A
amplificação monoaural ocorre quando existe contra indicação específica para o
uso binaural da prótese auditiva, no caso criança com anacusia em uma das
orelhas.
O propósito de usar amplificação binaural é criar para a criança, um
ambiente acústico que seja uma reprodução do ambiente original, de modo que
esta possa usufruir todas as vantagens das diferenças inateraurais de intensidade,
tempo e espectro do estímulo sonoro.
43
Após adaptação da prótese auditiva na criança é preciso avaliar seu
desempenho, levando em consideração os seguintes aspectos: a pré-seleção das
próteses auditivas a serem testadas; a determinação das características
eletroacústicas das próteses selecionadas; os ajustes eletrônicos e acústicos
necessários; a confecção e a modificação do molde.
Dentro do processo de adaptação da prótese auditiva, é importante a
reabilitação da criança surda, incorporando-a em atividades de treinamento visual
às experiências de audição e linguagem. (Jakubovicz, 1997)
Para trabalhar com o deficiente auditivo é preciso ter uma conduta que
favoreça e auxilie o seu desenvolvimento, não apenas o terapeuta, mas os pais,
familiares e professores. É essencial se ater às necessidades gerais da criança
evitando enfatizar sua deficiência auditiva, portanto, habilidade e sensibilidade são
fundamentais para atender situações da vida diária.
Para uma habilitação simples e eficiente, é necessário minimizar a
deficiência auditiva, adaptando o aparelho auditivo, tornando-se mais fácil a
incorporação do som e audição ao desenvolvimento da criança. Desta forma, o
trabalho terapêutico ajuda o deficiente a construir e desenvolver a linguagem oral, de
maneira mais eficiente. (Góes, 1996).
Para planejar um processo terapêutico deve-se observar as respostas
que a criança apresenta no decorrer do trabalho, atendendo todas as suas
necessidades, não exigindo nada além de sua capacidade para evitar que haja
frustrações. Deve-se respeitar a capacidade e o ritmo da criança.
44
Os objetivos a serem alcançados com a utilização da prótese auditiva,
são
as
habilidades
auditivas
que
envolve
a
detecção,
discriminação,
reconhecimento e compreensão.
A detecção é fundamental para que a criança desenvolva
gradativamente as outras habilidades e perceba os sons da fala. Essa percepção
poderá ocorrer de diversas formas, como: piscar, assustar-se, ficar excitada, girar a
cabeça procurando a fonte sonora, qualquer tipo de reação é importante. Esse
trabalho é possível através da detecção, determinar se há um bom funcionamento
do parelho de amplificação; preparar a criança para outros níveis da habilidade
auditiva e ajudar a criança a aprender a se descobrir.
Na discriminação auditiva espera-se da criança uma capacidade de
perceber diferenças e semelhanças entre os estímulos sonoros. Para isso, a criança
precisa ter uma audição remediada. Esse trabalho poderá ser feito utilizando
vogais, traços distintivos de consoantes, palavras, frases e curvas melódicas. Neste
momento é preciso que a criança apenas indique se o que ouviu foi igual ou
diferente.
No reconhecimento auditivo, a criança para distinguir o som precisará
abstrair, diante de inúmeras características, aquelas que são consistentes e
informativas, entretanto, essa abstração ocorrerá
se for exposta a exemplos
variados de sons significativos, associados a experiências motoras, visuais e táteis.
A compreensão auditiva só é adquirida quando a criança atende o
significado da linguagem no discurso oral. Para se chegar a compreensão é preciso
45
utilizar as habilidades auditivas e associá-los a elementos da situação e do contexto
da mensagem. (Kozlowsk, 1997)
Ao colocar a prótese auditiva a criança tornar-se mais confiante e
mais preparada para se relacionarem com outras pessoas.
No processo terapêutico é importante trabalhar com as crianças
conceitos exigidos na alfabetização. Esse trabalho poderá ser feito através de jogos
e brincadeiras. Devem ser trabalhadas noções de classificação, cores, formas,
tamanho, quantidade, tempo, espaço e outros.
Os conceitos muitas vezes são difíceis para a percepção da criança,
por isso, é interessante a realização de atividades concretas, usando a criatividade
e a imaginação.
No início as instruções devem ser simples e dentro de um contexto.
Várias atividades podem, então, ser realizadas, tais como:
- Jogar uma bola para cima e para baixo, fixando bem o conceito;
- Colocar bonecos perto e longe da criança, para que faça sua
localização;
- Pedir para a criança colocar a boneca na cama;
- Pedir para pegar o carrinho azul.
Para instruções mais complexas podem ter até quatro elementos,
como por exemplo:
- Pegue a boneca da mesa e coloque em cima da cama. Depois
coloque o carro na frente da cama.
46
O nível de dificuldade vai sendo aumentado de acordo com cada
criança. O importante é nunca forçá-la a realizar atividades que não consiga,
evitando assim uma irritação e até um desinteresse em participar dos trabalhos
propostos.
A medida que a criança adquire os conceitos básicos e se tornam
mais maduras, deve-se introduzir também atividades de análise, síntese e análisesíntese auditiva, tais como:
- Contar quantas sílabas tem os vocábulos;
- Pedir para que pinte de vermelho a sílaba tônica de cada palavra;
- Apresentar vocábulos com as sílabas em ordem inversa, para serem
colocadas de forma adequada. Por exemplo: ne - la - pa = panela;
- Apresentar as frases em ordem alterada e pedir para a criança emitila na ordem. Por exemplo: boneca, a grande é = a boneca é grande.
- Pedir para a criança separar as figuras nas respectivas categorias.
Por exemplo: as frutas, os animais.
A reabilitação auditiva e a protetização é uma atividade importante na
vida do deficiente auditivo, pois são a forma de garantir que a criança sempre esteja
utilizando o seu resíduo auditivo.
O atendimento ao deficiente auditivo pode ser feito de várias
maneiras: atendimento individual, atendimento em grupo e atendimento individual e
em grupo.
O atendimento individual é um trabalho direcionado às necessidades
específicas da criança, à orientação familiar e à orientação escolar. Esse
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atendimento é fundamental para os primeiros anos de vida e para crianças com
perdas auditivas severas e profundas. É muito importante a participação da família
nesse trabalho, pois o desenvolvimento global da criança será melhor.
O atendimento em grupo é um trabalho que tem como objetivo o
desenvolvimento social e cognitivo e a aquisição de novos conhecimentos. Esse
atendimento estimula a criança realizar atividades com outras pessoas tornando-as
mais amadurecidas. Para realizar essa terapia é preciso planejar e organizar todo
trabalho que será aplicado.
O atendimento individual associado ao grupo é interessante, pois a
criança é trabalhada separadamente suas necessidades e ao mesmo tempo
participa de atividades com outras crianças.
Portanto, é preciso avaliar cada caso, estando atento a cada criança,
e fazer ajustes de acordo com interesse e a necessidade de cada uma delas.
Nesta etapa, é importante também a orientação aos pais, pois suas
expectativas em relação aos resultados e a rápida seleção do modelo ideal, é muito
grande. Os pais devem ser participantes ativos deste processo, devem também
aprender a observar e a relatar o que acontece com a criança, ao usar a prótese
auditiva.
O trabalho de adaptação não envolve apenas o terapeuta, mas os
familiares e as pessoas que se relacionam com a criança deficiente auditiva. A
adaptação do aparelho auditivo na criança, na realidade, deve começar com os
pais. É preciso esclarecer e orientar aos pais sobre a perda auditiva do filho, seu
audiograma, o grau de perda e como ela pode comprometer a aquisição de
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linguagem. E, diante disso, o que representa o uso da prótese auditiva para a
criança e quais os ganhos que ela terá, usando-o adequadamente.
Devido ao impacto que o diagnóstico da deficiência auditiva acarreta
aos pais e familiares da criança uma parte importante do programas envolve a
orientação aos pais.
Este programa tem o intuito de orientar os pais, auxiliando-os a
aceitar o problema e motivá-los no trabalho que deverão desenvolver com seu filho,
constando o seguinte.
- Explicar como é o funcionamento do ouvido normal;
- Explicar os tipos de deficiência auditiva;
- Explicar o funcionamento do aparelho auditivo, cuidados especiais e
a importância do seu uso;
- Explicar o processo de aquisição de linguagem da criança ouvinte e
o da criança portadora de deficiência auditiva;
- Explicar os métodos de atuação e a forma de colocá-los em prática;
- Solicitar dos pais a realização de um diário, onde constem todas as
situações verbais e auditivas da criança;
- Executar as tarefas propostas pelo audiologista, a serem
desenvolvidas em casa pelos pais.
Caso os pais apresentem problemas emocionais que lhes impeçam
de atuar com seu filho, é recomendável o seu encaminhamento para terapia de
apoio, com o auxílio de um psicólogo.
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Enfim, é importante que os pais entendam e aceitem que o aparelho
de amplificação sonora só trará benefícios. Havendo compreensão de que o
aparelho auditivo é o ideal e necessário para que seus filhos desenvolvam
habilidades acústicas e adquiram linguagem, certamente os pais irão se empenhar
para adaptá-los.
Espera-se que uma criança pequena utilize formas iniciais de
comunicação, como por exemplo: apontar, expressar uma emoção, e vocalizar para
chamar atenção. Quando essas habilidades simples não se desenvolvem, há motivo
justificado para preocupações.
O deficiente auditivo precisa adquirir a linguagem para atender e
transmitir, não apenas as palavras, mas necessidades e sentimentos.
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III - CONCLUSÕES
Este estudo teve como preocupação básica, a adaptação do aparelho
de amplificação sonora no desenvolvimento da linguagem da criança deficiente
auditiva.
Percebe-se grande importância da utilização do aparelho auditivo no
processo de habilitação e reabilitação do deficiente auditivo. É fundamental a
protetização, pois ajuda a criança na construção e no desenvolvimento de uma
linguagem.
Diante
das dificuldades em desenvolver a comunicação no
desenvolvimento auditivo, é preciso considerar que a adaptação da prótese auditiva
o ajudará a captar a mensagem através da comunicação oral.
A compreensão é a habilidade auditiva mais complicada, pois exige
que a criança compreenda o significado da mensagem acústica usualmente pela
referência do seu conhecimento de linguagem. Portanto, é escolher o tipo de
prótese auditiva para atender as necessidades da criança deficiente auditiva. O
fornecimento de experiências é importante para desenvolver as habilidades da
linguagem auditivo oral.
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Há divergências entre os autores em relação a prática do método de
ensino da comunicação. Contudo, a questão da utilização do aparelho de
amplificação sonora é bem aceita, pois realmente
facilita e
propicia o
desenvolvimento da linguagem do deficiente auditivo.
No entanto, em alguns aspectos todos os autores parecem concordar
com a importância de diagnosticar e adaptar precocemente o aparelho auditivo e
iniciar a terapia de reabilitação e habilitação auditiva. Uma intervenção e uma
estimulação o mais cedo possível possibilita melhor o desenvolvimento global da
criança.
Diante de tantos problemas e dificuldades que a perda auditiva pode
causar, o tratamento realizado tão logo feito o diagnóstico, facilita e acelera o
processo de aquisição da linguagem.
A participação, o apoio e o espaço da família tem demonstrado seu
papel importante na educação e no desenvolvimento da criança. Se não houver
estímulo e orientação dos pais torna-se difícil para o deficiente auditivo enfrentar e
aceitar o uso do aparelho auditivo.
É fundamental para o crescimento de qualquer criança a atenção e
paciência dos pais em mostrar e explicar os diferentes conceitos. Através De um
ambiente favorável a estimulação, a criança adquire afetividade e confiança.
O papel da escola é atender e oferecer oportunidades de desenvolver
a linguagem e dar acesso a conhecimentos sistematizados. É necessário haver
qualidade no ensino, adequação e contribuição para o processo de aprendizagem
da criança.
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O fonoaudiólogo tem papel fundamental na reabilitação da criança
deficiente auditiva, pois irá assegurar que todos os aspectos de audição sejam
maximizados a fim de atingir suas capacidades vitais.
O trabalho de protetização e estimulação é importante para a
formação da criança, pois favorece a sua participação e interação junto a
sociedade ouvinte.
Além de ouvir e esclarecer as dúvidas dos pais, é necessário ensinálos a manipular a prótese auditiva, reconhecer defeitos, colocar os moldes, limpálos, impedir a ocorrência da retroalimentação, bem como criar condições nas quais
possa haver o máximo aproveitamento auditivo da criança.
As necessidades de comunicação da criança deficiente auditiva
representam um desafio e uma obrigação para ajudá-lo a alcançar um destino
significativo numa vida bem sucedida junto a sociedade.
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IV - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Aplicações Clínicas. São Paulo: Lovise, 1996.
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Terapêutica para Criança Deficiente Auditiva. São Paulo: Pró-fono, 1997.
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