INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA RAQUEL EINLOFT KLEINÜBING ([email protected]) / Enfermagem/UNIFRA, Santa Maria-RS TANISE FINAMOR FERREIRA TONINI ([email protected]) / Enfermagem/UNIFRA, Santa MariaRS BRUNA PARNOV MACHADO ([email protected]) / Enfermagem/UFSM, Santa Maria-RS PRISCILA DE OLIVEIRA BOLZAN ([email protected]) / Enfermagem/UNIPAMPA, Uruguaiana-RS ORIENTADOR: SUZINARA BEATRIZ SOARES DE LIMA ([email protected]) / Enfermagem/UFSM, Santa Maria-RS Palavras-Chave: INSUFICIÊNCIA RENAL; DIÁLISE; ASSISTÊNCIA Introdução: A Insuficiência Renal Aguda (IRA) consiste na perda súbita da função renal, independente da etiologia acarretando o acúmulo de substâncias nitrogenadas, ou seja, creatinina e uréia. Essa disfunção renal pode ou não ser acompanhada da diminuição da diurese (COSTA; VIEIRA-NETO; NETO, 2003). Sua origem pode compreender os períodos: pré-renal, quando há a hipoperfusão determinada pela diminuição do fluxo sanguíneo aos rins; intra-renal, que ocasiona lesão nas estruturas responsáveis pela filtração renal; ou pós-renal, que é a consequência da obstrução bilateral do fluxo urinário de saída. IRA é considerada uma patologia do paciente hospitalizado (COSTA; VIEIRA-NETO; NETO, 2003), com índice de mortalidade que permaneceu elevado nas últimas décadas, apesar dos avanços terapêuticos e da utilização de novas técnicas de diálise (BALDI et al 2005). Objetivo: analisar a produção científica brasileira atual sobre a Insuficiência Renal Aguda. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Foi utilizado a palavra “Insufuciência Renal Aguda” e o idioma “português”, no período compreendido entre 2006 a 2010. Resultados: A busca resultou em trinta e sete artigos. Destes, dezoito pertencentes à LILACS e dezenove à SCIELO, que serão utilizados para análise e discussão. A Insuficiência Renal Aguda (IRA) trata-se de uma condição patológica do organismo, onde os rins encontram-se incapazes de realizar suas funções fisiológicas, constituindo um comprometimento global da função renal, que pode envolver as funções tubulares, endócrinas e glomerulares em maior ou menor grau, não tendo como parâmetro de comprometimento a etiologia e sim a rapidez da instalação e evolução do quadro. Na maioria das vezes não há grandes extensões de danos nas estruturas renais, sendo totalmente reversível se ultrapassado a fase crítica. Ao referir sua reversibilidade, não descarta-se seu potencial danoso, pois havendo falência dos rins, ocorre a incapacidade de manter a homeostase dos balanços de água, sódio e potássio, hidrogênio, substâncias nitrogenadas, entre outros solutos, condição essa que descaracteriza uma condição benigna (BEVILACQUA; BENSOUSSAN; JANSEN; CASTRO, 1998). A IRA é costituída por três fases distintas: Oligúrica, Diurética e de Recuperação, sendo as mesmas reversíveis com a realização do tratamento de forma adequada, caso contrário, a IRA poderá progredir para doença renal em estágio terminal, acompanhada de azotemia pré-renal e consequente evolução para a morte do paciente (LIPPINCOTT & WILKINS, 2005). Segundo Lippincott & Wilkins (2004), classifica-se a Insuficiência Renal Aguda como: Pré-Renal caracterizada pela diminuição do fluxo sanguíneo aos rins, o que provoca uma hipoperfusão renal. Quando há a interrupção do fluxo sanguíneo renal, ocorre a interrupção também do aporte de oxigênio, resultando em hipoxemia e isquemia, que podem lesar rapidamente o rim, levando a irreversibilidade do prejuízo funcional provocado (BEVILACQUA; BENSOUSSAN; JANSEN; CASTRO, 1998); Intra- Renal também denominada insuficiência intrínseca ou do parênquima renal, é oriunda da lesão provocada nas estruturas responsáveis pela filtração renal, causadas por fontes de origem nefrotóxicas, isquêmicas ou inflamatórias. Quando a origem da lesão é nefrotóxica ou inflamatória, há o desencadeamento de uma lesão na membrana basal considerada irreversível, e com isso, desencadeia a Insuficiência Renal Crônica (LIPPINCOTT & WILKINS, 2004); Pós-Renal que surge como uma grave conseqüência da obstrução bilateral do fluxo de saída renal (LIPPINCOTT & WILKINS, 2004), sendo frequentemente manifestada pela presença de anúria. Cabe salientar que a desatenção em relação ao quadro clínico, bem como a irreversibilidade do quadro obstrutivo são as causas mais freqüentes de morbidade-mortalidade nesses pacientes (BEVILACQUA; BENSOUSSAN; JANSEN; CASTRO, 1998). O tratamento preconizado para a IRA consiste em controle do balanço hidroeletrolítico, calórico e protéico, com o intuito de prevenir as manifestações provocadas pela uremia. Quando não é possível controlar as manifestações da IRA com medidas convencionais, utiliza-se como medida de apoio à terapia a diálise (BEVILACQUA; BENSOUSSAN; JANSEN; CASTRO, 1998). Conclusões: A Insuficiência Renal Aguda é uma patologia que parece trazer complicações de caráter fisiológico e psicossocial, pois impõe ao paciente uma condição de enfermidade que pode evoluir para um estado crônico, caso não seja tratada de forma eficaz. Frente ao exposto, faz-se necessário que a equipe que prestará a assistência ao paciente utilize técnicas assistenciais que forneçam um cuidado pautado em recursos modernos, aliado ao conhecimento teórico oriundo de constante processo de capacitação e experiência prática, para ofertar uma assistência o mais abrangente possível. REFERÊNCIAS: BALDI, André Luis; GABRIEL, Daniela Ponce; BARSANTE, Renata Cristina; CARAMORI, Jacqueline Teixeira; MARTIN, Luis Cuadrado; BARRETI, Pasqual.; Mortalidade e prognóstico específico em pacientes com Insuficiência Renal Aguda. ; Revista da associação de medicina brasileira.; v.51; p.318-22; 2005.. BEVILACQUA, Fernando; BENSOUSSAN, Eddy; JANSEN, José Manoel; SPÍNOLA E CASTRO, Fernando. ; Fisiopatologia Clínica. ; São Paulo; Atheneu; 1998. COSTA, José Abrão Cardeal da; VIEIRA-NETO, Osvaldo Merege ; NETO, Miguel Moysés; Insuficiência Renal Aguda.; Medicina; 36; p.307-324; 2003. LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS.; Atlas de Fisiopatologia.; Rio de Janeiro; Guanabara Koogan; 2004. LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS; Fisiopatologia Básica; Rio de Janeiro; Guanabara Koogan; 2005.