Texto e Leitura Este curso foi pensado por uma equipe de professores conteudistas, desenhistas e tutores para atendê-los em todas as expectativas referentes à elaboração de seu trabalho de conclusão de curso (monografia). O modelo didático de seu curso baseia-se no ideal da aprendizagem colaborativa (todos se auxiliam na construção compartilhada do saber) e nas metodologias ativas (aprender fazendo mediante o desenvolvimento de sua autonomia intelectual). O método é bem diferente do aprendizado tradicional (baseado na recepção passiva de conhecimentos) e tem se mostrado altamente eficaz na busca de um aprendizado permanente, consistente, prático e “para a vida toda”. Nesta disciplina, desenvolveremos os conhecimentos básicos relativos à pesquisa e redação do texto acadêmico, com o objetivo de despertar em você as habilidade de pensar e agir cientificamente. Texto e Leitura Fique atento aos prazos, regras e conteúdos em seu guia do aluno. A área de estudos de metodologia da pesquisa é extensa, razão pela qual selecionamos conteúdos essenciais para que você possa elaborar, no nível de graduação, um trabalho relevante que contribua para o avanço dos estudos em sua área. O conteúdo é bem simples, mas permite alto nível de aprofundamento. Para isso, você deve ler todos os artigos e livros indicados no material (basta clicar diretamente nos links em seu material para ter acesso às obras sugeridas). Os vídeos também devem ser vistos, pois complementarão o aprendizado com palestras, animações e aulas sobre o tema. As avaliações semanais devem ser postadas no prazo constante em seu cronograma e serão realizadas de acordo com as etapas para o desenvolvimento de sua monografia. O trabalho final será um esboço de seu pro- jeto e você deve, desde as aulas iniciais, pensar em um tema que desperte seu interesse, seja problemático, atual e relevante. A disciplina possui carga horária de 36 horas, divididas em 10 aulas. Entre em contato com seu tutor ou com a coordenação sempre que achar necessário (pela plataforma ou pelos ramais 902, 947 e 961). Texto e Leitura Objetivo: Ao final desta aula você será capaz de conhecer os níveis de leitura e o conceito de leitura competente. Texto e Leitura LEITURA O método de leitura proposto neste curso visa contribuir para a formação de leitores competentes. Existe, assim, um tipo de leitura que é danosa à nossa Um dos maiores problemas enfrentados pelo aluno universitá- capacidade de pensar. Quando é que a leitura contri- rio é a dificuldade de ler bem, ou seja, ler e compreender, bui para o desenvolvimento da inteligência? Quando analisar, criticar e interpretar textos. aquilo que se lê não é o ponto de chegada, mas o ponto de partida. Isso ocorre, pois os métodos de ensino tradicionais foRubem Alves calizam a leitura automática e a reprodução do sentido do texto, que são as fases iniciais, ou os primeiros passos do processo. Todavia, há outros níveis de leitura Assista: que devem ser explorados! Ler deveria ser proibido http://www.youtube.com/watch?v=iRDoRN8wJ_w Todos os alfabetizados são capazes de ler um texto, mas poucos são os que se aproveitam dos conteúdos de modo funcional, extraindo deles sabedoria para o desenvolvimento pessoal e profissional e para a resolução de problemas. Texto e Leitura Tal problema ocorre, pois alguns métodos tradicionais valorizam apenas a informação que o texto oferece ao leitor e não as relações mais valiosas, que se estabelecem entre o texto e o contexto (social, profissional, científico, político, cultural) e entre -Analisar -Criticar o texto e o universo do leitor. -Interpretar Esse curso pretende, assim, apresentar um método para que vo- -Criar outros textos a partir do texto lido cê supere tais deficiências e possa fazer da leitura um meio para obter prazer, sabedoria, evolução pessoal e profissional e -Humanizar-se para produzir textos que apresentem suas ideias com clareza. Quais são os objetivos deste curso? Desenvolver a competência leitora para: TAXONOMIA BLOOM E O ENSINO DA LEITURA E DA REDAÇÃO Este curso filia-se aos ideais propostos pelos métodos de aprendizagem ativa. Essa prática pedagógica desloca o foco -Ler com prazer -Compreender do aprendizado do professor para o aluno e pretende estimular a autonomia, desenvolvendo uma base de conhecimentos significativa que permita o aprendizado contínuo. Por meio Texto e Leitura dos métodos ativos, espera-se que o aluno vá além da informação trazida por um texto e saiba avaliar de forma crítica e criati- O cognitivo abrange a aprendizagem intelectual; o va o que aprendeu. afetivo abrange os aspectos de sensibilização e valo- res; o psicomotor abrange as habilidades para tarefas Entre nós, o método de aprendizagem ativa mais conhecido é o que exigem domínio muscular. PBL (aprendizagem pela resolução de problemas). Assim como outros métodos ativos, este se baseia em objetivos educacionais traçados a partir de competências e não de disciplinas isoladas, O método aqui proposto visa desenvolver a leitura competente como os métodos tradicionais. a partir de elementos de tal estudo, enfocando os domínios Um dos estudos mais influentes com relação ao aprendizado é cognitivos e afetivos, especialmente. a Taxonomia dos Objetivos Educacionais desenvolvida por Ben- A taxonomia de Bloom é uma ferramenta para estruturar o jamin Bloom e uma comissão de especialistas de universidades processo de aprendizagem. A ordem apresentada para o al- americanas na década de 1950. Caseia-se no desenvolvimento cance dos objetivos é um esquema que pode ser utilizado por de três domínios: o cognitivo, o afetivo e o psicomotor. todas as disciplinas, orientando as práticas e as atividades propostas pelos professores. Texto e Leitura Na taxonomia, o aluno deve ser estimulado, gradativamente, a desenvolver as competências de recordar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar. Essa classificação é hierárquica, ou seja, cada destreza (competência) superior depende das situadas abaixo dela. Os domínios partem, assim, das habilidades mais simples (recordar o texto lido) rumo às mais complexas (criar e resolver problemas a partir da leitura). Em razão da eficácia do método Bloom, comprovada em diversos estudos ao redor do mundo, o curso que apresentamos a você inspira-se livremente nesse ideário, inovando pela criação de um método de aplicação da taxono- mia ao ensino da leitura e da redação. Trataremos a seguir do desenvolvimento da competência cognitiva no ensino da leitura e da redação. Texto e Leitura POR QUE A LEITURA É IMPORTANTE? Quem sabe ler, isto é, lê para interpretar, aplicar, critiA leitura, especialmente de textos literários (artísticos), é mais do car e criar o novo, pode atuar sobre o mundo exercen- que um meio de informação e de alcançarmos sucesso profissi- do papéis significativos no âmbito social, profissional e onal. A literatura humaniza, pois permite ao leitor “viver outras como cidadão. vidas” e sensibilizar-se para os valores, problemas e angústias do “outro”. Temos a arte para “romper o mar gelado dentro de nós”, como Leia o texto abaixo que trata desse tema: já disse Kafka, e para que a verdade não destrua nossa humanidade. O conhecimento da literatura por meio da leitura com- Na leitura e na escrita encontramo-nos petente, sem a qual não temos condições de usufruir desse pa- todos naquilo que temos de mais huma- trimônio que nos é legado pela tradição e pela cultura, é essen- no. cial para a formação humana. Do mesmo modo, a fruição inteligente de textos não literários, como os científicos e jornalísticos, é condição para a instalação relevante do indivíduo na sociedade. A escrita, ou a arte, para ser mais abrangente, cumpre funções que mais nenhuma área consegue cumprir. (...) Sinto que há poucas experiências tão interessantes como quando se lê um livro e se percebe “já senti isto, mas nunca o tinha visto escrito”, procurar isso, ou pro- Texto e Leitura curar escrever textos que façam sentir isso, é uma das minhas buscas permanentes. Trata-se de ordenar, de esquematizar, não só sentimentos como ideias que temos de uma forma vaga, mas que entendemos melhor quando os vemos em palavras. Trata-se também de construir empatia: através da leitura temos oportunidade de estar na pele de outras pessoas e de sentir coisas que não fazem parte da nossa vida, mas que no momento em que lemos conseguimos perceber como é. E isso faz-nos ser mais humanos. Na leitura e na escrita encontramo-nos todos naquilo que temos de mais humano. COMO SERÃO ATINGIDOS OS PROPOSTOS NESTA AULA? Trataremos nesse módulo dos diferentes níveis de leitura de um texto, enfocando com maior atenção as técnicas de leitura do texto dissertativo, pois essa é a modalidade que mais interessa ao aluno universitário. Vale destacar que houve uma mudança de enfoque com relação à leitura no cenário acadêmico. Isso se retrata hoje nos padrões curriculares nacionais e em exames, concursos e avaliações como Enem, Enade etc. Ontem: Após a leitura, eram valorizadas questões reproduti- vas, como por exemplo: José Luís Peixoto, in ‘Diário de Notícias (2003). OBJETIVOS - O que o texto diz?/ O que o autor afirma? Texto e Leitura Questões desse tipo ma tratado no texto, a capacidade de análise, refle- exigiam a reprodução do texto ou a mera identificação de conceitos. Exigiam apenas a capacidade de localizar xão, crítica e produção de saberes a partir do texto, por meio da dissertação. elementos no texto e contavam com a memória do leitor. Quando uma leitura é considerada competente? Hoje: A leitura competente é aquela que atua no sujeito como meio de transformação e não como um simples “veículo” de infor- São valorizadas, cada vez mais, as questões críticas e mações. produtivas, como por exemplo: “o que você pensa do Leitura boa é a que proporciona sabedoria útil (e não apenas que o texto diz?”. informação e conhecimento) e impulsiona mudanças. Tal questão exige um relacionamento inteligente do leitor com o texto. Envolve, além da recepção de informações sobre o te- Texto e Leitura Leitura boa gera transformação! “Em cada um de nós se definem as mudanças mais radi- Como vimos, o leitor competente, não é aquele que identifica cais que afetarão a toda a sociedade. Quanto mais livre apenas o que o autor do texto diz, mas aquele que: é a pessoa, melhor se comunica. A mudança pessoal é a pedra de toque para as mudanças grupais, organizacio- •Indaga a si mesmo; nais e sociais”. •Discorda; José Manoel Moran •Complementa; Mais que informação e conhecimento, devemos buscar nos textos a energia intelectual ne- Figura 2: André Kertész (Fonte: Guardian) •Relaciona o texto lido com outros textos e com a realidade; •Supera o texto lido com um novo texto sobre o assunto e constrói caminhos. cessária para avançar, Esse é o leitor que interessa para a universidade e que a socie- mudar a nós mesmos e dade precisa, pois sabe aproveitar as leituras de modo racio- intervir de modo benéfi- nal e produtivo e não apenas reprodutivo. co sobre nosso contexto social e profissional. Texto e Leitura Quando ordenadas pela razão do emissor (que é autor do texto) e pelas regras da língua, as partes passam a compor um todo (uma malha), com ideias coerentes e articuladas. Assim o texto ganha sentido e comunicabilidade. Antes de prosseguirmos com nosso estudo, devemos recordar o conceito de texto e rever o que já aprendemos na escola sobre suas modalidades. Figura 4: Fios coloridos (Fonte: Hypeness) O que é texto? A palavra texto derivada do latim textum, que significa trama, tecido. É uma unidade significativa, ou seja, uma estrutura organizada com um só sentido, constituída de coerência e coe- Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita. Do mesmo modo, não é amontoando frases desconexas que se constrói um texto. são. Como num tricô, as frases e idéias soltas não formam um texto. São como a linha, antes de ser trabalhada pelas mãos do Texto é uma rede de relações cuidadosamente estruturada que artesão. compõe uma mensagem. Texto e Leitura • tese e argumentos ligados pelo vínculo explicativo, • unidade de tema (não pode haver evasão ou fuga do as- Assista: Coesão e Coerência Textuais (CLIQUE) http://www.youtube.com/watch?v=wmDQamQb0xA sunto tratado), • progressão (não pode haver repetição de ideias) e • não contradição (o texto não pode começar afirmando e terminar negando algo, por exemplo). Além disso, para que um enunciado seja considerado texto, deve ter coesão, ou seja, as partes não podem estar soltas, mas encadeadas por meio de conectivos adequados. Nesse Num bom texto todas as partes (palavras, frases e parágrafos) caso, estamos falando da organização entre as partes e transi- devem ter coerência: ção harmônica entre frases e parágrafos. Com uma boa coesão, o texto flui naturalmente de modo progressivo (não fica • relação lógica de sentido entre as partes, • nexo com a realidade (informações verdadeiras, sem exa- geros e precisas), repetitivo). Texto e Leitura e progressão ao texto. Ou seja, é a coesão que esta- Assista: belece a “ligação” entre as palavras, frases e parágra- Coesão Textual fos do texto”. Professora Suzana Luz Pt.01 (CLIQUE) http://www.youtube.com/watch?v=Ts5POSddf2A (PIGNATARI, 2010). Coesão Textual Professora Suzana Luz Pt.01 (CLIQUE) http://www.youtube.com/watch?v=4aykPWG6QCg Observe o enunciado a seguir, que apresenta problemas de coesão, por conter repetição de termos e por não apresentar conectivos (palavras de ligação, como as conjunções): Marcos chegou de Brasília apenas ontem. /Choveu muito na “As palavras não são empilhadas co- estrada. /O carro de Marcos não pôde passar na pista alaga- mo um monte de tijolos, mas sim or- da. ganizadas (ligadas) por meio de conectivos. Estes são como a “cola” da língua e dão encadeamento às ideias Seria melhor que se substituísse o nome (Marcos) por pronomes (ele) e que se utilizassem as conjunções adequadas (pois). Vejamos como ficaria esse trecho, agora com as devidas correções: Texto e Leitura Marcos chegou de Brasília apenas ontem, pois choveu muito e Quais são os elementos envolvidos num processo de comuni- ele não pôde passar com o carro pela estrada alagada. cação humana? Sem os conectivos (“pois”) e os pronomes (“ele”) o enunciado fica repetitivo e desconexo, pois falta coesão e, portanto, textualidade. É como um amontoado de fios antes de ser tricotado. Visto o conceito de texto, vamos agora observar o importante papel que eles desempenham na comunicação humana. Saiba mais: Se você quiser se aprofundar em coesão, assista: Tipo de referência textuais (CLIQUE) http://www.youtube.com/watch?v=46w4u8TkV0E O EMISSOR envia a MENSAGEM (texto) ao RECEPTOR Por meio de um CÓDIGO (língua) REFERENTE a um contexto (situação) Por meio de um CANAL (folha de papel, ondas sonoras etc.) A comunicação humana realiza-se pela troca de mensagens entre pessoas. As mensagens se concretizam por meio de textos emitidos nu- ma determinada situação (contexto) por alguém (emissor) que deseja se comunicar com outrem (receptor). Texto e Leitura Compreender textos é, portanto, a condição essencial para que ocorra a comunicação por meio da transmissão de ideias, emo- público analfabeto, por exemplo, nem apresentar ta- ções e saberes entre os homens. belas e gráficos para persuadir crianças de 8 anos! Toda comunicação envolve alguns elementos: um emissor, um receptor, uma mensagem, um código, um referente e um canal. Emissor Receptor É quem recebe a mensagem: lê ou ouve. O receptor é o sujeito passivo da comunicação. Mas não deve ser “tão passivo assim”. Precisa fazer leituras atentas e compe- É o sujeito que envia a mensagem: escreve (ou fala); pode ser tentes, treinar e melhorar sua técnica sempre. Deve ainda sa- um indivíduo ou grupo. ber que pode se relacionar com o texto em diversos níveis de aprofundamento. Para que um texto seja inteligível (claro) o emissor deve focalizar o receptor e empregar a linguagem e os recursos argumentativos adequados a ele. Na comunicação eficaz, o receptor é que define e condiciona as escolhas do emissor. Não devo “falar difícil” para um Texto e Leitura As posições de emissor e receptor se alteram no pro- Quando você produz uma monografia, torna-se o cesso comunicativo a todo instante. Você assume nesse emissor, pois cria um texto novo com soluções dife- curso, na parte dedicada à leitura, a posição de sujeito rentes para os problemas. passivo ou receptor, pois terá de decodificar (transformando as palavras do texto que está lendo em ideias), compreender, analisar, criticar e interpretar tex- tos. Esse é o percurso da leitura competente que estudaremos. Mensagem É o conteúdo do texto, as informações e ideias que o emissor quer comunicar ao receptor. Já na produção de textos (redação), ligada à leitura criativa (quando o texto lido se transformará em outro Para assimilar bem uma mensagem é preciso conhe- texto), seu papel deixa de ser o de receptor e passa a cer os recursos empregados em sua produção: estru- ser o de emissor. tura (dissertativa, narrativa, descritiva); figuras de lin- Quando você responde a uma questão dissertativa numa prova, por exemplo, o professor é seu receptor, a resposta é a mensagem e o emissor é você! guagem; retórica etc.. Isso é essencial para a que o leitor realize a leitura analítica. Texto e Leitura No contexto acadêmico, as mensagens que o aluno envia são seus trabalhos, provas, monografias, seminários etc. Muitas vezes, a mensagem idealizada pelo emissor não está explícita no texto, para deduzi-la, não basta decodificar (conhecer o sentido das palavras), mas é preciso ter conhecimento do contexto. Código Ilustração 4: Telefone sem fio (Fonte: Banco de atividades) O conhecimento do código (língua) é essencial para a leitura decodificativa, que é o primeiro nível que estu- É a linguagem, (palavras, gestos, imagens etc.) com o qual o daremos. Sem conhecer o significado das palavras de texto é produzido (por exemplo, a língua portuguesa ou algum um texto é impossível fazer sua leitura. dialeto regional e profissional, como o juridiquês). Desse modo, não podemos decodificar um texto escrito em um idioma que não conhecemos, nem um texto escrito em nossa língua, mas com termos técnicos ou arcaicos que não pertencem ao nosso vocabulário. Texto e Leitura Nesse item, o importante é conhecer os significados das Referente “palavras” empregadas no texto. Também chamado de contexto, é a circunstância que fundamenta a comunicação, a situação a que a mensagem se refe- Também é importante, quando escrevemos um texto, re. É por isso que os textos devem ser entendidos sempre le- adequar o vocabulário ao destinatário, de modo que vando em conta o contexto. (Quem escreveu, quando, onde, este entenda os termos empregados! O conhecimento por quê?). Os textos são produto, trazem marcas e influenciam dos receptores é, portanto, essencial para a clareza de seu contexto. uma mensagem. Exemplo: se escuto alguém exclamar, por exemplo, “está frio”, mas estou em um local onde não vejo o emissor, não conheço o contexto, portanto haverá um problema no entendimento. Embora tenha decodificado a mensagem (conheço a palavra “frio” e sei o que ela significa), não sei a que situação ela se refere (não conheço o referente). Pode ser que o comentário se refira ao lanche, ao chão, ao clima, ao ar condicionado e até mesmo à relação de um casal de namorados que está briIlustração 5: A palavra (fonte: Poemargens) gando... Texto e Leitura O conhecimento do contexto (todas as circunstâncias em que o Veja as imagens a seguir. Para compreender o sentido é neces- texto foi produzido) é indispensável para a compreensão e para sário conhecer o contexto e não apenas ler e decodificar o a crítica, pois não há significado fora do contexto! Assim, para texto! compreendermos uma mensagem devemos conhecer o ambiente em que foi produzida. TEXTO Novembro 2012 Contexto Meio, momento, interesses do autor etc. Para compreendermos e criticarmos um texto, devemos: Conhecer as origens e a formação do autor, a época e os acontecimentos que o originaram. Ilustração 6: Convocação extraordinária (Fonte: Advivo) Sem estar informado sobre a morte do arquiteto Niemayer e sem conhecer as previsões sobre o fim do mundo, o leitor não terá condições de compreender o texto. Texto e Leitura Novembro 2012 são), não haverá comunicação eficaz. Podemos entender melhor esses elementos por meio do esque- ma abaixo: O emissor, tendo uma ideia na cabeça, codifica a Ilustração 7: São Paulo (Fonte: Controversia) mensagem (transforma a ideia em código, ou seja, em palavra). O receptor, lendo ou ouvindo tal mensagem, No caso do quadrinho ao lado, para compreender a mensa- reconhece a palavra e a de-codifica (transforma a pa- gem, é preciso conhecer a situação de violência que assolou lavra em ideia, realizando o processo inverso). Na de- São Paulo no final de 2012, com o assassinato de policiais e codificação, quem recebe deve estar atento ao meio chacinas. (contexto) para captar ironias, pressupostos e suben- Novembro 2012 tendidos que nem sempre aparecem explícitos. É o meio físico de propagação da mensagem (folha de papel Se houver falha (ruído) em algum dos elementos, a co- para o texto escrito, ondas sonoras para o texto falado etc.). municação será prejudicada. Se a mensagem tiver problemas com relação ao canal (tinta fraca, letra ruim, barulho concorrente, interrupção da transmis- Texto e Leitura momento da codificação. Isso ocorre pela ambiguidade da palavra “máquina” que pode ter dois significados! O engano ocorre porque a emissora e o receptor não estão compartilhando o mesmo contexto. A menina se refere a uma máquina fotográfica e o menino, ao decodificar, imagina outra coisa (uma moça bonita)! Por isso, na leitura competente, deve haver o conhecimento (ou a pesquisa prévia) do contexto a que se refere o texto (realidades vividas pelo emissor do texto Exemplo: imagine na situação acima um casal passeando pelo no momento que produz o enunciado). shopping. A emissora olha numa vitrine uma câmera enquanto o receptor está distraído olhando no corredor uma moça que passa. Nesse momento, a menina emite a mensagem dizendo: Só assim é possível compreender a mensagem sem ruídos _Que máquina! Temos aí um exemplo de ruído, pois a palavra (erros). Caso contrário, a leitura pode ficar prejudicada pelo “máquina” foi decodificada (entendida) pelo receptor com um duplo sentido dos termos e pelo desconhecimento da situação sentido diferente daquele que foi pensado pela emissora no que a originou. Texto e Leitura Para que o conhecimento seja absorvido, dividido e reinventado, não basta ao receptor (leitor) decodifi- Tempo de Travessia “Há um tempo em que é preciso car textos automaticamente, mas é preciso compreendê-los, analisá-los, criticá-los e reconstruí-los. abandonar as roupas usadas Que já tem a forma do nosso corpo TIPOS DE LEITURA E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares Assista: É o tempo da travessia 01. Tipos de texto - Redação - Vestibulando Digital (CLIQUE) E se não ousarmos fazê-la http://www.youtube.com/watch?v=91QmuDDip9k Teremos ficado para sempre À margem de nós mesmos”. Fernando Pessoa Texto e Leitura Para iniciar o estudo da leitura, é preciso, em primeiro lugar, DISSERTATIVO conhecer as três modalidades textuais básicas e suas peculiaridades: dissertação, narração e descrição. “Manejar sabiamente uma língua é praticar uma espécie de feitiçaria.” Baudelaire É bom lembrar que, na comunicação humana, as três modalidades sempre aparecem juntas, misturadas e em diálogo. Raramente um texto é exclusivamente dis- Dissertar é usar a língua para convencer. sertativo, narrativo ou descritivo. Assista: Portanto, as distinções que faremos a seguir são meramente di- Redação - Dissertação - Parte 01 dáticas (para que você entenda as características de cada texto (CLIQUE) e depois perceba como eles interagem entre si). http://www.youtube.com/watch?v=Luwpi2IZ-q4 Redação - Dissertação - Parte 02 (CLIQUE) http://www.youtube.com/watch?v=-9kcqzjivkU Texto e Leitura O texto dissertativo é aquele em que o emissor emprega a lin- Embora dissertar seja emitir opiniões, o texto dissertativo pode guagem para discutir questões, defendendo um ponto de vista dedicar-se apenas à explicação ou à transmissão de conheci- (tese) com argumentos. mento, sendo, nesse caso chamado de dissertação informativa. Veja o texto abaixo, de Clarice Lispector. É dissertativo, pois de- Já os textos dissertativos que têm por finalidade principal per- fende uma tese: suadir o leitor (receptor) sobre o ponto de vista do autor “As pessoa que se comprazem no sofrimento, que gostam de sentir-se infelizes e fazer aos outros infelizes, jamais poderão or- (emissor) a respeito de um assunto são chamados de dissertação argumentativa. gulhar-se de sua beleza. O mau humor, o sentimento de frustra- Nesse caso, a dissertação, além de informar, exercita o senso ção, a amargura marcam a fisionomia, apagam o brilho dos crítico e exige do leitor coerência racional e capacidade de olhos, cavam sulcos na face mais jovem, enfeitam qualquer ros- julgar fatos. Seu objetivo é influenciar o receptor para que ele to. Essa é a razão porque a mulher, que cultiva a beleza, deve pense (seja convencido) ou se comporte (seja persuadido) esforçar-se para ser feliz. Felicidade é estado de alma, é atmos- conforme a pretensão do autor. fera, não depende de fatos ou circunstâncias externas.” O parágrafo dissertativo apresenta no mínimo a tese (ideia deO texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos (juntamente com o texto científico, o relatório, o texto didático e o artigo enciclopédico). fendida) e o argumento (explicação da tese). Texto e Leitura Exemplo de parágrafo dissertativo: exemplo), autorizadas por lei, e a substituição temporária, faz “A cada bela impressão que causamos conquistamos um inimi- go. Para ser popular é indispensável ser medíocre.” Oscar Wilde com que a folha de pagamento de uma empresa sofra oscilações. A dissertação raramente é pura. Nela é muito comum a utilização de partes narrativas e descritivas com a função de argumento (para convencer o leitor de alguma coisa). Veja: Tese - A cada bela impressão que causamos conquistamos um inimigo. Por exemplo: Tese - O aluno Romualdo deve ser expulso do curso, pois Argumento – (pois) para ser popular é indispensável ser medío- (argumento) apareceu na sala bêbado e sem camisa, desacatou a professora e agrediu os colegas. cre. Oscar Wilde (Tese) É justo que as mulheres recebam menos que os homens, mesmo quando desempenham funções similares, (argumento), pois as ausências no trabalho (por licença maternidade, por Note, no exemplo, que a narrativa dos fatos (grifada) e a descrição do personagem (em negrito) explicam a tese. Texto e Leitura Os fatos narrados (exemplos) deixam o texto mais perceptível São elementos de persuasão que auxiliam na demons- e próximo do leitor. tração da ideia inicial, justificando o ponto de vista de que: “Romualdo deve ser expulso” (tese do autor). O texto dissertativo e as estratégias para sua leitu- O leitor competente deve estar atento à função desses ra serão estudados detalhadamente na aula 4 recursos retóricos no texto dissertativo, percebendo co- (leitura analítica). mo os exemplos, as histórias, as analogias e as descrições dos personagens e das situações são importantes (e intencionais) no processo de convencimento. NARRATIVO Reconhecer as modalidades de texto que interagem nu- Assista ao desenho ganhador do Oscar de animação 2012: ma composição é, assim, a primeira recomendação para que você avance como leitor. Os Fantásticos Livros Voadores do Sr. Morris Lessmore Trata-se de uma bela narrativa ficcional que vai auxiliá-lo na compreensão deste estudo! As ilustrações e as narrativas encaixadas na dissertação argumentativa são altamente persuasivas, pois geram nitidez, emoção e maior retenção do conteúdo. Texto e Leitura As narrativas ficcionais, como os romances e contos, não preAssista: cisam ser coerentes com a realidade, (como nos contos fantás- Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore ticos, de terror etc.) mas devem ter uma lógica interna e exi- (CLIQUE) gem imaginação para compor uma história cativante que entretenha o leitor, provocando expectativa. Narrar é usar a língua para contar algo. O que distingue a narrativa das outras modalidades é que a narrativa é um texto figurativo que apresenta pessoas ou objetos interagindo para uma mudança progressiva de estado ou A narração situa seres e objetos no tempo – o autor conta uma de situação. Os personagens e as coisas se transformam ao história. longo da história. Tais figuras (pessoas, animais, ambientes etc.) são apresentadas num eixo temporal em que as ações Pode ser ficcional (conto, romance) ou não-ficcional (narrativa de geram mudanças (um personagem vilão pode se tornar bom, uma briga, de um caso, de um acidente, de um procedimento etc.). um rico pode ficar pobre e os apaixonados podem se encon- As narrativas não-ficcionais (reais) exigem coerência para lidar com os fatos, informação correta (real) além de cronologia (ordem no tempo). Um relatório é um exemplo técnico dessa espécie de narrativa. trar no fim da história). A narrativa apresenta um momento “antes” e um momento “depois”. É o que você pode observar no desenho (narrativa visual) apresentado no início da aula que retrata a trajetória de um leitor desde juventude até sua morte. Texto e Leitura Um exemplo de parágrafo narrativo, com personagens, temEnquanto na dissertação a progressão é dada pelo po, verbos de ação e transformação (mudança de estado) se- encadeamento lógico dos argumentos, na narrativa ria: ela ocorre em decorrência da evolução temporal e transformação dos personagens ou do ambiente. João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro A narração pressupõe a mudança de estado no decorrer do tempo! Os personagens ou objetos sofr e m u ma Bebeu Cantou t r a n s fo r m aç ão. (Começam a história de um jeito, terminam de outro, assim como a água, que muda de estado ao longo da fervura, na narrativa há sempre alguma modificação das figuras, ainda que sutil!). Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. Manuel Bandeira Texto e Leitura As narrativas também dificilmente são “puras”, pois fotógrafo que trabalha com a luz iluminando uma acabam apresentando, em maior ou menor grau, al- face dos fatos e colocando outras (que não interes- gum recurso para convencer (mudar a ideia) ou persu- sam) na sombra. adir (mudar o comportamento) do receptor (leitor). Afinal, em situações cotidianas de comunicação, quando O leitor competente deve estar ciente e sempre aten- narramos uma história, temos geralmente alguma po- to a essas intenções que o emissor deixa transpare- sição ou interpretação pessoal sobre os fatos e quan- cer! do contamos, contamos “do nosso jeito”, ou seja, com subjetividade e alguma intenção argumentativa. Ao narrarmos, damos nossa versão dos fatos e cria- mos uma atmosfera persuasiva pela simples escolha das palavras, pela estrutura das frases etc. O narrador faz um recorte da história, selecionando os elementos que conduzirão o leitor ao ponto de vista pretendido. Atua, assim, como um Numa narrativa, o ponto de vista do autor, nesse caso chamado narrador, manifesta-se de maneira sutil ou implícita (e não explícita, como na dissertação). Veja os trechos de duas notícias jornalísticas: Jornal 1 – Os desabrigados invadiram novamente a propriedade particular no centro da cidade e a polícia precisou usar a força. Texto e Leitura Jornal 2 – A polícia agrediu os desabrigados que tenta- ATENÇÃO: vam ocupar um prédio abandonado no centro da cida- de. As escolhas lexicais (de palavras) e sintáticas (estrutura das frases) estabelecem sutilmente os valores, conceitos Ambas as notícias tratam do mesmo fato. Mas os autores do texto, embora sejam teoricamente e preconceitos; mudam as ideias e defendem implicitamente uma tese ou ponto de vista. “imparciais”, apresentam implicitamente um ponto de vista (uma visão tendenciosa do que aconteceu). Compare os termos empregados pelos dois jornais: DESCRITIVO “invadem” x “ocupam”; “propriedade particular” x “prédio abandonado”; “polícia precisou usar a força” Descrever é usar a língua para “fazer perceber”. x “polícia agrediu”. Vemos claramente que o jornal 1 condena a ação dos desabrigados, ao contrário do jornal 2 que sugere que eles foram violentados. É o que fazemos quando observamos algo “parado”, desconsiderando a passagem do tempo (olhando uma foto, por exemplo, pois nela o tempo está “congelado”). Texto e Leitura A descrição consiste na caracterização de pessoas, objetos ou A descrição pode aparecer ilustrando narrativas e disserta- lugares. É um “retrato verbal” em que prevalecem os adjetivos e ções, de acordo com o que o autor defende ou pretende mos- os verbos de estado (ser, estar, trar. permanecer, parecer, ficar). Os verbos de ação (correr, andar, Por exemplo, ao defender a tese de que um réu deve ser con- fazer etc.) não são adequados no texto descritivo, pois na des- denado, o autor pode descrever tal sujeito como perigoso, de- crição o tempo não “passa”. sumano e agressivo. Note que os adjetivos colaboram com a caracterização maligna do indivíduo e funcionam como argumentos no texto dissertativo. Exemplo de texto em que predo- O que importa saber para os efeitos de um curso de lei- mina a descrição física e psicológica de pessoa: tura é que a descrição nem sempre aparece em sua forma pura. Por ser, na maioria das vezes, integrada à nar- rativa e à dissertação, sua função persuasiva é muito importante! Darcy Ribeiro Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais harmoniosamente faziam-lhe inspirar profun- Em algumas situações, assim como a narração, ela pode apresentar, explícita ou implicitamente, algum propósito, (intenção de convencer o leitor). da confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois cânce- res, não fez disso desculpa para o comodismo ante a seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e não mediu esforço para Texto e Leitura conseguir. Com seu espírito jovem e obstinado, Darcy Ribeiro estava sempre aprendendo e ensinando, ele sabia como ninguém pensar com serenidade e defender aquilo em que acredi- O leitor competente deve estar atento ao uso da narração e da descrição como estratégias retóricas (que in- centivam a persuasão). tava. http://www.algosobre.com.br/redacao/descricao - comexemplos.html Exemplo de descrição de um objeto. Atente para os verbos em negrito (não há TIPO DE TEXTO DESCRIÇÃO OBJETO Fazer que o receptor perceba um objeto ou um ser em todas as suas dimensões. NARRAÇÃO DISSERTAÇÃO Contar algo (narrar). Convencer, ou seja, discutir um assunto por meio da argumentação e a partir de determinado ponto de vista. movimento!): [...] O clarinete é feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal. João Rodolfo Cavalcanti A. de Araújo http://www.algosobre.com.br/redacao/descricao-comexemplos.html Texto e Leitura TIPO DE TEXTO INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO DESCRIÇÃO NARRAÇÃO DISSERTAÇÃO Focaliza o ser ou objeto e distingue seus aspectos gerais. Apresenta as personagens, localizando-as no tempo e no espaço. Apresenta a síntese do ponto a ser discutido (tese) e cita argumentos. Caracteriza, objetiva e subjetivamente, os objetos e seres. Mostra a ação das personagens e a modificação de estado. Apresenta também o conflito e o clímax. Amplia e explica os argumentos e estabelece uma posição crítica. Aparecem as antíteses, os argumentos contrários e a refutação. TIPO DE TEXTO CONCLUSÃO DESENVOLVIMENTO DESCRIÇÃO NARRAÇÃO DISSERTAÇÃO Finaliza a caracterização. Pode ser o esclarecimento da trama (harmonizaç ão). Retoma a tese e elabora uma síntese, uma reflexão, ou propõe perspectivas de solução. Caracteriza, objetiva e subjetivamente, os objetos e seres. Mostra a ação das personagens e a modificação de estado. Apresenta também o conflito e o clímax. Amplia e explica os argumentos e estabelece uma posição crítica. Aparecem as antíteses, os argumentos contrários e a refutação. Texto e Leitura TIPO DE TEXTO CONCLUSÃO DESCRIÇÃO Finaliza a caracterização. NARRAÇÃO Pode ser o esclarecimento da trama (harmonizaç ão). DISSERTAÇÃO Retoma a tese e elabora uma síntese, uma reflexão, ou propõe perspectivas de solução. TIPO DE TEXTO HABILIDADES NECESSÁRIAS DESCRIÇÃO NARRAÇÃO DISSERTAÇÃO Sensibilidade para combinar percepções. Criação de uma sequência ordenada. Capacidade argumentativa, linguagem clara e objetiva. (Pignatari, 2010) REFERERÊNCIAS E SUGESTÕES DE LEITURA RECURSOS Explora os sentidos (visão, audição etc.), e utiliza adjetivos além de verbos de estado, nunca de ação. Utiliza a articulação temporal e os verbos de ação. Utiliza a linguagem referencial: evidências, dados concretos, pesquisas, casos ilustrativos, exemplos, fatos. CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. 2. ed. São Paulo: Bra- silense, 2008. (Primeiros Passos). DELL’ISOLA, R. L. P. Leitura: inferências e o contexto sociocultural. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001.DIB, C. T. Um olhar investigativo sobre a prática de ensinar leitura. 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