CASO CLÍNICO-EXPERIÊNCIAS NA COMUNIDADE - CLÍNICA, CIRURGIA E TERAPÊUTICA CLINICAL EXPERIENCE CASE IN THE COMMUNITY - CLINICAL, SURGERY AND THERAPEUTIC Resumos 13º Congresso Brasileiro de Hansenologia 13 th Brazilian Leprosy Congress 21 a 25 de novembro de 2014 November 21-25, 2014 Curitiba-Paraná-Brasil LOCALIZAÇÃO INCOMUM DE LESÕES DE HANSENÍASE DIMORFA: RELATO DE CASO. (1) (2) (3) (4) Noely do Rocio VIGO , Ionam BENAZZI , Lismary MESQUITA , Maria Luiza RIBAS . Fundação Pró-Hansen (1-4) . Introdução: A hanseníase, causada pelo Mycobacterium leprae é uma doença infecciosa crônica, que se apresenta clinicamente com vários tipos lesões dermatológicas: máculas, pápulas, placas, nódulos, placas de alopecia. O bacilo tem predileção por áreas corporais com menor temperatura e mais sujeitas ao trauma. Couro cabeludo, palmas, plantas, órgãos genitais, virilhas, axilas, pálpebras, banda transversal da pele sobre a área lombossacra, linha média das costas e do períneo são descritas como zonas imunes ao desenvolvimento de lesões. A genitália masculina externa é considerada área relativamente imune para a ocorrência de lesões apesar das temperaturas mais baixas da bolsa escrotal e testículos. Objetivo: relatar de caso clínico da forma dimorfa-tuberculóide apresentando lesões de bolsa escrotal e enfatizar a necessidade de exame físico completo. Relato do caso: L.L.S., 46 anos, queixava-se de lesão na bolsa escrotal há cerca de um ano, com evolução gradual e progressiva. Ao exame dermatológico foram observadas: uma lesão em placa eritemato-descamativa, com perda da sensibilidade térmica, localizada no cotovelo direito; duas placas, infiltradas, com perda da sensibilidade térmica, localizadas na bolsa escrotal, uma lesão macular eritemato-vinhosa no cotovelo esquerdo e duas manchas hipocrômicas, com diminuição da sensibilidade térmica e alopecia, nos terços distais posteriores das pernas. Biópsia de lesão da bolsa escrotal: dermatite crônica granulomatosa com presença de neurite. Pesquisa de BAAR para Hansen na linfa de orelhas e cotovelos: negativa. Estesiometria evidenciou perda da sensibilidade plantar bilateralmente. Resultados: Paciente apresentava total de seis lesões satisfazendo os critérios de diagnóstico de Hanseníase Multibacilar. Ao final do quinto mês de tratamento PQT-MB as lesões da bolsa escrotal haviam regredido totalmente. Conclusão: Nenhuma parte da pele é imune à infecção pelo Mycobacterium leprae. Lesões na região genital, a qual é considerada “zona imune”, podem não ser detectadas em muitos pacientes, exceto se especificamente procuradas. O aumento da incidência de lesões nestas regiões do corpo nos episódios reacionais, especialmente do tipo 1, pode ser devido ao fato de que lesões clinicamente inaparentes tornarem-se evidentes durante a reação. A anamnese detalhada, o exame dermatoneurológico completo e a estesiometria foram fundamentais para diagnóstico correto da forma clínica de hanseníase e, consequentemente, da terapêutica adequada. Num país endêmico como o nosso, é pertinente lembrar a hanseníase como diagnóstico diferencial nas lesões da região genital. Palavras-chave: hanseníase; zonas imunes; classificação. Hansen Int. 2014; 39(Suppl 1): 167 ISSN: 1982-5161 (on-line) Hansenologia Internationalis