ESPOROTRICOSE FELINA São consideradas zoonoses doenças dos animais que podem ser transmitidas ao ser humano e a esporotricose é classificada como tal. É uma micose sistêmica causada por um fungo, o Sporothrix schenckii e é uma das doenças que acometem os felinos, o que não significa que o ser humano apenas seja contaminado através do gato. Ocorre que esse fungo pode ser encontrado em vegetais, locais de pouca higiene e restos orgânicos, portanto a doença pode ser obtida através de ferimentos no manuseio de algumas plantas inquinadas ou contato com terra infectada, o bastante para o fungo ser inoculado no tecido subcutâneo e desencadear a enfermidade. Devido a isso a esporotricose também é conhecida como “doença do jardineiro”, já que tais profissionais se contaminavam ao manusear de rosas e se ferir com espinhos infectados. Muito bem. E o gato, onde entra nisso? Vejamos. Bem, gatos têm o hábito de afiar as garras em troncos de arvores e fazer suas necessidades cavando em terras, portanto tem maior possibilidade de ser contaminados pelo fungo. Uma particularidade, é que alguns felinos podem ser apenas portadores do fungo nas unhas e não desenvolverem a doença clinicamente, tornando-se assim grandes transmissores da enfermidade. Os proprietários que permitem que seus gatos saiam às ruas e principalmente machos não castrados, o que aumenta a incidência de brigas e arranhões. Apesar disso, seria injusto deixar os bichanos levarem a “culpa” sozinhos. Outras espécies também podem ser acometidas pelo quadro mórbido, apenas os gatos, pela condição de vida acima descrita, são mais sensíveis e expostos ao Sporothrix. Os animais apresentam mais comumente, lesões localizadas na cabeça, patas e cauda. Tanto que no inicio pode ser facilmente confundida com uma ferida comum causada por brigas entre os gatos. Infelizmente, a maioria dos proprietários só percebe a gravidade da doença quando esta já está muito avançada, com presença de ulceras com pus e crostas. Tanto em humanos quanto em animais, os principais sintomas são lesões, perda de apetite, dores articulares e “ínguas”. Quando não tratadas as feridas se alastram por todo o corpo e para os gatos a doença pode ser fatal. Se seu bichano vai à rua e frequentemente aparece com feridas causadas por brigas, leve-o o quanto antes a uma clínica veterinária. Apenas o veterinário poderá fechar o diagnóstico de esporotricose, através de um exame especifico, onde uma amostra da secreção será submetida à análise. Se você foi arranhado por um gatinho e a ferida não cicatriza procure seu médico, você pode ter sido contaminado, apesar do animal estar bem clinicamente. Mas o que fazer se o diagnóstico for positivo e seu gatinho estiver com esporotricose? Primeira coisa: Não entre em pânico! È importante saber que esta é uma doença que tem tratamento, principalmente se o diagnostico for precoce. È preciso isolar o animal dos outros animais e mantê-lo dentro de casa, medidas de higiene durante todo o tratamento. Tenha cuidado ao fazer o curativo e aplicar medicações, se possível usando luvas para evitar a contaminação. O proprietário tem que ter em mente que é um tratamento demorado e exige paciência. No mercado existem medicamentos que tem apresentado resultados muito bons, porém durante a administração da droga, deve-se ter um veterinário de confiança para acompanhar a evolução do quadro. Quanto à prevenção, evitar que seu gatinho saia à rua diminuirá bastante as chances de infecção. Portanto é altamente recomendada a castração. Para maiores explicações, procure se informar com seu veterinário de confiança. Carla Diele – médica veterinária CRMV-RJ 6165