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Marco Haurélio
Luciano Tasso nasceu em 1974, em Ribeirão Preto,
Marco Haurélio nasceu em Ponta da Serra (municí-
Os 12 trabalhos de hércules
no interior paulista. Formou-se em Comunicação Social
pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de
São Paulo (USP) e trabalhou como diretor de arte para
agências de publicidade. Desde 2007, atua como ilustrador
para livros e revistas e na produção de filmes e séries
animadas e histórias em quadrinhos. Em 2008, venceu o
Salão Internacional de Desenho para a Imprensa de Porto
Alegre na Categoria Ilustração Editorial. Pela Cortez Editora,
ilustrou os livros: Lua Estrela Baião: a história de um Rei, de
Assis Ângelo, e O que é cultura popular?, de Moreira de
Acopiara. Em parceria com Marco Haurélio, ilustrou A saga
de Beowulf (Aquariana, no prelo) e Meus romances de
cordel (Global).
Obrigado a servir ao rei Euristeu, Hércules
precisa realizar 12 trabalhos, nos quais se valerá,
além da força prodigiosa, da astúcia e do auxílio de
diversos deuses e heróis. Recontada em poesia por
Marco Haurélio, mais conhecido por sua atuação
como cordelista e pesquisador da cultura popular, a
lenda do herói grego ganha uma interpretação
inusitada, graças, também, às ilustrações pouco
convencionais de Luciano Tasso. Assim, em cores e
em versos de métrica e estilo variados, a incrível
jornada de Hércules reaparece neste livro encantador.
pio de Riacho de Santana), no sertão da Bahia. Menino do
interior, ouvia, encantado, as histórias e as lendas sertanejas que, desde muito cedo, marcariam sua trajetória.
Graduado em Letras Vernáculas pela Universidade do
Estado da Bahia (Uneb), desenvolve um trabalho espontâneo de pesquisa, que inclui recolha, catalogação e publicação de manifestações da literatura oral brasileira.
Envolveu-se com a literatura de cordel e, hoje, é um dos
grandes divulgadores do gênero no Brasil. É autor dos
livros infantis: A lenda do Saci-Pererê (Paulus), As babuchas
de Abu Kasem (Conhecimento), Os três porquinhos – em
cordel (Nova Alexandria), e dos juvenis: A megera domada –
em cordel (adaptação da obra de William Shakespeare),
A saga de Beowulf (Aquariana, no prelo) e História de combates, amores e aventuras do valoroso cavaleiro Palmeirim de
Inglaterra (FTD), em parceria com José Santos e Jô Oliveira.
No campo da cultura popular, escreveu: Contos e fábulas
do Brasil (Nova Alexandria), Contos folclóricos brasileiros
(Paulus), Lá detrás daquela serra (Peirópolis) e O príncipe Teiú
e outros contos brasileiros (Deleitura).
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O feroz Leão de Nemeia
U
m Leão leva terror
À região de Nemeia:
Devora homens, rebanhos,
E o que nem vem à ideia.
Com ele o nosso herói Hércules
Começa sua epopeia.
A serviço de Euristeu,
Deve enfrentar e vencer
Esse Leão de Nemeia
Monstro de grande poder.
Confiado em sua força,
Procura o temível ser.
Este é o primeiro trabalho
Ao grande guerreiro imposto.
Quando ele chega a Nemeia,
Já nota o pavor no rosto
Do povo daquela terra,
O que lhe causa desgosto.
Filho de Equidna e Ortro,
Esta horrível criatura,
Como os pais, terríveis monstros,
Levava o povo à loucura,
Pois passara várias vezes
Pela fila da feiura.
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Hércules vai encontrá-lo,
Sem temer o grande risco,
Chegando à escura caverna,
Que é lar do Leão arisco,
Vê-lo degustar um homem
Como se fosse um petisco.
Lança a seta, mas não fere
O Leão invulnerável.
O herói pensa consigo:
“Tu me pagas, miserável!”
E com a maça golpeia
Esse monstro detestável.
Porém o golpe não fere,
Pois é mais duro que o aço.
Hércules, então, exclama:
– Tu achas que eu sou palhaço?!
Depõe as armas e diz:
– Vamos resolver no braço!
E se atraca com o Leão,
Dando início à feroz luta.
Herói e monstro faziam
Estardalhaço na gruta,
Mas, depois de muito tempo,
Hércules vence a disputa.
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Sufoca o grande Leão,
E assim o risca do mapa.
Com as garras deste monstro,
Que habitava aquela lapa,
Rasga-lhe o couro e faz
Para ele a mais bela capa.
Vai aos portões de Micenas
E o mostra para Euristeu.
Pense num cabra covarde!
Ao ver o Leão tremeu.
– Não tremas – disse-lhe Hércules –,
Pois este aqui já morreu.
E Zeus, o deus poderoso,
Fazendo a celebração
Desta façanha de Hércules
Criou a constelação,
Que até os dias de hoje
É chamada de Leão.
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a Hidra de Lerna
C
ontam os bardos que Hércules venceu
Outro monstro igualmente assustador,
Demonstrando de novo o seu valor,
Ante o tempo que nunca o esqueceu.
Iolau, seu sobrinho, apareceu
E tomou parte em mais esta vitória,
Escrevendo o seu nome na história,
Libertando as pessoas do suplício,
Comprovou que, com luta e sacrifício,
É possível em vida alcançar glória.
Esta Hidra era um ser descomunal:
Cem cabeças de cobras venenosas.
Pelas suas cem bocas monstruosas
Exalava a peçonha tão mortal.
Quem ousasse enfrentá-la no final
Sucumbia ante o bafo do dragão.
Esta filha de Equidna e Tifão
Espalhava o terror próximo a Argos.
Onde o povo viveu dias amargos
À espera do fim da maldição.
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O herói se aproxima do lugar
Em que vive essa fera tão horrenda,
Sem temer bafo quente ou reprimenda,
Mas ao ponto de quase desmaiar...
As cabeças começa a decepar,
Para ver uma a uma renascer.
Iolau, no princípio, quis correr,
Mas depois ajudou seu bravo tio
A vencer este grande desafio,
Comprovando na luta seu poder.
Cada bote da Hidra era aparado
Pela espada afiada do herói.
Das feridas sai sangue que corrói
Até mesmo o metal mais trabalhado,
Porém Hércules se sente enfadado,
E a vitória pro monstro já pendia,
Iolau usa de sabedoria
E nas árvores do pântano põe fogo.
Desta forma mudava todo o jogo,
E o triunfo aos dois bravos já sorria.
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Com archotes em brasa ele investe
E os pescoços cortados logo queima.
Pondo fim no feitiço e na reima,
Seu papel na batalha é inconteste.
Depois brada: – Oh, Hidra vil da peste!
Acabou teu poder sobre este vau,
Sucumbiste ao fogo, bicho mau,
E à espada do grande herói tebano.
Se perder não estava no teu plano,
Não estava também no de Iolau!
Derrotada a vil Hidra, Hércules, antes
De levar o despojo a Euristeu,
Sem ter medo, depressa embebeu
Em seu sangue as setas perfurantes,
Com as quais enfrentou feros gigantes
E uma fauna por nós desconhecida,
Para a qual ser humano era comida,
Até quando topou com um valente,
O herói que na luta, frente a frente,
Cada golpe que dava era uma vida.
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Marco Haurélio
Luciano Tasso nasceu em 1974, em Ribeirão Preto,
Marco Haurélio nasceu em Ponta da Serra (municí-
Os 12 trabalhos de hércules
no interior paulista. Formou-se em Comunicação Social
pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de
São Paulo (USP) e trabalhou como diretor de arte para
agências de publicidade. Desde 2007, atua como ilustrador
para livros e revistas e na produção de filmes e séries
animadas e histórias em quadrinhos. Em 2008, venceu o
Salão Internacional de Desenho para a Imprensa de Porto
Alegre na Categoria Ilustração Editorial. Pela Cortez Editora,
ilustrou os livros: Lua Estrela Baião: a história de um Rei, de
Assis Ângelo, e O que é cultura popular?, de Moreira de
Acopiara. Em parceria com Marco Haurélio, ilustrou A saga
de Beowulf (Aquariana, no prelo) e Meus romances de
cordel (Global).
Obrigado a servir ao rei Euristeu, Hércules
precisa realizar 12 trabalhos, nos quais se valerá,
além da força prodigiosa, da astúcia e do auxílio de
diversos deuses e heróis. Recontada em poesia por
Marco Haurélio, mais conhecido por sua atuação
como cordelista e pesquisador da cultura popular, a
lenda do herói grego ganha uma interpretação
inusitada, graças, também, às ilustrações pouco
convencionais de Luciano Tasso. Assim, em cores e
em versos de métrica e estilo variados, a incrível
jornada de Hércules reaparece neste livro encantador.
pio de Riacho de Santana), no sertão da Bahia. Menino do
interior, ouvia, encantado, as histórias e as lendas sertanejas que, desde muito cedo, marcariam sua trajetória.
Graduado em Letras Vernáculas pela Universidade do
Estado da Bahia (Uneb), desenvolve um trabalho espontâneo de pesquisa, que inclui recolha, catalogação e publicação de manifestações da literatura oral brasileira.
Envolveu-se com a literatura de cordel e, hoje, é um dos
grandes divulgadores do gênero no Brasil. É autor dos
livros infantis: A lenda do Saci-Pererê (Paulus), As babuchas
de Abu Kasem (Conhecimento), Os três porquinhos – em
cordel (Nova Alexandria), e dos juvenis: A megera domada –
em cordel (adaptação da obra de William Shakespeare),
A saga de Beowulf (Aquariana, no prelo) e História de combates, amores e aventuras do valoroso cavaleiro Palmeirim de
Inglaterra (FTD), em parceria com José Santos e Jô Oliveira.
No campo da cultura popular, escreveu: Contos e fábulas
do Brasil (Nova Alexandria), Contos folclóricos brasileiros
(Paulus), Lá detrás daquela serra (Peirópolis) e O príncipe Teiú
e outros contos brasileiros (Deleitura).
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