NEUROPATIA OPTICA DISTIREOIDIANA (NOCD) E SUA ABORDAGEM: relato de caso Paula Viera da Silva Cassini Médica. Especializanda em Oftalmologia. RESUMO A Orbitopatia de Graves (OG), principal causa de exoftalmia ou proptose em adultos, pode ser definida como uma doença autoimune órgão-específica, clinicamente caracterizada pela retração palpebral, proptose, ceratite de exposição, estrabismo restritivo, diplopia, alterações da acuidade visual e potencial cegueira por Neuropatia Óptica Distireoidiana (NOD). Atualmente, sabe-se que a maioria dos casos de OG está associada a alguma disfunção tireoidiana autoimune, com destaque para o hipertireoidismo ou Doença de Graves (DG), que ocorre em 90% dos casos, embora a OG possa ocorrer com menor frequência em pacientes hipotireoideos ou eutireoideos. Aproximadamente 40% dos pacientes com doença de Graves (DG) apresentarão manifestações oculares, sendo que destes, 5% apresentam quadros graves de OG com NOD, sua principal complicação. A tríade principal no tratamento da NOD são os esteroides sistêmicos, radioterapia e descompressão orbitária, isoladamente ou em combinação. O presente estudo relata o caso de um paciente do sexo masculino, 50 anos, apresentando quadro de NOD. Tem como objetivo demonstrar que a remissão permanente da NOD com tratamentos clínicos não invasivos ocorre com menor frequência. Dessa forma, se faz necessário um seguimento cauteloso destes pacientes uma vez que, mesmo os quadros com respostas iniciais favoráveis, em geral apresentarão recaídas. Nestes casos, são necessárias modalidades adicionais de terapia para uma melhor resposta, sendo o tratamento cirúrgico através da descompressão orbitária a melhor opção viável.