Instrumentos de Avaliação Nutricional

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Instrumentos de
Avaliação Nutricional
Gabriela Salazar
Nutricionista
Desnutrição hospitalar
Síndrome multifatorial:
Condição socioeconômica desfavorável;
Condição clínica do paciente ou da patologia;
Adquirida ao longo da internação.
Principal responsável
pelos altos índices de
mortalidade hospitalar
Retardo na cicatrização de feridas
Alta taxa de infecção hospitalar
> tempo de permanência hospitalar
> taxa de morbidade
Dempsey DT, Mullen JL, Buzby GP. The link between nutritional status and clinical outcome: Can nutritional modify it? Am J Clin Nutr 1988; 47 (2 suppl): 352-6.
Waitzberg D.L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 3o ed. São Paulo: Atheneu; 2000.
Alta prevalência de desnutrição (48,1%);
Baixo conhecimento da equipe de saúde acerca do estado
nutricional dos pacientes;
Indicação de TN menos frequente do que a recomendação.
Nutrition 2001 Jul-Ago; 17 (7-8): 573-80
Tempo médio de internação:
Pacientes eutróficos: 6 dias
Pacientes desnutridos: 13 dias
n= 161 pacientes de terapia intensiva
SGA
Acompanhados para determinar tempo de
internação, complicações e mortalidade intrahospitalar.
Contigente expressivo de doentes desnutridos na
admissão
Desnutrição foi uma variável independente de
mortalidade
Custo da internação >300%
E na UTI??
Perda de massa muscular: 5-10% em 1 semana
Sepse: ± 6kg de músculo
Trauma: ± 7,5 kg de músculo
Desnutrição associada à fraqueza, incapacidade de
deambular, polineuropatia do doente crítico
Atraso no início da terapia nutricional (TN):
exposição a déficits não compensáveis na UTI
Desnutrição pode ser causa e efeito de
doenças graves
Gamrin L et al. Metabolism. Clinical and Experimental. 1997;46:756-62.
Villet S e cols. Clin Nutr 2005; 25: 502-509
Nunes ALB et al. Projeto diretrizes. 2011
Objetivo de identificar precocemente o processo
de desnutrição no paciente hospitalizado
Implantar o cuidado nutricional precoce a fim de minimizar ou prevenir a
deterioração da capacidade fí sica e mental do indivíduo, reduzir o número
de complicações da doença e do tratamento, acelerar a recuperação;
reduzir gastos e tempo de internação hospitalar.
Kondrup J, Allison SP, Elia M, Vellas B, Plauth M. European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN) Guidelines for nutrition screening 2002. Clin Nutr. 2003; 22(4):415-21.
Vale FCR, Logrado MHG. Estudos de validação de ferramentas de triagem e avaliação nutricional: uma revisão acerca da sensibilidade e especificidade. Com. Ciências Saúde. 2013; 22(4):31-46
Procedimentos para todos os pacientes
admitidos para internação hospitalar
Realizada pela equipe de saúde;
Aplicada com o paciente ou familiar;
1. Durante a admissão,
uma triagem
nutricional
(um método de simples
Contempla
dados objetivos:
peso, altura,
alteração
peso,
diagnóstico,
Risco de
aumento ou
de morbi-mortalidade
em
execução
coleta)
devede
ser
realizada
paracomorbidades
identificar os indivíduos com
decorrência
do estado nutricional
risco nutricional.
2. Os pacientes
identificados
como em risco nutricional devem ser
Realizada por
profissional especializado;
Possibilita
identificarnutricional
o grau de desnutrição
e
submetidos
à avaliação
completa.
elaborarOo diagnóstico nutricional por meio da avaliação do estado
3. Esta fase permite aonutricional
indivíduo
uma
avaliação
das suas
necessidades
deve
incluir
o levantamento,
análise
e
nutricionais e um plano
de assistência
e terapia
interpretação
de dados
clínicos, nutricional.
bioquímicos, dietéticos e
a partir do
estudo do deve-se
prontuário,reconsiderar
anamnese o
4. Ao monitorar e antropométricos
redefiniŕ os objetivos
nutricionais
e exame fisico e é pré-requisito para elaboração do plano de
planejamento da terapia e assistência.
cuidado nutricional e prescrição dietética, conforme
do Conselho
Federal
de Nutricionistas
N.° nutricional,
304, de
5. Finalmente, as Resolução
informações
sobre os
resultados
da triagem
26 de Fevereiro
de 2003ser comunicados a
assistência, planejamento e monitoramento
devem
outros profissionais, quando o paciente for transferido para outras
instituições.
Kondrup J, Allison SP, Elia M, Vellas B, Plauth M. European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN) Guidelines for nutrition screening 2002. Clin Nutr. 2003; 22(4):415-21.
Instrumentos de triagem
nutricional
Instrumentos de triagem nutricional
NRS 2002
MUST
MST
MNA
Instrumentos de triagem nutricional
NRS 2002
Recomendada pela ESPEN
Mais indicada em âmbito
hospitalar
Preditora de tempo de
internação hospitalar
Análise a partir de dados
retrospectivos (perda de peso e
consumo alimentar)
Carac. Antropométricas (IMC)
Gravidade da doença
Idade como fator de risco adicional
Escore >= 3: paciente em risco; o plano nutricional deve ser
iniciado
Escore < 3: paciente sem risco; retirar na semana seguinte; se o
paciente for escalado para cirurgia de grande porte, deve ser
traçado plano nutricional preventivo para evitar deterioração
do estado nutricional e complicações no pós-operatório
Waitzberg DL et al. Aplicabilidade dos métodos de triagem nutricional no paciente hospitalizado. Rev.nut.campinas. 21(5):553-561 set/out 2008.
Instrumentos de triagem nutricional
NRS 2002
MUST
MST
MNA
Superestima o IMC
Desconsidera estresse metabólico associado à
doença e tipo de tto (clínico ou cirúrgico)
MUST
Não exige muito tempo para aplicação
Fácil reprodutibilidade
Facilmente utilizada por diferentes profissionais
Aplicável para populações adultas heterogêneas
Possui guia direcionado que pode ser usado na
elaboração do plano de cuidados nutricionais
Gravena e cols, 2013
Instrumentos de triagem nutricional
NRS 2002
MUST
MST
MNA
Instrumentos de triagem nutricional
Não considera dados objetivos
Inespecífico
Pouco abrangente quanto ao estado geral
do paciente e à doença de base
MST
Aplicável a populações adultas heterogêneas
Utiliza dados rotineiramente disponíveis
Não exige equipe especializada
Reprodutibilidade simples e rápida
Gravena e cols, 2013
Instrumentos de triagem nutricional
NRS 2002
MUST
MST
MNA
Instrumentos de triagem nutricional
Versão alterada para conferir característica de
triagem e manter qualidades da MAN original
Alteração de consumo alimentar
Perda de peso
Mobilidade
Estresse psicológico
Problema neurológico
IMC
MNA
IMC:
Pode superestimar a prevalência de
risco nutricional quando substituído
pela CP.
Gravena e cols, 2013
2
Escore de triagem
12 a 14 pontos: estado nutricional normal
8 a 11 pontos: sob risco de desnutrição
0 a 7: desnutrido
Instrumentos de avaliação
nutricional
Instrumentos de avaliação nutricional
ASG
MAN
ASG nas diversas especialidade clínicas
Instrumentos de avaliação nutricional
ASG
Instrumento prático
Dividida em história clinica/ exame físico/
capacidade funcional
Rotineira na maioria dos hospitais
Deve ser aplicada pelo profissional até 48h após a
internação.
Método muito subjetivo que necessita de
experiência por parte do observador
Necessita de treinamento adequado do
observador para a replicação
Por se tratar de critérios qualitativos,
pequenas alterações a curto prazo do
estado nutricional não são detectadas.
Instrumentos de avaliação nutricional
ASG
MAN
ASG nas diversas especialidade clínicas
Instrumentos de avaliação nutricional
Desenvolvida para população idosa hospitalizada;
Analisa presença de desnutrição e o risco de
desenvolvê-la;
MAN
Compreende 18 itens subdivididos em 4 categorias:
Antropometria (PA/ALT/PP/CB/CP)
Cuidados gerais (estilo de vida/medicamentos/
mobilidade)
Avaliação dietética (n° ref/consumo de alimentos e
líquidos/autonomia para alimentar-se)
Autoavaliação (percepção saude/ estado nutricional)
96% sensibilidade
98% especificidade
97% valor prognóstico para desnutrição
Instrumentos de avaliação nutricional
ASG
MAN
ASG nas diversas especialidade clínicas
Instrumentos de avaliação nutricional
Paciente com neoplasia - ASG PPP
Pacientes nefropatas
Pacientes hepatopatas
ASG nas diversas especialidade clínicas
MUST
MNA
Não são instrumentos
validados
especificamente para
pacientes críticos
NRS 2002
Tendência a classificar
todos os pacientes
críticos como elevado
risco nutricional
Avaliação Nutricional
Modelo
conceitual de
avaliação de
risco nutricional
em pacientes
críticos
Mortalidade em 28 dias: Variáveis candidatas ao NUTRIC
NUTRIC=3
NUTRIC=8
n=432
Início de terapia nutricional precoce - UTI
Meta
100%
93%
TN precoce
Media
96%
95%
95%
jul-15
ago-15 set-15
93%
91%
85%
90%
85%
94%
89%
87%
78%
70%
jan-15
fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15
out-15
NUTRIC Score
Score 5 à 9
Score 0 à 4
Concluindo...
Ausência de uma medida objetiva que seja considerada
“padrão-ouro” para identificação de desnutrição.
Estudos têm considerado inadequada a utilização de apenas um
método de avaliação ou triagem nutricional no paciente
hospitalizado.
Os métodos mais tradicionais de avaliação nutricional (ingestão
alimentar, peso corporal, perda ponderal ao longo do tempo,
perda de gordura subcutânea, depleção muscular, níveis séricos
de proteínas e competência imunológica) podem falhar na
detecção do risco nutricional, uma vez que são desenvolvidos
para detectar o grau da desnutrição já estabelecida.
Ulíbarri JI, González-Madronõ A, de Villar NGP, González P, González B, Mancha A, et al. Conut: a tool for controlling nutritional status. first validation in a hospital popula- tion. Nutr Hosp. 2005; 20(1):38-45.
Vale FCR, Logrado MHG. Estudos de validação de ferramentas de triagem e avaliação nutricional: uma revisão acerca da sensibilidade e especificidade. Com. Ciências Saúde. 2013; 22(4):31-46
Ryu SW, Kim IH. Comparison of different nutritional assessments in detecting malnu- trition among gastric cancer patients. World J Gastroenterol. 2010; 16(26):3310-3317.
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
Sócio: tem acesso a várias revistas nacionais e
internacionais, as aulas do congresso brasileiro
e aos artigos comentados nas diversas
especialidades.
http://www.amib.org.br
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