UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Grasyela de Cássia dos Reis Monique Gargaro dos Santos Raquel Aparecida Gonçalves Tatiane Aparecida Colognesi MARKETING PARA COOPERATIVAS CAMDA Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina Lins - SP LINS SP 2008 GRASYELA DE CÁSSIA DOS REIS MONIQUE GARGARO DOS SANTOS RAQUEL APARECIDA GONÇALVES TATIANE APARECIDA COLOGNESI MARKETING PARA COOPERATIVAS Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob orientação da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni e orientação técnica da Profª M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva. LINS SP 2008 Reis, Grasyela de Cássia; Santos, Monique Gargaro; Gonçalves, Raquel Aparecida; Colognesi, Tatiane Aparecida R31m Marketing para cooperativa: Camda Cooperativa Agrícola Mista/ Grasyela de Cássia dos Reis; Monique Gargaro dos Santos; Raquel Aparecida Gonçalves; Tatiane Aparecida Colognesi. Lins, 2008. 91p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins SP, para graduação em Administração, 2008 Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Cooperativa Agropecuária. 2. Estratégia de Marketing. 3. Ferramenta Estratégica. 4. Mercado Cooperativista. I Título. CDU 658 GRASYELA DE CÁSSIA DOS REIS MONIQUE GARGARO DOS SANTOS RAQUEL APARECIDA GONÇALVES TATIANE APARECIDA COLOGNESI MARKETING PARA COOOPERATIVAS Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: _____/______/_____ Banca Examinadora: Profª Orientadora: Jovira Maria Sarraceni Titulação: Especialista em Gestão de Negócios pelo Instituto Toledo de Ensino, Araçatuba - SP. Assinatura: ______________________________________________________ 1º Prof(a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: _________________________________ 2º Prof(a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: _________________________________ DEDICATÓRIAS A Deus quando, algumas vezes, sentindo-me desacreditada e perdida nos meus objetivos, ideais ou minha pessoa, me deu forças e coragem para prosseguir. Aos meus pais Maria Tereza dos Santos Reis e João Antônio dos Reis, alicerces da minha grande conquista, que no decorrer da minha vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade, da perseverança e de procurar sempre em Deus a força maior para o meu desenvolvimento como ser humano. Aos meus irmãos Marcos e Marcelo por caminharem sempre ao meu lado. Ao meu sobrinho Vinicius pelo amor e admiração. Aos meus amigos, que de alguma maneira participaram da construção e realização deste tão desejado sonho. Obrigada por fazerem parte da minha vida, dividindo comigo momentos bons e momentos ruins, pois desses momentos que tiro as lições de vida eotimismo quepreciso, por essa razão, dedico a vocês minha imensa gratidão e sempre amor. Grasyela Reis A Deus, por me dar forças, sabedoria e paciência ao longo dessa jornada... A todos do Unisalesiano e Professores por me acolherem tão bem e acreditarem em meu sonho... Obrigada... Ao meu pai, Euclides, que sempreme ensinou os melhores caminhos a serem trilhados, um herói, em quem sempre pude confiar, minha eterna gratidão... A minha mãe, I vani, obrigada por tudo, pois sempre esteve ao meu lado nas horas boas e ruins, uma bênção em minha vida; sem você eu não seria ninguém. Amo você mãe... A minha irmã, Milena: você é um presente de Deus em minha vida mesmo sendo mais nova, sempre esteve ao meu lado e me incentivando para que eu realizasse todos os meus sonhos.... valeu Mi.... Aos meus avôs, avós, tios, tias, primos, primas, amigos e amigas por sempre estarem ao meu lado, me compreenderem em tudo e saberem o quanto isso era muito importante para mim... Ao meu grupo de TCC;; não tenho nem palavras para agradecer a compreensão de todas vocês, meninas. Obrigada Tati, Grasy, Raquel. Monique Dedico à minha mãe e ao meu padrasto pelos esforços que fizeram para que eu chegasse até aqui. Ao meu pai que hoje não está mais presente entre nós, mas de onde quer que esteja está orgulhoso de mim. Ao meu esposo que sempre me incentivou e me deu forças para que eu continuasse. À Ana Júlia, meu maior presente de Deus. À minha irmã e à minha equipe de monografia, que muito me apoiou, compreendeu e ajudou. Raquel Dedico meus esforços à minha mãe Lourdes A. Gerola Colognesi e ao meu pai Alcides Colognesi, que foram responsáveis pelo inicio de minha vida e da minha verdadeira jornada. Meus pais são as jóias preciosas da minha vida, que me iluminam com sua existência. Ao grande amor da minha vida, Marco Antonio, que me acompanhou durante esse curso, suportando minha ausência e simplesmente me apoiando com amor, sem medir esforços para me ver feliz; dedico esta vitória a você, que sempre foi minha inspiração. A minha irmã... Telma: você é uma pessoa maravilhosa, que alegra minha vida com o brilho dos teus olhos. Aos meus irmãos Jader e Alex. Aos meus preciosos amigos Ana Helena, Bruno, Cibele, Flávia e Valquíria, pelo apoio, compreensão, amor e por partilharem com generosidade sua sabedoria. Aos extraordinários seres humanos que formam a equipe de mestres e professores do Centro Universitário Católico Auxilium, em especial aos Professores: Heloisa Helena Rovery da Silva, I rso Tófoli, Jovira Maria Sarraceni e Marcos Alves Angotti. Deus: Obrigada pelo Dom da vida, pela inteligência e oportunidade concebida. Tatiane Aparecida Colognesi AGRADECIMENTOS A Deus, por abençoar-nos em mais uma etapa de nossas vidas, dandonos a força que precisávamos para elaborar esse projeto, pois sem o apoio divino, não seriamos capazes de superar tantos obstáculos que surgiram na passagem deste momento. A todos os Professores, representados por nossa orientadora Jovira, que nos ensinaram muitas coisas, pela competência, dedicação e empenho em doar seus ensinamentos. Lutamos muito para alcançar este momento e agora concluído o trabalho, agradecemos a todos; vocês foram essenciais para a realização deste projeto. A nossa Família, pelos momentos em que estivemos ausentes, pela compreensão e amor dedicado, por sempre estarem ao nosso lado, nos fortalecendo e passando a certeza de que iríamos vencer. A Turma do 8º A de 2008, pelo companheirismo, cooperação, paciência, por deixar mais agradável nossas aulas após cansativos dias de trabalho, temos a certeza que construímos sólidas amizades. Ao Unisalesiano, a todos os funcionários que, de alguma maneira, contribuíram para o nosso crescimento e desenvolvimento. À Cooperativa Camda, pelo apoio e empenho no desenvolvimento deste trabalho e pela contribuição para o nosso fortalecimento profissional. À equipe da monografia, um agradecimento recíproco entre as quatro integrantes. Grasyela Monique Raquel Tatiane RESUMO O mercado agrícola tem crescido consideravelmente nos últimos anos e, dessa forma, passou a ocupar um lugar de destaque no meio cooperativista. Com esse crescimento, o marketing passou a ser visto como ferramenta estratégica essencial e um diferencial que pode viabilizar o melhor caminho entre uma cooperativa agropecuária e a venda direta de seus produtos e serviços para o produtor rural. Para uma cooperativa agrícola, as estratégias de marketing devem ser baseadas na análise do gerenciamento especializado de oportunidades e ameaças, para que tudo ocorra de forma eficiente e eficaz. Dentro da cooperativa, para que um trabalho se desenvolva com sucesso, são necessários: acompanhamento, planejamento, criação, execução de campanhas, anúncios, divulgação de matérias técnicas, informativos e revistas especializadas. A cooperativa agrícola mista de Adamantina participa de projetos sócio-ambientais, onde a atenção está diretamente voltada para a qualidade de vida dos associados, cooperados e funcionários, paralelo aos projetos desenvolvidos pela cooperativa, que beneficiam o público interno e também a comunidade, contando com o apoio de empresas fornecedoras. As cooperativas, em geral, necessitam de boa comunicação para atender seu público e fortalecimento de laços de amizade e credibilidade com seus cooperados e associados se pretendem continuar no mercado com um bom nível de competitividade. Assim, torna-se imprescindível a implantação de estratégias de marketing voltadas para cooperativas, em especial, cooperativas agrícolas. O objetivo da pesquisa foi demonstrar a importância das estratégias de marketing para a cooperativa perante o cenário atual. A cooperativa Camda, utilizada como ferramenta estratégica as análises dos documentos contábeis e, através dos resultados obtidos por este meio, busca alavancar, cada vez mais, o ramo cooperativista agropecuário, traduzindo seu esforço e investimento na melhor relação custo-benefício. Palavras-chave: Cooperativa agropecuária. Estratégias Ferramenta estratégica. Mercado cooperativista. de marketing. ABSTRACT The agricultural market has been growing considerably in the last years and it has occupied a preferential place in the cooperative environment. Due to that growth, the marketing has been noting as an essential and differential strategic tool which can make possible the best choice between an agricultural cooperative and the direct sale of their products and services for the rural producer. The marketing strategies should base on the analysis of the specialized administration of opportunities and threats for an efficient and effective agricultural cooperative. The attendance, planning, creation, execution of campaigns, advertisements, technical matters divulgation, brochures and specialized magazines are necessary in a successful cooperative. The mixed agricultural cooperative in Adamantina participates in socio-environmental projects, and the attention is directly geared toward the partners and employees quality of life, in parallel to the projects developed by the cooperative that benefit its own public and the community and it is assisted by suppliers companies. The cooperatives need to good communication to serve their public and fortification of friendship and credibility links with their partners if they want to be in the market with an excellent level of competitiveness. It is essential the marketing strategies implantation, which are directed to cooperatives, in particular, agricultural cooperatives. The purpose of this search was to demonstrate the importance of the marketing strategies for cooperative before the current scenario. Camda Cooperative, which was used as strategic tool to the accounting documents analyses and through the results obtained by this work, hopes to increase more and more the agricultural cooperative branch and translates its effort and investment in a best cost-benefit relationship. Keywords: Agricultural Cooperative. Marketing Strategies. Strategic Tool. Cooperative Market. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mercado alvo, produto, preço, promoção, praça ............................. 29 Figura 2: Primeira Cooperativa Camda ........................................................... 40 Figura 3: Matriz Adamantina SP ...................................................................... 41 Figura 4: Filial Camda Lins SP ........................................................................ 42 Figura 5: Silos da cooperativa Andradina SP .................................................. 44 Figura 6: Silos da cooperativa Lavínia SP....................................................... 44 Figura 7: Campo experimental......................................................................... 45 Figura 8: Fábrica Andradina. ........................................................................... 45 Figura 9: Eventos realizados ........................................................................... 46 Figura 10: Eventos Sipat.................................................................................. 46 Figura 11: Eventos realizados ......................................................................... 47 Figura 12: Programa lave e devolva................................................................ 48 Figura 13: Programa escola no campo............................................................ 50 Figura 14: Equipamentos de proteção individual ............................................ 51 Figura 15: Segurança saúde no campo.......................................................... 51 Figura 16: Crianças no projeto Du Pont na escola.......................................... 51 Figura 17: Evento Camda x Intervert............................................................... 56 Figura 18: Departamento de comunicação, contabilidade, recursos humanos 57 Figura 19: Stand da Camda, na feira Expo-Verde. ......................................... 60 Figura 20: Jornal informativo da cooperativa Camda, novembro 2008 .......... 61 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Símbolos do cooperativismo........................................................... 10 Quadro 2 : Diferença entre sociedade cooperativa e sociedade mercantil..... 14 Quadro 3: Estabelecimentos da cooperativa................................................... 42 Quadro 4: Filiais da cooperativa ...................................................................... 43 Quadro 5: Filial Lins, cidades e quantidade de cooperados .......................... 56 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Camda EPI Cooperativa agrícola mista de Adamantina Equipamentos de proteção individual ERP Planejamento de recursos empresariais Iama Instituto de assistência ao menor de Adamantina Minercamda OCESP OCB SIPAT 4PS Minerais camda Organização das cooperativas do estado de São Paulo Organização das cooperativas brasileiras Semana de integração e proteção ao trabalhador Produto, promoção, preço, praça SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................. 8 CAPÍTULO I COOPERATIVISMO ............................................................... 10 1 HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO..................................................... 10 1.1 Cooperativismo brasileiro...................................................................... 12 1.2 Cooperativa ........................................................................................... 12 1.2.1 Principais diferenças entre as cooperativas e as empresas tradicionais 13 1.3 Como constituir uma cooperativa.......................................................... 14 1.3.1 Estatuto Social ...................................................................................... 15 1.3.2 Capital social ......................................................................................... 16 1.3.3 Taxas..................................................................................................... 16 1.3.4 Destinação das Sobras e Perdas.......................................................... 17 1.3.5 Fundos................................................................................................... 17 1.4 Princípios do cooperativismo ................................................................ 17 1.4.1 Adesão Livre e voluntária...................................................................... 18 1.4.2 Gestão e controle democrático dos sócios ........................................... 18 1.4.3 Participação econômica dos sócios ...................................................... 18 1.4.4 Autonomia e independência.................................................................. 19 1.4.5 Educação, formação e informação ....................................................... 19 1.4.6 Cooperação entre cooperativas. ........................................................... 19 1.4.7 Interesse pela comunidade ................................................................... 20 1.5 Direitos .................................................................................................. 20 1.6 Obrigações ............................................................................................ 21 1.7 Considerações sobre aspectos econômicos, administrativos e técnicos21 1.8 Tipos de cooperativas ........................................................................... 22 1.8.1 Cooperativa agrícola. ............................................................................ 24 1.8.2 As cooperativas no cenário nacional .................................................... 25 CAPÍTULO II - ESTRATÉGIAS DEMARKETING PARA COOPERATIVAS . 27 2 ESTRATÉGIAS DE MARKETING PARA COOPERATIVAS .............. 27 2.1 Gestão de marketing em cooperativas ................................................. 30 2.2 Conjunto de princípios fundamentais do marketing empresarial.......... 31 2.3 Estratégias de marketing na área de venda ......................................... 32 2.3.1 Introdução ao planejamento estratégico.............................................. 33 2.3.2 Conceituação básica ............................................................................. 34 2.3.3 Características que definem o comportamento no ato da compra....... 34 2.3.4 Níveis de decisão .................................................................................. 35 2.3.5 Tipos de planos, estratégico, tático,operacional................................... 35 2.3.6 Conceitos de estratégia empresarial .................................................... 36 2.3.7 Análise ambiental pontos fortes e fracos .............................................. 36 2.3.8 Recursos empresariais.......................................................................... 37 2.3.9 Análise ambiental externa..................................................................... 37 2.3.10 Ameaças e oportunidades ................................................................... 38 2.3.11 Estratégias genéricas........................................................................... 38 2.3.12 Vantagem competitiva.......................................................................... 38 2.3.13 Grupos estratégicos ............................................................................. 39 2.3.14 Alianças estratégicas ........................................................................... 39 CAPÍTULO III CAMDA- COOPERATIVA AGRICOLA MISTA DE ADAMANTINA................................................................................................. 40 3 A COOPERATIVA CAMDA.................................................................. 40 3.1 Projetos ................................................................................................. 47 3.1.1 Programa lave e devolva ..................................................................... 47 3.1.2 Programa Adamantina recicla............................................................... 49 3.1.3 Programa escola no campo .................................................................. 49 3.1.4 Programa agricultor nota 10.................................................................. 50 3.1.5 Programa segurança e saúde no campo com ênfase no uso de EPI .. 50 3.1.6 Projeto horta familiar ............................................................................. 51 3.1.7 Jogo de futebol beneficente .................................................................. 52 3.1.8 Projeto dia nacional do campo limpo .................................................... 52 CAPÍTULO IV- ESTRATÉGIAS DE MARKETING NA COOPERATIVA CAMDA ............................................................................................................ 54 4 INTRODUÇÃO A PESQUISA............................................................... 54 4.1 Métodos do estudo de caso... ............................................................... 54 4.2 Técnicas... ............................................................................................. 54 4.3 Roteiros sobre estratégias de marketing para a cooperativa Camda... 55 4.4 Estratégias de Marketing da cooperativa Camda ................................. 57 4.5 Importância dos projetos sociais e sócio ambientais............................ 59 4.6 Informativos Agrícolas........................................................................... 60 4.7 Discussão ............................................................................................. 61 4.8 Parecer final .......................................................................................... 62 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................... 63 CONCLUSÃO .................................................................................................. 64 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 65 APÊNDICES .................................................................................................... 69 8 INTRODUÇÃO Diante das dificuldades sócio-econômicas atuais muitos produtores têm encontrado como opções um segmento chamado cooperativismo. O termo deriva-se de cooperativa, que é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente administrada. Trata-se de um ramo que cresce ano após ano. Assim o marketing passou a ser visto como uma ferramenta estratégica essencial e fundamental para as cooperativas que pretendem se destacar no mercado em que atuam. Para aplicar o marketing dentro de uma cooperativa é preciso que a mesma esteja envolvida no processo como um todo, não basta apenas satisfazer os membros já existentes; é preciso conquistar novos cooperados. O presente trabalho pretende analisar as estratégias de marketing, bem como as ações dos cooperados da cooperativa Camda. Através dessa análise, novas técnicas e métodos serão planejados de acordo com a sua real necessidade. Diante do exposto surge a seguinte pergunta problema: É possível o desenvolvimento de projetos para a captação de novos cooperados e associados utilizando as estratégias de Marketing em organizações cooperativistas? Os métodos utilizados foram: Método de Estudo de Caso realizado na cooperativa Camda, analisando aspectos voltados para as estratégias de marketing para a captação de novos cooperados. Métodos de Observação Sistemática observando e analisando todos os métodos que envolvem estratégias de marketing da cooperativa Camda, como suporte para o desenvolvimento do estudo de caso. As Técnicas utilizadas foram: Roteiro de observação sistemática (Apêndice A) Roteiro Histórico da cooperativa Camda (Apêndice B) Roteiro de entrevista para o gerente da cooperativa (Apêndice C) Roteiro de entrevista para os cooperados e associados (Apêndice D) 9 Roteiro de entrevista para o funcionário de comunicação (Apêndice E) O conceito de cooperativismo e de marketing para as cooperativas e função de captação de novos cooperados foi o pressuposto técnico que direcionou este trabalho, que está estruturado da seguinte maneira: O capítulo I - descreve o que é cooperativismo e seus conceitos; O capítulo II - aborda o assunto marketing para cooperativas; O capítulo III - apresenta a empresa desde a sua fundação ate os dias atuais; O capítulo IV - apresenta os dados da pesquisa e suas considerações finais. A proposta de intervenção e a conclusão encerram o trabalho. 10 CAPÍTULO I COOPERATIVISMO 1 HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO A expressão cooperativismo advém da palavra cooperação, originada do latim cooperari, que significa operar conjuntamente. Símbolos do Cooperativismo Cada símbolo no emblema do Cooperativismo tem um significado especial. Um círculo abraçando dois pinheiros indica união do movimento, a imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais e a vitalidade de seus adeptos. Tudo isso marcado pela trajetória ascendente dos pinheiros que, unidos, são muito mais fortes. Pinheiro - Simboliza a imortalidade e a fecundidade, por sobreviver em terras menos férteis e multiplicar-se facilmente. Os pinheiros unidos são mais resistentes e ressaltam a força e a capacidade de expansão. Círculo - Por não ter começo nem fim, representa a eternidade. Cor Verde: Remete ao princípio vital da natureza, além da necessidade de manter o equilíbrio com o meio ambiente. Cor Amarela - O amarelo ouro simboliza o sol, fonte de energia e calor. Fonte: Angotti, 2002, p.14 Quadro 1- Símbolos do Cooperativismo O cooperativismo é um motivo internacional, que busca constituir uma sociedade justa, livre e fraterna, com bases democráticas, através de empreendimentos que atendam as necessidades reais dos cooperados. O espírito de cooperação; de união, desde as sociedades mais primitivas, justifica-se por necessidade e oportunidade de ajuda mútua. O cooperativismo representa a união entre pessoas voltadas para um único objetivo. Através da cooperação, busca-se satisfazer as necessidades 11 humanas e resolver os problemas comuns, tendo como finalidade maior o benefício do homem, não o lucro. Uma organização dessa natureza caracteriza-se por ser dirigida de forma democrática e participativa, de acordo com aquilo que pretendem seus associados. Seu surgimento deu-se em conseqüência da Revolução Industrial. Atraídos pelas novas fábricas, os agricultores e trabalhadores deixaram o campo e foram para a cidade em busca de melhores condições de vida, o que resultou em excesso de mão-de-obra. Isso obrigou muitas pessoas a se submeteram às ocupações subalternas, jornadas de trabalho absurdas e salários miseráveis. Inclusive mulheres e crianças passaram a ingressar no mercado de trabalho em condições abusivas e desumanas (ANGOTTI, 2002) Assim, em fins do século XVIII surgem as primeiras manifestações do cooperativismo e, na primeira metade do século XIX, na Inglaterra, a fundação da primeira cooperativa no mundo. Uma cooperativa de consumo, originada por um grupo de operários ingleses, tecelões de flanela, com vinte e sete homens e uma mulher, como alternativa às dificuldades de sobrevivência da época e sob a influência dos primeiros intelectuais idealistas como Robert Owens, Luis Blanc, Charles Fourier, dentre outros, que defendiam propostas de igualdade, associativismo e auto-gestão. Estes tecelões fundaram um armazém em conjunto; cada tecelão contribuiu com uma libra, somando um total de 28 libras. Era a primeira cooperativa de consumo da história, idealizada para oferecer aos seus associados artigos de primeira necessidade. A Rochdale Society Of Equitable Pioners, (Sociedade dos Pobros Pioneiros de Rochdale) registrada em 24 de outubro de 1844, no bairro de Rochdale em Manchester. (ANGOTTI, 2002) Mais tarde, os tecelões aperfeiçoaram o sistema e desenvolveram um conjunto de princípios, conhecidos, tempos depois, como Princípios Básicos do Cooperativismo. Princípios estes que foram adotados posteriormente por outras cooperativas que surgiram em diversos países do mundo. Com o tempo ocorreram algumas modificações, porém sua essência se manteve a partir desses princípios inicialmente estabelecidos e definidos, a saber; a) adesão livre e voluntária; 12 b) gestão democrática pelos cooperados; c) participação econômica dos membros; d) autonomia e independência, e) educação, intercooperação, formação; f) cooperação e Interesse pela comunidade. 1.1 Cooperativismo Brasileiro Angotti (2002), descreve os primeiros experimentos cooperativos no Brasil em 1890. Pouco tempo depois surgiram as primeiras cooperativas, originadas pelos brasileiros através do crédito agrícola cooperativo. A constituição de 1891 assegurou o direito de associação no Brasil, apesar de não fazer referência ao cooperativismo, antes disso qualquer corporação de ofícios ou tentativa de associação era proibida. (CORREIA, MOURA, 2001, p. 29) O cooperativismo brasileiro teve início com a fundação das primeiras reduções jesuíticas no Brasil, em 1902, com base na ação do jesuíta suíço Teodoro Amstadt, cujo poder de persuasão era movido pelo amor cristão e pelo princípio da ajuda mútua, com o objetivo de construir um estado cooperativo em bases inteiramente globais. Um modelo de sociedade solidária fundamentada no trabalho coletivo, onde o bem estar do indivíduo e da família sobrepunha-se ao interesse econômico da produção. 1.2 Cooperativa Cooperativa é um grupo de pessoas que se unem, de livre e espontânea vontade, para satisfazer as necessidades e desejos econômicos, sociais e culturais comuns, por meio de um empreendimento de propriedade coletiva, administrado pelos cooperados. Visa melhorar a situação econômica dos 13 mesmos, solucionando problemas ou satisfazendo as necessidades comuns, que excedam a capacidade de cada indivíduo satisfazer isoladamente. A Cooperativa, assim, torna-se um meio para que pessoas atinjam objetivos específicos, através de um acordo voluntário para cooperação e ajuda mútua. (ANGOTTI, 2002) Uma Cooperativa se diferencia de outros tipos de associações de pessoas por sua finalidade econômica. A sua finalidade é colocar produtos e/ou serviços de seus cooperados no mercado, em condições mais acessíveis e vantajosas do que os mesmos teriam isoladamente. Desse modo, a cooperativa pode ser entendida como uma união de pessoas que prestam serviços aos seus cooperados, facilitando o poder de aquisição e de barganha de produtos que atendam as suas necessidades. Composta de normas que regulamentam o seu funcionamento, desde seu nascimento, sobre vários aspectos uma Cooperativa pode se parecer com outros tipos de empresas e associações, porém se diferencia destas na sua finalidade, na forma de propriedade e de controle e na distribuição dos benefícios por ela gerados. Tais diferenças definem uma cooperativa e explica seu funcionamento. Para organizar essas características e possibilitar uma unificação para o sistema, foram estabelecidos os princípios do cooperativismo, pelos quais todas as cooperativas devem manter em equilíbrio constante o seu funcionamento, suas relações com os cooperados e com o mercado. Os referidos princípios foram formulados recentemente (1995) e são aceitos mundialmente como base para o sistema. (ANGOTTI, 2002) 1.2.1 Principais diferenças entre as cooperativas e as empresas tradicionais Uma empresa cooperativa é uma sociedade de pessoas, cujo objetivo principal consiste na prestação de serviços; nela o número de cooperados é ilimitado; seu controle é democrático e cada associado tem direito a um voto. Uma empresa não cooperativa é uma empresa de capital, cujo objetivo principal é o lucro e tem número limitado de acionistas. 14 Sociedade Cooperativa Sociedade Mercantil O principal é o homem O cooperante é sempre o dono e usuário da sociedade Cada pessoa conta com um voto na assembléia O controle é democrático É uma sociedade de pessoas que funciona democraticamente As quotas não podem ser transferidas a terceiros Afasta o intermediário Os resultados retornam aos sócios de forma proporcional às operações Aberta a participação de novos componentes Valoriza o trabalhador e suas condições de vida Defende preços justos Promove a integração entre as cooperativas O compromisso é educativo, social e econômico O principal é o capital Os sócios vendem seus produtos e serviços a uma massa de consumidores Cada ação ou quota conta com um voto na assembléia O controle é financeiro É uma sociedade de capital que funciona hierarquicamente As quotas podem ser transferidas a terceiros São, muitas vezes, os intermediários Dividendos retornam aos sócios proporcionalmente ao número de ações Limita, por vezes, a quantidade de acionistas Contrata o trabalhador, como força de trabalho Defende o maior preço possível Promove a concorrência entre as sociedades O compromisso é econômico Fonte: Barbosa, 2006 Quadro 2 - Diferença entre sociedade cooperativa e sociedade mercantil 1.3 Como constituir uma cooperativa Os procedimentos se constituem em sete etapas: a) determinação dos objetivos da cooperativa, escolha de uma comissão e de um coordenador dos trabalhos; b) verificação das condições mínimas para que a cooperativa seja viável; c) elaboração de proposta de estatuto da cooperativa e distribuição de uma cópia aos interessados; d) convocação de todas as pessoas interessadas para a Assembléia Geral de Constituição da Cooperativa em hora e local previamente determinados; 15 e) realização de Assembléia Geral de Constituição, com a participação de todos os interessados na quantia mínima de vinte pessoas, estabelecida pela lei; f) documentos para o registro na Junta Comercial do Estado; g) documentos para Receita Federal. 1.3.1 Estatuto Social O estatuto da cooperativa é a base da empresa por ser a Lei Orgânica de um estado, sociedade ou associação. Nele constam as linhas gerais de seu funcionamento, ou seja, trata-se de um contrato que os cooperados fazem entre si. São as determinações como: a) denominação, localização da sede, prazo de duração, campo de atuação, objeto da sociedade, fixação do exercício social e da data do levantamento do balanço geral; b) direitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades e condições de admissão, demissão, eliminação e exclusão e normas para representação; c) capital mínimo, valor da quota-parte, mínimo de quotas-partes a ser subscrito pelo associado, o modo de integralização, condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou exclusão; d) forma de devolução das sobras registradas aos associados, ou do rateio das perdas apuradas; e) modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos; definição de suas atribuições, poderes e funcionamento; representação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele; o prazo do mandato e processo de substituição dos administradores e conselheiros fiscais; f) formalidades de convocação das Assembléias Gerais e a maioria delas requeridas para a sua instalação e validade das suas 16 deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas tiverem interesse particular sem privá-los de participar dos debates; g) casos de dissolução voluntária da sociedade; h) modo e processo de alienação ou oneração de bens imóveis; i) modo de reformar o estatuto; j) número mínimo de associados. 1.3.2 Capital Social Para possibilitar a prestação de serviço, efetuar as instalações e equipamentos necessários, cada grupo deve elaborar um projeto de viabilidade econômica específico para essas instalações e equipamentos. A partir daí calcula-se o valor com o qual cada um deverá contribuir, que é a importância do capital social. O capital será subdividido em quotas-partes, cujo valor unitário não poderá ser superior ao maior salário-mínimo vigente no país. É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital assim como estabelecer outras vantagens, privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados ou terceiros. O pagamento das quotaspartes será realizado mediante prestações em tempos determinados, independente de chamada, por meio de contribuições. As quotas-partes do capital nunca serão cedidas a terceiros, estranhos à sociedade. 1.3.3 Taxas A taxa de administração ou serviço é a principal receita da cooperativa, através dela, de todas as operações feitas pelo cooperado, a cooperativa reterá um percentual sobre o valor. Numa cooperativa agropecuária, a taxa incidirá sobre o valor da venda dos produtos ou sobre o preço pago pelos insumos. Há também taxas de armazenagem, beneficiamento e outras. 17 1.3.4 Destinação das Sobras e Perdas A Assembléia Geral decide sobre a destinação das sobras ou das perdas. As sobras e perdas são originárias da taxa de serviço. Resultará em sobras, a taxa de serviço considerada elevada, quanto o valor retido nas operações dos cooperados for maior do que o necessário para o pagamento das despesas. Resultará em perdas, a taxa de serviço baixa, se o montante retido nas operações dos cooperados for insuficiente para cobrir as despesas. As sobras líquidas apuradas no exercício poderão ser distribuídas entre os associados, depois de deduzidos os percentuais para os fundos reservas ou indivisíveis, em partes diretamente proporcionais às operações realizadas com a cooperativa. Os prejuízos verificados no decorrer do exercício serão cobertos com recursos provenientes do Fundo de Reserva e, se insuficiente este, mediante distribuição, entre os associados, na razão direta dos serviços usufruídos. 1.3.5 Fundos As cooperativas são obrigadas a constituir fundo de reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades, fundo este constituído por 10% das sobras líquidas do exercício. Além dos previstos, a Assembléia Geral poderá criar outros fundos, inclusive rotativos, com recursos destinados a fins específicos, fixando o modo de formação, aplicação e liquidação. 1.4 Princípios do cooperativismo 18 As relações sócio-econômicas mundiais, apesar das diferenças, não hesitam em mudar. Em 1995, reunido em Manchester, Inglaterra, o XXXI Congresso da Aliança Cooperativa Internacional completou um século de existência. No encontro comemorativo, houve também um novo debate sobre importantes questões para o fortalecimento da prática cooperativista, que viriam refletir sobre o objetivo de suas organizações. (ANGOTTI, 2002) 1.4.1 Adesão livre e voluntária As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e dispostas a assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações, sociais, raciais, políticas, religiosas ou de sexo. 1.4.2 Gestão e controle democrático dos sócios As cooperativas são organizações democráticas controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os eleitos como representantes dos outros membros são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto. As cooperativas de grau superior, tais como as federações, centrais, confederações são também organizadas de forma democrática onde seu membros contribuem da mesma forma, e parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. 1.4.3 Participação econômica dos sócios A contribuição dos cooperados se dá de forma justa e há controle 19 democrático o capital da cooperativa. Parte desse capital é propriedade comum das cooperativas. Uma receita maior que as despesas pode ser dividida para todos os sócios até o limite de cada um. O restante pode ser destinado para investimentos na própria cooperativa ou para outras aplicações, sempre de acordo com a decisão tomada em assembléia. 1.4.4 Autonomia e independência As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se estas firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia das cooperativas. 1.4.5 Educação, formação e informação A cooperativa oferece educação e formação para os seus dirigentes eleitos, administradores e funcionários, de maneira a contribuir intensamente para o seu desenvolvimento, além de prática de ações cooperativistas, de manuseio de equipamentos e técnicas em todos os processos produtivos e comerciais. Procura ainda levar informações sobre o cooperativismo ao público de todas as classes, público em de todas as classes, principalmente o público jovem e os formadores de opinião. 1.4.6 Cooperação entre as cooperativas Para uma cooperativa, a cooperação é a forma eficaz para seus membros, pois o intercâmbio de informações fortalece o movimento 20 cooperativista, intensifica o trabalho em conjunto e torna viável a economia. 1.4.7 Interesse pela comunidade A cooperativa trabalha para o desenvolvimento sustentável das suas comunidades, visando melhores condições sócio-culturais, através de políticas aprovadas pelos membros. 1.5 Direitos Os direitos estão previstos na Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Conforme Seção II do estatuto Social, artigo 21, parágrafo II. É com a lei 5.764, de 1971, que são estabelecidas as condições de organização e funcionamento das Cooperativas, que e se fortalece a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as respectivas representações estaduais (LUCENA, apud CORREIA; MOURA, 2001, p. 29) Todo cooperado tem direito a: a) participar das assembléias gerais, discutindo e votando os assuntos nela tratados; b) levar ao conselho administrativo e às assembléias gerais, propostas de interesse dos cooperados; c) votar e ser votado para membro do Conselho de Administração ou do Conselho Fiscal da cooperativa; d) utilizar os serviços prestados pela cooperativa; e) ser informado e solicitar informações sobre as atividades da cooperativa; inclusive com acesso às demonstrações contábeis; f) receber retorno; g) convocar assembléias, caso sejam necessárias; h) pedir esclarecimentos ao Conselho da Administração. 21 1.6 Obrigações É obrigação de todo cooperado estar ciente e cumprir o que está previsto no estatuto da cooperativa. a) operar com a cooperativa; b) participar das assembléias; c) firmar e incorporar as quotas-partes do capital; d) acatar a decisão da maioria; e) votar nas eleições da cooperativa; f) cumprir seus compromissos com a cooperativa. A responsabilidade é coletiva, toda decisão depende da aprovação dos componentes da assembléia geral e é de responsabilidade dos cooperados: a) aprovação de prestação de contas dos Conselhos de Administração e parecer do Conselho Fiscal; b) aprovação dos planos de trabalho da cooperativa; c) aprovação de distribuição das sobras; d) aprovação do aumento de capital da cooperativa; e) aprovação da reformulação do Estatuto; f) aprovação da dissolução voluntária da cooperativa e nomeação de liquidantes; g) aprovação para a aquisição e venda de bens móveis e imóveis da cooperativa; h) aprovação da fusão, incorporação da cooperativa. 1.7 Considerações sobre aspectos econômicos, administrativos e técnicos A cooperativa é uma organização social e também um empreendimento econômico, que viabiliza a realização do trabalho de seus membros de forma 22 sustentável e valoriza a sociedade. O grupo deve trabalhar segundo os princípios cooperativistas e a correta constituição de fundos, como os de reserva, social e de investimentos. Através da análise desses fundos, ou seja, da renda por ela obtida, a cooperativa planeja uma gestão de longo prazo. Assim a viabilidade econômica envolve aspectos administrativos transparentes que facilitem a avaliação do empreendimento. Tecnicamente o empreendimento cooperativo possui requisitos que são tratados como metas, tais como: a) comprometimento dos sócios em todos os trabalhos; b) melhorias tecnológicas; c) comercialização; d) plano de negócios; e) forma de inserção econômica; f) gestão dos resultados. 1.8 Tipos de cooperativa De acordo com Barbosa (2006) o cooperativismo, mediante sua organização social e econômica, atualmente inserida na sociedade, sofre algumas transformações e adaptações para atender prontamente o interesse de seu quadro social. Em 1993, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), deu início a modificações no quadro de terminologia dos tipos de cooperativas, com o objetivo de moldá-lo-as exigências atuais no mundo do trabalho em que elas atuam. São os tipos: a) Agropecuário: é o segmento com o maior número de cooperativas constituídas por associados que desenvolvam qualquer cultura ou criação rural; b) Consumo: formado por cooperativas de abastecimento cujas atividades consistem em formar estoques de bens e consumo, que priorizam as principais necessidades dos seus associados como a distribuição de alimentos, roupas, medicamentos, em condições mais vantajosas de preço; 23 c) Crédito: composta por cooperativas que reúnem poupança de seus associados, para benefício dos mesmos; realiza empréstimos com juros menores que os praticados pelos bancos comerciais. As cooperativas de crédito podem ser de crédito rural, quando atuam no setor agropecuário, e de crédito urbano, quando funcionam como crédito dentro de empresa ou de categorias profissionais, onde o objetivo é o benefício mútuo. d) Educacional: empreendimento cooperativo que tem como principal objetivo a educação nas escolas; sua fundação ou sua manutenção. Seu quadro social é formado por professores e pais de alunos. Há também as cooperativas de escola, quando formadas apenas por alunos; as denominadas de cooperativas escolares. e) Habitacional: composto por cooperativas que visam proporcionar a seus cooperados a aquisição de moradia, com destaque principal, para as atividades de construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais; f) Especial: formado por cooperativas cujo quadro social é composto por pessoas relativamente portadoras de deficiência ou incapazes. Nela há constante necessidade de tutela, e seu objetivo é a maior integração destes associados na sociedade; g) Mineração, ou mineral: é composto por cooperativas que acolhem atividades de garimpo (específicas de mineração), permitindo a seus associados, classificados como autônomos, uma alternativa de trabalho; h) Produção: organiza a produção dos bens de forma que os associados participem de forma direta de todo processo administrativo, técnico e funcional da cooperativa. i) Serviço ou infra-estrutura: constituído por cooperativas que se limitam a prestar serviços direta e exclusivamente ao seu quadro social, ou seja, o seu associado é o único usuário do serviço. Visa a prestação de serviços de interesse específicos de seu associados. j) Trabalho: constituído por cooperativas cujo quadro social é formado por diversos tipos de profissionais, de diversas áreas, com 24 prestação de serviços a terceiros. È o segmento que mais cresce atualmente. k) Saúde: composto por cooperativas de médicos, odontólogos, psicólogos e outras atividades relacionadas a saúde, que atende prontamente seus associados, a preços mais acessíveis que os oferecidos pela iniciativa privada. Pode também ser formada por seus usuários. l) Turismo e lazer: considerado o mais novo segmento, é composto por cooperativas que atuam no setor de turismo e lazer. 1.8.1 Cooperativa agrícola Surgem em Minas Gerais, no ano de 1907, as primeiras cooperativas agropecuárias, um projeto lançado pelo seu governador, que na época tinha como objetivo a eliminação dos intermediários estrangeiros que tinham o controle da comercialização do café, que era o produto predominante na época. Posteriormente essa prática cooperativista estendeu-se para o Sul do Brasil. (ANGOTTI, 2002) Segundo Machado (2005) no primeiro Congresso da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar esteve presente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. Ocasião em que o presidente cita a afirmação do cooperativismo como instrumento popular de desenvolvimento local sustentável e solidário de agricultores familiares. As cooperativas agropecuárias se diferenciam conforme o tipo dos produtos que evolvem a sua prática de comercialização. Por outro lado uma cooperativa agrícola mista, possui mais de uma seção, que se dividem em compra em comum e em venda em comum. O cooperativismo agropecuário é o mais conhecido pela sociedade brasileira, pois além de participar de forma significativa nas exportações, mostrando-nos diferenças na balança comercial abastece o mercado interno com diversos produtos alimentícios de boa qualidade. 25 O leque de serviços que desenvolve, como abastecimento de mercado, industrialização e comercialização dos produtos, beneficia o seu quadro social e educacional, assim como os cooperados agricultores. Essa informação é de grande importância para os produtores rurais, pois além de levá-los à evolução, facilita a participação no mercado competitivo. Em uma cooperativa agrícola, os produtores rurais agropecuários trabalham de forma solidária na realização das várias etapas da cadeia produtiva, desde o processo inicial da compra de sementes e insumos até a colheita, inclusive armazenamento, industrialização e venda no mercado da produção. Certa de sua eficiência, a cooperativa pode também promover a compra em comum de insumos com vantagens que, isoladamente, o produtor não conseguiria. Esse processo é conhecido entre os agricultores como poder de barganha. Em consideração à conjuntura em que o setor está inserido, atualmente as cooperativas têm plena consciência de que não basta produzir, mas sim produzir com qualidade para atender a demanda e a necessidade do mercado, tendo sempre presente a defesa do consumidor e a proteção ao meio ambiente. Ações como estas são de extrema importância para a plena consciência de todos que compõe o mercado atual. As cooperativas agropecuárias são o seguimento economicamente mais forte do cooperativismo brasileiro, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Rural. 1.8.2 As cooperativas no cenário nacional Portela (1999) afirma que o cooperativismo surge como uma alternativa democrática que visa à igualdade e disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um, a solidariedade e a justiça econômica. O cooperativismo busca o sucesso das pessoas e de empreendimentos neste mundo globalizado e competitivo. A realidade existente mostra, de um lado, uma pequena parcela da população que apresenta uma qualidade de vida 26 dentro dos padrões aceitáveis e, de outro, pessoas excluídas da vida social, sendo privadas de quaisquer recursos em um mercado globalizado. Uma postura individualista é o foco de muitas pessoas, em um modelo sócio-econômico que privilegia o mais preparado, aquele que possui mais atributos no processo de formação pessoal e educacional. Nota-se, então, o grande vazio entre os competitivos e excluídos, onde o desenvolvimento desigual reflete em problemas sociais, que resulta em grandes conflitos no sistema social e econômico. A mudança na economia mundial nos últimos tempos traz transformações em todos os setores, inclusive, no setor agropecuário. A primeira mudança mais significante no Brasil foi quando o Estado abdicou de manter o controle da produção agrícola, seguida da abertura econômica do país sobre os preços internos e externos. O setor agropecuário passou a constituir um dos elos fundamentais do agrobusines. Outro fator observado é a mudança na alimentação dos consumidores que estão mais exigentes quanto a qualidade dos produtos. Assim a cooperativa agrícola apresenta uma constante importância no papel de melhoria para a inserção no mercado, porém o cooperativismo, que antes era visto como um sistema fechado, depara-se com a necessidade de mudanças para que seja efetiva sua participação e inserção no mercado. Segundo Mendes (2005) são grandes e irreversíveis as transformações com que se depara o sistema cooperativista para sobreviver nesse ambiente competitivo e manter-se fiel aos seus princípios. Desta forma o cooperativismo se firma com um dos principais segmentos da vida econômica e social, onde representa a ferramenta ideal, equaciona o conflito entre o capital e o trabalho, colabora, não só com o desenvolvimento econômico, mas também com o desenvolvimento social, pois tem a função de atuar com pessoas que estão em desvantagem competitiva. Através do cooperativismo é crescente a alternativa que possibilitem o equilíbrio social com a atividade econômica, dando oportunidade de inserção às pessoas excluídas, transformando-as em cidadãos ativos. Através da eficiente estrutura cooperativista o cooperado garante a renda suficiente para a sua subsistência e de suas famílias. 27 CAPÍTULO II MARKETING PARA COOPERATIVAS 2 ESTRATÉGIAS DE MARKETING PARA COOPERATIVAS Kotler (1996) define marketing estratégico como sendo o processo de análise de oportunidades, escolha de objetivos e desenvolvimento de estratégias e formulação de planos estratégicos. O primeiro passo da estratégia de marketing para as cooperativas é a análise profunda e o planejamento dos programas a serem desenvolvidos pelas mesmas. Atualmente a comunicação e o marketing em uma cooperativa são de extrema importância, mas certa timidez impede a cooperativa na hora de trabalhar o marketing. Porém, aos poucos, as cooperativas estão investindo nesta estratégia, mostrando à sociedade suas qualidades e diferenciais competitivos por meio de investimentos na comunicação e no marketing. Qualquer compreensão que se faça sobre marketing deve, antes, percorrer os caminhos que levam ao conceito de troca. Aliás, é em função deste contexto que seu conceito se articula, pois o marketing consiste em atividades desenvolvidas para gerar e facilitar trocas que pretendem satisfazer as necessidades e desejos humanos. (WALKER; STANTON ETZNEL, apud PIZZINATTO, 2005, p.06). (a) As cooperativas têm necessidade e, em sua maioria, já possui o seu próprio departamento de marketing especializado para fazer a comunicação com os seus públicos. Esse investimento é muito importante, pois através das estratégias de marketing é possível detectar quais são os principais pontos para trabalhar junto à sociedade, bem como a satisfação dos mesmos. Segundo Pinho (1996) o ponto de partida para o planejamento de uma organização é a formulação do plano estratégico, que pode ocorrer a partir de visões diferentes: a visão tradicional, de que a cooperativa vende e o mercado absorve seu produto e a visão do mercado-alvo. Enquanto na visão tradicional o setor de marketing da cooperativa é considerado secundário, na visão do mercado-alvo ele se encontra no mesmo nível da produção das finanças. 28 De acordo com Kotler (1998) Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos têm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. As cooperativas dos dias atuais estão voltadas para o diferencial e o posicionamento do mercado; não basta apenas ser cooperativa, mas ser diferente e fazer valer seu produto, sua marca, o que significa ser diferente das demais cooperativas. O marketing na cooperativa é um instrumento indispensável para fortalecer sua imagem, além de ser um mecanismo de distribuição de seus negócios para si própria. Para que isso ocorra a cooperativa deve estar em sintonia total com seus cooperados, associados, toda sua equipe de funcionários e com a disponibilidade dos melhores serviços. Para garantir sua sobrevivência a cooperativa deve elaborar e praticar planos estratégicos, onde deverá analisar: situação atual do mercado, tamanho, oportunidades, necessidades, tendências, produto, venda, preço, margens distribuição, lucro liquido, competição, concorrentes, qualidades, canais de distribuição, macro ambiente, tendências demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, socioculturais, analises de oportunidades e negócios, mercado alvo, posicionamento, linha de preços e produtos, pontos distribuição, forca de venda, serviço, propaganda, promoção de vendas, pesquisas e desenvolvimento e também pesquisa de marketing. (KOTLER, 1998) O composto de Marketing é conhecido mundialmente como os 4 Ps do Marketing, descritos em palavras que mantém grafia cujo início é a consoante P. No Brasil as atividades passaram a ser: a) produto; b) preço; c) promoção; d) praça Utilizadas pelas empresas de modo geral e também por cooperativas, a figura 1 mostra o conjunto de ferramentas utilizadas para atingir os objetivos de marketing no mercado alvo. 29 Fonte: Kotler, 2003, p 47(a) Figura 1- mercado alvo, produto, preço, promoção, praça O composto de Marketing, como é conhecido no Brasil, passou a ser a teoria mais aceita para efetivar atividades de marketing. A partir dos objetivos acima é que uma cooperativa deve começar a se organizar para as etapas de um processo de estruturação da sua área de marketing, sempre interligadas as oportunidades do mercado, pois através disso é que as mesmas passam a conhecer melhor o mercado no qual irão atuar; o conhecido marketing mix. Segundo Abreu (2000), algumas ações específicas voltadas ao associado devem ser implementadas pelas cooperativas, para atender às suas exigências enquanto consumidor e fornecedor. Pela doutrina da cooperativa, a organização deve ultrapassar a simples satisfação econômica dos seus associados. O leque de serviços que lhes pode oferecer é ilimitado, pois o sucesso de uma cooperativa depende largamente do seu compromisso com esses associados e os serviços oferecidos, que são um excelente meio de aproximar as duas partes. Proporcionar melhores condições de produção aos associados, possibilita a melhoria de produtividade e de qualidade do produto, o que vai contribuir para aprimorar o desempenho da cooperativa. A cooperativa pode ter uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes por sua privilegiada relação com seus associados. Por outro lado deve preocupar-se com os demais clientes e, para atender tais preocupações, é de suma importância seguir rigorosamente as dez leis de marketing para as cooperativas, estabelecidas por Rios (1998): 30 a) divulgar permanentemente seu símbolo para a comunidade local, regional, nacional e internacional; b) promover seus produtos e serviços no mercado em geral; c) participar livremente de concorrências públicas; d) estabelecer valores pecuniários para seus produtos e serviços conforme as leis do mercado; e) firmar parcerias produtivas no mercado que redundem em benefícios para os cooperados; f) obter margem de contribuição justa na comercialização de seus produtos e serviços; g) criar canal de comunicação eficaz com os cooperados e a sua respectiva comunidade; h) utilizar com criatividade a mídia moderna, porém selecionando com critério os veículos que tragam retorno à entidade; i) diversificar seu mix de produtos e serviços visando à sua adequação às necessidades do mercado, mas sem violar a filosofia cooperativista; j) apoiar, sempre que possíveis ações que contribuam para o fortalecimento da cidadania e da manutenção de uma sociedade livre, onde a qualidade de vida seja o resultado mínimo esperado. 2.1 Gestão de marketing em cooperativas Em geral, a gestão de marketing das cooperativas, está relacionada a um plano superior e a atividade de marketing é na prática apenas um meio de comercialização de produtos. À medida que a empresa cooperativa busca elevar suas atividades, através da industrialização e distribuição de seus produtos, a complexidade da atividade de marketing aumenta. A partir daí seguem algumas etapas básicas em um processo de estruturação da área de marketing em cooperativas que deve visar essencialmente à implementação de um sistema de informações interligadas à oportunidade de negócios e, finalmente, a definição de estratégias de segmento, posicionamento, diferenciação do produto, diversificação e crescimento que darão suporte à 31 implementação do marketing e do gerenciamento do mix. (MACHADO FILHO; MARINO; CORNEJERO, 2003). 2.2 Conjunto de princípios fundamentais do marketing empresarial Administração de marketing em cooperativas é um conjunto de ações que envolvem planejamento, organização, direção e controle da área comercial de um estabelecimento, seja empresa privada ou cooperativa. Um bom planejamento de marketing minimiza os erros, que podem colocar a empresa em situação desfavorável, aperfeiçoa recursos e coloca a empresa à frente da concorrência; cria diferencial competitivo e agrega valor à sua marca; aumenta a lucratividade através de bons negócios e conquista a cada dia novos clientes. A organização revela a maneira de como organizar as linhas de autoridade e comunicação da empresa, onde os deveres e responsabilidades são de ordem primordial ao seu pessoal para alcançar seus objetivos. A combinação de fatores tipos como a variedade de produtos, mercados trabalhados pela empresa, tipo como estrutura usual no ramo de negócio, crenças e valores compartilhados pelos dirigentes da organização. É essencial para a forma final de uma empresa. A preocupação das empresas realmente voltadas para o marketing é fazer com que seu produto chegue ao consumidor final de modo a garantir a satisfação de suas necessidades e desejos de forma positiva e continuada. O sistema de marketing contribui diretamente como um canal de distribuição organizado, estruturado e unificado, em que produtor e intermediários, em conjunto, facilitam o fluxo de bens e serviços desde a produção até o consumidor final. (KOTLER, 1998) Para uma cooperativa aproveitar melhor o potencial de sua equipe, a mesma deverá destinar o processo de geração de oportunidades ao marketing, pois, dentro da área comercial, a cooperativa pode realizar a inteligência do mercado, a técnica de avaliação e a identificação de oportunidades, bem como o planejamento de ações de relacionamento e campanhas para dar suporte às vendas. Essa operação conjunta traz muitas vantagens para a empresa 32 cooperativista, pois estabelece um relacionamento produtivo, mesmo frente ao constante aumento da competitividade do mercado. 2.3 Estratégias de marketing na área de venda A aplicação de estratégias de marketing adequadas para uma empresa é essencial para manter a competitividade no mercado em que atua. O objetivo da empresa deve ser bem definido, com uma pesquisa bem elaborada, capaz de detectar os desejos e necessidades do consumidor, para, então, atender as expectativas. Estar sempre atento ao que acontece no mercado é uma das melhores táticas para manter-se ativo no mercado. Uma boa pesquisa foca o planejamento de seus produtos e serviços, estratégias de comunicação e divulgação ao mercado, políticas de preço. Alem de distribuição dos produtos. Para a organização, o sucesso é atender prontamente as necessidades do consumidor. A distribuição adequada do produto é um aspecto muito importante, que deverá estar disponível ao consumidor, no lugar certo, na hora certa e na quantidade ideal, tendo por finalidade colocar os produtos ao alcance do maior número possível de consumidores reais e potenciais. É fundamental que o produto ou serviço não ofereça riscos para a saúde física ou psíquica do consumidor, seja através de sua ingestão, ou através de tratamentos feitos durante a plantação. Por exemplo, na agricultura, que se diminua o nível de resíduos tóxicos contidos nos alimentos produzidos; assim como a poluição de solos e águas, se quiser falar de segurança e qualidade. (PIZZINATO, 2005, p. 30) (b) O canal de distribuição transfere mercadorias e serviços desde a fabricação até o consumidor final, superando a falha em tempo, espaço e posse daqueles que possivelmente o utilizarão. Devem ser analisados os hábitos dos consumidores finais, tendo em vista, a relação entre fabricante e consumidor, quantidades adquiridas, assim como épocas de compras e concentração geográfica do mercado consumidor. 33 Para que, no ato da compra, o consumidor, já predisposto a comprar, adquira o produto ou serviço divulgado, deve-se ter uma boa equipe de vendas, preparada para prestar um atendimento qualificado a este consumidor; tais estratégias promovem uma consistente e constante comunicação e divulgação ao mercado. Por isso o marketing deve ser encarado como conceito de investimento e não como despesa. No marketing a distribuição compreende as atividades necessárias para que a oferta comercializada pela empresa fique acessível ao seu mercado consumidor, o que se refere à logística e aos canais através dos quais o produto chega aos clientes. A distribuição é o ponto mais visível aos olhos do consumidor e dar visibilidade ao produto é tão importante quanto produzir, divulgar e compreender o mercado, pois traz ao consumidor a satisfação por adquirir um produto. A distribuição não deve ser vista como o ponto final do marketing, mas como um dos elos que mais favorecem as organizações e levam nas ao sucesso no mercado.(PIZZINATO,2005) 2.3.1 Introdução ao planejamento estratégico Segundo Kotler (2003) (b) planejamento estratégico é o processo de desenvolver e manter um ajuste estratégico entre os objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de marketing em um mercado em continua mutação. O conceito de estratégia sempre esteve presente na atividade empresarial, mesmo na época de economia menos complexa, época de facilidade de colocação dos produtos no mercado. Para definir os conceitos de planejamento estratégico é necessário conhecer a natureza do próprio negócio, as potencialidades dos mercados e da empresa, ter visão de futuro e se preparar para enfrentá-lo. Atualmente, com o crescente desenvolvimento, há algumas modificações no cenário empresarial, como uma maior complexidade nas relações econômicas, provenientes do crescimento das empresas e da maior seletividade na compra dos produtos, entre outros aspectos. 34 2.3.2 Conceituação básica Segundo Kotler (1998) o conceito de Marketing assume que a chave para atingir as metas organizacionais consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes para integrar as atividades de marketing, satisfazendo, assim, as necessidades e desejos dos mercados alvos. Identificados os desejos e necessidades dos clientes, haverá maior disponibilidade de produtos e serviços capazes de atender a demanda. Já na visão de Drucker (2002) sobre marketing, deve-se entender o cliente de maneira que o produto ou serviço se adaptem a ele tão bem que se venda por si mesmo. O marketing é uma necessidade de sobrevivência, é um conjunto de processos que envolvem a criação, comunicação e a entrega de valor para os clientes; é a filosofia para analisar as necessidades dos clientes, tomando as decisões corretas para satisfazê-las melhor que a concorrência. 2.3.3 Características que definem o comportamento no ato da compra As compras do consumidor são extremamente influenciadas pelas características culturais, sociais, pessoais e psicológicas. Na maior parte das vezes os profissionais de marketing não podem controlar esses fatores, mas devem levá-los em consideração (KOTLER, 2003). (c) Os fatores culturais envolvem, alem da cultura de cada região a subcultura e a classe social; os fatores sociais envolvem os grupos de referencias, as famílias, papéis e status; já os fatores pessoais envolvem idade e estágio no ciclo de vida, ocupação, situação financeira, estilo de vida, personalidade e auto-imagem. Por fim, os fatores psicológicos envolvem a motivação, percepção, aprendizagem crenças e atitudes. A soma desses fatores é que dá origem a um consumidor. 35 2.3.4 Níveis de decisão As decisões de marketing têm por objetivo definir os melhores planos estratégicos para abordar o mercado, escolher a melhor campanha publicitária, selecionar o segmento e o tipo de produto a oferecer. Para isso deve-se optar pela técnica mais adequada ao propósito e trabalhar para obter resultados. Assim torna - se fundamental a utilização de novas técnicas para comprovar que foram alcançados os resultados pretendidos, conhecer os consumidores, as suas características e quais os mais rentáveis, que padrões de comportamento assumem e que preferências apresentam. Para a empresa a adaptação a essas exigências é primordial, pois, nos dias de hoje, a tecnologia permite recorrer a muitas ferramentas e técnicas para a análise de dados, o que facilita a interpretação de sinais do comportamento, das preferências, dos hábitos e dos desejos que os consumidores apresentam. (DIAS, 2003) 2.3.5 Tipos de planos: estratégico, tático, operacional O nível estratégico estabelece a direção a ser seguido pela empresa, visando sempre aperfeiçoar sua relação com o meio ambiente. Pode ocorrer a partir de duas visões diferentes; uma onde a empresa produz e o mercado absorve o produto e outra, baseada na visão do mercado alvo. Segundo Kotler e Armstrong (1999), o marketing estratégico cria uma proposição de valor total que diferencie os produtos de uma empresa dos de seu concorrente. O nível tático combina os meios disponíveis para a execução dos planos estratégicos, consistindo em utilizar, da melhor forma possível, os recursos da empresa, para alcançar seus objetivos. Trabalha as características específicas do produto, o preço e a distribuição. 36 O nível operacional enfatiza as atividades de curto prazo, direcionadas ao atendimento e manutenção dos mercados; enfoca a execução dos planos estratégicos através dos recursos financeiros disponíveis e do elemento marketing mix. Esses três níveis devem atuar de modo sinérgico; a estratégia deve orientar e determinar as decisões. As decisões táticas e operacionais lidam com os objetivos determinados pela estratégia e implementação dos três níveis de decisão. 2.3.6 Conceitos de estratégia empresarial Estratégia é uma palavra que deriva do grego strategos, que significa general no comando das tropas, significado esse que foi evoluindo e passou a incluir habilidades gerenciais, além das puramente militares, tornou-se muito comum nas diversas áreas do mercado. No período que antecedeu Napoleão Bonaparte, estratégia significava arte ou ciência de conduzir forças militares para derrotar o inimigo ou abrandar os resultados da derrota. A estratégia pressupõe o conhecimento da pesquisa de mercado, a análise dos pontos fortes e fracos e ameaças a serem enfrentadas, mudando a sua reflexão para a guerra empresarial, nos dias de hoje. Assim, uma empresa que define a sua estratégia no autoconhecimento do ambiente competitivo é capaz de superar os oponentes, pelo posicionamento diferenciado, consistindo em se aproveitar da própria força que pode anular ou derrotar o concorrente. Uma empresa precisa monitorar continuamente as estratégias de seus concorrentes. (KOTLER, 2000) (a) Quando se fala em estratégia, o tudo é nada. O menos é mais. Ser diferente, focalizar uma escolha e demarcar uma posição única no mercado fazem parte da excelência na estratégica empresarial. 2.3.7 Análise ambiental: pontos fortes e fracos 37 Para que uma empresa seja bem sucedida, ela precisa ter fatores críticos de sucesso que são nada mais, que a capacidade de recursos que a empresa precisa para ter sucesso. Para que isso ocorra há necessidade de se avaliar seus pontos fortes e fracos, o que pode ser feitos através de questionários ou quadros que julgam qual é a verdadeira importância de cada setor. Muitas vezes um negócio vai mal porque faltam em seus departamentos as forças necessárias para se trabalhar em equipe. (AMARO, 2008) 2.3.8 Recursos empresariais Quando se fala em recursos empresariais, o foco é ERP Enterprise Resource Planning, ou Planejamento de Recursos Empresarias, um software de planejamento muito utilizado em empresas para diferentes funções e operações, sendo bem eficiente em áreas de montagem ou entregas de produtos. A ERP, muito utilizada nos dias atuais, vem enfrentando alguns problemas, pois a mesma leva muito tempo, é muito cara e não traz os benefícios e custos que promete. Por isso, a empresa deve fazer suas escolhas estratégicas antes de programar o processo para que não escape ao controle e obviamente lembrar-se de que é um processo cujos resultados vêm a longo prazo. (BUCKHOT; FREY; JUNIOR NEMEC, 1999) 2.3.9 Análise ambiental externa As empresas bem sucedidas têm visões do ambiente interno e externo de seus negócios. Elas reconhecem que o ambiente de marketing está constante mente apresentando novas oportunidades e ameaças e compreendem a importância de continuarem a monitorar e se adaptar ao ambiente (KOTLER, 2000) 38 O objetivo dessas empresas é identificar ameaças e oportunidades do ambiente externo, para que possam definir estratégias quanto a competitividade, produto, mercado e utilização dos meios de investimento. 2.3.10 Ameaças e oportunidades Em geral uma empresa precisa analisar alguns aspectos quando se trata de verificar suas ameaças e oportunidades. As oportunidades de mercado vêm através da análise do mercado e do seu marketing, para que a mesma possa atuar com lucro. E a ameaças ambientais vêm através de um desafio que é decorrente das tendências ou desenvolvimento desfavorável que levaria à total deterioração das vendas e do lucro da empresa. (DORNELAS, 2008) 2.3.11 Estratégias genéricas Pode-se descrever estratégia competitiva como ações defensivas e ofensivas para criação sustentável de uma empresa, onde a mesma pode usar, individualmente ou em conjunto, três estratégicas para uma posição em longo prazo: custo, diferenciação e foco. (PORTHER, 1998) 2.3.12 Vantagem competitiva Vantagem competitiva pode ser entendida como a vantagem propriamente dita que uma empresa tem em relação às outras, como a concorrência de níveis econômicos e estratégicos. Sua base está em itens como: foco no cliente, qualidade do produto, distribuição, valor da marca, produção com baixo custo, patentes de direitos autorais, proteção do governo (subsídios e monopólios), e equipe gerencial. (NUNES, 2007) 39 2.3.13 Grupos estratégicos Trata-se de um conjunto de empresas que são do mesmo ramo de atividades e que optaram por orientações estratégicas semelhantes em determinadas funções variáveis, embora possam apresentar algumas diferenças para criação de grupos estratégicos, como: gama de produtos, canais de distribuição, diferenciação, política de preços, cobertura geográfica, grau de integração vertical. (NUNES, 2008) 2.3.14 Alianças estratégicas Por definição, aliança estratégica é uma junção de sócios, onde uma das partes oferece produtos e serviços e a outra oferece nicho de mercado. Entretanto as duas têm o mesmo propósito: o de gerar novos negócios com ganhos e benefícios de ambas as partes, podendo, assim, desfrutar de seus ganhos. (COULOMB, 2008) 40 CAPÍTULO III CAMDA 3 COOPERATIVA AGRICOLA MISTA DE ADAMANTINA A COOPERATIVA CAMDA No dia 04 de abril de 1965, alguns agricultores uniram-se sob a forma mais democrática possível e criaram um elo com cada plantador da região. A história da Camda está ligada à vida de um grupo de pioneiros, homens que transformaram objetivos em trabalho, venceram dificuldades e souberam com o próprio esforço, superar a indiferença inicial. Fonte: Camda, 2008 Figura 2: Primeira Cooperativa Camda Mais do que ajustar-se às inúmeras etapas vividas pela agricultura, a Camda colaborou para que não ocorressem turbulências nas terras de seus associados. Seu objetivo era fortalecer a comercialização de produtos, aquisição de insumos, mudas, sementes e outros produtos necessários para plantio e colheita. Outro fator importante foi fundar uma representação firme e coesa junto aos órgãos governamentais da época, sendo que a mais importante tarefa foi ser uma espécie de indicador de rota a seguir, o divulgador da mais moderna tecnologia e criador de processos para o manuseio da terra. Assim 41 surgiu e regida até hoje por esses princípios, a Camda Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina. A missão da Camda, nesses 43 anos sempre foi atender as expectativas dos cooperados, através de orientação técnica e qualificada e insumos de reconhecida qualidade, para que sua atividade agrícola ou pecuária alcance maior produtividade e melhores resultados; exercer uma atividade técnicoeducacional formativa, desenvolvendo e preparando cooperados como cidadãos conscientes e participativos para o aprimoramento contínuo de sua atividade, da comunidade e da cooperativa. A visão da cooperativa é crescer e se desenvolver em bases econômicas sólidas, sendo referência na prática da administração moderna com foco no cooperado e nos resultados; ser profissionalizada e caracterizada pelo estilo participativo de gestão, alicerçada nas parcerias com marcas fortes e nos conceitos de qualidade e confiabilidade; ser reconhecida no setor pela prática de uma política de recursos humanos que proporciona desafios e oportunidades de crescimento pessoal e profissional aos seus colaboradores; cultivar uma identidade de missão, visão e valores, cuja prática seja claramente reconhecida pelos cooperados, fornecedores e colaboradores e imprescindivelmente comprometida com a preservação do meio ambiente. Cultiva valores fundamentais: ética, honestidade de princípios e propósitos, confiança e respeito mútuo, pioneirismo e ousadia, integridade, perseverança, transparência e comprometimento. A Camda tem seu escritório central localizado na cidade de Adamantina, na Rua Chujiro Matsuda, 25 na Vila Endo. Fonte: Camda, 2008 Figura 3: Matriz de Adamantina 42 Fonte: Camda, 2008 Figura 4: Filial Lins SP Ao longo desses 43 anos, a cooperativa se expandiu muito, e hoje possui várias lojas: Estabelecimentos da Cooperativa QTD Lojas 23 Fábrica de Suplemento 01 Recebimentos de milho 01 Campo experimental 01 Clube de Campo 01 Depósitos Fechados 03 Central Estoque 01 Postos de Recebimento de Embalagem (próprio) 02 Postos de Recebimento de Embalagem (conveniados) 13 Fonte: Camda, 2008 Quadro 3: Estabelecimentos da cooperativa A cooperativa Camda possui várias filiais espalhadas pelo território nacional como podemos ver abaixo: 43 Adamantina Presidente Prudente Andradina Santa Fé do Sul Araçatuba São José do Rio Preto Assis Londrina-PR Dracena Coromandel-MG Jaú Bataguassú-MS Junqueirópolis Campo Grande-MS Lençóis Paulista Dourados-MS Lins Nova Andradina-MS Lavínia (silo milho) Paranaíba-MS Macatuba Ribas do Rio Pardo-MS Pacaembu Três Lagoas-MS Penápolis Fonte: Camda, 2008. Quadro 4: Filiais da cooperativa A prática de compras da cooperativa, a baixa inadimplência, e a consciência da responsabilidade dos companheiros da diretoria também são fatores que atestam a constante preocupação em conduzir a cooperativa de forma racional, planejada e transparente. As perspectivas de crescimento para o ano 2008 da Camda são: a) aquisição de silo para milho em Adamantina; b) instalação de fábrica de ração anexa ao silo adquirido; c) construção de prédio para filial de Presidente Prudente; d) instalação de laboratório de análise de solo; e) abertura de novas unidades em SP/MS/PR; f) ampliar a assistência técnica ao cooperado; g) elevar o índice de cooperados atuantes. A seguir figuras do Silos da Cooperativa. 44 Fonte: Camda, 2008 Figura 5: Silos da cooperativa de Andradina - SP Fonte: Camda, 2008 Figura 6: Silos da cooperativa de Lavínia - SP 45 Fonte: Camda, 2008 Figura 7: Campo experimental de Adamantina - SP A cooperativa possui uma linha própria de produtos chamada MINERCAMDA, que sempre garante a qualidade e a confiança dos pecuaristas associados da Camda. Em 2007, as fábricas de suplemento mineral, ração e mudas nas cidades de Adamantina (figura 7) e Andradina (figura 8) trabalharam em dois turnos para atender a demanda crescente, o que significa que a Camda sempre busca inovações. Fonte: Camda, 2008 Figura 8: Fábrica de Andradina SP Preocupada com a qualidade de vida, não só de seus funcionários, mas também de seus cooperados, a Camda fomenta uma política contínua de 46 investimento com seus colaboradores, através de programas de estágios remunerados, plano de benefícios, programas de treinamento e qualificação profissional, de educação, saúde e bem-estar. Aos cooperados destinam-se diversas palestras, dias de campo, cursos e treinamentos sobre novas tecnologias, programas de incentivos às boas práticas agrícolas e segurança no campo e outras campanhas na matriz e nas filiais, tais como: a) SIPAT - Proteção e Combate Incêndio Fonte: Camda, 2008 Figura 9: Eventos realizados b) SIPAT - Os Problemas que Afetam os Trabalhadores Fonte: Camda, 2008 Figura 10: Eventos realizados c) Encontro de Jovens Cooperativistas 47 Fonte: Camda, 2008 Figura 11: Eventos realizados Em paralelo, desenvolvem-se projetos, não só voltados para seu público interno, mas para toda a comunidade. Entre eles destacam-se ações de educação (social e cultural) e preservação ambiental, realizadas em parceria com seus fornecedores, os quais são: a) Lave e devolva b) Adamantina recicla c) Escola no campo d) Agricultor nota 10 e) Programa segurança e saúde no campo com ênfase no uso de equipamentos de proteção individual f) Projeto horta familiar g) Jogo de futebol beneficente h) Dia nacional do campo limpo. Outros projetos estão começando a serem implantados no ano de 2008 como: Mata Viva, Dupont na Universidade, Dupont nas escolas e Mosaico Teatral. 3.1 Projetos 3.1.1 Programa lave e devolva As embalagens de agrotóxicos passam por um processo de lavagem, tríplice lavagem e são furadas. Tais embalagens não podem ser reutilizadas, 48 devem ser incineradas ou recicladas na construção civil para várias finalidades, como na fabricação de canos. Fonte: Camda, 2008 Figura 12: Programa Lave e Devolva Devido a essa preocupação a Camda tem vários postos de recebimentos das embalagens, como: a) Adamantina - SP b) Assis - SP c) Bilac - SP d) Cambe - SP e) Campo Grande - SP f) Campo Novo do Parecis - MT g) Dourados - MS h) Jales - SP i) Jaú - SP j) Monte Carmelo - MG k) Naviraí - MS l) Paraguaçu Paulista - SP m) Penápolis - SP n) São José do Rio Preto - SP o) Tangara da Serra - SP p) Três Lagoas - MS q) Votuporanga - SP Por outro lado, a CAMDA também é responsável pelo destino correto dos agrotóxicos a serem utilizados. Se o veneno vem com instrução de ser 49 usado para a soja, não pode ser vendido para cana, o próprio sistema da empresa não aceita e trava; desta maneira não tem como errar é um sistema próprio, não é terceirizado. Os equipamentos e softwares são de última geração, dando assessorias necessárias aos cooperados, diretores, filiais e departamentos. Todos os departamentos estão conectados via rede e via Internet. 3.1.2 Programa Adamantina recicla Este programa foi implantado na filial de Adamantina e funciona como uma coleta seletiva com intuito de reciclar todo o lixo, através de uma parceria com a prefeitura do município e que também tem apoio da Basf. Este projeto foi inscrito no V Diálogo de Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos, na cidade de Avaré/SP, e ganhou como premiação troféu Prática Significativa como um dos 10 melhores trabalhos que tiveram como objetivo favorecer e consolidar um processo permanente de integração de programas, projetos e ações educativas, realizadas por diferentes autores sociais. 3.1.3 Programa escola no campo O projeto Escola no Campo, tem por objetivo educar as crianças do ensino fundamental e preservar o meio ambiente, através de apostilas, dinâmicas, jogos, aulas práticas e visitas. Este é o quarto ano consecutivo que a Camda, em parceria com a Syngenta Proteção e Cultivos, realiza estes projetos nas escolas de suas filiais em Adamantina, Dracena e Pacaembu, totalizando 600 alunos por ano, que também concorrem a uma premiação participando de um concurso de frases e desenhos referentes ao tema meio ambiente. 50 Fonte: Camda, 2008 Figura 13: Programa Escola no Campo 3.1.4 Programa agricultor nota 10 A cooperativa Camda, sempre atenta aos problemas ambientais, aderiu a este projeto que possui o intuito de conscientizar e premiar os agricultores que se preocupam com o meio ambiente, principalmente na devolução de embalagens de agrotóxicos nos postos autorizados. Em 2007, três cooperados da Camda foram destaques na premiação. 3.1.5 Programa segurança e saúde no campo com ênfase no uso de EPI A divisão de agricultura e nutrição da Dupont do Brasil (Multinacional na área de defensivos agrícolas) lançou durante o mês de maio de 2006, em parceria com sua rede de distribuidores, o programa Dupont na Escola. Ele foi implementado na região de Adamantina, na cidade de Mariápolis, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nelson Magnani, visando conscientizar alunos da 3ª e 4ª séries, incentivando-os a serem multiplicadores de conhecimentos de práticas agrícolas perante seus familiares e a comunidade onde vivem para que promovam o crescimento sustentável da atividade agrícola na região. Sendo a maioria filhos de produtores rurais, este projeto desenvolve a cidadania e a mentalidade de preservação do meio ambiente nos 51 futuros agricultores e contribui para o aprendizado de segurança e saúde no trabalhador rural. Fonte: Camda, 2008 Figura 14: Equipamentos de proteção individual Fonte: Camda, 2008 Figura 15: Segurança e saúde no campo Fonte: Camda, 2008 Figura 16: Crianças no projeto Dupont na Escola 3.1.6 Projeto horta familiar 52 Através de um projeto desenvolvido pelo IAMA (Instituto de Assistência ao Menor de Adamantina), mais de noventa famílias desenvolvem hortas em espaços ociosos das residências, buscando uma alternativa para suprir a deficiência alimentar e nutricional. A Camda apóia este projeto através da doação de sementes e visitas técnicas. 3.1.7 Jogo de futebol beneficente A Camda realiza jogos de futebol beneficentes entre funcionários com o intuito de arrecadar brinquedos para doação a entidades carentes. Cada integrante do time e outros convidados que participam do evento levam um brinquedo; em 2007 o jogo realizado em Adamantina arrecadou noventa itens que beneficiaram o projeto SOS Bombeiros. 3.1.8 Projeto dia nacional do campo limpo A Camda recebeu um certificado de reconhecimento ao compromisso com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira, demonstrados por meio de participação ativa no sistema de destinação final de embalagens vazias de defensivos agrícolas, durante o ano de 2007. O consumidor não procura simplesmente um produto, mas o benefício que ele é capaz de lhe proporcionar. Na tarefa de atender este princípio a cooperativa deve criar produtos de valor e qualidade; criar e manter clientes satisfeitos; construir e manter relações significativas com a sociedade; usar os recursos produtivamente; praticar princípios de conduta aceitos e obter um lucro que seja razoável. Assim, os atributos do produto ofertado pela cooperativa e a imagem que ela revela ao consumidor são o que a diferencia da concorrente e define o seu posicionamento no mercado. Significa que o 53 posicionamento da cooperativa está intimamente ligado à mensagem que ela deseja passar e à imagem que ela pretende formar na mente do consumidor. Portanto, para que os produtos de uma cooperativa possam ser identificados e requeridos devido aos seus atributos, ela deve posicionar-se de forma a ser claramente percebida pelo consumidor. E é nesse sentido que a cooperativa Camda caminha para cada vez mais obter sucesso e êxito em suas atividades. As cooperativas de um modo geral e o governo federal trabalham para que os frutos do progresso e do desenvolvimento sejam uma realidade para milhões de pessoas em todo o País. Com o quadro da economia brasileira estabilizado, o setor agropecuário, como um todo, parte para uma luta mais intensa pela implantação de uma política agrícola mais consistente e de longo prazo, que dê condições de planejamento e onde as coisas aconteçam e não fiquem apenas no papel. Embora esta seja uma reivindicação dos vários segmentos que compõem a atividade, a diretriz é particularmente pleiteada pelo cooperativismo que, nesses tempos de globalização, precisa de uma base sólida para atuar com eficiência diante das exigências impostas pela competitividade. O superintendente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) sugere que as cooperativas enfrentem a globalização procurando alianças estratégicas, mas sempre buscando manter a autonomia e os princípios, sobretudo o poder de decisão, além da presença dentro da cadeia, inclusive agroindústria. 54 CAPÍTULO IV MARKETING PARA COOPERATIVA-A FERRAMENTA ESTRATÉGICA DA COOPERATIVA CAMDA 4 INTRODUÇÃO À PESQUISA Com a finalidade de demonstrar que o marketing para cooperativa é utilizado como uma ferramenta estratégica, para proporcionar à mesma a captação de novos associados e um aumento na competitividade, fora realizada uma pesquisa de campo, no período de fevereiro a setembro de 2008, na cooperativa Camda, localizada na cidade de Lins, no interior do estado de São Paulo. Para realização e aproveitamento da pesquisa foram utilizados os seguintes métodos e técnicas: 4.1 Métodos a) Método de Estudo de Caso: Foram analisados os aspectos voltados para o marketing dentro da cooperativa, para a captação de novos associados e satisfação dos já existentes; b) Método de Observação Sistemática: Foram observados e analisados os procedimentos aplicados para a captação e a satisfação dos associados da cooperativa Camda; c) Método Histórico: Foram analisados os primeiros dados do surgimento e a evolução histórica da cooperativa Camda, relacionada ao marketing direcionado a cooperativa, como um alicerce para o desenvolvimento do estudo de caso. 4.2 Técnicas a) Roteiro de observação sistemática (Apêndice A) 55 b) Roteiro Histórico da cooperativa Camda (Apêndice B) c) Roteiro de entrevista para o gerente da cooperativa (Apêndice C) d) Roteiro de entrevista para os cooperados e associados (Apêndice D) e) Roteiro de entrevista para o funcionário de comunicação (Apêndice E) 4.3 Roteiros sobre as estratégias de marketing para a cooperativa Camda Foram entrevistados os cooperados e associados que compareceram no evento realizado no dia 28 de abril de 2008, em Lins-SP, denominado Camda x Intervert, focou a atenção dos produtores rurais para a conscientização do controle da vacinação do rebanho, alertou os mesmos sobre as ameaças futuras em relação às mudanças no clima, conservação das pastagens, assim como os cuidados para evitar a contaminação de vermes. O evento foi realizado com sucesso por um médico veterinário e a equipe de profissionais da Camda-Lins Fonte: Camda, 2008. Figura 17: Evento Camda X Intervert O evento contou com a presença de vários cooperados da Camda, que colaboraram com valiosas informações, certificando que a cooperativa cumpre a sua missão e serve como apoio para os seus membros. Para os cooperados da Camda, todos os produtos oferecidos suprem as suas reais necessidades, em destaque o sal mineral, produto de fabricação própria da cooperativa e o mais utilizado entre os oferecidos. 56 Destacam-se também, a excelência no atendimento que, segundo eles, é um dos pontos fortes da cooperativa; o prazo de pagamento e o preço dos diferentes produtos estão em sintonia, o prazo de entrega em tempo hábil, além do total compromisso de um profissional agrônomo disponível sempre que necessário. De acordo com os cooperados, o prazo de pagamento e a comunicação são sinônimos de grandes negócios, por um lado há facilidade na aquisição dos produtos e por outro, fidelidade para fazer bons negócios. A comunicação é feita através da própria cooperativa, de forma direta, utilizando o bom empenho de seus funcionários para transmitir as informações sobre os eventos, promoções e qualquer outra informação de interesse do associado. Os funcionários utilizam uma linha telefônica exclusiva para efetuar a tarefa e a informação é transmitida verbalmente. Na região de Lins, poucos associados utilizam o site da Camda, em busca de informações. A cooperativa Camda oferece promoções de produtos comercializados existentes nas unidades, principalmente nos períodos de campanha de vacinação e próximos do plantio de culturas como a cana e o café. O mesmo ocorre com o sal mineral e a ração. Atualmente a Camda possui 440 cooperados, distribuídos pelas cidades abaixo relacionadas. Cidades Alto Alegre Araçatuba Arealva Assis Avaí Barbosa Bauru Borborema Brasília Brotas Cafelândia Campinas Catanduva Cedral Descalvado Garça Getulina Glicério Guaiçara Guaimbê Guapiranga Guarantã Ibitinga Ibitiúva Itajobí Jaú Cooperados da Cooperativa Agrícola Mista Adamantina - Filial Lins N° de cooperados Cidades 01 Lins 02 Londrina 01 Marília 01 Matão 01 Motuca 01 Novo Horizonte 02 Osasco 30 Pedrinhas Paulistas 01 Penápolis 03 Petrolina 39 Piracicaba 02 Pirajuí 04 Pongaí 01 Presidente Alves 01 Presidente Prudente 06 Promissão 22 Reginópolis 01 Ribeirão Preto 04 Sabino 01 São Bernardo do Campo 01 São Carlos 06 São Paulo 01 Taiuva 01 Uru 01 01 Fonte: Camda, 2008. Quadro 5: Filial Lins, cidades e quantidade de cooperados N° de cooperados 117 01 01 01 01 17 01 01 19 01 01 22 20 04 01 37 05 01 27 02 01 20 01 04 57 4.4 As estratégias da cooperativa Camda Na pesquisa realizada na matriz da cooperativa Camda, no dia 11 de setembro de 2008 na cidade de Adamantina-SP, o funcionário responsável pelo departamento de comunicação relata que, em abril de 2007, nasceu o departamento de comunicação da cooperativa, cujo objetivo foi de demonstrar a importância da comunicação para o seu desenvolvimento e visibilidade. Afirma também que não existem metas pré-estabelecidas, e sim um acompanhamento rigoroso de todos os meios de comunicação, que são cuidadosamente analisados por profissionais de cada área antes de serem divulgados nos jornais e informativos. Os informativos são publicados mensalmente e destinados aos cooperados; sua finalidade é a informação das ações, projetos e também os projetos em estudo. Os mesmos ficam no balcão da loja à disposição dos cooperados. O departamento de comunicação divide o mesmo espaço físico com o departamento de contabilidade e o departamento pessoal, favorecendo, assim, o trabalho em equipe e a comunicação. Fonte: Camda, 2008. Figura 18: Departamentos da Comunicação, Contabilidade e Recursos Humanos 58 Através de uma análise detalhada dos documentos contábeis, a cooperativa Camda, elabora planos estratégicos para manter-se em constante equilíbrio com o mercado. Essa análise verifica os resultados contábeis, a fim de identificar áreas que necessitam de um planejamento estratégico. Após levantamento dos dados, coloca-se em prática o projeto adequado. O faturamento anual de 2007 demonstra a evolução nas vendas, cujo desempenho superou as expectativas com um aumento de aproximadamente vinte por cento de um ano para o outro. Informações como produção própria, recebimentos e beneficiamento de grãos, as demonstrações das sobras ou perdas, as mutações do patrimônio líquido, as origens e aplicações de recursos, são cuidadosamente analisadas pelos contadores da própria cooperativa e passadas para o departamento de comunicação, que por sua vez são publicadas, a fim de manter os cooperados e satisfeitos por fazerem parte de uma cooperativa com ótimos resultados; satisfação esta que significa o fortalecimento dos laços ente ambas as partes. O balanço patrimonial da cooperativa é publicado anualmente através de informativo impresso, disponibilizado para todos os usuários em seu próprio site. A cooperativa Camda possui 43 anos de fundação, uma estrutura sólida e um excelente balanço patrimonial que demonstra aos cooperados as vantagens de se trabalhar junto à cooperativa. Conta com o apoio de profissionais competentes para o estudo dos resultados, assim com o apoio do departamento de comunicação para a publicação dos dados de forma segura e correta. A principal estratégia da cooperativa é a transparência e a disponibilidade de informações contábeis, como o balanço patrimonial, com informações sobre o faturamento anual. O marketing é uma ferramenta utilizada para buscar o reconhecimento e a liderança no mercado em que atua. Em um mundo globalizado, é de extrema importância conquistar e principalmente manter os atuais associados, para a sobrevivência no mercado cooperativista. A realidade da globalização provocou e ainda provoca profundas mudanças no mercado, onde a qualidade e a competitividade deixaram de ser 59 apenas um diferencial entre as companhias, sejam elas empresas privadas ou associações, para se tornarem fatores de sobrevivência no mercado global. As estratégias de marketing para uma cooperativa são utilizadas para conhecer exatamente o mercado onde atua. Em linhas gerais, serve para estabelecer objetivos, metas e novas estratégias, envolvendo produto, preço, promoção e ponto de venda , formando o composto de marketing (4 Ps). O composto faz parte do plano estratégico da cooperativa e mostra, quando executado com eficiência, a melhor relação entre o seu produto e o consumidor final. Para a Camda o fator preço é o forte argumento para conseguir novos cooperados. A Camda tem tradição, credibilidade e confiabilidade por parte das pessoas que integram o seu quadro de cooperados, o que induz à adesão de novos cooperados e comprometimento com os já existentes. 4.5 Importância dos projetos sociais e sócio-ambientais Os projetos são fundamentais para o real desenvolvimento da cooperativa; a responsabilidade social e o compromisso ambiental estão inseridos nos conceitos estruturais da Camda, auxiliando no desenvolvimento sólido, consciente e responsável diante da comunidade. Cada projeto é desenvolvido de acordo com a necessidade, ou em parceria com empresas multinacionais. Os projetos desenvolvidos pela cooperativa conscientizam, o agricultor sobre o reflorestamento, a utilização de equipamentos de proteção individual e a devolução de embalagens de produtos agrotóxicos, entre outros. Por outro lado, aqueles que envolvem parcerias de multinacionais estão geralmente ligados à educação, como o projeto Escola no Campo, que conta com o apoio de empresas como a Syngenta, uma das líderes mundiais na área de agribusiness, comprometida com a agricultura sustentável, por meio de inovação em pesquisas e tecnologia. A Basf, empresa química líder mundial, também participa dos projetos sócio-ambientais. 60 Atualmente a Camda desenvolve projetos sociais, com objetivo de renovar os atos cooperativistas junto ao público jovem, onde crianças e adolescentes podem conhecer as práticas de ajuda mútua e companheirismo. Desta forma a cooperativa torna-se presente na sociedade e se destaca. Fonte: Camda, 2008. Figura 19: Stand da camda na Expo Verde 2008 4.6 Informativos agrícolas Atualmente a maioria das cooperativas agrícolas já possui informativo interno, mantido pelas mesmas; um veículo de comunicação direta com seus principais consumidores e associados e, comprovadamente o melhor canal de divulgação dos últimos anos com menor custo para as grandes cooperativas, embora algumas ainda desconheçam o potencial desses jornais. 61 Fonte: Camda, 2008. Figura 20: Capa do jornal informativo da cooperativa Camda Segundo pesquisas, a cooperativa Camda desenvolve projetos direcionados à comunidade de maneira eficiente; utiliza todos os recursos oferecidos pelas empresas multinacionais, para transmitir imagem e informação de maneira precisa, com o cujo objetivo de conquistar novos associados e manter sua fidelidade com os já existentes. 4.7 Discussão Percebe-se que a cooperativa busca estratégias relacionadas à sua missão e valores, de acordo com as necessidades do mercado que essa atua. Kotler Armstrong (2003), definem planejamento estratégico como o processo de desenvolver e manter um ajuste entre os objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de marketing em um mercado em contínua mutação. Fica visível que a cooperativa Camda trabalha de forma intensiva e contínua aproveitando as oportunidades. Na Camda, este conceito explica por que o número de cooperados aumenta a cada ano e expressam sua satisfação em fazer parte do quadro de associados de forma notória. Conforme visto em Kotler e Armstrong (2003), a teoria e a prática do marketing tradicional se concentravam na atração de novos clientes e não na retenção dos existentes. Hoje, no entanto, embora atrair novos clientes continue sendo uma importante tarefa de marketing, e ênfase deslocou-se para 62 o marketing de relacionamento com os clientes e outros interessados. Atualmente as empresas empenham-se em reter os clientes e construir com eles relacionamentos lucrativos e duradouros. No sistema de comunicação da Camda, as inter-relações estratégicas, oferecem diferentes canais de comunicação, entre os quais se destaca a sua participação na feira agropecuária anual, a Expo-Verde como uma ação concreta e permanente de resultados positivos. O stand da cooperativa é um dos mais visitados por públicos de todas as idades e o incentivo ao ato cooperativista é o seu principal objetivo. 4.8 Parecer final sobre a pesquisa realizada Analisando as estratégias de marketing adotadas pela cooperativa agrícola mista de Adamantina, pode-se observar que o processo está atendendo os desejos e necessidades de seus cooperados, pois a divulgação dos seus produtos, em especial os produtos de fabricação própria como o sal mineral e ração despertam o interesse dos cooperados. Esse interesse aumenta à medida que as informações chegam até os associados de forma simplificada. Assim, as informações sobre os projetos em andamento e os eventos despertam interesse e facilitam a adesão de novos cooperados, o que aumenta a capacidade de se destacar no mercado junto à concorrência. Porém, percebe-se que ainda são necessárias algumas medidas de reestruturação no departamento de comunicação da cooperativa, para melhor atender as necessidades mercadológicas, buscando cada vez mais a satisfação dos seus cooperados conseqüentemente aumentando a sua produtividade, competitividade e participação no mercado. 63 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Diante da teoria existente e da pesquisa de campo realizada na cooperativa agrícola mista de Adamantina, identifica-se a necessidade da implantação de um departamento de marketing em sua estrutura organizacional, assim apresenta-se as seguintes propostas de intervenção: A implantação de um Departamento de Marketing, estrategicamente localizado na matriz e futuramente em filiais de maior porte. Essa ação permitirá em um curto espaço de tempo a percepção de vantagens como eficiência e facilidade na relação comercial com os cooperados, priorizando as informações, pois quanto mais precisa a informação, maiores tornam-se as oportunidades de novas vendas e conquista de novos cooperados. Para a minimização dos investimentos provenientes dessa implantação a cooperativa deve propor aos seus fornecedores uma parceria, cuja finalidade será reduzir os custos mediante eventos e projetos a serem implantados. A implantação do departamento de marketing visa o gerenciamento a uma cadeia de informações e a divulgação dos seus produtos, proporcionando maior retorno nas vendas e conseqüentemente reduzindo seus custos, através dos contratos de parceria firmados com fornecedores e a integração de todo o processo relacionado ao marketing, para que as ações sejam centralizadas, dirigidas e trabalhadas com mais eficiência. A cooperativa deve continuar com as pesquisas de satisfação, pois as informações obtidas são de grande importância para o monitoramento do nível de serviço prestado ao cooperado, dando condições para a mesma de melhorar ou rever seus processos de forma a atender ou superar as necessidades e expectativas dos seus cooperados. 64 CONCLUSÃO O marketing atualmente ocupa um lugar de destaque no mercado cooperativista. Com a globalização as estratégias de marketing passaram a ser de extrema importância para as cooperativas, tornando-se um diferencial competitivo em busca de novos cooperados. É fundamental para as cooperativas, a implantação de planejamento que envolva estratégias de marketing, visando à busca de um diferencial no mercado, inovando seus processos, adequando-se às reais necessidades dos consumidores, permitindo o maior controle nas informações e gerando maior feedback. Diante da crescente competitividade entre os onze tipos de atuação cooperativistas nos quais os produtos podem ser considerados de qualidade equivalente, buscamos um tema que viesse agregar um diferencial competitivo para a cooperativa, dando-lhe condições de destaque entre seus concorrentes e cooperados. A resposta da pergunta problema foi respondida e a hipótese comprovada. Afirmamos que o marketing, como uma ferramenta estratégica para a cooperativa Camda, promove maior qualidade, maior satisfação dos cooperados, proporcionando o uso de ferramentas inovadoras, velocidade, competitividade, confiança e redução nos custos. O trabalho trouxe maior aprofundamento teórico, mas é importante ressaltar que o assunto não está totalmente esgotado, visto que o marketing oferece sempre novas técnicas, idéias e procedimentos que poderão ser constantemente aprofundadas e aplicadas nas cooperativas, estando disponível para outros acadêmicos aprofundá-lo e direcioná-lo a novos rumos. O trabalho é destinado a todos os profissionais de administração, acadêmicos na área de marketing e áreas afins. 65 REFERÊNCIAS ABREU, B. C. Curso de Marketing para Cooperativas. Fortaleza: CESCOOP - CE / OCEC, 2000. ALVES, O. M.; CRISPIM, H. C. T. Novo Cooperativismo Marketing em Cooperativas, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: < http://www.bnb.gov.br >. Acesso em: 23 mai. 2008. AMARO, E. L. Analise do Ambiente Externo e Interno, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: < http://www.hermes.ucs.br >. Acesso em: 03 jul. 2008. ANGOTTI, M. A. O Cooperativismo: a força da união dos homens, como opção de mudança social, à luz da constituição federal de 1988. 2002. Dissertação (Mestrado em Direito) Instituição Toledo de Ensino Centro de Pós-Graduação de Bauru, Bauru. ARAUJO, O. Estrutura do Marketing. Osvaldo Araújo, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: < http://www.dearaujo.ecn.br/cgibin/asp/organizacaoMarketing.asp>. Acesso em 10 jul. 2008. BARBOSA, A. P. Cooperativas. Artigos, [s.d.]. 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Cidade...............................................................Estado......................................... Atividade econômica.............................................................................................. Porte...................................................................................................................... II ASPECTOS AS SEREM OBSERVADOS 1 Histórico da cooperativa, estrutura organizacional, estrutura física 2 Cooperativismo e suas observações 3 Novos programas de capitação de cooperados e associados 71 APÊNDICE B I Roteiro histórico da cooperativa camda IDENTIFICAÇÃO Empresa................................................................................................................. Localização............................................................................................................ Cidade...............................................................Estado......................................... Atividade econômica.............................................................................................. Porte...................................................................................................................... II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA/TEMA 1 Evolução do Cooperativismo ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2 Evolução na captação de novos associados e cooperados ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Evolução da Cooperativa Camda ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 72 APÊNDICE C - Roteiro de entrevista para gerente da cooperativa camda I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Cargo: ................................................................................................................... Escolaridade:......................................................................................................... Tempo de Funçao:................................................................................................. Tempo de Cooperativa:......................................................................................... II PERGUNTAS ESPECIFICAS 1 Qual o objetivo da cooperativa Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2 Qual a missão da cooperativa Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Qual o valor da cooperativa Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 4 Qual é a principal atividade da Cooperativa Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5 Quem administra a Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 6 Quais os programas sócio-ambientais da Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 7 Qual a vantagem e os benefícios em ser um associado da cooperativa Camda? 73 ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 8 Os Cooperados tem direito aos mesmos benefícios como se fossem funcionários em relação à CLT? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 10 Quantos cooperados fazem parte da Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 74 APÊNDICE D - roteiro de entrevista para os cooperados e associados I PERGUNTAS ESPEÍFICAS 1 Cite o produto que você mais utiliza na Camda Sal mineral ( ) Vermífugos ( ) Ferramentas ( ) 2 Existe algum produto de seu interesse que não é fornecido pela Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2.1 Qual? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Está satisfeito com a localização da Cooperativa Camda? ( ) Sim ( ) Não 4 Quais os pontos fortes da Camda em relação ao atendimento aos seus associados? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5 Em sua opinião, existe algo que precisa ser melhorado para melhor atender suas necessidades como associado? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 6 Como a Camda pode melhorar a facilidade de aquisição para os associados? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 7 Classifique o prazo de entrega de produtos da Camda 75 ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 8 Como é o preço da Camda em relação às demais cooperativas? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 9 Como você se informa em relação às promoções da Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 10 Com que freqüência você recebe informações da Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 11 Tem acesso ao informativo mensal da Cooperativa Camda? ( )Sim ( )Não 12 Tem acesso à Internet? ( ) Sim ( ) Não 13 Com suas palavras defina os benefícios que a cooperativa traz para a sua vida? ............................................................................................................................... .............................................................................................................................. 76 APÊNDICE E - Roteiro de entrevista para funcionário de comunicação I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Cargo: ................................................................................................................... Escolaridade:......................................................................................................... Tempo de Função:................................................................................................. Tempo de Cooperativa:......................................................................................... II PERGUNTAS ESPECIFICAS 1 Qual a importância do departamento de marketing para a uma cooperativa? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2 Qual é o principal objetivo para a aplicação de estratégias de marketing? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Nos dias de hoje é possível atuar no mercado, sem utilizar alguma estratégia de marketing? ( )Sim ( )Não 4 Por que? ............................................................................................................................. ............................................................................................................................ 5 Quais são as estratégias? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 6 Quais as vantagens que a Cooperativa Camda obteve em aplicar estratégias de marketing para a captação de novos associados? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 77 7 O retorno foi favorável? ( ) Sim ( ) Não 8 Como foi mensurado? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 9 A matriz conta com o apoio para a realização dos eventos? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 10 A cooperativa Camda possui estratégias de marketing voltadas para a captação de novos associados? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 11 Quais são os principais meios de comunicação utilizados para a divulgação da cooperativa Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 12 Como está o nível de inclusão de associados para a cooperativa Camda? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 13 Como é a participação dos cooperados nos projetos? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 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