IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGO NA EDUCAÇÃO THE IMPORTANCE OF PLAY AND PLAY IN EDUCATION Andréa Aparecida de Almeida Machareth Orientadoras Lilian Sipoli Carneiro Cañete Wany de Sousa e Silva Campos Curso: Sociedade Universitária Redentor – Faculdade Redentor Rua Heitor Ribeiro Guedes, 125 – Bairro João Paulo II/ Leopoldina MG Telefone: 32-8861-3296 [email protected] RESUMO O jogo é um elemento de grande importância no cotidiano infantil. Manter o seu lado lúdico e equilibrar essa faceta com as possibilidades educativas que surgem desta atividade é uma das grandes tarefas educacionais da atualidade. Se, por um lado, podese considerar que o jogo educa por si, estimulando aspectos de interação do grupo, de conversas e resolução de problemas entre as crianças; por outro lado, deve-se considerar que a intervenção do educador faz com que o jogo ganhe conotações educativas por excelência. Conseguir manter o caráter de manifestação livre do jogo, ao mesmo tempo em que se consegue observar e dinamizar as suas funções educativas é missão fundamental da educação contemporânea. O jogo reflete toda essa indagação e o seu potencial é confirmado pelos autores referidos neste artigo que se aprofundaram nos estudos sobre seus benefícios e reafirmaram a importância dessa ferramenta de educar e colaborar para o desenvolvimento infantil, especialmente no campo cognitivo. Considera-se, portanto, de extrema importância não só basear-se no trabalho teórico e sim selecionar recursos para a estimulação do desenvolvimento infantil. O jogo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar-se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante será um adulto trabalhador. A criança que sempre participou de jogos e brincadeira grupal saberá trabalhar em grupo, por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá respeitar as normas grupais e sociais. É brincando bastante que a criança vai aprender a ser um adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade. O brinquedo é o trabalho da criança e o “brincar” exercita capacidades indispensáveis a qualquer adulto profissionalmente bem sucedido. Palavras-chaves: Brincadeiras. Jogos. Desenvolvimento ABSTRACT The game is an element of great importance in everyday childhood. Keep your playful side and balance this facet with the educational possibilities that arise from this activity is one of the major tasks of education today. If, on the one hand, one can consider that the game educates itself by stimulating aspects of group interaction, conversation and problem solving among children, on the other hand, one must consider that intervention by the educator makes game win connotations for educational excellence. Able to maintain the character of the free manifestation of the game, while you can observe and streamline their educational functions is fundamental mission of contemporary education. The game reflects all this question and its potential is confirmed by the authors of this article that deepened the studies on its benefits and reaffirmed the importance of this tool to educate and collaborate on child development, particularly in the cognitive field. It is therefore of utmost importance not only be based on the theoretical work but select resources to stimulate child development. The game is certainly one way to develop the ability to engage, to remain active and participating. A child playing an adult worker is enough. The child who always participated in games and play group know work in groups, to have learned to accept the rules of the game, know and respect the social group norms. It is quite joking that the child will learn to be a conscious adult, able to participate and engage in the life of their community. The toy is the child's work and 'play' exercise capabilities essential to any adult professionally successful. Keywords: Play. Games. Development INTRODUÇÃO: As atividades lúdicas sempre existiram, mesmo antes do aparecimento da espécie humana na Terra, quando eram estabelecidas entre os animais préhistóricos. Com o aparecimento do ser humano, a tendência lúdica do homem eram as atividades laboriosas como a caça e a pesca. Com o passar do tempo, essas atividades adquiriram novas características: de brincadeira e jogo. O jogo, portanto, por possuir o lúdico como faceta principal, possui aspectos intrínsecos e indissolúveis no homem. O ser humano, logo ao nascer, traz consigo a aptidão ao lúdico quando brinca com seu corpo, explorando e aprendendo seu novo espaço. A criança, ao longo da história e da evolução humana, era considerada como ser sem existência social, ingênua e inocente. A criança não é um ser incompleto, não é um pedaço inacabado de uma seqüência de etapas. Ela é o sujeito social histórico hoje, desenvolvendo-se sim, mas alguém real, cidadã, pessoa, gente. Para Vygotsky (1994) “Hoje a criança é vista como um ser social. Os pais, os professores ou qualquer pessoa que atue junto à criança, precisam estar atentos para o atendimento às suas necessidades, pois o seu desenvolvimento na infância é de fundamental importância para a sua vida futura. Acrescenta que a infância passa por várias etapas, cada fase preparando a criança para a fase seguinte, não existindo uma previsão em relação à idade cronológica em que inicia uma etapa e termina outra. Principalmente porque cada criança é única, cada uma tem sua individualidade, seu ritmo, mesmo se viverem num mesmo ambiente e tiverem os mesmos pais.” Podemos salientar que as fases do desenvolvimento são importantes porque servem como parâmetro para ajudar a criança desde que sejam usadas com flexibilidade. A brincadeira serve para ajudar a criança. É uma necessidade que aparece desde o seu nascimento, é considerada a primeira conduta inteligente do ser humano. Para Winnicott (1975), os primeiros brinquedos da criança são os dedos e os seus movimentos. A criança já sente, por instinto, a necessidade de moverse, porque é o meio indispensável ao seu desenvolvimento natural. È uma necessidade para a criança utilizar as próprias energias vitais, pois de outra forma se comprometeria o regular crescimento. De acordo com Jean Piaget (1971), devemos criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas e não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram; homens que sejam criadores, inventores, descobridores. Este objetivo deverá ser alcançado através de uma estratégia fundamental: o lúdico. Para que as atividades sejam desenvolvidas de acordo com características próprias a cada faixa etária, é importante que o lúdico permeie a ação educativa. É por meio das atividades lúdicas que a criança inicia seu desenvolvimento simbólico e social. Pelo prazer de jogar, a criança (re) cria o mundo para além dos simples objetos. Através do faz de conta, aprende a diferenciar e a distanciar-se dos dois objetos do conhecimento, alcançando seu significado ou conceito. Fazer uma proposta para ter o lúdico como estratégia fundamental do processo de humanização não significa renunciar ao planejamento do processo pedagógico. Muito pelo contrário, exige um alto nível de conhecimento e longo prazo. Para isso, os temas e as respectivas atividades são referências que, na sua operacionalização, exigem preocupações importantes. Aos professores cabe o compromisso de garantir à criança o ato de brincar, contribuindo assim para a melhoria do ensino, qualificando a sua formação e garantindo mais satisfatoriamente sua permanência na escola. Através do “brincar” observamos que não importa a classe social que a criança esteja inserida; ela é capaz de desenvolver integralmente suas potencialidades nos aspectos biológico, cognitivo, psicomotor, verbal, social, afetivo e muitos outros. O estudo pretende mostrar como o “brincar” tem um papel insubstituível no processo vital de encontro consigo mesmo e como outro. Para o grupo, “o brincar” é universal, facilita o crescimento e, portanto, a saúde; conduz a relacionamentos de grupos, é uma forma de comunicação consigo mesmo e com os outros. Brincar tem um lugar e um tempo muito especiais, sendo algo só “de dentro”, subjetivo, ou só “de fora”, objetivo, externo, mas se construindo num espaço potencial entre o eu e o não eu, entre o mundo interno e o externo, que justamente vão se formando à medida que “o brincar” se desenvolve de forma criativa e original. O estudo nos interessa de perto porque acompanha a importância do “brincar” no vital e doloroso processo de separação eu, não eu. Mostrando como o lúdico, por ser essencialmente prazeroso, ajuda a fluir de forma mais criativa a independência da criança. 1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O BRINCAR A intenção deste artigo é sensibilizar os professores de educação infantil e do ensino fundamental das séries iniciais do importante papel que os jogos, as brincadeiras e os brinquedos exercem no desenvolvimento da criança. Para isso se faz necessário saber o significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental analisar o papel do educador neste processo lúdico, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona. Faremos também algumas considerações importantes sobre os jogos e brinquedos. Desta forma, espera-se oferecer uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, e em especial na vida da criança. Trata-se de uma pesquisa onde são analisados os dados levantados por estudiosos como Piaget, Vygotsky, entre outros, sobre o “brincar”, sobre a função do jogo e das brincadeiras na Educação. Faz-se uma reflexão sobre o papel desempenhado pelos jogos e sua atuação eficaz no desenvolvimento do raciocínio, da lógica, da associação de ideias e das possibilidades de socialização que é capaz de produzir. O trabalho visa ao aproveitamento das diversas teorias, sem, contudo, esgotar o assunto, que é amplo e dá margens para muitas considerações. Cada tópico e seus respectivos subtópicos mostram o jogo como elemento de interação e mostra-o como parte essencial no desenvolvimento dos alunos tanto de Educação Infantil quanto de Ensino Fundamental. A análise a respeito do brincar vai além e propõe uma integração dos conteúdos de dentro da sala de aula com atividades que proporcionem prazer e sejam descontraídas, com a finalidade de atrair os alunos e fazer deles partes ativas no processo de aprendizagem. 1.1- Reflexão sobre o brincar, inserido na formação pessoal e social da criança de acordo com seu meio. O tema brincar tem sido largamente discutido nos meios educacionais, sobretudo a respeito das atividades para o desenvolvimento intelectual. E brincar deve ser uma atividade de qualidade em relação ao indivíduo com o qual estabelece objetivo e está associado à infância, que deve ser pensada de forma ampla. Segundo Winnicott (1974) brincar e jogar não devem ser tratados somente como estratégia de ensino ou como recurso facilitador, mas como uma possibilidade de abertura no desenvolvimento pessoal. O desenvolvimento da capacidade imaginativa da criança deve operar com base numa independência cada vez maior em relação à realidade, isto é, produzir de forma mais completa as análises e buscas sobre o que é brincar. A partir da conceituação de alguns autores como Piaget (1971),podemos definir “o brincar” como instrumento para desenvolver a criança, equilibrando suas tensões do cotidiano, construindo sua individualidade, sua personalidade. É uma atividade de um significado social, que precisa estar ligada à aprendizagem, ajudando na construção de uma cultura lúdica. A criança que brinca, serve de elemento cultural e constrói sua própria cultura. Para Winnicott (1975) reativa um pensamento que acredita que o espaço lúdico vai permitir ao indivíduo criar uma cultura aberta e positiva. O brincar, na infância, é essencial para nos tornarmos pessoas criativas futuramente. Brincar é visto como um mecanismo psicológico que garante ao sujeito manter uma certa distância em relação ao que é real, segundo a concepção de Freud (), que vê no brincar o modelo do princípio do prazer oposto ao princípio da realidade.” Para Gallimard (1971),toda criança que brinca se comporta como um poeta, pelo afeto de criar um mundo só seu, ou, mais exatamente por transpor as coisas do mundo em que vive para um universo novo em acordo com suas conveniências. Brincar favorece a autoestima da criança, auxiliando-a a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. É por meio da brincadeira que o professor pode observar e construir uma visão dos processos de desenvolvimento da criança tanto no conjunto como no particular; é possível verificar suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais, de recursos afetivos e emocionais de que dispõem, favorecendo alguns processos e investindo em outros, variando a repercussão das atividades lúdicas no desenvolvimento global da criança. É através das brincadeiras que a criança irá compreender as pessoas, as situações e as experiências, aprendendo a conhecer a si própria, os outros e o mundo a seu redor. A criança organiza as suas brincadeiras, coopera com os colegas em sues jogos, e disso tudo resulta a aprendizagem. É importante que a professora conheça os interesses, habilidades e condições cognitivas dos alunos e que ele possa escolher as atividades e recursos de acordo com esses alunos e com os objetivos que pretendem alcançar no processo ensino-aprendizagem. A maioria das brincadeiras demonstra aquilo que as crianças mais gostam e pelo que se interessam. A préescola deve ter brinquedos para a criança brincar sozinha e em grupo. Para Gallimard (1971) “Ainda se refere à necessidade que todas as pessoas têm de ficar sozinhas de vez em quando; e com a criança não seria diferente. Uma criança pequena, ao brincar com roupas, calçados e utensílios de adultos, poderá sentir-se grande (imitando o pai saindo para trabalhar ou a mãe saindo para fazer compras) e penetrar num mundo onde pode realizar coisas que seu pequeno tamanho a impede de fazer.” A ideia da brincadeira deve ser pensada de forma ampla, pois possui uma estrutura impregnada de prazer, de ilusão, de criar, de ser e de fazer. É uma relação que se estabelece primeiro entre mãe e bebê ou entre o bebê e o mundo a sua volta. Winnicott (1975) adotou como primeiro modelo de relação o par bebê – seio (ou mãe) e percebeu que durante a experiência de amamentação, o contato com a mãe proporciona a oportunidade de viver a experiência de ilusão, ou seja, de que o seio faz parte dele mesmo ou está sobre um controle que permite compreender um mundo de objetos reais, que passam a ter significado e levam o bebê a desenvolver-se afetivamente e entender o significado de ser e de agir no mundo. Os estudos de Winnicott (1975) no campo do desenvolvimento emocional infantil contribuíram para o entendimento do “brincar” no sentido de estar ligado também com o amor entre dois sujeitos. A criança traz dentro da brincadeira fenômenos ou objetos oriundos da realidade interna ou pessoal. Sem alucinar, a criança põe pra fora uma amostra e passa a viver num ambiente escolhido de fragmentos oriundos da realidade externa. No brincar, a criança manipula fenômenos externos escolhidos com significados e sentimentos oníricos. Para Winnicott (1975 p.65) “em todas as brincadeiras há forte presença da situação imaginária, de regras padronizadas, movimentação de peças, manipulação de objetos, representação mental e habilidade manual para operacionar.” O prazer que acompanha a brincadeira dá uma flexibilidade de conduta, levando a criança a experimentar novas situações. Cada conduta de brincar varia de acordo com a cultura e do significado a ela atribuída. Em todos os brinquedos há uma multiplicidade de manifestações que dependem de cada contexto social; exigem o respeito de regras que o caracterizam. O brinquedo é um instrumento indispensável para compreender a brincadeira, tem uma relação íntima com a criança e uma determinação quanto a seu uso, ou seja, a ausência ou não de um sistema de regras que organizam sua utilização. O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade, coloca a criança na presença da reprodução, tudo que existe no cotidiano é substituído por objetos que as crianças manipulam. Os brinquedos reproduzem aparelhos eletrodomésticos, naves espaciais, bonecos, robôs e incorporam características reais relacionadas à idade e ao público ao qual é destinado. O brinquedo está relacionado à cultura, é um suporte para as brincadeiras e um material que estimula o imaginário infantil. O brincar, o brinquedo e as brincadeiras pedagógicas são relevantes para situações de ensino-aprendizagem no ensino infantil. Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto para estimular a aprendizagem de um determinado conceito, surge a dimensão educativa. Utilizar o jogo na Educação Infantil significa transportar para o campo do ensino-aprendizagem condições para a construção do conhecimento, do prazer e da iniciação a vários tipos de habilidades. Jogando, a criança constrói seu crescimento e, através dos jogos os processos mentais vão se tornando superiores. O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. “O brincar é uma experiência humana rica e complexa.” (ALMEIDA, M. T. P, 2000) Os brinquedos são preservados através dos tempos e transmitidos de uma geração para outra como: blocos lógicos, amarelinha, pião, pipa, etc. Há outros brinquedos que fazem parte do repertório lúdico das crianças do século XX, como peteca, bilboquê, etc. A brincadeira é o alimento da personalidade que está se formando. Na antiguidade, a brincadeira tinha representatividade tanto para crianças quanto para adultos. 1.2- A importância do brincar, do brinquedo e da brincadeira na idade infantil entre três e quatro anos. A infância passa por várias fases. E para Piaget (1971) “Aos três e quatro anos a criança é sensível, afetiva, com constantes modificações de ideias, crescimento do campo de memória, da imaginação e do raciocínio. Apresenta movimentos contínuos, euforia de viver, deslumbramento diante do mundo e faz muitas perguntas.” É nessa fase que gosta de brincar em grupo, jogando bola, correndo, dançando. Apresenta um comportamento agressivo e a brincadeira ajuda a reduzir toda essa tensão emocional, por isso tem grande importância. Para resolver tensões do dia a dia, a criança envolve-se em um mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizados podem ser realizados; um mundo chamado brinquedo. Ao separar o mundo adulto do infantil e ao diferenciar o trabalho da brincadeira, a humanidade construiu, no romantismo, a imagem da criança que brinca através do seu mundo, cheio de desejos, experiências, sonhos e fantasia. O desenvolvimento da criança nessa faixa de idade é muito importante, pois refletirá no seu desenvolvimento futuro. Ao terceiro ano de vida, ela passa por transformações comportamentais muito representativas para toda sua vida. Nessa idade, a criança encontra um ambiente novo, que é o jardim da infância, onde se encontra só (leia-se sem a mãe), tendo contato com outras crianças. É certo que haverá uma troca de experiências, que inicialmente é brusca, mas é o primeiro passo para um sistema de vida diferente. Piaget (1971) “Esclarece-nos sobre a atividade fundamental para a criança que é o brincar, mostrando que o jogo é satisfação de necessidades que as crianças têm, de movimento, de liberação dos impulsos normais a essa idade e a libertação de complexos afetivos. Brincar implica numa dimensão evolutiva onde crianças de mesma idade, mas características distintas podem conviver e evoluir juntas.” Sendo assim, é importante considerar o “brincar” como elemento essencial para o desenvolvimento integral da criança e salientar o papel do professor como organizador das atividades lúdicas; contribuindo com isso para a sinalização de um interior rico, saudável, disponível para agir e interagir, cooperar ou competir, imitar, criar e recriar um processo de avanços progressivos. Podemos enfatizar que o jogo desafia o pensamento da criança, provocando desequilíbrio, proporcionando descobertas e invenções, não a memorização mecânica. Na aula modelada pelo método tradicional, o professor tem a palavra como poder e autoridade como reforço condutor de conhecimento. Saber e poder juntam-se para dar-lhe segurança. Não obstante, o brincar ganha espaço na aula modelada pela criatividade, espontaneidade e desafio do pensamento da criança. Em tal aula, busca-se criar um ambiente estimulador, envolto num clima de respeito mútuo, no qual o professor procura ajudar seu aluno a estruturar sua personalidade, autonomia, autoestima, iniciativa própria e conhecimento. Para Piaget (1984) “Aprender, realmente é um processo de investigação pessoal em que se formulam hipóteses como faz um pesquisador, o qual tem expirações, engana-se, avança e recua, sofre e se alegre sucessivamente.” As verdadeiras aprendizagens não se fazem copiando do quadro ou prestando a atenção ao professor, e sim o brincar muitas vezes, acrescenta ao currículo escolar uma maior vivacidade de situações que ampliam as possibilidades de a criança aprender e construir o conhecimento. O brincar permite que o aprendiz tenha mais liberdade de pensar e de criar para desenvolver-se plenamente. 1.3 O papel da escola e do educador no desenvolvimento da criança através do lúdico. Na Educação, muitas vezes relaciona-se jogos e brincadeiras como algo para o aluno fazer em casa, no recreio e/ou nas aulas de Educação Física. Porém, muitos professores pensam que seria possível utilizar alguns jogos e brincadeiras em sua sala de aula. Entretanto, há uma pergunta que norteia o pensamento dos profissionais da educação: usar ou não jogos e brincadeiras nas aulas? Independente de ser a favor ou contra, a tarefa consistirá em criar um texto dissertativo para apresentar ao centro pedagógicos da escola informações referentes a este tema, para assim colocá-lo em questão. O trabalho deverá ser feito em conjunto com outros colegas (professores), relacionando jogos e brincadeiras com os conteúdos didáticos, estudando sua pertinência ou não, tomando uma posição sobre o assunto. Após redigir o texto, o professor fará uma mesa redonda para que se discutam, surjam opiniões e, assim, encontrar o caminho que a escola vai seguir. A brincadeira acontece onde quer que a criança se encontre, independente do local. Basta um pequeno estímulo para que sua imaginação a leve para um mundo repleto de criatividade e movimento, expressando o seu interior. Diariamente nos deparamos com os mais diversos tipos de relações e estas são inerentes ao meio em que vivemos. O ser humano por sua natureza é expressivo, afetivo e relacional, mas muitas vezes, por algum motivo, essas qualidades são bloqueadas. É necessário trabalhar as emoções, independente da idade. Sendo o adulto um educador, ele deverá procurar ter consciência de suas limitações a fim de superá-las. Um adulto bem informado e preparado terá condições de intervir e proporcionar com maior intensidade o desenvolvimento da criança, pois o brincar na escola tem também uma função informativa para o professor. É importante que a ação do educador se oriente no sentido de ampliar o repertório das crianças, não só do ponto de vista lingüístico, como também do cultural. Cabe ao educador a tarefa de alimentar o imaginário infantil, de forma que as atividades das crianças se enriqueçam, tornando-se mais complexas pelas relações que vão sendo estabelecidas. Ao educador cabe, então, tendo em vista a compreensão e o conhecimento da evolução das crianças, pensar que tipo de atividade propor, tendo clareza de intenção, isto é, sabendo o que as crianças podem desenvolver com a atividade proposta. Um segundo ponto, também fundamental, é o encaminhamento da atividade, ou seja, a definição de como ela será realizada, prevendo a ocupação do espaço e o limite do tempo, de acordo com a natureza da própria atividade, permitindo a realização dos movimentos em sua amplitude. Assim pode-se dizer que o brincar da criança não pode ser considerado uma atividade complementar a outras de natureza dita pedagógica, mas sim como atividade fundamental para a constituição de sua identidade cultural e de sua personalidade. CONCLUSÃO O objetivo deste trabalho foi conhecer a evolução histórica dos jogos e brincadeiras, quais os teóricos que se debruçam na pesquisa desse tema, principalmente na educação infantil, sugerir o resgate das brincadeiras tradicionais, como atividade lúdica e como instrumento metodológico de ensino, como também sensibilizar os professores de educação infantil do importante papel que os jogos, as brincadeiras e os brinquedos exercem no desenvolvimento da criança. Essa pesquisa teve como princípio norteador conhecer os problemas entre o ato de ensinar e aprender. Desta forma, esperase oferecer sugestões aos educadores a cerca da importância do brincar na vida do ser humano e, em especial na vida da criança. Conclui-se que é fundamental a participação da professora nas atividades, contribuindo na ampliação das experiências das crianças, proporcionando-lhes base sólida para suas atividades físico-motoras, sociais e culturais. Quanto mais as crianças sentirem e experimentarem, quanto mais aprenderem e assimilarem, quanto mais elementos reais tiverem em suas experiências, tanto mais produtivas e criativas serão as suas atividades desenvolvidas futuramente. O desenvolvimento infantil está em processo acelerado de mudanças, as crianças estão desenvolvendo suas potencialidades precocemente em relação às teorias existentes. Diante dos avanços em geral, da evolução científica e tecnológica, a criança deste século também está evoluindo. A mudança de hábitos e atitudes dos adultos para com a criança desde seu nascimento ocasionou alterações em todo o seu desenvolvimento. As famílias menos numerosas, pais que trabalham fora; crianças que frequentam berçários, creches ou escolinhas maternais recebem estímulos distintos daquelas que eram criadas em casa, como irmãos e que só saíam para a escola aos sete anos. É, portanto, com esta criança que o educador tem de saber lidar, tem de reconhecer suas necessidades e procurar atendê-las dentro do contexto educacional atual. A escola está interagindo com a teoria construtivista, que toma corpo cada vez mais, mas a criança hoje parece ser mais esperta, desenvolve-se antes do tempo previsto, pois algumas habilidades foram estimuladas precocemente; é porque tem permissão para expressar suas vontades e seu intelecto é muito mais estimulado. Porém, ela tem diferentes formas de ansiedade, de medos e inseguranças com os quais o educador tem de estar preparado para lidar. Além de organizador o professor também é facilitador nesse processo. Não mais aquele que expõe todo o conteúdo aos alunos, mas aquele que fornece as informações necessárias, que o aluno não tem condições de obter sozinho. As conclusões deste trabalho são a de verificar o mundo amplo da criança. Houve a oportunidade de enxergá-la de maneira mais detalhada e consistente; de observar que cada pequeno movimento, cada detalhe é muito complexo, é produto não somente dos interesses e das características da criança de determinada faixa etária, mas também do aprendizado de toda vida desta criança. O trabalho não esgotou o assunto, no entanto, coube concluir que é de suma importância a procura de atividades lúdicas em educação, para além das paredes das salas de aula e dos próprios “muros” pseudoteóricos. Pode-se ter clareza e a profundidade necessária para entender o jogo como elemento central e vivo no contexto do desenvolvimento global da criança. A aprendizagem somente se tornará significativa quando seus objetivos estiverem de acordo com as necessidades e os interesses dos alunos sendo respeitadas e valorizadas as diferenças individuais, em um ambiente que contemple a experimentação, a livre expressão e a criação. Ressalta-se a importância de se garantir que o aluno vivencie as atividades com liberdade de poder manifestar-se, interferindo no processo e não simplesmente realizando movimentos mecanizados. Na medida em que a criança se desenvolve, passa a ser capaz de estabelecer relações, ou seja, sua ação não se reduz aos objetos em si, mas pode ser mentalmente executada. Em outras palavras, a ação não se subordina aos objetos concretos: vai além deles, porque a criança já é capaz de pensar, levantar hipóteses, interpretar e criar. Já não é uma ação por vezes sem sentido ou sem coordenação, mas há intencionalidade e planejamento, pois ela busca alcançar um objetivo, coordena informações e articula diferentes pontos de vista. A prática do lúdico através dos jogos e brincadeiras, pode exercer uma ação preventiva e curativa em relação às dificuldades de aprendizagem, contribuindo para a formação das crianças que enfrentam um sistema escolar exigente: grandes expectativas quanto ao resultado (desempenho em termos de notas) e compromisso com as séries posteriores. Por esses motivos, é imprescindível que as crianças tenham recursos internos para enfrentar e resolver desafios, adquirindo gradativamente autonomia para ter iniciativa, responsabilidade e organização com as tarefas escolares. A ação preventiva dos jogos na Educação tem a função de estimular a curiosidade, o espírito de cooperação e a busca de soluções: atitudes exigidas no futuro sejam na escola ou na vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referência Curricular Nacional para Educação Infantil. Documento Introdutório. 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