"importância do brincar e do jogo na educação".

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IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGO NA EDUCAÇÃO
THE IMPORTANCE OF PLAY AND PLAY IN EDUCATION
Andréa Aparecida de Almeida Machareth
Orientadoras
Lilian Sipoli Carneiro Cañete
Wany de Sousa e Silva Campos
Curso: Sociedade Universitária Redentor – Faculdade Redentor
Rua Heitor Ribeiro Guedes, 125 – Bairro João Paulo II/ Leopoldina MG
Telefone: 32-8861-3296
[email protected]
RESUMO
O jogo é um elemento de grande importância no cotidiano infantil. Manter o seu lado
lúdico e equilibrar essa faceta com as possibilidades educativas que surgem desta
atividade é uma das grandes tarefas educacionais da atualidade. Se, por um lado, podese considerar que o jogo educa por si, estimulando aspectos de interação do grupo, de
conversas e resolução de problemas entre as crianças; por outro lado, deve-se
considerar que a intervenção do educador faz com que o jogo ganhe conotações
educativas por excelência. Conseguir manter o caráter de manifestação livre do jogo, ao
mesmo tempo em que se consegue observar e dinamizar as suas funções educativas é
missão fundamental da educação contemporânea. O jogo reflete toda essa indagação e
o seu potencial é confirmado pelos autores referidos neste artigo que se aprofundaram
nos estudos sobre seus benefícios e reafirmaram a importância dessa ferramenta de
educar e colaborar para o desenvolvimento infantil, especialmente no campo cognitivo.
Considera-se, portanto, de extrema importância não só basear-se no trabalho teórico e
sim selecionar recursos para a estimulação do desenvolvimento infantil. O jogo é
certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar-se, de manter-se ativo
e participante. A criança que brinca bastante será um adulto trabalhador. A criança que
sempre participou de jogos e brincadeira grupal saberá trabalhar em grupo, por ter
aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá respeitar as normas grupais e sociais. É
brincando bastante que a criança vai aprender a ser um adulto consciente, capaz de
participar e engajar-se na vida de sua comunidade. O brinquedo é o trabalho da criança
e o “brincar” exercita capacidades indispensáveis a qualquer adulto profissionalmente
bem sucedido.
Palavras-chaves: Brincadeiras. Jogos. Desenvolvimento
ABSTRACT
The game is an element of great importance in everyday childhood. Keep your playful
side and balance this facet with the educational possibilities that arise from this activity is
one of the major tasks of education today. If, on the one hand, one can consider that the
game educates itself by stimulating aspects of group interaction, conversation and
problem solving among children, on the other hand, one must consider that intervention
by the educator makes game win connotations for educational excellence. Able to
maintain the character of the free manifestation of the game, while you can observe and
streamline their educational functions is fundamental mission of contemporary
education. The game reflects all this question and its potential is confirmed by the
authors of this article that deepened the studies on its benefits and reaffirmed the
importance of this tool to educate and collaborate on child development, particularly in
the cognitive field. It is therefore of utmost importance not only be based on the
theoretical work but select resources to stimulate child development. The game is
certainly one way to develop the ability to engage, to remain active and participating. A
child playing an adult worker is enough. The child who always participated in games and
play group know work in groups, to have learned to accept the rules of the game, know
and respect the social group norms. It is quite joking that the child will learn to be a
conscious adult, able to participate and engage in the life of their community. The toy is
the child's work and 'play' exercise capabilities essential to any adult professionally
successful.
Keywords: Play. Games. Development
INTRODUÇÃO:
As atividades lúdicas sempre existiram, mesmo antes do aparecimento da
espécie humana na Terra, quando eram estabelecidas entre os animais préhistóricos. Com o aparecimento do ser humano, a tendência lúdica do homem
eram as atividades laboriosas como a caça e a pesca. Com o passar do tempo,
essas atividades adquiriram novas características: de brincadeira e jogo. O jogo,
portanto, por possuir o lúdico como faceta principal, possui aspectos intrínsecos
e indissolúveis no homem.
O ser humano, logo ao nascer, traz consigo a aptidão ao lúdico quando
brinca com seu corpo, explorando e aprendendo seu novo espaço. A criança, ao
longo da história e da evolução humana, era considerada como ser sem
existência social, ingênua e inocente.
A criança não é um ser incompleto, não é um pedaço inacabado de uma
seqüência de etapas. Ela é o sujeito social histórico hoje, desenvolvendo-se sim,
mas alguém real, cidadã, pessoa, gente.
Para Vygotsky (1994)
“Hoje a criança é vista como um ser social. Os pais, os
professores ou qualquer pessoa que atue junto à criança,
precisam estar atentos para o atendimento às suas
necessidades, pois o seu desenvolvimento na infância é de
fundamental importância para a sua vida futura. Acrescenta que
a infância passa por várias etapas, cada fase preparando a
criança para a fase seguinte, não existindo uma previsão em
relação à idade cronológica em que inicia uma etapa e termina
outra. Principalmente porque cada criança é única, cada uma
tem sua individualidade, seu ritmo, mesmo se viverem num
mesmo ambiente e tiverem os mesmos pais.”
Podemos salientar que as fases do desenvolvimento são importantes
porque servem como parâmetro para ajudar a criança desde que sejam usadas
com flexibilidade. A brincadeira serve para ajudar a criança. É uma necessidade
que aparece desde o seu nascimento, é considerada a primeira conduta
inteligente do ser humano.
Para Winnicott (1975), os primeiros brinquedos da criança são os dedos e
os seus movimentos. A criança já sente, por instinto, a necessidade de moverse, porque é o meio indispensável ao seu desenvolvimento natural. È uma
necessidade para a criança utilizar as próprias energias vitais, pois de outra
forma se comprometeria o regular crescimento.
De acordo com Jean Piaget (1971), devemos criar homens que sejam
capazes de fazer coisas novas e não simplesmente de repetir o que outras
gerações fizeram; homens que sejam criadores, inventores, descobridores.
Este objetivo deverá ser alcançado através de uma estratégia
fundamental: o lúdico. Para que as atividades sejam desenvolvidas de acordo
com características próprias a cada faixa etária, é importante que o lúdico
permeie a ação educativa. É por meio das atividades lúdicas que a criança inicia
seu desenvolvimento simbólico e social.
Pelo prazer de jogar, a criança (re) cria o mundo para além dos simples
objetos. Através do faz de conta, aprende a diferenciar e a distanciar-se dos dois
objetos do conhecimento, alcançando seu significado ou conceito.
Fazer uma proposta para ter o lúdico como estratégia fundamental do
processo de humanização não significa renunciar ao planejamento do processo
pedagógico. Muito pelo contrário, exige um alto nível de conhecimento e longo
prazo. Para isso, os temas e as respectivas atividades são referências que, na
sua operacionalização, exigem preocupações importantes.
Aos professores cabe o compromisso de garantir à criança o ato de
brincar, contribuindo assim para a melhoria do ensino, qualificando a sua
formação e garantindo mais satisfatoriamente sua permanência na escola.
Através do “brincar” observamos que não importa a classe social que a
criança esteja inserida; ela é capaz de desenvolver integralmente suas
potencialidades nos aspectos biológico, cognitivo, psicomotor, verbal, social,
afetivo e muitos outros.
O estudo pretende mostrar como o “brincar” tem um papel insubstituível
no processo vital de encontro consigo mesmo e como outro. Para o grupo, “o
brincar” é universal, facilita o crescimento e, portanto, a saúde; conduz a
relacionamentos de grupos, é uma forma de comunicação consigo mesmo e
com os outros. Brincar tem um lugar e um tempo muito especiais, sendo algo só
“de dentro”, subjetivo, ou só “de fora”, objetivo, externo, mas se construindo num
espaço potencial entre o eu e o não eu, entre o mundo interno e o externo, que
justamente vão se formando à medida que “o brincar” se desenvolve de forma
criativa e original.
O estudo nos interessa de perto porque acompanha a importância do
“brincar” no vital e doloroso processo de separação eu, não eu. Mostrando como
o lúdico, por ser essencialmente prazeroso, ajuda a fluir de forma mais criativa a
independência da criança.
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE O BRINCAR
A intenção deste artigo é sensibilizar os professores de educação infantil
e do ensino fundamental das séries iniciais do importante papel que os jogos, as
brincadeiras e os brinquedos exercem no desenvolvimento da criança. Para isso
se faz necessário saber o significado do brincar, conceituar os principais termos
utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental
analisar o papel do educador neste processo lúdico, e ainda, os benefícios que o
brincar proporciona. Faremos também algumas considerações importantes sobre
os jogos e brinquedos. Desta forma, espera-se oferecer uma leitura mais
consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, e em
especial na vida da criança.
Trata-se de uma pesquisa onde são analisados os dados levantados por
estudiosos como Piaget, Vygotsky, entre outros, sobre o “brincar”, sobre a
função do jogo e das brincadeiras na Educação.
Faz-se uma reflexão sobre o papel desempenhado pelos jogos e sua
atuação eficaz no desenvolvimento do raciocínio, da lógica, da associação de
ideias e das possibilidades de socialização que é capaz de produzir.
O trabalho visa ao aproveitamento das diversas teorias, sem, contudo,
esgotar o assunto, que é amplo e dá margens para muitas considerações. Cada
tópico e seus respectivos subtópicos mostram o jogo como elemento de
interação e mostra-o como parte essencial no desenvolvimento dos alunos tanto
de Educação Infantil quanto de Ensino Fundamental.
A análise a respeito do brincar vai além e propõe uma integração dos
conteúdos de dentro da sala de aula com atividades que proporcionem prazer e
sejam descontraídas, com a finalidade de atrair os alunos e fazer deles partes
ativas no processo de aprendizagem.
1.1- Reflexão sobre o brincar, inserido na formação pessoal e social da
criança de acordo com seu meio.
O tema brincar tem sido largamente discutido nos meios educacionais,
sobretudo a respeito das atividades para o desenvolvimento intelectual. E brincar
deve ser uma atividade de qualidade em relação ao indivíduo com o qual
estabelece objetivo e está associado à infância, que deve ser pensada de forma
ampla.
Segundo Winnicott (1974) brincar e jogar não devem ser tratados somente
como estratégia de ensino ou como recurso facilitador, mas como uma
possibilidade de abertura no desenvolvimento pessoal. O desenvolvimento da
capacidade imaginativa da criança deve operar com base numa independência
cada vez maior em relação à realidade, isto é, produzir de forma mais completa
as análises e buscas sobre o que é brincar.
A partir da conceituação de alguns autores como Piaget (1971),podemos
definir “o brincar” como instrumento para desenvolver a criança, equilibrando
suas tensões do cotidiano, construindo sua individualidade, sua personalidade. É
uma atividade de um significado social, que precisa estar ligada à aprendizagem,
ajudando na construção de uma cultura lúdica. A criança que brinca, serve de
elemento cultural e constrói sua própria cultura.
Para Winnicott (1975) reativa um pensamento que acredita que o espaço
lúdico vai permitir ao indivíduo criar uma cultura aberta e positiva. O brincar, na
infância, é essencial para nos tornarmos pessoas criativas futuramente. Brincar
é visto como um mecanismo psicológico que garante ao sujeito manter uma
certa distância em relação ao que é real, segundo a concepção de Freud (), que
vê no brincar o modelo do princípio do prazer oposto ao princípio da realidade.”
Para Gallimard (1971),toda criança que brinca se comporta como um poeta,
pelo afeto de criar um mundo só seu, ou, mais exatamente por transpor as
coisas do mundo em que vive para um universo novo em acordo com suas
conveniências. Brincar favorece a autoestima da criança, auxiliando-a a superar
progressivamente suas aquisições de forma criativa. É por meio da brincadeira
que o professor pode observar e construir uma visão dos processos de
desenvolvimento da criança tanto no conjunto como no particular; é possível
verificar suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas
capacidades sociais, de recursos afetivos e emocionais de que dispõem,
favorecendo alguns processos e investindo em outros, variando a repercussão
das atividades lúdicas no desenvolvimento global da criança. É através das
brincadeiras que a criança irá compreender as pessoas, as situações e as
experiências, aprendendo a conhecer a si própria, os outros e o mundo a seu
redor. A criança organiza as suas brincadeiras, coopera com os colegas em
sues jogos, e disso tudo resulta a aprendizagem.
É importante que a professora conheça os interesses, habilidades e
condições cognitivas dos alunos e que ele possa escolher as atividades e
recursos de acordo com esses alunos e com os objetivos que pretendem
alcançar no processo ensino-aprendizagem. A maioria das brincadeiras
demonstra aquilo que as crianças mais gostam e pelo que se interessam. A préescola deve ter brinquedos para a criança brincar sozinha e em grupo.
Para Gallimard (1971)
“Ainda se refere à necessidade que todas as pessoas têm de
ficar sozinhas de vez em quando; e com a criança não seria
diferente. Uma criança pequena, ao brincar com roupas,
calçados e utensílios de adultos, poderá sentir-se grande
(imitando o pai saindo para trabalhar ou a mãe saindo para fazer
compras) e penetrar num mundo onde pode realizar coisas que
seu pequeno tamanho a impede de fazer.”
A ideia da brincadeira deve ser pensada de forma ampla, pois possui uma
estrutura impregnada de prazer, de ilusão, de criar, de ser e de fazer. É uma
relação que se estabelece primeiro entre mãe e bebê ou entre o bebê e o mundo
a sua volta.
Winnicott (1975) adotou como primeiro modelo de relação o par bebê – seio
(ou mãe) e percebeu que durante a experiência de amamentação, o contato com
a mãe proporciona a oportunidade de viver a experiência de ilusão, ou seja, de
que o seio faz parte dele mesmo ou está sobre um controle que permite
compreender um mundo de objetos reais, que passam a ter significado e levam
o bebê a desenvolver-se afetivamente e entender o significado de ser e de agir
no mundo. Os estudos de Winnicott (1975) no campo do desenvolvimento
emocional infantil contribuíram para o entendimento do “brincar” no sentido de
estar ligado também com o amor entre dois sujeitos.
A criança traz dentro da brincadeira fenômenos ou objetos oriundos da
realidade interna ou pessoal. Sem alucinar, a criança põe pra fora uma amostra
e passa a viver num ambiente escolhido de fragmentos oriundos da realidade
externa. No brincar, a criança manipula fenômenos externos escolhidos com
significados e sentimentos oníricos.
Para Winnicott (1975 p.65)
“em todas as brincadeiras há forte presença da situação
imaginária, de regras padronizadas, movimentação de peças,
manipulação de objetos, representação mental e habilidade
manual para operacionar.”
O prazer que acompanha a brincadeira dá uma flexibilidade de conduta,
levando a criança a experimentar novas situações. Cada conduta de brincar
varia de acordo com a cultura e do significado a ela atribuída. Em todos os
brinquedos há uma multiplicidade de manifestações que dependem de cada
contexto social; exigem o respeito de regras que o caracterizam.
O brinquedo é um instrumento indispensável para compreender a
brincadeira, tem uma relação íntima com a criança e uma determinação quanto a
seu uso, ou seja, a ausência ou não de um sistema de regras que organizam
sua utilização. O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens
que evocam aspectos da realidade, coloca a criança na presença da
reprodução, tudo que existe no cotidiano é substituído por objetos que as
crianças manipulam. Os brinquedos reproduzem aparelhos eletrodomésticos,
naves espaciais, bonecos, robôs e incorporam características reais relacionadas
à idade e ao público ao qual é destinado. O brinquedo está relacionado à cultura,
é um suporte para as brincadeiras e um material que estimula o imaginário
infantil.
O brincar, o brinquedo e as brincadeiras pedagógicas são relevantes para
situações de ensino-aprendizagem no ensino infantil. Quando as situações
lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto para estimular a aprendizagem
de um determinado conceito, surge a dimensão educativa. Utilizar o jogo na
Educação Infantil significa transportar para o campo do ensino-aprendizagem
condições para a construção do conhecimento, do prazer e da iniciação a vários
tipos de habilidades. Jogando, a criança constrói seu crescimento e, através dos
jogos os processos mentais vão se tornando superiores.
O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. “O brincar é
uma experiência humana rica e complexa.” (ALMEIDA, M. T. P, 2000)
Os brinquedos são preservados através dos tempos e transmitidos de
uma geração para outra como: blocos lógicos, amarelinha, pião, pipa, etc. Há
outros brinquedos que fazem parte do repertório lúdico das crianças do século
XX, como peteca, bilboquê, etc. A brincadeira é o alimento da personalidade que
está se formando. Na antiguidade, a brincadeira tinha representatividade tanto
para crianças quanto para adultos.
1.2- A importância do brincar, do brinquedo e da brincadeira na idade
infantil entre três e quatro anos.
A infância passa por várias fases. E para Piaget (1971)
“Aos três e quatro anos a criança é sensível, afetiva, com
constantes modificações de ideias, crescimento do campo de
memória, da imaginação e do raciocínio. Apresenta movimentos
contínuos, euforia de viver, deslumbramento diante do mundo e
faz muitas perguntas.”
É nessa fase que gosta de brincar em grupo, jogando bola, correndo,
dançando. Apresenta um comportamento agressivo e a brincadeira ajuda a
reduzir toda essa tensão emocional, por isso tem grande importância. Para
resolver tensões do dia a dia, a criança envolve-se em um mundo ilusório e
imaginário onde os desejos não realizados podem ser realizados; um mundo
chamado brinquedo.
Ao separar o mundo adulto do infantil e ao diferenciar o trabalho da
brincadeira, a humanidade construiu, no romantismo, a imagem da criança que
brinca através do seu mundo, cheio de desejos, experiências, sonhos e fantasia.
O desenvolvimento da criança nessa faixa de idade é muito importante, pois
refletirá no seu desenvolvimento futuro. Ao terceiro ano de vida, ela passa por
transformações comportamentais muito representativas para toda sua vida.
Nessa idade, a criança encontra um ambiente novo, que é o jardim da infância,
onde se encontra só (leia-se sem a mãe), tendo contato com outras crianças. É
certo que haverá uma troca de experiências, que inicialmente é brusca, mas é o
primeiro passo para um sistema de vida diferente.
Piaget (1971)
“Esclarece-nos sobre a atividade fundamental para a criança que
é o brincar, mostrando que o jogo é satisfação de necessidades
que as crianças têm, de movimento, de liberação dos impulsos
normais a essa idade e a libertação de complexos afetivos.
Brincar implica numa dimensão evolutiva onde crianças de
mesma idade, mas características distintas podem conviver e
evoluir juntas.”
Sendo assim, é importante considerar o “brincar” como elemento essencial
para o desenvolvimento integral da criança e salientar o papel do professor
como organizador das atividades lúdicas; contribuindo com isso para a
sinalização de um interior rico, saudável, disponível para agir e interagir,
cooperar ou competir, imitar, criar e recriar um processo de avanços
progressivos.
Podemos enfatizar que o jogo desafia o pensamento da criança,
provocando desequilíbrio, proporcionando descobertas e invenções, não a
memorização mecânica. Na aula modelada pelo método tradicional, o professor
tem a palavra como poder e autoridade como reforço condutor de conhecimento.
Saber e poder juntam-se para dar-lhe segurança.
Não obstante, o brincar ganha espaço na aula modelada pela criatividade,
espontaneidade e desafio do pensamento da criança. Em tal aula, busca-se criar
um ambiente estimulador, envolto num clima de respeito mútuo, no qual o
professor procura ajudar seu aluno a estruturar sua personalidade, autonomia,
autoestima, iniciativa própria e conhecimento.
Para Piaget (1984)
“Aprender, realmente é um processo de investigação pessoal em
que se formulam hipóteses como faz um pesquisador, o qual tem
expirações, engana-se, avança e recua, sofre e se alegre
sucessivamente.”
As verdadeiras aprendizagens não se fazem copiando do quadro ou
prestando a atenção ao professor, e sim o brincar muitas vezes, acrescenta ao
currículo escolar uma maior vivacidade de situações que ampliam as
possibilidades de a criança aprender e construir o conhecimento. O brincar
permite que o aprendiz tenha mais liberdade de pensar e de criar para
desenvolver-se plenamente.
1.3 O papel da escola e do educador no desenvolvimento da criança
através do lúdico.
Na Educação, muitas vezes relaciona-se jogos e brincadeiras como algo
para o aluno fazer em casa, no recreio e/ou nas aulas de Educação Física.
Porém, muitos professores pensam que seria possível utilizar alguns jogos e
brincadeiras em sua sala de aula. Entretanto, há uma pergunta que norteia o
pensamento dos profissionais da educação: usar ou não jogos e brincadeiras
nas aulas? Independente de ser a favor ou contra, a tarefa consistirá em criar
um texto dissertativo para apresentar ao centro pedagógicos da escola
informações referentes a este tema, para assim colocá-lo em questão. O
trabalho deverá ser feito em conjunto com outros colegas (professores),
relacionando jogos e brincadeiras com os conteúdos didáticos, estudando sua
pertinência ou não, tomando uma posição sobre o assunto. Após redigir o texto,
o professor fará uma mesa redonda para que se discutam, surjam opiniões e,
assim, encontrar o caminho que a escola vai seguir.
A brincadeira acontece onde quer que a criança se encontre,
independente do local. Basta um pequeno estímulo para que sua imaginação a
leve para um mundo repleto de criatividade e movimento, expressando o seu
interior. Diariamente nos deparamos com os mais diversos tipos de relações e
estas são inerentes ao meio em que vivemos. O ser humano por sua natureza é
expressivo, afetivo e relacional, mas muitas vezes, por algum motivo, essas
qualidades são bloqueadas. É necessário trabalhar as emoções, independente
da idade. Sendo o adulto um educador, ele deverá procurar ter consciência de
suas limitações a fim de superá-las. Um adulto bem informado e preparado terá
condições de intervir e proporcionar com maior intensidade o desenvolvimento
da criança, pois o brincar na escola tem também uma função informativa para o
professor.
É importante que a ação do educador se oriente no sentido de ampliar o
repertório das crianças, não só do ponto de vista lingüístico, como também do
cultural. Cabe ao educador a tarefa de alimentar o imaginário infantil, de forma
que as atividades das crianças se enriqueçam, tornando-se mais complexas
pelas relações que vão sendo estabelecidas.
Ao educador cabe, então, tendo em vista a compreensão e o
conhecimento da evolução das crianças, pensar que tipo de atividade propor,
tendo clareza de intenção, isto é, sabendo o que as crianças podem desenvolver
com a atividade proposta. Um segundo ponto, também fundamental, é o
encaminhamento da atividade, ou seja, a definição de como ela será realizada,
prevendo a ocupação do espaço e o limite do tempo, de acordo com a natureza
da própria atividade, permitindo a realização dos movimentos em sua amplitude.
Assim pode-se dizer que o brincar da criança não pode ser considerado uma
atividade complementar a outras de natureza dita pedagógica, mas sim como
atividade fundamental para a constituição de sua identidade cultural e de sua
personalidade.
CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi conhecer a evolução histórica dos jogos e
brincadeiras, quais os teóricos que se debruçam na pesquisa desse tema,
principalmente na educação infantil, sugerir o resgate das brincadeiras
tradicionais, como atividade lúdica e como instrumento metodológico de ensino,
como também sensibilizar os professores de educação infantil do importante
papel
que
os
jogos,
as
brincadeiras
e
os
brinquedos
exercem
no
desenvolvimento da criança. Essa pesquisa teve como princípio norteador
conhecer os problemas entre o ato de ensinar e aprender. Desta forma, esperase oferecer sugestões aos educadores a cerca da importância do brincar na vida
do ser humano e, em especial na vida da criança. Conclui-se que é fundamental
a participação da professora nas atividades, contribuindo na ampliação das
experiências das crianças, proporcionando-lhes base sólida para suas atividades
físico-motoras, sociais e culturais. Quanto mais as crianças sentirem e
experimentarem, quanto mais aprenderem e assimilarem, quanto mais
elementos reais tiverem em suas experiências, tanto mais produtivas e criativas
serão as suas atividades desenvolvidas futuramente.
O desenvolvimento infantil está em processo acelerado de mudanças, as
crianças estão desenvolvendo suas potencialidades precocemente em relação
às teorias existentes. Diante dos avanços em geral, da evolução científica e
tecnológica, a criança deste século também está evoluindo. A mudança de
hábitos e atitudes dos adultos para com a criança desde seu nascimento
ocasionou alterações em todo o seu desenvolvimento. As famílias menos
numerosas, pais que trabalham fora; crianças que frequentam berçários, creches
ou escolinhas maternais recebem estímulos distintos daquelas que eram criadas
em casa, como irmãos e que só saíam para a escola aos sete anos.
É, portanto, com esta criança que o educador tem de saber lidar, tem de
reconhecer suas necessidades e procurar atendê-las dentro do contexto
educacional atual.
A escola está interagindo com a teoria construtivista, que toma corpo cada
vez mais, mas a criança hoje parece ser mais esperta, desenvolve-se antes do
tempo previsto, pois algumas habilidades foram estimuladas precocemente; é
porque tem permissão para expressar suas vontades e seu intelecto é muito
mais estimulado. Porém, ela tem diferentes formas de ansiedade, de medos e
inseguranças com os quais o educador tem de estar preparado para lidar.
Além de organizador o professor também é facilitador nesse processo.
Não mais aquele que expõe todo o conteúdo aos alunos, mas aquele que
fornece as informações necessárias, que o aluno não tem condições de obter
sozinho.
As conclusões deste trabalho são a de verificar o mundo amplo da
criança. Houve a oportunidade de enxergá-la de maneira mais detalhada e
consistente; de observar que cada pequeno movimento, cada detalhe é muito
complexo, é produto não somente dos interesses e das características da
criança de determinada faixa etária, mas também do aprendizado de toda vida
desta criança.
O trabalho não esgotou o assunto, no entanto, coube concluir que é de
suma importância a procura de atividades lúdicas em educação, para além das
paredes das salas de aula e dos próprios “muros” pseudoteóricos. Pode-se ter
clareza e a profundidade necessária para entender o jogo como elemento central
e vivo no contexto do desenvolvimento global da criança.
A aprendizagem somente se tornará significativa quando seus objetivos
estiverem de acordo com as necessidades e os interesses dos alunos sendo
respeitadas e valorizadas as diferenças individuais, em um ambiente que
contemple a experimentação, a livre expressão e a criação. Ressalta-se a
importância de se garantir que o aluno vivencie as atividades com liberdade de
poder manifestar-se, interferindo no processo e não simplesmente realizando
movimentos mecanizados.
Na medida em que a criança se desenvolve, passa a ser capaz de
estabelecer relações, ou seja, sua ação não se reduz aos objetos em si, mas
pode ser mentalmente executada. Em outras palavras, a ação não se subordina
aos objetos concretos: vai além deles, porque a criança já é capaz de pensar,
levantar hipóteses, interpretar e criar. Já não é uma ação por vezes sem sentido
ou sem coordenação, mas há intencionalidade e planejamento, pois ela busca
alcançar um objetivo, coordena informações e articula diferentes pontos de vista.
A prática do lúdico através dos jogos e brincadeiras, pode exercer uma
ação preventiva e curativa em relação às dificuldades de aprendizagem,
contribuindo para a formação das crianças que enfrentam um sistema escolar
exigente: grandes expectativas quanto ao resultado (desempenho em termos de
notas) e compromisso com as séries posteriores.
Por esses motivos, é imprescindível que as crianças tenham recursos
internos para enfrentar e resolver desafios, adquirindo gradativamente
autonomia para ter iniciativa, responsabilidade e organização com as tarefas
escolares. A ação preventiva dos jogos na Educação tem a função de estimular
a curiosidade, o espírito de cooperação e a busca de soluções: atitudes exigidas
no futuro sejam na escola ou na vida.
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RIBEIRO, Louder E. e PINTO, Gerusa R. O real do construtivismo. Vol. I. Belo
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