Brincar é coisa séria - IBB

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Brincar é coisa séria
Por Mayara Ayumi Hatanaka, aluna bolsista MEC/SESu – PET
Releitura de: Melinda Wenner, Brincar é coisa séria, páginas 26 a 35, Janeiro de
2011.
O psiquiatra Stuart Brown – ao ser convocado para investigar o incidente
ocorrido em 1º de agosto de 1966, no qual, um estudante de Engenharia e exatirador de elite da marinha americana, Charles Whitman, subiu no topo da
torre do campus de Austin, da Universidade do Texas e atirou em 46 pessoas,
realizou uma entrevista com 26 assassinos condenados no Texas EUA e
descobriu que, a maior parte deles, tinham dois pontos em comum: eram de
famílias violentas e raramente ou nunca brincavam quando crianças.
Outras pesquisas recentes publicaram que a incorporação de atividades
lúdicas no cotidiano das crianças auxilia na diminuição do estresse no adulto, e
tem influência no desenvolvimento intelectual e nas habilidades sociais da
criança.
Em um estudo publicado em 2008, Stephen Siviy, da Faculdade de Gettysburg,
nos Estados Unidos, descreveu a influência da brincadeira em roedores. Nesse
estudo, foram colocados em um primeiro momento, ratos em gaiolas individuais
com uma coleira que havia sido utilizada por um gato. Nesse primeiro
momento, notou-se o alto nível de estresse nos animais. Em um segundo
período, foram colocados mais animais, que não tiveram contato com a coleira
usada pelo felino. Os ratos começaram a brincar e fora percebido uma
diminuição do estresse no animal, quando comparado ao primeiro grupo.
Em crianças, o contato com brincadeiras sem regras a serem seguidas revelam
um maior desenvolvimento do intelecto, uma vez que, as obriga a desenvolver
sua criatividade, usar a imaginação, que também, os ajudaria a lidar com
situações inusitadas e o desenvolvimento das habilidades sociais.
Entretanto, atualmente, os pais com o propósito de encaminharem seus filhos
às melhores universidades e darem uma formação impecável, têm-se
diminuído o tempo das brincadeiras e substituindo-o; isso, por sua vez, poderá
significar a “dificuldade dessas mesmas crianças de lidar com um mundo
emocionalmente imprevisível e complexo” como alerta o neurocientista em
comportamental Sergio M. Pellis.
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