UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI PPG - PRODUÇÃO VEGETAL MARCIANE CRISTINA DOTTO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) SUBMETIDAS A APLICAÇÃO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO, EM GURUPITO. ORIENTADOR: Dr. Eduardo Andrea Lemus Erasmo GURUPI – TO FEVEREIRO/2014 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI PPG - PRODUÇÃO VEGETAL MARCIANE CRISTINA DOTTO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) SUBMETIDAS A APLICAÇÃO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO, EM GURUPITO. Dissertação apresentada na UFT no dia 04 de Fevereiro de 2014, como parte das exigências do curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal, para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal na área de concentração Fitossanidade. GURUPI – TO FEVEREIRO/2014 I Trabalho realizado junto ao Programa de Mestrado em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins, sob orientação do Professor Dr. Eduardo Andrea Lemus Erasmo, com apoio financeiro Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES). Banca examinadora: ___________________________________________ Eduardo Andrea Lemus Erasmo, Dr. Professor da Universidade Federal do Tocantins (Orientador) ___________________________________________ Horllys Gomes Barreto, Dr. Professor da Universidade Federal do Tocantins (Avaliador) ___________________________________________ Tarcísio Castro Alves de Barros Leal, Dr. Professor da Universidade Federal do Tocantins (Avaliador) ___________________________________________ José Iran Cardoso da Silva, Dr. PNPD/Capes/UFT (Avaliador) II A Deus, Por não deixar desanimar diante das dificuldades inerente à vida terrestre e sempre estar ao meu lado. OFEREÇO Dedico está Dissertação aos meus pais, sustentáculo de todos os momentos, porque não há conquistas minhas que não sejam, também, deles. Pessoas com as quais tenho o privilégio de compartilhar a existência. DEDICO III Ao Professor Dr. Eduardo Andrea Lemus Erasmo. Pelas orientações irrestritas, incentivos, apoio incondicional, amizade, paciência e conhecimentos transmitidos, e também pelo exemplo profissional como indivíduo, educador e pesquisador, minha profunda admiração e gratidão. O MEU SINCERO RECONHECIMENTO IV AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus pelo milagre da vida e pela infinita misericórdia com que me tem agraciado todos os dias, permitindo, inclusive a consecução deste trabalho. Agradeço a meus pais Moacir Dotto e Cedeni A. Dotto, por serem anjos em minha vida, por espelharem amor, dedicação, tolerância, compreensão e por terem abdicado e sacrificado tanto de si mesmos em favor de mim. Agradeço aos meus irmão, Michel e Murilo pela credibilidade e pela torcida que me impulsionou e me alegrou no caminho árduo. Agradeço ao meu namorado Erley de Lima Brito Filho pelo apoio, carinho e compreensão. Agradeço a meu orientador Dr. Eduardo Andrea Lemus Erasmo, que foi mais que um orientador para mim, foi um “Pai”, o qual sempre me orgulho em dizer que sou sim, sua filhota. E por que não dizer amigo, rígido em alguns momentos, mas, ao mesmo tempo compreensível e adorador do seu trabalho, e que, através de seus projetos de pesquisa, tornou minha vida acadêmica muito mais prazerosa. Ao meu amigo Gislean Pereira de Carvalho, pelo apoio e ajuda na elaboração e discussão dos dados deste trabalho. Aos companheiros desta Jornada, Analu Guarnieri, Djalma Junior e Higor Reis, pela amizade, apoio e atenção. Aos companheiros de pesquisa Sara, Carolina, Bonfim, José Iran, Thomas, Sérgio, Bruno, Francisco, Paulo, Renato, Tânia, Amanda, Mariana, Ismael, Uembles e André , pela força, ajuda e companheirismo. Agradeço ao Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros Leal, Dr. Horllys Gomes Barreto, Dr. José Iran Cardoso da Silva, por terem gentilmente aceito examinar este trabalho de conclusão de curso, e por demais incentivos durante o curso. Aos Amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhas. Com vocês, as pausas entre um parágrafo e outro de produção melhora tudo o que tenho produzido na vida. A todas as pessoas que direta e indiretamente, contribuíram na realização deste trabalho. Meus sinceros agradecimentos !!! V SUMÁRIO RESUMO DA DISSERTAÇÃO ............................................................................................. ........10 ABSTRACT ...................................................................................................................................... 11 INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................................ 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO GERAL ........................................ 17 CAPÍTULO I AÇÃO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO EM PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.), NO PRIMEIRO ANO DE IMPLANTAÇÃO.........................................................................20 RESUMO .......................................................................................................................................... 20 ABSTRACT ...................................................................................................................................... 20 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 21 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 22 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 25 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 37 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Temperatura mínima e máxima e precipitação média durante o ciclo da cultura no ano agrícola 2012/2013. Gurupi – TO. ....................................................................................................22 Figura 2 A Flor feminina; B Flor masculina; C Flor hermafrodita...................................................24 6 Figura 3 Altura (cm) de plantas de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013..................................................26 Figura 4 Diâmetro de caule de plantas de pinhão manso, em um período de 240 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013...........................................................................................................................................28 Figura 5 Diâmetro de copa de plantas de pinhão manso, em um período de 240 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013.................30 Figura 6 Número de Ramos primários, secundários, terciários e quartenários, em plantas de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013.....................................................................................................................31 Figura 7 Número de flores masculinas, femininas, hermafroditas e relação de flor masculinofeminina em plantas de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013..................................................................33 Figura 8 Número de frutos por plantas de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013...........................................................................................................................................35 LISTA DE TABELA Tabela 1 Descrição dos tratamentos com diferentes doses de reguladores de crescimento aplicados em plantas de pinhão-manso de primeiro ano. Gurupi/TO, 2012/2013.............................................23 CAPÍTULO II AÇÃO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO EM PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.), COM DOIS ANOS DE IDADE................................................................................................39 RESUMO .......................................................................................................................................... 39 ABSTRACT ...................................................................................................................................... 39 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 40 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 41 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 44 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 57 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Temperatura mínima e máxima e precipitação média durante o ciclo da cultura no ano de 2013. Gurupi – TO. ...........................................................................................................................41 Figura 2 A Flor feminina; B Flor masculina; C Flor hermafrodita...................................................43 Figura 3 Altura (cm) de plantas de pinhão manso, em um período de 90 dias de crescimento, após aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013..................................................45 Figura 4 Diâmetro de copa (cm) de plantas de pinhão manso, em um período de 90 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2013...........................47 Figura 5 Diâmetro de ramo (cm) de plantas de pinhão manso, em um período de 90 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2013...........................49 Figura 6 Comprimento de ramo (cm) de plantas de pinhão manso, em um período de 90 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO,2013............................51 Figura 7 Número de flores masculinas, femininas, hermafroditas e relação em plantas de pinhão manso, em um período de 90 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2013..............................................................................................................................53 Figura 8 Número de frutos por plantas de pinhão manso, em um período de 90 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO,2013.................................................55 LISTA DE TABELA Tabela 1 Descrição dos tratamentos com diferentes doses de reguladores de crescimento aplicados em plantas de pinhão-manso de primeiro ano. Gurupi/TO, 2013......................................................42 Tabela 2 Relação de flores masculinas para uma flor feminina (Masculinas/Femininas), por inflorescência de plantas de pinhão manso, pulverizadas ou não, com reguladores de crescimento. Gurupi – TO, 2013.............................................................................................................................54 CAPÍTULO III AÇÃO DE BENZILADENINA EM PLANTAS DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.)..60 RESUMO .......................................................................................................................................... 60 ABSTRACT ...................................................................................................................................... 60 8 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 61 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 62 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 65 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 74 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Temperatura mínima e máxima e precipitação média durante o ciclo da cultura no ano de 2013. Gurupi – TO............................................................................................................................63 Figura 2 A Flor feminina; B Flor masculina; C flor hermafrodita....................................................64 Figura 3 Diâmetro e comprimento dos ramos de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas), aos 90 Dias após a aplicação (DAA), em resposta a aplicação de benziladenina em três concentrações. Gurupi-TO, 2013................................................................................................................................67 Figura 4 Número de flores masculinas, femininas, hermafroditas por inflorescencia , em função da aplicação pulverizada (P) e localizada (L) de benziladenina, em plantas de pinhão manso (Jatropha curcas), Gurupi – TO 2013................................................................................................................69 Figura 5 Inflorescência de plantas de pinhão manso, submetida a aplicação (Localizada e Pulverizada ) de Benziladenina, Gurupi – TO 2013...........................................................................70 Figura 6 Número de frutos por cacho, em função da aplicação pulverizada (P) e localizada (L) de benziladenina, em plantas de pinhão manso (Jatropha curcas), Gurupi – TO 2013.........................72 LISTA DE TABELA Tabela 1 Descrição dos tratamentos com diferentes doses do regulador de crescimento Maxel, aplicadonem plantas de pinhão manso com 26 meses após o plantio. Gurupi/TO, 2013..................63 Tabela 2 Incremento na altura e diâmetro de copa, de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas), 90 dias após a aplicação, em resposta a aplicação pulverizada de benziladenina, em três concentrações, Gurupi-TO, 2013.......................................................................................................66 Tabela 3 Relação de Flor Masculina / Feminina, de plantas de pinhão manso, pulverizadas em planta total ou localmente nas flores, com Benziladenina, média de 60 dias após a aplicação (DAA). Gurupi – TO, 2013.............................................................................................................................71 9 RESUMO DA DISSERTAÇÃO Essa dissertação é dividida em três capítulos onde analisa o crescimento vegetativo e reprodutivo de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas L.) sob diferentes tipos de reguladores de crescimento em Gurupi-TO. No capitulo I descreve-se a ação de três reguladores de crescimento no desenvolvimento de plantas pinhão manso de primeiro ano, Stimulate (1 e 1,25ml . L-1), Curavial (0,5 e 1,5g . ha -1) e Tuval (3 e 3,3L. ha-1) mais a testemunha. Para a avaliação da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis: altura, diâmetro de copa, diâmetro de caule, número de ramos, número de flores masculinas, femininas, relação de flor masculina/feminina e número de frutos por planta. As avaliações das variáveis altura e diâmetro de copa e número de ramos foram realizadas mensalmente até os 360 dias após a aplicação dos reguladores de crescimento e o diâmetro do caule foi avaliado até os 240 após a aplicação. A avaliação do número de frutos, foi realizada mensalmente, considerando aqueles com mais de 5cm de diâmetro. As flores foram contadas em duas inflorescências selecionadas em dois ramos opostos da planta, separando-as em flores masculinas, femininas e hermafroditas, em intervalo de avaliação de quatro dias e para adquirir a relação de flor masculina/feminina, dividiu-se o número de flores masculinas pelo número de flores femininas. A altura e diâmetro do caule das plantas de pinhão manso não sofreram efeito expressivo com a aplicação dos reguladores de crescimento. O regulador de crescimento Tuval 3L . ha-1 foi o único que apresentou uma pequena redução no diâmetro de copa. O número de flores por inflorescência de forma geral, não foram afetadas pela a aplicação dos reguladores de crescimento e o Curavial 0,5g . ha-1 foi o único regulador de crescimento a promover um aumentou no número de frutos por planta. No Capítulo II descreve-se a ação de três reguladores de crescimento no desenvolvimento de plantas pinhão manso com dois anos de idade, Stimulate (1 e 1,25ml . L-1), Curavial (0,5 e 1,5g . ha -1) e Tuval (3 e 3,3L. ha-1) mais a testemunha. Para a avaliação do desenvolvimento da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis: altura, diâmetro de copa, diâmetro e comprimento do ramo, número de flores masculinas, femininas, relação de flor masculina/feminina e número de frutos por planta. As avaliações foram realizadas mensalmente até os 90 dias após a aplicação dos reguladores de crescimento. A avaliação do número de frutos, foi realizada mensalmente, considerando aqueles com mais de 5cm de diâmetro. As flores foram contadas em duas inflorescências selecionadas em dois ramos opostos da planta, separando-as em flores masculinas, femininas e hermafroditas, em intervalo de avaliação de quatro dias e para adquirir a relação de flor masculina/feminina dividiu-se o número de flores masculinas pelo número de flores femininas. Todos os reguladores de crescimento com exceção do Tuval na menor dose, promoveram aumentos que variaram entre 15 e 18 %, no número de frutos por planta. Os reguladores de crescimento promoveram redução tanto no diâmetro e comprimento de ramos. O número e relação de flores de forma geral não foram afetados pela utilização dos reguladores de crescimento. O capitulo III teve como objetivo avaliar o efeito de três doses de benziladenina (150, 300 e 450mg L-1) aplicadas de forma pulverizada e uma dose de (150mg L-1), aplicada de forma Localizada (sobre a inflorescência). O experimento foi realizado em campo, em plantas de 26 meses de idade. As variáveis avaliadas para aplicação Pulverizada foram: Altura, diâmetro de copa, diâmetro e comprimento de ramo, número de flor masculina, feminina, hermafrodita, relação de flor masculina/feminina por inflorescência e número de frutos por cacho. Para a aplicação Localizada (sobre a inflorescência) as variáveis avaliadas foram: número de flor masculina, feminina, hermafrodita, relação de flor masculina/feminina por inflorescência e o número de frutos por cacho. As características da planta como altura e diâmetro de copa não foram afetadas com a aplicação de benziladenina pulverizada. As doses de benziladenina de 150 e 450mg L-1, aplicadas em pulverização em toda a planta, promoveram menor crescimento de ramos. A aplicação pulverizada 10 de Benziladenina diminuiu a relação de flor masculina/feminina em 16,7%. A aplicação localizada de Benziladenina apresentou aumento no número de flores femininas, hermafroditas, fruto por cacho e diminuiu a relação de flor masculina/feminina. O número de frutos por cacho aumentou 3 vezes com a aplicação da benziladenina localizada. Palavras-chave: Jatropha curcas L, Florescimento, Análise de crescimento. ABSTRACT OF DISSERTATION This dissertation is divided into three chapters which analyzes the vegetative and reproductive growth of plants of Jatropha (Jatropha curcas L) under different growth regulators in Gurupi -TO. In chapter I describe the action of three growth regulators in developing plant jatropha first year, Stimulate ( 1 and 1,25ml . L - 1), Curavial (0,5 and 1,5g . ha -1) and Tuval (3 and 3,3L ha - 1) plus the control . Height , crown diameter, stem diameter, number of branches, number of male flowers, female ratio of male/female flower and fruit number per plant: for assessing the culture of jatropha, the variables were collected. Variable height and canopy diameter, number of branches evaluations were performed monthly until 360 days after application of growth regulators and stem diameter has been reported up to 240 after application. The evaluation of the number of fruits, was monthly , whereas those with more than 5cm in diameter. The flowers were counted in two selected from two opposite branches of the plant clumps , dividing them into male, female and hermaphrodite flowers in range assessment of four days and to acquire the ratio of male/female flower , we divided the number of male flowers by the number of female flowers. The height and diameter of the stem of Jatropha plants suffered no significant effect to the application of growth regulators. The growth regulators Tuval 3L . ha - 1 was the only one that showed a small reduction in canopy diameter . The number of flowers per inflorescence in general, were not affected by the application of growth regulators and Curavial 0,5g . ha - 1 was the only growth regulator to promote increased the number of fruits per plant. In Chapter II describes the action of three growth regulators on the development of Jatropha plants two years old , Stimulate (1 and 1,25 ml L- 1), Curavial (0,5 and 1,5g ha- 1) and Tuval (3 and 3,3 L ha- 1) plus the control. Height, crown diameter, diameter and length of the branch, number of male flowers, female ratio of male / female flower and fruit number per plant: To review the development of the culture of Jatropha, the variables were collected. The evaluations were performed monthly until 90 days after application of growth regulators. The evaluation of the number of fruits, was monthly, whereas those with more than 5cm in diameter. The flowers were counted in two selected from two opposite branches of the plant clumps, dividing them into male , female and hermaphrodite flowers in range assessment of four days and to acquire the ratio of male / female flower divided the number of flowers Men by the number of female flowers. All growth regulators Tuval except at the lowest dose, promoted increases ranging between 15 and 18%, the number of fruits per plant. Growth regulators promoted a reduction in both the diameter and length of branches. The number and ratio of flowers in general were not affected by the use of growth regulators. The chapter III aimed to evaluate the effect of three doses of benzyladenine (150, 300 and 450 mg L- 1) applied in spray form and a dose (150 mg L- 1) applied so positioned (on the inflorescence ). The experiment was conducted in the field, in plants of 26 months old. Variables evaluated for sprayed application were: height, crown diameter, diameter and length of branch, number of male, female, hermaphrodite flower ratio of male/female per inflorescence and number of fruits per bunch flower. Located to the application (on the inflorescence) variables were evaluated: number of male, female, hermaphrodite flower ratio of male/female flowers per inflorescence and the number of fruits per bunch. Plant characteristics such as height and canopy diameter were not affected by the application of benzyladenine spray. Doses of 150 benzyladenine 11 and 450 mg L-1 spray applied to the entire plant, lower promoted shoot growth. The spray application of benzyladenine decreased the ratio of male/female flower at 16,7%. The localized application of benzyladenine showed an increase in the number of female flowers hermaphrodite, fruit per bunch and decreased the ratio of male/female flower. The number of fruits per bunch increased by 3 times with the application of benzyladenine located. Keywords: Jatropha curcas L, Flowering, Growth analysis. INTRODUÇÃO GERAL O pinhão-manso pertence à Família Euphorbiaceae, é um arbusto de crescimento rápido, com altura entre dois a três metros, mas pode alcançar até cinco metros em condições especiais, possui raízes curtas e pouco ramificadas, diâmetro do tronco de aproximadamente 0,20cm e dividise desde a base, em compridos ramos, com numerosas cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estação seca, as quais ressurgem logo após as primeiras chuvas (PEREIRA, 2012). Os frutos do pinhão-manso são do tipo cápsula trilocular, com diâmetro de 1,5 a 3,0 cm e comprimento de 2,5 a 4,0 cm, podendo apresentar uma, duas, três ou até quatro sementes. Formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa, indeiscente, inicialmente verde, passando a amarelo, a castanho e por fim, preto, quando atinge a maturação fisiológica (SATURTINO et al.; 2005). O peso dos frutos varia de 1,5 a 3,0 g (DIAS et al., 2007). A semente de pinhão-manso, com massa variável entre 0,5 e 0,8 g, é relativamente grande e, quando seca, mede de 1,5 a 2,0 cm de comprimento e 1,0 a 1,3 cm de largura. Estas podem ter em torno de 33 a 45% de cascas e 55 e 66% de amêndoa. Aproximadamente, a amêndoa fornece entre 50 e 52% de óleo, extraído com solvente, e entre 25 e 30% em casos de extração por prensagem (HAAS et al., 2000). A espécie de pinhão manso (Jatropha curcas L.) tem como provável origem a América Central, e de acordo com Gexsi (2008), sua introdução no Brasil se deu por meio dos portugueses. A espécie foi introduzida, em vários continentes, nas zonas tropicais e subtropicais, tendo sido levado também pelos portugueses do Caribe às ilhas do Cabo Verde, de onde ocorreu sua distribuição pela África e Ásia (HELLER, 1996). A espécie possui vasta distribuição geográfica devido a sua rusticidade e resistência à seca e às longas estiagens, adaptável às adversidades de solo e de clima, sendo seu desenvolvimento favorecido por altas temperaturas e umidade, como também por solos mais férteis. Sobrevive em condições adversas, mas com significativa redução da produção (RESENDE et al.; 2009). 12 Segundo Carnielli (2003) o pinhão-manso ocorre praticamente em todas as regiões brasileiras, sempre de forma dispersa, adaptando-se às diversas condições edafoclimáticas. Segundo este autor, o pinhão manso se desenvolve bem tanto nas regiões tropicais secas como nas zonas equatoriais úmidas, assim como nos terrenos áridos e pedregosos, podendo suportar longos períodos de secas. Encontra-se desde a orla marítima, ao nível do mar, até 1.000 m de altitude, sendo o seu cultivo mais indicado em regiões que apresentem entre 500 e 800 m. (BELTRÃO, 2006). O pinhão-manso é considerado uma espécie produtora de óleo e, também, usada na fabricação caseira de sabão. Seu maior atributo, entretanto, é o alto teor de óleo produzido pelas sementes, que varia de 29 a 40%, podendo frutificar por mais de 40 anos (ARRUDA, 2004; NUNES, 2007). Segundo Arruda (2004), em espaçamento 3x3 m, o rendimento anual de óleo pode atingir de 3,0 a 4,0 t.ha-1. Para Carnielli (2003), o pinhão manso produz, no mínimo, duas toneladas de óleo por hectare ano. Dias (2007) apresenta um rendimento de 4 a 5 kg de frutos por planta e Peixoto (1973) afirma que o rendimento dessa cultura varia de 500 a 1.200 kg de sementes limpas por hectare. A floração das plantas de pinhão-manso é desuniforme. Assim, frutos na mesma inflorescência podem ter diferentes idades e níveis de deiscência (abertura), fato dificultador de colheita mecânica (ALVES et al., 2008). A inflorescência é uma cimeira definida que surge junto com as folhas novas. A planta é caracterizada como monóica, as flores são de coloração amareloesverdeadas, unissexuais e produzidas na mesma inflorescência e ocasionalmente, apresentam flores hermafroditas. As flores femininas, localizadas na base das ramificações, apresentam ovário com três carpelos, cada um com um lóculo, que produz um óvulo com três estigmas bifurcados separados. As flores masculinas ocorrem em maior número e são dispostas nas extremidades das ramificações (JUHÁSZ, 2009). Na mesma inflorescência o número de flores femininas varia, geralmente, entre cinco a 20. Em cada inflorescência, a partir do momento em que a primeira flor desabrocha, as demais abremse sequencial e diariamente por 11 dias (SOLOMOM e EZRADANAM, 2002). A quantidade de inflorescências que a planta poderá emitir durante o ciclo depende de condições edafoclimáticas, como também das características inerentes da própria planta. De acordo com Juhasz et al. (2009), o florescimento é um dos principais estágios fenológicos para a produção de óleo de Jatropha curcas, uma vez que o número de flores femininas e sua fecundação determinam quantos frutos e sementes serão desenvolvidos. 13 Raju e Ezradanam (2002) verificaram floração do pinhão-manso durante a estação chuvosa, muitas vezes com dois picos de floração, ou seja, durante o verão e o outono, na Índia. Meng et al. (2009), estudando pinhão manso em regiões de clima quente e chuvoso, verificaram que as plantas floresceram duas vezes ao ano apresentando duas frutificações, entretanto, em algumas regiões secas a floração ocorreu uma vez por ano devido a baixa disponibilidade hídrica do solo. Em regiões permanentemente úmidas a floração foi observada durante todo o ano (HELLER, 1996). Santos et al. (2012) verificaram, da formação à abertura (antese) do botão floral, um período médio de 55 dias, e que o ciclo de desenvolvimento, compreendendo o crescimento, a maturação e o amadurecimento pleno e o início aos sinais de senescência, em média, 65 dias a partir da antese. O ciclo completo de reprodução do pinhão-manso, desde o surgimento da inflorescência até o amadurecimento pleno do fruto na planta, teve duração média de 120 dias. O pinhão-manso apresenta frutificação irregular e maturação desuniforme, o que força os produtores a realizarem inúmeras etapas de colheita (SATURNINO et al., 2005). A desuniformidade no processo de maturação dos frutos tem sido desfavorável à produção de pinhãomanso em grande escala. Por um lado, a realização da colheita em uma única etapa pode refletir em excessiva quantidade de sementes imaturas, mal-formadas e chochas, com consequente diminuição do rendimento por área, grande descarte no beneficiamento, devido a danos mecânicos, e baixo vigor das sementes (MAEDA et al., 1987). Por outro lado, a realização da colheita em várias etapas pode elevar a demanda por mão-de-obra e reduzir os lucros para o produtor. Uma maneira de contornar a desuniformidade no processo de maturação dos frutos é forçando essa uniformidade por meio da utilização de hormônios sintéticos, ou reguladores de crescimento. A descoberta do efeito dos hormônios no controle do crescimento e do desenvolvimento das plantas propiciou o desenvolvimento de substâncias sintéticas que, ao serem aplicadas exogenamente, promovem resposta similar ou maior que a dos hormônios (ALBUQUERQUE, 2009). Os reguladores de crescimento são substâncias químicas sintéticas que podem ser aplicadas diretamente nos vegetais para alterar os processos vitais ou estruturais, por meio de modificações no balanço hormonal das plantas, com a finalidade de aumentar a produção, melhorar a qualidade ou facilitar a colheita (LAMAS, 2001). O hormônio vegetal que está atuando na planta, depende do estágio de desenvolvimento e da atividade da planta, da natureza do estímulo externo, da parte da planta que está recebendo o estimulo e do tempo deste impacto. A reação resultante, seja ela sinergista ou antagonista, pode variar muito, dependendo do órgão em questão e da predisposição da planta (LARCHER, 2000). Um mesmo hormônio pode produzir respostas diferentes em tecidos ou em diferentes fases do 14 desenvolvimento num mesmo tecido. Os tecidos podem requerer diferentes quantidades de hormônios. Desse modo, os sistemas vegetais podem variar a intensidade do sinal hormonal pela alteração das concentrações dos hormônios ou pela mudança na sensibilidade aos hormônios que estão presentes (RAVEN et al., 2001). Segundo Rademacher (2000), os retardadores de crescimento vegetal representam o mais importante grupo de reguladores vegetais utilizados comercialmente, tendo sido bastante empregados na agricultura. São, na sua maioria, inibidores da síntese de giberelinas que atuam na redução do crescimento vegetativo promovendo um direcionamento da energia da planta para o processo reprodutivo e, como consequência, a planta pode apresentar uma maior retenção dos botões florais e frutos (RODRIGUES e LEITE, 2004). Os reguladores de crescimento atuam na redução da produção natural de giberelina, modificando a morfologia da planta que torna-se de pequeno porte. Outros químicos que reduzem o tamanho de plantas interferem no desenvolvimento do meristema apical, interferindo no florescimento normal. Os reguladores vegetais afetam a formação de células e a elongação do internódio abaixo do meristema; assim, plantas curtas são obtidas com o desenvolvimento de flores normais. Esses retardantes são frequentemente referidos como antigiberelinas (ALBUQUERQUER 2009). Este mesmo autor afirma que os resultados da aplicação de retardantes são opostos aos da giberelina nas plantas. Comprimento de internódios são reduzidos, contudo o número de internódios não é normalmente afetado. Além disso, as folhas são menores e ficam com um verde mais forte. Contudo, todos retardantes de crescimento tem uma ação similar dentro da planta, com poucas diferenças em resposta na produção. As reações para essas diferenças não são claramente compreendidas. A aplicação exógena de reguladores de crescimento pode ser usada para estimular a resposta produtiva das plantas e promover o seu crescimento em condições ambientais adversas (MARENCO & LOPES, 2007). O cloreto de chlormequat, um dos reguladores de crescimento de plantas mais utilizado, pode persistir na planta em forma não metabolizada por até seis meses (SMIT et al., 2005). Seu mecanismo de ação ainda não está totalmente elucidado (GRIFFIN et al. 1993). O cloreto de chlormequat age nos plastídeos, dito como inibidor do primeiro estádio, inibindo a ciclização do geranil-geranil difosfato da rota metabólica da giberelina (TAIZ e ZEIGER, 2004). O cloreto de chlormequat possui ação sistêmica, atuando na inibição da síntese das giberelinas. Permite gerenciar o crescimento vegetativo da cultura, direcionando a energia para os 15 processos reprodutivos, possibilitando adequar o espaçamento das plantas (ALBUQUERQUE et al. 2009). As giberelinas estimulam o alongamento e a divisão celular, promovem a frutificação, germinação de sementes, iniciação floral e determinação do sexo. A Giberelina1 (GA1) endógena está relacionada com a estatura e controle do crescimento do caule (KERBAUY, 2004). Dentre os grupos de reguladores de crescimento utilizados, as auxinas desempenham papel importante. O ácido indolbutírico (AIB) é a auxina sintética mais utilizada e mais eficiente para promover o enraizamento de estacas, sendo efetivo para um grande número de plantas (Bose & Mandal, 1972). O AIB, por ser estável à fotodegradação e possuir boa capacidade de promover o enraizamento, tem sido utilizado em estacas de várias espécies, principalmente aquelas que apresentam dificuldade em emitir raízes (FACHINELLO et al., 1996). O Sulfometuron é um regulador de crescimento do grupo químico das Sulfoniluréias, recomendado como maturador para a cana-de-açucar, apresenta ação sistêmica sendo que após a sua absorção pelas folhas da cultura atua nas regiões meristemáticas afetando tanto o crescimento como inibindo a divisão celular. A citocinina sintética 6‑benziladenina acelera a divisão e expansão celular, o que pode resultar em maior resistência dos tecidos dos frutos nas fases de desenvolvimento rápido. As citocininas têm, como efeitos específicos, o aumento da taxa de incorporação de aminoácidos, o retardamento da senescência e o aumento de absorção de nutrientes (SALISBURY & ROSS, 1992). Elas têm sido utilizadas em diversas culturas para acelerar a taxa de crescimento, induzir a formação de raízes, impedir a queda de frutos e ajustar a relação entre flores masculinas e femininas nas inflorescências (KUMAR et al., 2011). Morais e Silva (2009), analisando o efeito de inibidores de crescimento na cultura do pinhão manso, observaram que o paclobutrazol causou redução da altura, da projeção da copa, do número de ramos e diâmetro do caule em relação ao controle. Já o cloreto de mepiquat apresentou redução somente de altura e projeção da copa, não afetando o número de ramos e diâmetro do caule. O regulador de crescimento chlomerquat somente alterou o diâmetro do caule. Esses inibidores da síntese de giberelina atuam na redução do crescimento vegetativo promovendo um direcionamento da energia da planta para o processo reprodutivo, e como consequência, a planta pode apresentar uma melhor retenção dos botões florais e frutos (RODRIGUES & LEITE, 2004). A pulverização dos reguladores de cresciemnto Dikegulac (DK) e Hidrazida Maleica (MH) em Jatropha resultou em um número significativamente maior de ramos em relação ao controle, além disso, altas concentrações de DK (8,0 mM) e MH (4,0 mM) diminuiu significativamente a 16 altura das plantas, comprimento da parte aérea e número de folhas em comparação com a Testemunha (ABDELGADIR et al., 2009). A aplicação exógena de citocinina pode causar mudanças no desenvolvimento de diversas espécies. Pan & Xu (2011) trabalhando com benziladenina (citocinina sintética), em plantas de pinhão manso, observaram um aumento de 3,6 vezes no número de flores totais ( 215-784 ). O rendimento final de sementes por inflorescência foi aumentada em 1,8 vezes ( BA a 80mg / l ) até 3,3 vezes ( BA em 160mg . L-1). Inesperadamente, o teor de óleo das sementes aumentou significativamente de 31,7% ( sementes controle ) para34,8 % ( com 160 mg . L -1 de BA - tratado ). Gouveia et al. (2012), relataram que a aplicação em campo da benziladenina altera positivamente as características de florescimento e frutificação de Jatropha curcas. A aplicação da benziladenina proporciona aumento expressivo do número de flores femininas e da produção de grãos por planta, porém com menor pegamento dos frutos. Contudo objetivou-se neste trabalho avaliar o desenvolvimento de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas L.) submetidas a aplicação de diferentes reguladores de crescimento, em GurupiTO. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDELGADIR, H.; JOHNSON, S.; VAN STADEN, J. Effect of foliar application of plant growth regulators on flowering and fruit set in Jatropha curcas a potential oil seed crop for biodiesel. S Afr J Bot 75:391, 2009. ALBUQUERQUE, T. C. S. de. Absorção de macronutrientes pelas cultivares de videira Thompson Seedless e Italia sob efeito de diferentes retardadores de crescimento e portaenxertos. 1998. 69 f. 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L-1), Curavial (0,5 e 1,5g . ha -1) e Tuval (3 e 3,3L. ha-1). Para a avaliação da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis: altura, diâmetro de copa, diâmetro de caule, número de ramos, número de flores masculinas, femininas, relação de flor masculina/feminina e número de frutos por planta. As avaliações foram realizadas mensalmente até os 360 dias após a aplicação dos reguladores de crescimento e o diâmetro de caule até os 240. A avaliação do número de frutos, foi realizada mensalmente, considerando aqueles com mais de 5 cm de diâmetro. As flores foram contadas em duas inflorescências selecionadas em dois ramos opostos da planta, separando-as em flores masculinas, femininas e hermafroditas, em intervalo de avaliação de quatro dias. A altura e diâmetro do caule das plantas de pinhão manso não sofreram efeito expressivo com a aplicação dos reguladores de crescimento. O regulador de crescimento Tuval 3L . ha-1 foi o único que apresentou redução no diâmetro de copa. O número de flores por inflorescência de forma geral, não foram afetadas pela a aplicação dos reguladores de crescimento e o Curavial 0,5g . ha-1 foi o único regulador de crescimento a promover um aumentou no número de frutos por planta. Palavras-chave: Jatropha curcas L, Florescimento, Análise de crescimento. ABSTRACT: Faced with shortage of information about the culture of Jatropha, aimed to evaluate the influence of growth regulators like Stimulate, Tuval and Curavial in plant development and training of female and male flowers . The experimental design consisted of randomized blocks in a factorial scheme ( 3x 2 ) + 1 , with four replications , corresponding to 3 growth regulators in two doses , one more witness. The treatments were , Stimulate (1 and 1,25 ml . ha - 1), Curavial (0,5 and 15 g . há -1) and Tuval (3 and 3,3L há - 1). Height, crown diameter, stem diameter, number of branches, number of male flowers, female ratio of male/female flower and fruit number per plant for assessing the culture of Jatropha, the variables were collected . The evaluations were performed monthly until 360 days after application of growth regulators and stem diameter to the 240. The evaluation of the number of fruits, was monthly, whereas those with more than 5 cm in diameter. 20 The flowers were counted in two selected from two opposite branches of the plant clumps, dividing them into male, female and hermaphrodite flowers in range assessment of four days. The height and diameter of the stem of Jatropha plants suffered no significant effect to the application of growth regulators. The growth regulators Tuval 3L . há - 1 was the only one that showed a reduction in canopy diameter. The number of flowers per inflorescence in general, were not affected by the application of growth regulators and Curavial 0,5 g . há - 1 was the only growth regulator to promote increased the number of fruits per plant . Keywords :Jatropha curcas L , Flowering , Growth analysis INTRODUÇÃO O pinhão-manso (Jatropha curcas L.), pertencente a família Euforbiaceae, a mesma da mamona e mandioca. É uma cultura perene, rústica, adaptada à diversas condições edafoclimáticas, com grande potencial para a produção de biodiesel devido a elevada quantidade de óleo presente em suas sementes. Entretanto, devido a ainda não ter sido submetido a um processo de melhoramento, as plantas desta espécie possuem um processo de floração desuniforme, apresentando na mesma planta flores em início de desenvolvimento, frutos verdes e frutos maduros. Fato que associado a elevada altura que estas plantas alcançam, prejudicam uma provável colheita mecânica. A desuniformidade de maturação pode ser atribuída a vários fatores; dentre eles, alterações na biossíntese de hormônios que participam diretamente do florescimento e da maturação dos frutos. Estudos com aplicação de reguladores de crescimento e outros produtos químicos indutores de florescimento têm se mostrado eficientes na uniformização do florescimento em muitas culturas, o que leva à suposição de que o mesmo possa ocorrer em plantas de pinhão-manso pela aplicação de reguladores de crescimento específicos, com minimização dos custos com colheita (ABRANTES, 2011). Os reguladores de crescimento são substâncias sintéticas que, aplicadas exogenamente, possuem ações similares às dos grupos de reguladores vegetais naturalmente produzidos pelas plantas (citocininas, giberelinas, auxina e etileno) (ANTIGO et al. 2013). Dentre os vários produtos passíveis de utilização para a indução floral e frutificação, podem ser citados, Tuval (cloreto de chlormequat), Stimulate (Ácido indolbutírico, giberelina, citocinina) e o Curavial (Sulfometuron Metil). Esses inibidores atuam na redução do crescimento vegetativo promovendo um direcionamento da energia da planta para o processo reprodutivo e, como 21 consequência, possibilidade de retenção dos botões florais e frutos pelas plantas (RODRIGUES e LEITE, 2004). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência dos reguladores de crescimento Stimulate, Curavial e Tuval no desenvolvimento de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas L.), no primeiro ano de implantação. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi conduzido em condições de campo na estação experimental da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na região sul do estado do Tocantins, em altitude de 280 metros (11 43`45”). Segundo KÖPPEN (1948), o clima regional é do tipo B1WA „a‟ úmido com moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual é de 27° C e precipitação média anual de 1.600 mm, sendo verão chuvoso, inverno seco e elevado déficit hídrico entre os meses de maio a setembro (Figura 1). Figura 1. Temperatura mínima e máxima e precipitação média durante o ciclo da cultura no ano agrícola 2012/2013. Gurupi – TO. Fonte: INMET/UFT 22 O solo da área experimental foi classificado como um Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico com as seguintes características químicas: pH CaCl2: 5,1; Ca: 2,1 cmolc dm-3; Mg: 0,4 cmolc dm-3; Al: 0,2 cmolc dm-3; Al+H: 2,7 cmolc dm-3; P (mel): 7,1 mg dm-3; K: 51,6 mg dm-3; CTC: 2,8 cmolc dm-3; V: 49, %; M.O: 1,9 %. O delineamento experimental utilizado constituiu-se de blocos inteiramente casualizados, em um esquema fatorial de (3 x 2) + 1, com quatro repetições, correspondendo a 3 reguladores de crescimento em duas doses, mais uma 1 testemunha (sem aplicação de regulador) (Tabela 1). A seleção de doses para a condução do experimento foi realizada em função de experimentos prévios conduzidos pelo grupo de pesquisa de malerbologia da UFT, campus de Gurupi. Tabela 1. Descrição dos tratamentos com diferentes doses de reguladores de crescimento aplicados em plantas de pinhão-manso de primeiro ano. Gurupi/TO, 2012 a 2013. Reguladores de Crescimento Utilizados Ingrediente ativo Produto comercial Doses Produto Comercial Dose 1 Dose 2 Ac. Indol butírico + giberelina + citocinina Sulfometuron Metil Cloreto de chlormequat (Stimulate) 1ml . L-1 1,25ml . L-1 (Curavial) 0,5g . ha-1 1,5g . ha-1 (Tuval) 3L . ha-1 3,3L . ha-1 Realizou-se a adubação de base da cova, com 150,0g do formulado 5-25-15 (N-P-K), conforme recomendação realizada através da análise de solo. A adubação de cobertura foi realizada aos 6 e 12 meses após o plantio com 200g do formulado 20-0-20 por planta. As plantas utilizadas no trabalho foram provenientes de mudas constituídas no campus experimental da UFT localizado na cidade de Gurupi-TO. O plantio foi realizado no dia 21 de Fevereiro de 2012, com espaçamento de 3x2 (entre linha x planta), correspondendo a uma população de 1.667 plantas ha-1. As mudas foram formadas em sacos de polietileno (2 litros) a plena luz e transplantadas a campo com três meses de idade. A aplicação dos reguladores de crescimento foi realizada em dois momentos: A 1a aplicação aos 90 dias após o transplantio (26/05/2012), e a 2a aplicação aos 360 dias após o transplantio (19/02/2013), antes da segunda florada. A pulverização foi realizada as 17:00 horas por meio de pulverizador costal pressurizado a gás carbônico (vazão de 200 L . ha-1) procurando-se molhar toda a planta de forma que o produto tivesse maior contato com as folhas, caules e meristemas. 23 Cada unidade experimental constou de uma área de 36 m² (12 m x 3 m), correspondente a 6 plantas, sendo a área útil para colheita de 12 m², compreendendo as duas plantas centrais. O experimento foi irrigado por meio de aspersão com um turno de rega de dois dias de acordo com a demanda da cultura. O controle das plantas daninhas nas entrelinhas foi realizado por meio do herbicida glyphosate (480 g l-1) na dose de 2 L ha-1, enquanto nas linhas foi realizado coroamento por meio de enxada. Para a avaliação do crescimento da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis: altura, diâmetro de copa, com o auxilio de uma régua graduada, o número de ramos (primário, secundári, terciário e quartenário) foram realizados através de contagem, sendo considerados aqueles ramos com mais de 10 cm de comprimento. Estas avaliações foram realizadas mensalmente até os 360 dias após a 1a aplicação dos reguladores de crescimento e a variável diâmetro de caule foi realizada com o auxilio de um paquímetro, a três centímetros do solo, mensalmente até os 240 dias após a 1a aplicação. Para a avaliação do desenvolvimento reprodutivo da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis: número de frutos que, foi realizada mensalmente, considerando aqueles com mais de 5 cm de diâmetro, as flores foram contadas com intervalo de quatro dias em duas inflorescências selecionadas em dois ramos opostos da planta, separando-as em flores masculinas, femininas e hermafroditas e para adquirir a relação de flor masculina/feminina, dividiu-se o número de flores masculinas pelo número de flores femininas, (Figura 2). Fonte: Dotto (2013) Figura 2. A Flor feminina; B Flor masculina; C Flor hermafrodita. Os dados das variáveis altura, diâmetro de copa e diâmetro de caule foram submetidos à análise de regressão, com base na sua significância e o coeficiente de determinação (R2), utilizando o programa estatístico Sigma plot 10. O número de flores foram ilustradas por meio de figuras, e a discussão deve ter como base a tendência das curvas (Barreiro et al., 2006). 24 Os dados das variáveis número de ramos e número de frutos, foram submetidos à análise de variância e as médias analisadas através do teste de Scott-Knott (p≤0,05) e teste Tukey a 5%, respectivamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na figura 3 estão representadas os ajustes das equações relativas ao crescimento em altura de plantas de pinhão manso em função do tempo, sob aplicação de doses de reguladores de crescimento. Observa-se que a altura de plantas de pinhão manso aumentou com o tempo em todos os tratamentos, expressando resposta polinomial quadrática, com coeficiente de determinação (R²) superiores a 0,95. A altura de plantas nos tratamentos onde foram aplicados os reguladores de crescimento, foi semelhante a obtida na testemunha, indicando nenhum efeito dos reguladores de crescimento utilizados. Assim, o incremento da altura apresentado em função do período de avaliação é uma expressão natural do processo de crescimento da espécie, a qual apresenta um elevado desempenho vegetativo no primeiro ano de implantação. Segundo Veras (2011) a maior taxa de crescimento de plantas de pinhão manso, em altura, ocorreram no início do desenvolvimento até os 210 dias após o transplantio. Mesmo trabalhando com uma cultura anual, Abrantes (2011) estudando o efeito de doses do regulador de crescimento Stimulate (0,5 L . ha-1; 1,0 L . ha-1; 1,5 L . ha-1; e 2,0 L . ha-1) no crescimento de duas cultivares de feijão de inverno, em condições de Cerrado, não observou alterações significativas na altura das plantas, altura de inserção da primeira vagem, número de grãos por vagem e massa de 100 grãos. 25 Stimulate Altura de plantas (cm) 300 250 250 200 200 150 150 Stimulate 1ml L-1 Stimulate 1,25ml L-1 Testemunha 100 Curavial 300 Curavial 0,5g ha-1 Curavial 1,5g ha-1 Testemunha 100 50 50 0 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 Dias após aplicação Dias após aplicação -1 Y(cur 0,5g ha ) = 81,3495+0,5240**x-0,00005827x² R² = 0,98 -1 Y (sti 1ml L ) = 75,5508+0,5778*x-0,0003*x² R² = 0,98 -1 Y (sti 1,25ml L ) = 80,3907+0,5194*x+0,000036283*x² R² = 0,98 Y (cur 1,5g ha ) = 79,9551+0,5765**x-0,0001x² R² = 0,98 Y (test) = 79,8044+0,5712*x-0,0002*x² R² = 0,95 Y (test) = 79,8044+0,5712*x-0,0002*x² R² = 0,95 -1 Tuval Altura de plantas (cm) 300 250 200 150 Tuval 3L ha-1 Tuval 3,3L ha-1 Testemunha 100 50 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 Dias após aplicação Y (tu 3L/ha) = 78,0613+0,5206**x+0,000017899x² R² = 0,99 Y (tu 3,3L/ha) = 74,0357+0,6246**x-0,0002x² R² = 0,97 Y (test) = 79,8044+0,5712*x-0,0002*x² R² = 0,95 Figura 3. Altura de plantas de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013. 26 Em relação ao efeito dos reguladores de crescimento no diâmetro de caule de plantas de pinhão manso ao longo do tempo (Figura 4), verificou-se um incremento em função dos dias, ajustando – se a um modelo de regressão polinomial quadrática em todos os tratamentos, sendo significativo (0,05>p_0,01) para a dose de 1,25ml . L-1 de Stimulate e testemunha, enquanto para os demais tratamentos esta significância foi maior (0,01>p<0,001), com elevados coeficientes de determinação (R2). O crescimento do caule das plantas de pinhão manso correspondente aos tratamentos onde foram aplicados os reguladores de crescimento, foi semelhante a aquele observado na testemunha (sem aplicação de reguladores de crescimento), evidenciando nenhum efeito marcante dos mesmos sobre as plantas. Espindula, et al. (2010) avaliando o efeito de doses do regulador de crescimento Tuval no crescimento de colmo de trigo verificou, que o aumento das doses do produto promoveu redução do comprimento do colmo das plantas e das partes que o formam. Entretanto, Souza et al (2010) avaliando em plantas de feijoeiro (Pérola e IAPAR-81), o efeito de alguns redutores de crescimento (cloreto de mepiquat, cloreto de chlormequat, cloreto de clorocolina e etil-trinexapac), observaram que o cloreto de chlormequat (Tuval) não apresentou efeito no diâmetro da haste do feijoeiro. Modesto et al. (1996), aplicando ácido giberélico (GA3) parcelado em quatro pulverizações em intervalos quinzenais, em plântulas de limão `Cravo' (Citrus limonia Osbeck), observaram que uma dose de 50ppm, do ácido giberélico, influenciou no incremento do comprimento e do diâmetro do caule das plântulas. 27 Curavial Diâmetro de caule (cm) Stimulate 12 12 10 10 8 8 6 6 4 Stimulate 1ml L-1 Stimulate 1,25ml L-1 Testemunha 2 0 30 60 90 120 150 180 210 4 Curavial 0,5g ha-1 Curavial 1,5g ha-1 Testemunha 2 0 240 30 60 90 120 150 180 210 240 Dias após aplicação Dias após aplicação Y (sti 1ml L ) = 3,5716+0,0165**x+0,000037025x² R² = 0,98 Y(cur 0,5g ha ) =3,5016+0,0214**x+0,0214x² R² = 0,98 -1 -1 -1 Y (sti 1,25ml L ) = 3,6529+0,0138*x+0,00003747x² R² = 0,97 Y (cur 1,5g ha ) = 3,6057+0,0201**x+0,000017414x² R² = 0,97 Y (test) = 3,3787+0,0179*x+0,000031829x² R² = 0,97 Y (test) = 3,3787+0,0179*x+0,000031829x² R² = 0,97 -1 Tuval 12 Diâmetro de caule (cm) 10 8 6 4 Tuval 3L ha-1 Tuval 3,3L ha-1 Testemunha 2 0 30 60 90 120 150 180 210 240 Dias após aplicação -1 Y (tu 3L ha ) = 3,3664+0,0197**x+0,00001750x² R² = 0,98 -1 Y (tu 3,3L ha ) = 3,6543+0,0168**x+0,00003044x² R² = 0,98 Y (test) = 3,3787+0,0179*x+0,000031829x² R² = 0,97 Figura 4. Diâmetro de caule de plantas de pinhão manso, em um período de 240 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013. 28 O crescimento do diâmetro de copa de plantas de pinhão manso em função do tempo e reguladores de crescimento aplicados, ajustou-se a um modelo de regressão polinomial quadrática, significativa a (0,10>p<0,001) com coeficientes de determinação (R²) superiores a 0,87 (Figura 5). Não foram visualizadas diferenças expressivas entre os tratamentos, para o diâmetro de copa final aos 360 dias após a aplicação. No entanto quando se fez a análise do crescimento dentro de cada tratamento, constatou-se que as plantas da testemunha aos 360 dias teve um incremento de 265% no diâmetro de copa, e os tratamentos, Stimulate (1ml L-1) de 219%, (Stimulate 1,25ml . L-1) de 202%, Curavial (0,5g.ha-1) de 230%, Curavial (1,5g.ha-1) de 207%. Para o regulador de crescimento Tuval (3L ha-1), o incremento foi de 210% e na dose 3,3L ha-1, correspondeu a 204. Contudo, a testemunha promoveu um maior incremento do crescimento do diâmetro da copa no período avaliado. Bernardez (1989), observou o efeito de métodos químicos de indução de copa no desenvolvimento da seringueira em condições de campo, aplicando os reguladores de crescimento (hidrazida maléica a 500, 750 e 1. 000ppm, chlormequat a 1.000, 1.500 e 2.000ppm, daminozide a 2.000, 3.000 e 4.000ppm). Constatou que o chlormequat em nenhuma das doses aplicadas promoveu efeito sobre o diâmetro da copa, bem como, no perímetro do tronco. 29 Stimulate Diâmetro de Copa (cm) 300 250 250 200 200 150 150 100 Stimulate 1ml L-1 Stimulate 1,25ml L-1 Testemunha 50 0 30 60 Curavial 300 100 Curavial 0,5g ha-1 Curavial 0,5g ha-1 Testemunha 50 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 Dias após aplicação Dias após aplicação -1 Y (sti 1ml L ) = 46,8386+0,6159**x - 0,0002x² R² = 0,93 -1 Y (sti 1,25ml L ) = 63,7850 + 0,5777**x - 0,0001x² R² = 0,93 Y (cur 0,5g ha ) = 52,7266+0,6418**x - 0,0003x² R² = 0,94 Y (test) = 46,0889 +0,7385**x - 0,0005x² R² = 0,95 Y (test) = 46,0889 +0,7385**x - 0,0005x² R² = 0,95 -1 -1 Y (cur 1,5g ha ) =56,5398+0,6522**x - 0,0003x² R² = 0,90 Tuval 300 Diâmetro de Copa (cm) 250 200 150 100 Tuval 3L ha-1 Tuval 3,3L ha-1 Testemunha 50 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 Dias após aplicação -1 Y (tu 3L ha ) = 43,4389+0,7897**x - 0,0007x² R² = 0,87 -1 Y (tu 3,3L ha ) = 59,7871+0,6992**x - 0,0004x² R² = 0,90 Y (test) = 46,0889 +0,7385**x - 0,0005x² R² = 0,95 Figura 5. Diâmetro de copa de plantas de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013. Quanto ao número de ramos por planta (Figura 6), constata-se que os reguladores de crescimento não apresentaram efeito significativo entre si e com a testemunha, sobre o número de ramos primários, terciários e quaternários. Os tratamentos Stimulate na dose de 1 ml .L-1, Curavial 30 0,5g . ha-1 e o Tuval 3L . ha-1, promoveram redução significativa no número de ramos secundários de 14% em relação a testemunha. Os tratamentos Stimulate 1,25ml . L-1, Curavial 1,5g .ha-1 e Tuval 3,3L . ha-1 apresentaram um aumento no número de ramos secundários de 16,66%, 9,72% e 20,37%, respectivamente em relação a testemunha, porém não diferindo estatisticamente da mesma. Segundo Medford et al. (1989), a aplicação direta de citocinina ou uma super expressão dos genes de biossíntese da citocinina, podem induzir o crescimento dos ramos axilares. Willard et al. (1976) encontraram decréscimos no desenvolvimento dos ramos laterais de algodoeiro, diretamente proporcionais ao aumento de doses de cloreto de mepiquat. Os mesmos autores demonstraram que a diminuição do desenvolvimento dos ramos laterais proporcionaram um incremento da eficiência da colheita. Morais et al. (2009) trabalhando com a mesma dose de Stimulate (1,25 ml . L-1) utilizada no presente trabalho, porém aplicada em forma parcelada, não constataram diferenças significativas em relação ao número de ramos por planta de pinhão manso. Broto Broto Broto Broto 24 22 aa a a aa 20 primário secundário terceário quartenário a a Número de brotos 18 16 b b bb b 14 12 10 8 6 4 2 0 Sti 1ml L Sti 1,25ml L Cur 0,5g ha Cur 1,5g ha Tuv 3L ha Tuv 3,3L ha Tes Figura 6. Número de ramos primários, secundários, terciários e quaternários, de plantas de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013. (Sti = Stimulate 1ml L-1, Stimulate 1,25ml L-1,: Cur = Curavial 0,5g ha-1, Curavial 1,5g ha -1,:Tuv = Tuval 3L ha-1 Tuval 3,3L ha-1 e Tes = Testemunha). Médias seguidas de mesma letra (entre tratamentos), não diferem estatisticamente pelo teste de Scott Knott a (P ≤ 0,5). 31 A finalidade de produção de pinhão manso é obter matéria prima para a produção de óleo a ser utilizado na produção de biodiesel, assim, o florescimento é um dos principais estágios fenológicos da cultura, uma vez que o número de flores femininas e sua fecundação determinam quantos frutos e sementes serão desenvolvidos (JUHÁSZ et al., 2009). Conforme pode ser observado na figura 7, constatam-se dois picos de florescimento no pinhão manso, um entre os meses de novembro e dezembro e outro entre os meses de fevereiro e março. A produção de flores masculinas foi maior em relação as femininas em todos os tratamentos, atingindo em alguns casos valores de até 100 flores masculinas por planta, enquanto as femininas chegaram no máximo a 20 por planta. No entanto, essa é uma característica própria das plantas de pinhão manso. Santos et al. (2005), ao estudarem duas espécies de Jatropha constataram a superioridade do número de flores masculinas em relação a femininas durante todos os meses de avaliação. O maior número de flores masculinas em relação à femininas pode ser uma estratégia da cultura para atrair os insetos polinizadores, já que estes fazem mais visitas às flores masculinas do que às femininas (SOLOMON RAJU e EZRADANAM, 2002). O número de flores hermafroditas foi considerado inexpressível, chegando em casos esparsos no máximo a duas por inflorescência. A relação de flores masculinas para flores femininas, foi em média de 7:1, valores considerados normais em plantas de pinhão manso, conforme resultados obtidos em trabalhos de biologia floral realizado nesta espécie. Dados obtidos a campo, em regiões diferentes do país esta variação em relação ao número de flores masculinas em relação as femininas tem variado de 8:1 a 30:1 (LAVIOLA et al., 2011; PEREIRA et al., 2011; LUCENA et al., 2010). Bhattacharya et al. (2005) descreveram uma proporção de 2 a 19 flores femininas para 17 a 105 flores masculinas por inflorescência, na Índia. Os tratamentos Stimulate 1ml L-1, Stimulate1,25ml L-1, Curavial 0,5g ha-1, Tuval 3L ha-1 e Tuval 3,3L ha-1 apresentaram um resposta similar a aquela demonstrada pela testemunha. O tratamento Curavial 1,5g ha-1, no entanto apresentou um menor número de flores em relação aos demais, observando-se um prolongamento sequencial de flores. Isso pode ter ocorrido pelo fato deste produto ser um regulador vegetal, recomendado como maturador na cana de açúcar, de forma a prolongar o período de colheita da cultura, atuando nas regiões meristemáticas afetando o crescimento da planta. 32 Stimulate 1,25ml/L 140 120 120 100 100 Número de Flor Número de Flor Stimulate 1ml/L 140 80 60 Flor masculina Flor feminina Flor hermafrodita Relação FM/FF 80 60 40 40 20 20 0 0 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Jul Mai Ago Set Out Nov Curavial 0,5g/ha Dez Jan Fev Mar Abr Mai Curavial 1,5g/ha 140 140 120 120 Número de Flor Número de Flor 100 80 60 100 80 60 40 40 20 20 0 0 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Mar Abr Mai Tuval 3L/ha Tuval 3,3L/ha 140 140 120 120 100 80 80 60 60 40 40 20 20 Número de Flor Número de Flor 100 0 0 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Testemunha 140 120 Número de Flor 100 80 60 40 20 0 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Figura 7. Número de flores masculinas, femininas, hermafroditas e relação de flor masculina/feminina por inflorescência em plantas de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013. 33 Pereira (2012 ) trabalhando com reguladores de crescimento em planta de pinhão manso com dois anos, utilizando Viviful (400, 800, 1200, 1600 ml . ha -1) e Tuval (500, 750, 1000 e 1250ml .ha1 ), observou que a aplicação do Tuval provoca elevação da quantidade de flores femininas por inflorescência. Resultados que diferem dos encontrados no presente trabalho, ressaltando que as dosagens aqui utilizada do produto Tuval (3000ml há-1 ) foram 2,4 e 2,6 vezes maiores que aquela usada (1250 ml) no trabalho citado bem como as plantas aqui testadas eram de primeiro ano. O processo de florescimento resulta da interação de fatores endógenos em que se destacam o balanço hormonal e fatores exógenos como temperatura, fornecimento de água, luz entre outros. Juhász et al. (2009) citam que o florescimento de pinhão manso se inicia normalmente após um período de dormência da planta devido à baixa precipitação, e que sua continuidade está relacionada à disponibilidade de água no solo, fato observado no presente trabalho. Comportamento semelhante de florescimento foi encontrado em diferentes regiões de clima tropical e subtropical. Meng et al. (2009) estudando pinhão manso em regiões de clima quente na China verificaram que a planta florescem duas vezes ao ano apresentando duas frutificações, entretanto em algumas regiões seca a floração só ocorreu uma vez por ano devido a baixa disponibilidade hídrica do solo. Em regiões permanentemente úmidas a floração foi observada durante todo o ano (Heller, 1996). Esses resultados mostram a influência do clima na fase reprodutiva da planta, onde se observou o pico de floração (botões florais e flores abertas), ocorreu entre outubro e abril, coincidindo com a estação chuvosa (Figura 1). Todas as plantas de pinhãomanso floresceram durante o período chuvoso, tal comportamento homogêneo se deve aos indivíduos a presentarem as mesmas idades seguindo assim o mesmo ciclo cronológico. Na Figura 8, é apresentada a quantidade de frutos por planta de pinhão manso, produzidos com e sem aplicação de reguladores de crescimento. Observa-se que menor produção de frutos por planta foram verificados nos tratamentos Stimulate 1,25ml L-1 e Curavial 1,5g ha-1, correspondendo a uma redução média de 13%, comparado a testemunha, no entanto esta diferença não foi significativa. 34 300 270 b Número de Frutos / ano 240 b ab 210 a 180 ab ab a 150 120 90 60 30 0 Sti 1ml L Sti 1,25ml L Cur 0,5g ha Cur 1,5g ha Tuv 3L ha Tuv 3,3L ha Tes Figura 8.Número de frutos, por planta de pinhão manso, em um período de 360 dias de crescimento, após a aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2012/2013. (Sti = Stimulate 1ml L-1, Stimulate 1,25ml L-1,: Cur = Curavial 0,5g ha-1, Curavial 1,5g ha -1,:Tuv = Tuval 3L ha-1 Tuval 3,3L ha-1 e Tes = Testemunha). Médias seguidas de mesma letra, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a (P ≤ 0,5). Já o regulador de crescimento Curavial 0,5g ha-1apresentou a maior produção de frutos por planta (245) o que representa um acréscimo de 15% quando comparado a testemunha, porém este não significativo. Koller et al. (1999) observaram em laranjeiras quando foi aplicado ácido giberélico, um efeito linear de diminuição no número de frutos produzidos por planta, em função do aumento das concentrações. Esse efeito depressivo indica provável inibição da indução de gemas florais, exercida pelo AG3, diminuindo o número de flores e de frutos produzidos. Pereira (2012) trabalhando com plantas de pinhão manso com dois anos de idade, utilizando diferentes doses de Tuval (500, 750, 1000 e 1250ml ha-1) em três floradas, observou que a dose 500ml ha-1 na primeira e na terceira florada o número de frutos por planta foi maior com 51 e 35 frutos , respectivamente. Enquanto na segunda florada, embora pequena, a maior quantidade de frutos por planta foi observado nas doses de 750 e 1250 ml ha-1 (com 15 e 16 frutos, respectivamente). Esses resultados diferem do presente trabalho, talvez pelo fato das plantas aqui testadas serem mais novas e as doses utilizadas de 2,4 e 2,6 vezes maiores em relação a maior utilizada por Pereira (2012). 35 Mello et al. (2009), avaliando 20 acessos de pinhão-manso, oriundos de diferentes locais, segundo caracteres morfológicos e agronômicos, verificou que o número de frutos por inflorescência variou entre 0 a 13. Considerando que um mesmo hormônio pode produzir respostas diferentes em tecidos ou em diferentes fases do desenvolvimento num mesmo tecido, estes podem requerer diferentes quantidades de hormônios. Desse modo, os sistemas vegetais podem variar a intensidade do sinal hormonal pela alteração das contrações dos hormônios ou pela mudança na sensibilidade aos hormônios que estão presentes (RAVEN et al., 2001). O presente estudo para o desenvolvimento vegetativo das plantas de pinhão manso, demostra que os reguladores de crescimento não apresentaram efeito sobre a altura das plantas, bem como no diâmetro do caule, apenas o regulador de crescimento Tuval na menor dose apresentou uma redução no diâmetro da copa. O número de ramos secundário também apresentou uma redução quando submetidos as menores doses dos reguladores de crescimento. Os reguladores de crescimento não apresentaram efeito sobre o número de flores, mas no número de frutos por planta, observou-se uma redução para as doses maiores dos reguladores de crescimento Stimulate e Tuval. Ghosh et al. (2010) citam que o efeito de reguladores de crescimento podem persistir na planta por diversos anos após a aplicação. Estes autores trabalhando com o regulador pacobutrazol em pinhão manso constataram mudanças nas respostas no decorrer dos anos de avaliação. Já Abdelgadir et al. (2009) observaram efeitos de reguladores de crescimento em condições de casa de vegetação que não se repetiram em condições de campo, assim como, resultados variáveis em avaliações realizadas aos três meses após aplicação e aqueles visualizados aos sete meses. CONCLUSÕES A altura e diâmetro do caule das plantas de pinhão manso não sofreram efeito significativo com a aplicação dos reguladores de crescimento. O regulador de crescimento Tuval 3L ha-1 foi o único que apresentou uma pequena redução no diâmetro de copa. O número de flores por inflorescência de forma geral, não foram afetadas pela a aplicação dos reguladores de crescimento. O Curavial 0,5g ha-1 foi o único regulador de crescimento a promover incremento no aumento do número de frutos por planta. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDELGADIR, H.A.;JOHNSON, S.D.; VAN STADEN, J.Promoting branching of a potential biofuel crop Jatropha curcas L. By foliar application of plant growth regulators, Plant Growth Regul , 58:287,(2009). 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RESUMO: Diante de escassez de informações sobre a cultura do pinhão manso, objetivou-se avaliar a influência dos reguladores de crescimento Stimulate, Curavial e Tuval no desenvolvimento da planta e na formação de flores femininas e masculinas. O delineamento experimental utilizado constituiu-se de blocos inteiramente casualizados, em um esquema fatorial de (3 x 2) + 1, com quatro repetições, correspondendo a 3 reguladores de crescimento em duas doses, mais uma 1 testemunha (Stimulate 1 e 1,25ml . L-1, Curavial 0,5 e 1,5g . ha -1 e Tuval 3 e 3,3L. ha-1). Para a avaliação do crescimento da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis: altura, diâmetro de copa e diâmetro e comprimento de ramo, essas avaliações foram realizadas mensalmente até os 90 dias após a aplicação dos reguladores de crescimento. A avaliação do número de frutos, foi realizada mensalmente, considerando aqueles com mais de 5 cm de diâmetro. As flores foram contadas em duas inflorescências selecionadas em dois ramos opostos da planta, separando-as em flores masculinas, femininas e hermafroditas, em intervalo de avaliação de quatro dias. Todos os reguladores de crescimento com exceção do Tuval na menor dose, promoveram aumentos que variaram entre 15 e 18 %, no número de frutos por planta. Os reguladores de crescimento promoveram redução tanto no diâmetro e comprimento de ramos. Para o número e relação de flores de forma geral não foram afetados pela utilização dos reguladores de crescimento. Palavras-chave: Jatropha curcas L, florescimento, análise de crescimento. ABSTRACT: Faced with shortage of information about the culture of Jatropha, aimed to evaluate the influence of growth regulators like Stimulate ,Tuval and Curavial in plant development and training of female and male flowers . The experimental design consisted of randomized blocks in a factorial scheme ( 3 x 2 ) + 1 , with four replications , corresponding to 3 phytoregulators growth in two doses , one more witness 1 (Stimulate 1 and 1.25 ml L-1, Curavial 0.5 and 1.5 g ha-1.and Tuval 3L ha -1 and 3.3 L ha- 1). Height , crown diameter and diameter and length of business , these evaluations were performed monthly until 90 days after application of growth regulators : To assess the growth of the culture of Jatropha, the variables were collected . The evaluation of the number of fruits, was monthly, whereas those with more than 5 cm in diameter . The flowers were counted in two selected from two opposite branches of the plant clumps, dividing them into male , female and hermaphrodite flowers in range assessment of four days. All fitoregulador Tuval except at the lowest dose, promoted increases ranging between 15 and 18 % , the number of fruits per plant . The growth regulators promoted growth reduction in both diameter and length of branches. The number and ratio of flowers in general were not affected by the use of growth regulators for growth. Keywords : Jatropha curcas L, flowering, growth analysis. 39 INTRODUÇÃO Diante da crescente demanda por biodiesel, o cultivo de oleaginosas com finalidade energética cresce vertiginosamente no Brasil. Entre estas o pinhão-manso tem se destacado, uma vez que suas sementes apresentam de 35 a 37 % de óleo com inúmeras aplicações, como para fabricação de tintas, sabão, lubrificantes, fármacos e biocidas, e por ser uma espécie perene não comestível. Além disso, este óleo apresenta excelentes perspectivas de sua utilização para a produção de biodiesel, um combustível renovável, produzido a partir do processamento de sementes oleaginosas (BELTRÃO et al., 2001). Acompanhando esta tendência, o plantio de pinhão manso tem ganhado espaço em regiões de clima semiárido, onde outras oleaginosas não são zoneadas para plantio. Por não haver ainda no mercado variedades desta cultura, o que se verifica nas áreas de produção é uma elevada variabilidade entre plantas, expressa em uma descontinuidade na floração e maturação de frutos, dificultando assim o processo de colheita. Entre as técnicas passíveis de utilização frente esta descontinuidade produtiva encontra-se a uniformização através do melhoramento genético ou a utilização de substâncias químicas, a exemplo dos reguladores de crescimento ou hormônios. Os sinais de desenvolvimento da planta que resulta na indução floral são influenciados principalmente por fatores endógenos como o balanço hormonal. As interações entre estes e os fatores exógenos fazem com que a planta inicie seu estádio reprodutivo. Acredita-se que o balanço hormonal pode ser suprido com a utilização de reguladores de crescimento vegetal, destacando-se dentre os principais grupos as auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, retardadores e inibidores de crescimento. (ANTIGO et al. 2013). Os reguladores de crescimento podem ser definidos como substâncias naturais ou sintéticas que podem ser aplicadas diretamente nas plantas para alterar os processos vitais ou estruturais, com a finalidade de lograr aumentos na produção, melhorar a qualidade ou facilitar a colheita (LACABUENDIA, 1989). Na cultura do pinhão manso os frutos (drenos) surgem junto às folhas (fontes), ou seja, órgãos vegetativos competindo com os reprodutivos ao longo do período de crescimento pelos fotoassimilados formados. Encontra-se num mesmo ramo frutos verdes, marrons e secos, o que dificulta a operação de colheita e beneficiamento. Conforme relatado, busca-se com o uso de regulador de crescimento uma limitação do crescimento vegetativo para que ocorra maior deslocamento de metabólitos para os drenos úteis do 40 ponto de vista econômico (BELTRÃO et al. 1999). Além disso, a aplicação dos reguladores de crescimento é imprescindível para uma futura recomendação de manejo para uniformização dos frutos. Diante desses aspectos vê-se a necessidade de estudos de manejo para indução floral, através da aplicação de reguladores de crescimento como alternativa para padronizar o amadurecimento dos frutos, além de visar à obtenção de uma safra precoce. Neste trabalho objetivou-se avaliar o efeito de três reguladores de crescimento vegetal na cultura do Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) nas condições climáticas do município de Gurupi TO. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi conduzido em condições de campo na estação experimental da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na região sul do estado do Tocantins, em altitude de 280 metros (11 _ 43`45”). Segundo KÖPPEN (1948), o clima regional é do tipo B1WA „a‟ úmido com moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual é de 27° C e precipitação média anual de 1.600 mm (Figura 1). Temp. Mínima Temp. Máxima Precipitação 16,0 12,0 25,0 10,0 20,0 8,0 15,0 6,0 24-30/jun 17-23/jun 10-16/jun 03-09/jun 27-02/jun 20-26/mai 13-19/mai 06-12/mai 29-05/mai 22-28/abr 15-21/abr 08-14/abr 0,0 01-07/abr 0,0 25-31/mar 2,0 18-24/mar 4,0 5,0 11-17/mar 10,0 PRECIPTAÇÃO (mm) 14,0 30,0 04-10/mar TEMPERATURA (°C) 35,0 SEMANA Figura 1. Temperatura mínima e máxima e precipitação média durante o ciclo da cultura no ano de 2013. Gurupi – TO. Fonte: INMET/UFT. O solo da área experimental foi classificado como um Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico com as seguintes características químicas: pH CaCl2: 5,4; Ca: 0,13 cmolc dm-3; 41 Mg: 0,4 cmolc dm-3; Al: 0,1 cmolc dm-3; Al+H: 3,3 cmolc dm-3; P (mel): 7,1 mg dm-3; K: 51,6 mg dm-3; CTC: 6,63 cmolc dm-3; V: 50, %; M.O: 1,9 %. O delineamento experimental utilizado constituiu-se de blocos inteiramente casualizados, em um esquema fatorial de (3 x 2) + 1, com quatro repetições, correspondendo a 3 reguladores de crescimento em duas doses, mais uma 1 testemunha (sem aplicação de regulador) ( Tabela 1). A seleção de doses para a condução do experimento foi realizada em função de experimentos prévios conduzidos pelo grupo de pesquisa de malerbologia da UFT, campus de Gurupi. Tabela 1. Descrição dos tratamentos com diferentes doses de reguladores de crescimento aplicados em plantas de pinhão-manso de primeiro ano. Gurupi/TO, 2013. Ingrediente ativo Reguladores de Crescimento Utilizados Produto comercial Doses Produto Comercial Dose 1 Dose 2 Ac. Indol butírico + giberelina + citocinina (Stimulate) 1ml L-1 1,25ml L-1 SulfometuronMetil (Curavial) 0,5g ha-1 1,5g ha-1 Cloreto de chlormequat (Tuval) 3L ha-1 3,3L ha-1 As plantas utilizadas no trabalho foram provenientes de mudas constituídas no campus experimental da UFT localizado na cidade de Gurupi-TO. O plantio em campo foi realizado em Janeiro de 2011, com espaçamento de 4x2 (entre linha x planta), correspondendo a uma população de 1250 plantas ha-1. Estas plantas foram podadas a um metro de altura em outubro de 2012. Cada unidade experimental constou de uma área de 48 m² (12m x 4 m), correspondente a 6 plantas, sendo a área útil para colheita de 16 m², compreendendo as duas plantas centrais. A aplicação dos reguladores de crescimento foi realizada quando as plantas estavam com dois anos e dois meses de idade, no dia 18/03/2013, no final do dia por meio de pulverizador costal pressurizado a gás carbônico (vazão de 200 L ha-1 e pressão constante de 35kgf/cm²) procurandose molhar toda a planta de forma que o produto tivesse maior contato com as folhas, caules e meristemas. O experimento foi irrigado por meio de aspersão com um turno de rega de dois dias de acordo com a demanda da cultura. Os controles fitossanitários foram realizados quando necessários bem como o controle das plantas daninhas a partir da aplicação de 2 L ha-1 de glifosato (glyphosate 480 g l-1) na entre linha e coroamento das plantas com capina. Para a avaliação do crescimento da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis altura e diâmetro de copa, com o auxilio de uma régua graduada, esses dados foram coletados 42 mensalmente até os 90 dias após a aplicação dos reguladores de crescimento. Para o acompanhamento do desenvolvimento de ramos, foram marcados dois ramos por planta, com aproximadamente 15cm de comprimento, utilizou-se uma régua graduada para medir o comprimento e um paquímetro para medir o diâmetro, essas avaliações foram mensais até os 90 dias após a aplicação. Para a avaliação reprodutiva da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis número de frutos, realizou-se a contagem dos mesmos mensalmente. E para a avaliação do número de flores masculinas, femininas e hermafroditas, foi feita a contagem em cada cacho ou inflorescência de acordo com sua abertura, onde as contagens eram feitas a cada quatro dias (Figura 2). E para a relação de flores masculinas e femininas realizou-se a divisão do número de flores masculinas pelo número de flores femininas. Fonte: Dotto (2013) Figura 2. A Flor feminina; B Flor masculina; C flor hermafrodita. Os dados das variáveis: altura, diâmetro de copa e diâmetro e comprimento de ramos foram submetidos à análise de regressão, utilizando-se, para isso, a média das repetições dos parâmetros estudados. Tal procedimento objetivou identificar equações com maiores capacidades de previsão uma vez que este procedimento tende a apresentar R² mais elevado. A análise dos resultados foi submetida à análise regressão, utilizando-se o programa estatístico Sigma plot 10. O numero de flores foram ilustradas por meio de figuras, e a discussão deve ter como base a tendência das curvas (Barreiro et al., 2006). Os dados do número de frutos, foram submetidos à análise de variância e as médias das características analisadas comparadas através do teste Tukey a 5%. 43 RESULTADOS E DISCUSSÃO A altura de plantas de pinhão manso aumentou com o período de crescimento em todos os tratamentos, o que biologicamente já era esperado, ajustando-se a uma resposta polinomial quadrática, com coeficiente de determinação (R²) superiores a 0,83 (Figura 3). No entanto, constata-se pelo formato das curvas uma diferença na velocidade desse crescimento, sendo mais acelerado na testemunha, seguida pelos tratamentos, Stimulate (1ml . L-1), Tuval (3L ha-1) e mais lento, para os tratamentos Curavial (0,5g ha-1 e 1,5g ha-1) e Stimulate (1,25 ml . L-1). Quando se analisa o incremento na altura de plantas no período de crescimento avaliado (90 DAA) verificou-se os maiores valores na testemunha (13,08 %) e no tratamento Stimulate na dose de 1ml . L-1 (14,64%). Na sequência os tratamentos Tuval (3,3L ha-1) 10,67 % e Tuval (3L ha-1) de 9,40%. Os menores incrementos foram observados nos tratamentos, Curavial 1,5g ha-1 (6,29%), Stimulate 1,25ml . L-1 (6,11%) e Curavial 0,5g ha-1 (4,48%). O que indica um efeito supressor no crescimento da altura de plantas, no período avaliado. Espindula et al., (2010) trabalhando com a cultura do trigo, aplicando o cloreto de chlormequat, nas doses de 500; 1.000 e 1.500 ml ha -1, em duas épocas, quando as plantas se encontravam com 24 e 34 dias após a emergência, observaram que as plantas apresentaram uma redução no alongamento do colmo aos 24 DAA conforme o aumento das doses, consequentemente reduzindo a altura das plantas. A giberelina é responsável em ativar os meristemas apicais e subapicais, produzindo um grande número de células as quais se alongando irão determinar o comprimento do caule (SIHAMED 1978). E os reguladores de crescimento inibidores da giberelina, atuam na redução da produção natural da dela, modificando assim a morfologia da planta tornando-as de pequeno porte. Dourado Neto et al. (2004), citam que devido ao Stimulate possuir na sua composição a giberelina, e este ser um hormônio que acelera o processo de divisão celular, explica o aumento da altura em plantas de milho por eles tratadas com esse regulador de crescimento. Contrariamente, Albuquerque (2004), utilizando o mesmo regulador de crescimento em ensaio com mamona (Ricinus communis L.) nas concentrações 0, 7, 14, 21 e 35 ml Stimulate L-1, não observou diferenças significativas quanto a variável altura de planta. Já Lima (2004), observou um incremento no crescimento de plantas de algodoeiro herbáceo em um experimento com adubação nitrogenada associada ao Stimulate. 44 Altura (cm) Curavial Stimulate 230 230 220 220 210 210 200 200 Stimulate 1ml L-1 Stimulate 1,25ml L-1 Testemunha 190 Curavial 0,5g ha-1 Curavial 1,5g ha-1 Testemunha 190 180 180 0 30 60 0 90 30 60 90 Dias após a aplicação Dias após a aplicação -1 Y (Sti 1ml L ) = 195,3125+0,7257x - 0,0043x² R² = 0,91 -1 Y (Cur 0,5g ha ) = 207,6917 - 0,0686x+0,0021x² R² = 0,83 -1 Y(Sti 1,25 ml L ) = 199,1417+0,2131*x - 0,0009x² R² = 0,99 Y(Cur 1,5g ha ) =210,1750+0,0669x+0,0010x² R² = 0,94 Y (tes) = 186,8583+0,8994x - 0,0069x² R² = 0,96 Y (tes) = 186,8583+0,8994x - 0,0069x² R² = 0,96 -1 Tuval 230 Altura(cm) 220 210 200 Tuval 3L ha-1 Tuval 3L ha-1 Testemuha 190 180 0 30 60 90 Dias após a aplicação Y (Tuv 3L ha-1 ) = 198,6250 +0,5278x - 0,0036x² R² = 0,98 Y (Tuv 3,3L ha-1)=200,0250+0,3522x - 0,0011x² R² = 0,91 Y (tes) = 186,8583+0,8994x - 0,0069x² R² = 0,96 Figura 3. Altura de plantas de pinhão manso, de 0 a 90 dias após da aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2013. 45 Analisando-se a resposta do diâmetro de copa das plantas de pinhão manso (Jatropha Curcas L.), em função do tempo, como resposta à aplicação de reguladores de crescimento (Figura 4), constata-se que as respostas dos tratamentos ajustaram-se a uma regressão de segundo grau. Avaliando-se o efeito dos tratamentos no incremento do diâmetro de copa no período avaliado, observa-se que os tratamentos Tuval 3,3L ha-1, Stimulate 1,25ml L-1 e Curavial 1,5g ha-1 apresentaram os maiores incrementos: 19,44; 10,89 e 9,74%, respectivamente. Seguidos em ordem decrescente, pelos tratamentos, Stimulate 1ml L-1 (6,18%), Tuval 3,0 L ha-1 (4,69 %) e Curavial 0,5g ha-1 (3,58%). Na testemunha o incremento foi de 4,69%. Ficou evidente o efeito promovedor de crescimento de copa, promovido pelos reguladores de crescimento Tuval 3,3L ha-1, Stimulate 1,25ml L-1 e Curavial 1,5g ha-1. Bernardez (1989), estudando diferentes métodos químicos para indução de copa em plantas de seringueiras com 20 meses de idade, não observou efeito do regulador de crescimento chlormequat (Tuval) nas doses de 1; 1,5 e 2g L-1 . Athayde (1999) trabalhando com doses totais (55; 65; 75; 85; e 95g ha-1) de cloreto de mepiquat, parceladas em três aplicações, em plantas de algodoeiro, observou que a menor dose estudada (55 g ha-1) foi suficiente para que as plantas, por ocasião da colheita, estivessem com altura inferior a 1,20m e um diâmetro de copa inferior a 0,80m, correspondendo a uma redução de 12% em relação a sua testemunha. 46 Diametro de Copa (cm) Stimulate Curavial 220 220 210 210 200 200 190 190 180 180 Stimulate 1,25ml L-1 Stimulate 1ml L-1 Testemunha 170 Curavial 1,5g ha-1 Curavial 0,5g ha-1 Testemunha 170 160 160 0 30 60 90 0 30 60 90 Dias após a aplicação Dias após a aplicação -1 Y (Cur 0,5g ha ) = 200,4521+0,1776x - 0,0012x² R² = 0,78 -1 Y (Sti 1ml L ) = 190,0667+0,0710x+0,0006x² R² = 0,98 -1 Y ( Cur 1,5g ha ) = 192,6292+0,2265*x R² = 0,91 -1 Y (1,25ml L ) = 180,5146+0,5609x+-0,0050x² R² = 0,94 Y (Tes) = 187,1313+0,2592x - 0,0018x² R² = 0,99 Y (Tes) = 187,1313+0,2592x - 0,0018x² R² = 0,99 Tuval 220 Diametro de copa (cm) 210 200 190 180 Tuval 3,3L ha-1 Tuval 3L ha-1 Testemunha 170 160 0 30 60 90 Dias após a aplicação -1 Y ( Tuv 3L ha ) = 185,4435+0,2951x - 0,0011x² R² = 0,97 Y (Tuv 3,3L ha-1 ) = 165,7729+00,7091x - 0,0042x² R² = 0,82 Y (Tes) = 187,1313+0,2592x - 0,0018x² R² = 0,99 Figura 4. Diâmetro de copa de plantas de pinhão manso, de 0 a 90 dias após da aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2013. 47 O efeito dos reguladores de crescimento no diâmetro de ramos, após 90 dias de crescimento, estão representados na Figura 5. Observa-se que todos os tratamentos apresentaram um resposta polinomial quadrático crescente, com uma tendência a estabilidade a partir dos 60 DAA nos tratamentos Stimulate 1,25ml . L-1, Curavial (1,5g ha-1) e Tuval (3L ha-1 e 3,3L ha-1). No período de crescimento avaliado constatou-se incrementos no diâmetro de ramos para os tratamentos Stimulate 1 ml . L-1 (56,79 %), Testemunha (50%), Curavial 0,5g . ha-1 (45,34%), Tuval, 3,3L ha-1(34,44 %), Stimulate 1,25 ml . L-1 (29,54%), Curavial 1,5g ha-1(24,44%) e Tuval 3 L ha-1 (24,17 %). Comparando o incremento promovido pelos reguladores de crescimento a aquele constatado na testemunha (sem aplicação de reguladores de crescimento), verifica-se que os tratamentos: Stimulate 1,25 ml L-1, Curavial 1,5g ha-1 e Tuval 3L ha-1, exerceram um efeito supressor no crescimento de ramos, no período avaliado. Modesto (1996), trabalhando com limão cravo no primeiro ano de implantação aplicaram 5 concentrações de ácido giberélico (0; 25; 100 e 150g L-1 ). O regulador de crescimento promoveu um efeito favorável da giberelina no incremento do diâmetro do ramo para as doses 25 e 100g L-1. No trabalho desenvolvido por Casper & Taylor (1989), em plantas de pessegueiro com 2 anos, a pulverização de 50 mg L-1 de GA3 proporcionou aumento no diâmetro dos ramos, de 7,6% bem como, no número de ramos laterais. No presente trabalho, foram observados, apenas para a menor dose de Stimulate 1 ml L-1. De acordo com Schmidt et al. (2003), a ação de uma substância reguladora de crescimento depende de fatores ambientais, número e período de aplicação, concentração utilizada, estádio de crescimento da planta e da espécie ou cultivar tratada. 48 Diâmetro (cm) Stimulate Curavial 1,4 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0 Stimulate 1ml L-1 Stimulate 1,25ml L-1 Testemunha 0,8 Curavial 0,5g ha-1 Curavial 1,5g ha-1 0,8 Testemunha 0,6 0,6 0 30 60 90 0 30 Dias após aplicação -1 Y (sti 1ml L ) =0,7998+0,0080x-0,000028935x² 60 90 Dias após aplicação -1 R² = 0,92 Y(cur 3L ha ) = 0,8678+0,0074x-0,000035301*x² -1 Y (sti 1,25ml L ) =0,8966+0,0070x-0,000049190x² R² = 0,60 Y (3,3L ha ) = 0,9046+0,0069x-0,000060185x² Y(test) = 0,9017+0,0062x+-0,000018519x² Y(test) = 0,9017+0,0062x+-0,000018519x² -1 R² = 0,79 R² = 0,97 R² = 0,96 R² = 0,79 Tuval 1,4 Diâmetro (cm) 1,2 1,0 Tuval 3L ha-1 Tuval 3,3L ha-1 0,8 Testemunha 0,6 0 30 60 90 Dias após aplicação -1 Y (tu 3L ha ) = 0,9202+0,0070x+-0,000053796x² -1 R² = 0,94 Y (tu 3,3L ha ) = 0,901+0,0093x-0,000065x² R² = 0,97 Y(test) = 0,9017+0,0062x+-0,000018519x² R² = 0,79 Figura 5. Diâmetro de Ramos de plantas de pinhão manso, de 0 a 90 dias após da aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2013. 49 O crescimento dos ramos em resposta á aplicação de reguladores de crescimento, está representado na Figura 6. Observa-se para todos os tratamentos uma resposta polinomial quadrático crescente, porém nos tratamentos Curavial e Tuval (em ambas doses) e Stimulate 1,25ml . L-1, quando comparado a testemunha, esse crescimento foi inferior a partir dos 30 DAA. Aos 90 DAA os tratamentos: Stimulate 1ml . L-1, Stimulate 1,25ml . L-1, Curavial 0,5g ha-1, Curavial 1,5g ha-1, Tuval 3L ha-1 e Tuval 3,3L ha-1, quando comparados a testemunha, promoveram uma redução no comprimento de ramos de 5,69%, 26,83%, 24,07% 37,10% 28,30% e 36,98%, respectivamente. Pelos resultados obtidos, fica evidenciado que o efeito do de reguladores de crescimento é maior nas partes da planta de ativo crescimento. Este efeito pode ser considerado como vantajoso, pois com a redução do comprimento dos ramos, facilita a colheita, tanto manual como mecânica (CRUZ et al., 1982). Athayde (1999) trabalhando com doses totais (55; 65; 75; 85; e 95g ha-1) de cloreto de mepiquat, parceladas em três aplicações, em plantas de algodoeiro observou que as doses promoveram reduções de 41,25%, 21,19%, 38,28%, 35,37% e 31,55% respectivamente em relação a testemunha para o comprimento do ramo décimo primeiro. Constatando-se que a menor dose estudada (55 g ha-1) foi suficiente para a redução do comprimento dos ramos. Segundo Schmidt et al. (2003), a ação de uma substância reguladora de crescimento depende de fatores ambientais, número e período de aplicação, concentração utilizada, estádio de crescimento da planta e da espécie ou cultivar tratada. 50 Stimulate Comprimento (cm) 40 30 30 20 20 -1 Stimulate 1ml L 10 Curavial 40 -1 Curavial 0,5g ha -1 Curavial 1,5g ha Testemunha 10 -1 Stimulate 1,25ml L Testemunha 0 0 0 30 60 90 0 30 Dias após a aplicação 90 Dias após a aplicação -1 -1 Y ( Sti 1ml L ) = 14,0854+0,2022x+0,0002x² R² = 0,95 Y(cur 0,5g ha ) = 13,0063+0,2874x - 0,0015x² R² = 0,99 -1 Y (cur 1,5g ha )= 13,1250 + 0,2372x - 0,0018x² R² = 0,89 Y(tes) = 15,9729+0,0654x+0,0017x² R² = 0,94 -1 Y (Sti 1,25ml L ) = 15,9515 -0,0031x+0,00014x² R² = 0,97 Y(tes) = 15,9729+0,0654x+0,0017x² R² = 0,94 Tuval 40 Comprimento (cm) 60 30 20 10 Tuval 3L ha-1 Tuval 3,3L ha-1 Testemunha 0 0 30 60 90 Dias após a aplicação -1 Y (Tuv 3L ha ) = 18,1638 +0,1488x - 0,0008x² R² = 0,80 -1 Y (Tuv 1,5g ha ) =12,3065+0,2742x - 0,0018x² R² = 0,99 Y(tes) = 15,9729+0,0654x+0,0017x² R² = 0,94 Figura 6. Comprimento de Ramos de plantas de pinhão manso, de 0 a 90 dias após da aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi - TO, 2013. Analisando-se a Figura 7, constata-se que o fluxo de emissão de flores nas plantas pulverizadas com reguladores, foi semelhante ao da testemunha apresentando um período de maior emissão compreendido entre os 20 DAA e 45 DAA, após o qual ocorre uma queda. 51 O maior número de flores constitui-se de masculinas (em média 46 por inflorescência), enquanto as flores femininas apresentaram-se em um número bem inferior (9 flores por inflorescência), sendo as hermafroditas praticamente desprezíveis. Este padrão é característico a espécie do pinhão manso. Santos et al. (2005), ao estudarem duas espécies de Jatropha constataram a superioridade do número de flores masculinas em relação a femininas durante todos os meses de avaliação. Essa quantidade superior de flores masculinas em relação à femininas pode ser uma estratégia da cultura para atrair os insetos polinizadores, já que estes fazem mais visitas às flores masculinas do que às femininas (SOLOMON RAJU E EZRADANAM, 2002). A resposta semelhante no processo floral descrito, entre plantas pulverizadas com reguladores de crescimento e as não pulverizadas (testemunha), nos indica ausência de efeitos expressivos dos produtos, nas doses utilizadas. A maior relação de proporção de flores masculinas em relação a flores femininas, pode ser observada na Tabela 2. Constata-se que em todos os períodos avaliados não houveram diferenças significativas entre os tratamentos, variando em média no período avaliado de 5 a 7 flores masculinas para uma feminina. Conforme trabalhos de biologia floral realizado na cultura de pinhão manso, esta relação em condições naturais pode variar conforme a região e acesso, porém sempre o número de flores masculinas supera o número de flores femininas, com dados variando de 8:1 a 30:1 (LAVIOLA et al., 2011; LUCENA et al., 2010). Bhattacharya et al. (2005), descreveram uma proporção de 2 a 19 flores femininas para 17 a 105 flores masculinas por inflorescência, na Índia. Pereira (2012 ) trabalhando com reguladores de crescimento em planta de pinhão manso de 2 anos de idade, em função da aplicação de doses crescentes de regulador de crescimento Viviful (Pro- Ca), (400, 800, 1200, 1600 ml . ha -1) e Tuval (cloreto de chlormequat), (500, 750, 1000 e 1250ml . ha-1) nos quadrantes das inflorescência, observou que o quadrante 1 aumentou o número flor feminina de 5 para 10 e diminuiu o número de flor masculina de 96 para 89, isso para a maior dose de Viviful. O Tuval não apresentou efeito sobre a formação de flores femininas em nenhum dos quadrantes, porém, aumentou o número de flores masculinas no quadrante 2 de 84 para 94 flores, promovendo assim uma proporção de 18:1, ou seja, 18 flores masculinas para 1 flor feminina. 52 Stimulate 1,25ml . L Stimulate 1ml . ha-1 50 60 50 40 Número de flores Número de flores -1 40 30 20 30 20 10 10 0 0 15 30 45 60 75 15 90 30 45 60 75 90 Dias após a aplicação Dias após a aplicação Curavial 1,5g . ha -1 Curavial 0,5g . ha-1 60 60 50 40 Número de Flores Número de Flores 50 40 30 20 30 20 10 10 0 0 15 15 30 45 60 75 30 45 90 Tuval 3,3L ha-1 -1 60 60 Col 1 vs Col 6 Col 1 vs Col 7 Col 1 vs Col 8 50 50 40 Numerro de Flores Numero de Flores 75 Dias após a aplicação Dias após a aplicação Tuval 3L ha 60 90 30 20 10 40 30 20 10 0 15 30 45 60 75 0 90 15 Dias após a aplicação 30 45 60 75 90 Dias após a aaplicação Testemunha 60 Flor Masculina Flor Feminina Flor Hermafrodita Número de flores 50 40 30 20 10 0 15 30 45 60 75 90 Dias após a aplicação Figura 7. Número de flores masculinas, femininas e hermafroditas, por inflorescência em plantas de pinhão manso, em função da aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi – TO, 2013. 53 Tabela 2. Relação de flores Masculinas/Femininas, por inflorescência de plantas de pinhão manso, pulverizadas ou não, com reguladores de crescimento. Gurupi – TO, 2013. Relação de Flor Masculina/Feminina Dias após a aplicação Tratamentos 15 DAA 30 DAA 45 DAA 60 DAA 75 DAA 90 DAA 8,47 a 6,65 a 5,80 a 10,20 a 5,93 a 6,19 a 4,95 a 3,48 a 6,83 a 8,69 a 5,60 a 3,33 a Curavial 0,5g ha-1 7,32 a 4,43 a 5,57 a 9,14 a 12,11 a 3,23 a -1 5,77 a 3,92 a 5,73 a 12,42 a 6,34 a 2,94 a Turval 3l ha 10,92 a 9,33 a 7,21 a 6,72 a 4,51 a 3,68 a Turval 3,3l ha-1 8,57 a 1,93 a 8,60 a 10,76 a 4,26 a 3,33 a Testemunha 7,36 a 5,05 a 8,82 a 10,93 a 4,61 a 3,17 a 36,4 26,1 23,7 38,3 27,6 43,7 Stimulate 1ml L -1 Stimulate 125ml L Curavial 1,5g ha -1 CV% -1 Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a (P ≤ 0,5). Uma vez que o objetivo da produção de pinhão manso é obter matéria prima para a produção de óleo a ser utilizado na produção de biodiesel, o florescimento é um dos principais estágios fenológicos da cultura, uma vez que o número de flores femininas e sua fecundação determinam quantos frutos e sementes serão desenvolvidos (JUHÁSZ et al., 2009). Desta maneira, atualmente o menor número de flores femininas por inflorescências constitui-se em um dos fatores de entrave na exploração econômica desta espécie. A produção de frutos por planta de pinhão manso em função da aplicação de reguladores de crescimento, após 90 DAA, está descrita na Figura 8. Apesar de se observar visualmente maiores valores em todos os tratamentos onde se utilizaram reguladores de crescimento, estes não se diferenciaram significativamente da testemunha. No entanto, os tratamentos Stimulate e Curavial (nas duas doses) e Tuval 3,3L .ha-1, promoveram um aumento no número de frutos por planta comparado a testemunha, de 16,15% em média 7 frutos por planta. Pereira (2012 ) trabalhando com reguladores de crescimento em plantas de pinhão manso de 2 anos de idade, em função da aplicação de doses crescentes do regulador de crescimento Tuval (cloreto de chlormequat), (500, 750, 1000 e 1250ml .ha-1), em três floradas emitidas pelas plantas, observou que na dose 500ml . ha-1 na primeira e na terceira florada, o número de frutos por planta foi de 108% e 11%, respectivamente maior que o da testemunha. E para a segunda florada as doses de 750 e 1250 ml . ha-1, proporcionaram um aumento de 44% e 33%, respectivamente no número de frutos por planta em ralação a testemunha. 54 Considerando que um mesmo hormônio pode produzir respostas diferentes em tecidos ou em diferentes fases do desenvolvimento num mesmo tecido, os tecidos podem requerer diferentes quantidades de hormônios. Desse modo, os sistemas vegetais podem variar a intensidade do sinal hormonal pela alteração das concentrações dos hormônios ou pela mudança na sensibilidade aos hormônios que estão presentes (RAVEN et al., 2001). 60 a a a a 50 a a Número de frutos a 40 30 20 10 0 Sti 1ml Sti 1,25 ml Cur 0,5g Cur 1,5g Tuv 3L Tuv 3,3L Tes Figura 8. Número de frutos, por planta de pinhão manso (Jatropha curcas) aos 90 dias após a aplicação, em função da aplicação de reguladores de crescimento, Gurupi – TO.(Sti = Stimulate 1ml . L-1, Stimulate 1,25ml . L-1, Cur = Curavial 0,5g . ha-1, Curavial 1,5g . ha -1, Tuv = Tuval 3L . ha-1Tuval 3,3L . ha-1, Tes = Testemunha). Médias seguidas de mesma letra, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a (P ≤ 0,5). No presente estudo o regulador de crescimento Stimulate aplicado na dose mais baixa 1ml L-1 promoveu o maior crescimento de plantas expresso em maior altura. Ferrari, et al. (2008) observaram um efeito promovedor do Stimulate no desenvolvimento do maracujazeiro-doce (Passiflora alata Curtis) refletido nos índices da análise de crescimento. Este regulador ainda promoveu redução no diâmetro e no comprimento dos ramos das plantas de pinhão manso e aumentou o número de frutos por planta em 18%. Porém, não demonstrou efeito no diâmetro de copa e no número de flores por cacho. 55 Menor crescimento vegetativo, como desenvolvimento dos ramos laterais em plantas de pinhão manso, foi observado com a utilização do regulador de crescimento Tuval, reduzindo tanto o diâmetro como o comprimento dos ramos. No entanto, este regulador de crescimento apenas na dose de 3,3L ha-1 apresentou aumento no número de frutos de 15% por planta. O cloreto de chlormequat possui ação sistêmica, atuando na inibição da síntese das giberelinas. O qual permite gerenciar o crescimento vegetativo da cultura, direcionando a energia para os processos reprodutivos, possibilitando adequar o espaçamento das plantas (ALBUQUERQUE et al. 1998). O regulador de crescimento Curavial exerceu uma redução no desenvolvimento das plantas de pinhão manso, apenas dos ramos das plantas (diâmetro e comprimento). Porém promoveu um aumento do número de frutos por planta de 15% . O Sulfometuron metil é um regulador vegetal do grupo químico das Sulfoniluréias, recomendado como maturador para a cana-de-açucar, apresenta ação sistêmica sendo que após a sua absorção pelas folhas da cultura atua nas regiões meristemáticas afetando tanto o crescimento como inibindo a divisão celular (KERBAUY, 2004). Ghosh et al. (2010) citam que o efeito de reguladores de crescimento podem persistir na planta por diversos anos após a aplicação. Estes autores trabalhando com o regulador pacobutrazol em pinhão manso constataram mudanças nas respostas no decorrer dos anos de avaliação. Já Abdelgadir et al. (2009) observaram efeitos de reguladores de crescimento em condições de casa de vegetação que não se repetiram em condições de campo, assim como, resultados variáveis em avaliações realizadas aos três meses após aplicação e aqueles visualizados aos sete meses. CONCLUSÕES Todos os reguladores de crescimento com exceção do Tuval na menor dose, promoveram aumentos que variaram entre 15 e 18 %, no número de frutos por planta. Todos os reguladores de crescimento promoveram redução tanto no diâmetro e comprimento de ramos. O número e relação de flores de forma geral não foram afetados pela utilização dos reguladores de crescimento. Os reguladores de crescimento não promoveram efeito na altura e do diâmetro da copa das plantas de pinhão. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDELGADIR, H. A.; JOHSON, S. D.; STADEN, J. D. Promoting branching of a potential biofuel crop Jatropha curcas L. by foliar application of plant growth regulators. Plant Growth Regul. 2009. ALBUQUERQUE, R. C. Efeitos do biorregulador vegetal Stimulate® em sementes pré-embebidas de mamona. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA,2004, Campina Grande Anais. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2004. ATHAYDE, M. L. F.; LAMAS, F. M. Aplicação seqüencial de cloreto de mepiquat em algodoeiro. 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O que se verifica nas áreas de produção uma elevada variabilidade entre plantas, expressa em uma descontinuidade na floração e maturação de frutos, dificultando assim o processo de colheita. Os reguladores de crescimento são substâncias sintéticas que, aplicadas exogenamente, possuem ações similares às dos grupos de reguladores vegetais naturalmente produzidos pelas plantas. O trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de três doses de Benziladenina (150, 300 e 450mg L-1) aplicada de forma pulverizada e uma dose (150mg L-1), aplicada de forma Localizada. O experimento foi realizado em campo, com plantas de 26 meses de idade. As variáveis avaliadas para a aplicação pulverizada foram: Altura, diâmetro de copa, diâmetro e comprimento de ramos de planta, número de flor masculina, feminina, hermafrodita, relação de flores masculinas/femininas por inflorescência e número de frutos por cacho. As variáveis avaliadas para a aplicação localizada foram: número de flor masculina, feminina, hermafrodita, relação de flores masculinas/femininas por inflorescência e número de frutos por cacho. As características da planta como altura e diâmetro de copa não foram afetadas com a aplicação de Benziladenina pulverizada. As doses de Benziladenina de 150 e 450 mg L-1, aplicadas em pulverização em toda a planta, promoveram menor crescimento de ramos. A aplicação pulverizada de Benziladenina diminuiu a relação de flor masculina / feminina em 16,7%. Para a aplicação Localizada de Benziladenina apresentou aumento no número de flores femininas, hermafroditas, frutos por cacho e diminuiu a relação de flores masculinas/femininas. O número de frutos por cacho aumentou 3 vezes com a aplicação da Benziladenina localizada. Palavras-chave: Jatropha curcas L.; Florescimento, Crescimento vegetal. ABSTRACT: There is still no market for Jatropha varieties. What occurs in areas of high variability between production plants , expressed as a discontinuity in flowering and fruit ripening , thus hindering the process of harvesting . Growth regulators are synthetic substances which, when applied exogenously to have similar groups of plant growth regulators naturally produced by plants shares . The study aims to evaluate the effect of three doses of Benzyladenine (150, 300 and 450 mg L- 1) applied in spray form and a dose (150 mg L- 1) applied so positioned . The experiment was conducted in the field, with plants of 26 months old. Variables evaluated for spray application were: height , crown diameter , diameter and length of branches plant, number of male flower , female , hermaphrodite flower ratio Men / Women by inflorescence and number of fruits per bunch. Variables evaluated for localized application were: number of male, female , hermaphrodite flower, flowers ratio male/female flower and number of fruits per bunch . Plant characteristics such as height and canopy diameter were not affected by the application of Benzyladenine spray. Doses of 150 Benzyladenine and 450 mg L-1 spray applied to the entire plant, lower promoted shoot growth. The spray application of Benzyladenine decreased the ratio of male / female flower at 16,7%. Located to the application of Benzyladenine showed an increase in the number of female flowers, hermaphrodite fruits per bunch and decreased the ratio of male / female flowers. The number of fruits per bunch increased by 3 times with the application of benzyladenine located. Keywords: Jatropha curcas L., flowering , plant growth. 60 INTRODUÇÃO A crescente demanda energética atrelada à nova consciência da população mundial quanto à poluição ambiental, tem provocado mudança no tipo de fonte de energia a se utilizar, dando-se mais importância à aquelas provenientes de origem vegetal. Entre estes o biodiesel tem crescido em importância uma vez que é combustível renovável e biodegradável, derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais, que pode substituir parcial ou totalmente o óleo diesel de origem fóssil. Existem diversas espécies vegetais produtoras de óleo adaptáveis às condições tropicais típicas na maior parte do território brasileiro, com potencial de utilização na produção de biodiesel. Entre estas tem merecido destaque a chamada popularmente de Pinhão Manso (Jatropha curcas L.), planta perene e pertencente à família Euphorbiaceae (ABRANTES, 2011). Segundo Teixeira (2005), o pinhão manso pode atingir uma produtividade média de 5t ha-1, sendo que, aproximadamente 32% deste valor é convertido em óleo vegetal (1.600 l ha-1 ). Devido ainda não existirem cultivares comerciais um dos maiores entraves da sua exploração econômica é a desuniformidade entre plantas e dentro das mesmas, principalmente quanto a emissão de flores e maturação de frutos, o que inviabiliza a colheita mecânica. A desuniformidade de maturação pode ser atribuída a vários fatores; dentre eles, alterações na biossíntese de hormônios que participam diretamente do florescimento e da maturação dos frutos. Estudos com aplicação de reguladores de crescimento e outros produtos químicos indutores de florescimento têm se mostrado eficientes na uniformização do florescimento em muitas culturas, o que leva à suposição de que o mesmo possa ocorrer em plantas de pinhão-manso, pela Os reguladores de crescimento são substâncias sintéticas que, aplicadas exogenamente, possuem ações similares às dos grupos de reguladores vegetais naturalmente produzidos pelas plantas (citocininas, giberelinas, auxina e etileno) (Vieira & Castro 2002). A aplicação exógena de reguladores de crescimento pode ser usada para estimular a resposta produtiva das plantas e promover o seu crescimento em condições ambientais adversas (Marenco & Lopes, 2007). Exemplo da citocinina sintética 6-benziladenina, que acelera a divisão e expansão celular, o que pode resultar em maior resistência dos tecidos dos frutos nas fases de desenvolvimento rápido. A citocinina têm, como efeitos específicos, o aumento da taxa de incorporação de aminoácidos, o retardamento da senescência e o aumento de absorção de nutrientes (Salisbury & Ross, 1992). Elas têm sido utilizadas em diversas culturas para acelerar a taxa de crescimento, 61 induzir a formação de raízes, impedir a queda de frutos e ajustar a relação entre flores masculinas e femininas nas inflorescências (Kumar et al., 2011). Diversos reguladores de crescimento têm sido testados no cultivo do pinhão-manso. Joshi et al. (2011) observaram efeito sinérgico da auxina e do etileno no desenvolvimento floral e na produção de grãos. Abdelgadir et al. (2010) observaram que a aplicação foliar da Benziladenina aumenta o desenvolvimento floral sem aumentar a produção de grãos. Pan & Xu (2011) constataram que a aplicação exógena de Benziladenina aumenta o desenvolvimento floral e a produção de grãos, com aplicação manual diretamente na inflorescência, em concentrações inferiores a 160mg L-1. Contudo, as diferentes condições edafoclimáticas dos locais de realização dos experimentos e a avaliação de plantas em estágio juvenil têm limitado a predição de resposta, em campo, da aplicação exógena da Benziladenina. Diante desses aspectos, o objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes doses de Benziladenina aplicada por meio de pulverização e localizada, no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo de plantas de pinhão-manso, no município de Gurupi - TO. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi conduzido em condições de campo na estação experimental da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na região sul do estado do Tocantins, em altitude de 280 metros (11º 43`45”). Segundo KÖPPEN (1948), o clima regional é do tipo B1WA „a‟ úmido com moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual é de 27° C e precipitação média anual de 1.600 mm, sendo verão chuvoso, inverno seco (Figura 1). 62 Temp. Mínima Temp. Máxima Precipitação 16,0 12,0 25,0 10,0 20,0 8,0 15,0 6,0 24-30/jun 17-23/jun 10-16/jun 03-09/jun 27-02/jun 20-26/mai 13-19/mai 06-12/mai 29-05/mai 22-28/abr 15-21/abr 0,0 08-14/abr 0,0 01-07/abr 2,0 25-31/mar 5,0 18-24/mar 4,0 11-17/mar 10,0 PRECIPTAÇÃO (mm) 14,0 30,0 04-10/mar TEMPERATURA (°C) 35,0 SEMANA Figura 1. Temperatura mínima e máxima e precipitação média durante o ciclo da cultura no ano de 2013. Gurupi – TO. Fonte: INMET/UFT. O solo da área experimental foi classificado como um Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico com as seguintes características químicas: pH: 5,4; Ca: 0,13 cmolc dm -3; Mg: 0,4 cmolc dm-3; Al: 0,1 cmolc dm-3; Al+H: 3,3 cmolc dm-3; P (mel): 7,1 mg dm-3; K: 51,6 mg dm-3; CTC: 6,63 cmolc dm-3; V: 50, %; M.O: 1,9 %. O delineamento experimental utilizado constituiu-se de blocos inteiramente casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições (Tabela 1). Tabela 1. Descrição dos tratamentos com diferentes doses do regulador de crescimento Maxel, aplicado em plantas de pinhão-manso com 26 meses após o plantio. Gurupi/TO, 2013. Regulador de Crescimento Utilizado (Maxel) Ingrediente ativo Tipo de aplicação Doses do Ingrediente Ativo Doses 150mg L-1 Pulverizada 300mg L-1 Benziladenina Pulverizada 450mg L-1 Pulverizada 150mg L-1 Localizada As plantas utilizadas no trabalho foram provenientes de mudas constituídas no campus experimental da UFT localizado na cidade de Gurupi-TO. O plantio em campo foi realizado em Janeiro de 2011, com espaçamento de 4x2 (entre linha x planta), correspondendo a uma população de 1250 plantas ha-1. Estas plantas foram podadas a um metro de altura em outubro de 2012. Cada unidade experimental constou de uma área de 48 m² (12m x 4 m), correspondente a 6 plantas, sendo a área útil para colheita de 16 m², compreendendo as duas plantas centrais. 63 A aplicação pulverizada foi realizada por meio de pulverizador costal pressurizado a gás carbônico (vazão de 200L . ha-1 e pressão constante de 35kgf/cm²) procurando molhar toda a planta de forma que o produto tivesse maior contato com as folhas, caules e meristemas. A aplicação Localizada foi realizada por meio de um borrifador de capacidade de 500 ml, sendo aplicado direto nas inflorescências que se encontravam fechadas com até dois dias de desenvolvimento, sendo realizadas duas pulverizações localizadas, com uma semana de intervalo (18/03/2013 e 25/03/2013), conforme sugerido por Pan & Xu (2010). O experimento foi irrigado por meio de aspersão com um turno de rega de dois dias de acordo com a demanda da cultura. O controle das plantas daninhas nas entrelinhas foi realizado por meio de pulverização com o herbicida glyphosate (480 g l-1) na dose de 2 L ha-1, enquanto na linha por meio de capina manual, fazendo coroamento a um metro de distância do tronco. Para a avaliação do crescimento da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis altura e diâmetro de copa, com o auxilio de uma régua graduada, esses dados foram coletados mensalmente até os 90 dias após a aplicação dos reguladores de crescimento. Para o acompanhamento do desenvolvimento de ramos, foram marcados dois ramos por planta, com aproximadamente 15cm de comprimento, utilizou-se uma régua graduada para medir o comprimento e um paquímetro para medir o diâmetro, essas avaliações foram mensais até os 90 dias após a aplicação. Para a avaliação reprodutiva da cultura do pinhão manso, foram colhidas as variáveis número de frutos, realizou-se a contagem dos mesmos mensalmente. E para a avaliação do número de flores masculinas, femininas e hermafroditas, foi feita a contagem em cada cacho ou inflorescência de acordo com sua abertura, onde as contagens eram feitas a cada quatro dias (Figura 2). E para a relação de flores masculinas e femininas realizou-se a divisão do número de flores masculinas pelo número de flores femininas. Fonte: Dotto (2013) Figura 2. A Flor feminina; B Flor masculina; C flor hermafrodita. 64 Os dados das variáveis altura e diâmetro de copa foram submetidos à análise de variância e as médias das características analisadas comparadas através do teste Tukey a 5%. Os dados de diâmetro e comprimento de ramos foram submetidos à análise de regressão, utilizando-se, para isso, a média das repetições dos parâmetros estudados. O número de flores pelo fato da análise de crescimento não atender às pressuposições básicas da análise de variância (Dias & Barros, 2009), foi expresso por meio de figuras. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1 observa-se o incremento em altura e diâmetro de copa, de plantas de pinhão manso, em resposta a aplicação pulverizada de Benziladenina. Não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos quanto ao incremento da altura e diâmetro de copa de plantas de pinhão manso, indicando que a Benziladanina aplicada por meio de pulverização não promoveu efeitos significativos nas variáveis em questão. Estes resultados estão de acordo com os observados por Prat et. al (2008), onde relatam que a Benziladenina aumentou ramos laterais e diminuiu a altura das plantas de Peperomia obtusifolia L., resultando em plantas menores e mais compactas. Entretanto, aplicação exógena de Benziladenina teve efeitos positivos sobre o crescimento da parte aérea de Welkeri dieffenbachia (JOSHI et al. 2011). Abdelgadir et al.(2009) estudaram o efeito da aplicação foliar de Benziladenina (BA) em plantas de 5 meses (casa de vegetação) e em plantas de 12 meses (no campo), aplicando diferentes dosagens de BA(50, 100, 150 e 200mg L-1), e constataram que nas maiores doses (100,150 e 200mg L-1), um mês após a plicação, as plantas de 5 meses apresentaram uma redução média na altura de 81% e 58% no tamanho da copa. Já aos quatro meses após a aplicação as mesmas doses apresentaram redução de 55% na altura e 54% na copa em relação a testemunha. Para as plantas de 12 meses, quatro meses após a aplicação de BA apenas a dose de 100mg L-1 BA apresentou redução de 40% na altura da planta. Para as demais dodes houve um aumento na altura em média de 33% e para a tamanho da copa, a Benziladenina não apresentou efeito em plantas de 12 meses em campo. Campos et al. (2010), trabalhando com a cultura da soja em função da aplicação de reguladores vegetais (GA3 100 mg L-1; BAP (Benzilaminopurina) 100 mg L-1; T4- IBA (ácido indolilbutírico) 100 mg L-1), observaram que as plantas de soja tratadas com BAP (Benzilaminopurina) 100 mg L-1, a partir dos 80 dias do plantio apresentou uma redução na altura das plantas de 17%, porém, essa redução não afetou a produção da cultura . 65 Tabela 2- Incremento na altura e diâmetro de copa, de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas), 90 dias após a aplicação, em resposta a aplicação pulverizada de Benziladenina, em três concentrações. Gurupi-TO, 2013. Incremento (%) Tratamento Altura Diâmetro de Copa -1 150mg L (P) 11,22 a 7,76 a 300mg L-1 (P) 450mg L-1 (P) Testemunha CV% 12,05 a 9,76 a 14,69 a 13,04 a 10,65 a 10,62 a 32,4 43,5 Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a (P ≤ 0,5). Ao analisar-se o crescimento de ramos (selecionados), em diâmetro e comprimento, em resposta a aplicação de Benziladenina pulverizada (Figura 3), observa-se um padrão geral para todos os tratamentos, semelhante a aquele apresentado pela testemunha. Um crescimento ascendente ao longo do período avaliado com uma maior aceleração a partir dos 30 DAA, no entanto fica evidente o menor crescimento expresso nas doses de 150 e 450 mg L-1. Esse menor crescimento promovido por alguns tratamentos fica demonstrado quando se compara o incremento nas variáveis avaliadas aos 90 DAA. Para a variável diâmetro de ramos, na testemunha constatou-se um incremento de 50 %, seguidas em ordem decrescente por: Benziladenina 300 mg L-1 (40 %), Benziladenina 450 mg L-1 (31,70 %) e Benziladenina 150 mg L-1 (18 %). Resposta similar foi constatada no comprimento de ramos para as dose de Benziladenina, onde promoveu uma redução no crescimento no período avaliado, comparado à testemunha. Nesta o valor do incremento correspondeu a 116,14 %, enquanto na benziladenina em ordem decrecente estes valores foram de: 151,58% (Benziladenina 300 mg L-1), 54,89% (Benziladenina 150 mg L-1) e 46,68 % (Benziladenina450 mg L-1). Segundo Ghosh et al. (2011) a citocinina (Benziladenina) faz parte de uma rede de sinalização celular que controla o desenvolvimento e o crescimento das plantas, em diferentes condições ambientais. O efeito positivo da Benziladenina sobre planta decorre da aceleração da divisão e expansão celular dos tecidos meristemáticos. Porém esse efeito pode variar de acordo com fatores extrínsecos, tais como disponibilidade de luz, nutrientes e água. A citocinina têm papel importante no ajuste da resposta ao estresse biótico e abiótico. (Marenco & Lopes, 2007). 66 150mg L-1 (P) 300mg L-1 (P) 450mg L-1 (P) Testemunha 40 1,4 35 Comprimento (cm) Diametro (cm) 1,2 1,0 0,8 30 25 20 15 10 0,6 0,4 5 0 30 60 90 Dias após a aplicação 0 30 60 90 Dias após a aplicação Figura 3. Diâmetro e comprimento dos ramos de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas), aos 90 Dias após a aplicação (DAA), em resposta a aplicação de Benziladenina em três concentrações. Gurupi-TO, 2013. A finalidade de produção de pinhão manso é obter matéria prima para a produção de óleo a ser utilizado na produção de biodiesel, o florescimento é um dos principais estágios fenológicos da cultura, uma vez que o número de flores femininas e sua fecundação determinam quantos frutos e sementes serão desenvolvidos (JUHÁSZ et al., 2009). Assim, na Figura 4, está representada a produção de flores por inflorescência nas plantas de pinhão manso, sob aplicação de Benziladenina, seja em pulverização em toda a planta ou, direcionada (Localizada) na inflorescência. Observa-se que houve um padrão de resposta na produção de flores nos tratamentos com Benziladenina na aplicação pulverizada e na testemunha, ocorrendo um decréscimo até os 15 DAA, a partir do qual ocorre um aumento expressivo até o final do período avaliado. O número de flores masculinas (em média 33 por inflorescência) foi sempre superior as femininas (em média, 3 por inflorescência) enquanto o número de flores hermafroditas podem ser consideradas insignificantes. Esta resposta é considerada uma característica própria da espécie de pinhão (Laviola et al., 2011; Lucena et al., 2010). Pereira et al. (2011) analisando as inflorescências de diferentes plantas de pinhão manso nas condições de Gurupi, estado do Tocantins, verificaram que o número total de flores masculinas presentes em uma inflorescência foi sempre superior conferindo uma razão média de 18 flores masculinas para cada flor feminina. Essa relação pode ser uma estratégia da cultura para atrair os 67 insetos polinizadores, uma vez que esses fazem mais visitas às flores masculinas do que às femininas (SOLOMON e EZRADANAM, 2002). Quando a Benziladenina foi aplicada diretamente sobre as inflorescências (aplicação Localizada) verifica-se um efeito altamente expressivo do regulador de crescimento, modificando as relações no tipo de flores produzidas e padrão de emissão no tempo. Ao contrário do citado anteriormente para a Benziladenina em aplicação em toda a planta e na testemunha, na aplicação localizada, houve um aumento no número de flores femininas (17 flores por inflorescência) para as masculinas de (21 flores por inflorescência). Representativo foi o incremento do número de flores hermafroditas (18 por inflorescência), com um crescimento até os 45 DAA (Figura 5). Pan & Xu (2010) trabalhando com Benziladenina em plantas de pinhão manso, aplicando Benziladenina (80, 160, e 320 mg L-1), observaram um aumento de 3,6 vezes no número de flores totais ( 215-784 ) por inflorescência para a dose de 160 mg L-1. Correspondendo em média 618 flores masculinas, 156 flores femininas e 10 flores hermafroditas por inflorescência, contra 200 flores masculinas e 15 flores por inflorescência da testemunha . A citocinina sintética 6 Benziladenina acelera a divisão e expansão celular, o que pode resultar em maior resistência dos tecidos dos frutos nas fases de desenvolvimento rápido. As citocininas têm, como efeitos específicos, o aumento da taxa de incorporação de aminoácidos, o retardamento da senescência e o aumento de absorção de nutrientes (Salisbury & Ross, 1992). Elas têm sido utilizadas em diversas culturas para acelerar a taxa de crescimento, induzir a formação de raízes, impedir a queda de frutos e ajustar a relação entre flores masculinas e femininas nas inflorescências (Kumar et al. 2011). 68 150mg L N° de Flor / Inflorescência 40 -1 (P) 300mg L 40 (P) 30 30 20 20 10 10 0 0 15 30 45 15 60 30 45 60 Dias após a aplicação Dias após a aplicação 450mg L -1(P) N° de Flor / Inflorescência -1 150mg L-1 (L) 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 15 30 45 60 15 Dias após a aplicação N° de Flor / Inflorescência 45 60 Dias após a aplicação Testemunha 40 Flor Masculina Flor Feminina Flor Hermafrodita 30 30 20 10 0 15 30 45 60 Dias após a aplicação Figura 4. Número de flores masculinas, femininas, hermafroditas por inflorescência, em função da aplicação pulverizada (P) e localizada (L) de Benziladenina, em plantas de pinhão manso (Jatropha curcas), Gurupi – TO 2013. 69 Aplicação Localizada Aplicação Pulverizada Figura 5. Inflorescência de plantas de pinhão manso, submetida a Pulverizada) de Benziladenina, Gurupi – TO 2013. Fonte: Dotto 2013 aplicação (Localizada e A relação de flores masculinas para flores femininas, na testemunha e na Benziladina aplicada em toda a planta foi em média de 16:1 na testemunha e de 13:1 na Benziladenina pulverizada, promovendo uma redução de 16,7% na relação de flores (Tabela 3), enquanto na aplicação direta na inflorescência (localizada) esta relação foi de 3,7:1, o que representa uma redução de 76% em relação a testemunha. Dados obtidos a campo, em regiões diferentes do país está relação tem variado de 8:1 a 30:1 (Laviola et al., 2011; Pereira et al., 2011; Lucena et al., 2010). Bhattacharya et al. (2005) descreveram uma proporção de 2 a 19 flores femininas para 17 a 105 flores masculinas por inflorescência, na Índia. Gouveia et al. (2012), pesquisando o efeito da Benziladenina (150 mg L-1), aplicada manual em inflorescência com dois dias de desenvolvimento em plantas de pinhão manso com 36 meses de idade, constatou que a testemunha apresentou uma relação de flor masculina/feminina de 6:1 e o tratamento com Benziladenina uma relação de 4,2:1, ou seja apresentou uma redução na relação de flores de 33%. 70 Tabela 3. Relação de Flores Masculinas / Femininas, de plantas de pinhão manso, pulverizadas (P), em área total ou localmente (L) nas flores, com Benziladenina, média de 60 dias após a aplicação (DAA). Gurupi – TO, 2013. Relação de Flor Masculina / Feminina Tratamentos 150mg L-1 (P) N° de Flor M/F 12,63 300mg L-1 (P) 13,94 450mg L-1 (P) 13,83 150mg L-1 (L) 3,79 Testemunha 16,21 Na figura 6 é apresentada a quantidade de frutos por cacho de plantas de pinhão manso em função de doses de Benziladenina aplicadas de forma pulverizada e localizada. A produção do número de frutos por cacho nas diferentes doses de Benziladenina aplicada em toda a planta, não diferiram estatisticamente entre si e com a testemunha, produzindo em média 5 frutos/cacho. Já, quando a Benziladenina foi aplicada diretamente nas inflorescências (Localizada), o número de frutos por cacho aumentou 3 vezes, em relação aos demais tratamentos (em média 16 frutos por cacho). Esta resposta era esperada visto ao grande número de flores hermafroditas produzidas nas plantas onde a Benziladenina foi aplicada diretamente nas inflorescências (Figura 3), o que deixa a planta menos dependente a polinização via insetos. Brenha et al.(2010), com o objetivo de obter dados sobre a contribuição dos insetos no processo de polinização em pinhão manso, constatou que os tratamentos em que a flor foi isolada para evitar a visitação de insetos (fecundidade nula), com aqueles apresentados pelas inflorescências em que houve livre visitação dos insetos, obtiveram uma taxa média de fecundação de 85,7% devido a contribuição dos insetos na polinização 71 18 a Número de frutos / cacho 16 14 12 10 8 b 6 b b 150mg (P) 300mg (P) b 4 2 0 450mg (P) 150mg (L) Tes Figura 6. Número de frutos por cacho, em função da aplicação pulverizada (P) e localizada (L) de Benziladenina, em plantas de pinhão manso (Jatropha curcas), Gurupi – TO 2013. Médias seguidas de mesma letra, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a (P ≤ 0,5). Pan & Xu (2011) trabalhando com Benziladenina em plantas de pinhão manso com 36 meses de idade, aplicando Benziladenina (80 , 160 , e 320 mg L-1), observaram um aumento no número de fruto, onde cada inflorescência apresentou 25, 56 e 53 frutos, respectivamente, quanto a testemunha apresentou 13 frutos por inflorescência. O rendimento final de sementes por inflorescência foi aumentada em 1,8 vezes ( BA a 80 mg L-1 ) até 3,3 vezes ( BA em 160 mg L-1 ). Inesperadamente, o teor de óleo das sementes aumentou significativamente de 31,7% ( sementes controle ) para 34,8 % ( com 160 mg L-1 de BA - tratado). Abdelgadir et al. (2010) estudaram o efeito da aplicação foliar de Benziladenina (BA) em plantas de 12 meses de idade (no campo), aplicando diferentes dosagens de BA(50, 100, 150 e 200mg L-1), aplicadas com borrifador de 500 ml via foliar, observaram que a dose de 50mg L-1 de Benziladenina aumenta o desenvolvimento floral em 35% porém não aumentou a produção de grãos. 72 A 6-benziladenina classificada com uma citocinina, faz parte de uma rede de sinalização celular que controla o desenvolvimento e o crescimento das plantas, em diferentes condições ambientais. O efeito positivo da Benziladenina sobre o florescimento e a frutificação decorre da aceleração da divisão e expansão celular dos tecidos meristemáticos (Marenco & Lopes, 2007; Ghosh et al., 2011). O efeito da aplicação de citocininas pode variar de acordo com fatores extrínsecos, tais como disponibilidade de luz, nutrientes e água. Elas têm papel importante no ajuste da resposta ao estresse biótico e abiótico. A aplicação exógena de citocinina pode causar mudanças no desenvolvimento de diversas espécies. Kuragawa et al. (2007) e Werner & Schmulling (2009) observaram que plantas de tabaco e de arroz cuja rota de produção de citocinina foi geneticamente modificada apresentaram número reduzido de flores por inflorescência. No presente estudo o regulador de crescimento Benziladenina aplicado de forma pulverizada não apresentou efeito para as variáveis altura de planta, diâmetro de copa e no número de flores por planta. Porém as dose de 150 e 450 mg L-1 promoveram redução no crescimento dos ramos. A aplicação localizada de Benziladenina alterou-se os aspectos produtivos da planta, aumentando o número de flores bem como o de frutos Para Prat et al. (2008), o aumento significativo do número de flores e frutos causados pela aplicação de Benziladenina, foi da ação da citocinina nos meristemas axilares, refletida numa ampliação da zona do meristema axilar, esse crescimento permitiu a diferenciação de mais de uma flor por gema axilar, resultando num aumento do número total de flores produzida. Segunso Taylor et al.(2005) há relatos que a citocinina age com a sacarose na iniciação floral, sendo que concentrações mais baixas de BA são mais eficazes na mobilização dos açúcares do que em maiores concentrações. CONCLUSÕES As características da planta como altura, diâmetro de copa e ramos não foram afetadas com a aplicação de Benziladenina pulverizada. As doses de Benziladenina de 150 e 450mg L-1, aplicadas em pulverização em toda a planta, promoveram menor crescimento de ramos. A aplicação pulverizada de Benziladenina diminuiu a relação de flor masculina / feminina em 16,7%, porém não aumentou a produção de frutos. 73 A aplicação Localizada de Benziladenina apresentou aumento no número de flores femininas ,hermafroditas, frutos por cacho e diminuiu a relação de flore masculinas / femininas. O número de frutos por cacho aumentou 3 vezes com a aplicação da Benziladenina localizada. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ABDELGADIR, H.A.; JAGER, A.K.; JOHNSON, S.D.; VAN STADEN, J. Influence of plant growth regulators on flowering, fruiting, seed oil content, and oil quality of Jatropha curcas. South African Journal of Botany, v.76, p.440-446, 2010. . ABDELGADIR, H.A.;JOHNSON, S.D.; VAN STADEN, J.Promoting branching of a potential biofuel crop Jatropha curcas L. By foliar application of plant growth regulators, Plant Growth Regul , 58:287,(2009). ABRANTES, F. L.; SÁ, M. E.; SOUZA, L. C. D.; SILVA, M. P.; SIMIDU, H. M.; ANDREOTTI, M.; BUZETTI, S.; VALÉRIO FILHO, W. 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