Paulo Vargas Moniz Lição 12 A Massa e Momento Linear Relativista Estrutura Pedagógica Apresentação: O objectivo geral desta lição (e das 3 seguintes) é analisar e determinar quais (e como são) as alterações induzidas pela estrutura da TRR no contexto de fenómenos dinâmicos. Em particular, nesta lição vamos determinar como o conceito de massa e momento linear adquirem um novo enquadramento fundamental. Mais concretamente, ao aplicar directamente o conceito de momento linear extraido da mecânica Newtoniana, vamos constatar que a conservação de momento linear seria inconsistente com a TRR. A solução deste problema requere a introdução do conceito de massa (e momento linear) relativista, dependente da velocidade do objecto. A consequência relevante é que recuperamos a conservação do momento linear se outra lei de conservação (clarificada na Lição 13) também fôr introduzida. Questão Central: O resumo acima descrito aponta para as questões centrais que vão guiar esta lição. Básicamente, inquirir se e como os postulados de A. Einstein da TRR (via transformações de Lorentz) também determinam consequencias ao nivel da dinâmica. Em particular, ao longo das Lições 5-11 determinamos como quantidades cinemáticas (como a velocidade e aceleração) se relacionam de forma especifica no quadro da TRR. Mas esses observáveis estão presentes em relações dinâmicas. Será então que para preservar essas relações dinâmicas deveremos introduzir alterações ao nivel dos conceitos de massa e conservação de momento linear? Estrutura da Lição: A estrutura desta lição é essencialmente mista. A direcção inicial é de um “problema centralizado”, onde a conservação do momento linear em TRR é apresentada.. Mais concretamente, a análise no quadro da mecânica Newtoniana e TRR é discutida. Com base na introdução do conceito relativista de massa (e momento linear), extraiem-se então “sequencialmente” várias conclusões, introduzindo o tema da lição seguinte. Sumário da lição: Nesta lição irá ser focado: 122 A Teoria da Relatividade Restrita em 20 Lições Como a conservação de momento linear (Newtoniano) não é compativel com a TRR. Como a conservação de momento linear requere redefinição de massa (ou momento linear) em TRR; Definição de massa em repouso e massa relativista (ou total); Como com a conservação de momento linear vem associada outra lei de conservação! Aplicações na forma de exercicios discutidos para reforçar análises anteriores; Porque a velocidade da luz é uma velocidade limite mas o momento linear pode aumentar infinitamente; Como o conceito de força em TRR irá requerer um contexto mais especifico dado que em TRR teremos m = m (V). Objectivos Didácticos: No fim desta lição, ao alunos deverá ser possivel Entender o porquê da (re)definição de momento linear e massa em TRR; Poder interpretar o conceito de massa em repouso e massa relativista; Saber explicar como duas leis de conservação são requeridas em TRR quando discutindo o momento linear de objectos em interacção; Determinar o limite não relativista (V<<c) do momento linear e massa; E consequentemente, saber analisar alguns elementos básicos envolvidos em colisões através da conservação de momento linear em TRR. N a lição 4 enunciámos o Principio da Relatividade inserido nos postulados de A. Einstein, os quais constituiem os pilares fundamentais da TRR. Nesse contexto, estabelecemos como coordenadas espacio-temporais e velocidades se transformam e relacionam entre RI. Em particular, analisámos como noções de espaço e tempo se tornam relativas (e deixam de ser absolutas). Consequências fundamentais desse facto são as contracções de comprimentos e dilatação do tempo (ver Lições 7 e 8), nas quais se aponta para diferenças cruciais entre mecânica Newtoniana e da TRR. O passo seguinte após termos analisado em grande detalhe variadissimos aspectos da cinemática associados com a TRR, é determinar quais as alterações relativistas correspondentes a introduzir no respeitante à dinâmica. Em particular: 123 Paulo Vargas Moniz Será que principios básicos da mecânica Newtoniana como a conservação do momento linear (que é consequencia directa das simetrias do espaço com respeito a translações) é afectado em TRR? Será que a conservação da energia (consequência directa de propriedades de simetria de sistemas fisicos com respeito ao tempo) se mantem ou tem que ser alterada? Que novos enquadramentos poderão ser necessários para conceitos fundamentais (como massa) e derivados (como momento linear) presentes em dinâmica? C omecemos por demonstrar que a lei de conservação de momento linear (extraida directamente da mecânica Newtoniana) não é covariante em TRR. Consideremos a colisão de 2 objectos A e B, com massas e velocidades mA, VA, mB, VB respectivamente, efectuada ao longo do eixo dos xx de um RI S. A conservação de momento linear determina que m AV A mBVB mCVC mDVD (1.60) indicando que no final emergem outros 2 corpos C e D como descrito em (1.60). Para um RI S’ que se mova com velovidade u relativamente a S, obtemos das transformações de Galileu (1.16) que (assumindo que mA=m’A) m AV A mBVB mCVC mDVD umC m D m A mB (1.61) onde V’A, V’B, V’C, V’D são as velocidades de A, B, C, D em S’. A conservação do momento linear é covariante se a massa for conservada, i.e., mA+mB=mC+mD, o que é um principio básico da mecânica Newtoniana. Em TRR, há que usar ao invés as transformações de velocidades (1.41-1.42) ditadas pelas transformações de Lorentz. Mas então obtemos, diferentemente de (1.61), que mA V u V A u V u V u mB B mC C mD D u u u u 1 V A 2 1 VB 2 1 VC 2 1 VD 2 c c c c (1.62) Para que houvesse covariância em TRR, a expressão (1.62) teria que ter a forma mAV’A+ mBV’B= mCV’C+ mDV’D. No entanto isso não é possivel! Qual é então o problema? Por outras palavras, se usarmos a definição Newtoniana de momento linear junto com a transformação de Lorentz então não há conservação de momento linear em S', embora o haja em S - contradição com o Principio da Relatividade que estabelece que leis fundamentais da fisica tem que ser independente do RI (covariância). Temos então duas possibilidades: A conservação do momento linear não é uma lei da natureza mas apenas aproximadamente válida quando V<<c; 124 A Teoria da Relatividade Restrita em 20 Lições Conservação do momento linear é uma lei da natureza mas a definição de momento linear em TRR não pode ser constrangido ao produto de massa (invariante!) pela velocidade – esta seria a forma para o caso limite V/c<<1. A primeira alternativa apresenta consequências desagradáveis. Em Física, as quantidades dinâmicas mais importantes são aquelas que se conservam durante interacções. E o Principio da Relatividade requer que as leis da Física sejam as mesmas em todos os RI, pelo que leis válidas num RI devem sê-lo noutro RI qualquer. A opção é pois procurar uma alternativa1 e estabelecer um novo conceito de massa no quadro da TRR. A Solução, de forma a manter a conservação de momento linear como caracteristica fundamental também da TRR, passa por analisar em detalhe o que deve ser alterado na perspectiva Newtoniana. Neste sentido, o que temos que fazer é redefinir o conceito de massa inercial. Como iremos provar para o caso acima, o momento linear é conservado se m m0 1 V2 1 2 c m0 (1.64) onde m0 é massa em repouso ou massa própria, i.e., massa do corpo no referencial em que corpo está em repouso, i.e., comóvel. Neste novo contexto, m0 corresponde à massa inercial definida e medida no limite V<<c da mecânica Newtoniana. A quantidade ou observavel m é designada de massa relativista. No contexto depois introduzido na Lição 13, veremos que m adquire uma interpretação mais clara e transmitirá o contexto fisico adequado a (1.62) e (1.64)2. Mas não há inconveniente em invocar uma massa dependente da velocidade, como aliás o próprio A. Einstein assim fez. Essencialmente, é uma questão de convenção e designação. Comentário: Também podiamos relembrar que em TRR o espaço e o tempo são agora equivalentes. O movimento de um objecto faz-se no espaço e no tempo, e seremos mais especificos a este propósito nas Lições 16 e 17. Neste contexto, notemos que a definição de momento linear inclui um quociente entre distância espacial dx de eventos e o intervalo de tempo dt que os separa: px=m0dx/dt. Mas esses intervalos dependem do RI usado. Uma opção mais adequada é usar uma definição de 1 É curioso referir que uma lei covariante não é necessáriamente uma lei da natureza. I.e., podemos construir relações entre observaveis que são relações covariantes mas essas leis podem não existir na natureza. É um artefacto matemático. Mas por vezes (e segundo a linha de pensamento de A. Einstein) leis covariantes e “estéticamente” consistentes são leis da natureza. No entanto, só a experiência pode validar se uma relação covariante é verdadeiramente um lei da natureza. 2 A quantidade presente na eq. (1.64) depende da velocidade do objecto V na mesma forma em que a velocidade relativa u (de dois RI) está presente na expressão (1.38). No entanto, estas quantidades associadas com o factor são quantidades diferentes no seu contexto. 125 Paulo Vargas Moniz tempo determinado por relógios co-movendo-se com o objecto e independente do referencial – o tempo próprio . Assim poderiamos escrever p x m0 dx m0Vx d V2 1 2 c para exprimir o momento linear nesse RI em termos da velocidade determinada nesse RI. Comecemos por determinar como a quantidade 1 1 V 2 c 2 se transforma com respeito às transformações de Lorentz, relativamente a dois RI com velocidade relativa u ue x . V2 é o quadrado da velocidade total da particula ou objecto registado no RI S. Em S’ tem-se que V 2 Vx 2 Vy 2 Vz 2 e usando a transformação de velocidades (1.41-1.42) escrevemos V 2 Vx u 2 1 u 2 c 2 V y2 1 u 2 c 2 V y2 1 u V V u 1 u 1 u V 2 x 2 x x c2 c 2 V 2 V x2 c2 de onde se obtem que V x u V 2 V x u 2 2 2 1 2 c c c c c 1 2 u 1 V x c2 u 2 V 2 1 2 1 2 c c 2 u 1 V x 2 c 2 1 1 V c2 2 u 2 V 2 V 2u 2 4 c2 c2 c 2 u 1 V x 2 c isto é, 1 V c2 2 u2 V2 1 c2 c2 u 1 Vx 2 c 1 ou seja V V u 1 V x u c2 (1.65) 126 A Teoria da Relatividade Restrita em 20 Lições A relação inversa, repetindo os argumentos acima seguidos, é dada por V V u 1 V x u c2 (1.66) Das equações (1.41), (1.42) e (1.65), (1.66) igualmente se obtem que Vx V u V Vx u (1.67) Vx V u V Vx u V y V V V y Vz V V Vz (1.68) e Como se pode constatar, embora Vy e Vz tenham propriedades de transformação algo complexa em TRR, os produtos (V)Vy e (V)Vz são invariantes! V erifiquemos então se com a redefinição de massa através da equação (1.64) a conservação de momento linear relativista se mantem, sendo que este agora é escrito como p mV m0 V2 1 2 c V (1.69) Consideremos o processo de colisão como descrito atrás mas utilizando (1.64), (1.65). Note-se que esta análise é facilmente generalizada a qualquer outra colisão ocorrendo em direcções arbitrárias no RI S com coordenadas espaciais (x,y,z). Nessa situação teriamos que lidar com 3 equações por cada 1 a seguir indicada. No entanto ainda poderiamos empregar a vantagem que (V)Vz é invariente, determinando que as componentes do momento linear transversais à direcção de u são invariantes, i.e., também se conservam em S como em S’. No caso que temos vindo a analisar, temos que em S’ V A m0 AV A VB m0 BVB VC m0CVC VD m0 DVD onde m0A, m0B, m0C, m0D representam as massas de A,B,C,D como determinadas em repouso (e invariantes entre RI). Usando as transformações de velocidades relativistas (1.41), (1.42) vem que a expressão acima toma a forma u m0 A V A V A u u m0 B VB VB u u m0C VC VC u u m0 D VD VD u 127 Paulo Vargas Moniz de onde se reduz a V A m0 AV A VB m0 BVB VC m0CVC VD m0 DVD u V A m0 A VB m0 B VC m0C VD m0 D pelo que a conservação de momento linear só se processa se V A m0 A VB m0 B VC m0C VD m0 D (1.70) isto é, se a massa3 relativista total se conservar também. A equação (1.70) é uma condição complementar que determina que m0 tem que ser conservada em S. Mas como a designação de S ou S’ é arbitrária, esta condição relativista tem que ser satisfeita em S’. I.e., é independente do RI como se pretende. Assim, o que transparece desta análise é que a conservação de momento linear (px,py,pz) é consistente com a TRR apenas se outra quantidade – (V)m0 – também for conservada no processo. A lei de conservação do momento linear em TRR diz-nos que além das suas componentes espaciais, outra quantidade é conservada no processo. Essa quantidade é a massa relativista à qual se associará outra interpretação. Por outras palavras, a TRR fornece duas leis de conservação fundamentais pelo preço de uma. T omemos, como aplicação detalhada do que expusemos, um processo de colisão elástica no contexto Newtoniano (i.e., com conservação de momento linear e energia cinética) como representado na figura junta, entre 2 partículas idênticas, A e B, e determinemos os respectivos momentos lineares. 3 Em mecânica Newtoniana, a conservação de massa (de repouso no contento da TRR) é uma imposição a priori. Mas em TRR, não é a soma das massas em repouso que constitui uma condição necessária, é antes a soma de m0. Na lição 13 veremos em maior profundidade o que a conservação de massa relativista realmente constitui – a conservação de energia relativista é adjudicada à conservação das componentes espaciais do momento linear (e vice-versa). 128 A Teoria da Relatividade Restrita em 20 Lições No RI S, a particula A tem velocidade com magnitude inicial vi e final vf, e a particula B tem velocidade com magnitude inicial wi e final wf, tal que inicialmente as suas componentes satisfazem vix wix ; viy wiy e no fim da colisão v fx vix ; v fy viy ; w fx wix ; w fy wiy Como mA = mB=m0 (i.e., a particula A é identica a B), tem-se que então pixA pixB p fxA p Bfx piyA piyB p fyA p Bf y onde p ixA m0 vix é o momento linear de A no eixo dos xx, e similarmente para os restantes. O momento linear é pois conservado na colisão. A particula A tem uma variação de momento linear de e para B temos | p A | 2m0 v f y B | p | 2m0 w f y 2m0 v fy . Consideremos agora uma transformação para um RI S', que se mova relativamente a S com velocidade u = vix=-wix. De acordo com transformações de Galileo (1.12), (1.13), vem então que em termos da perspectiva Newtoniana Em S' a particula A não tem componente de velocidade no eixo dos xx, Também se tem (como esperado) pA p A e pB pB pA dado que as componentes em yy das velocidades não são afectadas. 129 Paulo Vargas Moniz Analisemos este caso mas no enquadramento relativista ainda incompleto. I.e., utilizando apenas as transformações de Lorentz para relacionar S e S'. Só que as transformações de Lorentz agoram afectam as componentes em yy e xx de v e w . Em S' tem se, com u c e 1 1 2 vix 0 viy viy 1 2 1 wix 2 wix 1 2 1 wiy wiy 1 2 v fx 0 v fy v fy 1 2 wfx 2 w fx 1 2 1 1 1 wfy wiy 1 2 1 e para viy = - wiy tem-se que 1 2 viy wiy 1 2 e também que 1 2 v fy wfy 1 2 Da definição Newtoniana p m0 v vem que | p B | 2m0 wfy 1 2 | p A | 2m0 v fy 2m0 w fy 2 1 I.e., pA pB 0 ! A solução está ne redefinição da massa e momento linear relativista. Para esta caso especifico de aplicação que estamos a analisar, constata-se como esperado que a expressão correspondente a (1.60) para a componente em yy de momento linear de A é invariante, i.e., o mesmo em S e S' e similarmente para B. Indiquemos como. 130 A Teoria da Relatividade Restrita em 20 Lições No RI S a massa da particula A que se desloca com velocidade v relativamente a observador em repouso é Comentário: Convem realçar que estamos a lidar com uma situação particular de colisão e que algumas as afirmações acima se traduzem nesse facto (como verificar que componentes do momento linear de A serão invariante, e.g). Tal tem a ver com a invariancia de (Vy)Vy quando a velocidade relativa dos RI se processa no eixo dos xx, transversalmente. No entanto a expressão (1.64) tem validade geral. m0 mA m0 1 v2 c2 onde v 2 vx2 v y2 , pelo que pA mAv m0v 2 1 v c2 m0v No RI S então vem pyA mA v y m0v y 1 v2 c2 Mas no RI S' vem que py A mAv y mAv y u2 1 2 c onde se utilizou a transformação de velocidades de Lorentz (1.41a) com u = vx, tal como mA m0 1 com v2 c2 m0 v y 2 1 2 c v A v y dado que v Ax 0 .Usando a referida transformação de velocidade em TRR com u = vx , i.e, u2 vy c2 v y v u v u 1 x2 1 x2 c c vy 1 temos que 131 Paulo Vargas Moniz v y u2 1 1 c2 c2 2 1 1 vy c2 u2 1 c2 c2 2 1 2 vy c2 v2 1 2 c u v c u2 c2 u 2 1 2 c 2 2 2 y Substituindo em p´Ay e m´A vem por fim que m0 py A 2 1 v c2 u2 1 2 c vy 2 1 u c2 m0v y 2 1 v c2 pyA I.e., se momento linear é redefinido como p mv m0 v então a componente do momento linear em yy (neste caso) é invariante com respeito às transformações de Lorentz. E consequentemente, se há conservação de momento linear em S também há em S'. Igualmente se prova que a componente em yy de momento de B é a mesma em S e S'. Conforme temos referido, o caso de aplicação acima analisado é especifico. Por isso é importante referir uma vez nais que em situações mais gerais o que se verifica é que para preservar conservação de momento linear entre RI no quadro da TRR, então é necessário introduzir os novos conceitos relativistas presentes nas equações (1.64), (1.65) assim como a sua conservação mútua. I mporta extrair todas as consequências possiveis da TRR no contexto das expressões (1.64), (1.65). Por isso convem referir que a fórmula correspondente na mecânica Newtoniana para o momento linear é p m0v . Esta é consistentemente recuperada no limite Newtoniano v<<c, pois que (1.64) e (1.65) reduzem-se ao caso Newtoniano, utilizando a expansão v2 1 2 c 12 1 v2 3 v4 1 ... 2 c2 8 c4 desprezando termos quadráticos (e superiores). Verifique-se igualmente como m/m0 varia com v/c na figura junta. 132 A Teoria da Relatividade Restrita em 20 Lições Em (1.65) m0 é invariante (para transformações) de Lorentz. I.e., é um escalar e por isso poder-seia dizer que não há necessidade de a identificar como massa em repouso. Abstraindo-nos das linhas de interpretação para m e m0, o aspecto importante é que a massa de particula (m0) não aumenta com velocidade mas é o momento linear (via m) vai para infinito com v c . E como é que este novo contexto para m e p poderá afectar o conceito de força? Nas lições 13 e 14 teremos oportunidade de apresentar consequências importantes. Nesta lição, recordemos que a equação definindo a força em TRR é dp F dt mas é preciso atender a que d mv d v F m0 dt dt u2 1 2 c (1.69a) Uma breve análise a (1.69a) permite antever que Haverá componentes espaciais da força e da aceleração que poderão não ser colineares, i.e., não satisfazendo F ma Em mecânica Newtoniana, a aplicação de uma força constante resulta em aceleração constante; Assim a velocidade constantemente aumenta, podendo ultrapassar a velocidade da luz. Em dinâmica relativista, é o momento que aumenta com taxa constante, mas considerando v c , é a massa relativista que aumenta sem limite e não a velocidade: o valor de c é a velocidade limite em qualquer RI. Na lição seguinte prosseguiremos a extração de consequências de TRR referentes à dinâmica, em particular no tocante à (re)definição das relações entre observáveis como a força, massa e momento linear expressas em (1.64), (1.65), (1.69) e (1.69a). 133