1 Políticas Públicas: um enfoque na participação cidadã e no controle social Public Policy: a focus on citizen participation and social control Polyane Passos Mayer Especialista UTFPR [email protected] RESUMO O presente trabalho irá abordar sobre a conceitualização e objetivos das políticas públicas, tendo em vista que é através delas que busca-se atender a demandas de alguns problemas que a sociedade enfrenta. Porém falar de políticas públicas também requer que seja falado sobre a questão da participação da sociedade, pois é através de discussões com a comunidade que devem se definir os problemas que estas estão enfrentando para tentar acabar com eles. Neste sentido é que surge o papel do controle social, este está posto de forma e verificar a execução do que foi proposto. Pode-se dizer assim que estes três temas estão interligados para que haja um espaço de democratização. Este artigo trata-se de uma revisão bibliográfica, portanto não discutirá resultados. Palavras-chave: Políticas públicas. Estado. Espaços de democratização. Conselhos. ABSTRACT This paper will address on the conceptualization and public policy objectives in view it is through them that seeking to meet the demands of some problems facing society. But talking about public policy also requires that you talked about the issue of participation of society as it is through discussions with the community that should define the problems they are facing in trying to stop them. In this sense it appears that the role of social control, since this is so and verify the implementation of what was proposed. It can be said so these three themes are interlinked so that there is a space of democratization. This article is a literature review, so do not discuss results. Key-words: Public policy. State. Spaces of democratization. Councils. Introdução As políticas públicas existem para atender a certas demandas da sociedade, existem para orientar como devem ser direcionados os recursos públicos. Desta forma, o papel da participação cidadã no processo decisório tem sido um tema cada vez mais discutido, embora o tema não seja assim tão recente ele ainda trata de algumas ambigüidades e falta de consenso em sua conceitualização. O papel deste artigo não é o de trabalhar ou tentar encontrar um conceito único para a participação, mas ele trará a idéia de diferentes autores acerca do tema e procurará discutir o papel do controle social na participação. Porém para compreender um pouco mais a dimensão deste tema vale relembrar algumas idéias acerca das políticas públicas tendo em vista que estas remetem a idéia de nortear o poder público sobre algum tema ou demanda da sociedade e estas demandas só são reais quando elas surgem a partir de discussões com a comunidade a que o tema ou problema se refere. 2 O controle social também tem um papel importante neste sentido, embora possa ser entendido tanto do controle do Estado sobre o povo também tem sentido contrário, a fiscalização do povo sobre o Estado, é este segundo enfoque que daremos neste estudo. Neste sentido, o artigo está assim estruturado: trará uma conceitualização e os objetivos das políticas públicas, em seguida abordará a participação e findará com o papel do controle social na participação. Políticas públicas: conceitualização e objetivos Segundo Souza (2006) não existe uma única definição sobre o que são políticas públicas, muitas delas enfatizam que as políticas públicas existem para resolver problemas e concentram o foco no papel do governo. As definições de políticas públicas guiam o nosso olhar para o lucus onde os embates em torno de interesses, preferências e idéias se desenvolvem, isto é, os governos. Apesar de optar por abordagens diferentes, as definições de políticas públicas assumem, em geral uma visão holística do tema, uma perspectiva de que o todo é mais importante do que a soma das partes e os indivíduos, instituições, interações, ideologias e interesses contam, mesmo que existam diferenças sobre a importância relativa destes fatores” (SOUZA, 2006, p.25). Embora o termo políticas públicas remetam a idéia de governo, esta envolve diretamente a comunidade, pois é a esta que as políticas se destinam, deste modo não há como falar neste tema sem pensar também no cidadão. Para Teixeira (2002, p.2), políticas públicas são “diretrizes, princípios norteadores do poder público, regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado”. São políticas formuladas em documentos que orientam as ações que envolvem recursos públicos, porém nem sempre há compatibilidade entre os criadores destas políticas e as pessoas a quem estas se destinam. As políticas públicas são um processo dinâmico, com negociações, pressões, mobilizações, alianças ou coalizões de interesses. Compreende a formação de uma agenda que pode refletir ou não os interesses dos setores majoritários da população, a depender do grau de mobilização da sociedade civil para se fazer ouvir e do grau de institucionalização de mecanismos que viabilizem sua participação (TEIXEIRA, 2002, p. 5). Isto é, as políticas públicas compreendem a participação cidadã, a criação de espaços para que a comunidade possa discutir os seus problemas para assim se buscar soluções para seus problemas, estes espaços buscam, portanto um consenso para resolver problemas, sejam eles globais ou locais. 3 O objetivo de uma política pública é ajudar setores da sociedade considerados vulneráveis, estas demandas geralmente surgem através dos movimentos da sociedade civil. As políticas públicas visam a promoção do desenvolvimento, ampliação dos direitos de cidadania, regulação de conflitos entre atores sociais (TEIXEIRA, 2002, p.3). A seguir podemos visualizar as modalidades de políticas públicas. Estrutural: Buscam interferir em relações estruturais como renda, emprego, propriedade, etc. Natureza e grau de intervenção Conjuntural ou emergencial: Objetivam amainar uma situação temporária, imediata. Universais: Para todos os cidadãos. Segmentais: Abrangência dos possíveis benefícios Para um segmento da população, caracterizado por um fator determinado. Fragmentais: Destinadas a grupos sociais dentro de cada segmento. Distributivas: Visam distribuir benefícios individuais, costumam ser instrumentalizados pelo clientelismo. Redistributivas: Visam redistribuir recursos entre os grupos sociais, buscando Impactos que podem causar aos Creta equidade, retiram recursos de um grupo para beneficiar beneficiários ou papel nas relações outros, o que provoca conflitos. sociais Regulatória: Visam definir regras e procedimentos que regulem comportamentos dos atores para atender interesses gerais da sociedade, não visariam benefícios imediatos para qualquer grupo. Quadro 1 – Modalidades de políticas públicas. Fonte: Adaptado de Teixeira (2002, p.3). Como pode ser observado no quadro 1 há três modalidades de políticas públicas, na primeira delas busca-se definir questões estruturais e emergenciais. Já a segunda refere-se ao tipo de abrangência a quem a política pública se destina. A terceira diz respeito ao impacto que a política pública irá causar, pode ser para definir distribuições bem como para regulamentar algo. Elaborar uma política pública significa “definir quem decide o quê, quando, com que conseqüências e para quem (TEIXEIRA, 2002, p. 2). Para o autor anteriormente citado é preciso estar em evidencia a diferença entre políticas públicas e políticas governamentais, pois 4 as políticas públicas dizem respeito a um processo de elaboração submetido ao debate público, enquanto as políticas governamentais são estatais e há uma certa descontinuidade cada vez que há uma troca de governo. A presença cada vez mais ativa da sociedade civil nas questões de interesse geral torna a publicização fundamental. As políticas públicas tratam de recursos públicos diretamente ou através de renúncia fiscal (isenções), ou de regular relações que envolvem interesses públicos. Elas se realizam num campo extremamente contraditório onde se entrecruzam interesses e visões de mundo conflitantes e onde os limites entre público e privado são de difícil demarcação. Daí a necessidade do debate público, da transparência, da sua elaboração em espaços públicos e não nos gabinetes governamentais (TEIXEIRA, 2002, p.2). É possível, portanto verificar a importância da criação de espaços de participação para se decidir quais políticas públicas devem ser adotadas, no entanto o que vem a ser esta participação da sociedade civil? Como ela funciona? No próximo tópico serão abordadas estas questões. O papel da participação cidadã Antes de abordarmos o papel da participação e da governança é preciso perguntar: Afinal o que é participação? Neste sentido Bordenave (1992) nos diz que para compreender o conceito de participação é preciso ter em mente o seu contrário, ou seja, o significado do termo marginalidade que significa “ficar de fora de alguma coisa, às margens de um processo sem nele intervir” (BORDENAVE, 1992, p.18). Ainda para o autor a participação tem duas bases complementares, uma base efetiva, “participamos porque sentimos prazer em fazer coisas com outros” (BORDENAVE, 1992, p.16), e uma base instrumental, “participamos porque fazer coisas com outros é mais eficaz e eficiente que fazê-las sozinhos” (BORDENAVE, 1992, p.16). A participação é inerente à natureza social do homem, tendo acompanhado sua evolução desde a tribo e o clã dos tempos primitivos, até as associações, empresas e partidos políticos de hoje. Neste sentido, a frustração da necessidade de participar constitui uma mutilação do homem social. Tudo indica que o homem só desenvolverá seu potencial pleno numa sociedade que permita e facilite a participação de todos. O futuro ideal do homem só se dará numa sociedade participativa” (BORDENARE, 1992, p. 17). Bordenave (1992, p.23) ainda afirma que “a prova de fogo da participação não é o quanto se toma parte mas como se toma parte”. Corwall (2002) diz que nos dias hodiernos diferentes grupos estão abrindo espaços para a participação das pessoas em diferentes segmentos. Isto seria uma decorrência de um 5 pressuposto de que com a participação é que é possível tomar as melhores decisões. Por isso, a participação tem trazido algumas inquietações, tais como: quem pode participar? O que eles pensam acerca de participação? Como as pessoas nos diferentes espaços e locais percebem seu senso de cidadania e de direito? Gaventa e Valderrama (1999, apud CORNWALL, 2002) sugerem que abramos nossa mente para uma visão de participação no desenvolvimento. Participação sugere mais do que convites a participar, mas estende-se a formas de participação autônomas através das quais os cidadãos podem criar suas próprias oportunidade e condições para o envolvimento. Para Corwall (2002), a democracia é deficiente, esta precisa de uma interação maior entre o cidadão e o Estado, uma participação que vá além da consulta, que abra novas possibilidades de voz, onde os cidadãos se tornem incorporados aos sistemas deliberativos. A literatura sobre participação foca nos mecanismos de envolvimento que existem e como supostamente eles funcionam, mas pouca atenção é dada nas instâncias de participação, como eles funcionam na prática, quem faz parte, em que bases, com quais recursos, em termos de conhecimento, materiais ativos ou sociais e conexões políticas. Porém alerta que a participação é um tema ambíguo, pois em alguns casos a metodologia da participação pode ser usada para produzir uma falsa participação para na verdade criar certa regulação e controle. E esta ambigüidade faz necessária a exploração deste tema, ou seja, verificar a profundidade do tema. Corwall (2002) ainda afirma que a participação tem sido usada no serviço público, contudo salienta a autora que “o governo tem uma idéia de participação onde eles dão o dinheiro a comunidade, mas somente para fazer o que o governo quer que eles façam, eles não ouvem a comunidade e chamam isso de participação”. Para ela, algumas agências de desenvolvimento usam a participação para uma linguagem de mercado, construindo consumidores participantes. Como cita Foucalt (apud CORNWALL, 2002), estas usam a participação como ferramenta de novas formas de servidão e controle, domesticando a participação. Para esta corrente a participação é a capacidade dos pobres e menos poderosos negociarem com os poderosos, incluindo o Estado. Assim, é preciso visualizar as pessoas não como passivos beneficiários nem consumidores empoderados de escolhas, mas como agentes: “the makers and shapers” de seu próprio desenvolvimento (CORWALL, 2001, p. 55). Demo (1996) diz que participação é conquista e não pode ser entendida como dádiva, concessão ou preexistente. Não pode ser entendida como dádiva “porque não seria produto de conquista (...) seria de todos os modos uma participação tutelada” (DEMO, 1996, p.18). Não 6 pode ser entendida como concessão “porque não é fenômeno residual ou secundário (...) seria apenas um expediente para obnubilar o caráter de conquista” (DEMO, 1996, p.18). Não pode ser entendida como algo preexistente “porque o espaço de participação não cai do céu por descuido, nem é o primeiro passo” (DEMO, 1996, p.18). Ou seja, a participação é algo que precisa ser conquistado e construído aos poucos. Para Cortes (2005) o conceito de participação está relacionado ao envolvimento de participantes em fóruns de participação, já o de governança se refere “às capacidades gerenciais dos governos, à eficácia de suas políticas e ao processo decisório na promoção de desenvolvimento socioeconômico sustentável, em contextos democráticos” (Cortes, 2005, p.16). Cortes (2005) afirma que em seus estudos encontrou dois grandes blocos que falam sobre participação. No primeiro há um grupo de céticos em relação ao papel dos fóruns participativos no sentido de favorecer espaços democráticos na gestão pública e tornar mais eficiente a implementação de políticas públicas, pois há desconfiança por parte deste grupo em relação à legitimidade dos participantes e que os processos nos fóruns são pouco democráticos. Para os céticos os fóruns participativos não produzem, necessariamente, formas mais democráticas de relação entre governo e sociedade civil. Além de não oferecerem oportunidades universais de representação dos cidadãos, os participantes preferenciais reais seriam grupos sociais com maior capacidade organizativa, detentores de interesses particulares, que possuem recursos de poder diferenciados derivados de status social superior, ou de seu tipo de inserção no mercado de trabalho ou profissional. As agendas e as dinâmicas de funcionamento dos fóruns são controladas, principalmente, por representantes governamentais, por profissionais ou por grupos sociais, política e economicamente fortes (CORTES, 2005, p. 30 e 31). Já no segundo bloco é ressaltado que é através da participação que é possível a democratização da gestão pública. No entender deste grupo “interesses, tradicionalmente excluídos do processo de decisão, passariam a ser considerados e gestores de políticas públicas e burocracias governamentais seriam induzidas a tomar decisões levando em conta tais interesses (CORTES, 2005, p.14). Para este bloco a constituição dos fóruns favorece a boa governança. Os trabalhos otimistas concebem os fóruns participativos como indicativo de formas de democracia participativa, a qual seria mais democrática do que a democracia representativa. A democracia participativa favoreceria a apresentação à esfera de núcleos temáticos de interesses gerais, através da ação de movimentos sociais e associações da sociedade civil (CORTES, 2005, p.31). 7 Portanto, percebe-se a partir destas idéias que a democracia representativa é ineficiente, que é preciso buscar uma democracia mais participativa. Jacobi (2002) diz que a luta por espaços de participação na América Latina é um aspecto desafiador, pois para ele desde o início da década de 90 a participação vem se institucionalizando como um dos marcos da democracia representativa, entretanto o que se observa são propostas que permanecem mais na teoria do que na prática. A participação popular se transforma no referencial de ampliação das possibilidades de acesso dos setores populares dentro de uma perspectiva de desenvolvimento da sociedade civil e de fortalecimento dos mecanismos democráticos, mas também de garantia da execução eficiente de programas de compensação social no contexto das políticas de ajuste estrutural e de liberalização da economia e de privatização do patrimônio do Estado (JACOBI, 2002, p.444). Para o autor acima citado, tanto o Brasil como outros países da América Latina estão fortemente ligados a uma cultura política marcada por tradições estatistas, centralizadoras, patrimonialistas, ou seja, relações de clientelismo. Porém entende-se que a participação “coloca a sociedade em contato com o Estado e reconcentra em si mesma, buscando seu fortalecimento e desenvolvimento autônomo” (JACOBI, 2002, p. 445). Ainda para Jacobi (2002, p. 445) a questão da participação da população visa “o fortalecimento de práticas políticas e de constituição de direitos que transcendam os processos eleitorais e seus freqüentemente ambíguos e/ou contraditórios reflexos sobre a cidadania”. Isto é, a forma de democratização posta hoje é ineficiente, através da participação citadina é que é possível abrir espaços efetivos de democratizar os processos decisórios. Através da participação é possível saber melhor em que os recursos são aplicados e como estão sendo geridos, desta forma iremos agora verificar o papel dos conselhos e do controle social. Controle social: o papel dos conselhos na participação Após a discussão do que é a participação e de que forma esta funciona, vale questionar então qual papel do conselho na gestão participativa? Para Drucker (2002), o papel do conselho é o de resolver justamente questões controversas, o que as pessoas fazem, inconscientemente, é contar ao conselho todas as notícias boas e minimizar os problemas. “Um conselho forte é benéfico para a instituição” (DRUCKER, 2001 p.130). Um bom conselho não é aquele que simplesmente concorda com tudo por receio de discutir 8 efetivamente sobre determinadas questões, ‘você’ depende do conselho, portanto ele precisa ser mais eficaz. Para Antunes (2002), é necessário ter em mente a diferença entre conselho consultivo e conselho deliberativo. Tendo em vista que o conselho consultivo não toma decisões mas é apenas consultado quanto a resolução dos problemas, “sua função é sugerir soluções que poderão, ou não, ser encaminhadas pela direção” (ANTUNES, 2002, p. 22). Já o conselho deliberativo tem poder de decisão, ou seja, tem maior força de atuação na escola, estes apresentam verbos como “definir (diretrizes), elaborar, aprovar, decidir, indicar, garantir, arbitrar, eleger, deliberar, etc.” (ANTUNES, 2002, p. 22 e 23). Para Cunha (2003) os conselhos são instrumentos de controle social, são uma conquista da sociedade civil e expressão da democracia. A autora ainda conceitua controle social como “a capacidade que tem a sociedade organizada de intervir nas políticas públicas, interagindo com o Estado na definição de prioridades e na elaboração dos planos de ação do município, estado ou do governo federal” (CUNHA, 2003, p.2). Segundo Correia (2008) a expressão controle social tem origem na sociologia e é empregada para “designar os mecanismos que estabelecem a ordem social disciplinando a sociedade e submetendo os indivíduos a determinados padrões sociais e princípios morais” (CORREIA, 2008, p. 104). A autora diz ainda que o termo controle social pode ser concebido em dois sentidos diferentes, tanto para designar o controle do Estado sobre a sociedade como o controle da sociedade sobre as ações do Estado, neste trabalhos há um enfoque neste segundo sentido do termo. O controle social deve se dar no sentido de estas formarem cada vez mais consensos na sociedade civil em torno do seu projeto de classe, passando do momento econômico-corporativo ao ético-político, superando a racionalidade capitalista e tornando-se protagonista da história, efetivando uma reforma intelectual e moral vinculada às transformações econômicas (CORREIA, 2008, p.105). Ou seja, quando a autora nos fala sobre “o controle social deve se dar no sentido de estas”, o termo “estas” se refere as diferentes classes, pois para ela, numa visão mais marxista, a participação e o controle social tem a ver com luta de classes. Desta forma o controle social “visa à atuação de setores organizados na sociedade civil que representam na gestão das políticas públicas no sentido de controlá-las para que atendam, cada vez mais, às demandas e aos interesses destas classes” (CORREIA, 2008, p.106). Neste sentido, o papel do controle social e da participação na construção de políticas públicas é de fundamental importância para verificar o andamento das atividades propostas. 9 Este remete aquela idéia do controle da população sobre o Estado e não somente o que muitas vezes ocorre hoje em dia que é a regulação do Estado sobre os cidadãos, não uma regulação em um sentido pejorativo de controle e poder, mas uma regulação de forma a não abrir espaços para que os problemas sejam realmente discutidos. Considerações finais Vimos então que o papel das políticas públicas é definir formas de atender a demandas de setores carentes, de direcionar de que forma serão gastos recursos públicos. Todavia , vale ressaltar que é através da participação da sociedade civil que surgem as reais demandas, pois caso a sociedade não seja ouvida corre-se o risco de que as políticas públicas sejam direcionadas para atender outras demandas. Assim, a participação é extremamente importante, seja ela realizada através de reuniões, simpósios, fóruns, etc. O importante é abrir espaços de participação para que ocorra o debate na sociedade, para uma democratização mais efetiva do que somente aquela representativa. Como citam os autores aqui discutidos é preciso compreender que estes espaços de participação não surgem do nada, eles precisam ser conquistados e assim ir construindo a participação dos diferentes segmentos da sociedade para que hajam debates sobre os problemas que enfrentamos atualmente, para que se encontre um consenso de como agir para melhorar a situação hodierna. Já o controle social desempenha através dos conselhos um papel fiscalizador, pois não basta somente discutir em que devemos aplicar os recursos e onde direcionar as políticas públicas, mas deve-se primar pelo acompanhamento do andamento destas atividades no sentido de assegurar sua execução. Este estudo trata-se de um pequeno fragmento de estudos futuros, espera-se com ele abrir maiores discussões acerca do tema, bem como, esperamos ter atendido o objetivo proposto no início do trabalho. 10 Referências ANTUNES, A. Aceita um conselho? Como organizar o colegiado escolar. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2002. BORDENAVE, J. D. O. O que é participação. 7ed. São Paulo: Brasiliense, 1992. CORREIA, M. V. C. Controle social. In: PEREIRA, I. B. Dicionário de educação profissional em saúde. 2ed. Rio de Janeiro: EPSJV, 2008, p. 104 a 110. CORNWALL, A. Locating citizen participation. IDS Bulletin v. 33, n.2, p. 49-58, 2002. CORTES, S. M. V. Fóruns participativos e governança: uma sistematização das contribuições da literatura. In: LUBAMBO, C. et al (Org.). Desenho institucional e participação política. Petrópolis: Vozes, 2005. CUNHA, S. S. O controle social e seus instrumentos. Salvador, fev. de 2003. Disponível em: http://socialiris.org/imagem/boletim/arq493428c8bc3db.pdf. 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