Código / Nome da Disciplina: Carga Horária: Período: Professor: CONT-0001 – CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 72 HORAS 1º PERÍODO RANNIEL MARTINS SILVA Bacharelando (a): Curso: Data: CIÊNCIAS CONTÁBEIS Conteúdo V / /2012. Tema: PATRIMÔNIO 5.1 – CONCEITO E DEFINIÇÃO Patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens e os valores a receber, pertencente tanto a pessoas físicas (seres humanos) quanto a pessoas jurídicas (empresas). Em contabilidade esses valores a receber são chamados de direitos. Entretanto, para se identificar a situação de uma pessoa, não basta relacionar os bens e direitos; é preciso saber as dívidas (obrigações) que ela possui. É necessário saber o valor do patrimônio (um apartamento, por exemplo) e apurar se ela não tem dívidas com um banco financiador (no caso de ela ter adquirido o imóvel financiado). PATRIMÔNIO (DE UMA PESSOA OU EMPRESA) BENS E DIREITOS a Receber a Recuperar ou a Compensar OBRIGAÇÕES a Pagar a Recolher 5.2 – BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES 5.2.1 – Bens São as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas e que podem ser avaliados economicamente. Classificação a) Bens Tangíveis, materiais, corpóreos ou concretos: têm existência física, existem como coisa ou objeto; são os que possuem corpo, matéria. Exemplos: • Máquinas (industriais, de somar, de escrever), Equipamentos, Veículos, Estoques de Mercadorias, Imóveis, Dinheiro, Móveis, Ferramentas, Materiais de Consumo. b) Bens Intangíveis, imateriais, incorpóreos, abstratos. Constituem aplicações absolutamente necessárias para a empresa atingir seus objetivos; inexistem como coisa; não palpáveis não constituídos de matéria. Exemplos: Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 19 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva • • • • • • • • • • Marcas de Indústria (Nike, Coca-Cola, Pé Fresco Calçados e etc.). Patentes de invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou empresa o direito exclusivo de explorar uma invenção) Luvas (quantia paga para retirar um indivíduo de um imóvel que você vai ocupar) Fundo de Comércio ou ponto ou local de trabalho ou clientela ou fama da loja (um indivíduo vende uma loja e além do valor de venda cobra mais um valor referente ao ponto) Direitos Autorais Despesas Pré-Operacionais Benfeitorias em prédios de terceiros visando à adaptação operacional aos objetivos da empresa Despesas relacionadas com pesquisa e desenvolvimento de produtos Despesas realizadas no período de implantação do empreendimento Direitos adquiridos para exploração de minas, jazidas e reservas florestais. OBS.: o bem intangível inexiste como coisa, mas assume um valor no contexto do patrimônio. É importante citar que os direitos adquiridos decorrentes da aplicação de recursos significativos, destinados à exploração de minas, jazidas ou reservas florestais, não se confundem com outros tipos de direitos conhecidos por negociáveis, tais como: Duplicatas, Letras de Câmbio, Notas Promissórias etc. Os direitos podem ser recebidos em dinheiro ou transferidos para terceiros, enquanto os que habilitam as empresas à exploração econômica de uma coisa são amortizados durante certo período, a fim de permitir a recuperação do investimento realizado. Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 20 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva 5.2.2 – Direitos São os valores que a empresa tem a receber de terceiros. Esses direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Receber. Exemplos: • Duplicatas a Receber • Notas Promissórias a Receber • Juros a Receber • Aluguéis a Receber 5.2.3 – Obrigações Todos os valores que a empresa tem a pagar para terceiros. Essas obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a pagar ou a recolher, é uma divida para com terceiros. Exemplos: • Duplicatas a Pagar • Notas Promissórias a Pagar • Salários a pagar • Aluguéis a pagar • Contribuições sociais a Recolher 5.3 – ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS Todos os relatórios elaborados a partir da escrita contábil deverão ressaltar esses dois aspectos: a) Qualitativo - consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do respectivo relatório, permitindo que se conheça a natureza de cada um; b) Quantitativo - consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em moeda. 5.4 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO OBRIGAÇÕES BENS e DIREITOS (exigíveis e não exigíveis) 5.4.1 – Ativo (aplicação de recursos) É o conjunto de bens e direitos decorrentes de transações passadas e que tenha a potencialidade de geração de caixa. O aspecto de geração de caixa é extremamente importante na conceituação de um ativo, pois, no momento em que se resolve iniciar uma atividade qualquer, recursos são transferidos na expectativa de que a geração de caixa seja suficiente para prover aos investidores lucros superiores àqueles que obteriam com os recursos aplicados em outra atividade. Ativo, portanto, são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, expressos em moeda, e que representam benefícios presentes ou futuros para a mesma. Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 21 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva Para ser considerado simultaneamente: um ativo é preciso preencher quatro características a) Ser bens ou direitos; b) Ser de propriedade da empresa c) Ser mensurável em dinheiro; d) Trazer benefícios presentes ou futuros. Exemplos • • • • • • • Dinheiro depositado no banco Duplicatas a receber Estoque de mercadorias para venda Móveis para uso próprio Veículos Edifícios Terrenos 5.4.2 – Passivo (origens de recursos) Significa as obrigações da empresa. PASSIVO EXIGÍVEL Representa todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para com terceiros. É tudo aquilo que a empresa deve; são as dívidas que ela contraiu. A palavra “terceiros” abrange o conjunto de pessoas físicas e jurídicas com quem a empresa tem dívidas: fornecedores (de mercadorias), funcionários (salários), governo (impostos), bancos (empréstimos bancários) encargos sociais (FGTS, previdência social), encargos financeiros (financiamentos), etc. O Passivo Exigível evidencia o endividamento da empresa. O seu crescimento de forma desmedida pode levar a empresa à concordata ou até mesmo à falência. Exemplos • • • • Duplicatas a pagar Empréstimos a pagar Juros a pagar Seguros a pagar 5.4.3 – Patrimônio Líquido (origens de recursos dos proprietários) Representa o registro do valor que os proprietários de uma empresa têm aplicado no negócio. A aplicação inicial dos proprietários denomina-se, contabilmente, Capital. Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 22 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva Na constituição da sociedade, o valor do capital coincide com o valor do PL. A partir daí não necessariamente coincide, porque este último incorpora todas as variações patrimoniais. Se uma empresa apresenta lucro, o valor do PL será representado pela soma do Capital + Lucro obtido. Se, ao contrário, a empresa apresenta prejuízo, o PL será representado pelo Capital subtraído do (-) prejuízo. O PL também pode ser definido como sendo a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo de uma entidade, em um determinado momento e pode ser proveniente das seguintes fontes: Investimentos e Lucros. 5.4.4 – Diferença entre Passivo Exigível e Patrimônio Líquido Pela representação gráfica, temos no lado esquerdo o Ativo que são todos os bens e direitos de propriedade da empresa. No lado direito, temos as obrigações que a empresa tem com terceiros. É uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será exigida a liquidação da mesma. Temos, também, o Patrimônio Líquido evidenciando recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. “A Lei das Sociedades Anônimas denomina de Passivo todo o lado direito do Balanço Patrimonial”. Dessa forma, o Patrimônio Líquido estaria incluído na denominação Passivo. Este enfoque da Lei não é bem aceito nos meios contábeis, uma vez que o termo Passivo tem uma conotação de conjunto de dívidas, encargos e obrigações com terceiros, não sendo suficientemente extenso para abranger Patrimônio Líquido. De certa forma, o Patrimônio Líquido também é uma obrigação da empresa com os seus proprietários. Todavia é uma obrigação não exigível, isto é, os proprietários não exigem da empresa o reembolso da sua aplicação, pois têm um interesse de continuidade da mesma. “Por isso, antigamente, o Patrimônio Líquido era conhecido como Não Exigível”. (Contabilidade Empresarial - José Carlos Marion). 5.5 – EQUILÍBRIO PATRIMONIAL Balanço lembra balança de dois pratos. Para refletir situação normal, os dois pratos da balança precisam estar em equilíbrio. Como ocorre com a balança, o balanço também precisa estar em equilíbrio. Para o Balanço Patrimonial refletir adequadamente a situação financeira da entidade, o total do lado do Ativo deverá ser igual ao total do lado do Passivo. Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 23 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva No lado esquerdo, denominado lados do Ativo são classificados os elementos positivos (Bens e Direitos). No lado direito, denominado lado do Passivo são classificados os elementos negativos (Obrigações). O gráfico em “T”, também utilizado para representar a situação patrimonial de uma empresa, denomina-se Balanço Patrimonial. EQUAÇÃO CONTÁBIL BÁSICA: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO A equação fundamental do patrimônio é a que evidencia o patrimônio em situação normal, ou seja, em Situação Líquida Positiva. A= P + PL 5.6 – SITUAÇÕES PATRIMONIAIS O ATIVO, considerado isoladamente, constitui o Patrimônio Bruto. Mas o Ativo, sozinho, não reflete a verdadeira situação patrimonial da Pessoa. Essa só é demonstrada quando do Ativo se deduz o valor do passivo. Portanto, Situação Patrimonial Líquida é determinada pela diferença entre Ativo e Passivo. Dependendo dos valores que possam assumir os elementos da equação patrimonial (A=P+PL), o Balanço Patrimonial pode apresentar as seguintes configurações, não esquecendo que Situação Líquida é a diferença entre o Ativo e o Passivo (SL= A – PE): 1ª - Positiva ou Superavitária: A > PE a) A = P + SL quando A > P sendo o P > 0 Favorável, Positiva ou Superavitária: quando o Ativo é maior que o Passivo EXIGÍVEL. Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 24 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva Dizemos, nessa hipótese, que há Patrimônio Líquido. O Patrimônio Líquido é, pois, a diferença entre Ativo e Passivo. PL = A – PE. Essa situação representa um equilíbrio patrimonial na empresa, uma vez que, o ativo é suficientemente superior para saldar os compromissos da empresa com terceiros, representados pelas obrigações. 2ª - Negativo ou Deficitário ou Passivo a Descoberto A < PE ∴ A + SL = P SL < 0 Todo o capital foi absorvido, havendo ainda um déficit patrimonial. Desfavorável, Negativa ou Deficitária: quando o Ativo é menor que o Passivo EXIGÍVEL. Nessa hipótese, estaremos diante da figura denominada de Passivo a Descoberto, isto é, uma parcela das Obrigações (PASSIVO) ficará sem ser paga mesmo que a empresa realize todo o seu ativo. Ou seja, o Ativo não é suficiente para liquidar todas as dívidas. Passivo a Descoberto = PE - A, sendo PE > A 3ª – Nula ou Inexistente quando o ATIVO é igual ao PASSIVO. A = PE SPL = 0 A = P A = P SL = 0 O capital foi absorvido e todo o patrimônio pertence a terceiros, pois o total de bens e direitos é igual ao das obrigações. Esta representa uma situação muito difícil de acontecer, pois sendo o A = P, significa que toda a parte do proprietário já foi consumida pelas obrigações que representam o mesmo valor do conjunto de bens e direitos. Considerando, ainda, que uma parte do ativo é constituída de bens necessários a atividade operacional da empresa e deles não pode se desfazer, o Ativo deverá ser maior que Passivo Exigível, no mínimo pela soma desses valores, pois, caso contrário, é bem provável que a empresa tenha que alienar esses bens, para poder solver seus compromissos, daí nada sobrando para que ela possa continuar em operação. CONCEITOS IMPORTANTES - EXTRAS RELATÓRIO CONTÁBIL É a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela Contabilidade, cujo objetivo é fornecer aos usuários os principais fatos registrados no período e distinguem-se entre os obrigatórios e não obrigatórios. Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei e são conhecidos como Demonstrações Financeiras. São exigidos para as sociedades anônimas e parte deles estendidos a outros tipos societários, através do Imposto de Renda. Os relatórios contábeis não obrigatórios não têm menor importância. Existem relatórios não obrigatórios imprescindíveis para a administração. Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 25 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva A Lei 6.404/76, de 15/12/76, publicada no D.O.U. de 17/12/76, e posteriores atualizações estabelece, para as Sociedades Anônimas que, ao fim do exercício social e com base na escrituração contábil fará elaborar as seguintes Demonstrações Financeiras (ou Contábeis), as quais deverão ser publicadas em dois jornais Diário Oficial e um de grande circulação: • • • Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), esta última não exigida pela Lei das S.A., mas pela CVM em sua Instrução nº 59/86 para as CIAS abertas. Para as demais, é optativa uma ou outra; No Brasil, a Lei das Sociedades por Ações aceita tanto a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), quanto à de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), sendo que a primeira é a mais completa, contendo, inclusive, uma coluna com os dados da segunda. Há que se destacar que, após a edição da Lei 11.638/07, que alterou parcialmente a Lei 6.404/76, retificada e ratificada pela Lei 11.941/09, para as empresas S/A não existe mais a rubrica de Lucros Acumulados. Assim, na DMPL, constará a coluna intitulada Prejuízos Acumulados, onde serão registradas todas as movimentações que envolver o resultado do exercício. Ela evidencia a mutação do Patrimônio Líquido em termos globais (novas integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores, dividendos, reavaliações, etc.) e em termos de mutações internas (no caso de prejuízo incorporações de reservas ao capital, no caso de lucro transferências de lucros acumulados para reservas, entre outras). • Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos (DOAR) foi utilizada para as sociedades de capital aberto que negociam suas ações em bolsa e as grandes Sociedades Anônimas. As companhias fechadas com patrimônio líquido inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) estão dispensadas da obrigatoriedade de elaboração e publicação (Lei n.º 9.457/97); A DOAR procurava evidenciar as origens de recursos que ampliam a folga financeira de curto prazo (ou o capital circulante líquido, numa linguagem mais técnica) e as aplicações de recursos que consomem essa folga. Com o advento da Lei 11.638/07, que altera dispositivos da Lei nº 6.404/76, essa demonstração foi substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa DFC. • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) visa mostrar como ocorreram as movimentações das disponibilidades e o Fluxo de Caixa em um dado período de tempo. Vem substituindo em alguns países a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, e é fundamentada pela Lei n° 11.638/07 no Brasil; • Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem como objetivo principal informar ao usuário o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição. Implantada oficialmente pela Lei n° 11.638/07 no Brasil; Essas demonstrações serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados. Pela legislação do Imposto de Renda, as sociedades por quotas de responsabilidade limitada e outros tipos societários deverão apresentar as seguintes demonstrações: • • • Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). Todas as pessoas jurídicas sujeitas à apuração do lucro real, seja qual for o tipo societário adotado, estão obrigadas a elaborar, ao final de cada período de incidência Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 26 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva do imposto de renda (trimestral ou anual), com observância das leis comerciais (Lei nº 6.404/76), as demonstrações financeiras acima descritas (Decreto 3000 do Regulamento do IR/99, art. 274, e Parecer Normativo STN nº 34/81): COMPLEMENTAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS O conjunto de informações que deve ser divulgado por uma empresa, representa sua “prestação de contas” e abrange ainda: • • • • Relatório da Administração; Demonstrações Contábeis e Notas Explicativas que as integram; Parecer dos Auditores Independentes; Valor Adicionado/Balanço Social. Relatório da Administração É um complemento às Demonstrações Contábeis fornecidos pela empresa, onde a Diretoria dará ênfase às informações contendo dados e informações (normalmente de caráter não financeiro), que sejam úteis aos usuários em seu julgamento e tomada de decisões, tais como: • • • • • • Dados estatísticos diversos; Indicadores de produtividade; Desenvolvimento tecnológico; A empresa no contexto socioeconômico; Políticas diversas; Projetos de expansão. Notas Explicativas Essas informações seriam mais significantes se não houvesse um excesso de otimismo, como frequentemente se observa Notas Explicativas. A Lei das S.A. estabelece que as Demonstrações Financeiras sejam complementadas por Notas Explicativas. Como a evidencia é um dos objetivos básicos da Contabilidade, as Notas Explicativas devem garantir aos usuários informações completas e confiáveis sobre sua situação financeira e os resultados da Empresa. Nelas devem constar informações que a simples leitura do demonstrativo não é auto esclarecedora. Exemplos de Notas Explicativas: • • • • Critérios de cálculos na obtenção de itens que afetam o lucro; Obrigações de longo prazo, destacando os credores, taxa de juros, garantias à dívida, etc; Composição do capital social por tipo de ações; Ajustes de exercícios anteriores. Parecer dos Auditores Independentes É o parecer do auditor externo, que não possui nenhum tipo de vínculo com a instituição, tendo total independência para emitir sua opinião sobre as Demonstrações Contábeis. Informa se representam adequadamente a situação patrimonial e situação financeira, se foram levantadas de acordo com os Princípios de Contabilidade e se há uniformidade em relação ao exercício anterior. Em alguns casos, informações contidas nos comentários do auditor já foram incluídas nas Notas Explicativas, o que traz maior segurança para o usuário da Demonstração Financeira. Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 27 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva O auditor externo não pode, sequer, ter um parente que tenha vínculo empregatício com a empresa e uma das formas de se avaliar se o parecer é confiável é identificar se a empresa de auditoria não está demasiadamente dependente de um único cliente (mais de 2% de seu faturamento já é comprometedor). As companhias abertas, instituições financeiras e alguns outros casos específicos são obrigadas a publicar as Demonstrações auditadas por auditores independentes, registrados na Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Valor Adicionado / Balanço Social Esse relatório visa dar informações relativas ao desempenho econômico e social da empresa para a sociedade em geral, como por exemplo, quantidade de funcionários (entrando e saindo), gastos com treinamento, benefícios sociais espontâneos. O principal item do Balanço Social é o valor adicionado. O Valor Adicionado ou Valor Agregado procura evidenciar para quem a empresa está canalizando a renda obtida ou, ainda, admitindo que o valor que a empresa adiciona por meio de sua atividade seja um “bolo”, distribuída as fatias, para quem e de que tamanho são essas fatias. Para apurar o montante de valor que a empresa está agregando (adicionando) como consequência de sua atividade, subtraem-se das vendas todas as compras de bens e serviços, obtendo-se o valor que a empresa gera para remunerar salários, juros, impostos e reinvestir em seu negócio. Essa informação permite analisar, por exemplo, se há interesse ou não de uma empresa se instalar em um município ou estado; permite-se avaliar quanto à determinada empresa vai agregar de renda para a região. Contabilidade Introdutória – 2012/2 - Página 28 de 55 - Prof. Esp. Ranniel Martins Silva