Material Básico de Estudo Vetores e Álgebra Vetorial Paisagem Fractal com “Mandelbrot” “Eu nunca ensino aos meus alunos, apenas tento dar condições nas quais eles possam aprender”. [Albert Einstein] Estudante: ____________________________________________________ Turma: _________________________________ Semestre: ___________ Material elaborado pelo Prof. Júlio César Tomio* * Professor do Instituto Federal de Santa Catarina [IFSC] – Campus Joinville. Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO MENSAGEM PARA O ESTUDANTE! Com satisfação, apresento este material que tem como finalidade dar suporte à unidade curricular [disciplina] de Geometria Analítica e/ou Álgebra Linear. Essas unidades curriculares se estendem durante os dois primeiros semestres do seu Curso Superior de Engenharia e, consequentemente, terão papel importante em futuras aplicações nas disciplinas subsequentes que necessitarão dos conhecimentos e conceitos aqui trabalhados e desenvolvidos. A concepção deste, baseada na experiência de alguns anos de docência, também objetiva otimizar o processo de estudo, principalmente no ambiente de sala de aula. Esta obra almeja mediar com excelência o processo de ensino-aprendizagem de Vetores e da Álgebra Vetorial. Para tanto, contribuições em forma de crítica, sugestões ou correções serão calorosamente recebidas. Ficarei imensamente agradecido caso você queira fazer parte do processo de aprimoramento deste material. A realização de um Curso Superior é um fato que pode fazer muita diferença na sua vida pessoal e profissional. Dedique-se! Faça tudo da melhor maneira que puder, pois desta forma você estará justificando um dos maiores (e também um dos melhores) investimentos que você já fez em você mesmo. Desejo que a sua vivência no ambiente acadêmico seja a melhor possível e que a passagem por mais esta etapa de sua vida contribua para o seu engrandecimento pessoal e futuramente profissional. Acredito que isso possibilitará uma melhora significativa na sua qualidade de vida e também na daqueles que convivem próximos de você. Muita garra e sucesso! Prof. Júlio César Tomio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [Comentadas] Este material foi produzido utilizando como base, parte da bibliografia indicada abaixo e também através de contribuições minhas e de alguns colegas professores, com os quais tive o prazer de trabalhar. Normalmente, as Referências Bibliográficas aparecem nas últimas páginas de um livro. Apresento estas referências aqui, objetivando sempre lembrá-lo que a busca por outras fontes de informação é um fator de grande importância em qualquer estudo que se queira realizar. Experimente! Vá até a biblioteca e faça uma consulta. WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analítica. São Paulo: Makron Books, 2000. Neste livro você encontrará a grande maioria dos conteúdos desenvolvidos neste material, com uma linguagem bastante objetiva e acessível e também uma grande quantidade de exercícios. VENTURI, Jacir J. Álgebra Vetorial e Geometria Analítica. 7. ed. Curitiba: Unificado, s.d. Neste livro você encontrará a grande maioria dos conteúdos desenvolvidos neste material, porém com uma linguagem diferenciada do anterior. [Este livro pode ser “encontrado” na íntegra, no site do próprio autor. O endereço é: www.geometriaanalitica.com.br]. Os livros abaixo, tanto quanto os anteriores, são ótimas fontes de consulta e também se encontram em boas bibliotecas. ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra Linear com aplicações. 8 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. STEINBRUCH, Alfredo. WINTERLE, Paulo. Geometria Analítica. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987. ZILL, Dennis G.; CULLEN, Michael R. Matemática Avançada para Engenharia 2: Álgebra linear e cálculo vetorial. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. Não tenha medo de crescer lentamente. Apenas tenha medo de ficar parado. [Provérbio chinês] Página 2 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO ÍNDICE GEOMETRIA ANALÍTICA Sistemas de Coordenadas .................................................................................................................................... 04 Sistemas de Coordenadas Retangulares [ou Cartesianas] ................................................................................ 04 Sistema de Coordenadas Unidimensional [ℝ1 ou E1] ......................................................................................... 05 Eixo Real [ou eixo das abscissas] .............................................................................................................................. 06 Estudo do Ponto no ℝ1 – Distância entre dois Pontos ................................................................................................. 06 Sistema de Coordenadas Bidimensional ............................................................................................................. 07 2 Sistema Cartesiano Ortogonal [ ℝ ] .......................................................................................................................... 07 Tópico Extra: Bissetrizes dos Quadrantes do ℝ2 ......................................................................................................... 08 Sistema de Coordenadas Tridimensional ............................................................................................................ 09 Sistema Cartesiano Ortogonal: O Espaço ℝ3 [ ou E3 ] ................................................................................................. 09 VETORES E ÁLGEBRA VETORIAL Vetores ................................................................................................................................................................. Introdução .............................................................................................................................................................. Noções Básicas ........................................................................................................................................................ Particularidade dos Vetores ...................................................................................................................................... Operações com Vetores na Forma Geométrica ........................................................................................................... 14 14 15 17 18 Vetores no ℝ2 .......................................................................................................................................................... 22 2 Operações com Vetores na Forma Algébrica [Analítica] no ℝ ..................................................................................... 25 Vetores no ℝ3 .......................................................................................................................................................... 29 3 Operações com Vetores na Forma Algébrica [Analítica] no ℝ ..................................................................................... Paralelismo [ou Colinearidade] de Vetores ................................................................................................................. Cálculo do Módulo [Norma] de um Vetor ................................................................................................................... Vetor Unitário .......................................................................................................................................................... Tópico Especial: Desigualdade Triangular .................................................................................................................. Versor de um Vetor .................................................................................................................................................. 31 33 36 38 39 41 Produto Escalar .................................................................................................................................................... Definição Algébrica do Produto Escalar ...................................................................................................................... Definição Geométrica do Produto Escalar ................................................................................................................... Ângulo entre dois vetores ......................................................................................................................................... Tópico Especial: Projeção de um Vetor sobre Outro .................................................................................................... Ângulos Diretores e Cossenos Diretores de um Vetor .................................................................................................. 42 42 43 44 48 51 Produto Vetorial ................................................................................................................................................... Definição ................................................................................................................................................................. Outras Aplicações do Produto Vetorial ....................................................................................................................... 53 53 55 Produto Misto ....................................................................................................................................................... Definição ................................................................................................................................................................. Interpretação Geométrica do Produto Misto ............................................................................................................... Uma Aplicação do Produto Misto [na Mecânica Geral] ................................................................................................. 59 59 59 60 Apêndice ............................................................................................................................................................... 64 Página 3 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO A Geometria faz com que possamos adquirir o hábito de raciocinar, e esse hábito pode ser empregado, então, na pesquisa da verdade e ajudar-nos na vida! [Jacques Bernoulli] SISTEMAS DE COORDENADAS Um sistema de coordenadas pode ser considerado como um dispositivo organizado para posicionar e localizar com relativa precisão, pontos, objetos, partículas, pessoas, equipamentos, como um avião numa viagem intercontinental, por exemplo, entre outros. Um simples mapa cartográfico ou um sofisticado GPS (Sistema de Posicionamento Global) são exemplos, entre outros, de aplicações de sistemas de coordenadas. Nosso estudo estará concentrado no sistema de coordenadas cartesianas (retangulares) de duas e três dimensões, por ser o sistema mais difundido. Entretanto, em alguns casos, torna-se melhor a utilização de outros modelos de sistema. Podemos classificar os principais sistemas de coordenadas em: Unidimensional: Eixo ou Reta Real R 1 Bidimensional: Retangular ou C artesiano R 2 Polar Tridimensional: Retangular ou C artesiano R 3 C ilíndrico Esférico Matematicamente é possível se trabalhar com sistemas de coordenadas com mais de 3 dimensões, como por exemplo, o R4, onde poderíamos considerar a 4ª coordenada como sendo o tempo, entretanto sua representação gráfica ficaria restrita a somente 3 dimensões. Desta forma, poderemos criar um espaço R n, onde as várias coordenadas podem assumir outros valores de interesse. SISTEMAS DE COORDENADAS RETANGULARES [OU CARTESIANAS] Como nosso estudo estará baseado principalmente no sistema de coordenadas retangulares, vamos considerar algumas situações para melhor exemplificar a utilização dos sistemas de coordenadas, quanto às dimensões necessárias para cada caso. Vejamos a seguir: 1) Posição de um pistão no cilindro de um motor O desenho abaixo representa de forma bastante simplificada, um pistão num cilindro de um motor de combustão interna. Considere que seja de interesse a posição deste cilindro durante o funcionamento do motor. Sistema de Coordenadas Unidimensional Matematicamente, podemos escrever a posição “P” do pistão com a medida “x” P (x). A medida “x” é dita coordenada do ponto P, ou ainda, abscissa do ponto P. x Observe que o sistema trabalha com uma dimensão, ou seja, para determinarmos a posição exata do pistão, necessitamos de apenas uma coordenada, considerando um referencial dado. Referencial (origem) Página 4 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 2) Posição de uma bola de sinuca numa mesa O desenho abaixo apresenta uma visão superior de uma mesa de sinuca. Considere que seja de interesse a posição da bola branca sobre a mesa (de maneira que esta esteja sempre em contato com a superfície de jogo da mesa). y Sistema de Coordenadas Bidimensional Referencial (origem) x Observe que o sistema trabalha com duas dimensões, ou seja, para determinarmos a posição exata da bola, necessitamos de duas coordenadas, considerando um referencial dado. Matematicamente podemos escrever a posição “P” da bola com as coordenadas “x” e “y” P (x , y). As medidas “x” e “y” são ditas coordenadas do ponto P, ou ainda, “x” é a abscissa do ponto P e “y” é a ordenada do ponto P. 3) Posição de uma bola de basquete numa quadra [em jogo] Abaixo, temos um desenho que representa esquematicamente uma quadra de basquete. Considere que seja de interesse a posição da bola em qualquer momento do jogo. z Sistema de Coordenadas Tridimensional y x Referencial (origem) Observe que o sistema trabalha com três dimensões, ou seja, para determinarmos a posição exata da bola, necessitamos de três coordenadas, considerando um referencial dado. Matematicamente podemos escrever a posição “P” da bola com as coordenadas “x”, “y” e “z” P (x , y , z). As medidas “x”, “y” e “z” são ditas coordenadas do ponto P, ou ainda, “x” é a abscissa do ponto P, “y” é a ordenada do ponto P e “z” é a cota do ponto P. SISTEMA DE COORDENADAS UNIDIMENSIONAL [ℝ1 ou E1] Vamos fazer um breve estudo sobre este sistema de coordenadas, que na verdade dará origem aos outros que veremos em seguida (ℝ2 e ℝ3, sendo este último o nosso campo de maior interesse). Nas rodovias podemos observar no acostamento pequenas placas chamadas de “marcos quilométricos”. Elas determinam a sua posição na rodovia a partir de um referencial (origem), o “quilômetro zero”, que numa rodovia federal, localiza-se na divisa de um estado com o outro. Apesar da rodovia não ser uma linha reta, podemos dizer que os marcos quilométricos correspondem a um sistema de coordenadas unidimensional, pois com uma única informação quilométrica poderemos determinar a posição de um veículo com problemas mecânicos, por exemplo. Matematicamente, teremos: Página 5 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Eixo Real [ou eixo das abscissas] origem A –4 B –3 C –2 –1 17 0 1 1 2 2 2 5 D 3 E 4 F 5 G 7 8 3,14159265 6 3 1 uc Obs.: uc unidade de comprimento Temos que a abscissa (ou coordenada) do ponto A é – 4. Podemos escrever então: A Daí, temos que: 17 , 5 B x C 2 , 8 , 3 D E 4 , F 5 e G 4 . 7 . Estudo do Ponto no ℝ1 Distância entre dois Pontos: No caso do ℝ1, torna-se simples determinarmos a distância entre dois pontos. Veremos intuitivamente através de algumas perguntas... a) Qual a distância entre os pontos F e E? Resposta: 1 uc b) Qual a distância entre E e G? Resposta: 3 uc c) Qual a distância entre A e F? Resposta: 9 uc, que podemos escrever d(A,F) = 9 uc d) Qual a distância entre B e D? Antes de responder esta pergunta, faremos uma generalização matemática. Veja: dAB Logo: A B xA xB dAB = | xB – xA | ↳ x Distância entre dois pontos na reta ℝ1, ou comprimento do segmento de reta AB. Obs.: Note que dAB = dBA. Veja: P –6 0 dPQ = | xP – xQ | Q 7 x ou dQP = | xQ – xP | dPQ = | – 6 – 7 | dQP = | 7 – (– 6) | = | 7 + 6 | dPQ = | – 13 | dQP = | 13 | dPQ = 13 uc dQP = 13 uc Observe que a distância entre dois pontos quaisquer é sempre um valor absoluto, ou seja, positivo. Agora, podemos retornar a pergunta ”d”, que ficou em aberto, e respondê-la: d) Qual a distância entre B e D? Página 6 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO d BD x D x B Então temos: d BD 51 40 15 Portanto: d BD d BD 17 5 8 3 91 d BD 15 91 15 d BD 6,07 uc SISTEMA DE COORDENADAS BIDIMENSIONAL Sistema Cartesiano Ortogonal [ ℝ2 ] O Sistema Cartesiano Ortogonal, também conhecido como Plano Cartesiano é um sistema bidimensional de coordenadas [retangulares], formado por dois eixos reais, perpendiculares (ortogonais) entre si, gerando quatro regiões denominadas quadrantes. O eixo “x” também é dito eixo das abscissas e o eixo “y” também é dito eixo das ordenadas. A intersecção dos eixos coordenados determina um ponto único, denominado “origem do sistema”. Cada ponto nesse plano é determinado por um par (ou dupla) ordenado(a) na forma (x , y), sendo que “x” e “y” formam as coordenadas de um ponto. Localizando no sistema ao lado, os pontos indicados a seguir, temos: y 2º Q. A( 4 , 5 ) 1º Q. 8 B(4 , 5) C (6 , 5) G A B D(6 , 2) E ( 8 , 0) –6 F 6 O –4 F (5 , 0) x 8 4 –2 E D G (0 , 8) H (0 , 7) C –7 O(0 , 0) Origem do sistema H 3º Q. 4º Q. Observações: Todo ponto pertencente ao eixo das abscissas terá ordenada nula, ou seja, será da forma: (x , 0). Todo ponto pertencente ao eixo das ordenadas terá abscissa nula, ou seja, será da forma: (0 , y). Notas: O Sistema Cartesiano Ortogonal também é conhecido como Plano ℝ2 , Espaço E2 , ou ainda, Espaço ℝ2. Trataremos aqui na Geometria Analítica simplesmente por ℝ2. O “Sistema Polar”, que também é um Sistema Bidimensional, será estudado em momento oportuno. Página 7 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Tópico Extra: Bissetrizes dos Quadrantes do ℝ2 Veja os casos: y A(4, 4) b1,3 4 y b2,4 C(–3, 3) A B(–3, –3) –3 B Genericamente (p , p) 135º 45º D(4, – 4) 3 C –3 x 4 4 x Genericamente (p , –p) ou (–p , p) –3 D –4 Os pontos (x, y) do plano, onde x = y, ou seja, de coordenadas iguais, definem uma reta denominada bissetriz dos quadrantes ímpares (1º e 3º quadrantes b1,3), cuja equação evidentemente é y = x. Já os pontos (x, y) do plano, onde x = – y (ou y = – x), ou seja, de coordenadas opostas, definem uma reta denominada bissetriz dos quadrantes pares (2º e 4º quadrantes b2,4), cuja equação evidentemente é y = – x. EXERCÍCIOS – Sistema Cartesiano Ortogonal 1) Observando a peça plana ao 20 20 40 lado [suporte de arco de serra], determine as coordenadas dos E 25 considerando: F 20 pontos A, B, C, D,..., L e M, a) a origem no ponto A; H ). 40 15 peça ( G D b) a origem no centro da 20 C I B Esp. 3 A M 20 10 20 L J K 25 35 40 Nota: medidas em mm. 120 2) Calcule o valor de “m” de modo que o ponto Q(m2 + 5 , 6m) pertença à bissetriz do 2º e 4º quadrante. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1) Veja tabela abaixo: a b 2) m = –1 ou m = – 5 A B C D E F G H I J K L M (0,0) (-60,-40) (0,20) (-60,-20) (20,40) (-40,0) (20,55) (-40,15) (40,80) (-20,40) (80,80) (20,40) (80,60) (20,20) (120,60) (60,20) (120,20) (60,-20) (100,0) (40,-40) (60,0) (0,-40) (60,10) (0,-30) (25,0) (-35,-40) Página 8 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO SISTEMA DE COORDENADAS TRIDIMENSIONAL Sistema Cartesiano Ortogonal: O Espaço ℝ3 [ ou E3 ] Consideramos como sendo o espaço cartesiano ℝ3 (ou E3), o conjunto dado por três eixos reais perpendiculares dois a dois, denotados por “x” , “y” e “z”, que se interceptam em uma origem (ponto O), com orientação conforme abaixo: z (eixo da cotas) O .. . z 3 4 y (eixo das ordenadas) 2 1 x y x (eixo das abscissas) 5 Os três planos do ℝ3: yOz, xOy e xOz, geram oitos regiões (sub-espaços) chamadas de octantes (ou oitantes) que podem ser observados na figura acima e a direita (os números identificam cada octante). Os valores reais contidos nos três eixos estão ordenados de forma crescente conforme indicação das setas dos respectivos eixos. No espaço tridimensional, a cada terna ou tripla ordenada de números reais (x, y, z), associamos um único ponto; assim: z Lembrete: zP Além do ℝ3, existem outros sistemas de coordenadas com três O dimensões, como por exemplo, o sistema P (xP , yP , zP) yP y xP cilíndrico e o sistema esférico. Observação: Origem O (0 , 0 , 0) x Máquinas operatrizes, sistemas automatizados e sistemas de robótica utilizam, na sua grande maioria, um sistema de 3 eixos cartesianos, como no exemplo da fresadora ao lado: Por questões técnicas, as posições dos eixos coordenados podem diferir das usadas no estudo científico (na geometria analítica e outras áreas de aplicabilidade da matemática). A figura apresenta os “eixos de deslocamento” de uma fresadora. Para refletir: A receita para a ignorância perpétua é permanecer satisfeito com suas opiniões e contente com seus conhecimentos. [Elbert Hubbard] Página 9 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Para melhor exemplificação, tomemos o paralelepípedo da figura abaixo, onde temos P(2 , 4 , 3). z 3 Com base na figura ao lado, e levando em consideração que um ponto qualquer (x , y , z) está no: E D F eixo “x” quando y = 0 e z = 0, tem-se A(2 , 0 , 0); eixo “y” quando x = 0 e z = 0, tem-se C(0 , 4 , 0); eixo “z” quando x = 0 e y = 0, tem-se E(0 , 0 , 3); P C O 4 2 A plano “xy” quando z = 0, tem-se B(2 , 4 , 0); plano “xz” quando y = 0, tem-se F(2 , 0 , 3); plano “yz” quando x = 0, tem-se D(0 , 4 , 3). y B x Assim, a figura à direita destaca os 3 planos do sistema ℝ3. Ao lado (esquerdo) podemos observar uma representação usual de dois pontos (e suas coordenadas) para um sistema cartesiano de uma máquina operatriz com CNC (comando numérico computadorizado). Vale observar que, neste caso, temos os eixos x, y e z em posições diferentes daquelas que farão parte de nosso estudo. Este fato não interfere no entendimento da posição dos pontos, pois mesmo assim, a marcação e identificação dos pontos são processos análogos aos que estudamos aqui. Para marcar um ponto no espaço, como por exemplo, o ponto A(3 , –2 , 4), sugerimos o seguinte procedimento: 1º) marca-se o ponto A’(3 , –2 , 0) no plano “xy”; 2º) desloca-se A’ paralelamente ao eixo “z”, 4 unidades para cima (se fosse – 4, seriam 4 unidades para baixo) para se obter então o ponto A desejado. A figura ao lado ilustra este procedimento. z EXEMPLOS: 7 1) Considerando os pontos P(0, –3, –2) e Q(4, 3, 7), localize-os no sistema 3 de coordenadas cartesianas ℝ e faça a representação do segmento P Q . Q Assim sendo, temos a representação ao lado: [Nota: desenho “um pouco” fora da escala] –3 –2 P 4 x Página 10 de 66 3 y Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 2) Construa dois sistemas de coordenadas ℝ3 e localize os pontos A(2, 4, –3) e B(–3, 5, 4) separadamente, determinando em qual octante se encontra cada ponto. EXERCÍCIOS z 1) Observando a figura ao lado, determine as coordenadas dos pontos A, B, C, D, E, F e P. 5 A( , , ) B( , , ) E( , , ) C( , , ) F( , , ) D( , , ) P( , , ) C B D P E O y 7 3 A F x 2) Represente cada um dos pontos dados a seguir em seu respectivo sistema ℝ3 e compare suas representações com as dos seus colegas de classe, discutindo cada caso, se necessário. a) A(1, 5, 4) b) B(1, –5, 4) c) C(2, 0, –5) d) D(–2, 4, 1) e) E(2, –3, –1) f) F(–1, –4, –3) 3) No referencial da figura ao lado está representada uma pirâmide de base quadrangular regular em que B(6, 0, 0) e V(3, 0, 8). Determine: a) as coordenadas do ponto A e do ponto C. b) a altura da pirâmide. Observação: Medidas em metros. 4) Seja a pirâmide de base OABC e P o seu vértice superior. Dados O(0, 0, 0), A(2, 0, 0), B(2, 2, 0), C(0, 2, 0) e P(1, 1, 9), faça a representação geométrica da pirâmide e especifique o formato da base da pirâmide e também sua altura. Para refletir: É uma pena que mesmo a mentira tendo perna curta, a verdade muitas vezes só consiga rastejar. [Mr. Pi] Página 11 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 5) Na figura a seguir, dois vértices de um paralelepípedo retangular com as faces paralelas ao planos coordenados estão indicados. Determine as coordenadas dos seis vértices restantes. 6) Observando a peça a seguir, determine as coordenadas cartesianas de cada ponto indicado. z F D G E I H A C J x B 7) Observando a peça abaixo, determine as coordenadas cartesianas de cada ponto indicado. I z A H G F B C E x D Página 12 de 66 y y Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO z I 8) Observando a peça ao lado, determine as coordenadas cartesianas de cada ponto indicado. H F E G C B x D A y 9) A figura abaixo apresenta um paralelepípedo retângulo de arestas paralelas aos eixos coordenados e de medidas 2, 1 e 3. Escrevas as coordenadas dos vértices deste sólido, sabendo que A(2, 1, 2) . Note que o ponto A está no 4º octante. x 10) A figura abaixo apresenta um paralelepípedo retângulo de arestas paralelas aos eixos coordenados e de medidas 1, 2 e 3. Escrevas as coordenadas dos vértices deste sólido, sabendo que A (3 , 1 , 2 ) . Observe atentamente que o ponto A se encontra no 6º octante. z –3 D A C B 1 –2 y 3 E H x 2 F Página 13 de 66 1 G Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 11) Representando os pontos A(10, –2, –2), B(2, 0, – 4) e C(4, –2, 4) num ℝ3 e ligando-os, temos o triângulo ABC. Faça a representação gráfica e diga se é possível determinar o tipo de triângulo em questão, quanto aos seus lados e quanto aos seus ângulos? RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1) A(3, 0, 0), B(3, 0, 5), C(0, 0, 5), D(0, 7, 5), E(0, 7, 0), F(3, 7, 0) e P(3, 7, 5) 3a) A(3,–3, 0) e C(3, 3, 0) 3b) 8 m 2) Veja com seus colegas de classe! 4) A base da pirâmide é quadrada tendo lado com 2 uc e altura igual a 9 uc. 5) Vértices Superiores: (3, 3, 7), (3, 6, 7) e (–1, 3, 7) – Vértices Inferiores: (3, 6, 4), (–1, 6, 4) e (–1, 3, 4) 6) A(40, 0, 0), B(40, 25, 0), C(0, 25, 0), D(0, 25, 25), E(10, 25, 25), F(0, 0, 25), G(30, 0, 25), H(40, 0, 25), I(30, 10, 25) e J(40, 25, 10) 7) A(0, 0, 30), B(20, 0, 15), C(50, 0, 10), D(50, 0, 0), E(50, –20, 0), F(50, –20, 20), G(50, –20, 30), H(20, –20, 30) e I(0, –20, 30) 8) A(0, 30, 0), B(0, 30, 10), C(–5, 30, 10), D(–25, 30, 0), E(–30, 30, 10), F(–30, 10, 10), G(0, 10, 10), H(–15, 10, 25) e I(–15, 0, 40) 9) B(2, –3, 2), C(3, –3, 2), D(3, –1, 2), E(3, –1, 5), F(2, –1, 5), G(2, –3, 5) e H(3, –3, 5) 10) B(–3, 2, –2), C(–5, 2, –2), D(–5, 1, –2), E(–5, 1, –5), F(–3, 1, –5), G(–3, 2, –5) e H(–5, 2, –5) 11) Neste caso, graficamente não é possível (ou torna-se muito difícil) determinar com segurança o tipo de triângulo (em relação aos lados e aos ângulos), pois a perspectiva aqui utilizada não permite tal verificação e mesmo utilizando uma escala conveniente, algumas medidas não aparecem na sua verdadeira grandeza. Entretanto, algebricamente (ou analiticamente) é possível determinarmos com precisão absoluta o tipo de triângulo. As medidas dos lados do triângulo podem ser calculadas através da fórmula da distância entre dois pontos por: d AB ( xB x A ) ( y B y A ) ( z B z A ) 2 2 2 A e B no espaço dada e através destas medidas conhecidas, utilizando-se do Teorema de Pitágoras, podemos classificar o triângulo quanto aos seus ângulos. Assim sendo, veremos que o triângulo EQÜILÁTERO, pois internos iguais a ABC é AB BC CA 72 6 2 uc e desta forma também é ACUTÂNGULO, pois tem os seus ângulos 60º . Em breve, poderemos calcular com precisão cada um dos 3 ângulos internos de um triângulo qualquer através da aplicação do conceito de “produto escalar”. VETORES – Introdução Antes de tratarmos propriamente de vetores, precisamos identificar aquilo que chamamos de grandezas físicas. Na matemática e em outras ciências ditas “exatas”, só podemos equacionar e quantificar situações que envolvem grandezas físicas, ou seja, aquelas que, no mínimo, podem ser associadas a uma escala de medida conhecida, como a distância entre a sua casa e a padaria mais próxima, por exemplo. Essa distância pode ser dada em metros, quilômetros, ou ainda, em uma outra escala que possa ser conveniente. As grandezas físicas podem ser divididas em escalares ou vetoriais. Veja o esquema abaixo: E scalares M ódulo (número unidade) G randezas F ísicas - M ódulo (número unidade) V etoriais - Direção - S entido Exemplos de grandezas físicas escalares: Distância, tempo, massa, temperatura. Exemplos de grandezas físicas vetoriais: Velocidade, aceleração, força, torque (momento), campo magnético. Com o crescimento da tecnologia e da área industrial, tornou-se crescente também a necessidade de equacionar situações que envolvessem grandezas vetoriais. Nesse momento, a sistematização da teoria vetorial ganha impulso, possibilitando estudar mais profundamente fenômenos ligados a tais situações. Página 14 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO VETORES – Noções Básicas Conceito: O “vetor” pode ser definido de várias maneiras: É um ente matemático utilizado para representar grandezas físicas vetoriais. É uma tripla constituída de uma direção, um sentido e um número não negativo (módulo). É o conjunto de todos os segmentos orientados de mesma direção, de mesmo sentido e de mesmo comprimento. Etimologia da Palavra Vetor: O termo vetor pode ser oriundo do verbo latino vehere [transportar, levar]. Assim, vetor seria o particípio passado de vehere, significando transportado, levado. Os romanos chamavam de vector aquele que carregava alguma coisa. Implicava o portador de uma mensagem, por exemplo. Pois: veho [levar] + or [aquele que faz]. Daí também a palavra vehiculum (veículo). No caso específico de Matemática, podemos dizer que um vector é um transportador de três informações de uma grandeza vetorial: direção, sentido e magnitude, ou ainda, que um ponto A é transportado (pelo vetor) até um ponto B. Apesar de esses significados aparentarem um pouco abstratos para o momento, veremos a seguir que, na verdade, fazem bastante sentido. Representações e Notações: Algumas convenções são importantes para que possamos “desfrutar” ao máximo da utilização da linguagem vetorial. Vejamos algumas notações e representações usuais. y extremidade do vetor origem do vetor A B v Um vetor normalmente é representado por uma letra minúscula juntamente com uma “flechinha” sobre ela, mas também podemos representar um vetor pelos dois pontos que o definem. Então, no caso ao lado: |v | módulo do vetor v AB Podemos considerar ainda que: Av B v B A (depende de escala) Resumindo, temos: v AB B A 0 x Esquentando o Processador! 1) Tente ligar os nove pontos (quadradinhos) da figura ao lado com apenas quatro segmentos de reta unidos (consecutivos), passando em cada ponto exatamente uma vez, de modo que nenhum segmento de reta seja traçado duas vezes! 2) Qual o valor do número “x” na sequência: { 2 , 10 , 12 , 16 , 17 , 18 , 19 , x } ? Para refletir: A vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo. [Lair Ribeiro] Página 15 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Detalhando, temos: Módulo (intensidade, norma ou comprimento): Determina a magnitude da grandeza que esta sendo representada pelo vetor, ou seja, é um número real não negativo acompanhado de sua unidade. Geometricamente, o módulo é o comprimento do vetor (segundo uma escala adequada de desenho). B v A |v | módulo do vetor | v | | A B| | B A | Módulo do vetor v : (depende de escala) Direção: É a reta suporte de atuação do vetor. A direção pode ser vertical, horizontal ou oblíqua. Quando a direção é oblíqua, normalmente está associada a um ângulo de referência. Sentido: Para cada direção sempre teremos 2 sentidos. Por exemplo, se a direção for vertical, o sentido poderá ser para cima ou para baixo. f Exemplos: v 160º módulo : f : direção : sentido : | f | 150 N módulo : v : direção : sentido : v ertical para cima | v | 26 cm / s 160º com a horizontal para baixo Vetor Livre: v , v , v e v apresentados abaixo, tenham mesmo módulo, mesma direção e sentido. Assim sendo, devemos considerar que v = v = v = v . Isso faz com que um vetor seja qualificado como “livre”, pois pode ser Considere que os vetores transladado de uma posição para outra mantendo suas características de módulo, direção e sentido. y v v v é o vetor posição. v 0 v x v , v e v são denominados imagens geométricas de v e esse vetor v é dito, representante natural de v , v e v . O vetor que for representado com sua origem coincidente com a origem de um sistema de coordenadas é chamado vetor posição, no caso acima, o vetor v . Os vetores Página 16 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Particularidades dos Vetores: Vetores Iguais: u e w são iguais, e indica-se por u w , se tiverem iguais todas as suas três características: módulo, direção e sentido. Caso contrário, escrevemos: u w . Uma ilustração sobre a igualdade de vetores já foi apresentada Dois vetores anteriormente. Vetores Paralelos: u e w são paralelos, e indica-se por u // w , se os seus representantes tiverem a mesma direção. Na figura abaixo temos u // w // v . Dois vetores u Observe que u e w têm mesmo sentido e que u e w têm sentido contrário ao de v . w u v Vetores com origem comum A direção dos vetores dados ao lado é vertical. v Vetores Ortogonais: Dois vetores u e w são ortogonais, e indica-se por u algum representante de w , como na figura [a] abaixo. w , se algum representante de u formar ângulo reto (90º) com u Na figura [b] ao lado, temos dois representantes dos vetores u e w , com origem (em comum) no ponto O, onde se forma o ângulo reto. w w Podemos utilizar, em alguns casos específicos, perpendicular como sinônimo de ortogonal. O [a] u [b] Vetor Nulo [ou Zero]: Qualquer ponto do espaço pode ser um representante do vetor NULO ou vetor ZERO, e indica-se por 0 ou também por A A (a origem do vetor coincide com a extremidade, ambas, neste caso, no ponto A). módulo : | 0 | 0 Desta forma temos: 0 : direção : não definida sentido : não definido Pelo fato do vetor nulo não possuir direção e sentido definidos; em algumas situações torna-se conveniente considerar o vetor nulo paralelo (ou perpendicular) a qualquer vetor. Vetor Oposto: A cada vetor v 0 corresponde um vetor oposto v , de mesmo módulo e direção, porém, de sentido contrário. B v A Se o vetor oposto de B v A v é o vetor v , então o vetor oposto de AB é o vetor AB , que pode ser escrito BA . BA A B ( B A) ( AB) AB É importante observar que: | v | | v | , porém v v . Destacamos ainda que: v (v ) 0 . Algebricamente temos: Para refletir: Existem vitórias da alma e do espírito. Às vezes, mesmo quando você perde, você ganha. [Elie Wisel] Página 17 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Vetores – Noções Básicas 1) Considerando o losango EFGH inscrito no retângulo ABCD, e sendo O o ponto de interseção das diagonais deste losango, decida se é verdadeira ou falsa cada uma das afirmações abaixo: D H E A F C O G a) EO O G f) H E O C k) A O// O C b) A F C H g) | A C| | BD | 1 h) | O A| | DB | 2 l) A B O H d) | C O | | O B | i) A F// C D n) A O HF e) | H O | | H D | j) GF // HG o) O B F E c) DO HG B m) EO C B 2) A figura abaixo representa um paralelepípedo retângulo. Decida se cada uma das afirmações é verdadeira ou falsa. a) DH BF f) | AC | | HF | b) AC GE g) | AG | | DF | c) AB CG h) AB // GH d) AF BC i) DG DF e) BG // ED j) ( B D) ( D H ) G H E F C D A B RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) V 1b) F 1c) V 1d) V 1e) F 1f) F 1g) V 1h) V 1i) V 1j) F 2a) V 2b) V 2c) V 2d) V 2e) F 2f) V 2g) V 2h) V 2i) F 2j) V 1k) V 1l) V 1m) V 1n) F 1o) V OPERAÇÕES COM VETORES NA FORMA GEOMÉTRICA Multiplicação de um Vetor por um Escalar Dado um vetor n.v , tal que: v 0 e um número real (escalar) n 0 , chama-se produto do número real n pelo vetor v , o novo vetor nv Abaixo, segue um vetor módulo : | nv | | n | . | v | direção : a mesma de v se n 0 nv tem o mesmo sentido de v sentido : se n 0 nv tem sentido contrário de v v com alguns de seus “múltiplos escalares”: v 1v 2v 2v 5v 3v 1 v 2 Nota: Observe que qualquer um dos múltiplos escalares de v possui a mesma direção de v . Logo, todos os vetores do exemplo acima são paralelos. Assim, podemos escrever que, se dois vetores (não nulos) u e v são paralelos, então existe um número real n 0 , tal que u n v . Página 18 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Adição [e Subtração] de Vetores CASO 1: Vetores com mesma direção [paralelos ou colineares]: O processo de adição de dois ou mais vetores paralelos é bastante intuitivo. Veja os exemplos a seguir. f1 f2 R f1 f2 0 | R | 0 N | f1 | 100 N e | f2 | 100 N NOTA: Quando adicionamos dois ou mais vetores, temos como resultado um novo vetor denominado “vetor soma” ou “vetor resultante”; sendo este último termo o mais comum. f1 f2 f1 R f1 f2 | R | 220 N f2 R f1 f2 | f1 | 120 N e | f2 | 100 N f1 f2 f2 R f1 f2 | R | 70 N f1 | f1 | 50 N e | f2 | 120 N R f1 f2 CASO 2: Vetores com direções diferentes [não paralelos]: Abordaremos de forma sucinta dois métodos para adição de vetores não paralelos [não colineares]. Veja a seguir: Método do Paralelogramo Para adicionarmos dois vetores pelo método do paralelogramo, inicialmente esses vetores devem ter uma origem comum [situação I]. Traçam-se linhas auxiliares paralelas a esses vetores em cada uma das suas extremidades [situação II], formando um paralelogramo. O vetor resultante (vetor soma) terá sua origem comum aos vetores somados e sua extremidade será a intersecção das linhas auxiliares [situação III]. Note que o vetor resultante está sobre a diagonal do paralelogramo. I II f1 III f1 f2 f1 f2 R f2 Podemos dizer, de maneira informal, que o vetor resultante faz o mesmo papel, ou que tem a mesma função, ou ainda que executa o mesmo trabalho dos vetores que o resultaram. f1 R f1 f2 f2 Página 19 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Observação: o cálculo do módulo do vetor resultante para o método do paralelogramo pode ser feito através da fórmula: | f1 |2 | f2 |2 2. | f1 | . | f2 | . cos |R| [ sendo o ângulo entre os vetores f1 e f2 ] A relação acima é muito comum no estudo da Física. Trata-se de uma adaptação da lei dos cossenos (aplicada em triângulos quaisquer). Entretanto essa fórmula apresenta grande limitação em situações tridimensionais, que é o foco de nossos estudos futuros. Veremos métodos analíticos mais eficazes para o cálculo do módulo de um vetor resultante e também da sua direção, em estudos posteriores. Método do Polígono [Linha Poligonal] Para adicionarmos dois vetores pelo método do polígono [situação I], translada-se um dos vetores (mantendo obviamente suas características de módulo, direção e sentido), colocando sua origem na extremidade do outro vetor [situação II], formando um “caminho”. O vetor resultante (vetor soma) terá sua origem comum ao “primeiro” vetor e sua extremidade comum à extremidade do “último” vetor [situação III]. Note que o vetor resultante fecha um polígono com os vetores somados. I II f1 f1 III f2 f2 f1 R f1 f2 f2 Para somarmos mais que dois vetores (três, no caso a seguir), o processo é análogo ao descrito acima. I II f1 f1 III f2 f2 f1 f3 f2 f3 f3 R f1 f2 f3 Qualquer sequência escolhida para a soma dos vetores resultará no mesmo vetor resultante. Veja: I II III f1 f2 f2 f3 f2 f3 R f2 f3 f1 f1 f3 f1 No caso abaixo, o vetor resultante é NULO. Observe que “organizando” os vetores na sequencia “extremidade-origem”, a linha poligonal se fecha não deixando espaço para o vetor resultante. f1 f2 f4 f3 f2 f3 f1 f4 R f1 f2 f3 f4 0 Comentário: O método do paralelogramo “adiciona” apenas dois vetores em cada operação, entretanto o método do polígono pode “adicionar” uma quantidade finita qualquer de vetores numa única operação, tornando-se assim um processo mais versátil. Página 20 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO A Subtração de Vetores: Um Caso Particular da Adição A expressão R f1 f2 pode ser escrita como R f1 ( f2 ) . Portanto, para subtrair f2 de f1 devemos ADICIONAR f1 com f2 , sendo este último, o vetor oposto de f2 . Veja o exemplo abaixo: I II f1 f1 f2 III R f2 f1 com R f1 f2 f2 f1 f2 Agora, veja no esquema ao lado, o vetor resultante f1 f2 f1 da soma e da subtração dos mesmos dois vetores. f2 NOTA: Quando subtraímos dois vetores, temos como resultado um novo vetor denominado “vetor diferença” ou mesmo “vetor resultante”; sendo este último termo o mais comum. EXERCÍCIOS – Operações com Vetores na Forma Geométrica 1) Com base na figura ao lado, determine os vetores resultantes para cada caso, expressando-os com origem no ponto A. D H O E C G a) OC CH d) EH EF b) EH FG e) EO BG g) 1 BC EH 2 i) OG HO c) 2. AE 2. AF f) 2.OE 2.OC h) FE FG j) AF FO AO A F B 2) Nos cubos abaixo, represente a soma dos vetores indicados: a) H G E H G E F F D D A b) C C B A B F E 3) No hexágono regular ao lado, obter o vetor resultante de: a) (B – A) + (E – F) + (F – A) expressando-o com origem no ponto A A D b) (D – A) – (E – A) + (E – B) expressando-o com origem no ponto B c) (C – D) + (F – B) – (A – B) expressando-o com origem no ponto F d) (C – A) – (C – E) + (B – C) expressando-o com origem no ponto C Página 21 de 66 B C Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 4) Decida se é verdadeira ou falsa cada uma das afirmações abaixo. 3v e 4v são paralelos e de mesmo sentido. b) Se u // v , então | u | | v | . c) Se u // v , | u | 2 e | v | 6 , então v 3u ou v 3u . d) Se | u | | v | então u v . a) Os vetores 5) Dois vetores têm módulo 10 e 14. Qual o módulo máximo possível do vetor soma desses vetores? E o mínimo possível? 6) Demonstre algebricamente que o segmento cujos extremos são os pontos médios de dois lados de um triângulo qualquer é paralelo ao terceiro lado e igual a sua metade. C M Sugestão: N MN Devemos demonstrar que: 1 2 AB B A RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) AE 1b) AC 2a) AG 2b) AE 1c) AC 1d) AB 3a) 1e) AO 3b) AD 1f) AD 3c) BD 1g) AH 3d) FF 1h) AD 4a) F CD 1i) AO 4b) F 4c) V 1j) AC 4d) F 5) Módulo Máximo: 24 [Vetores com mesma direção e sentido] – Módulo Mínimo: 4 [Vetores com mesma direção e sentidos contrários] VETORES NO ℝ2 Considere os pontos O(0 , 0), P(4 , 3), A(5 , 5), B(9 , 8), C(– 4, –6) e D(0, –3) no Sistema Cartesiano Ortogonal. Desta forma, podemos considerar também os vetores: v OP , w AB e u CD . Representando-os no plano, temos: y B 8 w A 5 P 3 v –4 O u C 4 5 x 9 D –3 –6 Lembre-se que um vetor tem infinitos representantes, sendo estes de mesmo módulo, direção e sentido. Então podemos afirmar que O vetor v v wu ou que OP AB CD . Dentre estes vetores, o que melhor caracteriza-os é o vetor v OP . também é chamado de vetor posição ou representante natural dos vetores tem sua origem coincidindo com a origem do sistema cartesiano ortogonal. Página 22 de 66 AB ou CD , pois é aquele que Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Tomando um vetor qualquer definido por dois pontos AB B A ( xB , y B ) ( x A , y A ) . A e Daí tem-se que: B , podemos escrever: AB ( xB x A , y B y A ) . Então, considerando os vetores mencionados anteriormente, podemos fazer: w AB w B A w (9 , 8) (5, 5) w (9 5 , 8 5) w (4 , 3) v OP v P O v (4 , 3) (0 , 0) v (4 0 , 3 0) v (4 , 3) u CD u D C u (0 , 3) (4 , 6) u (0 4 , 3 6) u (4 , 3) Pode-se observar que as igualdades v w u e O P A B C D vistas anteriormente, confirmam-se algebricamente. Formalizando, podemos dizer que dados dois vetores m (x1 , y1 ) e n (x 2 , y 2 ) , eles serão iguais [ m n ] se, e somente se, x1 x 2 e y1 y 2 (Igualdade de vetores). Isto dará garantia de que estes vetores terão mesmo módulo, direção e sentido. A forma v (x , y) é dita expressão analítica do vetor v e determina que o vetor no plano é um par ordenado de números reais com sua extremidade no ponto (x , y) e sua origem coincidindo com a origem (0 , 0) do Sistema Cartesiano Ortogonal . Também se utiliza em alguns casos, a seguinte notação para um vetor: v x , y . Versores de um Sistema de Coordenadas: y Ainda se tratando do Sistema Cartesiano Ortogonal, convencionou-se que i e j , nesta ordem, são os versores dos eixos cartesianos x e y, tendo estes versores, origem no ponto O(0 , 0) . j Desta forma temos: i (1 , 0) e j (0 , 1) sendo que | i | | j | 1 . i O x i e j formam o que chamamos de base do plano, esta em especial é dita Base Canônica. Isto quer dizer que podemos escrever qualquer vetor no plano, de forma única, através da combinação linear dos versores i e j . Estes vetores Observação: Qualquer conjunto ordenado de dois vetores não paralelos constitui uma base no plano. Na prática, as bases mais utilizadas são as ortonormais (que são bases formadas por vetores unitários perpendiculares entre si). Escrevendo um vetor utilizando uma combinação linear: Multiplicando i por 4 e j por 3, teremos os vetores 4 i e 3 j , que estão representados no plano ao lado. Observe que, se adicionarmos (método do paralelogramo) os vetores 4 i e 3 j , teremos como resultante o vetor v , e por isso, podemos escrever o vetor v como combinação linear dos vetores i e j . Então escrevemos: v 4 i 3 j , ou ainda, v (4 , 3) como vimos anteriormente. Generalizando, teremos: v (x , y ) x . i y . j y P v 3j O 4i Acima temos: Esquentando o Processador! Uma lesma começa a subir num poste de 10m de altura. De dia ela sobe 2m e à noite desce 1m. Em quantos dias a lesma atingirá o topo do poste? Página 23 de 66 x v (4 , 3) 4 i 3 j Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Exemplificando e localizando os “vetores posição” no ℝ2, temos: y a 2 i 3 j (2 , 3) b b 6 i 5 j (6 , 5) 5 7 7 c j 0 , 2 2 7/2 c d 2 j 4 i ( 4 , 2 ) –4 e 4 i (4 , 0) e 2 –6 4 x –2 d a –3 EXEMPLO: 1) Dados os pontos A(–1,– 4), B(1, –7) e C(5, 2), represente no Sistema Cartesiano Ortogonal abaixo: a) o vetor BA ; b) o vetor u , que é o vetor posição de BA ; c) o vetor u com origem no ponto C. y x EXERCÍCIOS – Vetores no ℝ2 1) Representar graficamente o vetor A B e o correspondente vetor posição a) A(–1 , 3) e B(3 , 5) b) A(–1 , 4) e B(4 , 1) v para cada um dos casos abaixo: c) A(4 , 0) e B(0 , –2) d) A(3 , 1) e B(3 , 4) 2) Qual é o ponto inicial A do “segmento orientado” (vetor) representado pelo vetor posição v (1 , 3) , sabendo que sua extremidade está no ponto B(3, 1). Represente graficamente vetor v e o “segmento orientado” em questão. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) v = (4, 2) 1b) v = (5, –3) 1c) v = (– 4, –2) Página 24 de 66 1d) v = (0, 3) 2) A(4, –2) Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO OPERAÇÕES COM VETORES NA FORMA ALGÉBRICA [ANALÍTICA] NO ℝ2 Os vetores podem ser operados em suas formas geométricas (através de suas representações em desenho, como vimos anteriormente). Porém, se estas operações forem realizadas algebricamente (analiticamente), teremos precisão absoluta dos resultados e maior quantidade de informações (módulo, direção e sentido), principalmente quando os vetores se encontram num espaço tridimensional. Inicialmente trataremos do espaço bidimensional. Vejamos: Multiplicação de um Escalar [Número Real] por um Vetor: Dado um vetor v ( x1 , y1 ) no ℝ2 e um número n ℝ, define-se que: n.v (n.x1 , n.y1 ) . Vamos exemplificar essa operação algebricamente e também graficamente. EXEMPLO: 1) Considere o vetor w = (–2, 1) no Sistema Cartesiano Ortogonal. 1 c) Determine o vetor u de modo que u w . 2 d) Represente os vetores w , v , t e u no ℝ2. a) Determine o vetor v de modo que v 3w . b) Determine o vetor t de modo que t 2w . Resolução: y b) t 2w t 2.(2, 1) t (4 , 2 ) a) v 3w v 3.(2, 1) v (6 , 3 ) v 3 w 1 c) u w 2 1 1/2 1 u (2, 1) 2 –2 –6 u 1 u 1 , 2 4 x –1 –2 t Observação: Note que no exemplo acima todos os vetores têm mesma direção (são colineares ou paralelos). Quando um vetor qualquer v 0 é multiplicado por um escalar “n” (n ℝ), tem-se um novo vetor n v que pode ser denominado múltiplo escalar de v . Através do exemplo anterior podemos RELEMBRAR o conceito de multiplicação de um escalar por um vetor. Então: Quando multiplicamos um número real “n” por um vetor v 0 , temos um novo vetor “ n v ”, sendo que: nv módulo : | nv | | n | . | v | direção : a mesma de v se n 0 nv tem o mesmo sentido de v sentido : se n 0 nv tem sentido contrário de v Adição (e Subtração) de Vetores: v ( x1 , y1 ) e w ( x2 , y2 ) v w ( x1 x2 , y1 y2 ) Dados os vetores no ℝ2, define-se: v w v (w) ( x1 x2 , y1 y2 ) Vamos exemplificar essa(s) operação(ões) algebricamente e também graficamente. Página 25 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO EXEMPLOS: 1) Considere uma bóia B’ flutuando num lago de águas calmas (na origem) e que os vetores t 40 i e v (0, 30) y representam duas forças (em N) aplicadas simultaneamente na bóia em questão. Determine o vetor R que representa a força resultante aplicada e represente esquematicamente a situação x no ℝ2 ao lado. Note que, para este caso: | v | 30N , | t | 40N e | R | 50N . 2) Dados os vetores v = (4, –1), w i 5 j e t ( 1,1) , determine o vetor R sabendo que R v w t , e faça a representação desses no ℝ2 ao lado. y x Observe que: v , w teremos v w w v (propriedade comutativa da adição de vetores). 1 3) Considerando os vetores u 3 i j e v ( 1, 2) , determine o vetor t de modo que: 4(u v) t 2u t . 3 Página 26 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Particularidades dos Vetores no ℝ2: Vetor Oposto: Relembramos que, a cada vetor v 0 corresponde um vetor oposto v , de mesmo módulo e direção, porém, de sentido contrário. Analiticamente, podemos concluir que o vetor t (3 , 2) é o vetor oposto de w (3, 2) e vice-versa. Veja a representação gráfica abaixo: y Então, é verdade que: t w ou w t N 2 w O P O N ou O N O P 3 Observe que: | t | | w | , porém t w –3 tw0 0 x t –2 P Através do exposto, podemos generalizar que a SOMA de qualquer VETOR com o seu OPOSTO, resulta no vetor NULO. Para o caso acima, algebricamente, temos: t w (3, 2) (3, 2) (3 3, 2 2) (0, 0) 0 Relembrando o Vetor Posição: OA AB OB . Observando o ℝ2 abaixo, podemos escrever: AB OB OA Então: y AB ( B O) ( A O) B AB B O A O v AB B A v B A A v O v é o vetor posição de AB . x EXERCÍCIOS – Operações com Vetores na Forma Algébrica [Analítica] no ℝ2 1) Dados os vetores u (3, 1) e v (1, 2) , determine o vetor t de modo que: 3t (2v u) 2(4 t 3u) . 2) Dados os pontos A(–1, 3), B(2, 5), C(3, –1) e O(0, 0) determine os vetores resultantes de: a) O A A B b) O C BC c) 3BA 4C B 3) Dados os pontos A(3, –4) e B(–1, 1) e o vetor v (2, 3) , calcule os vetores determinados por: a) (B A) 2v b) (A B) v c) B 2(B A) d) 3v 2(A B) 4) Dados os pontos A(–1, 2) e B(3, –1) e C(–2, 4), determine o ponto D de modo que C D 5) Dados os vetores 1 2 A B. 1 3 u 2i j e w 3i , determine t de modo que: 3t (4u 2w) 5 t u w 2 4 Página 27 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 6) Determine algebricamente o vetor resultante nos casos a seguir e, ao final, represente-o graficamente: a) b) 7) Considere os vetores v 1 , 0 , 2 3 1 1 w , , t i 3j e s 2 , . Determine o vetor u de modo que o 10 5 4 4 t 5s seja o vetor nulo. vetor resultante na expressão R u v 2w 3 8) Dados os pontos A (1, 2) e B (3,5) , determine: D(14, 16) a) o ponto M que divide o segmento AB em duas partes iguais. [neste caso, o ponto M é chamado “ponto médio” do segmento AB] P b) os pontos P e Q que dividem o segmento AB em três partes iguais. 9) O segmento de reta C D (figura ao lado) foi dividido em partes iguais. Assim, determine as coordenadas do ponto P. Página 28 de 66 C(–6, –1) Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 23 1) 5 , 11 2a) (– 4, 1) 5 3d) (–14, 19) 7) u 4) D 31 39 , 3 10 2b) (2, 5) 0 , 5 2 8a) M 2c) (–5, –30) 5) t 3a) (–8, 11) 121 13 , 32 16 1, 3 2 8b) 3b) (6, –8) 6b) R (5, 1) 6a) R (1, 2) 1 , 1 3 3 e 3c) (–9, 11) 5 , 8 3 3 9) P 10 , 63 5 O ponto médio M( x M , y M ) de um segmento AB, também pode ser calculado diretamente pelas expressões xM x A xB 2 e yM y A yB 2 , normalmente estudadas na Geometria Analítica do Ensino Médio. VETORES NO ℝ3 As definições e conclusões relativas ao ℝ3, dar-se-ão de forma análoga ao que vimos até então para o ℝ2. Sendo assim: Vetor definido por dois pontos: Um vetor definido por dois pontos A e B será: A B B A (x B , y B , zB ) (x A , y A , z A ) . Daí tem-se que: A B ( x B x A , y B y A , zB z A ) Igualdade de vetores: Dados dois vetores v (x1 , y1 , z1 ) e w (x 2 , y 2 , z 2 ) , v w x1 x 2 e y1 y 2 z1 z2 . e Isto garante que os vetores em questão terão mesmo módulo, direção e sentido. z Versores da Base Canônica: Os versores que formarão a base canônica do ℝ3 são: i , j e k . Sendo que: | i | | j | | k | 1 onde: k i (1, 0, 0) , j (0, 1, 0) e k (0, 0, 1) Daí tem-se que: i v (x , y , z) x i y j zk Vetores nos Eixos e Planos Coordenados: Se um vetor posição v eixo y, então esse vetor é do tipo: eixo z, então esse vetor é do tipo: Se um vetor posição v x está sobre o: eixo x, então esse vetor é do tipo: v (x, 0, 0) ou v (0, y, 0) ou v (0, 0, z) ou v xi . v yj . v zk . está sobre o: plano xy, então esse vetor é do tipo: plano yz, então esse vetor é do tipo: plano xz, então esse vetor é do tipo: v ( x, y, 0) v (0, y, z) v ( x, 0, z) j ou ou ou v x i yj . v yj z k . v x i zk . Vetor Nulo [ou Zero]: No ℝ3, o vetor nulo é definido pela terna (0, 0, 0) que também define a origem do sistema de coordenadas em questão. Página 29 de 66 y Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Representação Geométrica: Exemplificando e localizando os “vetores posição” no ℝ3, temos: z a 2i 3 j 3k (2, 3, 3) b 4i 5k (4, 0, 5) 3 3 c 5 j k 0, 5, 2 2 y x z d i 2 j (1, 2, 0) e 4k ( 0, 0, 4) f j 2k 5i (5, 1, 2) y x Finalizando: Um vetor posição w qualquer, tem algumas maneiras de ser representado algebricamente. A expressão analítica usual w ( x, y , z ) é apresentada a seguir com as suas notações equivalentes: w (x , y , z) x. i y .j z.k x , y , z . Acrescentaremos ainda, um exemplo para “finalizar” esse tema. Veja: Já sabemos que o vetor w 4 i 3 j k pode ser escrito na forma analítica w (4, 3, 1) . Podemos verificar facilmente esta correlação, substituindo os correspondentes versores: i (1, 0, 0) , j (0, 1, 0) e k (0, 0, 1) . Assim: w 4 i 3j k w 4(1, 0, 0) 3(0, 1, 0) (0, 0, 1) w (4, 0, 0) (0, 3, 0) (0, 0, 1) w (4, 3, 1) Página 30 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Uma outra notação para vetores, que é importante e conveniente em algumas situações, é a MATRICIAL . Assim, um vetor x qualquer w ( x, y , z ) pode ser escrito como matriz-coluna: w y , ou ainda, como matriz-linha: w x y z . z OPERAÇÕES COM VETORES NA FORMA ALGÉBRICA [ANALÍTICA] NO ℝ3 As operações com vetores na forma algébrica tornam-se especialmente importantes no espaço tridimensional, devido à dificuldade de uma representação geométrica inteligível para muitos casos; sem mencionar a precisão absoluta dos resultados analíticos. Novamente, todos os processos descritos a seguir são análogos aos estudados no sistema bidimensional. A diferença nos processos algébricos reside apenas no acréscimo de uma coordenada, a cota (z). Vejamos as operações: Dados os vetores v (x1 , y1 , z1 ) e w (x 2 , y 2 , z 2 ) no ℝ3 e um número n ℝ, define-se: Multiplicação de um Escalar [Número Real] por um Vetor: n. v (n.x 1 , n.y1 , n.z1 ) Adição [e Subtração] de Vetores: v w (x1 x 2 , y1 y 2 , z1 z2 ) v w v (w) (x1 x 2 , y1 y 2 , z1 z2 ) EXEMPLOS COMPLEMENTARES: 1) Considere o vetor w P Q sendo que P = (2, 3, 4) e Q = (–2, 3, 5). Determine o vetor t , tal que: t 4w . Resolução I: Inicialmente, vamos calcular o vetor w . Assim: w P Q w Q P (2, 3, 5) (2, 3, 4) Agora podemos calcular o vetor pedido. Então: t 4w t 4.(4, 0, 1) w ( 4, 0, 1) t (16, 0, 4) Resolução II: Sabemos que t 4w e que w P Q , então, substituindo o vetor w , temos: t 4.PQ t 4.(Q P) t 4Q 4P t 4.(2, 3, 5) 4.(2, 3, 4) t (8, 12, 20) (8, 12, 16) Assim, o vetor solicitado é: t (16, 0, 4) 2) Dados os pontos A(2, –2, 1) e B(1, 3, 5) e o vetor w (1, 0, 4) , determine o vetor: 2w 3(A B) A B Resolução: Inicialmente chamaremos de R o vetor solicitado. Então: Organizando... Substituindo o vetor w e os pontos A Multiplicando os valores... e B ... R 2w 3( A B) AB R 2w 3 A 3B ( B A) R 2w 3A 3B B A R 2w 2B 2 A R 2(1, 0, 4) 2(1, 3, 5) 2(2, 2,1) R (2, 0, 8) (2, 6,10) (4, 4, 2) R (4, 6, 2) (4, 4, 2) Enfim, temos o vetor solicitado: R (0, 10, 0) Página 31 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 3) Encontrar o vértice oposto à B, no paralelogramo ABCD, sabendo que A(–3, –1, 0), B(4, 2, 0) e C(5, 5, 0). Esquema 4) Determine o vetor resultante de u w t , sendo que: u (3, 2, 0) , w (0, 2, 4) e t (0, 3, 0) . Resolução: Inicialmente chamaremos de R o vetor resultante solicitado. Então: R u w t R (3, 2, 0) (0, 2, 4) (0, 3, 0) Logo: R (3, 7, 4) Ao lado, temos o problema representado graficamente. EXERCÍCIOS – Vetores no ℝ3 + Operações com Vetores na Forma Algébrica [Analítica] no ℝ3 1) Determinar o vetor v , sabendo que: (3, 7, 1) + 2 v = (6, 10, 4) – v . 2) Dados os pontos A(2, –2, 3) e B(1, 1, 5) e o vetor v (1 , 3 , 4) , calcular: a) A + 3v b) (A – B) – v c) B + 2(B – A) d) 2v – 3(B – A) 3) Dados os pontos A(3, – 4, –2) e B(–2, 1, 0), determinar o ponto N pertencente ao segmento AB, tal que A N 4) Considerando os vetores vetor 2 5 A B. u (3, 0, 1) e v (1, 3, 2) e os pontos A(0, 4, 1) e B(2, 6, 7) , determine o 1 w tal que: 4(u v ) w 2u BA w . 3 5) Dados os pontos A(1, –2, 3), B(2, 1, – 4) e C(–1, –3, 1), determinar o ponto D tal que A B C D 0 . Em seguida representar os vetores posição de A B e C D no ℝ3. 6) Sabendo que 3u 4 v 2w , determinar “a”, “b” e “c”, sendo u = (2, –1 , c), v = (a , b –2 , 3) e w = (4 , –1 , 0). Página 32 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 7) Dados os vetores u (2 , 3 ,1) , v (1 , 1 ,1) e w (3 , 4 , 0) ; a) determinar o vetor x de modo que: 3u v x 4x 2w ; b) encontrar os números a1 , a2 e a 3 tais que: a1u a2 v a3 w (2 , 13 , 5) . 8) Encontrar o vértice oposto a B no paralelogramo ABCD e representar este paralelogramo no ℝ3. Considere 2 casos: a) A(–1, 0, 3), B(1, 1, 2) e C(3, –2, 5) b) A(4, 0, 1), B(5, 1, 3) e C(3, 2, 5) 9) Sendo A(2, –5, 3) e B(7, 3, –1) vértices consecutivos de um paralelogramo ABCD, e M(4, –3, 3) o ponto de intersecção das diagonais, determinar os vértices C e D. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1) v = (1, 1, 1) 2a) (5, 7, –9) 21 4) w 6 , , 12 2 2b) (0, –6, 2) 5) D = (–2, –6, 8) 7b) a1 2 , a 2 3 , a 3 1 2c) (–1, 7, 9) 6) a 8a) D = (1, –3, 6) 1 2 , b 7 4 6 5 11 2 4 7a) x , , 3 3 3 , c4 8b) D = (2, 1, 3) 3) N = 1 , 2 , 2d) (5, –3, –14) 9) C = (6, –1, 3) e D = (1, –9, 7) Paralelismo [ou Colinearidade] de Vetores Dois ou mais vetores são paralelos [ou colineares] entre si, quando seus representantes possuírem a mesma direção. Assim, temos: y y v w v w x x mesma direção equiv ersos mesmo sentido v // w v // w mesma direção contrav ersos sentidos contrários Considerando agora o paralelismo com vetores posição, percebemos mais facilmente a adequação do termo “colinearidade”: y y v w v 0 x 0 w x Para refletir: O fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grandes, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta. [Benjamim Franklin] Página 33 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Analiticamente: Considere os vetores v (x1 , y1 , z1 ) e w (x 2 , y 2 , z 2 ) . Simbolicamente temos: Se v // w n ℝ / v n.w v n.w Da expressão escrevemos: (x1 , y1 , z1 ) n.(x 2 , y 2 , z 2 ) (x1 , y1 , z1 ) (n.x 2 , n.y 2 , n.z2 ) Comparando as coordenadas na igualdade acima, segue que: x1 n.x2 x1 x2 e n y1 n.y2 y1 y2 n e z1 n.z2 z1 z2 n x1 Então, de uma outra forma, temos: x2 y1 y2 z1 z2 (n) Sendo esta última, uma relação “prática” para determinação de paralelismo (ou colinearidade) de vetores. Assim, vamos exemplificar: 4 a) Os vetores w1 ( 4, 1, 6) e w 2 (12, 3, 18) são paralelos, pois b) Os vetores v1 (10, 6, 0) e v 2 ( 5, 3, 0) são paralelos, pois 12 10 5 1 3 6 6 18 com n 4 12 3 . com n 2 . 3 10 6 1 c) Os vetores u1 (10, 6, 1) e u2 ( 5, 3, 2) NÃO são paralelos, pois 5 3 2 d) Os vetores t1 ( 4, 1, 6) e t 2 (12, 3, 18) NÃO são paralelos, pois 1 1 3 6 18 [ n R ] . [ n R ] . Observações: Quando um vetor tiver uma das coordenadas nula, um outro vetor paralelo a este, também terá a coordenada correspondente nula. Observe o exemplo (b) acima e veja o exemplo 2 a seguir. Alguns autores consideram que o vetor nulo 0 não pode ser considerado paralelo a outro vetor qualquer. EXEMPLOS: 1) Verifique se os vetores u = (2, –4, 3) e w 4 i 8 j 6k são paralelos, representando-os no ℝ3. Página 34 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Nota: Observe que “n” pode assumir dois valores. Quando n = 2, temos neste caso que um vetor é o dobro do outro, e, quando n = 1/2, temos que um vetor é metade do outro. Os dois valores, obviamente, identificam a mesma situação. O valor encontrado dependerá da sequência de escolha dos vetores em questão. 2) Dados os vetores v (a 3, 4, 0) e w (8, 6, b 2) , determine-os, sabendo que v // w . EXERCÍCIOS – Paralelismo [ou Colinearidade] de Vetores 1) Quais dos vetores: u (4 , 6 , 2) , v (6 , 9 , 3) , w (14 , 21 , 9) e t (10 , 15 , 5) são paralelos? 2) Dado o vetor w = (3, 2, 5), determinar “a” e “b” de modo que os vetores u = (3, 2, –1) e v = (a, 6, b)+2 w sejam paralelos. 3) A reta que passa pelos pontos A(–2, 5, 1) e B(1, 3, 0) é paralela à reta determinada por C(6, –1, –1) e D(0, m, n). Determine o ponto D. 4) Sabendo que o ponto P(m, 4, n) pertence à reta que passa pelos pontos A(–1 , –2 , 3) e B(2 , 1 , –5), calcule “m” e “n”. 5) Utilizando métodos vetoriais, verifique se os pontos A(–1, –5, 0), B(2, 1, 3) e C(–2, –7, –1) são colineares. 5 , 0 , 0 são paralelos? Justifique sua resposta. 6) Os vetores v , 0 , 0 e w 3 7 RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1) São paralelos: u, v e t 5) A, B e C são colineares 2) a = 9, b = –15 3) D(0, 3, 1) 4) m = 5, n = –13 6) Sim, são paralelos, pois ambos estão sobre o eixo das abscissas (eixo x). Para refletir: Ciência é feita de fatos, como uma casa é feita de pedras, mas um acúmulo de fatos não é mais ciência do que um monte de pedras é uma casa. [Henri Poincare] Página 35 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Cálculo do Módulo [Norma] de um Vetor Já vimos e sabemos que, geometricamente, o módulo [ou norma] de um vetor é definido pelo seu comprimento. Agora, definiremos como calcular o módulo de um vetor posição no ℝ2 ou ℝ3, a partir de suas coordenadas. Veja: Considerando um vetor posição v (x , y) no ℝ2 abaixo: y Note que: | v| OP Por Pitágoras, temos: P y (hip)2 = (cat)2 + (cat)2 | v |2 x 2 y 2 0 x x Consequentemente, para um vetor posição w (x , y , z) no ℝ3 teremos: |v| x2 y2 |w| x 2 y 2 z2 Observação: Algumas literaturas utilizam uma outra notação para o módulo de um vetor u que é: || u || Perceba que os vetores descritos a seguir são DIFERENTES, mas têm todos o mesmo módulo, que neste caso é 5. Veja: v1 (3 , 4) v2 (3 , 4) v3 (3 , 4) v 4 (3 , 4) u1 (5 , 0) u 2 ( 5 , 0) w1 (4 , 3) w 2 ( 4 , 3) w3 (4 , 3) w 4 ( 4 , 3) u 3 (0 , 5) u 4 (0 , 5) EXEMPLOS: 1) Determine o módulo do vetor w PQ , representando o vetor posição w no ℝ3. Dados: P (6, 5, 10 ) e Q (7, 0, 2 10 ) Página 36 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 2) Determine o valor “m” de modo que o vetor v m i 4 j 3k tenha módulo igual a 7. 1 1 1 3) Considere os vetores u , , 2 2 2 e w (3, 4, 0) . Determine | 2u 3w | . 4) Calcule a distância entre os pontos A(–1, 3) e B(4, –2) e represente graficamente a situação. y 3 x Página 37 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO OBSERVAÇÃO: Para calcular o módulo de um vetor definido por dois pontos simplesmente calcular a distância entre dois pontos pontos: d AB A e B A( x A , y A , z A ) e B( xB , y B , z B ) no espaço (ou quaisquer) podemos utilizar a fórmula da distância entre dois ( xB x A ) 2 ( y B y A ) 2 ( z B z A ) 2 que para o caso da sua utilização no cálculo do módulo de um vetor | AB | AB , ficaria: ( xB x A ) 2 ( y B y A ) 2 ( z B z A ) 2 Vetor Unitário Um vetor é dito “unitário” quando seu módulo for igual a 1. Em diversas situações faremos uso desse conceito. Formalizando, temos: Se w (x , y , z) é UNITÁRIO, então podemos escrever | w | 1 . Pela fórmula do módulo de um vetor, temos: |w| 1 Se é unitário, então: x 2 y 2 z2 x 2 2 y z 2 x 2 y 2 z2 1 Simplificando, encontraremos: Observações: i) As coordenadas de qualquer vetor unitário w (x , y , z) fazem parte do intervalo: 1 x , y , z 1 . ii) No caso de um vetor unitário ter uma de suas coordenadas igual a 1 ou a –1, as demais coordenadas obrigatoriamente deverão ser nulas. No ℝ3, isso se resume em somente 6 casos. Quais são esses vetores? EXEMPLOS: 1 1 1 1) Considere os vetores u , , 2 2 2 e w (3, 4, 0) . Verifique se estes vetores são unitários. Para refletir: Bem melhor arriscar coisas grandiosas mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, os quais vivem nessa penumbra cinzenta, e não conhecem nem vitória, nem derrota. [Theodore Roosevelt] Página 38 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 1 1 2) Determine o valor de “p” de modo que o vetor u p i j k seja unitário. 3 2 Resolução: Para que o vetor u seja unitário, é necessário que: x 2 y 2 z2 1 2 Substituindo as coordenadas do vetor u , temos: 2 (p) 1 3 2 1 2 2 2 Note que: (p) p 1 Assim, buscando isolar o “p” na equação: 2 p 2 p 1 9 1 4 2 1 23 p 1 36 p 1 1 9 2 4 23 p 36 23 p 36 36 4 9 6 Tópico Especial: DESIGUALDADE TRIANGULAR A expressão |u v | | u ||v | é conhecida como desigualdade triangular e afirma que: o módulo da soma de dois vetores é sempre menor ou igual à soma dos módulos desses mesmos vetores. Pense a respeito! Em que situação ocorre que: |u v | | u ||v |? E quando ocorre que: | u v | | u | | v |? EXERCÍCIOS – Cálculo do Módulo de um Vetor + Vetor Unitário 1) Dados os vetores a) | u | b) | v | u ( 1,0) , v (3, 4) e w (8 , 6) , calcular: c) | w | d) | u ||v | e) | u v | f) | 2u w | g) | w 3u | Observação: compare as respostas das sentenças (d) e (e) e tire suas conclusões! 2) Calcular os valores de “a” para que o vetor u = (a, –2) 3) Verificar se são unitários os seguintes vetores: tenha módulo 4. 2 1 1 u (1 , 1 , 1) e v , , 6 4) Determinar o valor de “n” para que o vetor v n, 6 6 2 4 , seja unitário. 5 5 5) Seja o vetor v (m 7) i (m 2) j 5k . Calcular “m” para que | v | = 38 . 6) Calcule a distância do ponto T(–12, 9) à origem. 4 1 , y, 3 2 7) Determine o valor de y para que o vetor w seja unitário. 8) Calcular o perímetro do triângulo de vértices A(0, 1, 2), B(–1, 0, –1) e C(2, –1, 0) e classificá-lo quanto aos seus lados. 9) Dados os pontos A(3, m – 1, – 4) e B(8, 2m – 1, m), determinar “m” de modo que | A B| 35 . 10) Encontrar um ponto do eixo “x” de modo que a sua distância ao ponto A(2, –3) seja igual a 5 uc. 11) Obter um ponto P, do eixo das cotas, cuja distância ao ponto T(–1, 2, –2) seja igual a 3 uc. 12) Dados A(1, 0, –1), B(4, 2, 1) e C(1, 2, 0), determine o valor de “m” para que | v | = 7, sendo que 13) Obter um ponto P, do eixo das abscissas, equidistante dos pontos A(2, –3, 1) e B(–2, 1, –1). Página 39 de 66 v m. AC BC . Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 14) Determine o módulo do vetor v (sen θ) i (cos θ) j . B 15) Considerando a peça plana apresentada C ao lado, determine a distância entre os furos: a) A e B b) B e C A Observação: medidas em mm 16) Determine as distâncias do ponto P(1, – 4, –2) aos eixos coordenados x, y e z, representando “P” no ℝ3. 17) Na peça apresentada abaixo, determine a distância entre os pontos: a) A e D b) G e I c) L e E z Observação: medidas em mm F G M D E L N P O K J H A C I y x B 18) Prove que os pontos A(–2 , –1), B(2 , 2), C(–1 , 6) e D(–5 , 3), nesta ordem, são vértices de um quadrado. 19) Utilizando a fórmula distância: d AB ( xB x A ) 2 ( y B y A ) 2 ( z B z A ) 2 , demonstre que os pontos P (1 , 2 , 0) , Q (2 , 2 , 3) e R (7 , 10 , 6) são colineares. RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) 1 4) 1b) 5 5 5 5) {–5, – 4} 9) {–3, –1} 14) 1 1d) 6 1e) 2 7) yR 6) 15 uc 10) (6, 0) ou (–2, 0) 15a) 32,70 mm 17c) 25 mm 1c) 10 5 1f) 6 / | w| 1 11) P(0, 0, 0) ou P(0, 0,– 4) 15b) 25 mm 19) Demonstre que: 16) 2 5 , 1g) 2 8) 2 61 2 3 3) apenas v é unitário 11 2 3 uc / Triângulo Isósceles, pois AB BC CA 12) 3 ou –13/5 5 e 2) 17 uc 13) Faça: | PA | | PB | e P(1, 0, 0) 17a) 5 114 mm 17b) 5 70 mm dPQ dPR dQR Esquentando o Processador! 1) Se a metade de XII não é seis, então quanto é? 2) O pai do padre é filho de meu pai. O que sou do padre? Para refletir: Todos ganham presentes, mas nem todos abrem o pacote. [Nei Ferrarini] Página 40 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Versor de um Vetor O versor de um vetor w 0 é o vetor UNITÁRIO que tem a mesma direção e sentido de w e representamos por “ v ers w ”. y w módulo : v ers w : direção : sentido : v ers w 0 | v ers w | 1 mesma de w mesmo de w x Para encontrarmos as coordenadas do versor de um vetor w , basta dividir cada uma das coordenadas de w pelo seu módulo. Assim, para determinarmos o versor w , usaremos: w v ers w |w| É conveniente lembrar que, por exemplo, se um vetor v de módulo 10, for multiplicado pelo escalar 1/10, isso resultará num vetor de módulo 1, pois 1/10 de 10 equivale a 1. z Agora, vale a pena destacarmos os versores da base canônica do ℝ3. i (1, 0, 0) , j (0, 1, 0) e k (0, 0, 1) Observe que: | i | | j | | k | 1. k 1 1 i Ao lado temos um ℝ3 mostrando os versores da base canônica. 1 j y Observações: x Um vetor unitário coincide com o seu próprio versor. Encontramos em algumas literaturas: u w como sendo a notação para o versor do vetor w (vetor unitário de O processo de “transformar” um vetor qualquer num vetor unitário é conhecido como normalização. EXEMPLO: 1) Dado o vetor u (2 , 4 , 5 ) , determine o seu versor. Em seguida, represente estes vetores no ℝ3. Página 41 de 66 w ). Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Versor de um Vetor 1) Dados os vetores u (1 ,1) , v ( 3 , 4) e w (8 , 6) , calcular: a) v ers v b) v ers w c) v ers u d) | v ers u | 2) Determinar o valor de “a” para que u = (a, –2a, 2a) seja um versor. 3) Dados os pontos A(1, 2, 3), B(–6, –2, 3) e C(1, 2, 1), determinar o versor do vetor w , tal que w 3BA 2BC . 4) Dado o vetor v (1 , 3) , determinar o vetor paralelo a v que tenha: a) sentido contrário ao de b) o mesmo sentido de v c) sentido contrário ao de v e duas vezes o módulo de Observação: v; e módulo 2; v Represente no ℝ2 o vetor v e os vetores encontrados nas questões “4a”, “4b” e “4c”. e módulo 4. v = (1, –1, 2). 6) Dado o vetor v ( 2 , 1 , 3) , determinar o vetor paralelo a v que tenha: a) sentido contrário ao de v e três vezes o módulo de v ; b) o mesmo sentido de v e módulo 4; c) sentido contrário ao de v e módulo 5. 5) Determinar o vetor de módulo 5, paralelo ao vetor RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 3 4 , 5 5 1b) 4a) (–2, 6) 4b) 6a) (–6, 3, 9) 3 4 , 5 5 1a) 6b) 2 , 10 8 14 , 1c) 10 6 4 , 14 1 2 4c) 14 12 , 1 2 6c) 2) 1d) 1 4 , 10 10 12 10 , 14 1 3 5) Os 2 possíveis são: 5 14 , 7 , 9 3) vers w = 5 6 , 5 6 4 9 , , 4 9 6 10 14 15 Esquentando o Processador! Um grande industrial, na necessidade de ir a São Paulo, chegou a seu guarda-noturno e ordenou: - Amanhã, acorde-me às 6 horas, por favor. Tenho que pegar o avião para São Paulo. - Pois não, chefe! Pontualmente às 6 horas o guarda apertou a campainha da residência do industrial e tentou demovê-lo da ideia de viajar: - Patrão – disse o guarda – estou com mau presságio: sonhei esta noite que o Sr. teria um acidente com o avião e me permita sugerir que não viaje. O industrial titubeou, mas viajou mesmo assim. Sem incidentes, chegou a São Paulo e por telefone mandou despedir o guarda. Por quê? PRODUTO ESCALAR Definição Algébrica do Produto Escalar: Considerando o espaço ℝ3 e os vetores u ( x1 , y1 , z1 ) e w ( x2 , y2 , z 2 ) , chamamos de Produto Escalar de u e w , o número real dado por: u w x1 .x2 y1 . y2 z1 .z 2 Observações: O produto escalar também é conhecido como produto interno (ou ainda multiplicação interna) e pode ser indicado por u w, u w ou u , w (lê-se: u escalar w ). A notação u w para o produto escalar já está em desuso, e a utilizaremos mais adiante para representar o produto vetorial. Observe que: u w w u (propriedade comutativa). Para o caso de se trabalhar somente no plano, ou seja, no ℝ2, apenas suprime-se a coordenada “z”. Página 42 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Definição Geométrica do Produto Escalar: u ( x1 , y1 , z1 ) e w ( x2 , y2 , z 2 ) não nulos e “” o ângulo entre eles, o Produto Escalar de u e w pode ser escrito por: C Considerando os vetores u w u . w . cos (com 0 w 180º) A u B Prova das definições: Considerando dois vetores u e w quaisquer e o ângulo “” entre eles, podemos representar geometricamente (abaixo): C Aplicando a Lei dos Cossenos para o ângulo , temos: uw w a2 b2 c 2 2.b.c. cos Aˆ | u w|2 | u|2 |w|2 2.|u|.| w|. cos θ A | u|2 2(u w) | w|2 | u|2 | w|2 2.|u|.| w|. cos θ u B | u|2 2(u w) | w|2 | u|2 | w|2 2.|u|.| w|. cos θ 2(u w) 2.|u|.| w|. cos θ [2] Como queríamos demonstrar! u w | u|.| w|. cos θ Agora, provaremos a definição algébrica. Inicialmente, vamos considerar que: consequentemente: u v (x1 x2 , y1 y2 , z1 z2) . u ( x1 , y1 , z1 ) e w ( x2 , y2 , z 2 ) e Aplicando a Lei dos Cossenos para o ângulo (veja figura acima), temos: a2 b2 c 2 2.b.c. cos Aˆ | u w|2 | u|2 |w|2 2.|u|.| w|. cos θ 2.|u|.| w|.cosθ |u|2 |w|2 |u w|2 2.|u|.| w|.cosθ x y z x y z (x x ) (y y ) (z z ) 2 1 2 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 1 2 2 1 2 2 2.|u|.| w|. cos θ x12 y12 z12 x22 y22 z22 [(x1 x2)2 ( y1 y2)2 (z1 z2)2] 2.|u|.| w|.cosθ x12 y12 z12 x22 y22 z22 [x12 2x1.x2 x22 y12 2y1.y2 y22 z12 2z1.z2 z22] 2.|u|.| w|.cosθ [2x1.x2 2y1.y2 2z1.z2] 2.|u|.| w|. cos θ 2x1x2 2y1 y2 2z1z2 [2] |u|.| w|.cosθ x1.x2 y1.y2 z1.z2 Como já vimos que: u w x1.x2 y1.y2 z1.z2 u w | u|.| w|. cos θ Como queríamos demonstrar! Para refletir: Existe um paralelismo fiel entre o progresso social e a atividade matemática; os países socialmente atrasados são aqueles em que a atividade matemática é nula ou quase nula. [Jacques Chapellon] Página 43 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Ângulo entre dois vetores: O ângulo entre dois vetores é definido como sendo o menor ângulo que um vetor deve girar ao encontro do outro vetor para que se tornem colineares. Desta forma, utilizaremos o ângulo com a seguinte variação: 0 180º. Da igualdade u w | u|.| w|. cos θ , vista anteriormente, temos: uw cos | u | .| w | como sendo a fórmula a partir da qual se calcula o ângulo entre dois vetores não nulos. A mesma relação pode ser escrita na forma: Se uw arccos | u |. | w | u w cos | u |. | w | 1 ou no padrão americano: for o ângulo entre os vetores u e w , então podemos utilizar a notação: (u^ , w) Para determinar o ângulo entre dois vetores, através da relação descrita acima, será necessário consultar uma tabela trigonométrica ou fazer uso de uma calculadora científica. Normalmente, encontraremos os ângulos em duas unidades: o grau (º) e o radiano (rad). A conversão entre as unidades pode ser feita através de uma regra de três simples e direta: 180º rad Lembretes: - Uma volta completa possui 360º ou 2 rad. - As calculadoras científicas trabalham com os ângulos em três unidades: DEG (grau), RAD (radiano) e GRAD (grados). A seguir, têm-se as possíveis situações no estudo do ângulo w u e do produto escalar de dois vetores não nulos: = 0º u e w são paralelos (equiversos) cos 0º = 1 u w> 0 ↳ u // w u w = 180º u e w são paralelos (contraversos) cos 180º = –1 ↳ u // w = 90º (ângulo reto) u e w são perpendiculares ( u w cos 90º = 0 w) u w= 0 u w 0< < 90º (ângulo agudo) cos > 0 u w > 0 u w 90º < < 180º (ângulo obtuso) cos < 0 u w < 0 u Página 44 de 66 u w< 0 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Observações: Nulidade do produto escalar: u w 0 , se: i) Um dos vetores for nulo; ii) Os dois vetores forem ortogonais (perpendiculares) entre si, ou seja, = 90º [Lembre-se que: cos 90º = 0]. 0 u 0 ; e particularmente: i j j k i k 0 . Vale lembrar os versores (base canônica) dos eixos cartesianos: i = (1 , 0 , 0), j = (0 , 1 , 0) e k = (0 , 0 , 1). Em especial, alguns autores consideram que o vetor nulo 0 é perpendicular a qualquer vetor, e escrevemos: 0 u . A partir disso podemos escrever: Enfatizando: Para os vetores u 0 e w0 u 0 0 e temos que uw 0 u w (o produto escalar é zero para vetores ortogonais). Aplicações do Produto Escalar: Na molécula de metano CH4 (figura ao lado), os átomos de hidrogênio estão posicionados nos quatros vértices do tetraedro regular. A distância entre o centro do átomo de hidrogênio e o centro do átomo de carbono é 1,10 angstroms [1 Å = 10–10 m] e o ângulo da ligação H–C–H é = 109,5º. Várias outras moléculas têm estruturas geométricas espaciais que podem ser estudadas [cálculo de medidas e ângulos, por exemplo] através da aplicação dos conceitos de produto escalar. Nas situações em que for necessário o cálculo ou estudo de medidas e ângulos em situações espaciais (com 3 dimensões) podemos muito bem aplicar os conceitos do produto escalar. Algumas aplicações de engenharia (na mecânica geral) serão abordadas nos exercícios que veremos a seguir. EXEMPLOS: 1) Dados os vetores u 3i 8k e w (4, 2 , 5) determine o valor de w u . Resolução: Aplicando a definição algébrica do produto escalar, temos: w u x1 .x2 y1 . y2 z1 .z 2 w u (4).(3) ( 2 ).(0) (5).(8) w u (12) (0) (40) w u 28 Observe que: 2) Mostre que, para qualquer que seja o vetor Resolução: Seja o vetor u w wu u , teremos: u u | u | 2 . u ( x, y, z ) . Então, aplicando a definição algébrica do produto escalar, temos: u u x.x y. y z.z u u x 2 y 2 z 2 (I) Mas aplicando a fórmula do módulo, temos: Agora, substituindo a equação (II) em (I), temos: u u | u | 2 , como queríamos mostrar. Página 45 de 66 | u | x2 y2 z 2 | u | 2 x 2 y 2 z 2 (II) Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 3) Sendo | u | = 2 , | w | = 3 e 120º o ângulo entre os vetores u e w , calcule u w . Resolução: Considerando os dados do problema, aplicaremos a definição geométrica do produto escalar. Então: u w u . w . cos u w 2 . 3. cos 120º 1 u w 6 2 u w 3 4) Calcule o ângulo entre os vetores Note que o produto escalar é negativo, pois o ângulo entre os vetores é obtuso (120º). v = (2, 1, –1) e AB , sabendo que A(3, 1, –2) e B(4, 0,– 4). 5) Prove que o triângulo de vértices A(2, 3, 1), B(2, 1, –1) e C(2, 2, –2) é retângulo em B. Página 46 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 6) Determine um vetor ortogonal aos vetores v1 = (1, –1, 0) e v2 = (1, 0, 1). Tópico Especial: Considerações Importantes Notação: Alguns autores representam um vetor desse vetor v. v apenas por v (sem a “flechinha” e em negrito) e v (sem negrito) para o módulo A fórmula (definição geométrica) do produto escalar com essa notação ficaria assim: u.v = u.v.cos ou ainda, como podemos observar em alguns livros: A.B = A.B.cos . Fique atento! Observe e reflita: v é ortogonal ao: eixo x, escrevemos v Ox . Então esse vetor é do tipo: eixo y, escrevemos v Oy . Então esse vetor é do tipo: eixo z, escrevemos v Oz . Então esse vetor é do tipo: Se um vetor posição Vale relembrar que, se um vetor posição eixo x, escrevemos eixo y, escrevemos eixo z, escrevemos v está sobre o: v // Ox . Então esse vetor é do tipo: v // Oy . Então esse vetor é do tipo: v // Oz . Então esse vetor é do tipo: Esquentando o Processador! v (0, y, z ) . v ( x, 0, z) . v ( x, y, 0) . v (x, 0, 0) . v (0, y, 0) . v (0, 0, z) . Você tem um fósforo e entra num quarto frio e escuro, que tem um aquecedor a óleo, uma lâmpada a querosene e uma vela. Qual você acende primeiro? Abaixo, um texto interessante para você ler e refletir profundamente... “As Três Peneiras” Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém. Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou: - O que você vai me contar já passou pelas três peneiras? - Três peneiras? - indagou o rapaz. - Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos então que seja verdade, deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta? Arremata Sócrates: - Se passou pelas três peneiras, conte!! Tanto eu, como você e seu irmão, iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos sempre ser a estação terminal de qualquer comentário infeliz. Página 47 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Tópico Especial: PROJEÇÃO DE UM VETOR SOBRE OUTRO Sejam os vetores w e v não nulos e o ângulo entre eles, conforme a representação a seguir. O segmento orientado indicaremos por: AB' é chamado de vetor projeção de w em v (ou projeção ortogonal de w em v ) e AB' projv w w em v poderá ser encontrado através da relação: O vetor projeção de wv projv w v v v wv projv w 2 v |v | ou A dedução da relação acima fica a cargo do leitor. Nota: Existem situações específicas na engenharia, que a utilização da relação acima (projeção de um vetor sobre outro), facilita muito a resolução de diversos problemas que envolvem a geometria analítica. Observações: Se B é agudo, o vetor w projv w tem mesmo sentido de v . A B w B’ ↳ A v Se é obtuso, o vetor ↳ v B’ projv w projv w tem sentido contrário de v . projv w B w O vetor projv w pode ser maior que v . A Em geral: v ↳ B’ AB' projv w projv w projw v projv w sempre tem a mesma direção de v . wv wv A ÚNICA “simplificação” que podemos fazer na expressão projv w v é projv w 2 v . v v |v | Obviamente (pela definição) o vetor Página 48 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO CASO PARTICULAR: Quando v é UNITÁRIO. Se B v é unitário, então | v | 1 . w wv Substituindo em: projv w 2 v , temos: |v | wv projv w v 2 (1) A ↳ B’ projv w projv w ( w v ) v | ↳ projv w | projv w | | ( w v ) v | projv w | v Aplicamos “módulo” nos dois membros da expressão. w Aplicamos uma propriedade de módulo e como | v | 1 , temos: v | (w v ) | | v | | projv w | | ( w v ) | 1 | projv w | | ( w v ) | Note que AB' | ( w v ) | B B’ Assim, pela última expressão, podemos enunciar: O comprimento do vetor projeção de w em v , sendo v unitário, é igual ao módulo do produto escalar de w e v . Notas: A expressão destacada anteriormente é definida com a interpretação geométrica do módulo do produto escalar. v não seja unitário, podemos utilizar o seu versor, ou seja, o vetor vers v , que é unitário e tem a mesma direção e sentido de v . Caso o vetor EXEMPLO: 1) Determine o vetor projeção de v (2, 3, 4) sobre u ( 1, 1, 0) . Resolução: v u Para determinar a projeção de v sobre u utilizaremos: proju v u u u Então, inicialmente calcularemos: v u (2).(1) (3).(1) (4).(0) 2 3 0 1 e u u (1).(1) (1).(1) (0).(0) 1 1 0 2 Então: proju v v u 1 u (1,1, 0) u u 2 Logo, o vetor pedido [que é o vetor projeção de 1 1 v sobre u ] é: proju v , , 0 . 2 2 Observação: Existem outras utilidades para a aplicação da projeção de um vetor sobre outro. Pesquise! Para refletir: Sobre todas as coisas há três pontos de vista: o teu, o meu e o correto. [Provérbio chinês] Página 49 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO EXERCÍCIOS – Produto Escalar 1) Mostrar que os pares de vetores dados são ortogonais: a) v = (1, –2, 3) e w = (4, 5, 2) b) i e j u (1, 1, 0) e w ( 0, 1, 0) , calcule o valor de u w pelas definições algébrica e geométrica. Sugestão: Para auxiliar no cálculo de u w através da definição geométrica, faça uma representação no ℝ3 dos vetores u e w , e assim perceba o valor do ângulo entre eles. 2) Dados os vetores 3) Seja o triângulo de vértices A(–1, –2, 4), B(– 4, –2, 0) e C(3, –2, 1). Determinar o ângulo interno aos vértices B e A. 4) Os pontos A, B, C são vértices de um triângulo equilátero com lado de 10cm. Calcule o produto escalar entre A B e A C . 5) Verificar se existe ângulo reto no triângulo ABC, sendo A(2, 1, 3), B(3, 3, 5) e C(0, 4, 1). 6) Calcular “n” para que seja de 30º o ângulo entre os vetores u = (1, n, 2) e j . a = (2, 1, m), b = (m+2, –5, 2) e c = (2m, 8, m), determinar o valor de “m” para que o vetor a b seja ortogonal ao vetor c a . 7) Dados os vetores 8) Determinar os ângulos internos do triângulo de vértices A(2, 1, 3), B(1, 0, –1) e C(–1, 2, 1). 9) Sabendo que o ângulo entre dois vetores u (2, 1, 1) e v (1, 1, m 2) é / 3 , determinar “ m ”. 10) Provar que os pontos A(5, 1, 5), B(4, 3, 2) e C(–3, –2, 1) são vértices de um triângulo retângulo. 11) Qual o valor de “m” para que os vetores a m i 5 j 4k e b (m 1) i 2 j 4k sejam ortogonais? w , paralelo ao vetor u (2, 1, 3) , de modo que w u 42 . 13) Determinar um vetor unitário ortogonal ao vetor v (2, 1, 1) . 12) Determine o vetor 14) Os lados de um triângulo retângulo ABC (reto em Â) medem 5, 12 e 13. Calcular AB AC BA BC CA CB . v , sabendo que | v | 5 , v é ortogonal ao eixo Oz , v w 6 e que w 2 j 3k . 16) Determinar o vetor v , ortogonal ao eixo Oz , que satisfaz as condições v v1 10 e v v2 5 , sendo v1 (2, 3,1) e v2 (1,1, 2) . 15) Determinar o vetor 17) Na torre da figura ao lado, determine o ângulo formado entre os cabos AB e AC, e o ângulo agudo que o cabo AD forma com a linha vertical. 18) Determine o menor ângulo formado entre duas diagonais de um mesmo cubo. Sugestão: desenhe um cubo no ℝ3. ☺ Teste sua atenção e organização com o exercício 19! 19) Dados os vetores u v (u v ) w . u (1, a, 2a 1) , v ( a, a 1, 1) e w ( a, 1, 1) , determine o valor de “ a ” de maneira que 20) Calcule o módulo dos vetores Esquentando o processador! é de u v e u v , sabendo que | u | 4 , | v | 3 e que o ângulo entre u e v 60º . Movimente apenas um palito (no esquema ao lado) para ficar correto! Para refletir: Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos. [Provérbio chinês] Página 50 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 2) u w = 1 1) Utilize a def. algébrica do produto escalar! 3) B̂ = 45º e  = 90º 4) 50 5)  8)  arc cos(0,630) 51º, B̂ arc cos(0,544) 57º e Ĉ arc cos(0,309) 72º 7) {– 6, 3} 10) BA BC 0 Bˆ 90º 11) {–3, 2} 14) 169 16) (–1, 4, 0) 15) (4, 3, 0) 13) ’s vetores. Um deles é: 12) (–6, 3, –9) 17) 41,69º e 37,51º 18) Aprox. 70º 0, 19) a = 2 1 2 6) 15 9) m = – 4 ; para x = 0 2 1 , 20) 37 e 13 ÂNGULOS DIRETORES E COSSENOS DIRETORES DE UM VETOR Considere o vetor v ( x, y, z ) não-nulo, conforme a figura abaixo. Então: Ângulos diretores de v v forma com os versores , e que k , respectivamente. são os ângulos i, j e v são os cosenos de seus ângulos cos , cos e cos . Cossenos diretores de diretores, isto é, Nota: Observe que os ângulos diretores de um vetor, são os ângulos que o vetor forma com os semi-eixos coordenados positivos. Vale detalhar então que: 0 , , 180º . Para determinarmos os ângulos diretores vetores não-nulos: u cos w u .w , , e seus cossenos, utilizaremos a fórmula que calcula o ângulo entre dois , vista anteriormente quando estudamos o produto escalar de dois vetores. Assim teremos: v i ( x, y, z ) (1, 0, 0) x cos | v |.| i | | v | .(1) |v | x cos |v | v j ( x, y, z ) (0, 1, 0) y cos | v |.| j | | v | .(1) |v | y cos |v | v k ( x, y, z ) (0, 0, 1) z cos | v | .(1) |v | | v |.| k | z cos |v | Observação: Note que os cossenos diretores de v são exatamente as componentes do versor de v: v ( x, y, z ) x y z vers v , , (cos , cos , cos ) |v | |v | |v | |v | |v | Como o versor é sempre um vetor UNITÁRIO, decorre imediatamente que: cos 2 cos 2 cos 2 1 Nota: os ângulos e cossenos diretores também podem ser chamados de ângulos e cossenos DIRECIONAIS. Página 51 de 66 . Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO EXEMPLOS: 1) Calcule os ângulos diretores do vetor v (1, 1, 0) . 2) Os ângulos diretores de um vetor são , 45º e 60º . Determine o ângulo . EXERCÍCIOS – Ângulos Diretores e Cossenos Diretores de um Vetor 1) Calcule os ângulos diretores do vetor v (6, 2, 3) 2) Um avião está a 4km de altura, 5km ao sul e 7km à leste de um aeroporto, conforme figura ao lado. Sabendo que o avião partiu em linha reta até o ponto em questão, determine os ângulos direcionais do avião. 3) Os ângulos diretores de um vetor Determine o vetor w. w são 45º , 60º e 120º e | w | 2 . 4) Os ângulos diretores de um vetor podem ser 45º , 60º e 90º ? Justifique sua reposta. Para refletir: O conhecimento amplia a vida. Conhecer é viver uma realidade que a ignorância impede desfrutar. [Pensamento Logosófico] Página 52 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 5) Determine, em graus, os ângulos que a barra os eixos cartesianos (veja figura ao lado). 6) Os ângulos diretores de um vetor são Encontre OA forma com 120º , e 60º . . 7) Num vetor v são conhecidos cos 2 / 3 e cos 2 / 3 . Determine: a) cos [ é agudo] b) 8) Determine um vetor unitário ortogonal ao eixo Oz vers v e que forme 60º com o eixo Ox . 9) Determinar o vetor ao eixo Oy com o vetor t e ao vetor i. de módulo 5 , sabendo que é ortogonal v i 2k , e que forma ângulo obtuso RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1) arccos(6 / 7) 31,00º ; arccos( 2 / 7) 106,60º ; arccos(3 / 7) 64 ,62º 3) w ( 2 , 1, 1) 2 2 2) 58,19º , 42,45º , 65,06º 2 5) 72,08º , 103,34º , 22,62º 4) Não, pois: cos 45º cos 60º cos 90º 1 8) Os dois vetores possíveis são: (1 / 2, 7a) cos 1 / 3 6) Existem duas possibilidades: S = {45º, 135º} 7b) vers v ( 2 / 3, 2 / 3, 1 / 3) 3 / 2, 0) ou (1 / 2, 3 / 2, 0) 9) O vetor procurado é: t ( 2 5 , 0, 5 ) PRODUTO VETORIAL Anteriormente vimos que, a cada par de vetores, podemos associar um número real, chamado de produto escalar entre estes dois vetores. Através desse produto escalar, conseguimos obter várias informações sobre vetores, como por exemplo, ângulos entre dois vetores e ângulos entre um vetor e os eixos coordenados. Chegamos até a resolver alguns exercícios de geometria euclidiana fazendo uso do mesmo! Pois bem, vamos falar um pouco de um novo produto entre dois vetores: o produto vetorial. Diferentemente do produto escalar, o produto vetorial entre dois vetores u e w é um vetor! Veja se você entendeu: enquanto o produto escalar é um número, o produto vetorial é um vetor; e este vetor tem várias características importantes e peculiares. Vamos então à definição de produto vetorial. Definição: Considerando o espaço ℝ3 e os vetores o vetor u w definido por: u ( x1 , y1 , z1 ) e w ( x2 , y2 , z 2 ) , chamamos de Produto Vetorial de u e w , u w ( y1 z 2 z1 y2 ; z1 x2 x1 z 2 ; x1 y2 y1 x2 ) u w ( y1 z2 z1 y2 ) i ( z1 x2 x1 z2 ) j ( x1 y2 y1 x2 ) k As componentes do vetor acima também podem ser escritas com determinantes de ordem 2, conforme abaixo: uw y1 y2 z1 x i 1 z2 x2 E que, para simplificar, escreveremos o vetor u w com um único determinante [simbólico] de ordem 3: z1 x j 1 z2 x2 uw Página 53 de 66 y1 k y2 i j k x1 y1 z1 x2 y2 z2 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Considerações Importantes: O produto vetorial também é conhecido como produto externo (ou ainda produto cruzado) e pode ser indicado por ou u w (lê-se: u vetorial w ). uw uw Observe que: u w (w u ) (propriedade anti-comutativa). w Direção de u w : é perpendicular (ortogonal) aos vetores u e w simultaneamente. Sentido de u w : u , w e u w Nesta ordem, formam um triedro positivo (segue a regra da mão direita). ^ = u , w u | u w | | u | . | w | . sen (com 0 180º). Note que: | u w | | w u | . Módulo de u w: Nulidade do produto vetorial: w u u w 0 , se: i) Um dos vetores for nulo; ii) Os dois vetores forem paralelos entre si, ou seja, = 0º ou = 180º. A partir disso, podemos escrever: Em particular, os versores i, j u u 0 , u 0 0 e 0 u 0 ; e particularmente: i i j j k k 0 . e k , nesta ordem, formam um triedro positivo. i De uma forma prática, utiliza-se o esquema ao lado para determinar o produto vetorial de dois desses versores, cujo resultado é o “versor faltante”, de sinal positivo se o sentido for anti-horário e negativo se no sentido horário. Veja alguns exemplos: i j k k i j k j i j i k i k j j + k Enfatizando: u 0 e w 0 temos: u w 0 u w (o produto escalar é zero para vetores ortogonais) u w 0 u // w (o produto vetorial é o vetor nulo para vetores paralelos) Para os vetores Sobre a relação: | u w | | u | . | w |. sen A dedução da expressão em questão ficará a cargo do leitor. Entretanto vale a pena comentar que sua prova fica mais simplificada quando se conhece a “Identidade de Lagrange”: | u w |2 | u |2. | w |2 (u w) 2 . Esquentando o Processador! ab Considere que: Multiplicando toda a equação por a: Subtraindo b nos dois membros da equação: Desmembrando os produtos: 2 ( a b) : Como inicialmente definimos que a b : Dividindo a toda equação por b : Simplificando a equação por Então: com a 0 e b 0 a 2 ab a b 2 ab b 2 (a b)(a b) b(a b) ab b b b b 2b b 2 1 2 2 1 . É possível? Existe algum erro? Página 54 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO OUTRAS APLICAÇÕES DO PRODUTO VETORIAL Cálculo de Áreas (Paralelogramo e Triângulo) Seja o paralelogramo ABCD, definido pelos vetores u e w. D C w h A u B Através da geometria plana, sabemos que a área de um paralelogramo é o produto de sua base pela altura, ou seja, SABCD = base . altura u base = Neste caso temos: e altura = w . sen , pois tem-se que: sen cat . op. h sen h | w | . sen | w| hip. Substituindo em SABCD = base . altura , temos: SABCD = u .w SABCD = uw Ou seja: . sen ↳A área de um paralelogramo determinado pelos vetores u e w é numericamente igual ao módulo do produto vetorial desses vetores. Face o exposto anteriormente, facilmente escrevemos: C w uw 2 SABC = A u B ↳A área de um triângulo determinado pelos vetores u e w é numericamente igual ao módulo do produto vetorial desses vetores, dividido por dois. Torque (Momento de uma força) O torque é uma grandeza física vetorial (representado por uma torção ou alterar seu movimento de rotação. O torque pode ser calculado através da equação abaixo: onde |r | ) e está relacionada com a possibilidade de um corpo sofrer r F é a distância do ponto de aplicação da força F ao eixo de rotação, ao qual o corpo está vinculado. A intensidade (módulo) do torque será calculado através da equação: | | | r | . | F | .sen , onde é o ângulo entre r e F . Página 55 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial EXEMPLOS: 1) Dados os vetores a) uw b) w u c) | d) Prof. Júlio César TOMIO u 2i 3 j k e w 3, 4, 5 determine: uw| u u 2) Considerando os vetores a) ortogonal a b) ortogonal a u u e e w w u = (1, –1, – 4) e (simultaneamente); e unitário; w = (3, 2, –2), determine um vetor que seja: c) ortogonal a u e w e que tenha módulo 4; d) ortogonal a u e w e que tenha cota igual a 7. a) Resolução: Um dos vetores simultaneamente ortogonais a u e w é o vetor u w que chamaremos de t . Então: i k j t u w 1 1 4 3 2 2i 12 j 2k (3k 8i 2 j ) t 10i 10 j 5k ou t (10,10, 5) 2 b) Resolução: Um dos vetores unitários é o versor de t . Inicialmente calculamos: | t | (10) 2 (10) 2 (5) 2 15 2 2 1 (10,10, 5) 10 10 5 t Calculando o versor de t teremos: vers t , , vers t , , |t | 15 15 15 15 3 3 3 c) Resolução: Para que um vetor (que chamaremos de v ) seja ortogonal a u e w simultaneamente e tenha módulo 4, basta fazermos: 2 2 1 8 8 4 v 4.vers t 4. , , v , , 3 3 3 3 3 3 d) Resolução: Todos os vetores simultaneamente ortogonais a u e w são “múltiplos escalares” de u w e, portanto, são da forma m.(10,10, 5) com m R . Chamando o vetor procurado de p temos: p m.(10,10, 5) (10m,10m, 5m) Como o vetor p deve ter cota (z) igual a 7, fazemos: 5m 7 m 7 / 5 . Reescrevendo o vetor p encontraremos: p m.(10,10, 5) 7 70 70 35 .(10,10, 5) , , p (14,14, 7) 5 5 5 5 Página 56 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 3) Dados os pontos A(2, 1, 1), B(3, –1, 0) e C(4, 2, –2), determine: a) a área do triângulo ABC b) a altura do triângulo ABC relativa ao vértice C. 4) Seja o triângulo equilátero ABC de lado 10 cm. Determine a sua área utilizando os conceitos de produto vetorial. Resolução: Aplicando a fórmula do módulo de um produto vetorial, temos: B AB AC AB . AC . sen 10 cm AB AC 10 . 10. sen 60º 60º C A AB AC 100. 3 50 3 2 Sabemos que a área de um triângulo pode ser calculada através do módulo do produto vetorial dos vetores que compõem o triângulo. Assim temos: S ABC | AB AC | 50 3 25 3 43,30 2 2 Então, a área do triângulo equilátero ABC é aproximadamente 43,30 cm2. EXERCÍCIOS – Produto Vetorial u 3i j 2k , v = (2, 4, –1) e w i k , determine: a) | u u | d) (u v ) (v u ) g) u (v w) b) (2v ) (3v ) e) (u v ) w h) u (v w) c) (u w) ( w u ) f) (u v ) w i) (u v ) (u w) 1) Se (u v ) v k) (u v ) w l) u (v w) j) Observação: Alguns dos casos acima podem ser resolvidos apenas com uma análise prévia. 2) Dados os pontos A(2, 1, –1), B(3, 0, 1) e C(2, –1, –3), determine o ponto D tal que AD BC AC . 3) Obter um vetor ortogonal ao plano determinado pelos pontos A(2, 3, 1), B(1, –1, 1) e C(4, 1, –2). v = (–1, 1, 2), determinar: a) um vetor unitário simultaneamente ortogonal a u e v ; b) um vetor de módulo 5 simultaneamente ortogonal a u e v . 4) Dados os vetores u = (1, 1, 0) e Página 57 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 5) Determinar um vetor de módulo 2, ortogonal a u = (3, 2, 2) v = (0, 1, 1). ea A 6) Com base na figura ao lado, calcular: a) AB AD b) BA BC c) AB DC d) AB CD e) BD AC f) BD CD 7) Determinar u v sabendo que | u v | = 12, | u | = 13 2 2 30º B v e que D 2 é unitário. 2 Dica: utilize a Relação Fundamental da Trigonometria: sen cos 1 . 2 v = (–2, 2, 1), calcular: a) a área do paralelogramo determinado por u e v ; 8) Dados os vetores u = (3, –1, 2) 2 C e b) a altura do paralelogramo relativa à base definida pelo vetor v. 9) Calcular a área do paralelogramo definido pelos pontos A(4, 1, 2), B(5, 0, 1), C(–1, 2, –2) e D(–2, 3, –1). 10) Dois vértices consecutivos de um paralelogramo são os pontos A(2, – 4, 0) e B(1, –3, –1) e o ponto médio das diagonais é M(3, 2, –2). Calcule a área do referido paralelogramo. 11) Sabendo que | u | = 6, | v|=4 e 30º o ângulo entre u a) a área do triângulo determinado por e v; b) a área do paralelogramo determinado por u e u v , calcular: e (– v ). 12) Calcular a área do triângulo ABC e a altura relativa ao lado BC. Considere: A(4, 2, 1), B(1, 0, 1) e C(1, 2, 0). 13) Encontre um vetor ortogonal ao plano determinado pelos pontos P, Q e R, e calcule a área do triângulo PQR. Considere: P(2, 3, 0), Q(0, 2, 1) e R(2, 0, 2). 14) Calcular o valor de “m” para que a área do paralelogramo determinado por u = (m, –3, 1) e v = (1, –2, 2) seja 26 . 15) Calcular “z”, sabendo-se que A(2, 0, 0), B(0, 2, 0) e C(0, 0, z) são vértices de um triângulo de área 6. 16) Dados A(2, 1, –1) e B(0, 2, 1), determine o ponto C do eixo Oy, de modo que a área do triângulo ABC seja 1,5 ua. 17) Calcular a distância do ponto P(4, 3, 3) à reta que passa pelos pontos A(1, 2, –1) e B(3, 1, 1). RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) 0 1b) 0 1i) (8, –2, 13) 1c) 0 1d) 0 1j) 0 1k) 5 4a) Os dois vetores possíveis são: 5) Os dois possíveis são: 0 , 6e) 4 3 6f) 2 3 10) 2 74 ua 11a) 6 ua 2, 2 1e) (–5, 0, –5) 1l) 5 1 3 , 1 3 , e 0 , 2) D(– 4, –1, 1) 3 2, 2 15) 4 ou – 4 1h) (8, –2, 13) 3) Um deles é: AB AC = (12, –3, 10) 4b) Os dois vetores possíveis são: 6a) 2 3 6b) 2 3 8a) 3 10 ua 12) 7 ua e 7 2 14) 0 ou 2 1g) (–6, –20, 1) 1 7) 5 ou –5 11b) 12 ua 1f) (–1, –23, –1) uc 8b) 10 uc 13) t.(1, 4, 6) com t 17) 65 3 5 3 ℝ e S= uc , 3 5 6d) 0 9) Para refletir: Todos os homens morrem, mas nem todos os homens vivem. [Coração Valente] Página 58 de 66 3 , 6c) 0 5 16) C(0, 1, 0) ou C(0, 5/2, 0) 5 122 ua 53 2 ua Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO PRODUTO MISTO Definição: u ( x1 , y1 , z1 ) , v (x2 , y2 , z2) e w (x3 , y3 , z3) , o produto misto (ou multiplicação mista) destes três vetores é o número real representado por u (v w) , quanto tomados nessa ordem. Dados os vetores O produto misto também pode ser indicado por (u , v , w) e para calculá-lo, basta resolvermos o determinante formado pelas coordenadas dos três vetores em questão. Veja: z2 x i 2 z3 x3 Sabemos que: y vw 2 y3 Então: y u (v w) x1. 2 y3 Segue que: z2 z3 z2 x j 2 z3 x3 y1. x2 z2 x3 z3 x1 u (v w) (u , v , w) x2 y1 z1 y2 z2 x3 y3 z3 y2 k y3 z1. (definição de produto vetorial) x2 y2 x3 y3 (aplicação de produto escalar) Propriedades do Produto Misto: (u , v , w) 0 , se: Nulidade: Pelo menos um dos vetores for nulo; Se u, v e w forem coplanares; Se dois deles forem paralelos. (u , v , w) muda de sinal ao trocarmos a posição de dois vetores. Se hipoteticamente tivermos (u , v , w) 10 , então (v , u , w) 10 . Então, se num produto misto (u , v , w) ocorrer: Troca de sinal: O produto misto Uma permutação de vetores haverá a troca de sinal do produto misto. Duas permutações de vetores não haverá alteração no valor do produto misto. Isto acarreta que: u (v w) (u v) w INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO PRODUTO MISTO (u , v , w) u , v e w. Geometricamente, o produto misto dado por determinadas pelos vetores não-coplanares Ou seja: Volume Paralelepípedo = é igual, em módulo, ao volume do paralelepípedo de arestas (u , v , w) z Como exemplo, considere o paralelepípedo composto pelos vetores: u = (2, 0, 0), v = (0, 7, 0) e w = (0, 0, 5). 5 Neste caso é fácil de verificar o volume do paralelepípedo gerado, pois os vetores são ortogonais entre si e estão sobre os eixos coordenados. D F E Daí tem-se que o volume V pode ser assim calculado: C O 7 2 V = (área da base OABC).(altura OG) A V = (2 . 7).5 V = 70 u.v. G [Obs.: u.v. unidades de volume] Página 59 de 66 x B y Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO Agora, aplicando o produto misto (em módulo) dos vetores Volume Paralelepípedo = u, v e w , teremos: 2 0 0 | (u , v , w) | 0 7 0 2 . 7 .5 70 0 0 5 Portanto, V = 70 u.v. Decorrente do exposto até então, podemos também calcular o volume de um tetraedro gerado por três vetores não coplanares. Veja: Sejam os pontos A , B , C e D não coplanares. Então os vetores u AB , v AC e w AD também são não coplanares. Assim sendo, os vetores em questão determinam um paralelepípedo (veja figura abaixo) cujo volume é: Vparalelepípedo = ( AB , AC , AD ) ou ainda: Vparalelepípedo = (u , v , w) Este paralelepípedo, por sua vez, pode ser repartido em dois prismas de base triangular ABC (veja figura) de mesmo tamanho e assim o volume Vprisma de cada um dos prismas será metade do volume do paralelepípedo, ou seja: Vprisma 1 2 Vparalelepípedo Por outro lado, através da Geometria Espacial, sabemos que um prisma pode ser dividido em três pirâmides de mesmo volume. Neste caso, considerando o prisma de base triangular ABC, temos que uma das pirâmides será o tetraedro ABCD. Como o volume da pirâmide (que neste caso é um tetraedro) é 1/3 do volume do prisma, teremos: Vtetraedro Vtetraedro Vtetraedro 1 3 1 3 1 6 Vprisma Um Tetraedro Regular (as 4 faces são triângulos eqüiláteros) 1 V 2 parelelep ípedo Vparalelepípedo Volume Tetraedro = 1 (u , v , w ) 6 UMA APLICAÇÃO DO PRODUTO MISTO [NA MECÂNICA GERAL] ↳ Momento de uma Força em Relação a um Eixo Específico Por questões práticas pode ser vantajoso ou até mesmo necessário calcular o momento de uma força em relação a um eixo específico. Na figura ao lado, o momento resultante da força de F de 20N é ao longo do eixo “b”. Todavia esse momento resultante tem um componente ao longo do eixo y. Esse momento cria a tendência de afrouxar (ou apertar) as porcas do flange (que está na origem O). Daí a importância de sua determinação. Página 60 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Formulação Vetorial do Momento Prof. Júlio César TOMIO M de uma Força F em Relação a um Eixo Específico [ a ] O momento M a é calculado através do produto misto dos vetores u a , r e F , sendo que u a é o versor que define a direção do eixo específico aa' . Assim: M a u a (r F ) (u a , r , F ) xua yu a z ua xr yr zr xF yF zF Nota: Essa aplicação do produto misto ficará apenas como informativa, pois não faz parte do objetivo de nosso estudo. Tais conceitos serão estudados e aprofundados posteriormente, noutra disciplina. Interessou? Pesquise e procure saber mais! Para refletir: É costume de um tolo, quando erra, queixar-se dos outros. [Sócrates] EXEMPLOS: 1) Sejam A(1, 2, –1), B(5, 0, 1), C(2, –1, 1) e D(6, 1, –3) vértices de um tetraedro. Pede-se: a) o seu volume; b) a sua altura relativa ao vértice D. Esquentando o Processador! Quais os valores dos números “x” e “y” na sequência: { 1 , 1 , 2 , 6 , 24 , x , y } ? Página 61 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO 2) Verifique se os pontos A(1, 2, 4), B(–1, 0, –2), C(0, 2, 2) e D(–2, 1, –3) estão no mesmo plano. Resolução: Os quatro pontos dados A,B, C e D serão coplanares (estarão no mesmo plano) se os vetores também forem coplanares (veja o esquema abaixo). Então devemos ter ( AB, AC , AD) 0 . Inicialmente devemos escrever os vetores: Esquema AB = B A (1, 0, 2) (1, 2, 4) (2, 2, 6) AC = C A (0, 2, 2) (1, 2, 4) (1, 0, 2) AD = D C A D A (2, 1, 3) (1, 2, 4) (3, 1, 7) Calculando o produto misto entre os vetores, temos: 2 2 6 ( AB, AC , AD ) 1 3 Como 0 2 0 12 6 (0 4 14) 18 18 0 1 7 ( AB, AC , AD) 0 , os vetores em questão são coplanares. Logo, os pontos dados A,B, C e D são coplanares. EXERCÍCIOS – Produto Misto 1) Dados os vetores a) (u , v , w) u (3, 1, 1) , v (1, 2, 2) b) ( w, u , v ) e w (2, 0, 3) , determine: u (v w) 2 , calcule: b) (u w) (3v ) u (w v ) 2) Sabendo que a) AB , AC 3) Os vetores i 2 j 3k , 2 i j k e 3 i j 4k são coplanares? Justifique sua resposta. 4) Calcule o volume do paralelepípedo construído sobre os versores i , j e k . Página 62 de 66 B e AD Vetores e Álgebra Vetorial 5) Determine os valores de 6) Para que valor de m Prof. Júlio César TOMIO k para que os vetores os pontos u (2, k , 1) , v (1, 2, k ) A(m, 1, 2) , B(2, 2, 3) , C (5, 1, 1) D(3, 2, 2) e u (3, 1, 4) , v (2, 0, 1) u e v. 7) Um paralelepípedo é determinado pelos vetores e a altura relativa à base definida pelos vetores w (3, 0, 3) e e e m para que o volume do paralelepípedo determinado v3 (3, m, 2) seja igual a 33 unidades de volume. 9) Determine o valor de n em função de para que se tenha m 10) Represente graficamente o tetraedro ABCD são coplanares? w (2, 1, 5) . Calcule o seu volume 8) Calcular o valor de v2 (4, 2, 1) sejam coplanares. pelos vetores v1 (0, 1, 2) , (m, n, 2) [(3, 1, 2) (0, 1,1)] 9 . e calcule o seu volume, sendo A(1, 1, 0) , B(6, 4,1) , C (2, 5, 0) e D(0, 3, 3) . 11) Dados os pontos A(2, 1, 1) , B(1, 0,1) paralelepípedo determinado por AB , AC e 12) Calcule a distância do ponto D(2, 5, 2) e C (3, 2, 2) , determinar o ponto D AD seja 25 do eixo Oz para que o volume do unidades de volume. ao plano determinado pelos pontos A(3, 0, 0) , B(0,3, 0) e C (0, 0, 3) . RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS 1a) –29 1b) –29 2a) –2 7) V = 17 u.v. e h = 17/ 30 u.c. 2b) –6 8) {4, –17/4} 3) Sim, pois o produto misto é zero. 9) n = m + 1 10) 19/2 u.v. 4) 01 u.v. 5) {2, –3} 11) D(0, 0, –10) ou D(0, 0, 15) 6) m = 4 12) 4/ 3 u.c. Para refletir: A verdadeira viagem de descoberta não está em procurar novas paisagens, mas em adquirir novos olhos. [Marcel Proust, Em busca do tempo perdido] Página 63 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO APÊNDICE Roteiro e Observações para Resolução de Problemas em Matemática [Geometria Analítica] 1 2 3 4 5 6 – – – – – – Leia com muita atenção o enunciado (texto) do problema e veja que parte da Matemática (ou da Geometria) ele envolve. Se possível, faça uma representação gráfica (figura) para ilustrar o enunciado. Anote os dados, verificando se as grandezas envolvidas pertencem ao mesmo Sistema de Unidades, transformando-as se necessário. Verifique o que precisa ser calculado ou resolvido (o que o problema pede como solução). Escreva as relações matemáticas (fórmulas) referentes ao tema envolvido. Relacione os dados e as incógnitas que aparecem nas fórmulas escritas, empregando aquelas que são necessárias para se chegar à solução do problema. 7 – Dê qualidade a sua resolução, procurando resolver o problema com muita atenção e organização. 8 – Escreva a solução encontrada com a respectiva unidade, caso exista. 9 – Verifique se a solução condiz com o que foi perguntado no problema e se o resultado é coerente com situação em questão. Informações Gerais sobre Triângulos # Ângulos Internos de um Triângulo: Lembre-se que a soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer é 180º. Os ângulos internos podem ser: Ângulo Reto: ângulo de 90º Ângulo Agudo: ângulo menor que 90º (e maior que 0º) 0 < < 90º Ângulo Obtuso: ângulo maior que 90º (e menor que 180º) 90º < < 180º # Classificação dos triângulos quanto ao tamanho dos LADOS Triângulo Equilátero Os três lados têm medidas iguais (e três ângulos iguais de 60º). d(A,B) = d(B,C) = d(C,A) Triângulo Isósceles Triângulo Escaleno Dois lados têm a mesma medida (e dois ângulos iguais ou congruentes). d(A,B) = d(A,C) d(B,C) Todos os três lados têm medidas diferentes (e três ângulos diferentes). d(A,B) d(B,C) d(C,A) # Classificação dos triângulos quanto às medidas dos ÂNGULOS INTERNOS Triângulo Acutângulo Todos os ângulos internos são agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do que 90º. Triângulo Obtusângulo Um ângulo interno é obtuso (Â), isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90o. Triângulo Retângulo Possui um ângulo interno reto (Â), isto é, com 90o. Página 64 de 66 Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO # Segmentos Notáveis: Mediana de um triângulo é um segmento de reta que une um vértice ao ponto médio do lado oposto. Bissetriz de um triângulo é um segmento que une um vértice ao lado oposto, dividindo o ângulo desse vértice em dois ângulos de mesma medida. Altura de um triângulo é um segmento que une um vértice ao lado oposto (ou ao seu prolongamento), formando com o lado oposto um ângulo reto (90º). Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a esse segmento passando pelo seu ponto médio. A Mediana, a bissetriz e a altura são conhecidas como “cevianas”, em homenagem a Tommaso Ceva, matemático italiano (1648–1736). # Pontos Notáveis: Baricentro: é o ponto (G) de encontro das três medianas de um triângulo. Incentro: é o ponto (I) de encontro das três bissetrizes de um triângulo. Ortocentro: é o ponto (O) de encontro das três alturas de um triângulo. Circuncentro: é o ponto (C) de encontro das três mediatrizes dos lados de um triângulo, e é o centro da circunferência circunscrita em um triângulo. # Lados de um Triângulo Retângulo: Nomenclatura: Os lados de um triângulo retângulo recebem nomes especiais. Estes nomes são dados de acordo com a posição em relação ao ângulo reto. O lado oposto ao ângulo reto é a hipotenusa. Os lados que formam o ângulo reto (adjacentes a ele) são os catetos. Termo Origem da Palavra Cateto Cathetós: (perpendicular) Hipotenusa Hypoteinusa: Hypó (por baixo) + teino (eu estendo) Para padronizar o estudo da Trigonometria, adotam-se as seguintes notações: Letra Lado Triângulo a Hipotenusa b c Vértice / Ângulo Medida A Ângulo reto A = 90° Cateto B Ângulo agudo B < 90° Cateto C Ângulo agudo C < 90° Observação: Dado um triângulo qualquer, podemos identificá-lo, quanto aos ângulos, sem mesmo conhecê-los. Para isto, devemos conhecer as medidas dos seus lados e então aplicarmos o teorema de Pitágoras. Assim: Se a2 = b2 + c2 teremos um triângulo retângulo [ = 90º] Se a2 < b2 + c2 teremos um triângulo acutângulo [ < 90º] Se a2 > b2 + c2 teremos um triângulo obtusângulo [ > 90º] Importante: Vale lembrar que “a” é a medida da hipotenusa e sempre será o maior lado de um triângulo retângulo. Porém, para os dois últimos casos (Acutângulo e Obtusângulo) essa nomenclatura não é válida, todavia o valor de “a” está associado ao maior lado destes triângulos. A # Relações Trigonométricas para um Triângulo Qualquer: 2 2 b 2 Lei dos Cossenos: a b c 2.b.c.cos Aˆ Lei dos Senos: Cálculo de Área: a sen Aˆ S b sen Bˆ c sen Cˆ c 2R a.b.sen Cˆ B 2 Página 65 de 66 R C a Vetores e Álgebra Vetorial Prof. Júlio César TOMIO FORMULÁRIO DE ÁLGEBRA VETORIAL NO ℝ3 A e B : v AB B A Notação através da combinação linear da base canônica (vetor posição): v xi yj zk x1 y1 z1 w Paralelismo: Versor de um vetor: vers w n com n ℝ x2 y2 z2 | w| Notação analítica (vetor posição): Módulo de um vetor: Produto Escalar: |w| v (x, y , z) x2 y 2 z 2 Num vetor Unitário: u w x1.x2 y1.y2 z1.z2 Ângulo entre dois vetores: Notação utilizando dois pontos u w | u|.| w|. cos θ ou uw cos com 0 180 | u | .| w | |u | x2 y 2 z 2 1 0 180 com Observação: Se u w u w 0 x y z cos , cos e cos com cos2 cos2 cos2 1 |v | |v | |v | wv Versor diretor: vers v (cos , cos , cos ) Vetor Projeção de w em v : projv w v v v i j k Módulo: | u w | | u | . | w |. sen com 0 180 Produto Vetorial: u w x1 y1 z1 Observação: Se u // w u w 0 x2 y2 z2 uw Aplicações do Produto Vetorial: Área Paralelogramo = u w Área Triângulo = 2 x1 y1 z1 Produto Misto: u (v w) (u , v , w) x2 y2 z2 Obs.: Se u , v e w são coplanares (u , v , w) 0 Ângulos e cossenos diretores: x3 y3 z3 (u , v , w) Aplicações do Produto Misto: Volume do Paralelepípedo = Equação Vetorial de uma Reta r : P A t v A(x0 , y0 , z0) r , Sendo que: v Volume do Tetraedro = ou em coordenadas: é o vetor diretor de r, t é o parâmetro, 6 (u , v , w) (x, y, z) (x0 , y0 , z0) t (xv , yv , zv) P é um ponto genérico de r . SISTEMA DE COORDENADAS POLARES y Coordenadas polares P r , y Coordenadas cartesianas Px , y P r x r. cos Conversão de polar para retangular: 2 2 r x y Conversão de retangular para polar: y r. sen e 2 e VALORES TRIGONOMÉTRICOS 0º 1 30º 1 2 45º 60º 2 2 sen 0 cos 1 3 2 2 2 3 2 1 2 tg 0 3 3 1 3 y tg x xp x 0 Conversão graus radianos: 180º 90º 1 0 ∄ 120º 135º 3 2 1 2 2 2 3 Página 66 de 66 2 2 1 150º 1 2 rad 180º 270º 360º 0 1 0 sen 3 2 1 0 1 cos 3 3 0 ∄ 0 tg