O Sr. BISPO GÊ TENUTA (DEM–SP) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, no dia de ontem, 7 de abril se comemorou o Dia Mundial da Saúde, e o hoje comemoramos o Dia Mundial do Combate ao Câncer. Com o aumento da riqueza e da longevidade da população mundial, diminuiu a mortalidade causada por doenças infecciosas, e aumentou a mortalidade causada por doenças antes associadas à velhice, como o câncer. Digo “antes associadas à velhice” porque hoje se sabe que a causa do câncer e de outras doenças não é a velhice, mas sim a insistência prolongada em maus hábitos, como a má alimentação, a exposição prolongada ao sol, a vida sedentária e o uso de substâncias como o álcool. 2 Por exemplo: uma recente pesquisa francesa comprovou que o consumo diário de álcool, mesmo em pequenas doses, aumenta significativamente o risco de câncer. Pois bem: dados do Ministério da Saúde indicam que 30% dos brasileiros consomem mais de sete doses semanais de bebidas alcoólicas – são, portanto, praticamente alcoólatras, embora não o admitam, ou ainda não sintam as consequencias desse comportamento de risco. Esse hábito, glamurizado por propagandas em horário nobre que visam ao público adolescente, pode ser o responsável por muitas mortes causadas não só pelo câncer e pelos acidentes de automóvel, mas também por problemas cardíacos, renais e até criminais. Afinal, quem ignora o poder psicotrópico do álcool, potencializador agressividade? da violência e a 3 Portanto, Senhoras e Senhores, grande parte da criminalidade, aquela causada pelo uso de drogas legais e ilegais, pode ser entendida como um problema de saúde pública. Evidentemente, o uso de drogas, em si, seja ela a cola de sapateiro ou a cerveja, mesmo não causando criminalidade ou danificando órgãos vitais, continua a ser um problema de saúde pública e de educação. Entendo que é educando que se previne grande parte das doenças, Senhoras e Senhores. Em vez de se proibir o consumo de tabaco, campanhas educativas conseguiram uma redução brutal de seu consumo. Campanhas educativas semelhantes poderiam se focar no consumo do álcool, do açúcar e de outras substâncias cujo consumo causa, comprovadamente, do câncer ao diabetes, passando por cáries, obesidade, problemas cardiovasculares e inflamações diversas. 4 É importante ressaltar que o Americano para a Pesquisa do Câncer Instituto confirmou que mudanças na dieta e no estilo de vida podem reduzir em até 30% a incidência de 12 tipos de tumores cancerosos. Vemos, portanto, que uma forma de melhorar a saúde é a educação alimentar e a educação do estilo de vida. Programas educativos poderiam incentivar o uso das bicicletas e das escadas, em detrimento do uso dos automóveis e dos elevadores, economizando energia ao mesmo tempo em que fortaleceria os cidadãos. Falando de saúde e automóveis, descobriu-se que morar em Milão, na Itália, equivale a fumar dois maços de cigarros por dia. Imaginem morar em São Paulo, meu Estado de origem, ou em qualquer cidade deste Brasil, onde ainda respiramos o 5 venenoso enxofre que já foi banido há muito tempo dos combustíveis, em países mais civilizados. Convém lembrar que na União Européia, e em outros lugares do mundo, não é permitido falsificar alimentos com corantes, aromatizantes e outras substâncias, muitas das quais venenosas, ainda aceitas nos alimentos – ou pseudoalimentos – fabricados no Brasil. Senhoras e Senhores: preservar a saúde e evitar o câncer pode ser uma atividade barata, fácil, preventiva e agradável, como praticar esportes e alimentar-se de forma saudável. É muito melhor prevenir do que remediar, pois remediar geralmente é caro, desagradável e difícil, além de muitas vezes não resolver o problema. Aproveitemos o Dia Mundial da Saúde e o Dia Internacional refletirmos do sobre Combate esses ao temas, Câncer para reiterando o 6 compromisso desta Casa com o apoio a campanhas e programas educativos. Obrigado.