O LÚDICO NA APRENEDIZAGEM DA EDUCAÇÃO INFANTIL Andressa Rimoldi1 - Celer Faculdades Denize de Andrade2 - Celer Faculdades Ourora Bolzan3 - Celer Faculdades Eixo Temático: 2 – Educação, Justiça Social e Contemporaneidade Resumo A brincadeira e o brinquedo já faz parte da vida da criança, o mundo da criança é diferente do mundo do adulto. No mundo da criança há fantasia, faz de conta, encanto, é aonde permite ela sonhar e se descobrir através das brincadeiras. É a partir do brincar que ela manifesta diferentes formas de expressões que poderá contribuir para seu convívio social e familiar. A educação Infantil é o lugar onde a importância do brincar é destacada para o processo de desenvolvimento da criança, visando à construção do conhecimento através de atividades lúdicas que envolvam brincadeiras, jogos e diferentes brinquedos. É preciso conhecer a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento cognitivo da criança. Abordar a importância dos jogos nos processos de aprendizagem e desenvolvimento, ressaltando os aspectos cognitivos e afetivos desencadeados na hora de jogar. A pesquisa é de natureza bibliográfica que tem como principal objetivo compreender a importância do brinquedo na educação infantil para o desenvolvimento afetivo e cognitivo da criança. Palavras-chave: Jogos. Brincadeira. Atividades Lúdicas. 1 INTRODUÇÃO A escola tem o dever de proporcionar as crianças momentos de convivência saudável, amiga, criativa e construtiva, pois é através da brincadeira que a criança atribui sentido ao seu mundo, se apropria de conhecimentos que o ajudarão a agir sobre o meio em que ela está inserida. Pensando nisto, diante das dificuldades aparentes, esta pesquisa tem o intuito de tornar este processo mais leve e natural para os educandos com atividades direcionadas e uma metodologia diversificada. 1 Andressa Rimoldi Acadêmica do 8º período de pedagogia pela Celer Faculdades, [email protected] 2 Denize de Andrade acadêmica do 8º período de pedagogia pela Celer Faculdades, [email protected] 3 Doutora em Ciências da Educação pela Universidade Politecnica Del Paraguay – UPAR. Docente nos cursos de Pós Graduação, Graduação e Coordenadora do Curso de Pedagogia da Celer Faculdades de Xaxim - SC. E-mail: [email protected] REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 373 Esta reflexão se constitui com o objetivo de responder as dificuldades que estruturam o processo de aprendizagem na educação infantil, bem como perceber se nas escolas procura-se introduzir o lúdico em seus planejamentos. Identificar se existe hora, espaço adequado e materiais certos para as crianças brincarem espontaneamente. Como escutar e proceder em relação ao que os alunos têm dizer durante este ato, para aumentar o crescimento da sua autoestima. Aprofundar os conflitos que podem ser gerados durante a brincadeira, para desvendar a melhor maneira de estimular o autoconhecimento das crianças. Os educadores precisam trabalhar para que os jogos também possam resgatar o desejo pela busca de conhecimento e tornar a aprendizagem cada vez mais prazerosa, por meio da qual a criança passe a gostar de aprender. Por meio do jogo, a criança pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. O jogar é essencial para que ela manifeste sua criatividade, utilizando suas potencialidades de maneira integral. Apenas sendo criativa é que a criança descobre seu próprio eu. Por fim, a reflexão que segue se fundamentou em uma pesquisa bibliografica. 2 O LÚDICO E A APRENDIZAGEM O lúdico nas escolas são de suma importância para a aprendizado do aluno, quando bem planejado. Alguns professores tem uma certa implicância com esta nova ferramenta que está cada vez mais presente em nosso dia-adias das salas de aulas, auxiliando no aprendizado de nosso aluno, esses profissionais acreditam que o brincar deve se proporcionar aos envolvidos só como forma de descanso no horário do intervalo e nas aulas de recreação, assim não atrapalhando o aprendizado do alunos. Segundo Santos, “a ludoeducação é uma tendência que busca nas atividades lúdicas uma forma de planejar atividades escolares que motivem os alunos para a construção do conhecimento” (2014 p.15). Com tudo, se a aula com a utilização desta técnica for bem elaborada, despertara no aluno um encantamento que o mesmo transformara em aprendizagem. O lúdico ao instigar o aluno, faz com que o mesmo adquira conhecimento, mas a docentes que não estão utilizando o lúdico de forma adequada e produtiva, muitas vezes simplesmente como técnica pedagógica e nos momentos de recreação. Assim deixando de lado, os benefícios que o REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 374 mesmo traz para nossos alunos.“Quando envolvemos a interação da psicopedagogia, para melhor executar o objetivo de nossa aulas, assim melhorando a aprendizagem de nosso aluno”. (SANTOS, 2014, p.15) O lúdico associado com a educação, torna a aula mais atraente e prazerosa,mas muitas pessoas, não percebem que essa relação é indissociável uma da outra, atualmente as duas caminham juntas, percebendose que a um desenvolvimento integralmente nos envolvidos, mas os professores devem ter cuidado para trabalhar o lúdico para que traga conhecimentos, sempre que for trabalhado os jogos deve ter a intenção de aprendizado, caso contrário não terá sentido. Caso haja falta de atenção dos docentes, deixando as crianças brincarem livremente, com intuito de deixar o tempo passar, acredita-se que não se pode avaliar o aluno devidamente. O aluno possa brincar livremente, não significa que o professor não precisa planejar, acompanhar e avaliar nesta hora, a criança indiretamente estará, em processo de construção de aprendizado sem perceber. Com tudo, o brincar é uma necessidade que a criança tem para se desenvolver: Estudar os significados e a implicação das atividades lúdicas no comportamento dos indivíduos é um paradoxo, pois, embora estas atividades nem sempre sejam objetivas, levam ao desenvolvimento e a aprendizagem das pessoas. Em síntese, o brincar deve ser livre, imprevisível e espontâneo e, ao mesmo tempo, regulamentado, com regras, muitas vezes rígidas, a serem seguidas. (SANTOS,2014, p.19) O docente tem o poder da intervenção, no brincar livre, pois, por mais que seja planejado, as brincadeiras, pode ser que haja imprevistos indesejáveis, durante o andamento da atividade, com tudo, mesmo que a atividades não seja objetiva, que as vezes, pode acontecer de passar despercebido em um planejamento, agregar algum conhecimento para os envolvidos naquele momento. A criança aprende enquanto brinca. No brincar com outras pessoas a criança aprende a viver socialmente, respeitando regras, cumprindo normas, esperando a sua vez e interagindo de uma forma mais organizada. No grupo, aprende a partilhar e a fazer um movimento rotativo tão importante para a socialização e o diálogo. A ludicidade faz com que o educando exteriorize o discurso interno e interiorize o discurso externo desenvolvendo suas múltiplas habilidades, seu próprio pensamento. Desta forma, as atividades lúdicas são promotoras da REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 375 capacidade e potencialidades dos educando, portanto devem ocupar a sala de aula, pois o ato de brincar possibilita a investigação, a compreensão do mundo em que vivemos. Assim sendo, a escola deve facilitar a aprendizagem, utilizando-se de atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo de aquisição da linguagem escrita. Para tanto o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a educação deve ser um processo dinâmico e criativo. As atividades lúdicas são também indispensáveis às crianças para a apreensão dos conhecimentos artísticos e estéticos, pois possibilitam o exercício e o desenvolvimento da percepção, da imaginação, das fantasias e de sentimentos. É através das brincadeiras que as crianças vivem situações e aprendem a elaborar o seu imaginário, e muitas vezes até a buscar a realização de seus desejos, mesmo que sejam irrealizáveis, extrapolando a realidade. Compreendendo como a dimensão lúdica contribui e influencia no processo de ensino e de aprendizagem do educando, os profissionais da educação como mediadores, precisam utilizar uma metodologia que venha propiciar a participação e a contribuição dos educandos na construção do conhecimento. 2.1 O PAPEL DO DOCENTE EM RELAÇÃO AO LÚDICO O ensino infantil é uma das etapas mais importantes na vida de uma criança, pois é nela que traços de personalidade são construídos, traços bons e ruins, através do professor que as crianças conseguem construir conhecimentos expressivos e começam a se socializarem. Melo (2011, p.53) registra que: O universo infantil está presente em cada um de nós. As experiências que vivenciamos na infância deixam marcas para o resto de nossas vidas. Essas marcas podem ser positivas ou negativas, variando proporcionalmente de acordo com as vivencias e estímulos recebidos. O professor na educação infantil é de suma importância, pois ele é que faz a mediação entre o educando e a construção do conhecimento. O professor hoje precisa sempre estar atualizado, deve sempre estar em busca de novos conhecimentos, novas técnicas de aprendizagem para melhor poder ensinar. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 376 A capacidade lúdica está diretamente relacionada desde o início de sua história de vida. Acreditamos ser antes de mais nada um estado de espírito e de um saber que progressivamente vai se instalando na conduta do ser devido ao seu modo de vida. O lúdico refere-se a uma dimensão humana que invoca os ensinamentos da liberdade e espontaneidade de ação. Abrange atividades despretensiosa, descontraídas e desobrigadas de toda e qualquer espécie de intencionalidade e vontade alheia. É livre de pressões e avaliações. O brincar e o ensinar é muito importante na educação infantil, já que a criança através das brincadeiras exploram ambientes, expressam seus pensamentos, linguagem, criatividades, reações, imaginação, ideias e relações sociais. O professor do outro lado deve aproveitar a oportunidade e usar seus conhecimentos para interagir com as crianças elaborando comentários, fazendo perguntas, provocando desafios e incentivando a socialização. Macedo, Petty e Passos (2005) ao se referir a brincar, jogar, dizem o seguinte: A criança desenvolve brincadeiras e aprende jogos. Pode também aprender brincadeiras com seus pares ou cultura e com isso, desenvolver habilidades, sentimentos ou pensamentos. O mesmo ocorre nos jogos: ao aprende-los desenvolvemos o respeito mútuo (modos de se relacionar entre iguais), o saber compartilhar uma tarefa ou um desafio em um contexto de regras e objetivos, a reciprocidade, as estratégias para o enfrentamento das citaçõesproblemas, os raciocínios.(MACEDO, 2005, p. 30). Deste modo, é possível perceber o quanto o brincar é jogar importante para a criança, se pode até dizer que é uma necessidade delas. O lúdico na educação infantil por sua vez deveria ser um método obrigatório a ser usado pelo professor, já que ele induz o estudante a reflexionar e, por meio dessa reflexão, o estudante aprende regras, além dedar a oportunidade de desenvolver habilidades. A escola de educação infantil é um universo a ser explorado pelas crianças e a ser proposto pelo professor, sendo ele responsável pelo desenvolvimento integral das crianças. Este lugar deve permitir o crescimento, a aprendizagem, alegria, a criatividade, a liberdade e a autonomia. Tendo a finalidade de criar cidadãos críticos, e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária. Nos últimos anos o desafio dos educadores e de como ensinar, diante das diversas opçõestecnológicas oferecidas aos alunos falta de comprometimento e vontade de aprender. Os educadores precisam ser REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 377 criativos inovadores devem estimular a motivação e uma boa alternativa poderia ser o uso de atividades lúdicas. Para que possa ter um desenvolvimento significativo da aprendizagem um dos fatores que se pode considerar mais importante e a motivação. A motivação pode ser desenvolvida através de atividades que chamem a atenção desperte o interesse dos alunos em aprender especificamente neste caso da educação infantil de desenvolver suas habilidades cognitivas sócio afetivo motor, intelectual, física, linguagem oral entre outras habilidades de beneficiem as crianças. As atividades lúdicas são de fundamental importância nos ambientes de ensino por possuir a capacidade de estimular a criança no seu desenvolvimento. Com a tecnologia hoje está substituindo os brinquedos, brincadeiras, jogos, cantigas de rodas, deixando-as crianças impossibilitadas de desenvolver suas habilidades. Segundo Santos (2014 p.12), diz que “a educação pela via da ludicidade, cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando, inspirando numa concepção de educação para, além da instrução’’. Desta forma no ensino da educação infantil as atividades lúdicas além de diversas podem estimular a comunicação, a expressão física, emocional, etc. Os jogos e brincadeiras, utilizadas como atividade pedagógica contribuem de forma significativa no processo de aprendizagem, podem ser usadas como um elemento de apoio, de estimulo para estabelecer um ambiente de confiança, segurança, fazendo com que as crianças se sintam bem e consigam se expressar. Santos(2014, p. 22) diz que “[...] Quando os educadores percebe claramente o quando o brincar favorece a aprendizagem, está na hora de mostrar também os pais e a sociedade o quanto a criança aprende com prazer brincando’’. Desde modo, não basta só o educador estar ciente da importância de se usar o lúdico, os pais a sociedade precisam saber que os jogos, as brincadeiras não são feita em sala de aula só para matar o tempo mas que tem um objetivo de desenvolver no aluno habilidades especificas e necessárias. As brincadeira, jogos, além de diversão elas também proporcionam ao aluno o desenvolvimento auxiliando na estruturação do pensamento, a representar, estimulando a linguagem, a coordenação motora, instiga a imaginação a criação. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 378 2.1.1 A relação professor aluno Na interação professor/aluno, a escola desempenha um papel fundamental, sendo palco das diversas situações de socialização que o indivíduo está inserido o preparando para o convívio social, a instituição também é responsável em preparar e qualificar profissionalmente, formando seus alunos com base em valores culturais. Neste contexto um papel fundamental é o diálogo, na visão de Freire (2006, p. 66) “[...] o diálogo é uma relação horizontal”. Nesta perspectiva, se percebe o vínculo afetivo se fazendo presente e norteando o diálogo em sala, onde os educandos são respeitados e não visto somente como receptores, mas como indivíduos ativos em seu processo de aprendizagem. É durante apermanência na escola, que as crianças e adolescentes procuram respostas para algumas de suas necessidades afetivas. Devido a isto, os professores precisam levar em conta os aspectos cognitivos e afetivos desta relação, estes laços são necessários para o desenvolvimento do indivíduo, este processo requer um conhecimento profundo de sua turma, fazendo que durante as aulas todos estejam abertos a diferentes ideias, formas de pensar, novas maneiras de ver um mesmo objeto por diferentes ângulos, para que não estejam fechados em torno de seu ponto de vista, agindo de maneira egocêntrica. O bom educador precisa reconhecer que o educando é também portador de um saber próprio adquirido em sua vida social, e estás devem servir como base de ponto de partida para uma localização de novas ideias de ensino aprendizagem. Uma relação de controle excessivo, baseada na ameaça e na punição, pode despertar relações diferentes como a indisciplina. A indisciplina tornou-se ponto de debate entre pais, professore e gestores, e apontada por alguns autores como efeito de um problema que pode ser solucionado pelo professor e o aluno por meio de práticas pedagógico de cunho concreto. O professor deve saber usar da autoridade na sua sala de aula, pois este ponto traz a ele certa eficiência. Porém construir a autoridade impondo suas vontades e seus pensamentos, impondo obediência obterá por parte dos alunos respeito baseado em medo e punições, já o professor que manter relações fundamentadas no respeito mútuo, este profissional vai obter uma autoridade por competência. São estes fatores importantes para se garantirem uma boa relação pedagógica, melhorando o processo de ensino aprendizagem: REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 379 Considerar o ensino-aprendizagem escolar como algo que está necessariamente imbricado processo interativo professor-aluno supõe admiti-lo também como movimento continuo e dinâmico. É importante ressaltar que não estamos partindo do pressuposto de que são dois processos se contrapondo, mas que o ensino-aprendizagem escolar é encarado, em ultima instância, como inerente a grande parte do processo interativo entre professor e aluno. (SANTOS, 1995, p.2). A relação professor e aluno representa muito mais do que um esforço na busca de equilíbrio diário de afetividade e eficiência. Este sentimento ultrapassa os limites profissionais, escolares do ano letivo e de semestres, sendo na verdade uma relação que deixa marcas, e que deve sempre buscar a afetividade e diálogo como forma de construção de laços que podem ser eternos. Ser professor não é uma tarefa simples, é uma tarefa que requer amor e habilidade, como destaca Rodrigues (1997), o educador não é simplesmente aquele que transmite um tipo de saber para seus alunos, como um simples repassador de conhecimentos. O papel do educador ultrapassa o mero conceito de repassar conceitos, dentro da sala de aula este profissional deve superar métodos arbitrários de imposição de regras, com ameaças e punições para os que não as cumprirem. Não podemos negar que a autoridade e o respeito, construídos de maneira devida, agregam a vida dos estudantes segurança e amparo nesta caminhada. Ao professor cabe ser o mediador deste processo e articular essas trocas, tendo em vista a assimilação de conteúdos vivos e atualizados. O que se deve considerar que o ato de ensinar e de aprender é uma constante troca, onde os educadores sejam capazes de enfrentar desafios e encarrar problemas diários, e compreender que o conhecimento passa por diferentes etapas para que se concretizem as aprendizagens. É de extrema importância que a criança perceba em seu professor um amigo, pois este laço afetivo irá ser uma ferramenta direta na aquisição de novos conhecimentos. Este fato é muito importante durante a Educação Infantil, neste período é evidente a presença deste sentimento quando encontramos nas salas de aula crianças falantes e extrovertidas. É preciso considerar o fato de que o professor, quando se torna comprometido com o seu educando e também com uma educação de qualidade, tornando seu aluno o alvo principal do processo de ensino aprendizagem e fazendo se cumprir seu papel de orientador, só assim este irá ultrapassar o simples ato de ensinar por acaso. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 380 O educador deve ter como meta principal auxiliar os educandos a dar um sentido aos conhecimentos que conseguirem adquirir, utilizando estratégias para estes terem a oportunidade de exporem algumas coisas pessoais, para neste momento compreendermos mais afundo esta criança que pode estar precisando muito de uma palavra amiga e de um abraço cheio de calor. Essa relação servirá para deixar o ambiente escolar mais descontraído, onde todos podem ser respeitados em suas diferenças e participar das atividades propostas de maneira leve e criativa. Para Libâneo (1991, p.46), a escola passa a ser um lugar onde o educando tem direito a ensaios e erros, onde expõe suas dúvidas, explicita seus raciocínios e toma consciência de como se aprende, permitindo tornar visíveis os processos, os ritmos e os modos de pensar e de agir. Todos os educadores devem saber devem dar liberdade e abertura na sua organização pedagógica para que os educandos tenham a autonomia para apontarem conteúdos que desejam aprender e dominar além dos conceitos curriculares exigidos pelos parâmetros. Aceitando sugestões de todos os envolventes no processo educativo, será capaz de se tornar um articulador do saber. Para Libâneo (1991, p.54): aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação critica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de compreensão, reflexão critica. O importante é que o aluno consiga compreender aquilo que o professor transmita, e consiga criar, questionar, se pronunciar e fazer aquilo que for necessário para suprir todas as necessidades de seus alunos. Desta forma será capaz de formar cidadãos que futuramente sejam capazes transformar de maneira positiva nossa sociedade. O educando deve ser considerado como sujeito ativo no processo de construção de sua aprendizagem, devido a isto o educador tem um papel fundamental, pois ele é uma pessoa com mais experiência, que será capaz de intermediar informações de extremo auxilio nesta articulação de diferentes aprendizagens. Para isto, Cury afirma que: REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 381 Seja um professor fascinante. Fale com uma voz que expresse emoção. Mude de tonalidade enquanto fala. Assim, você cativará a emoção, estimulará e concentração e aliviará a SPA dos alunos. Eles desacelerarão seus pensamentos e viajarão no mundo das suas ideias. (2003, p.64). Portanto, os educadores precisam ter sempre em mente que os educandos não são gavetas para deposito de conceitos teóricos memorizados mecanicamente, mas que eles são capazes de pensar, refletir, discutir, ter opiniões de participar. Para isso devem-se pensar situações que favoreçam o diálogo entre ambas as partes e tornar este ambiente agradável para todos. Para que a aprendizagem da criança aconteça é necessário que o professor reconheça o seu real papel na interação que vai ter com seu aluno. O profissional deve estar atento a sua função, apresentando um espaço apropriado para seus alunos e tendo a capacidade de levantar quais são os conhecimentos acumulados, pois estes instrumentos serviram para orientar estes seres em seu posicionamento de agir sobre o mundo, direcionando o modo de pensar sobre si e sobre as coisas em torno das suas vidas. Portanto o educador precisa dar ao educando, apoio moral e sentimentos de segurança e confiança suficientes para estimular o autoconhecimento individual. Reconhecendo a sua significação para a criança, respeitando as limitações desta, favorecendo para um ambiente de aprendizagem significativa, obtendo o reconhecimento do seu trabalho. O docente estará favorecendo a relação deve seguir uma série de regras: utilizar as aulas expositivas quando sentir que este método seja importante para sua unidade de ensino, colocar diferentes explicações para um mesmo conteúdo, ser flexível e ter a capacidade de se adaptar as várias situações que se aprende e relacionar os conteúdos com a realidade dos alunos, dar espaço para oralidade dos educandos, trabalhar com atividades em grupo, e principalmente usar o diálogo de forma afetiva. O professor facilitador deverá buscar a motivação de seus alunos, tornando o ensino significativo, fazendo que este tenha um significado verdadeiro para suas vidas. Portanto este relacionamento é dinâmico, cabendo aos profissionais ter sabedoria para lidar com os diversos imprevistos, tendo em mente que o ensinar não é apenas transmissão de conhecimentos, sendo enfim, atuantes ativos na formação de seres pensantes e atuantes, capazes de construir os seis conhecimentos. Desta maneira, o aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente frente às atividades propostas, desenvolvendo o prazer pelo aprender não é um sentimento que vai surgir naturalmente de forma REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 382 espontânea nas crianças, pois muitas vezes é visto como obrigação. É dever do professor, despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando cada momento durante a realização das atividades, interferindo e interpretando as ações que venham a surgir. O professor não pode preocupar-se somente com o conhecimento repassado através de informações, mas principalmente na atuação deste na construção da cidadania do aluno, para isso é preciso estar aberto a novas experiências, sempre procurando apreender e compreender os sentimentos e problemas dos alunos para levá-los a auto realização. O trabalho do educador em sala de aula, em seu relacionamento com os educandos, é expresso pelo seu modo de agir de acordo com seus ideais, pois segundo Paulo Freire (2006, p.96) “o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”. A autonomia do aluno está relacionada com a liberdade concedida no ato da aprendizagem, por isso não se pode utilizar pressões ou a garantia de prêmios, cabe neste ponto, ao professor a árdua tarefa de transformar sua sala em um campo motivado pelo sentimento de prazer e pela paz. Investir em sua própria imagem, o professor poderá estimular nos alunos uma aprendizagem agradável e eficiente, pois a aprendizagem se dá também através da observação. Ele precisa ser um exemplo vivo de desejo de ensinar e aprender, é importante que os alunos vejam nele, uma pessoa que goste do que faz e que valoriza a educação como algo necessário e fundamental para o cidadão. Dois fatores levam o aluno a aprender, a curiosidade e o exemplo. Um professor envolvido e empolgado com a função que desempenha tornar-se uma figura marcante na vida destes aprendizes, pois muitas vezes ouvimos pessoas falando que optaram seguir uma carreira porque teve em seu passado um professor que marcou e o fez tomar determinada decisão. Pois o educador que gosta do que faz, trabalha com o coração, com amor, e se dedica em tempo integral ao seu trabalho. Este profissional consegue engajar emoção, prazer, entusiasmo e alegria, isso vai contagiar todos ao seu redor, fazendo transbordar ensinamentos naturalmente. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 383 Enfim a criança tem uma necessidade natural de ser amado, aceito, ouvido e acolhido, o professor é quem desempenha este papel durante a maior parte do tempo no dia a dia dela, e a encaminha em uma trilha de motivação, busca e interesse. O empenho deste educador se reflete na sua própria preocupação com os gostos e desejos de seus alunos, que podem mudar de acordo com cada idade e sua formação cultural, sendo muito importante a sua sensibilidade para lidar com estas diversas manifestações sentimentais, aplicando então diferentes praticas pedagógicas para cada um se for necessário, isto será a base de um trabalho fundamentado no ensino lúdico. 2.2 OS BENIFÍCIOS DA ATIVIDADE LÚDICA As brincadeiras para a criança constituem atividade primária que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social. Como benefício físico, o lúdico satisfaz as necessidades de crescimento e de competitividade da criança. Os jogos lúdicos devem ser a base fundamental dos exercícios físicos impostos às crianças pelo menos durante o período escolar. Como benefício intelectual, o brinquedo contribui para a desinibição, produzindo uma excitação mental e altamente fortificante. Através do brinquedo eles deixam que inúmeros complexos e problemas sejam sanados, devido à naturalidade com que se processa. Isso se nota quando a criança vence uma brincadeira, pois vem reforçar o prazer de brincar, animando, estimulando e dando confiança em si. A importância atribuída ao fato de vencer é motivo de orgulho e prazer e “os jogos podem ser a única maneira de penetrar os sistemas formais. Suas palavras confirmam o que muitas professoras de primeira série comprovam diariamente, ou seja, a criança só se mostra por inteira através das brincadeiras” (KISHIMOTO, 1997p. 35). Como benefício didático, as brincadeiras transformam conteúdos maçantes em atividades interessantes, revelando certas facilidades através da aplicação do lúdico. Outra questão importante é a disciplinar, pois quando há interesse pelo que está sendo ensinado, a criança canaliza suas energias para aquilo que está sendo apresentado e faz com que automaticamente a disciplina aconteça. A ludicidade é o único método capaz de promover a alegria, a atração e o engajamento da criança com o conteúdo proposto, atingindo integralmente os REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 384 objetivos do conhecimento, da afetividade e do desenvolvimento sensóriomotor. Concluindo, os benefícios didáticos do lúdico são procedimentos didáticos altamente importantes; mais que um passatempo; é o meio indispensável para promover a aprendizagem, disciplinar o trabalho do aluno e incutir-lhe comportamentos básicos, necessários à formação de sua personalidade. Acreditamos ser esta proposta pedagógica capaz de instrumentalizar educadores e educandos no processo de aprendizagem, para responderem adequadamente à nova realidade educacional mundial, globalizante e tecnológica. As mudanças na educação pretendem ser radicais e apontam para um ensino aliado à realidade do tempo/espaço tomado lúdico (essência da alma criança) que, por sua vez, só pode ser alcançado por meio da pedagogia da alegria, da pedagogia da reflexão, da reelaboração, do diálogo, do lúdico, que deve ser experimentado, apreciado, pois possibilita a ação, a interação,a troca entre educandos e educadores. Transforma o processo de aprendizagem em algo dinâmico, funcional e significativo. Em todo processo de aprendizagem a ludicidade deve estar presente. A brincadeira não é privilégio das classes de Educação Infantil e Alfabetização. A dicotomia presente no universo escolar, de um lado o jogo, o sonho, a fantasia para os pequenos e de outro, o trabalho, o estudo sério para os maiores, não considera que a criatividade é o jogo do adulto. O brinquedo permite a um grupo de crianças entrar na brincadeira graças a essa referência comum, sem se colocar, no entanto, em situação de identificação corporal com um personagem. Realizamos uma experiência em classes de pré-escola na França, com a série dos “Senhores do Universo”. O investimento das crianças na brincadeira está diretamente ligado ao conhecimento que elas têm do personagem pela televisão, e isso parece permitir às professoras fazerem as representações da televisão entrarem na classe. Ao permitir, como na brincadeira coletiva, uma descarga emocional, essa situação dá oportunidade à criança de estabelecer um distanciamento em relação aos personagens e às situações que ela pode dominar, representar, controlar, mais do que com elas se identificar. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 385 3 RESGATE DOS BRINQUEDOS TRADICIONAIS Na sociedade consumista em que nos encontramos, podemos verificar que a importância do material utilizado para a fabricação de brinquedos precisa ser repensada. Não só pelo fator financeiro, mas também pela segurança e saúde de nossas crianças. Atualmente se fala e se tenta fazer algo pela ecologia e o meio ambiente parece haver, no pensamento de algumas pessoas conscientes uma preocupação com o “lixo” É muito importante à participação da criança nessa situação, pois ela sendo um futuro cidadão, deve começar a cuidar da qualidade do mundo que a cerca. Independentemente disso, a criança é por natureza detalhista valoriza pedacinhos de materiais como se fossem jóias preciosas. Muitas vezes os adultos até as magoam, quando não dão o mesmo valor a tais objetos. Aproveitando essa capacidade infantil, podemos mostrar a criança um processo de transformação - o trabalho de reaproveitamento do lixo natural ou industrializado, promovendo sua criatividade na fabricação de objetos lúdicos, utilizáveis em diferentes brincadeiras. Com isso estaremos contribuindo para a formação dessa criança, colocando-a frente ao trabalho artesanal, incentivando sua imaginação, estimulando seus sentidos, aprimorando suas habilidades. Assim,dado a situação natural exploração infantil, no destruir e construir, a utilização da sucata como material lúdico ou de criação proporciona à criança uma mudança de valores sociais em relação ao brinquedo Pois com a sucata ninguém tem dó de quebrar o brinquedo, faz-se outro até mesmo melhor e mais interessante. Rolhas, palitos, copos descartáveis, pedaços de papéis entre outros, são muitas vezes, jogados e desprezados corno lixo, mas porem se transformam em obras de arte (adulta ou infantil). São materiais que recebem uma magia muito especial, quando passam a fazer parte do mundo infantil. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se constatar no cotidiano da nossa sociedade, uma necessidade cada vez maior de ampliar o campo de atuação dos educadores e, sob essa perspectiva buscamos o resgate da atividade lúdica na vida dos indivíduos. Entretanto para resgatar essa riqueza lúdica na vida do outro, devemos antes REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 386 de qualquer coisa, resgatar dentro de nós mesmos as diversas características da nossa humanidade. As vivências lúdicas, respaldadas por uma reflexão posterior a partir das mesmas, pode ser um caminho desafiador e muito rico para o desenvolvimento das potencialidades. A atividade lúdica mostra-se, pois, um riquíssimo instrumento de trabalho para o desenvolvimento de seres humanos íntegros, que pensam, sente, criam, trocam experiências, falam com seus corpos e fazem parte de um todo, em comunhão com a natureza e com o cosmos. É aí que surge o "Brincar", linguagem essencial e verdadeira das crianças, como criador de possibilidades de trazer para a situação escolar, momentos e encontros que promovam sentimentos como o respeito às capacidades mútuas, a solidariedade e a alegria. A escola é um espaço de expressão lúdico criativa das crianças. Tem a principal finalidade de favorecer o desenvolvimento da pessoa humana numa dinâmica de interação lúdica, estimulando o processo de estruturação afetivocognitivo da criança. As brincadeiras e jogos pedagógicos são excelentes recursos de que o professor poderá lançar mão de aulas expositivas dialogadas, reciclando-se e engajando-se neste processo de ensino/aprendizagem, porque contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual e social na criança. A ludicidade é um método que promove alegria, a atração e o engajamento da criança com o conteúdo proposto. São situações vantajosas para a aprendizagem, pois favorecem o desenvolvimento de níveis complexos que facilitam os processos de expressão, socialização, comunicação, desenvolvimento pessoal, cultural e construção do conhecimento. Por meio do lúdico a criança revive suas alegrias, seus medos, seus conflitos resolvendo-os à sua maneira e transformando sua realidade naquilo que quer, internalizando regras de conduta, desenvolvendo valores que orientarão seu comportamento. Brincando a criança aprende sobre o mundo que a cerca, desenvolve as qualidades de observação, coragem, iniciativa, sociabilidade, disciplina, capacidade criativa, gentileza e enriquece os valores intelectuais e morais. Os jogos e brincadeiras não são apenas uma forma de divertimentos, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 387 Então, os jogos e brincadeiras não ficam restritos ao mundo das emoções e da sensibilidade, mas também exercita a inteligência, evolução do pensamento e de todas as funções mentais. O jogo lúdico sem dúvida pode ser uma maneira mais natural de despertar na criança a atenção, interesse e o prazer em aprender. Podemos afirmar que nenhuma aprendizagem é um ato isolado, puramente individual, desde que nasce a criança começa aprender o seu mundo cultural através da interação com aqueles que a cercam. No entanto, as brincadeiras devolvem às crianças um espaço para brincar, resgata alegria de poder experimentar, descobrir e criar, facilitando a integração entre eles. Portanto, nós profissionais da educação podemos tornar as aulas mais agradáveis e produtivas através de jogos e brincadeiras, despertando na criança o desejo de adquirir o conhecimento. Podemos dizer que incluir brincadeiras nas aulas significa incluir vida e sentimento no processo ensinoaprendizagem. THE LEADER IN THE LEARNING OF CHILD EDUCATION Abstract The play and the toy is part of a child's life, the children's world is different than the adult world. In the children's world, there are fantasy, make believe, spell, it’s over there where allows to dream and discover through plays. It is from the play that it manifests different forms of expressions which may contribute to their social and family life. The Children's education is where the importance of play is highlighted for the child's development process, in order to build knowledge through play activities involving plays, games and different toys. You have to know the importance of games and activities for the child's cognitive development. Addressing the importance of play in learning and development processes, emphasizing the cognitive and affective aspects triggered in time to play. The research is a bibliographic nature which aims to understand the importance of toys in childhood education to affective and cognitive development of child. Keywords: Games. Play. Recreational Activities. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 388 REFERÊNCIAS CURY, Augusto. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro, 2003 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 33ª ed., São Paulo: Paz e Terra, 2006. 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