A hermenêutica crítica de Paul Ricœur : diálogos entre

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A hermenêutica crítica de Paul Ricœur : diálogos entre teoria literária, filosofia e literatura UNICAMP, Miniauditório do Centro Cultural do
IEL, 3 e 4 de dezembro de 2015
PROGRAMAÇÃO Dia 3/12/2015 a) Manhã 8h30/9h : Apresentação do evento 9h/10h30 -­‐ Conferência de François Dosse (IUFM-­‐Créteil/IEP Paris) : Paul Ricœur et le structuralisme 10h30:11h : coffee break 11h/12h -­‐ Hélio Salles Gentil (Universidade São Judas Tadeu) Narrativas de ficção e mimesis : revisitando a contribuição de Paul Ricœur b) Tarde 14h/15h -­‐ Jean-­‐Luc Amalric (P.U.C São Paulo) : Criticar e imaginar : como ultrapassar o círculo hermenêutico ? 15h/16h - Adna Cândido de Paula (UFVJM) : O mal e a
hermenêutica crítica de Paul Ricœur
Dia 4/12/2015 a) Manhã 9h/10h -­‐ Jeanne-­‐Marie Gagnebin (P.U.C São Paulo) : Paul Ricœur et le pharmakon 10h/11h -­‐ Sandra Luna (U. F. da Paraíba) : A mimesis de Paul Ricœur e a tragédia 11h/11h30 : Coffee break 11h30/12h30 -­‐ Cristina Henrique da Costa (Unicamp) : O que as mulheres ganham com a hermenêutica crítica de Paul Ricœur ? b) Tarde 14h/16h -­‐ François Dosse entrevistado por Cristina Henrique da Costa: Em torno do livro "O desafio biográfico. Escrever uma vida". A hermenêutica crítica de Paul Ricœur : diálogos entre teoria literária, filosofia e literatura (UNICAMP, Miniauditório do Centro Cultural do IEL, 3 e 4 de dezembro de 2015) Qual poderia ser o interesse da filosofia de Paul Ricœur para uma reflexão sobre a literatura hoje ? O projeto ricœuriano de hermenêutica crítica permite, talvez, mobilizar os elementos que respondem a esta questão. É isto, efetivamente, a especificidade da hermenêutica ricœuriana, que a diferencia notadamente da hermenêutica gadameriana: ela faz da crítica a condição de qualquer acesso ao sentido de um texto, pensando a desconstrução das ilusões do sujeito e a crítica das ideologias (no sentido de Habermas) como momentos necessários e incontornáveis da interpretação. O ponto de partida dessa orientação crítica da filosofia de Ricœur está no reconhecimento de um conflito irredutível de interpretações, intrínseco à nossa modernidade, e na necessidade de levar em consideração a crise que esse conflito instaura no próprio âmago da filosofia. À confiança, por um lado, no sentido dos símbolos, das metáforas e das narrativas, reivindicada por certa interpretação concebida como recoleção do sentido, opõe-­‐se incessantemente, por outro lado, certa suspeita por parte da interpretação crítica (inspirada em Freud, Nietzsche e Marx), que sempre reduz o sentido a algum sintoma ou ilusão. Diante deste conflito, a mirada central da hermenêutica ricœuriana é abrir caminho para uma interpretação positiva dos textos, através de, mas também para além da distanciação crítica. Pode ser resumida em três etapas: 1 – reconhecer a objetivação do sentido em um texto, assim como a autonomização do texto que disto resulta. 2 – afirmar que a crítica não se contenta com liberar o sentido, pois também torna possível a passagem do sentido à referência, através da aplicação do mundo do texto ao mundo do leitor. 3 – a partir desta concepção de leitura, começar a repensar seriamente as condições de possibilidade de certa reintrodução crítica da subjetividade (a imaginação, o testemunho, a memória, a tradução, a crença) na interpretação dos textos de literatura. É a este debate, que discute a possibilidade de renovação dos conceitos e ferramentas da teoria e da crítica literárias à luz da hermenêutica crítica de Ricœur, que se pretende dedicar este encontro 
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