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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
S ECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E
TRANSFORMAÇÃO MINERAL
CPRM - SERV I ÇO G E OLÓ GIC O DO BR AS I L
PROD EE M - PRO G RAMA DE DESEN VOL VIM ENTO
ENERGÉTICO DOS ESTADOS EM UNI CÍPI OS
PROJETO CADASTRO
DE FONTES DE
ABASTECIMENTO POR
ÁGUA SUBTERRÂNEA
ALAGOAS
DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO
DE MINADOR DO NEGRÃO
CPR M
Ser vi ço Geológi co do Brasi l
Secretaria de Geologia,
Mineração e Transfor mação Mineral
Secretaria de Pl anej amento
e Desenvolvi mento Ener géti co
Ministéri o de
Minas e Energia
Agosto/2005
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Silas Rondeau Cavalcante Silva
Ministro de Estado
SECRETARIA EXECUTIVA
Nelson José Hubner Moreira
Secretário Executivo
SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO
Márcio Pereira Zimmermam
Secretário
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO
E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
Cláudio Scliar
Secretário
PROGRAMA LUZ PARA TODOS
Aur élio Pav ão
Diretor
SERVI ÇO GEOL ÓGICO DO BRASIL – CPRM
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
ENERG ÉTICO DOS ESTADOS E
MUNICÍPIOS
PRODEEM
Luiz Carlos Vieira
Diretor
Agamenon S érgio Lucas Dantas
Diretor-Presidente
Jos é Ribeiro Mendes
Diretor de Hidrologia e Gest ão Territorial
Manoel Barretto da Rocha Neto
Diretor de Geologia e Recursos Minerais
Álvaro Rog ério Alencar Silva
Diretor de Administra ção e Finan ças
Fernando Pereira de Carvalho
Diretor de Rela ções Institucionais e
Desenvolvimento
Frederico Cláudio Peixinho
Chefe do Departamento de Hidrologia
Fernando Antonio Carneiro Feitosa
Chefe da Divisão de Hidrogeologia e Explora ção
Ivanaldo Vieira Gomes da Costa
Superintendente Regional de Salvador
Jos é Wilson de Castro Tem óteo
Superintendente Regional de Recife
Hélbio Pereira
Superintendente Regional de Belo Horizonte
Darlan Filgueira Maciel
Chefe da Resid ência de Fortaleza
Francisco Batista Teixeira
Chefe da Resid ência Especial de Teresina
Ministério de Minas e Energia
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético
Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral
Programa Luz Para Todos
Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municí pios - PRODEEM
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR
ÁGUA SUBTERRÂNEA
ESTADO DE ALAGOAS
DIAGNÓSTICO DO MUNICÍ PIO DE MINADOR DO
NEGRÃO
ORGANIZA ÇÃO DO TEXTO
João de Castro Mascarenhas
Breno Augusto Beltrão
Luiz Carlos de Souza Junior
Recife
Agosto/2005
COORDENA ÇÃO GERAL
Frederico Cláudio Peixinho - DEHID
COORDENA ÇÃO T ÉCNICA
Fernando Ant ônio C. Feitosa - DIHEXP
COORDENA ÇÃO ADMINISTRATIVOFINANCEIRA
Jos é Emílio C. de Oliveira – DIHEXP
APOIO T ÉCNICO-ADMINISTRATIVO
Sara Maria Pinotti Benvenuti-DIHEXP
COORDENA ÇAO REGIONAL
Jaime Quintas dos S. Colares - REFO
Francisco C. Lages C. Filho - RESTE
Jo ão Alfredo C. L. Neves - SUREG-RE
Jo ão de Castro Mascarenhas – SUREG-RE
Jos é Alberto Ribeiro - REFO
Jos é Carlos da Silva - SUREG-RE
Luiz Fernando C. Bomfim - SUREG-SA
Oderson A. de Souza Filho - REFO
EQUIPE T ÉCNICA DE CAMPO
SUREG-RE
Ari Teixeira de Oliveira
Breno Augusto Beltr ão
Cícero Alves Ferreira
Cristiano de Andrade Amaral
Dunaldson Eliezer G. A. da Rocha
Franklin de Moraes
Frederico Jos é Campelo de Souza
Jardo Caetano dos Santos
Jo ão de Castro Mascarenhas
Jorge Luiz Fortunato de Miranda
Jos é Wilson de Castro Temoteo
Luiz Carlos de Souza J únior
Manoel Julio da Trindade G. Galv ão
Saulo de Tarso Monteiro Pires
S érgio Monthezuma Santoianni Guerra
Simeones Néri Pereira
Valdecílio Galv ão Duarte de Carvalho
Vanildo Almeida Mendes
SUREG-SA
Edmilson de Souza Rosas
Edvaldo Lima Mota
Hermínio Brasil Vilaverde Lopes
Jo ão Cardoso Ribeiro M. Filho
Jos é Cl áudio Viegas
Luis Henrique Monteiro Pereira
Pedro Ant ônio de Almeida Couto
V ânia Passos Borges
SUREG-BH
Ang élica Garcia Soares
Eduardo Jorge Machado Sim ões
Ely Soares de Oliveira
Haroldo Santos Viana
Reynaldo Murilo D. Alves de Brito
REFO
Ân gelo Tr évia Vieira
Felicíssimo Melo
Francisco Alves Pessoa
J áder Parente Filho
Jos é Roberto de Carvalho Gomes
Liano Silva Veríssimo
Luiz da Silva Coelho
Rob ério B ôto de Aguiar
RECENSEADORES
Ac ácio Ferreira Júnior
Adriana de Jesus Felipe
Alerson Falieri Suarez
Almir Gomes Freire – CPRM
Ân gela Aparecida Pezzuti
Antonio Celso R. de Melo - CPRM
Antonio Edílson Pereira de Souza
Antonio Jean Fontenele Menezes
Antonio Manoel Marciano Souza
Antonio Marques Honorato
Armando Arruda C. Filho - CPRM
Carlos A. G óes de Almeida - CPRM
Celso Viana Marciel
Cícero Ren é de Souza Barbosa
Cl áudio Marcio Fonseca Vilhena
Claudionor de Figueiredo
Cleiton Pierre da Silva Viana
Cristiano Alves da Silva
Edivaldo Fateicha - CPRM
Eduardo Benevides de Freitas
Eduardo Fortes Cris óstomos
Eliomar Coutinho Barreto
Emanuelly de Almeida Le ão
Emerson Garret Menor
Emicles Pereira C. de Souza
Ér ika Peconnick Ventura
Erval Manoel Linden - CPRM
Ewerton Torres de Melo
F ábio de Andrade Lima
F ábio de Souza Pereira
F ábio Luiz Santos Faria
Francisco Augusto A. Lima
Francisco Edson Alves Rodrigues
Francisco Ivanir Medeiros da Silva
Francisco Jos é Vasconcelos Souza
Francisco Lima Aguiar Junior
Francisco Pereira da Silva - CPRM
Frederico Antonio Araújo Meneses
Geancarlo da Costa Viana
Genivaldo Ferreira de Ara újo
Gustavo Lira Meyer
Haroldo Brito de Sá
Henrique Cristiano C. Alencar
Jamile de Souza Ferreira
Jaqueline Almeida de Souza
Jeft é Rocha Holanda
Jo ão Carlos Fernandes Cunha
Jo ão Luis Alves da Silva
Joelza de Lima Enéas
Jorge Hamilton Quidute Goes
Jos é Carlos Lopes - CPRM
Joselito Santiago Lima
Josemar Moura Bezerril Junior
Julio Vale de Oliveira
K ênia Nogueira Di ógenes
Marcos Aurélio C. de G óis Filho
Matheus Medeiros Mendes Carneiro
Michel Pinheiro Rocha
Narcelya da Silva Ara újo
Nic ácia Débora da Silva
Oscar Rodrigues Acioly Júnior
Paula Francinete da Silveira Baia
Paulo Eduardo Melo Costa
Paulo Fernando Rodrigues Galindo
Pedro Hermano Barreto Magalh ães
Raimundo Correa da Silva Neto
Ramiro Francisco Bezerra Santos
Raul Frota Gon çalves
Saulo Moreira de Andrade -CPRM
S érvulo Fernandez Cunha
Thiago de Menezes Freire
Valdirene Carneiro Albuquerque
Vicente Calixto Duarte Neto - CPRM
Vilmar Souza Leal – CPRM
Wagner Ricardo R. de Alkimim
Walter Lopes de Moraes Junior
TEXTO
ORGANIZA ÇÃO
Breno Augusto Beltr ão
Jo ão de Castro Mascarenhas
Luiz Carlos de Souza Junior
CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICIPIO E
DIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOS
CADASTRADOS
Breno Augusto Beltr ão
Frederico Jos é Campelo de Souza
Jardo Caetano dos Santos
Jo ão de Castro Mascarenhas
Luiz Carlos de Souza J únior
ASPECTOS SOCIOECON ÔMICOS
Breno Augusto Beltr ão
Liliane Assunção Serra Ramos Campos
Maria L úcia Acioli Beltr ão
FIGURAS ILUSTRATIVAS
Aloízio da Silva Leal
Fabiane de Andrade Lima Amorim Albino
Jaqueline Pontes de Lima
N úbia Chaves Guerra
Waldir Duarte Costa Filho
MAPAS DE PONTOS D’ ÁGUA
Robson de Carlo Silva
Fabiane de Andrade Lima Amorim Albino
BANCO DE DADOS
Desenvolvimento dos Sistemas
Josias Barbosa de Lima
Ricardo C ésar Bustillos Villafan
Coordena ção
Francisco Edson Mendonça Gomes
Administração
Eriveldo da Silva Mendon ça
Consist ência
Breno Augusto Beltr ão
EDITORA ÇÃO ELETR ÔNICA
Aline Oliveira de Lima
Fabiane de Andrade Lima Amorim Albino
Jaqueline Pontes de Lima
SUPORTE T ÉCNICO DE EDITORA ÇÃO
Claudio Scheid
Jos é Pessoa Veiga Junior
Manoel J úlio da T. Gomes Galv ão
Roberto Batista dos Santos
ANALISTA DE INFORMA ÇÕE S
Dalvanise da Rocha S. Bezerril
RESTE
Antonio Reinaldo Soares Filho
Carlos Ant ônio Luz
Cipriano Gomes Oliveira
Heinz Alfredo Trein
Ney Gonzaga de Souza
CPRM - Serviço Geol ógico do Brasil
Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterr ânea. Diagn óstico
do município de Minador do Negr ão, estado de Alagoas/ Organizado [por] Jo ão de
Castro Mascarenhas, Breno Augusto Beltr ão, Luiz Carlos de Souza Junior. Recife:
CPRM/PRODEEM, 2005.
12 p. + anexos
EM DESTAQUE
Almir Ara újo Pacheco- SUREG-BE
Ana Cl áudia Vieiro – SUREG-PA
Bráulio Rob ério Caye - SUREG-PA
Carlos J. B. Aguiar - SUREG-MA
Geraldo de B. Pimentel – SUREG-PA
Paulo Pontes Ara újo – SUREG-BE
Tom ás Edson Vasconcelos - SUREG-GO
“Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea, estado
de Alagoas”
1. Hidrogeologia – Alagoas - Cadastros. 2. Água subterr ânea – Alagoas Cadastros. I. Mascarenhas, Jo ão de Castro org. II. Beltr ão, Breno Augusto org. III.
Souza Júnior, Luiz Carlos de org. I. Título.
CDD 551.49098135
Permitida a reprodução desde que mencionada a fonte
APRESENTAÇÃ O
A CPRM – Serviço Geológico do Brasil, cuja missão é gerar e difundir
conhecimento geológico e hidrológico básico para o desenvolvimento sustentável do
Brasil, desenvolve no Nordeste brasileiro, para o Ministério de Minas e Energia,
ações visando o aumento da oferta hí drica, que estão inseridas no Programa de
Água Subterrânea para a Região Nordeste, em sintonia com os programas do
governo federal.
Executado por intermédio da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial,
desde o iní cio o programa é orientado para uma filosofia de trabalho participativa e
interdisciplinar e, atualmente, para fomentar ações direcionadas para inclusão social
e redução das desigualdades sociais, priorizando ações integradas com outras
instituições, visando assegurar a ampliação dos recursos naturais e, em particular,
dos recursos hí dricos subterrâneos, de forma compatí vel com as demandas da
região nordestina.
É neste contexto que está sendo executado o Projeto Cadastro de Fontes de
Abastecimento por Água Subterrânea, localizado no semi-árido do Nordeste, que
engloba os estados do Piauí , Ceará, Rio Grande do Norte, Paraí ba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia, norte de Minas Gerais e do Espí rito Santo. Embora com
múltiplas finalidades, este projeto visa atender diretamente as necessidades do
PRODEEM, no que se refere à indicação de poços tubulares em condições de
receber sistemas de bombeamento por energia solar.
Assim, esta contribuição técnica de significado alcance social do Ministério de
Minas e Energia, em parceria com a Secretaria de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral e com o Serviço Geológico do Brasil, servirá para dar
suporte aos programas de desenvolvimento da região, com informações
consistentes e atualizadas e, sobretudo, dará subsí dios ao Programa Fome Zero, no
tocante às ações efetivas para o abastecimento público e ao combate à fome das
comunidades sertanejas do semi-árido nordestino.
José Ribeiro Mendes
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
SUMÁ RIO
APRESENTAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
2. ÁREA DE ABRANGÊNCIA
3. METODOLOGIA
4. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍ PIO DE MINADOR DO NEGR ÃO
4.1
4.2
4.3
4.4
- LOCALIZAÇÃO E ACESSO
- ASPECTOS SOCIOECON ÔMICOS
- ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
- GEOLOGIA
5. RECURSOS HÍ DRICOS
5.1 - ÁGUAS SUPERFICIAIS
5.2 - ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
5.2.1 - DOMÍ NIOS HIDROGEOL ÓGICOS
6. DIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOS CADASTRADOS
6.1 - ASPECTOS QUALITATIVOS
7. CONCLUS ÕES E RECOMENDA ÇÕES
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
1 - PLANILHAS DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO
2 - MAPA DE PONTOS DE ÁGUA
3 - ARQUIVO DIGITAL - CD ROM
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
1. INTRODU ÇÃO
O Polígono das Secas apresenta um regime pluviom étrico marcado por extrema irregularidade
de chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cen ário, a escassez de água constitui um forte entrave ao
desenvolvimento socioecon ômico e, at é mesmo, à subsist ência da popula ção. A ocorr ência cíclica
das secas e seus efeitos catastr óficos s ão por demais conhecidos e remontam aos prim órdios da
hist ória do Brasil.
Esse quadro de escassez poderia ser modificado em determinadas regi ões, atrav és de uma
gest ão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterr âneos. Entretanto, a car ência de estudos
de abrang ência regional, fundamentais para a avaliação da ocorr ência e da potencialidade desses
recursos, reduz substancialmente as possibilidades de seu manejo, inviabilizando uma gest ão
eficiente. Al ém disso, as decis ões sobre a implementação de a ções de conviv ência com a seca
exigem o conhecimento b ásico sobre a localiza ção, caracteriza ção e disponibilidade das fontes de
água superficiais e subterr âneas.
Para um efetivo gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente num contexto
emergencial, como é o caso das secas, merece aten ção a utilização das fontes de abastecimento de
água subterr ânea, pois esse recurso pode tornar-se significativo no suprimento hídrico da população
e dos rebanhos. Neste sentido, um fato preocupante é o desconhecimento generalizado, em todos os
setores, tanto do n úmero quanto da situação das captações existentes, fato este agravado quando se
observa a grande quantidade de captações de água subterr ânea no semi- árido, principalmente em
rochas cristalinas, desativadas e/ou abandonadas por problemas de pequena monta, em muitos casos
passíveis de serem solucionados com a ções corretivas de baixo custo.
Para suprir as necessidades das institui ções e demais segmentos da sociedade atuantes na
regi ão nordestina, no atendimento à popula ção quanto à garantia de oferta hídrica, principalmente
nos momentos críticos de estiagem, a CPRM est á executando o Projeto Cadastro de Fontes de
Abastecimento por Água Subterrânea em conson ância com as diretrizes do Governo Federal e dos
prop ósitos apresentados pelo Minist ério de Minas e Energia.
Este Projeto tem como objetivo a realiza ção do cadastro de todos os po ços tubulares, po ços
2
amazonas representativos e fontes naturais, em uma área de 722.000 km da regi ão Nordeste do
Brasil, excetuando-se as áreas urbanas das regi ões metropolitanas.
2. ÁREA DE ABRANG ÊNCIA
A área de abrang ência do projeto de cadastramento (figura 1) estende-se pelos estados do
Piauí, Cear á, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais e
Espírito Santo.
Figura 1 – Área de abrang ência do Projeto
1
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
3. METODOLOGIA
O planejamento operacional para a realiza ção desse projeto teve como base a experi ência da
CPRM nos projetos de cadastramento de po ços dos estados do Cear á e Sergipe, executados com
sucesso em 1998 e 2001, respectivamente.
Os trabalhos de campo foram executados por microrregi ão, com áreas variando de 15.000 a
2
25.000 km . Cada área foi levantada por uma equipe coordenada por dois t écnicos da CPRM e
composta, em m édia, de seis recenseadores, na maioria estudantes de nível superior dos cursos de
Geologia e Geografia, selecionados e treinados pela CPRM.
O trabalho contemplou o cadastramento das fontes de abastecimento por água subterrânea (po ço
tubular, poço escavado e fonte natural), com determinação das coordenadas geogr áficas pelo uso do
Global Positioning System (GPS) e obten ção de todas as informa ções passíveis de serem coletadas
atrav és de uma visita t écnica (caracterização do poço, instalações, situa ção da captação, dados
operacionais, qualidade da água, uso da água e aspectos ambientais, geol ógicos e hidrológicos).
Os dados coletados foram repassados sistematicamente a Divis ão de Hidrogeologia e
Explora ção da CPRM, em Fortaleza, para, ap ós rigorosa an álise, alimentarem um banco de
dados. Esses dados, devidamente consistidos e tratados, possibilitaram a elabora ção de um
mapa de pontos d’ água, de cada um dos municípios inseridos na área de atua ção do Projeto,
cujas informa ções s ão complementadas por esta nota explicativa, visando um f ácil manuseio e
compreens ão acessível a diferentes usu ários.
Na elabora ção dos mapas de pontos d‘ água, foram utilizados como base cartogr áfica os mapas
municipais estatísticos em formato digital do IBGE (Censo 2000), elaborados a partir das cartas
topogr áficas da SUDENE e DSG – escala 1:100.000, sobre os quais foram colocados os dados
referentes aos po ços e fontes naturais contidos no banco de dados. Os trabalhos de arte final e
impress ão dos mapas foram realizados com o aplicativo CorelDraw. A base estadual com os limites
municipais foi cedida pelo IBGE. O mapa de pontos d’ água foi gerado a partir da Base Cartogr áfica
Digital do Estado de Alagoas, cedida pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente, Recursos Hídricos
e Naturais – SEMARHN.
H á municípios em que ocorrem alguns casos de poços plotados fora dos limites do mapa
municipal. Tais casos ocorrem devido à imprecis ão nos traçados desses limites, seja pela pequena
escala do mapa fonte utilizado no banco de dados (1:250.000), seja por problemas ainda existentes
na cartografia estadual, ou talvez devido a informa ções incorretas prestadas aos recenseadores ou,
simplesmente, erro na obten ção das coordenadas.
Al ém desse produto impresso, todas as informa çõe s coligidas est ão disponíveis em meio
digital, através de um CD ROM, permitindo a sua contínua atualiza ção.
4. CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICÍPIO DE MINADOR DO NEGR ÃO
4.1 - Localiza ção e Acesso
O município de Minador do Negrão est á localizado na regi ão central do Estado de Alagoas,
limitando-se a norte e a oeste com o estado de Pernambuco, a sul com o município de Cacimbinhas,
a leste com Estrela de Alagoas.
2
A área municipal ocupa 166,6 km (0,60% de AL), inserida na mesoregi ão do Agreste Alagoano
e na microregi ão de Palmeira dos Índios, predominantemente na Folha Palmeira dos Índios (SC.24-XD-II) na escala 1:100.000, editada pelo MINTER/SUDENE em 1973.
A sede do município tem uma altitude de 270 m e coordenadas geogr áficas de 9°18’18,0’’ de
latitude sul e 36°51’53,0’’ de longitude oeste.
O acesso a partir de Macei ó é feito atrav és das rodovias pavimentadas BR-316 e AL-490, com
percurso total em torno de 170 km (figura 2).
2
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
01
-1
01
A
BR
A L-4 65
05
4
CANAPI
-1
6
B R - 10
MATA GRANDE
L -1
PE
RN
AM
BU
CO
B
31
R-
PE
RN
AM
BU
CO
CO
BU
AM
RN
PE
AL
AL-490
AT
LÂ
NT
IC
O
3
BR -42
AL 4 13
4
-4 2
BR
OURO BRANCO
INHAPI
ÁGUA
BRANCA
MINADOR
do NEGRÃO
BR -3
16
-120
AL
BR 10
1
10
AL
OC
EA
NO
ARAPIRACA
-1
10
AL
-10
1
AL -10 5
TRAIPU
01
-10°
36°
AL
AL -1
10
R1
1
AL
-1
0
0
B
-9°30´
35°30´
4
AL
-1
30
BR-316
R-
BATALHA
PÃO de AÇÚCAR
22
-
SE
RG
IPE
AL
B
PIRANHAS
6
-3 1
AL -220
BR
OLHO D’ÁGUA
do CASADO
A L -11 5
SANTANA do
IPANEMA
DELMIRO GOUVEIA
45
5
N
SE
RG
IPE
Convenções
10
1
Sede do município
AL 100 km
Rodovias Federais:
pavimentadas
não pavimentadas
Rodovias Estaduais:
pavimentadas
não pavimentadas
Estradas vicinais
Figura 2 – Mapa de acesso rodovi ário
4.2 - Aspectos Socioecon ômicos
O município foi criado em 1962. Segundo o censo 2000 do IBGE, a população total residente é
de 5.399 habitantes, dos quais 2.681 do sexo masculino (49,70%) e 2.718 do sexo feminino
(50,30%). S ão 1.898 os habitantes da zona urbana (35,20%) e 3.501 os da zona rural (64,80%).
2
A densidade demogr áfica é de 32,41 hab/km .
A rede p ública de sa úde n ão disp õe de hospital, existindo apenas 02 Unidades Ambulatoriais e
01 Centros de Sa úde. Não existem consult órios m édicos ou odontol ógicos registrados no município.
Na área educacional, s ão 02 escolas de ensino pr é-escolar, com 64 alunos matriculados, 21
escolas de ensino fundamental, com 2.199 alunos matriculados e 01 escola de ensino m édio, com
124 alunos. No município existem 2.149 habitantes alfabetizados com idades acima de 10 anos
(39,80% da popula ção).
Existem 3.517 eleitores cadastrados no município (65,10% da popula ção).
Existem no município 1.215 domicílios particulares permanentes, dos quais 745 (61,30%)
possuem banheiro ou sanit ário e destes, apenas 04 (0,33%) possuem banheiro e esgotamento
sanit ário via rede geral. Cerca de 274 (22,60%) s ão abastecidos pela rede geral de água, enquanto
que 08 (0,66%) s ão abastecidos por po ço ou nascente e 933 utilizam outras formas de abastecimento
(76,80%). Apenas 425 (35,00%) domicílios s ão atendidos pela coleta de lixo, evidenciando a
exist ência de uma fonte de s érios problemas ambientais e de sa úde p ública para a população.
Existe 01ag ência dos Correios na sede do município. N ão h á infra-estrutura banc ária.
O PIB de Major Isidoro foi de U$ 6.423.095,00 e o PIB per capita foi de U$ 399,00 em 1998. O
FPM = R$ 1.385.356,78, o ITR = R$ 1.219,70 e o Fundef = 640.820,48 (Anu ário Estatístico de
Alagoas – 2001). O sal ário m édio mensal é de R$ 142,28 (54,70% do sal ário mínimo nacional)
As principais atividades econ ômicas do município são: Com ércio, servi ços e agropecu ária.
Atualmente conta com 28 empresas com CNPJ, atuantes (1998), ocupando 131 pessoas (2,40% da
popula ção).
3
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
Na área de pecu ária, conta com os seguintes rebanhos (cabe ças): bovinos – 11.659; suínos –
1.049; eq üinos – 624; asininos – 61; muares – 80; caprinos – 1.177; ovinos – 1.984, aves – 21.221. A
produção leiteira é de 5.557.000 litros e a de ovos de galinha –35.000 d úzias.
Na área agrícola: Feij ão – 342 ha (82 t), Mandioca – 25 ha (213 t) e Milho – 300 ha (126 t). O
3
Extrativismo produz 1 t de castanha de caju, 1 t de carv ão vegetal e 1.102 m de lenha.
No ranking de desenvolvimento, Minador do Negrão est á em 61º lugar no estado (61/101
municípios)
e
em
5.133º
lugar
no
Brasil
(5.133/5.561
municípios)
(www.desenvolvimentomunicipal.com.br).
4.3 Aspectos Fisiográficos
O município de Minador do Negr ão est á inserido na unidade geoambiental do Planalto da
Borborema, formada por maci ços e outeiros altos, com altitude variando entre 650 a 1.000 metros.
Ocupa uma área de arco que se estende do sul de Alagoas at é o Rio Grande do Norte. O relevo é
geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. Com respeito à fertilidade dos
solos é bastante variada, com certa predomin ância de m édia para alta.
A área da unidade é recortada por rios perenes, porém de pequena vaz ão e o potencial de
água subterr ânea é baixo.
A vegetação desta unidade é formada por Florestas Subcaducif ólica e Caducif ólica, pr óprias
das áreas agrestes.
O clima é do tipo Tropical Chuvoso, com ver ão seco. A estação chuvosa se inicia em
janeiro/fevereiro com t érmino em setembro, podendo se adiantar at é outubro.
Nos topos e vertentes dos vales ondulados baixos os solos s ão do tipo Podzólicos, bem
drenados; nos fundos de vales os solos s ão aluviais, mal drenados e nas cristas residuais ocorrem os
solos Lit ólicos, mal drenados.
4.4 Geologia
O município de Minador do Negr ão encontra-se geologicamente inserido na Província
Borborema, abrangendo rochas do embasamento gnái ssico-migmatítico, datadas do Arqueano ao
Paleoproteroz óico e a seq üência metam órfica oriunda de eventos tect ônicos ocorridos durante o
Meso e NeoProterozóico. A Província est á aqui representada pelos lit ótipos dos complexos Cabrob ó
e Bel ém de S ão Francisco e pela Suíte Itaporanga (Figura 3).
O Complexo Cabrob ó-Unidade 2 (Mpca2), situa-se nos quadrantes NE, SE e NW do município,
sendo constituído por xistos, gnaisses, leucognaisses, metarc óseos, metagrauvacas e quartzitos.
O Complexo Bel ém do S ão Francisco (MP3bf), aflora a SW e NW da área, sendo representado
por leuco-ortognaisses tonalítico-granodioríticos migmatizados e enclaves de supracrustais.
A Suíte Intrusiva Itaporanga, calcialcalina de m édio a alto pot ássio (NP3γ2cm), aflora a NE, SE
e NW da área, englobando granitos e granodioritos associados a dioritos.
4
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
N
PERNAMBUCO
Minador do Negrão
MPca2
AL 490
MP3bf
AL 490
ESCALA GRÁFICA
2
0
2
4 Km
CONVENÇÕES GEOLÓGICAS
UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS
UNIDADES ESTRUTURAIS
Contato geológico
Neoproterozóico
Lineamentos e strutu rais (Traços de Sup erfíceis)
Corpo Granitóides Ind iscriminados: M etagranito, meta granodiorito,
metamon zodiorito.
Suíte calcialcalina de médio a alto potássio Itapo ranga (cm ):
granito e granodiorito porfirítico associado a diorito (588 Ma U-Pb)
CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS
Sede M unicipa l
Mesoproterozóico
Rodovias
MP3bf
Comp le xo Belém do São Fra ncisco: leuco-ortognais se tonalític ogranodiorítico migmatizado, enclave s de supracrustais (1070 Ma R b-S r)
Lim ite s Inte rmunicipais
MPca2
Comp le xo Cab robó (ca2): xisto, gna isse, leucognaisse, metarcóseo,
metagrauvaca e quartzito
Rios e ria cho s
Açude/barragem
Figura 3 – Mapa Geol ógico
5. RECURSOS HÍDRICOS
5.1 - Águas Superficiais
O município de Minador do Negrão est á inserido na bacia do Rio S ão Francisco, sendo
banhado pela sub-bacia do Rio Traip ú e seus Afluentes, os Riachos: da Torta e do Mel, em sua
porção SW, e o Rio Salgado na por ção leste do município. O padr ão de drenagem predominante é o
dendrítico e com sentido preferencial NW-SE. O sistema fluvial des água no Rio S ão Francisco.
5
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
5.2 - Águas Subterrâneas
5.2.1 – Domínios Hidrogeol ógicos
A área do município em estudo est á inserida no Domínio Hidrogeol ógico Fissural: Subdomínio
Rochas Metam órficas: caracterizado por rochas do embasamento cristalino regionalmente
representadas por granulitos do Grupo Girau do Ponciano e pelos complexos gnaíssico-migmatítico e
migmatítico granítico (Arqueano), rochas vulcano-sedimentares, compostas por quartzitos, micaxistos,
gnaissese metavulc ânicas diversas do Grupo Macururé e ortognaisses (Proteroz óico). Figura 4.
Figura 4 – Domínios Hidrogeol ógicos
6. DIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOS CADASTRADOS
O levantamento realizado no município registrou a presença de 21 pontos d’ água, sendo todos
poços tubulares.
Com rela ção à propriedade do terreno onde est ão localizados os pontos d’ água cadastrados,
podemos ter: terrenos p úblicos, quando o terreno for de serventia p ública e; particular, quando for de
uso privado. Conforme ilustrado na figura 5.1, existem cinco pontos d’ água em terreno p úblico e 16
em terreno particular.
6
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
Público
24%
Particular
76%
Particular
Público
Figura 5.1 – Natureza da propriedade dos terrenos onde existem po ços tubulares.
Quanto ao tipo de abastecimento que se destina o uso da água, os pontos cadastrados foram
classificados em: comunit ários, quando atendem a v árias famílias e; particular, quando atendem
apenas ao seu propriet ário. A figura 5.2 mostra que dois pontos d’ água destinam-se ao atendimento
comunit ário e em 19 pontos a finalidade do abastecimento n ão foi definida.
Comunitário
14%
Não
Informado
86%
Não Informado
Comunitário
Figura 5.2 – Finalidade do abastecimento dos po ços.
Quatro situa ções distintas foram identificadas na data da visita de campo: po ços em operação,
paralisados, n ão instalados e abandonados. Os po ços em opera ção s ão aqueles que funcionavam
normalmente. Os paralisados estavam sem funcionar temporariamente devido a problemas
relacionados à manutenção ou quebra de equipamentos. Os n ão instalados representam aqueles
po ços que foram perfurados, tiveram um resultado positivo, mas n ão foram ainda equipados com
sistemas de bombeamento e distribui ção. E por fim, os abandonados, que incluem po ços secos e
po ços obstruídos, representam os po ços que n ão apresentam possibilidade de produ ção.
A situa ção dessas obras, levando-se em conta seu car áter p úblico ou particular, é apresentada
em n úmeros absolutos no quadro 5.1 e em termos percentuais na figura 5.3.
Quadro 5.1 – Situa ção dos po ços cadastrados conforme a finalidade do uso
Natureza do Po ço Abandonado Em Opera ção
Não Instalado
Paralisado
Comunit ário
1
1
Indefinido
4
7
5
3
Total
4
8
6
3
7
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Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
Paralisado
14%
Abandonado
19%
Não
Instalado
29%
Abandonado
Em
Operação
38%
Em Operação
Não Instalado
Paralisado
Figura 5.3 – Situa ção dos po ços cadastrados em percentagem
Em rela ção ao uso da água, 9% dos pontos cadastrados s ão destinados ao uso dom éstico
prim ário ( água de consumo humano para beber); 36% s ão utilizados para uso dom éstico prim ário e
secund ário ( água de consumo humano para beber e uso geral); e em 55% para dessedenta ção
animal, conforme mostra a figura 5.4.
Doméstico
Primário
9%
Doméstico
Secundário
36%
Animal
55%
Animal
Doméstico Primário
Doméstico Secundário
Figura 5.4 – Uso da água
8
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
A figura 5.5 mostra a rela ção entre os poços tubulares atualmente em opera ção e os po ços
passíveis de entrarem em funcionamento (paralisados e n ão instalados). Verifica-se que sete po ços
particulares encontram-se n ão instalados ou paralisados e seis est ão em pleno funcionamento. Com
rela ção aos po ços tubulares p úblicos, dois po ços encontram-se n ão instalados ou paralisados,
podendo, entretanto vir a operar, somando suas descargas àquelas dos outros dois poços que est ão
em uso.
7
6
5
4
3
2
1
0
Em Operação
Paralisado/Não Instalado
Particular
6
7
Público
2
2
Figura 5.5 – Rela ção entre po ços em uso e desativados
Com rela ção a fonte de energia utilizada nos sistemas de bombeamento dos po ços, a figura
5.6 mostra que nove po ços particulares utilizam energia el étrica, todos monof ásica quanto nenhum
utiliza outras fontes de energia. Quanto aos po ços p úblicos dois operam com energia el étrica e
nenhum usa outras fontes de energia.
10
8
6
4
2
0
Com Energia
Outras Fontes
Particular
9
0
Público
2
0
Figura 5.6 – Tipo de energia utilizada no bombeamento d’ água
6.1 – Aspectos Qualitativos
Com relação a qualidade das águas dos pontos cadastrados, foram realizadas in loco medidas
de condutividade el étrica, que é a capacidade de uma subst ância conduzir a corrente el étrica estando
diretamente ligada com o teor de sais dissolvidos sob a forma de íons.
Na maioria das águas subterr âneas naturais, a condutividade el étrica multiplicada por um fator,
que varia entre 0,55 a 0,75, gera uma boa estimativa dos s ólidos totais dissolvidos (STD) na água.
Para as águas subterr âneas analisadas, a condutividade el étrica multiplicada pelo fator 0,65 fornece
o teor de s ólidos dissolvidos.
9
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
o
Conforme a Portaria n 1.469/FUNASA, que estabelece os padr ões de potabilidade da água
para consumo humano, o valor m áximo permitido para os s ólidos dissolvidos (STD) é 1000 mg/L.
Teores elevados deste par âmetro indicam que a água tem sabor desagrad ável, podendo causar
problemas digestivos, principalmente nas crian ças, e danifica as redes de distribui ção.
Para efeito de classifica ção das águas dos pontos cadastrados no município, foram
considerados os seguintes intervalos de STD (S ólidos Totais Dissolvidos):
0
501
a 500 mg/L água doce
a 1.500 mg/L água salobra
> 1.500 mg/L água salgada
Foram coletadas e analisadas amostras de água de tr ês po ços tubulares. Os resultados das
an álises mostraram valores oscilando de 4680,00 e 9477,00 mg/L., com valor m édio de 7464,17
mg/L. Observando o quadro 5.2 que mostra a classificação das águas subterr âneas no município,
verifica-se a predomin ância de água salgada em todos os po ços analisados.
Quadro 5.2 – Qualidade das águas subterr âneas no município conforme a situa ção do po ço
Qualidade da água
Em Uso
Não Instalado
Paralisado
Salina
1
1
1
Total
1
1
1
10
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Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
7. CONCLUS ÕES E RECOMENDA ÇÕES
A an álise dos dados referentes ao cadastramento de pontos d´ água executado no município
permitiu estabelecer as seguintes conclusões e recomenda ções:
• Dos 21 pontos d’ água cadastrados, apenas 08 (38,10%) encontram-se em opera ção e 04
(19,00%) foram descartados (abandonados) por estarem secos ou obstruídos. Dos 09 pontos
restantes (42,90%), 05 s ão po ços n ão-instalados e 04 est ão paralisados, por motivos os
mais diversos. Estes po ços representam uma reserva potencial substancial, que pode vir a
reforçar o abastecimento no município se, ap ós uma an álise t écnica apurada, forem
considerados aptos à recuperação e/ou instala ção. Cabe à administra ção municipal promover
ou articular o processo de an álise desses po ços, aumentando substancialmente a oferta
hídrica no município.
• Todos os pontos d’ água que tiveram amostras analisadas, apresentaram águas salgadas,
uma amostragem típica de aq üíferos fissurais. Existem no município apenas 09
dessalinizadores, sendo 03 em fase de instala ção, 03 abandonados e 03 paralisados por
defeitos e/ou falta de manuten ção adequada. Apenas 02 est ão instalados em po ços p úblicos,
evidenciando a necessidade de uma urgente interven ção do poder p úblico, principalmente no
que concerne aos po ços comunit ários, visando a instala ção e a recupera ção dos
dessalinizadores, para melhoria da qualidade da água oferecida à popula ção e redu ção dos
riscos à sa úde existentes.
• Po ços paralisados ou n ão instalados em virtude da alta salinidade e que possam ter uso
o
comunit ário, tamb ém devem ser analisados em detalhe (vaz ão, an álise físico-química, n de
famílias atendidas, etc) para verifica ção da viabilidade da instala ção de equipamentos de
dessaliniza ção;
• Com rela ção ao ítem acima, deve ser analisada a possibilidade de treinamento de moradores
pr óximos ao po ço, para manuten ção de bombas e dessalinizadores em caso de pequenos
defeitos ou para fazer a comunicação à Prefeitura Municipal em caso de problemas mais
graves, para que sejam tomadas ou articuladas as medidas cabíveis.
• Importante chamar a aten ção para o lan çamento inadequado dos rejeitos dos
dessalinizadores (geralmente direto ao solo). É necess ário que as prefeituras se empenhem
no sentido de dotar os po ços com dessalinizadores de um recept áculo adequado, evitando a
polui ção do aq üífero e a salinização do solo
• Todos os po ços deveriam sofrer manuten ção peri ódica para assegurar o seu pleno
funcionamento, principalmente em tempos de estiagem prolongada; por manuten ção
peri ódica entende-se um período, no mínimo anual, para retirada do equipamento do po ço e
sua manuten ção e limpeza, al ém de limpeza do po ço como um todo, possibilitando a
recupera ção ou manuten ção das vaz ões originais do po ço.
• Para assegurar a boa qualidade da água, do ponto de vista bacteriol ógico, devem ser
implantadas em todos os po ços ativos e paralisados passíveis de recupera ção, medidas de
proteção sanit ária tais como: selo sanit ário, tampa de proteção, limpeza permanente do
terreno, cerca de proteção, etc. O que pode ser articulado entre a Prefeitura Municipal e a
pr ópria popula ção benefici ária do po ço. Quanto aos poços abandonados, devem ser tomadas
medidas de conten ção, como a coloca ção de tampas soldadas ou aparafusadas, visando
evitar a contaminação do lençol fre ático por queda acidental de pequenos animais e
introdu ção de corpos estranhos, especialmente por crian ças.
11
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
8. REFER ÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS
ANU ÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2000. Brasília: DNPM, v.29, 2000. 401p.
BRASIL. MINIST ÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Minas e Metalurgia; CPRM – Servi ço
Geol ógico do Brasil [CD ROM] Geologia, tect ônica e recursos minerais do Brasil, Sistema de
Informa ções Geográficas SIG. Mapas na escala 1:2.500.000. Brasília: CPRM, 2001. Disponível
em 04 CD’s
FUNDA ÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Geografia do
Brasil. Regi ão Nordeste. Rio de Janeiro: SERGRAF, 1977. Disponível em 1 CD
FUNDA ÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Mapas Base dos
municípios do Estado de Alagoas. Escalas variadas. In édito.
LEAL, Jos é Menezes Invent ário hidrogeol ógico do Nordeste. Folha nº 20
SUDENE, 1970. 150p.
Aracaj ú NE. Recife:
RODRIGUES E SILVA, Fernando Barreto; SANTOS, José Carlos Pereira dos; SILVA, Ademar Barros
da et al [CD ROM] Zoneamento Agroecol ógico do Nordeste do Brasil: diagn óstico e
progn óstico. Recife: Embrapa Solos. Petrolina: Semi-Árido, 2000. Disponível em 1 CD
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Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
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ANEXO 1
PLANILHA DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO
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Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão
Estado de Alagoas
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea
Diagnóstico do Municí pio de Minador do Negrão – Estado de Alagoas
C ÓDI GO
PO ÇO
CV251
CV252
CV253
CV254
CV255
CV256
CV257
CV258
CV259
CV260
CV261
CV262
CV263
CV264
CV265
CV266
CV267
CV268
CV269
CV270
CV305
LOCALIDADE
Sitio Travessão
Sitio Travessão
Sitio Jiquiri II
Sitio Jiquiri
Sitio Jiquiri I
Sitio Jiquiri
Sitio Juazeiro
Minador do Negrão
Sitio Torta
SitioTorta(Esc.Antonio Sapucaia)
Sitio Tingui
Sitio Mulungu
Sitio Mulungu
Fazenda Tingui
Sitio Salgado
Lajeiro Alto
SitioIpueiras (Esc. AntonioGaledoso)
Sitio Cachoeira
Sitio Salgadinho
Sede
Fazenda Lagoa Do Boi
LATITUDE
S
LONGITUDE
W
PONTO DE
ÁGUA
NATUREZA DO
TERRENO
PROF.
(m)
091729,9
091724,1
091731,7
091730,0
091808,3
091813,5
091810,0
091816,3
091954,9
091955,7
092204,1
092144,6
092146,4
092210,6
092037,2
091951,4
091914,1
091716,1
091607,0
091821,2
092047,3
365248,4
365248,0
365334,8
365337,4
365314,0
365304,2
365213,4
365153,0
365255,4
365256,1
365422,2
365528,4
365527,0
365259,9
364758,5
364753,4
365018,0
365140,9
365217,0
365152,1
365112,3
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Poço Tubular
Particular
Particular
Particular
Particular
Particular
Particular
Particular
Publico
Publico
Publico
Particular
Particular
Particular
Particular
Particular
Particular
Publico
Particular
Particular
Publico
Particular
52,00
50,00
55,00
VAZ ÃO
(L/h)
4000,00
48,00
48,00
52,00
52,00
47,00
42,00
5000,00
6000,00
52,00
1200,00
47,00
60,00
48,00
SITUA ÇÃO DO
PO ÇO
EQUIPAMENTO DE
BOMBEAMENTO
Não Instalado
Não Instalado
Em Operação
Em Operação
Em Operação
Em Operação
Paralisado
Não Instalado
Em Operação
Abandonado
Não Instalado
Paralisado
Em Operação
Não Instalado
Paralisado
Abandonado
Em Operação
Abandonado
Em Operação
Paralisado
Abandonado
Não Equipado
Não Equipado
Bomba Submersa
Bomba Submersa
Bomba Submersa
Bomba Submersa
Bomba Submersa
Não Equipado
Bomba Submersa
Não Equipado
Não Equipado
Bomba Submersa
Bomba Submersa
Não Equipado
Bomba Submersa
Não Equipado
Bomba Submersa
Não Equipado
Bomba Submersa
Bomba Submersa
Não Equipado
FONTE DE
ENERGIA
FINALIDADE
DO USO
Monofásica
Monofásica
Monofásica
Monofásica
Monofásica
Comunitário
STD
(mg/L)
Monofásica
Monofásica
Monofásica
Comunitário
4680,00
Monofásica
Monofásica
8235,50
Monofásica
9477,00
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ANEXO 2
MAPA DE PONTOS D’ Á GUA
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