período regencial (1831 – 1840)

Propaganda
Natal,
___/___/2014
ALUNO:
Nº
SÉRIE/ANO:
TURMA:
RN
TURNO:
M/V
perí
HISTÓRIA
DAIANNE LUZ odo
TEXTO COMPLEMENTAR
1º Trimestre
clás
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PERÍODO REGENCIAL (1831 – 1840)
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(Sé
a) REGÊNCIA TRINA PERMANENTE:
c.
V–
Em 1831, aconteceu a abdicação de D. Pedro I, devido a sua impopularidade junto aos brasileiros,
IV
em favor do seu filho Pedro de Alcântara, que se encontrava com cinco anos de idade. Nesse caso
a.Ca
Constituição Brasileira de 1824 previa a instalação de um governo interino, o qual foi denominado) de
Regência, e seus membros (os regentes) deveriam ser eleitos pela Assembleia Geral, a qualAte
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encontrava de recesso no momento.
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Para resolver o problema, os poucos parlamentares que se encontravam no Rio de Janeiro
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escolheram um governo provisório formado por três membros – a Regência Trina Provisória, a sua
qual
governou de abril a junho de 1831. Tempo suficiente para restabelecer o ministério brasileiro, que tinha
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em
sido deposto por D. Pedro I, e anistiar os presos políticos.
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Após três meses de governo provisório,mo
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Assembleia geral elegeu uma Regência Trina
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Permanente para um mandato de quatro anos. Como
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destaque desse momento se tem a criação da Guarda
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Nacional, em 1831, pelo então Ministro da Justiça
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padre Diogo Antônio Feijó, que tinha como
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responsabilidade manter a ordem interna do país. Era
comandada por brasileiros ricos, geralmente donos nto
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terras, sendo a origem do termo coronel, e por
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empregados de suas fazendas.
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(Retirada de: http://rodrigoudo.com/blog, em 08/03014) sua
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A situação política no Brasil estava bem divergente com a abdicação de D. Pedro I fazendo surgir
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diferentes propostas políticas para o país, tais como:
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 Restaurador: grupo político que defendia a volta de D. Pedro I ao governo do Brasil. Era defendido
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por comerciantes portugueses.
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 Liberal Moderado: Defendia um governo centralizado com sede no Rio de Janeiro e a unidade
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territorial. Era defendido pela elite rural, a qual desejava manter a estrutura vigente da Monarquia
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da escravidão.
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ou Liberal exaltado: Defendia a liberdade de imprensa e autonomia das províncias, o que significava
a descentralização do poder imperial. Era defendido por membros das classes urbanas esedo
co
Exército.
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Diante das divergências políticas no Brasil foi criado em 1834 um Ato Adicional, que alterava algumas
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clausulas na Carta de 1824, como por exemplo: criação de Assembleias Legislativas Provinciais, dando
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liberdade administrativa as provinciais; estabelecimento do Município Neutro, no caso o Rio de Janeiro;
instituição da Regência Uma, a qual seria eleita pelas Assembleias Provinciais de todo o país paraorta
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mandato de quatro anos.
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DISCIPLINA:
TIPO DE ATIVIDADE:
PROFESSOR (A):
b) REGÊNCIA UNA:
Para o cargo de regente uno foi eleito, em 1835, o padre Antônio Feijó. O clima no Brasil era
tenso, por causa das muitas revoltas, e conturbado na política. Os membros do partido moderado se
dividiram em progressistas (a favor da manutenção da autonomia provincial) e regressistas (defensores
da centralização para acabar com as revoltas). Sem coseguir conter o avanço das revoltas, como a Guerra
dos Farrapos, no Rio Grande do Sul, o padre Feijó renunciou o cargo.
Em seu lugar assumiu, provisoriamente, o presidente da Câmara, Araújo Lima, latifundiário
pernambucano. O mesmo foi eleito pelas Assembleias Provinciais instaurando-se a Regência Una de
Araújo Lima, de 1837 a 1840. Político de caráter conservador nomeou ministros que foram responsáveis
pela criação do Colégio Pedro II, pelo Arquivo Público Nacional e pelo Instituto Histórico e Geográfico
(IHGB). Preocupava-se em criar uma identidade nacional.
A política conservadora de Araújo Lima culpava o Ato Adicional de 1834 pelos levantes no Brasil.
Então com o apoio dos deputados conservadores limitou o poder do Ato quando recolocou sob o poder
central os órgãos da Polícia e do Judiciário, que estavam a cargo das Assembleias provinciais. Os
progressistas excluídos do poder fundaram em 1840 o Clube da Maioridade, que defendia a coroação
antecipada de D. Pedro II, o qual estava com 14 anos. A presença do imperador daria fim as revoltas
regenciais e afastava a ameaça de fragmentação territorial. Com esse argumento a elite política foi
convencida e, em julho de 1840, foi coroado o novo rei do Brasil.
c) AS REBELIÕES REGENCIAIS:
Devido à instabilidade política do período regencial, as rebeliões cresceram. A maioria liderada por
membros da classe média urbana ou por outros grupos que reagiam as elites agrárias. Os movimentos
condenavam a alta carga de impostos e a situação de miséria em que viva a população livre, reivindicando
maior participação política. Entre os principais levantes estão:





A Insurreição Malê – liderada por escravos africanos praticantes da religião islâmica; aconteceu
em 1835, em Salvador.
A Sabinada – liderada pelo médico Francisco Sabino e teve como participantes membros da
classe média; aconteceu na Bahia entre 1837 e 1838. Desejavam manter a liberdade provincial
conseguida com o Ato Adicional de 1834. Proclamaram a República Bahiense e prometeram
libertar os cativos que lutassem pela Sabinada. O regente Araújo Lima conteve os rebeldes com
saldo de mortes e prisões.
A Balaiada – aconteceu no Maranhão, entre 1838 e 1841. Foi iniciado por grupos liberais e
ampliou-se a população mais miserável, envolvendo negros escravos. Entre os motivos estavam a
miséria da população; a crise nas exportações e no preço do algodão; os impostos elevados. A
pacificação da região se deu com a anistia aos revoltosos.
A Cabanagem – rebelião popular que tomou o poder da província do Grão – Pará (atual região
Norte do Brasil) e instalaram uma república. Aconteceu entre 1835 e 1840. Entre os conflitos de
comerciantes com proprietários, a população ribeirinha (mestiços) se voltou contra as elites. O
movimento teve três governos cabanos e foi derrotado pelas tropas imperiais, com um saldo de
aproximadamente 30 mil mortes.
A Revolução Farroupilha – aconteceu no Rio Grande do Sul e foi liderada pelos estancieiros
gaúchos. Os quais reivindicavam maior autonomia provincial e a diminuição dos impostos sobre o
charque da região. O movimento durou de 1835 até 1845, chegou a formar a República RioGrandense, liderada por Bento Gonçalves e a República Juliana com a ajuda de Giuseppe
Garibaldi. A Constituição dessas repúblicas tinha objetivos liberais moderados quando garantia o
voto censitário e á manutenção da escravidão. A pacificação se deu com a assinatura do acordo
chamado de Paz de Ponche Verde. Nesse os revoltosos foram anistiados e incorporados ao
exército imperial, os escravos envolvidos libertados e a taxa do charque platino foi elevada.
SEGUNDO REINADO (1841 – 1889)
a) ECONOMIA NO GOVERNO DE D. PEDRO II:
Apesar de D. Pedro II ter chegado ao poder com 14 anos de idade e receber um país com várias
revoltas, em que os interesses regionais e particulares prevaleciam em detrimento dos interesses da
nação, ele se manteve no poder por quase meio século. E um dos motivos para tal estabilidade foi à
prosperidade econômica, em decorrência do café.
(Retirado de: http://mestresdahistoria.blogspot.com.br,
em 09/03/2014).
O café é uma planta originária da África e
chegou ao Brasil por volta do século XVIII, na região
do Pará. De onde foi levado para a província do Rio de
Janeiro para atender a demanda interna, depois foi
exportado em larga escala para os Estados Unidos e
Europa. Veja o mapa ao lado sobre os produtos
agrícolas que saiam do Brasil entre 1831e 1900.
O café começou na Vale do Paraíba
Fluminense, ganhando espaço no Vale do Paraíba
Paulista até que chegou ao Oeste Paulista, na
segunda metade do século XIX. As fazendas
cafeeiras foram montadas com a mesma estrutura
das fazendas canavieiras, ou seja, em grandes
propriedades e com mão de obra escrava. As terras
paulistas tinham clima e solo (terra roxa) favoráveis ao
cultivo.
Com o desenvolvimento da cafeicultura, o Sudeste consolidou-se como centro econômico do
país e os barões do café ganharam importância no vida política e econômica do Segundo Reinado. Os
barões adotaram a vida urbana e construíram belos casarões nas chácaras situadas nos arredores das
elegantes cidades. O desenvolvimento dos meios de comunicação (telégrafo e telefone) e dos meios de
transportes (estradas de ferro, portos e bondes) facilitou o escoamento da produção e o controle das
fazendas por parte dos seus proprietários. A moradia das cidades permitiu ao cafeicultor diversificar suas
atividades de lucro, como lojas de comercio, bancos e indústrias. O crescimento populacional urbano foi
inevitável e exigiu a construção de casas, de sistema de iluminação, de abastecimento de água e de
transporte, enfim, uma infraestrutura que garantisse certa qualidade de vida aos moradores.
Porém a modernização não pode ser completa, pois ainda permaneciam algumas características
que a travavam como o uso da mão de obra escrava nas atividades produtivas (fábricas, transporte e
trabalho doméstico). As epidemias de cólera e febre amarela eram frequentes no município da Corte. E as
escolas e universidades existentes estavam destinadas às elites.
a.1) SURTO INDUSTRIAL BRASILEIRO: ERA MAUÁ
No contexto do Segundo Reinado, o Brasil vai ter certa autonomia em relação à dependência
econômica da Inglaterra, quando passa a receber gêneros industrializados dos Estados Unidos e da
França.
No ano de 1842, terminou o tratado de comércio brasileiro com a Inglaterra (as taxas de
importação). Devido esta passando por dificuldades, o Brasil resolveu não renová-lo e com o objetivo de
aumentar sua arrecadação pública, em 1844, decretou a Tarifa Alves Branco. Essa aumentou para até
60% a taxa sobre os artigos importados, encarecendo-os, e levando ao desenvolvimento da produção
interna. Outro fator favorável à indústria brasileira nesse momento foi a extinção do tráfico negreiro, o que
levava enormes quantias em dinheiro para o mercado fabril.
Esse momento brasileiro ficou conhecido como
Era Mauá graças ao destaque de Irineu Evangelista
de Sousa, o Barão e depois Visconde de Mauá,
empresário e industrial da época. Além de
empreendimentos particulares, Mauá se associou ao
governo na construção de estrada de ferro e
pavimentadas, e na instalação de um cabo
submarino que permitia a comunicação telegráfica
entre Brasil e Europa. Mas a falta de apoio mais forte
do governo e a presença da concorrência
estrangeira, Mauá faliu.
b) O FIM DO TRÁFICO NEGREIRO: as novas formas de trabalho
Apesar das mudanças econômicas do século XIX, o escravismo persistia na sociedade brasileira.
Nas cidades eram frequentes os escravos de aluguel e os escravos de ganho. Esses chegavam a
acumular alguns recursos para comprar sua carta de alforria.
Na segunda metade do século XIX, as relações escravistas entraram em declínio, a partir de 1850,
com a Lei Eusébio de Queiroz, a qual proibia o tráfico de escravos entre África e Brasil. Um país que
sempre pressionou o Brasil para extinguir a escravidão foi a Inglaterra, por interesses econômicos e por
pressão de grupos humanitários. Os ingleses acreditavam que extinto o cativo no Brasil geraria capital em
favor da indústria britânica, além de, garantir mão de obra para seus empreendimentos no continente
africano (imperialismo europeu na África e Ásia). A pressão inglesa aumentou através do decreto da Bill
Aberdeen (1845), quando autorizou a marinha britânica a prender qualquer navio negreiro, independente
da nacionalidade, que cruzasse o Atlântico. A extinção do tráfico preocupou os cafeicultores, que tinham
mercado para consumir, mas faltava mão de obra. Com forma de resolver o problema passaram a adquirir
escravos em outras regiões, como a Nordeste, porém isso não foi suficiente até porque encarecia o
produto humano.
Então uma das soluções encontradas pelos cafeicultores e governadores foi estimular a vinda de
trabalhadores estrangeiros para o Brasil. O pioneiro foi o senador Nicolau de Campos Vergueiro, que
através do sistema de parceria implantou a mão de obra imigrante em sua fazenda, no interior de São
Paulo. Nesse sistema o transporte do trabalhador europeu até as fazendas seria custeado pelo cafeicultor.
Que por sua vez, dispensava um tratamento semelhante aos dos escravos, com baixíssima remuneração
e os mantendo presos à fazenda até reembolsarem os gastos com a viagem e o seu sustento. Os recémchegados ao Brasil eram responsáveis pelas lavouras que cultivavam e só tinham direito a um terço do
produto da colheita. As queixas dos imigrantes eram tantas que os governos dos seus países de origem
passaram a proibir a emigração para o Brasil.
Diante do avanço da campanha abolicionista e da imensa pressão dos cafeicultores, o governo
adotou o sistema de imigração subvencionada, no qual caberia ao governo contratar imigrantes na
Europa, custear sua viagem e exigir dos fazendeiros uma melhor remuneração para esses trabalhadores.
Fugindo das guerras de unificação da Itália e da Alemanha muitos imigrantes dirigiram-se as províncias de
São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No caso dos estrangeiros que se assentaram nas
províncias mais ao Sul formaram colônias e se transformaram em pequenos proprietários, tendo a
finalidade de ocupar o território. O sistema de trabalho do imigrante ficou conhecido como colonato. Isto
é, o colono e sua família eram contratados por tarefa, para cuidar de certo número de pés de café, além
de, adquirir o direito de cultivar gêneros de subsistência, como milho, mandioca e feijão. Havia casos que
ele dividia a colheita com o proprietário ou vendia parte dela. Recebia por cada pé de café cultivado e um
pagamento extra pela colheita. Esse sistema marcou a transição para o trabalho livre no Brasil e fortaleceu
o mercado interno.
b.1) A LEI DE TERRAS DE 1850:
A lei foi promulgada logo após a Lei Eusébio de Queiroz e estabelecia que o acesso à terra só se
desse mediante a compra e garantido por um documento emitido por um juiz. Acabava a prática de
ocupação que era característica do Brasil colônia. A partir desse momento o Estado passava a vender as
terras cultiváveis e tomar as que não estavam legalizadas, geralmente, pertencentes, aos negros, aos
mulatos e aos pobres. Quem era trabalhador livre brasileiros, imigrante pobre ou ex – escravo só tinha a
alternativa do trabalho nas grandes fazendas. Com relação ao índio teve suas terras confiscadas e
leiloadas, ficando as terras das tribos mais distantes (difícil acesso). Se por acaso o imigrante tivesse
condições de comprar uma terra só depois de três anos de instalado no Brasil e sem ser parcelado. Assim,
a Lei de Terras beneficiou os grandes proprietários que aumentaram seus domínios.
C) A POLÍTICA DO SEGUNDO REINADO:
A divisão partidária caracterizou-se pelas disputas entre liberais e conservadores no poder. O
sistema de voto era o censitário (baseado na renda) como estabelecia a Constituição Brasileira de 1824.
Assim sendo, uma minoria participava – a elite rural e os ricos comerciantes. Os liberais assumiram o
cenário nacional após o Golpe da Maioridade, já que o ajudaram a acontecer. Em 1840 foi organizada uma
nova eleição para a escolha de deputados, a qual ficou conhecida como eleições do cacete. Porque os
liberais usaram da fraude e da violência para garantir a vitória no pleito. Porém, os liberais no poder não
conseguiram acabar com a revolta Farroupilha. Em 1841, Dom Pedro II retirou os liberais e organizou
novas eleições, onde ganhou a linha conservadora, que tomou medidas centralizadoras: o controle sobre a
polícia e o judiciário nas províncias. A reação dos liberais se deu com revoltas em São Paulo e Minas
Gerais. Para conciliar os partidos, em 1853, foi formado um Ministério da Conciliação, no qual os dois
partidos tinham representação.
D. Pedro II, em 1847, criou no Brasil o sistema parlamentar quando instituiu o cargo de presidente
do Conselho de Ministros. A indicação desse era feita pelo imperador, sem a consulta do Parlamento.
Devido a esse caráter centralizador de subordinação do Parlamento ao poder imperial, o regime foi
apelidado de parlamentarismo às avessas.
c.1) A REVOLUÇÃO PRAIEIRA: Pernambuco - 1848 – 1850
A província de Pernambuco enfrentava difíceis condições econômicas e sociais. O comércio na
mão de comerciantes estrangeiros e as terras e engenhos restritos a poucas famílias. O movimento
recebeu esse nome porque o principal veículo dos revoltosos – o Diário Novo – ficava na Rua da Praia, em
Recife. A revolta foi um reflexo da luta de poder entre as elites, tanto que, não contavam com o apoio
popular. Os líderes clamavam por voto livre e universal, liberdade de imprensa, direito ao trabalho, fim da
escravidão. Assuntos em pauta na Europa durante a Revolução de 1848 (Primavera dos Povos). A
rebelião foi controlada pelas tropas imperiais.
c.2) A QUESTÃO CHRISTIE: Brasil e Inglaterra
Desde a aplicação da Bill Aberdeen pelos ingleses, a elite brasileira observava a interferência
estrangeira em assuntos nacionais. Outro motivo de descontentamento dos brasileiros era a concorrência
dos produtos ingleses. Gerando um sentimento antibritânico no país. Para piorar a situação no início dos
anos 1960, dois incidentes aconteceram envolvendo os dois países.
O primeiro aconteceu quando um navio cargueiro inglês – Príncipe de Gales - com destino ao
Uruguai naufragou no litoral do Rio Grande do Sul. A carga foi levada para a costa e roubada por
desconhecidos. Diante do fato, o embaixador inglês William Christie exigiu investigação e que o Brasil
pagasse uma indenização.
O outro incidente se deu quando dois marinheiros ingleses embriagados, em trajes civis, foram
presos fazendo arruaças, porém libertados quando comprovada a condição militar. O embaixador exigiu
que o Brasil fizesse um pedido oficial de desculpas a Inglaterra. Diante da recusa do governo brasileiro, o
embaixador ordenou que navios de guerra ingleses aprisionassem navios brasileiros ancorados no Rio de
Janeiro, o que despertou manifestações populares no Rio de Janeiro contra a Inglaterra.
Para arbitrar sobre a questão D. Pedro II recorreu ao rei da Bélgica – Leopoldo I. Antes do parecer
o imperador brasileiro pagou a indenização. Quando saiu o resultado favorável ao Brasil e a Inglaterra não
pediu desculpas, D. Pedro II rompeu relações diplomáticas com o país. Essa só foi reatada quando o
governo inglês pediu desculpas, já na Guerra do Paraguai.
c.3) REVOLTAS NA BACIA DO RIO DA PRATA:
A Bacia do Rio da Prata transformou-se no centro das atenções da diplomacia brasileira, a partir de
1850. Porque como não existiam estradas para levar grandes cargas até o Mato Grosso, o Rio Paraná era
o melhor caminho. Então entre 1860 e 1870, o Brasil envolveu-se em conflitos armados na área,
disputando o controle da região com Paraguai, Argentina e Uruguai.
Desde a independência do Uruguai (1828) a região era disputada por dois partidos políticos: Os
blancos (os grandes proprietários de terras e criadores de gado) e os colorados (comerciantes uruguaios
que tinham o apoio das autoridades brasileiras). O atrito entre os latifundiários uruguaios e brasileiros
fortaleciam a aliança do Império com os colorados. A vitória dos blancos de Oribe foi vista como uma
ameaça para os interesses do Brasil. Em 1851, D. Pedro II ordenou a Duque de Caxias que ocupasse
Montevidéu e retirasse Oribe. Porém os blancos reagiram e com pouco tempo voltaram ao poder.
Em 1863 as disputas entre os partidos ainda aconteciam no Uruguai, como também, a interferência
do Brasil. No poder estava o Blanco Aguirre, que tinha o apoio do governante paraguaio Francisco Solano
Lopez, criador de uma poderosa marinha fluvial e de um grande exército em seu país. Em 1864, o Brasil
invadiu o Uruguai e tirou Aguirre do poder e colocou Flores, rompendo as relações do Paraguai com o
Império Brasileiro.
O Paraguai era uma região que não dependia da Inglaterra e que apresentava um
desenvolvimento na educação, com a erradicação do analfabetismo; estradas de ferro, telégrafos e
fábricas, além de uma população bem alimentada. Graças a um projeto de substituição de importações. A
missão do presidente Solano Lopes era de uma expansão territorial que garantisse o acesso ao Oceano
Atlântico – o Paraguai Maior.
Por volta de 1864, o Paraguai com um exército bem treinado apreendeu um navio brasileiro que
navegava pelo Rio Paraguai e teve a guerra declarada por D. Pedro II. Solano Lopes continuou a invasão
pelo Mato Grosso e Argentina. Em resposta ao avanço paraguaio, foi formada a Tríplice Aliança (1865),
entre Brasil, Argentina e Uruguai, que visava depor Solano e definir as fronteiras da região. O Brasil no seu
exército contou com a presença de quase 20 mil escravos que foram alforriados para essa finalidade.
Retirado de http://avcfnsrpoa.blogspot.com.br/, acessado em 13/03/2014.
O desfecho da guerra se deu em 1870 com a morte de Solano Lopez e a devastação do Paraguai:
território e economia destruídos e ¼ da população sobrevivente, prevalecendo mulheres, crianças e
velhos. A maior beneficiada com a guerra foi a Inglaterra, que forneceu armas e empréstimos a Tríplice
Aliança. O Brasil saiu endividado e com um saldo de 40 mil mortes. Além de D. Pedro II encontrar um novo
opositor interno: o exército. Que tinha voltado com prestígio e ambicionado modernização e progresso do
país. Para isso se aliou a campanha abolicionista e as ideias republicanas vigentes no contexto brasileiro.
d) O FIM DO IMPÉRIO BRASILEIRO:
Vários foram os fatores para que isso acontecesse, como os seguintes:
d.1) O FIM DA ESCRAVIDÃO:
Aconteceu com a Lei Áurea, em 1888, assinada pela Princesa Isabel. Porém um conjunto de
motivos levou a essa lei, como:
 Escassez de mão de obra – fim do tráfico negreiro;
 Repercussão das ideias abolicionistas – José do Patrocínio e Castro Alves;
 Fatores econômicos – alto custo de compra e manutenção dos cativos e o medo de perder o
capital investido devido às resistências dos escravos;
 Guerra do Paraguai – pode perceber o fim da escravidão em outros países;
 Resistência dos africanos escravizados.
Como resultado das pressões pelo fim da escravidão, a partir da década de 1870, foram votadas
sucessivas leis para manter o processo de abolição sob controle e longe das ruas. Mas isso não impediu
as lutas por liberdade nas fazendas, nas lojas e nas residências. Uma dessas leis foi a do Ventre Livre
(1871), na qual deu liberdade aos filhos nascidos de africanos escravizados, deixando-o sob a tutela do
senhor até os 21 anos ou aos cuidados do poder público a partir dos 8 anos. O proprietário recebia uma
indenização pelo escravo liberto. Trabalhos historiográficos recentes mostram os conflitos entre os
escravos libertos e os senhores durante a tutela até os 21anos. Como também, que o escravo tinha direito
de comprar sua liberdade, independente da vontade de seu dono. Por isso, que muitos jovens
abolicionistas arrecadavam fundos para pagar cartas de alforria.
Em 1885, foi promulgada a Lei dos Sexagenários, dando liberdade aos escravos com mais de 65
anos de idade. Uma minoria se beneficiou dessa lei, visto que a maioria morria antes dessa idade. Até
que, em 1888, o Congresso brasileiro votou definitivamente o fim da escravidão, a Lei Áurea, que foi
assinada pela Princesa Isabel.
Os projetos abolicionistas idealizavam a integração social dos ex-escravos por meio do acesso à
propriedade de terras e da educação, o que não aconteceu. No Nordeste prevaleceu a subordinação aos
grandes fazendeiros, como trabalhadores dependentes. Nas províncias do Sul se recusaram a trabalhar
nas fábricas de tecidos e alimentos, pois as condições de trabalho eram não diferiam das fazendas de
café. Após a abolição acirraram-se o preconceito racial e as práticas discriminatórias.
d.2) O REPUBLICANISMO:
Fortaleceu-se com o fim da Guerra do Paraguai. Em 1870, um grupo de dissidentes do Partido
Liberal lançou no Rio de Janeiro o Manifesto Republicano, no qual afirmava “somos da América e
queremos ser americanos”. Fazendo referência ao fato do Brasil ser o único país da América a não ser
uma república. Os jornais e clubes republicanos acreditavam no progresso, na liberdade e na maior
autonomia das províncias. A ponto de fundarem o Partido Republicano Paulista – o PRP. Esses
ganharam a adesão das classes médias e de alguns setores tradicionais, devido o fim da escravidão.
d.3) A QUESTÃO RELIGIOSA:
A partir da Constituição de 1824, a Igreja Católica estava subordinada ao Estado Brasileiro, através
da Lei do Padroado (nomeava bispos e construía igrejas) e da Lei do Beneplácito (permitia ou proibia a
aplicação das ordens papais no país). No ano de 1864, o Papa Pio IX proibia os clérigos de participarem
da maçonaria, tentado extinguir o poder dessa sociedade secreta dentro da Igreja. No Brasil essa
recomendação foi vetada pelo Imperador, já que tinha muitos membros do governo ligados a ela. Os
bispos de Olinda e Belém resolveram seguir o Papa e expulsaram os maçons das irmandades religiosas.
D. Pedro II ordenou que eles voltassem atrás, como não foi atendido condenou-os a quatro anos de prisão
com trabalhos forçados. Com esse acontecimentos vários religiosos passaram a aderir à causa
republicana.
d.4) A QUESTÃO MILITAR:
A Guerra do Paraguai permitiu o fortalecimento e a institucionalização do Exército brasileiro.
Entretanto, o Império continuava a privilegiar a Guarda Nacional e os oficiais mostravam-se bastante
descontentes com os baixos soldos e as lentas promoções. Conhecendo a realidade dos exércitos dos
países platinos e a participação da corporação nas decisões do governo republicano, passaram a
reivindicar.
A Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, desempenhou importante papel nesse
sentido. O tenente – coronel Benjamim Constant e muitos militares passaram a seguir a corrente de
pensamento chamada de positivismo. Para eles era preciso um governo forte que empreendesse o
desenvolvimento técnico, científico e industrial do país, e isso só era possível com a retirada da
Monarquia.
Alguns militares e setores da elite retiraram a base de apoio ao regime monárquico. O governo
imperial tentou lutar, nomeando o Visconde de Ouro Preto para organizar um novo ministério, o que foi mal
visto pelo exército, devido às preferências do mesmo à Guarda Nacional. Devido a boatos que circulavam
nos quartéis sobre prováveis prisões de militares como Deodoro da Fonseca e Benjamim Constant, as
tropas militares se organizaram e sob o comando de Deodoro proclamaram a República no Brasil,
instalando um governo provisório. Dom Pedro II, junto com a família imperial e amigos íntimos partiram do
Brasil de madrugada, longe da vista de todos.
Retirado de: http://partidomonarquista.ning.com, no dia 14/03/2014.
# REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: VICENTINO, Claúdio. Projeto Radix: História. 2. ed. São Paulo:
Scipione, 2012.
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