Introdução à personalidade para não psicólogos da área de RH Sumário Aspectos da personalidade • Definições • Teorias Implícitas / Teorias científicas Como podemos “medir” a personalidade? • Métodos idiográficos • • Métodos nomotéticos o Testes Projetivos / Testes Objetivos o Dimensões do “Big Five” A respeito das teorias tipológicas e de traços o Comparação entre tipos e traços psicológicos Teorias e correntes da personalidade (que influenciam RH) • Freud e a psicanálise • Teorias Pós-Freudianas o C.G. Jung o • Perspectiva comportamentalista (behaviorismo) o J. Watson o • A. Adler B. Skinner Aprendizagem social e teorias cognitivas o J. Dollard e N. Miller o Mischel o C. Rogers e A. Maslow • Hierarquia dos traços de H.J. Eysenck • Bibliografia Básica © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 1 Introdução à personalidade para não psicólogos da área de RH Introdução O objetivo deste documento é de apresentar um conjunto de questões sobre a personalidade, e sua medição, oferecendo uma abordagem holística concentrando os conhecimentos básicos em poucas páginas. Não pretende ser um estudo exaustivo, pois a personalidade, sendo um fator em construção, é um tema – por enquanto - inacabado. As teorias demonstradas apresentam pontos de interesse que não são verdades absolutas, mas que utilizadas de forma conveniente podem vir a constituir uma teoria de personalidade holística que mais se adequa a complexidade do ser humano. Aspectos da personalidade Definições: Um conjunto de qualidades originais que tendem a influenciar padrões de comportamento de um sujeito através das situações e ao longo do tempo. “A personalidade de um indivíduo é o que nos permite prever o que ele fará em uma determinada situação.” R. B. Cattell “A personalidade de um indivíduo é sua soma de traços.” G. P Guilford Os conceitos chaves são a consistência e a distinção. Os traços são particulares, relativamente estáveis no tempo e permitem diferenciar um indivíduo dos outros. Teorias implícitas Nós todos desenvolvemos uma idéia básica sobre a personalidade. Esta não é nem objetiva nem científica e pode conduzir a muitas conclusões erradas sobre nós e sobre os outros. Estas teorias pessoais assemelham-se aos velhos traços e às tipologias mencionadas em Mayne Weiten. • Baseadas na própria experiência, educação e preconceitos. É um sistema de crença. • Percepções e memórias seletivas influenciam fortemente o julgamento. Em outras palavras só vemos o que queremos ver e lembramos o que queremos lembrar. • Como apreciamos os outros? Assuntos a serem discutidos para entender este conceito • Qual o tipo de pessoas que você gosta mais? Menos? • Como pode reconhecer se uma pessoa que acaba de encontrar tem essas qualidades? • Avalie essas pessoas. De qual forma percebe suas personalidades? • Quais são as três principais características de sua personalidade? Como você as adquiriu? © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 2 Teorias Implícitas vs Teorias científicas • Baseadas em observações ou percepções • Uma aproximação é baseada em dados confiáveis • Uma aproximação exclui informações que não se encaixem. Outros enfatizam nas exceções. • Ajustes e aprimoramento das teorias científicas Tópicos de discussão: • Qual de suas características é a mais importante, ou diz mais sobre você? • Como você imagina ser percebido pelos outros? Como podemos “medir” a personalidade? A partir de um estímulo (imagem, pergunta, som, etc.) a resposta é livre. Investigam patologias e traços normais A partir de um estímulo (item) a resposta é forçada: Respostas dicotômicas Respostas preferenciais Respostas em escala de Likert. Investigam traços normais raramente as patologias Idiográfico Nomotético Em RH, a menos de algumas funções bem particulares, exclusivamente os instrumentos que medem os traços normais deveriam ser utilizados. Métodos idiográficos (centrados no indivíduo) • Dados sobre as principais etapas da vida: informação biográfica. • Método idiografico analisando casos específicos “anamnese”. • Teoria do aprendizado social usando observações comportamentais. • Estudos ao longo do tempo seguindo alguns sujeitos por vários anos. • Método de avaliação (veja a aplicação em seu capítulo). © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 3 Métodos nomotéticos (centrados nas comparações entre individuas) auto-descritivos Testes Projetivos - parcialemente idiográficos • Rorschach – manchas de tinta • TAT – Imagens a serem comentadas • Rosenzweig – Quadrinhos a serem completados Testes objetivos - questionários auto-descritivos • MMPI (Minnesota Multiphasic Personality Inventory) - traços • CPI (California Personality Inventory) – traços • DISC e no Brasil QUANTUM - tipos • MBTI (Myers-Briggs Type Indicator) – tipos • NEO - Personality Inventory - Big 5 – traços • L.A.B.E.L. , COMPER – traços e tipos Qual é a utilidade de uma avaliação em RH? • Útil para a seleção, a orientação profissional e antes de ações de T&D. Antes de interpretar os resultados é bom lembrar que... • Os testes que apresentam escores padronizados não podem medir o NÍVEL de personalidade de um sujeito.* • Eles podem medir as QUALIDADES de uma personalidade. • Os testes DESCREVEM os perfis das pessoas, mas não AVALIAM! ** Inconvenientes dos inventários autodescritivos: • Um sujeito pode “manipular” o teste*** e seu avaliador. • Viés da desejabilidade social ou laboral – escolhe a resposta que parece mais desejável • Um sujeito pode escolher uma estratégia de resposta ***Os escores absolutos dos instrumentos de Método Funcional medem o Nível da personalidade. ***As comparações de perfil do COMPER já constituem um início de avaliação. ***As escalas de mentiras que aparecem em alguns testes são métodos que servem para avaliar a consistência das respostas escondendo alguns itens “armadilha” ao longo da prova. Não têm nada a ver com as escalas de controle das provas de Método Funcional que, não podendo evitar que o respondente “arrume”seu perfil em função de sua desejabilidade laboral, realmente medem o nível de manipulação, “mentira”, dos resultados e alertam o avaliador. © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 4 As dimensões dos 5 grandes fatores de personalidade “Big Five” Fator Traços elevado, Pólo positivo Traços baixo Pólo negativo Abertura às experiências (O) Imaginativa, criativa, culta, curiosa, inventiva, com espírito largo, complexa... Simples, concreta, pouco imaginativa, limita-se a copiar... Consciência (C) Integra, conscienciosa, responsável, organizada, perseverante, eficaz, autodisciplinada... Inconseqüente, impulsiva, indisciplinada, pouco confiável... Extroversão (E) Sociável, assertiva, ativa, ambiciosa, expressiva, enérgica, entusiasta, extrovertida... Tranqüila, tímida, reservada, inibida, taciturna... Afabilidade (A) Flexível, cortês, tolerante, simpática, altruísta, gentil, modesta... Egocêntrica, pretensiosa, hostil, indiferente, fria, vulgar, mesquinha... Estabilidade emocional (S) Calma, segura de si, descontraída, regular, de bom caráter... Ansiosa, deprimida, tensa, preocupada, vulnerável, irritável... Por que o Big Five? • • • • A personalidade pode ser descrita eficazmente utilizando cinco traços relativamente independentes. O modelo foi calculado a partir de uma análise fatorial de vários traços. o Análise fatorial: uma maneira de reduzir um amplo conjunto de dados em algo interpretável. o Allport & Odbert (1936): Inventariaram 17856 adjetivos descritivos de personalidade que podem ser agrupados em cinco categorias! no L.A.B.E.L. achamos seis O Big Five é um modelo universal independente dos efeitos lingüísticos e culturais (Saucier, Hampson, & Goldberg, 2000). O modelo se mostra estável no tempo (Costa & McCrae, 1997). A respeito das teorias tipológicas e de traços • Estabelecem algumas regras objetivas no mundo profissional • TIPOS e TRAÇOS são extremamente estáticos • NÃO explicam como é gerado um determinado comportamento • Não acompanham, por exemplo, as mudanças, o movimento ou o crescimento © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 5 Comparação entre tipos e traços de personalidade TIPOS TRAÇOS Número restrito (2 à 20) Abundantes (centenas) Fundamentais (descrevem a essência da Fundamentais e superficiais personalidade de um indivíduo) (descrevem a personalidade de um indivíduo) São clusters de um conjunto organizado de traços Unidades na análise da personalidade Exclusivos (em teoria, um indivíduo só Não exclusivos (a mesma pessoa possui possui um tipo) diversos traços) Descontínuos (em teoria, um indivíduo Contínuo (um indivíduo possui um traço possui ou não possui um tipo) em níveis variáveis) Um tipo OU outro Um traço E outro Exemplo: Introvertido OU Extrovertido (MBTI) Exemplo: Introvertido E Extrovertido (BigFive) Os traços – NÃO os tipos - de personalidade permitem prever: • • • • • • O desempenho profissional e os resultados (ex. Volume de vendas) Satisfação profissional Motivação Nível de liderança Capacidade de aprendizagem ...e outros comportamentos e atitudes profissionais Nesta primeira parte apresentamos essencialmente a maneira de medir a personalidade e o que esta medição significa. É indispensável que cada profissional que utilize instrumentos para as avaliações entenda estes conceitos para não avaliar errado. A seguir apresentamos, para os leitores mais curiosos, o sinótico das principais teorias da personalidade que possuem um interesse direto para a área de RH. Não se trata de uma apresentação exaustiva, mas apresenta o mínimo a ser conhecido. © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 6 Teorias e correntes da personalidade É a partir de meados do século XIX que a psicologia começou a ser cientifica. Desde então, procurando seu rumo, invadiu um campo heterogêneo de investigação com muitas correntes, métodos e técnicas. Nesta apresentação só vamos apresentar as correntes de pensamento que ainda são reconhecidas e estudadas e que tem a ver com o mundo profissional. Por isto, independentemente das contribuições históricas não detalhamos: • • • • • Estruturalismo (Wilhelm Wundt). Primeiro laboratório de psicologia experimental (1879, Leipzig, Alemanha). O objetivo era descobrir as leis que regiam as experiências sensoriais. Funcionalismo (William James). Os processos mentais são estudados como funções físicas. Gestalt (Max Wertheimer). O objetivo desta escola austríaca foi o de determinar a experiência da percepção consciente e porque ela se apresenta como uma totalidade. Está desaparecendo com seus últimos seguidores. Construtivismo (Jean Piaget) determina os processos de construção do conhecimento desde as suas formas mais elementares até aos níveis superiores. Principalmente utilizada com crianças e adolescentes. Construtivismo Social (Lev S. Vygostsky) Possui muitos pontos em comum com a teoria de Piaget. Opondo-se ao behaviorismo considera que o objeto de estudo da psicologia é a consciência. Esta é profundamente influenciada pelo contexto social e cultural em que a criança foi criada. Freud e a psicanálise - recuperou a idéia do instinto desenvolvida por Darwin. • • • A vida de S. Freud: 1856-1939, na Universidade de Viena, sofreu a rejeição do mundo acadêmico por causa do anti-semitismo. Praticando a medicina e começando a prática clínica, elaborou suas teorias. Época: Ele cresceu em um período muito fasto do mundo cientifico: Darwin, Helmholtz, Koch, Pasteur, e Mendel foram entre os cientistas mais famosos durante a formação de Freud. A psicologia era uma nova ciência. A teoria de Freud • • • Freud baseia sua teoria na observação de pessoas com problemas mentais Acredita firmemente no determinismo psíquico: a origem de cada reação pode ser encontrada nas primeiras experiências Freud era especialista em neurologia A estrutura de personalidade segundo Freud Em RH, para a grande maioria das funções, a principal – e única (?) - das três componentes que interessa os responsáveis deve ser o EGO: as outras dimensões são mais clínicas! Três componentes: ID, EGO, E SUPEREGO como mostrado na metáfora do iceberg ilustrada a seguir. © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 7 Consciente: Contato com o mundo exterior EGO Principio de realidade Processo secundário Pré-consciente: Nível abaixo da superfície Inconsciente: SUPEREGO Imperativos morais ID Principio do Prazer Processo primário Difícil fazer surgir os fatos a um nível consciente Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente De acordo com Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes num determinado momento. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava PréConsciente e Inconsciente. O pré-consciente faz parte do consciente. É constituído por conteúdos que são inconscientes em forma latente, mas que se tornam conscientes a través um esforço de recordação. Inconsciente. A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade está resolvida. "Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual nada sabemos" (1933, livro 28, p. 90 na ed. bras.). No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além disso, há também material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Este material não é esquecido nem perdido mas não é permitido ser lembrado. O pensamento ou a memória ainda afetam a consciência, mas apenas indiretamente. O inconsciente, por sua vez, não é apático e inerte, havendo uma vivacidade e imediatismo em seu material. Memórias muito antigas quando liberadas à consciência, podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional. Conceitos muitos atraentes para os não psicólogos, como escritores, jornalistas, etc. © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 8 Teorias Pós-Freudianas Interessante em RH para entender os aspectos e efeitos multiculturais da globalização. C. G. Jung – ele chamou sua teoria de PSICOLOGIA ANALÍTICA após tê-la nomeada de Psicologia dos Complexos. Como Freud afirmava que o inconsciente influencia profundamente o comportamento, acreditava que o inconsciente tinha duas formas; o INCONSCIENTE PESSOAL (como Freud) e o INCONSCIENTE COLETIVO. O inconsciente coletivo – herança psicológica que não provém da experiência pessoal, mas de um patrimônio coletivo. Ele é formado de: o Arquétipos – memória ancestral que se manifesta geralmente na cultura, artes e literatura. O inconsciente pessoal – consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos. Uma das suas principais contribuições foi a descoberta das funções de Introversão e Extroversão. A. ADLER: outro associado muito próximo de Freud. Acreditava que a motivação das pessoas vinha da vontade de superar um SENTIMENTO DE INFERIORIDADE, comumente conhecido como “complexo de inferioridade”, porém, quando este complexo fosse de grande força ele impediria o desenvolvimento e crescimento positivo. o Criou a corrente psicológica conhecida como "Psicologia Individual" o Contribuiu com noções de saúde mental que é caracterizada pela razão, interesse social, e autotranscendência, e de desordens mentais ocasionados por sentimentos de inferioridade e preocupações egocêntricas com segurança e superioridade ou poder sobre os outros. © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 9 Perspectiva comportamentalista (behaviorismo) A maioria dos autores Norte Americanos, até os não psicólogos teóricos das teorias de liderança, aderem a esta tendência. Uma perspectiva teórica que enfatiza a investigação empírica, cientifica, e pretende que, como o inconsciente não pode ser observado, não é um objetivo da ciência. Foi desenvolvida inspirandose grandemente do pensamento da reflexologia desenvolvido por Pavlov. John Watson – desenvolveu a teoria do comportamento. É o psicólogo fundador da corrente behaviorista que redefiniu a ciência do estudo dos comportamentos humanos e animais. Criticou tanto o funcionalismo quanto o estruturalismo que considerava imprecisos e subjetivos. B. F. Skinner – Sua visão do mundo implica em uma ciência de comportamento que estuda regras que descrevem as relações de controle entre ambiente e comportamentos. Definiu duas noções: O Condicionamento Respondente, reflexo e involuntário. Estudou a influência do ambiente no comportamento. O Condicionamento Operante ou instrumental, o qual baseia-se na probabilidade de ocorrência futura de uma resposta quando ela é seguida de um reforço (positivo - recompensa, negativo punição) que inclui todas as coisas que fazemos voluntariamente. Acredita que a personalidade se desenvolve toda ao longo da vida. Sua teoria adere as mais estritas leis científicas e suas leis de condicionamento podem ser parangonadas a leis físicas como a da gravitação universal, etc. Aprendizagem social e teorias cognitivas. Teorias que constituem o “esqueleto” dos princípios da andragogia utilizada em T&D. Teorias de aprendizagem: estudam as contingências ambientais que controlam o comportamento. o o J. Dollard e N. Miller demonstraram que se pode aprender por imitação social e destacaram o papel dos hábitos para explicar a personalidade. W. Mischel pretende que tudo o que fazemos é um conjunto complexo de modelos que aprendemos olhando nossos pais, amigos e até mesmo celebridades. Enfatizou a importância da SITUAÇÃO no comportamento. Teorias de aprendizagens sociais A. Bandura aderiu aos princípios do condicionamento, mas adicionou outro tipo de aprendizagem baseado na observação. o Determinismo recíproco: pessoas, situações e ambiente se influenciam mutuamente o Auto-eficácia: a tendência de acreditar que podemos ter bom êxito em uma determinada situação. Aprendemos não somente através da experiência direta, mas também observando o comportamento de outras pessoas que funcionam como modelos, sendo que, temos tendência a imitar os comportamentos que são recompensados e a inibir os comportamentos que têm como conseqüência uma punição. © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 10 Abordagem da situação/pessoa segundo W. Mischel. o Defensor da teoria da aprendizagem social o Sua principal contribuição foi destacar os FATORES SITUACIONAIS que determinam o comportamento o Com suas pesquisas concluiu que as pessoas não demonstram comportamentos tão bem definidos como pretendem outras teorias Se perguntar até que ponto uma situação, ou sua interpretação, influencia o comportamento, avaliando as teorias de aprendizagem social e cognitiva: o Esta abordagem é dominante na psicologia científica por ser compatível com o método de investigação empírico. o Criticismo: aponta para a metáfora computacional da mente humana, omitindo comportamentos criativos, emocionais e descreve vagamente alguns construtos cognitivos. o Essa abordagem encontra um grande sucesso em algumas áreas principalmente relacionadas à educação e à psicoterapia. Teorias humanísticas desenvolvidas nos anos 1950, em reação à visão negativista das teorias psicodinâmicas (sexo e agressão) empíricas e mecânicas dos comportamentalistas. C. Rogers e A. Maslow promoveram teorias holísticas da personalidade. Rogers introduziu o construto do SELF. O self é uma Gestalt organizada e consistente em um processo constante de formar-se e reformar-se à medida que as situações mudam. O self ideal é um conjunto de características que o indivíduo mais gostaria de poder reclamar como descritivas de si mesmo. A incongruência é o gap existente entre nosso conceito do self e nossa experiência atual. Consiste na inabilidade de perceber com precisão com a incapacidade de comunicação. o O que acontece na vida pode ser às vezes contrário à nossas percepções de nós mesmos o Segundo Rogers nós todos temos um nível de incongruência, mas quando esse nível é muito elevado isso pode nos trazer problemas de adaptação. Sobre o aprendizado, Rogers acha que os seres humanos têm uma propensão natural para aprender e classifica o aprendizado da seguinte forma: • Cognitivo – é sem sentido para quem aprende. Ex: criança decorando tabuada ou aprendendo a calcular. • Experimental – Tem um sentido bem definido, o estudante aprende com o objetivo de realizar uma tarefa especifica. Ex: preparar um bolo. © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 11 A consideração positiva condicional desenvolvimento congruente de nosso self. ou incondicional intervém fortemente no A. Maslow foi um importante pesquisador norte americano e porta voz da psicologia do otimismo. Ressaltou a importância da auto-realização. Suas concepções humanistas terminaram por ser um dos fundamentos do controle integrado da qualidade do gerenciamento empresarial. A teoria de Maslow levanta alguns problemas o Difícil de ser verificada cientificamente o A principal contribuição é o foco no positivo. o A auto-realização é desejo individual de alcançar os limites do próprio potencial. Descobriu em suas pesquisas que executivos saudáveis sempre se beneficiam do crescimento pessoal. Crítica da abordagem humanística o Positiva: considera que à base dos comportamentos existem motivações positivas ou negativas o Muito vaga na definição dos conceitos o Vários conceitos chave não podem ser testados experimentalmente o O que é exatamente a auto-realização? De onde vem? o Destaca principalmente o papel do Self e considera pouco o ambiente © 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 12 A hierarquia dos traços Teoria que explicaria a consistências dos traços de personalidade ao longo do tempo e ilustra a importância da seleção em RH, bem mais do que o T&D. Segundo H.J. Eysenck a personalidade é constituída por uma série de traços correlatos. o A personalidade é uma hierarquia de traços o Os genes – inato – são preponderantes o Somos “condicionados” por nossa herança o Idéias desenvolvidas a partir de estudos de gêmeos – banco de dados muito limitado. Suas conclusões afirmam que a genética influencia de 40 a 58% da personalidade. Bibliografia básica para conhecer mais sobre: Os testes de personalidade • Anastasi, A., Urbina, S. (1997). Psychological Testing (7th edition). Prentice Hall : New-York. O Modelo do “Big Five” • • • Costa, P.T., & McCrae, R.R. (1997). Longitudinal stability in adult personality. In R. Hogan, J. Johnson, & S. Briggs (Eds.), Handbook of personality psychology. San Diego: Academic Press. Saucier, G., Hampson, S.E., & Goldberg, L.R. (2000). Cross-language studies of lexical personality factors. In S.E. Hampson (Ed.), Advances in personality psychology (Vol. 1). Philadelphia: Taylor & Francis. Wiggins, J.S. (Ed.) (1996). The Five-Factor Model of personality. New York: Guilford. A Personalidade e a Performance • • • • Barrick, M.R., Mount, M.K., & Strauss, J.P. (1993). Conscientiousness and performance of sales representatives: Test of the mediating effects of goal-setting. Journal of Applied Psychology, 78, 715-722. Judge, T.A., & Ilies, R. (2002). 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