1 Benefícios da drenagem linfática manual no tratamento pósoperatório imediato de abdominoplastia Lays Brito Pessoa¹ [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia² Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-funcional – Faculdade Cambury Resumo A abdominoplastia é uma cirurgia que retira o excesso de pele e tecido adiposo do abdome, com o objetivo de corrigir essa região estética e funcionalmente. Essas cirurgias provocam muitas complicações e por isso devem ser tratadas em sua fase aguda do pós-operatório para que apresente resultados satisfatórios. A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem que ajuda no funcionamento geral do sistema linfático e circulatório. O objetivo deste artigo é identificar a importância da drenagem linfática manual no tratamento pós-operatório de uma abdominoplastia. Os objetivos específicos são: investigar os benefícios da drenagem linfática manual, descrever a importância da drenagem linfática manual no pós-operatório de uma abdominoplastia e demonstrar os resultados obtidos após a drenagem linfática manual. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema nas bases de dados Scielo, Google acadêmico, Bireme, Periódicos capes e em livros. Conclui-se assim que esta revisão bibliográfica apresentou resultados satisfatórios e que a drenagem linfática manual traz benefícios no pós-operatório de abdominoplastia em sua fase aguda, minimizando edemas e complicações que um pós-cirúrgico apresenta, favorecendo ao paciente uma recuperação mais rápida. Palavras-chave: Drenagem linfática manual; Abdominoplastia; Pós-operatório. 1. Introdução De acordo com Martino (2010), a cirurgia plástica do abdome, é um dos procedimentos mais realizados no mundo, sendo a terceira cirurgia estética mais solicitada no Brasil, em 2008. Segundo Macedo e Oliveira (2010), a abdominoplastia define-se pela correção funcional e estética da região abdominal, que pode estar alterada por várias gestações, grande emagrecimento, elevado depósito de tecido gorduroso na parede abdominal, flacidez da musculatura e acúmulo gorduroso na região abdominal inferior. Tornou-se comum a realização da abdominoplastia, pois esta cirurgia é realizada com a retirada do excesso do tecido subcutâneo da região abdominal, através de uma incisão suprapúbica com a locomoção do umbigo e com uma plicatura do músculo reto abdominal (BORGES, 2010 citado por SOARES, 2012). Existem diversas formas de tratamento do excesso de pele na região abdominal que podem ser realizadas através de incisões, entre elas estão: Incisões transversas baixas (abdominoplastia clássica), combinação de incisões transversa e vertical (abdominoplastia em âncora) ou, mais raramente, com incisão no sulco mamário (abdominoplastia reversa). As abdominoplastias transversas baixas são mais adotadas 2 e aceitas pelos pacientes, devido estas esconderem melhor as cicatrizes sob as roupas íntimas e trajes de banho (TUMA et al. , 2012). Guirro e Guirro (2002) citado por Soares (2012) e Silva et al (2014), afirmam que o pós-operatório de uma abdominoplastia pode apresentar algumas complicações na região operada, sendo as mais comuns: deiscências, hematomas, seromas, infecções na cicatriz cirúrgica, alterações cicatriciais, cicatriz queloide, dormência ou formigamento, assimetrias, retrações e entre outros. Pode ainda acontecer de aparecer irregularidades na parede abdominal, necrose subcutânea-gordurosa, desvios laterais do umbigo e elevação dos pelos pubianos. “O organismo humano é dividido em sistemas com características e funções distintas, tais funções sofrem alterações de acordo com a fisiologia do envelhecimento. Dentre os principais sistemas há o circulatório e o linfático” (NAKAMURA et al, 2010:44). Segundo Guirro e Guirro (2004) citado por Machado et al (2010), o sistema linfático é formado por capilares, vasos, linfonodos e órgão linfoides, sendo que os linfoides não tem ligação direta com os vasos do sistema linfático e portanto eles fazem parte do sistema imune. O sistema linfático tem a função de controlar a homeostase macromolecular e dos líquidos corporais, sendo que sua principal característica é a capacidade de eliminar líquidos e proteínas dos espaços intersticiais, e leva-los novamente ao sistema vascular sanguíneo. Sendo assim, toda a linfa do corpo retorna ao sistema vascular sanguíneo, por intermédio de dois grandes troncos: o ducto torácico e o ducto linfático direito (PALAZZIN et al, 2012). “Existem recursos manuais na fisioterapia, que possibilitam o estímulo ao sistema linfático, como a Drenagem Linfática Manual (DLM)” (NAKAMURA et al, 2010:44). A drenagem linfática manual (DLM) é uma terapia especializada aplicada, de forma leve, por meio de uma distinta e específica técnica desenvolvida por Vodder, em 1936. Essa técnica consiste em drenar o excesso de liquido de uma área estagnada, por intermédio de manobras rítmicas, lentas e suaves, no sentido dos vasos linfáticos e linfonodos (BRANDÃO et al, 2010:619). O objetivo deste artigo é identificar a importância da drenagem linfática manual no tratamento pós-operatório de uma abdominoplastia. Os objetivos específicos são: Investigar os benefícios da Drenagem linfática manual, descrever a importância da drenagem linfática manual no pós-operatório de uma abdominoplastia e demonstrar os resultados obtidos após a Drenagem linfática manual. O problema da pesquisa foi: Quais os benefícios da Drenagem linfática manual no tratamento pós-operatório de uma abdominoplastia? A atuação da Fisioterapia Dermato-Funcional no pós-cirúrgico possibilita uma diminuição de possíveis complicações, recuperando regiões com hipoestesias, reduzindo aderências teciduais e edema, melhorando assim, a textura da pele e restringindo a formação de fibrose subcutânea (SILVA et al, 2014:20). De acordo com o conhecimento obtido na área da fisioterapia dermato-funcional, observa-se um efeito eficaz em pacientes que realizaram cirurgias abdominais e que tiveram como tratamento no pós-operatório a drenagem linfática manual, com isso expandiu-se o interesse em pesquisar sobre o assunto, para obter um maior conhecimento na área e para que outros profissionais sejam encorajados a realizarem mais pesquisas sobre o tema proposto. 3 2. Sistema linfático O sistema linfático anatomicamente vem sendo estudado desde o princípio, mesmo possuindo uma grande dificuldade, devido aos seus vasos linfáticos possuírem uma coloração de aspecto translúcida. Ele apresenta algumas divisões, como: capilares linfáticos, vasos pré-linfáticos, troncos linfáticos, ducto linfático, linfonodos e linfa (BORGES, 2006 citado por SOARES, 2012). De acordo com Guyton (2012), o corpo humano possui dois sistemas de fluxo de líquido, o circulatório para o sangue e o sistema linfático, esse sistema inicia-se em uma grande rede de capilares linfáticos muito pequenos e encontra-se entre os capilares sanguíneos nos tecidos. O liquido é filtrado dos espaços teciduais para os capilares linfáticos, onde são chamados de linfa. Esta linfa segue em direção aos vasos linfáticos mais calibrosos, onde em sua maioria desaguam no canal torácico, que mede cerca de 5mm de diâmetro, iniciando no abdome, sobe em direção ao tórax e desagua na veia subclávia esquerda, no pescoço, fazendo com que a linfa volte ao sangue, seguindo o seu trajeto. Segundo Machado et al (2010), as funções do sistema linfático são muito importantes para o equilíbrio do corpo, pela eliminação de líquidos e macromoléculas do interstício e a devolução deles na corrente sanguínea, evitando o edema. Dentre as funções do sistema linfático, encontramos a mais importante, que é a devolução das proteínas a circulação, quando escapam dos capilares sanguíneos. Se isso não ocorresse, a pressão coloidosmótica do plasma da pessoa teria um valor muito baixo, consequentemente essa pessoa perderia grande parte de seu volume sanguíneo para os espaços intersticiais, levando a óbito em torno de 12 a 24 horas. Uma segunda função é o retorno da linfa pelos linfáticos e a terceira é a drenagem linfática dos espaços potenciais (GUYTON, 2011). Em muitos pontos ao longo dos linfáticos, particularmente onde vários linfáticos de menor calibre se juntam para formar vasos mais calibrosos, os linfáticos atravessam os gânglios linfáticos, que são pequenos órgãos que filtram a linfa, dela extraindo todo o material particulado, antes que atinja o sistema venoso (GUYTON, 2011:94). De acordo com Guirro e Guirro (2004) citado por Machado et al (2010), existem diversos grupos de linfonodos, mas os principais são: os cervicais, os axilares, os da fossa olecraniana, os inguinais e os do losango poplíteo. A linfa termina o seu percurso na união dos troncos em dois ductos, chamados de ducto linfático direito que chega à junção da veia subclávia direita com a veia jugular interna direita. Já o ducto torácico termina na junção da veia subclávia esquerda com a veia jugular esquerda (GUIRRO e GUIRRO, 2004 e GUYTON, 2006 citado por MACHADO et al, 2010). 3. Abdominoplastia Segundo Lange (2012), o termo abdominoplastia ou cirurgia abdominal, também pode ser chamada de dermolipectomia, esse nome vem do grego, onde derme significa pele, lipos que significa gordura e ectomia significa retirada por incisão. 4 A cirurgia plástica tem por objetivo restabelecer uma parte do corpo, com a finalidade de embelezar pela melhora da forma, almejando encontrar o equilíbrio da estrutura corporal, a fim de alcançar uma unidade estética (LEAL et al, 2010). A abdominoplastia tem a função de corrigir funcionalmente e esteticamente a parede abdominal e o contorno corporal estético, que pode estar alterado por gestações sucessivas, excesso de emagrecimento, grande depósito de tecido gorduroso na parede abdominal, flacidez da musculatura, acúmulo de gordura na região abdominal inferior, diástase do músculo reto abdominal, fatores genéticos e sedentarismo. Essas modificações estéticas no abdome é o principal motivo de queixa entre as mulheres (SOARES, 2012; SALLES et al, 2011; MACEDO e OLIVEIRA, 2010). Dependendo do tamanho do abdome a ser corrigido, as incisões podem se prolongar lateralmente, a partir da região suprapúbica onde ela é realizada, em maior ou menor extensão, elas podem também ser aplicadas acima ou dentro da implantação dos pelos pubianos em sua porção mediana (LANGE, 2012). Existem muitas técnicas de cirurgias plásticas abdominais, porém a mais usada é a incisão horizontal infraumbilical baixa ou a suprapúbica com transposição do umbigo. Uma nova técnica foi apresentando em 2000, por Avelar, onde ele retirava parcialmente a pele da região suprapúbica, sem transposição do retalho infraumbilical, preservando assim, a cicatriz umbilical (SOARES, 2012). A abdominoplastia clássica consiste em uma incisão transversa baixa, deslocamento da pele até o processo xifóide e rebordo costais, tratamento de toda parede músculo-aponeurótica, confecção de uma nova cicatriz umbilical, chamada de onfaloplastia e a retirada do excesso dermo-adiposo, colocação de drenos em cada lado exteriorizados na região dos pelos pubianos. Precede-se a seguir, a fixação da porção inferior do retalho a aponeuroso e a sutura final do retalho na região suprapúbica, em dois planos com fio absorvível (LANGE, 2012:94-95). Existem diversos motivos para se fazer uma cirurgia plástica, mas entre as principais e mais procuradas, encontramos três: corrigir defeitos físicos, atenuar os efeitos do envelhecimento e esculpir um corpo perfeito, sendo que esta ultima é a que mais cresce no Brasil, a busca por um corpo perfeito (MIGOTTO E SIMÕES, 2013). 3.1 Complicações O pós-cirúrgico de abdominoplastia pode apresentar algumas complicações, como: hematomas, seromas, aderências, fibroses, infecção na cicatriz cirúrgica, assimetrias, cicatrizes hipertróficas e queloideanas, dormência ou formigamento, sangramentos, deiscência, retrações, entre outras. Durante a cirurgia, ocorrem traumas mecânicos e com isso, pode ocorrer uma alteração estrutural ou funcional dos vasos linfáticos, causados por laceração ou compressão, esse trauma leva a uma modificação do equilíbrio das tensões, resultando inevitavelmente em edema (SILVA et al, 2014 e MIGOTTO e SIMÕES, 2013). As complicações locais mais frequentes são hematomas, seromas e necrose do retalho dermogorduroso, mas também podem ocorrer algumas complicações sistêmicas, como a trombose venosa profunda e embolia pulmonar, porém elas acontecem com menos frequência (MARTINO et al, 2010). 5 O seroma pode ser definido como uma coleção líquida, de características exudativas, formada profundamente ao retalho dermogorduroso. É a complicação precoce mais frequente nas abdominoplastias com incidência que varia de 1% a 57%, sendo 10% a média aceita pela maioria dos autores. A ultrassonografia tem sido o método de escolha para diagnostico de seroma pósabdominoplastia (MARTINO et al, 2010:680). Uma cirurgia traumatiza o corpo, causando muitos desconfortos, sendo os mais frequentes: dor, edemas, hematomas de diversos níveis com os quais os pacientes têm de conviver durante a fase do pós-operatório. Para ter um alívio total desses sintomas demora bastante tempo e é um processo doloroso, muitas vezes ainda causa fibroses, dores persistentes, transtornos do sono, digestão e disposição energética debilitada (FERNANDES, 2011). O tratamento fisioterapêutico no pós-operatório visa uma redução das complicações e também possibilita o retorno mais rápido do paciente as suas atividades de vida diária. A fisioterapia dermato-funcional acelera a recuperação de regiões com hipoestesias, reduz aderências teciduais, melhora o edema, melhora a textura da pele e restringe a formação de fibrose subcutânea. A fisioterapia dermato-funcional é de fundamental importância para melhorar ainda mais os resultados de cirurgias plásticas, evitando as possíveis complicações (SILVA et al, 2014). 4. Drenagem linfática manual A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem, que atua como preventiva ou complementar a outros tratamentos, pois, ela ajuda no funcionamento geral do sistema circulatório linfático. Além disso, a drenagem linfática manual deve ser aplicada por um profissional habilitado a realiza-la, que tenha pleno conhecimento da anatomofisiologia do sistema linfático e da técnica empregada (MACHADO et al, 2010). A drenagem linfática manual está sendo muito utilizada atualmente por profissionais da saúde e estética. Essa técnica tem o objetivo de aperfeiçoar os resultados da cirurgia, e ela começou a ser utilizada desde a década de 60, quando já se via seus resultados benéficos no tratamento e prevenção de complicações em pós-operatórios. A drenagem linfática manual é muito importante no pós-operatório imediato, devido aos seus inúmeros benefícios comprovados, tanto na prevenção quanto no tratamento das sequelas da cirurgia em si (BORGES, 2010 e GUIRRO e GUIRRO, 2002; citado por SOARES, 2012). Após a abdominoplastia, ocorre uma interrupção dos vasos linfáticos superficiais, levando a um prejuízo da drenagem linfática. Neste caso os quadrantes inferiores que vão para região inguinal, ficam impossibilitados, devido à remoção do tecido, então essa drenagem deve ser feita pelo quadrante superior, que levam aos linfonodos axilares. Portanto, após a cirurgia o fluxo linfático passa a ser todo levado em direção aos linfonodos axilares. Contudo, em torno do quarto ao quinto dia ocorre uma revascularização sanguínea, restaurando-se a circulação linfática, porém a direção do fluxo é incerta, pois ele pode se direcionar a cadeia axilar como para a cadeia inguinal (LANGE, 2012). Segundo Marx (2000) citado por Lange (2012), isso é muito relativo e depende da quantidade de desengorduramento durante a cirurgia, se foi retirado uma parte muito grande, não vai ocorrer a anastomoses, os linfáticos dessa região não se regenera. 6 O tratamento pós-operatório com a drenagem linfática manual deve começar ainda na fase aguda, pois ela vai tratar as consequências das alterações vasculares da fase inicial que é o edema, porém deve-se tomar cuidado com a cicatrização, pois a mesma ainda esta recente, portanto deve-se realizar a drenagem com pressões manuais suaves e lentas, sem fazer deslizamento sobre a cicatriz (MACEDO e OLIVEIRA, 2010; MIGOTTO e SIMÕES, 2013). A drenagem não oferece risco algum para o paciente em pós-operatórios de cirurgias plásticas, somente se for mal aplicada empregando muita força, rapidez excessiva ou direção errada. Não há limites para utilização e as técnicas de aplicação para as sequelas pós-cirúrgicas podem ser baseadas na drenagem reversa que consiste em direcionar o edema a um gânglio proximal a lesão como uma via alternativa para não haver encharcamento da cicatriz e aumento de edema, já que dependendo da cirurgia onde há uma secção, vasos são lesionados, dificultando assim a eliminação dos líquidos excedentes (MACEDO e OLIVEIRA, 2010:191). A técnica deve ser aplicada logo após a cirurgia, no primeiro dia de pós-operatório, realizando manobras de evacuação e captação nas redes ganglionares e vias linfáticas, para estimulas a anastomoses linfáticas, fazendo então esses movimentos longe da região edemaciada, sendo eles lentos e suaves em direção à circulação linfática (MACEDO e OLIVEIRA, 2010). 4.1 Indicações e contra indicações da drenagem linfática manual Segundo Migotto e Simões (2013) e Brandão et al (2010) a drenagem linfática manual é indicada em quase todo tipo de pós-operatório de cirurgia plástica, entre elas estão cirurgias de face, mamas, abdominoplastias, lipoaspiração, entre outras. Além disso, ela também é indicada em tratamentos de fibro edema geloide, acnes, retenção hídrica, entre outros problemas. A drenagem deve ser bem feita pelo profissional, pois assim ela melhora o quadro de dor, pois diminui a congestão do tecido, favorecendo assim o retorno mais rápido da sensibilidade cutânea local. Além disso, a drenagem linfática não causa nenhum tipo de risco à saúde do paciente e pode ser usada repetidas vezes sem acarretar problemas. De acordo com Guirro e Guirro (2002) citado por Soares (2012) a drenagem linfática deve ser indicada de acordo com seus efeitos e disfunções relatadas pelo paciente, como: cicatrizes aderentes, hematomas, edemas, dor, diminuição da amplitude de movimento, tensão muscular e existem algumas doenças em que a drenagem linfática é contra indicada, como: distúrbios circulatórios, hiperestesia, processo infeccioso, tumores malignos e fragilidade capilar. Um profissional deve ser capaz de identificar as indicações e contraindicações, que uma indicação é benéfica ao paciente e que acentue a saúde. Há contraindicação quando a pratica se torna perniciosa, trazendo malefícios aos pacientes submetidos à técnica proposta (FRITZ 2002, citado por SOARES, 2012:78). 5. Metodologia 7 Foi realizada uma revisão bibliográfica, sendo utilizadas como fontes de busca as bases de dados, como Bireme, Períodicos Capes, Scielo e Google Acadêmico e em livros buscando assuntos que tratem sobre a importância da drenagem linfática manual no tratamento pós-operatório de uma abdominoplastia, foi utilizado os seguintes descritores: drenagem linfática manual, pós-operatório de abdominoplastia, importância da drenagem linfática manual e abdominoplastia. Todos os artigos foram lidos, analisados e agrupados, sendo utilizados como critérios de inclusão artigos entre 2005 e 2015 e em língua portuguesa e que tenha como principal tema a importância da drenagem linfática manual na abdominoplastia, dando inicio a pesquisa em agosto de 2012 até Março de 2015. 6. Resultados ANO AUTOR TÍTULO 2005 Soares, Soares e Soares Estudo comparativo da eficácia da drenagem linfática manual e mecânica no pós-operatório de dermolipectomia. 2010 Abdominoplastia após perda de Cavalcante peso maciça: abordagens, técnicas e complicações. Elwing e Sanches Drenagem linfática manual: teoria e prática. 2010 Macedo e Oliveira A atuação da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia plástica corporal: uma revisão de literatura. 2010 Marttino, et al Seroma em lipoabdominoplastia e abdominoplastia: estudo ultrassonográfico comparativo. 2010 Nakamura, et al Avaliação de repercussões cardiovasculares da drenagem linfática manual em mulheres idosas. 2010 Machado, et al Benefícios da drenagem linfática manual na paniculopatia edemato 2010 OBJETIVOS Comparar os efeitos da drenagem linfática manual e da mecânica no pósoperatório de dermolipectomia. Avaliar o planejamento, táticas cirúrgicas, complicações e resultados obtidos em pacientes que obtiveram perda de peso maciça. Facilitar a compreensão da técnica da drenagem linfática e abordar sobre a fisiologia do sistema linfático. Abordar sobre a importância da atuação da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia plástica. Comparar a incidência de seroma em pacientes submetidos a abdominoplastia convencional e a lipoabdominoplastia. Verificar o efeito da drenagem linfática manual no sistema circulatório em mulheres idosas, através das repercussões hemodinâmicas e eletrocardiográficas. Relacionar os benefícios da drenagem linfática manual na 8 fibroesclerótica. 2010 Leal, et al 2010 Brandão, et al 2011 Guyton 2011 Fernandes 2011 Tacani, Tacani e Liebano 2011 Salles, et al 2012 Lange 2012 Tuma et. al 2012 Soares 2012 Palazzin, et al 2013 Migotto e Simóes PEFE, com a anatomofisiologia do sistema linfático. Compreender a relação da O corpo, a cirurgia e a saúde cirurgia estética com a saúde coletiva: um estudo de caso. coletiva e a promoção da saúde. Avaliação da técnica de drenagem Analisar o efeito da linfática manual no tratamento do drenagem linfática manual no fibro edema geloide em mulheres. tratamento do FEG. Demonstrar os princípios da Fisiologia humana. fisiologia de forma clara. Tornar prático técnico e Acupuntura estética: e no pósprocedimentos da medicina operatório de cirurgia plástica. ocidental e oriental para estética. Intervenção fisioterapêutica nas Apontar as sequelas da sequelas da drenagem linfática aplicação iatrogênica da manual iatrogênica: relato de DLM e verificar os efeitos da caso. intervenção fisioterapêutica. Escala para avaliação de Apresentar uma escala para resultados de cirurgia estética do avaliação de resultados de abdome. cirurgia estética do abdome. Promover o entendimento da Drenagem linfática manual no circulação sanguínea e pós-operatório das cirurgias linfática no retalho cutâneo plásticas. no pós-operatório das cirurgias plásticas. Apresentar a técnica de Abdominoplastia vertical para abdominoplastia vertical para tratamento do excesso de pele tratamento do excesso de abdominal após perdas ponderais pele abdominal após perdas maciças. ponderais maciças. Demonstrar a eficácia da Drenagem linfática manual como drenagem linfática no póscoadjuvante no pós-operatório de operatório de abdominoplastia. abdominoplastia. Verificar a influência Efeito da drenagem linfática imediata da DLM em manual sobre a glicemia e glicose membros inferiores sobre a urinaria em paciente com diabetes glicemia capilar e a glicose mellitus do tipo 1: estudo urinária em pacientes com preliminar. diabetes mellitus tipo1. Identificar a incidência de Atuação fisioterapêutica dermato cirurgias plásticas, funcional no pós-operatório de conhecimento e cirurgias plásticas. reconhecimento da atuação fisioterapêutica dermato 9 funcional no pós-operatório. 2014 2014 Silva, et al Investigação sobre o encaminhamento médico aos tratamentos fisioterapêuticos de pacientes submetidos a cirurgia plástica estética. Silva, et al Avaliação da fibrose cicatricial no pós-operatório de lipoaspiração e/ou abdominoplastia. Investigar o encaminhamento médico ao fisioterapeuta de pacientes para o tratamento no pré e pós-operatório de cirurgia plástica estética. Avaliar os efeitos do tratamento fisioterápico no pós-cirúrgico de lipoaspiração ou abdominoplastia quanto à presença de fibrose. 7. Discussão De acordo Brandão et al (2010) a drenagem linfática manual é uma modalidade de massagem que tem a função de estimular o sistema linfático, auxiliando a controlar o sistema imune, retirando resíduos metabólicos, toxinas do corpo e diminuindo o excesso de fluídos. Para Machado et al (2010), a drenagem linfática é um conjunto de técnicas e manobras específicas, que é realizada com pressões leves, lentas e rítmicas, que segue o caminho do sistema linfático com o objetivo de favorecer suas funções essenciais. Este método de massagem é conhecido como preventivo ou complementar a outros tratamentos, pois age nas funções gerais do sistema circulatório linfático. Soares (2012), afirma que a drenagem linfática manual, tem a função de direcionar e aumentar o fluxo linfático suavemente, através das manobras manuais, com isso causa efeitos circulatórios, levando a uma diminuição de edema, acelerando o metabolismo, causando uma desintoxicação do tecido, melhorando a nutrição da célula e ajudando na cicatrização. Segundo Elwing e Sanches (2010) a drenagem linfática manual foi descoberta pelo doutor Emil Vodder, ela foi considerada por muitos anos um método alternativo sem bases científicas, mas atualmente ela tornou-se bem conhecida e estruturada, pois houveram muitas pesquisas feitas por médicos e professores que se dedicaram ao seu estudo. Essa técnica deve ser muito bem conhecida e estudada, não somente aspectos teóricos, mas principalmente sua aplicação na prática, que é diferente de massagens clássicas convencionais. De acordo com Tacani, Tacani e Liebano (2011) se a drenagem linfática for realizada de forma incorreta ela prejudica o funcionamento do sistema linfático, levando a um processo inflamatório excessivo associado à equimose na área tratada. Migotto e Simões (2013) afirmam que a drenagem linfática manual tem a função de drenar os líquidos que passam pelas células contribuindo para a preservação do equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais, fazendo também a limpeza dos dejetos vindos do metabolismo celular. A drenagem linfática manual é indicada no pós-operatório da maioria dos procedimentos de cirurgia plástica, como nas cirurgias de face, lipoaspiração, mamas, abdominoplastias, entre outras, sendo que quando bem realizada promove uma grande melhora no quadro álgico por diminuir a congestão 10 tecidual, contribuindo também para o retorno precoce da sensibilidade cutânea local (MIGOTTO E SIMÕES, 2013:1655). Para Soares, Soares e Soares (2005) a cirurgia do abdome ou abdominoplastia, fundamenta-se na correção funcional e estética da parede abdominal, onde se faz a retirada do retalho cutâneo e gordura da parte inferior do abdome, fazendo com que a parte superior recubra toda a região abdominal e realizando também a plicatura do músculo reto abdominal, levando a aproximação dos músculos oblíquos para que ocorra um afinamento da cintura. De acordo com Cavalcante (2010), foi desenvolvida uma técnica por Callia e Pitanguy em torno dos anos 60, onde se realizava uma incisão baixa, para que ela ficasse a escondida sobre o traje de banho, fazendo com que houvesse um extenso deslocamento do panículo e nutrição do retalho baseado em suas perfurantes, está técnica tornou-se mais popular na época no tratamento de abdominoplastia. A abdominoplastia traz consigo algumas complicações após a cirurgia, como: diminuição da expansibilidade torácica, devido à impressão de aperto produzida pela plicatura muscular, sensação de ardor na região da incisão de como se algo estivesse puxando o abdome, porém está sensação diminui ao fletir o quadril, membros inferiores e o tronco. A dorsolombalgia também apresenta-se como uma alteração, edema elevado, equimose na região pubiana, flancos e hipoestesias ( SOARES, SOARES e SOARES, 2005). A drenagem linfática manual traz muitos benefícios quando realizada após cirurgias, evitando complicações, ajudando de forma auxiliar nas cicatrizações, diminuindo edemas, levando a uma recuperação mais rápida no pós-cirúrgico, trazendo benefícios de forma que esse paciente irá voltar a realizar suas atividades diárias mais rapidamente (SOARES, 2012). Para Macedo e Oliveira, (2010) está técnica de drenagem linfática manual vem sendo estudada, para que ela seja aplicada um dia após a cirurgia, realizando seus movimentos específicos de evacuação e captação dos gânglios e vias linfáticas, tomando cuidado para fazer somente nas regiões que não apresentam edemas. De acordo com Soares et al (2005), citado por Silva et al (2014) através de pesquisas realizadas, observaram que com o atendimento fisioterapêutico dermato-funcional no pósoperatório, os sintomas são diminuídos aplicando técnicas da drenagem linfática manual, com isso, percebeu-se uma diminuição do edema e de hematomas, diminuição da dor, melhorando a neoformação vascular e nervosa, promovendo ainda a prevenção e diminuição de fibroses, cicatrizes hipertróficas ou hipotróficas, retrações e queloides. Conclusão De acordo com esta revisão bibliográfica realizada, conclui-se que a drenagem linfática manual traz muitos benefícios e melhorias ao paciente após a cirurgia plástica de abdominoplastia, pois a drenagem linfática manual atua prevenindo complicações, e ao realizar uma abdominoplastia o paciente passa por uma agressão de várias estruturas do corpo envolvido, levando o mesmo a sentir dores, apresentar edemas, hematomas, diminuição da sensibilidade, entre outros. A drenagem linfática manual atua minimizando muitas destas complicações, causando um alívio da área operada e prevenindo problemas em nosso sistema linfático e circulatório. A drenagem linfática manual deve ser aplicada por profissionais capacitados e que tenham profundo conhecimento de anatomia e fisiologia para que se obtenha um resultado satisfatório e sempre seguindo o trajeto do sistema linfático, realizando manobras lentas e 11 suaves, pois se aplicada de forma incorreta pode ocasionar um intenso processo inflamatório na região. Portanto deve ser iniciado seu tratamento logo na fase aguda do pós-operatório para que se obtenha uma recuperação mais saudável e rápida. Sendo assim, sugiro a realização de novos estudos que possam ratificar e confirmar ainda mais a importância e benefícios que a drenagem linfática manual traz a pacientes submetidos a uma abdominoplastia. REFERÊNCIAS BRANDÃO, Daniele Silva Martins, et al. Avaliação da técnica de drenagem linfática manual no tratamento do fibro edema geloide em mulheres. ConScientae Saúde, Pernambuco, v. 9, n. 4, 2010. Disponível em: < http://www.redalyc.org/pdf/929/92921672010.pdf>. Acesso em: 19 Dez 2014. CAVALCANTE, Harley Araújo. Abdominoplastia após perda de peso maciça: abordagens técnincas e complicações. Ver. Bras. Cir. Plást., Fortaleza, v. 25, n. 1, 2010. Disponível em: <http://www.rbcp.org.br/detalhe_artigo.asp?id=560>. Acesso em: 15 Jan de 2015. ELWIN, Ary e SANCHES, Orlando. Drenagem linfática manual: teoria e prática. São Paulo: Senac, 2010. FERNANDES, Fernando A. C. Acupuntura estética: e no pós-operatório de cirurga plástica. São Paulo: Ícone, 2011. GUYTON, Arthur C. Fisiologia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. LANGE, Angela. Drenagem linfática no pós-operatório das cirusgias plásticas. Curitiba, PR: Vitória gráfica e Editora, 2012. Leal, Virginia Costa de Lima, et al. O corpo, a cirurgia estética e a saúde coletiva: um estudo de caso. Ciência e Saúde Coletiva, Fortaleza, v. 15, n. 1, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000100013>. Acesso em: 27 Dez 2014. MACHADO, Fatima Aparecida Vierira, et al. 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