Áreas de associação - Ocupam a maior parte da superfície do cérebro humano. - Processo evolutivo: permitiu o aparecimento de funções no homem não encontradas em outras espécies, como a linguagem verbal e autoconsciência. - Podem ser divididas em:: a) Áreas secundárias: diretamente conectadas às áreas de projeção, são unimodais, ou seja, estão ainda relacionadas com uma modalidade sensorial ou com a motricidade. Áreas de Associação Secundárias Sensitivas Área somestésica secundária: correponde à área 5 de Brodmann, no lóbulo parietal superior Área auditiva secundária: corresponde à área 22 de Brodmann, que circunda a área auditiva primária. Área de Wernicke Área visual secundária: é mais extensa e abrange as áreas 18 e 19 no lobo occipital e ainda as áreas 20, 21 e 37 no lobo temporal. - As áreas secundárias recebem aferências principalmente das áreas primárias e repassam estas informações a outras áreas do córtex cerebral. - Identificação de um objeto: etapa da sensação e etapa da interpretação IMPORTANTE As lesões das áreas secundárias não causam déficits sensoriais simples, mas levam às chamadas agnosias (desconhecimento). Por exemplo: lesão da área visual secundária não provoca cegueira, mas produz uma agnosia visual, ou seja, o indivíduo será capaz de enxergar um objeto posto diante de seus olhos, mas não conseguirá reconhecer o objeto. Como as outras modalidades sensoriais estão intactas, poderá reconhecer através do tato ou audição. Há também agnosias auditivas e somestésicas. * As áreas corticais secundárias, também chamadas áreas gnósicas, são importantes numa segunda etapa no processo de percepção sensorial. Elas recebem as informações já elaboradas vindas das áreas primárias e interagem com as áreas terciárias e áreas corticais límbicas, responsáveis pelos processos de memória Áreas de Associação Secundárias Motoras - adjacentes a área motora primária, corresponde as partes das áreas 6 e 8, além da área 44 de Brodmann. - lesões nessas áreas causam apraxias: incapacidade de executar movimentos voluntários, sem que haja qualquer déficit motor. - Antes do início de um movimento voluntário é possivel registrar uma alteração da atividade elétrica nessa região. Há um aumento do fluxo sanguíneo na área motora suplementar – parte da área 6 - os danos ocorrem no planejamento dos atos voluntários e não na execução. Ex. colocar cigarro na boca Área motora suplementar: parte mais alta da área 6, situada no giro frontal superior - É importante para o planejamento motor.– quando se pede para um indivíduo pensar em um movimento sem, no entanto, executá-lo. Área Pré-motora: localizada no lobo frontal, adiante da área motora primária, ocupa toda a extensão da área 6. - lesões nessa área levam à redução da força do músculo (paresia), impedindo o paciente de elevar completamente a perna ou o braço Área de Broca: situada nas partes opercular e triangular do giro frontal inferior, correspondendo à área 44 e 45 de Broadmann, importante para a linguagem. - lesões nessa área levam às afasias b) Áreas terciárias: áreas integradoras, estão conectadas basicamente com as áreas secundárias e com as áreas límbicas, são multimodais, ou seja, não se ocupam mais do processamento sensorial ou motor, mas estão envolvidas com as atividades superiores, como o pensamento abstrato ou os processos que permitem a simbolização. - Essas áreas não estão maduras nos primeiros anos de vida e estarão plenamente funcionantes ao final da primeira década de vida. - ocupam o topo da hierarquia das funções corticais Área Pré-Frontal - corresponde a parte anterior não-motora do lobo frontal, ocupa cerca de1/4 da superfície cortical - corresponde às áreas 9, 10 e 11 de Brodmann - recebe fibras de todas as áreas unimodais, da área terciária têmporo-parietal e tem conexões com estruturas límbicas (corticais e subcorticais), além do tálamo. - P. Gate: destruição do córtex pré-frontal - Funções: planejamento, execução e modificação das estratégias de comportamento mais adequadas para fazer frente às diferentes situações do cotidiano, controle do comportamento emocional (junto com SL e hipotálamo) - Lesões: incapacidade de concentração, de fixar voluntariamente a atenção, pacientes não respondem a estímulos externos nem à necessidades internas do organismo, enquanto outros podem exibir euforia e aumento da atividade, dificuldade de mudar as estratégias comportamentais, tendendo a preservar um comportamento já iniciado (perseveração), comportamentos inadequados, ou seja, existe uma incapaciddde de projetar as conseqüências das próprias ações ao longo do tempo. Área Temporoparietal - todo o lóbulo parietal inferior = área 39 e 40 - importante para a percepção espacial, permitindo ao indivíduo determinar as relações entre os objetos e o espaço extrapessoal., permite que se tenha imagem das partes do próprio corpo (lesões = síndrome da negligência) Áreas límbicas - giro do cíngulo, giro-parahipocampal e hipocampo (áreas 23,24,38, 28 e 11) - relacionadas com memória e comportamento emocional Áreas relacionadas com a linguagem - a linguagem verbal é um fenômeno complexo que depende de processos neurais situados no córtex cerebral e em estruturas subcorticais. - duas áreas corticais estão relacionadas com a linguagem, situadas no lobo frontal (área de Broca) e na junção têmporo-parietal (área de Wernicke) - Em mais de 95% das pessoas estas áreas estão situadas apenas no hemisfério cerebral esquerdo: assimetria funcional - Área de Broca: relacionadacom os aspectos da expressão da linguagem, enquanto a área de Wernicke se ocupa de sua percepção Afasias - incapacidade do indivíduo de se comunicar através da linguagem verbal, embora os mecanismos periféricos tanto sensitivos como motores necessários para esta comunicação estejam intactos - Afasia motora: lesão na área de Broca, o paciente é capaz de compreender a linguagem falada ou escrita, mas não consegue se expressar de forma adequada. Pessoas com esse tipo de afasia têm dificuldade em dizer qualquer coisa, fazendo pausas para procurar a palavra certa (anomia). - Afasia de percepção ou sensitiva: lesão na área de Wernicke, o paciente é incapaz de reconhecer a palavra escrita ou falada, o que se reflete na linguagem – fala uma “salada de palavras”, sem nenhum sentido. Também não consegue demonstrar compreensão através de gestos. Apesar de possuir uma fala fluente, ela também não tem sentido pois não compreendem o que ele mesmo diz. Enquanto na afasia de Broca, a fala é perturbada, mas a compreensão está intacta, na afasia de Wernicke, a fala é fluente, mas a compreensão é pobre. - Afasia de condução: lesão no fascículo arqueado, paciente é capaz de falar espontaneamente, mas comete erros de repetição e de resposta de comandos verbais